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SISTEMA FINANCEIRO DIGITAL AULA 2 Profª Pollyanna Rodrigues Gondin 2 CONVERSA INICIAL Prezado aluno, nesta aula você aprenderá sobre a história e a evolução do sistema financeiro internacional. Mas você deve estar se perguntando: por que estudar a história e evolução do sistema financeiro em uma disciplina que trata sobre o sistema financeiro digital? Após recapitularmos alguns conceitos básicos, como, por exemplo, mercados monetário e de crédito, juros e sistema financeiro nacional, precisamos nos atentar a algumas questões históricas relevantes. Isso porque todo o cenário que temos atualmente foi sendo criado e moldado de acordo com fatos históricos ocorridos ao longo das décadas. Por exemplo, vamos ver que os períodos de crises e instabilidades internacionais estimularam de modo significativo o surgimento de inovações na área financeira. Assim, iniciaremos nosso estudo pelo sistema financeiro tradicional que ocorreu antes de 1960 e estabeleceu o Padrão Ouro internacionalmente. Após esse estudo, avançaremos analisando a nova ordem monetária internacional que foi estabelecida a partir de Bretton Woods para reconstrução e reestruturação econômica do pós-guerra. Já no Tema 3 dessa aula será abordada a evolução do sistema financeiro de 1960 até início de 1980 e o surgimento das primeiras inovações, como os certificados de depósitos bancários. Na sequência, avançaremos abordando as inovações e a dinâmica internacional da década de 1980, após a crise do petróleo. Por fim, analisaremos, no Tema 5, a desregulamentação do mercado financeiro até fim da década de 1990, com a liberalização e o grande fluxo de capitais. Após conhecer e dominar sobre esse período histórico, você estará pronto para avançar nos estudos, entendendo toda a dinâmica e as inovações financeiras após a Era da Informação. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Saiba mais A seguir, leia um texto sobre a revolução digital no sistema financeiro. Febraban: revolução digital ganha espaço no mercado financeiro Para Portugal, o acelerado crescimento do número de dispositivos móveis, smartphones e tablets, as mídias sociais e a capacidade de extrair informação de grandes quantidades de dados não estruturados têm contribuído de forma importante para a inovação e a disseminação das atividades financeiras e modificado o padrão de transações e de relacionamento bancário. 3 “Esse novo padrão certamente traz mudanças na forma de gestão e integração dos riscos dos bancos, assim como traz novos e importantes desafios para os reguladores”, observou [Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)]. O sistema financeiro no mundo, especialmente no Brasil, sempre esteve na vanguarda do progresso e das inovações tecnológicas, explicou o presidente da Febraban. O desafio, disse ele, é preservar e estimular esta característica do setor, ampliando cada vez mais a quantidade e qualidade dos produtos à disposição dos clientes, evitando, ao mesmo tempo, os riscos que possam trazer. [...] Para ler o restante, acesse: <https://istoe.com.br/febraban-revolucao- digital-ganha-espaco-no-sistema-financeiro/>. Acesso em: 29 ago. 2019. Levando em consideração o exposto, é possível perceber que toda a revolução digital que começou a ocorrer após o advento da Revolução da Informação, impactou e continua a impactar vários segmentos da vida em sociedade. E não seria diferente com o sistema financeiro. Assim, você deve estar se questionando: qual percurso de desenvolvimento do sistema financeiro internacional? Como a revolução da informação impactou esse movimento? E mais: como as instituições e as inovações desenvolvidas ao longo do tempo contribuíram para a dinâmica organizacional que temos atualmente baseada no “mundo digital”? Com o intuito de responder a essas e outras questões ao longo da nossa disciplina, iniciaremos o estudo da evolução e da história do sistema financeiro internacional. TEMA 1 – SISTEMA FINANCEIRO TRADICIONAL ANTES DE 1960 Para estudarmos sobre o sistema financeiro é importante ter em mente que existem regras e critérios bem definidos, mundialmente, sendo esses aceitos por todos os países que participam da regulamentação do sistema econômico. Assim, é de suma relevância dizer que ao longo da história houve dois grandes esforços para definir o sistema monetário e financeiro internacional: o Padrão Ouro e o Sistema de Bretton Woods. Iniciaremos nossos estudos nesta aula nos aprofundando sobre o estabelecimento do Padrão Ouro. De acordo com Ferreira (2012, p. 159), o Padrão Ouro iniciou-se em 1870 e durou até o ano de 1914. Esse padrão baseou-se na aceitação de certo número de países a três regras básicas: “conversibilidade das moedas nacionais em ouro, liberdade para movimento internacional de ouro (entrada e saída sem restrições) e um conjunto de regras que vinculavam as moedas em circulação às reservas nacionais do país”. Havia, então, uma paridade fixa entre cada moeda e o ouro e entre as diversas moedas simultaneamente, de modo que, os 4 desequilíbrios das balanças de pagamentos eram resolvidos por intermédio de transferências internacionais de ouro. Curiosidades O Padrão Ouro teve sua origem no uso de moedas de ouro como meio de troca, unidade de conta e reserva de valor1. Esse padrão, como instituição legal data de 1819, ano em que houve a revogação de antigas restrições sobre as exportações de moedas e lingotes de ouro britânicos. Sobre o Padrão Ouro, manter a paridade oficial entre a moeda de um país e o ouro era a principal missão de um banco central (Krugman; Obstefeld, 2010). O Padrão Ouro adotado por diversas economias possuía algumas vantagens e algumas desvantagens. Como vantagem, é possível citar a tendência à estabilização dos preços internacionais, a manutenção das taxas cambiais e a possibilidade de um equilíbrio automático. No entanto, esse padrão apresentava algumas desvantagens como: a distribuição desigual do ouro entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento; a atuação dos bancos centrais com a constante elevação das taxas de juros para atrair o capital estrangeiro e suprir os déficits na balança de pagamentos; a neutralização dos resultados comerciais com o constante movimento de capitais; e, finalmente, os critérios de emissão de papel moedas variáveis. (Ferreira, 2012, p. 160) Em 1914, o mundo se viu diante de um cenário de grande turbulência: houve a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Essa guerra durou até 1918, e envolveu grandes economias mundiais, como o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Rússia. Grande parte dos governos, nesse período de Guerra, passou a financiar o conflito bélico por meio da emissão de papel-moeda sem lastro, o que corroborou para a alta dos preços e da inflação. Consequentemente, houve queda do estoque de ouro em nível internacional, de modo que muitos países abandonaram o Padrão Ouro e passaram a estabelecer políticas macroeconômicas para suprir suas crises internas. O grande endividamento público, o crescimento da falta de credibilidade em moedas internacionais e o aprofundamento da deterioração econômica mundial com a 1 A esse respeito é importante ter em mente que a moeda possui três funções básicas: meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. A função mais importante é servir como meio de troca, meio de pagamento amplamente aceito. Além dessa função, a moeda serve como unidade de conta, sendo um instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas, segundo os autores acima referenciados. A moeda também transfere valor do presente par ao futuro, sendo considerada uma reserva de valor (Krugman; Obstefeld, 2010). 5 crise de 1929 fizeram com que o Padrão Ouro fosse abandonado e, ao mesmo tempo, ascendeu a política keynesiana(Ferreira, 2012). Curiosidades O que foi a Crise de 1929? A economia capitalista, nos anos anteriores à Grande Depressão, era dominada pela ideologia do liberalismo, caracterizando-se por uma forte desregulamentação, uma menor atuação do Estado e uma presença e relevância maciça do mercado, com baixo controle sobre a entrada e a saída de dólares dos países. Dito isso, os EUA, após a Primeira Guerra Mundial, estavam em pleno desenvolvimento, crescendo continuamente até o ano de 1929 e exportando seus produtos em grandes quantidades. Durante a década de 1920, o consumo aumentou, as ações estavam valorizadas devido à euforia econômica. Os americanos, diante desse cenário próspero, adquiriram várias ações de empresas. Porém, no fim da década de 1920, o cenário se reverteu. A economia europeia, já recuperada da guerra, diminuiu suas importações. A indústria americana cresceu, porém o poder aquisitivo da população não, o que causou aumento dos estoques. Além disso, capitais europeus estavam migrando para a Bolsa de Nova York, mas, ao mesmo tempo, havia pouco dólar em circulação no mercado mundial, uma vez que o balanço de pagamentos dos Estados Unidos era positivo (Martins; Krilow, 2015). A teoria liberal foi predominante até a Crise de 1929, quando a eficiência do capitalismo foi amplamente questionada. Contrapondo-se totalmente à visão liberal, nasceu então a teoria keynesiana, afirmando a relevância da atuação do Estado seja na sociedade, seja na economia ou nas demais áreas necessárias. Esse modelo intervencionista ganhou força após a Crise de 1929, e foi adotado por muitas economias após a Segunda Guerra Mundial e conhecido como Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). A teoria keynesiana prega a intervenção estatal na sociedade, na economia e em quaisquer áreas que o Estado julgar necessário intervir. Desse modo, o setor financeiro mundial passou a ser extremamente regulado até os anos de 1970. Dentre as regulações, pode-se citar o aumento dos poderes do FED (Sistema de Reserva Federal americano), o estabelecimento de reservas de segurança, a limitação na abertura de bancos, a restrição da relação entre bancos comerciais e as companhias de investimento 6 e a segmentação do mercado financeiro pela delimitação das áreas específicas de atuação (Muniz, 2010). Segundo Camargo (2009, p. 11), “Esse sistema de regulação e supervisão, implantado nos anos 1930, após, portanto, vários dos efeitos da crise de 1929, visava prevenir a ocorrência de crises sistêmicas, diminuindo, assim, o risco de colapso dos sistemas de pagamentos baseados no uso de depósitos à vista”. Foi apenas a partir de 1945, ou seja, após a Segunda Guerra Mundial, diante da grande liquidez internacional, que os bancos passam a atuar de modo menos restrito, principalmente devido à grande liquidez internacional. Entre 1930 e 1960, o sistema financeiro pode ser caracterizado por ser: i) composto por instituições bancárias que tinham como fonte de recursos predominante a captação de depósitos a vista (haviam uma quantidade limitada de operações e ferramentas financeiras que permitiam posições menos alavancadas dos agentes financeiros); ii) faziam operações cobertas, ou seja, operações seguras que poderiam ser cobertas facilmente caso ocorresse uma mudança de expectativa dos agentes; iii) quantidade pequena de agentes financeiros atuando no sistema. (Muniz, 2010, p. 109) Apesar da instalação do sistema de regulação e supervisão, houve episódios de instabilidade no setor financeiro. Entretanto, é importante salientar que esse sistema de regulação e supervisão garantiu a estabilidade geral do sistema financeiro por um período de cinco décadas. Essa estabilidade geral, que perdurou por esse tempo, foi responsável por manter os sistemas financeiros estagnados, reduzindo os incentivos às inovações financeiras e a concorrência (Camargo, 2009). TEMA 2 – NOVA ORDEM MONETÁRIA INTERNACIONAL A PARTIR DE BRETTON WOODS (PADRÃO DÓLAR-OURO, GATT, FMI E BIRD) Após o estudo do estabelecimento do Padrão Ouro e do sistema financeiro tradicional até a década de 1960, avançaremos analisando a nova ordem internacional estabelecida a partir do Bretton Woods. Assim, Carvalho (2004, p. 54) afirma que o período que antecede a Segunda Guerra Mundial foi marcado “pelo desemprego e agitação social, nos países democráticos, ou pela paz dos cemitérios, sob os regimes fascistas”. Desse modo, no início da década de 1940, predominava a visão de que “quando a guerra terminasse os problemas da década anterior retornariam com a mesma virulência”. Essa visão era 7 dominante, pois acreditava-se que a Segunda Guerra havia interrompido a Depressão de 1930 já que demandava recursos. Assim, havia medo de que, com o fim da Segunda Guerra, problemas como desemprego e os conflitos sociais retornariam. Além disso, considerava-se que medidas domésticas não seriam suficientes para acabar com o risco da volta da Depressão. Havia-se a necessidade então de criar na esfera internacional, regras e instituições, organizando formalmente o sistema de pagamentos internacionais (Carvalho, 2004, p. 54). Então, diante dessa visão e das perspectivas de retorno à crise, foi proposta, na conferência de Bretton Woods, a construção de uma nova forma de organização social. Em julho de 1944, representantes de 44 países se reuniram em Bretton Woods para discutir a reconstrução e a reestruturação econômica do pós-guerra. O objetivo dessa reunião, segundo Carvalho (2004), era estabelecer um sistema de pagamentos internacionais alternativo ao Padrão Ouro e ao sistema de desvalorizações cambiais competitivas (que eram praticadas em períodos de instabilidade, como a Grande Depressão dos anos 1930). Buscava-se, assim, “definir regras comuns de comportamento para os países participantes”, visando à prosperidade e à estabilidade macroeconômica, de acordo com Carvalho (2004, p. 51). Foram analisados os Planos White2 e o Plano Keynes3, os quais foram a base da conferência. Ao final do embate, o Plano White prevaleceu, confirmando o dólar como a nova moeda internacional e o estabelecimento de um regime cambial baseado em taxas fixas (Simon, 2011). Além da consagração do dólar como moeda internacional, houve a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI), para a sustentação de um regime de câmbio fixo “ajustável”, por meio da regulação do comércio e das práticas monetárias dos países-membros (Carvalho, 2004). Além do FMI, foi criado também o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), visando a financiar a reconstrução das economias europeias no pós-guerra. É importante ressaltar que, antes de 2 Previa um mundo livre de controle sobre os fluxos comerciais e financeiros e de paridades fixas sob a supervisão de uma instituição internacional (Lins, 2015). 3 Tinha como intuito modificar as taxas de câmbio e adotar restrições cambiais e comerciais de acordo com a necessidade para manter o equilíbrio do balanço de pagamentos e buscar o pleno emprego. 8 receber ajuda do BIRD, os países devedores deveriam se tornar membros do FMI, com o intuito de assegurarem um comportamento adequado. A Conferência de Bretton Woods foi realizada devido à preocupação de que uma depressão como a dos anos de 1930 se alastrasse após o fim da Segunda Guerra Mundial. De acordo com Carvalho (2004, p. 58), em 1947, o diagnóstico predominante não era de ameaça de depressão, mas, sim, de ameaça de inflação. Muitos países-membros do FMI, dentre eles “os Estados Unidos, passaram a acreditar que a estabilidade cambial internacional poderia ser abalada mais provavelmente pelo excesso de demanda” que foi causado pela tentativa europeia de rápida recuperação. Essa preocupação se alastrou e foi confirmada com base nas políticas adotadaspelas economias dos países- membros do FMI. Os Estados Unidos, por exemplo, adotaram uma política voltada para o pleno emprego, enquanto outros países possuíam como objetivo a manutenção de elevado nível de atividades (Carvalho, 2004). Fernandes (2009) afirma que a consequência direta das políticas até então adotadas foi a rápida recuperação do comércio externo dos países aliados e o forte aumento das importações dos Estados Unidos. Assim, o superávit que os Estados Unidos possuíam na conta de transações correntes foi caindo, até que em 1971 apresentou seu primeiro déficit. Os norte-americanos precisavam então recuperar a competitividade de sua economia, porém, não podiam desvalorizar sua moeda sem quebrar a disciplina firmada no Bretton Woods. Após vários embates, em 1971, diante das pressões protecionistas por parte do Congresso norte-americano, do declínio da competividade dessa economia e diante das pressões na demanda internacional por ouro, o presidente dos Estados Unidos à época, Richard Nixon, decretou o fim do Padrão Ouro (Villela, 2014). Além disso, o presidente norte-americano, de maneira unilateral, suspendeu o sistema monetário dos acordos firmados em Bretton Woods, cancelando a conversão direta do dólar em ouro. Esse ocorrido fez com que o dólar sofresse uma desvalorização significativa, quebrando o acordo pela primeira vez. 9 TEMA 3 – SISTEMA FINANCEIRO DE 1960 A 1980 – PRIMEIRAS INOVAÇÕES (TREASURY BILLS, FUNDOS DE RESERVA FEDERAL, CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS, COMMERCIAL PAPERS) Agora que já compreendemos a nova ordem internacional instituída com o Bretton Woods, vamos avançar adentrando na evolução do sistema financeiro a partir de 1960 e as primeiras inovações ocorridas. Assim, entre as décadas de 1960 e 1970, é possível verificar a instituição de algumas inovações financeiras, como, por exemplo, os Fundos de Reserva Federal, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e os Commercial Papers. Inicia-se assim, em vários países, “um processo de liberalização e desregulamentação do setor de serviços financeiros. Gradualmente, foram sendo eliminadas as restrições sobre operações financeiras, estabelecidas após a crise de 1929 e durante o regime de Bretton Woods” (Camargo, 2009, p. 12). Assim, Muniz (2010) afirma que o colapso desse regime levou ao fim do modelo de taxas fixas de câmbio, o que aumentou a volatilidade cambial e a instabilidade econômica, que foi agravada com as Crises do Petróleo de 1973 e 1979. As inovações citadas anteriormente foram importantes, pois permitiram que os bancos tivessem maior flexibilidade para realizar empréstimos. Antes, entretanto, é importante salientar que “toda inovação (incluindo as financeiras que serão criadas a partir dos anos [19]60) surge devido à busca da superação de alguma restrição, de alguma dificuldade” (Muniz, 2010, p. 110). Foi então que, diante do colapso do Bretton Woods e das crises do petróleo, que essas inovações financeiras surgiram. Inicia-se então, uma operação do sistema financeiro de flexibilização dos seus passivos, com o intuito de encontrar novas maneiras de captar recursos e diluir os riscos das operações. A respeito das inovações, tem-se que os Fundos de Reserva Federal (operações do interbancário) foi uma medida a “disposição dos bancos que atuaram como uma forma de captação de recursos nos anos [19]50. A possibilidade de buscar recursos entre outros bancos permitiu às instituições bancárias ampliarem sua base de empréstimos de maneira momentânea sem precisar realizar ajustes nos encaixes (ativo)” (Muniz, 2010, p. 110). 10 Ainda a respeito das inovações citadas no primeiro parágrafo desta seção, é possível afirmar que os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), surgiram nos Estados Unidos na década de 1960. Os CDBs eram títulos emitidos pelos bancos (não em mercado de capitais) e vendidos para clientes com o compromisso de serem resgatados no momento que o cliente desejasse, ou seja, é um título bancário de elevada liquidez e de curto prazo. O CDB se constituiu em um importante instrumento financeiro que forneceu extrema flexibilidade para os bancos em sua base de captação de recursos (passivo), porém incrementou também o caráter instável, pois eram títulos que poderiam ser resgatados a qualquer momento por seus possuidores, surpreendendo os bancos que estivessem em situação de baixo nível de caixa (encaixes) para honrar tais obrigações. Novamente o problema se agrava, ou seja, surge uma nova forma de captação de curto prazo destinados a atividades de ativo de longo prazo (em outras palavras, o descompasso temporal entre ativo e passivo se amplia). (Muniz, 2010, p. 111) Dentre as inovações financeiras ocorridas até o momento, cita-se também os Commercial Papers, que podem ser descritos como valores mobiliários sob a forma de renda fixa de curto prazo. O crescimento expressivo do mercado de Commercial Papers data das décadas de 1950 e 1960, quando houve nos Estados Unidos um encarecimento dos recursos bancários, sendo que, na década de 1970, os Commercial Papers chegam a atingir uma participação de 42% sobre o total de créditos diretos concedidos pelos bancos dos Estados Unidos (Constantini, 1999). Para as empresas emissoras o Commercial Paper é um substituto importante do crédito bancário convencional, sendo, em geral, utilizado como uma fonte de capital de giro para resolver necessidades de caixa de curto prazo ou mesmo como empréstimo ponte para futuras operações de longo prazo. (Constantini, 1999, p. 48) Outro fato de grande relevância a ser mencionado é que, na década de 1970, a presença do Estado foi diminuída mundialmente, pois surge o neoliberalismo. Com o processo de globalização e a crise do capitalismo na década de 1970, o neoliberalismo ganhou força, tomando o lugar da teoria keynesiana nas economias capitalistas. O principal protagonista da teoria neoliberal é Hayek. A teoria neoliberal, assim como o liberalismo, prega menos participação do Estado e mais mercado (Hofling, 2001). Paulani (1999) afirma que o neoliberalismo se apresenta fundamentalmente como uma receita de política econômica, em que, abertura comercial, Estado mínimo e desregulamentação são os principais ingredientes. Assim, a partir de 1970, o Estado surge como vilão e o mercado como panaceia, e todos os males do 11 Estado do Bem-Estar Social podem ser resolvidos, segundo os neoliberalistas, por abertura econômica, diminuição do Estado e contração dos gastos do mesmo. Além disso, as inovações financeiras implementadas ao longo da década de [19]70 tiveram um caráter essencialmente defensivo, com vistas a fugir das restrições dos mercados nacionais de crédito, a resolver a questão da reciclagem do enorme montante de liquidez que inunda o mercado internacional de crédito em razão do primeiro choque do petróleo, bem como de superar a crise monetária internacional do início da década. Apesar de os novos instrumentos financeiros terem buscado a diluição de riscos e uma maior flexibilidade para os intermediários financeiros e aplicadores, a direção tomada pelas inovações acaba por aumentar o potencial de instabilidade. (Corrêa, 1996, p. 58) Dentre as medidas implementadas com caráter defensivo, deve-se citar também a constituição do Euromercado que do ponto de vista financeiro, foi parte relevante do processo de internacionalização dos mercados monetários e de capitais. Segundo Lima (1985), a gestão dos dólares fora dos Estados Unidos foi feita por meio de um sistema transnacional, de modo que sua regulamentação se situava acima das autoridades monetárias nacionais. Esse tipo de transação foi algo totalmente inovador no cenário financeiro internacional. Assim, diante da utilização do dólar como moeda internacional e a expansão dos investimentos diretos internacionais efetuados pelas corporações norte-americanas,tem-se a formação de um mercado financeiro mundial, que ficou conhecido como Euromercado. Além da constituição do Euromercado, houve também o aumento da facilidade em atuar em outros países, sendo que esses dois processos permitiram que os bancos captassem recursos de bancos estrangeiros, de modo a diversificar suas carteiras de empréstimos. Para completar todo esse movimento, houve, então, a abertura de filiais de bancos norte-americanos em outros países (Muniz, 2010). Esse movimento de internacionalização e a criação de instrumentos financeiros dificulta a atuação dos Bancos Centrais em regulamentar e fiscalizar a oferta de moeda. Essas novas práticas financeiras surgidas nos EUA se expandiram para diversos outros países. Em fins dos anos [19]70 e início dos anos 80, contudo, novos acontecimentos e novas crises estouraram. O aumento do preço do petróleo em 1979 e a elevação das taxas de juros norte-americanas em 1981 fizeram com que os países centrais entrassem em recessão e os países devedores, principalmente os da América Latina, sofressem dificuldades de efetuar seus pagamentos junto aos credores. Assim, o início dos anos [19]80 é caracterizado por uma grande incerteza e por uma grande redução do crédito voluntário. Todo esse processo faz com que pequenos bancos abandonassem o 12 mercado enquanto os grandes bancos acabam enfrentando diversos problemas. (Muniz, 2010, p. 113) Assim, é possível afirmar que o início da década de 1980 foi marcada pela expansão de inovações financeiras, como, por exemplo, o processo de securitização e derivativos que serão abordadas no próximo tópico. TEMA 4 – INOVAÇÕES FINANCEIRAS DÉCADA DE 1980 – PÓS-CRISE DO PETRÓLEO (HEDGING FINANCE, SECURITIZAÇÃO, UNDERWRITING, DERIVATIVOS) Após o estudo das primeiras inovações financeiras, podemos dar um passo mais adiante, e conhecer um pouco das inovações financeiras ocorridas durante a década de 1980, ou seja, após a Crise do Petróleo. Assim, é possível afirmar que, diante do surgimento de novos instrumentos financeiros na década de 1980, tem-se a criação de inovações para promover o hedging finance. O hedging finance nada mais é do que um instrumento criado para proteger as operações financeiras contra o risco de grandes variações de preço de um determinado ativo. Para isso, fixa o preço de um ativo por um período determinado. Assim, a ideia do hedging finance é permitir que haja a busca e captação de recursos, porém, com diminuição dos riscos e aumento da segurança. A criação desse instrumento foi de grande relevância devido às turbulências e crises que ocorriam mundialmente à época (Muniz, 2010). Deve- se destacar que esse instrumento foi relevante também porque, após a Segunda Guerra Mundial, surgiram inovações tecnológicas que foram se intensificando e modificando a dinâmica internacional, como o avanço da internet e das redes de comunicação. Além destes aspectos mencionados anteriormente, destaca-se também no período uma maior pressão das autoridades reguladoras para que as instituições bancárias elevassem seus coeficientes de capital próprio. Este fato atuou como um incentivo para a prática de operações não registradas em balanço tais como as operações de securitização e de derivativos, operações estas que permitiram aos bancos captarem recursos sem, no entanto, registrar em seus balanços, camuflando os riscos envolvidos nas operações. (Muniz, 2010, p. 114) Dentre as inovações surgidas, cita-se a securitização, que, segundo Cançado e Garcia (2007), pode ser definida como a monetização de títulos de créditos. Assim, a securitização é uma operação financeira, por meio da qual se 13 mobilizam ativos, presentes ou futuros, servindo como suporte para a emissão de títulos ou valores mobiliários. Uma curiosidade é que o mercado de securitização surgiu ainda nos anos 1970 com a venda de empréstimos hipotecários reunidos garantidos pelo governo. Entretanto, foi em 1985 que se estabeleceu, nos Estados Unidos, o mercado de securitização de longo prazo. Assim, é possível afirmar que, existe uma ligação estreita entre a história da securitização e o surgimento e desenvolvimento do mercado de ações. Além da securitização, é possível citar os derivativos, que de acordo com a BM&F (2007) são instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro. Existem no total, quatro tipos de mercados derivativos: o mercado a termo, o mercado futuro, o mercado de opções e o mercado de Swap. O mercado a termo caracteriza-se pela fixação do preço, ainda na data da realização o negócio, para liquidação em data futura, sendo liquidados integralmente no vencimento. Já o mercado futuro é considerado uma evolução do mercado a termo, uma vez que “os compromissos são ajustados financeiramente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos)” (BM&F, 2007, p. 8). No mercado de opções adquire-se o direito de comprar ou vender um bem por um preço fixo numa data futura, sendo que quem adquirir esse direito, deve pagar um prêmio ao vendedor. Por fim, no mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (BM&F, 2007). O processo de securitização e os instrumentos derivativos, segundo Corrêa (S.d.), acarretaram em um processo em que os bancos internacionais passaram a ter um novo padrão de atuação, baseado não somente na tradicional atividade de intermediação de recursos, mas também a prestar serviços financeiros. Visando mudar sua forma de financiamento, as instituições bancárias passaram a desenvolver instrumentos capazes de transformar e transferir os riscos das transações. Assim, passou-se a ser mais difícil, dados estes aspectos, de diferenciar as instituições bancárias das não bancárias. (Muniz, 2010, p. 115) A década de 1980 também foi palco para o surgimento dos investidores institucionais, dando uma nova dinâmica aos mercados financeiros a partir desse período. Exemplos de investidores institucionais, de acordo com Muniz (2010), são: fundos de pensão, fundos de investimentos e os fundos desenvolvidos pelas companhias seguradoras. Resumidamente, podemos concluir que esses investidores institucionais surgiram com o intuito de receberem retornos 14 elevados para seus investimentos, correndo, assim, maiores riscos. Assim, é possível afirmar que: Todas estas inovações permitiram que todo tipo de agente tivesse a possibilidade de captar recursos, inclusive aqueles com condições precárias de pagamento ou de se auto financiar (como é o caso dos pequenos bancos). Desta forma, as inovações financeiras, especialmente aquelas que surgiram após da década de [19]80 tem a característica de tornarem o sistema muito mais instável. (Muniz, 2010, p. 116) Devido às crises e à consequente instabilidade mundial, inclusive no mercado financeiro, surgiu ou se consolidaram, na década de 1980, inovações que foram a base para tornar o sistema financeiro internacional mais instável, mas, ao mesmo tempo, aumentou os empréstimos via ampliação de recursos captados a partir de novos produtos e serviços financeiros que foram criados. TEMA 5 – DESREGULAMENTAÇÃO MERCADO FINANCEIRO ATÉ FIM DA DÉCADA DE 1990 – ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO, GLOBALIZAÇÃO, LIBERALIZAÇÃO E FLUXO DE CAPITAIS Com todas as inovações surgidas e aperfeiçoadas no sistema financeiro que foram estudadas até então, promoveu-se, a partir da década de 1980, a liberalização financeira nos Estados Unidos. Essa liberalização deve ser relacionada com as políticas macroeconômicas que foram adotadas nessa economia como resposta às crises e à instabilidade financeira. Essa liberalização financeira ocorrida nos Estados Unidos se espalhou pelo restante do mundo de forma impositiva. Isso ocorreu, então, a partir do Acordo de Bretton Woods,quando o dólar assumiu a hegemonia do sistema monetário internacional (Arienti; Inácio, 2010). O desenho do atual sistema financeiro internacional, ancorado na desregulamentação, no processo de securitização das dívidas públicas e privadas, nos derivativos financeiros, e na expansão dos investidores institucionais (fundos de pensão, fundos mútuos, companhias de seguro), portanto, foi sendo delineado a partir das respostas dadas pelo sistema financeiro norte-americano à instabilidade financeira e econômica da década de 1970, alavancando o processo de globalização financeira. (Arienti; Inácio, 2010, p. 6) Essa globalização financeira foi resultado da progressiva liberalização financeira, no plano doméstico dos Estados Unidos, e da crescente mobilidade de capitais, no plano internacional. Deve-se considerar, então, que o atual arranjo internacional, baseado na desregulamentação financeira, no processo de 15 securitização das dívidas públicas e privadas, nos derivativos financeiros e na expansão dos investidores institucionais, foi delineado a partir das respostas do setor financeiro dos Estados Unidos à instabilidade financeira e econômica da década de 1970 (Arienti; Inácio, 2010). Todo esse movimento de liberalização e desregulamentação foi desenhado ao longo do tempo, e impactou diretamente na crise do subprime4, ocorrida em 2007-2008 nos Estados Unidos. Ao longo da década de 1990, o Sistema de Reserva Federal (FED) manteve a taxa básica de juros baixa para reverter o cenário ocorrido nos anos de 1980, que se caracterizava pela elevada taxa de juros, o que resultava em uma baixa inflação, provocando recessão na economia americana (Inácio, 2009). Desta maneira os ganhos em aplicações tradicionais reguladas pela taxa básica de juros dos bancos e financeiras dos Estados Unidos se mantiveram também bastante baixos. A associação entre política monetária expansiva, as transformações ocorridas no sistema financeiro (maior concorrência entre as instituições bancárias, maior liberdade para os agentes e para as instituições financeiras, estes poderiam escolher onde e como operar) e o aumento da oferta de diversos produtos financeiros, que tinham como característica a redução do risco e a possibilidade de especulação, marcaram o desenho do Sistema Financeiro dos Estados Unidos anos [19]90. (Inácio, 2009, p. 56) Mundialmente, o que se percebe a partir da segunda metade dos anos de 1990 é um processo de fusões e aquisições que começou a ocorrer entre grandes instituições, segundo Camargo (2009). Foi então que se iniciou um processo de concentração bancária em vários países, o que colocou novos desafios à regulação. Ao mesmo tempo, houve um processo de internacionalização das instituições bancárias e de desnacionalização de sistemas financeiros nacionais, principalmente de países em desenvolvimento (Camargo, 2009). Esse autor acredita ainda que o processo de internacionalização das instituições financeiras acompanhou a transnacionalização das empresas do setor produtivo dos países e a expansão do comércio internacional que foi intensificada a partir da década de 1980, de modo que esses processos levaram a uma expansão da demanda por serviços financeiros. Inicialmente, as instituições financeiras ofereciam serviços para residentes estrangeiros no seu próprio país de origem. Na sequência, os bancos 4 Essa crise será estudada posteriormente. 16 passaram a estabelecer filiais em locais com maior concentração de clientes. Além desse movimento, houve também uma pressão por parte das instituições governamentais, para que os governos passassem a aceitar a presença de bancos estrangeiros em seus países. As crises de balanço de pagamentos dos países emergentes, no final dos anos [19]90, forneceram argumentos para que o FMI aumentasse a pressão sobre os governos nacionais, a fim de que estes aceitassem a presença dos bancos estrangeiros. A reestruturação e a modernização dos sistemas bancários domésticos passaram a ser vistas como necessárias, e estas passavam pela abertura de mercados aos bancos estrangeiros. (Camargo, 2009, p. 14) Diante dessa situação, grande parte dos países emergentes, da América Latina e Europa, durante a década de 1990, relaxaram, gradativamente, as limitações legais e regulatórias, permitindo que os bancos ampliassem suas atuações. A respeito dessa liberalização financeira, é preciso salientar que a pressão para que tal liberalização ocorresse e para a adesão a livre mobilidade de capitais, partiu, nos países desenvolvidos, da dinâmica concorrencial das instituições financeiras e da ação favorável dos governos. Já nos países em desenvolvimento, a pressão partiu dos organismos multilaterais como o FMI e o Banco Mundial (Freitas; Prates, 2003). Houve, assim, de maneira geral, uma concentração bancária, ligada aos avanços tecnológicos e ao processo de fusões e aquisições. Considera-se que essa concentração bancária possui algumas consequências, como aponta Camargo (2009, p. 18-19): “Primeiramente, observa-se a compressão das margens (spreads), a maior volatilidade das taxas de juros e o aumento da liberdade de atuação em novos mercados”. Deve-se salientar que, nos países em desenvolvimento, não houve a redução dos spreads, “ou porque a liberalização do setor não foi tão intensa como nos países desenvolvidos ou porque essa liberalização não foi acompanhada de medidas que incentivassem a concorrência no setor e a contestabilidade no mercado doméstico”. TROCANDO IDEIAS Agora, após estudar todos os cinco temas desta aula, vamos fazer uma atividade complementar? Estudamos até o momento sobre as condições e as inovações do sistema financeiro de modo geral. Mas e o Brasil? Qual era a situação monetária e financeira brasileira pós-implementação do Plano Real? Uma dica: é interessante pesquisar em artigos acadêmicos e também analisar 17 alguns indicadores. Após realizar a pesquisa, sintetize as principais ideias e veja como o Brasil se encontrava frente o cenário internacional. NA PRÁTICA Após o estudo desta aula, vamos realizar uma pesquisa? No Tema 2, estudamos sobre a nova ordem monetária internacional que foi estabelecida a partir de Bretton Woods. Nessa conferência, foram criadas algumas instituições como o GATT, o FMI e o BIRD. Nossa proposta é que você, a partir de uma pesquisa na internet, verifique se as instituições criadas em Bretton Woods ainda existem e qual a função que desempenham no cenário econômico e financeiro mundial. Vamos lá! Mãos à obra! FINALIZANDO No decorrer desta aula você teve a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a evolução e história do sistema financeiro. Ao estudar o Tema 1, sobre o sistema financeiro tradicional, que ocorreu antes de 1960, foi possível constatar o estabelecimento do Padrão Ouro internacionalmente. Com o Tema 2, foi possível perceber que uma nova ordem econômica internacional foi estabelecida em Bretton Woods visando a reconstrução econômica pós Segunda Guerra Mundial. A partir do Tema 3, voltamos a atenção para as inovações ocorridas após a década de 1960, e como essas inovações foram respostas às crises e às instabilidades, juntamente com as inovações tecnológicas, a desregulamentação e a liberalização do mercado financeiro na década de 1990. Você acha que nosso estudo sobre a evolução do sistema financeiro acaba por aqui? De modo algum! Esta aula foi base para que, posteriormente possamos adentrar no estudo do mercado financeiro pós anos 2000, ressaltando a crise financeira ocorrida, e a nova ordem financeira instituída após essa crise. Até mais! 18 REFERÊNCIAS ARIENTI, P. F. F.; INÁCIO, J. M. Instabilidade, desregulamentação financeira e a crise do sistema financeiro atual. Cadernos Cedec, n. 90, 2010. Disponívelem: <http://www.ineu.org.br/content/uploads/2015/03/CAD90.pdf> Acesso em: 30 ago. 2019. CAMARGO, P. O. Evolução do sistema financeiro internacional e as especificidades do Brasil. In: _____. A evolução recente do setor bancário no Brasil. São Paulo: Ed. UNESP, 2009. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/hn9cv/pdf/camargo-9788579830396-02.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019. CANÇADO, T. R.; GARCIA, F. G. Securitização no Brasil. São Paulo: Atlas, 2007. CARVALHO, F. C. Bretton Woods aos 60 Anos. Revista Novos Estudos, n. 70, 2004. Disponível em: <http://novosestudos.uol.com.br/produto/edicao-70/>. 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Acesso em: 30 ago. 2019. http://novosestudos.uol.com.br/produto/edicao-70/ 19 FREITAS, M. C. P., PRATES, D. M. Sistema financeiro e desenvolvimento: as restrições das novas regras do comitê da Basileia sobre os países periféricos. In: FERRAZ, J. C.; CROCCO, M.; ELIAS, L. A. Liberalização econômica e desenvolvimento: modelos, políticas e restrições. São Paulo: Futura, 2003. HOFLING, E. M. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, ano XXI, n. 55, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5539. pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019. INÁCIO, J. M. Instabilidade, desregulamentação financeira e a crise do sistema financeiro atual: uma análise a partir de Minsky. Florianópolis, 2009. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Economia291566>. Acesso em: 30 ago. 2019. KRUGMAN, P.; OBSTEFELD, M. Economia internacional. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. LIMA, M. L. L. M. O euromercado e a expansão do capital financeiro internacional. 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