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SISTEMA FINANCEIRO DIGITAL AULA 3 Profª Pollyanna Rodrigues Gondin 2 CONVERSA INICIAL Prezado(a) estudante: após o estudo do sistema financeiro internacional até o fim da década de 1990, nos debruçaremos agora sobre o sistema financeiro e a sua evolução após a década de 2000. Desse modo, nesta aula você aprenderá sobre a globalização e seus efeitos no mercado financeiro mundial, mostrando a interdependência entre as decisões tanto a nível econômico, financeiro e/ou político das diversas economias. Além disso, na sequência, você conhecerá sobre a Crise de 2008, suas motivações e principais desdobramentos. Perceberá que, apesar de ela ter ocorrido em 2008, tem suas principais motivações ainda na década de 1990. Além da Crise de 2008, outros temas também serão abordados. Dentre eles, adentraremos nas temáticas de blockchain, fintechs e criptomoedas. Será possível perceber que a Crise de 2008 levou à emergência e emancipação dessas inovações que possuem aplicações financeiras. Por fim, você perceberá que, após a Crise de 2008, foi estabelecida uma nova ordem econômica e financeira mundial, baseada na descentralização e na revolução financeira. Assim, diante dessa nova ordem econômica mundial, qual o papel dos bancos comerciais tradicionais? Como adaptá-los a um ecossistema em que o digital ganha proporções maiores? Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Saiba mais Inicialmente, para melhor compreender a Crise de 2008, também chamada de Crise do Subprime, indicamos a leitura do artigo de Schifferes (2008), disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/200 8/01/080122_economiacriseslicoes_ba.shtml>. Ao estudar o sistema financeiro, chegamos a um ponto em que vamos nos aprofundar um pouco mais na Crise de 2008 e em seus reflexos na atual conjuntura econômica e financeira mundial. Você deve estar se questionando, nesse momento: qual a importância e por que estudar essa crise? Bem, ao longo desta aula, você irá perceber que foi a partir da Crise de 2008 que surgem ou ao menos se desenvolvem e ganham destaque grandes inovações financeiras como as criptomoedas, as fintechs e o blockchain. Ah, mas 3 o blockchain possui várias aplicações para além do campo financeiro, não é verdade? Sim, seu campo de aplicação é vasto! Entretanto, ao longo dos nossos estudos, vamos nos debruçar sobre seus impactos no redesenho do sistema financeiro mundial. Assim, convido você, a partir deste momento, a voltar sua atenção para a Crise de 2008 e seus grandes efeitos no cenário financeiro mundial. TEMA 1 – MERCADO FINANCEIRO PÓS-2000 Até o momento, estudamos o mercado financeiro até o final da década de 1990. Mas, e após esse período? Quais eram as características desse mercado? Você já se perguntou sobre isso? Bom, vamos lá analisar alguns aspectos do mercado financeiro pós-2000! Inicialmente, é relevante mencionar que uma das características importantes da sociedade contemporânea é a inserção das tecnologias da informação no âmbito econômico, social e político. Assim, pode-se afirmar que a Revolução da Informação, ocorrida após a Segunda Guerra Mundial, e a crescente globalização e expansão da utilização da internet contribuíram de modo significativo para que houvesse um maior dinamismo e rapidez na operação do mercado financeiro. Por um lado, esse maior dinamismo é importante e interessante, pois contribui para o surgimento de novos mecanismos de operação. Por outro lado, facilita a rápida expansão de crises, como será visto de modo mais aprofundado no Tema 2 desta aula. Nessa mesma linha de raciocínio, Pasti e Silva (2013) afirmam que, atualmente, nota-se uma presença cada vez maior das finanças no centro da sociedade contemporânea. Desse modo, é possível afirmar que o dinheiro se tornou “elemento que imprime velocidade aos outros elementos da história” (Santos, 1999, p. 10). A esse respeito, é possível constatar que a maioria das atividades econômicas, ou quem sabe todas, são realizadas por intermédio de algum instrumento financeiro, sendo que, tanto as aplicações financeiras, quanto os fluxos de capital têm destaque sobre os fluxos de dinheiro para o investimento produtivo e sobre os fluxos de mercadorias. Após a década de 1990, com a disseminação das tecnologias da informação, há uma mundialização das finanças e uma importância crescente da informação financeira (Pasti; Silva, 2013). A habilidade de competir mundialmente é fator primordial para os países, de modo que a financeirização 4 segue essa mesma regra, pois depende do fluxo intenso de capitais entre os países, o que é conhecido como globalização financeira. A esse respeito, Herbst e Duarte (2013, p. 22-23) afirmam que A desregulação dos mercados financeiros, a internacionalização do setor bancário e das decisões econômicas, a transnacionalização dos capitais, e a dissociação entre economia real e economia financeira, são fenômenos próprios desta nova face da globalização. O que vemos é uma globalização da especulação financeira, onde o capital não tem pátria, nem limites para a sua acumulação. Desse modo, é possível considerar que cada país funciona como um subsistema de um sistema global; e, assim, qualquer regulação financeira só será efetiva se for aceita por esse sistema global. Os países possuem então uma autonomia relativa, pois têm suas próprias leis e diretrizes internas, mas, ao mesmo tempo, são condicionadas e devem ser aceitas pelo sistema global. Assim, “[...] isso significa que qualquer lei criada por uma nação, se for contrária ao raciocínio prevalecente no restante do mundo, pode segregar esta nação do campo competitivo. Está implícita na globalização a exigência de uma harmonização legislativa” (Herbst; Duarte, 2013, p. 23). De modo geral, é possível considerar que a lógica geral financeira remete ao alcance da lucratividade, em que as grandes corporações industriais e as organizações financeiras manobram os ativos financeiros e as moedas, juntamente, com seus ativos visando à valorização e à obtenção de lucratividade. Assim, a lógica mundial é relevante, tornando as taxas de câmbio, as taxas de juros e os índices de valorização das ações parâmetros da rentabilidade financeira global. TEMA 2 – CRISE FINANCEIRA DE 2008 Agora que já contextualizamos a década de 2000 como uma década de profunda globalização do mercado financeiro, podemos adentrar na Crise de 2008. Você deve estar se perguntando: mas por que iremos falar da Crise de 2008 em uma disciplina de sistema financeiro? A resposta é simples! É a partir de períodos de crise e turbulência que ocorrem inovações, sejam elas em âmbito social, sejam em âmbito financeiro. Assim sendo, a Crise de 2008 foi palco relevante para a emergência do sistema financeiro mundial tal como se configura atualmente. 5 Antes de se adentrar na Crise de 2008 propriamente dita, deve-se mencionar que, desde 1929, não se experimentava uma crise tão severa, de proporções mundiais. Saiba mais Você sabe o que foi a Crise de 1929? Para isso, é importante relembrar o cenário da economia norte-americana na década de 1920. Os EUA, após a Primeira Guerra Mundial, estavam em pleno desenvolvimento, crescendo continuamente, até o ano de 1929. As indústrias do país produziam e exportavam em grande escala. Essa exportação era voltada, principalmente, para atender aos países europeus, que, após o fim da Primeira Guerra, estavam reconstruindo suas cidades e indústrias. Assim, é possível afirmar que, durante a década de 1920, o consumo aumentou e as ações estavam valorizadas devido à euforia econômica. Os americanos, diante desse cenário próspero, adquiriram várias ações de empresas. Porém, no fim da década de 1920, o cenário reverteu. Diante da perspectiva de crise, “os acionistas fizeram o possível para vender suas ações, o que provocouum acelerado declínio, levando a queda nos investimentos, na produção e no emprego”. A Quinta-Feira Negra (24 de outubro de 1929) foi o ápice de vários problemas que vinham ocorrendo desde o início do ano de 1929, levando os Estados Unidos e a economia mundial a um processo de recessão. O impacto dessa quebra foi muito expressivo, pois, em 1929, a economia norte-americana representava 45% da produção industrial mundial (Martins; Krilow, 2015). A crise financeira americana foi gerada pelo estouro de uma grande bolha imobiliária, em 2008. Essa crise teve início nos Estados Unidos após o estouro da bolha especulativa do mercado imobiliário. Essa bolha foi alimentada pela expansão do crédito bancário e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros, facilitando sua expansão mundial (Oreiro, 2011). De acordo com Oreiro (2011), o evento que deflagrou a crise foi a falência do banco de investimento Lehman Brothers, após a recusa do Federal Reserve (FED), Banco Central americano, em socorrer a instituição. Essa atitude do Fed teve um impacto tremendo sobre o estado de confiança dos mercados financeiros, rompendo a convenção dominante de que a autoridade monetária norte-americana iria socorrer todas as instituições financeiras afetadas pelo estouro da bolha especulativa no mercado imobiliário. O rompimento dessa convenção produziu pânico entre as instituições financeiras, o que resultou num 6 aumento significativo da sua preferência pela liquidez, principalmente no caso dos bancos comerciais. (Oreiro, 2011) Entretanto, a Crise de 2008 não pode ser considerada apenas resultado da desregulação financeira e de uma política monetária frouxa. Sua origem está calcada no padrão de desenvolvimento adotado pelos Estados Unidos e pela Europa a partir do final da década de 1970. Entre 1950 e 1973, as economias desenvolvidas viveram uma época conhecida como de ouro, segundo Oreiro (2011), em que havia estabilidade macroeconômica, crescimento econômico e baixo desemprego. Assim, havia no período um crescimento real dos salários, que permitia a expansão do consumo e, por conseguinte, induzia as empresas a ampliarem a sua capacidade produtiva. Entretanto, com o colapso do sistema de Bretton Woods e os choques do petróleo que ocorreram na década de 1970, há uma mudança no ambiente econômico que leva ao ressurgimento das políticas liberais. Assim, há desregulação dos mercados financeiros, abolição do controle de capitais e redução dos impostos, principalmente para a classe mais rica da sociedade, resultando em concentração de renda e baixo crescimento dos salários reais (Oreiro, 2011). Como consequência, viu-se a queda dos gastos com consumo, com um aumento do endividamento das famílias. Diante desse cenário, o aumento da oferta de crédito bancário viabilizou o crescimento do endividamento das famílias norte-americanas. Assim, deve-se ter em mente a intensificação de duas políticas governamentais, voltadas para o setor imobiliário para aumentar o número de proprietários de imóveis. Primeiro, a atuação das empresas Fannie e Freddie; e, segundo, a ação afirmativa para empréstimos. Essas duas políticas, em conjunto, favoreceram a aquisição de imóveis, ajudando a explicar o processo de bolha imobiliária. Porém, além dessas duas políticas, deve-se levar em consideração a especulação no mercado imobiliário, a atuação das agências de classificação de risco e, principalmente, a atuação do Banco Central americano, no estímulo à subida dos preços dos imóveis. A partir de 2004, o FED passa a diminuir a injeção de dinheiro e com isso os juros sobem. Cai a demanda e aumenta a oferta de imóveis, o que leva à queda dos seus preços, em 2006, e as pessoas param de pagar suas hipotecas. Bresser Pereira (2009, p. 133) afirma que a Crise de 2008 é uma “[...] profunda crise de confiança decorrente de uma cadeia de empréstimos 7 originalmente imobiliários baseados em devedores insolventes”. O autor ainda afirma que ela é uma crise bancária e não de balanço de pagamentos; porém, os déficits, em conta corrente, da economia norte-americana, somados com os déficits públicos, favoreceram todo o processo. Além disso, Bresser Pereira (2009) afirma que esse tipo de crise pode ocorrer devido à desregulamentação dos sistemas financeiros nacionais, a partir de 1970, com a onda ideológica neoliberal. Diante da crise, o presidente dos EUA lançou um pacote de incentivos fiscais de US$ 150 bilhões, que, porém, não foi suficiente para conter os efeitos da crise e, assim, os Estados Unidos lançaram um novo pacote da ordem de US$ 850 bilhões. Este pacote destinou-se à compra de papéis “podres” das mãos das instituições financeiras privadas (Pires, 2013). É possível concluir que A crise de 2008 tornou explícita e urgente a necessidade de se criar uma regulação para prevenir crises, ao invés de apenas remediá-las. Como vimos anteriormente, entre as causas imediatas da crise podemos citar o uso indiscriminado da alavancagem, a má avaliação dos créditos, as inovações financeiras pouco compreendidas e a política de encorajamento da tomada de riscos. Entretanto, com uma análise detida concluímos que todas estas causas – ou a maioria delas – tiveram início com a desregulação do sistema financeiro. A esperança que temos é a de que a crise de 2008 represente uma virada na história do capitalismo, pois, assim como na crise de 1929, há lições que devem ser aprendidas e comportamentos que devem ser corrigidos, estabelecendo um novo modus operandi para a economia financeira globalizada. (Herbst; Duarte, 2013, p. 25) Saiba mais Para entender um pouco mais a Crise de 2008, leia o texto “A crise em perspectiva: 1929 e 2008”, de Frederico Mazzucchelli (2008). Nele, o autor retrata tanto a Crise de 1929 quanto a de 2008. Indicamos também que você assista ao documentário de Michael Moore: Capitalismo, uma história de amor (2009), para mais informações sobre a Crise de 2008. TEMA 3 – A NOVA ORDEM FINANCEIRA PÓS-CRISE DE 2008 Agora que já estudamos a Crise de 2008 e sua relevância em termos mundiais, podemos nos debruçar sobre suas consequências para o sistema financeiro global. Trataremos então, neste tema, sobre essas consequências, inclusive sobre seus impactos no mercado financeiro brasileiro. 8 Inicialmente, é preciso analisar como a economia estadunidense reagiu à Crise de 2008. A esse respeito, tem-se que o Banco Central norte-americano, visando reverter a crise de liquidez, utilizou alguns instrumentos monetários, desde agosto de 2007. Dentre esses instrumentos, é possível citar: o fornecimento de crédito para os agentes financeiros e a redução significativa das taxas de juros (Carcanholo et al., 2008). Na mesma linha de raciocínio, Castro (2018) reforça a atuação do FED aumentando a quantidade de dinheiro em circulação, ou seja, a base monetária, sendo que, antes da Crise de 2008, os EUA tinham cerca de US$ 800 bilhões em circulação e, no fim de 2013, US$ eram 3,5 trilhões. Além disso, em 2008 foi lançado um plano econômico baseado na redução temporária dos impostos com a finalidade de aumentar a renda disponível às famílias e empresas. Com esse plano econômico, a meta era aumentar os gastos em consumo e investimento, sustentando a demanda agregada e o consequente crescimento econômico que dela adviria (Cechin; Montoya, 2017). Diante do decreto de falência do Lehman Brothers e do agravamento da Crise de 2008, houve grandes modificações no sistema financeiro dos Estados Unidos. A esse respeito, Cechin e Montoya (2017, p. 164) afirmam que O Bank of America, por cerca de 50 bilhões de dólares, adquiriu o banco de investimento Merril Lynch, como apresentam Borça Júnior e Torres Filho (2008). A JPMorgan, com ajuda financeira dos órgãos federais, assumiu o controle do seu concorrente Washington Mutual. O FED também aprovou a transformaçãodos bancos de investimento Morgan Stanley e Goldman Sachs em holdings banks, o que permitiu ao FED dar aporte financeiro através de injeções de liquidez. Com o agravamento da crise de 2008, o Tesouro americano organizou um pacote de incentivos de US$ 700 bilhões, para a compra dos ativos imobiliários que não possuíam liquidez, ação que ficou conhecida como “ativos podres” dos bancos. Diante dos desdobramentos e da magnitude da Crise de 2008, gerou-se desconfiança em relação a saúde financeira dos bancos, o que repercutiu no aumento da tomada de recursos de curto prazo no mercado interbancário. E diante desse cenário, quais foram no sistema financeiro mundial? A esse respeito, Cechin e Montoya (2017, p. 165) afirmam que a Crise de 2008 “[...] atingiu todos os mercados, do monetário ao de crédito, das bolsas de valores e de mercadorias às operações com opções de compra, de contratos futuros e de swaps, envolvendo, até mesmo, instituições não financeiras, como é o fato das companhias seguradoras e construtoras”. 9 Faria (2009) afirma que esses mercados interromperam seu processo de expansão e acumularam ativos em situação duvidosa ao aumentar as operações especulativas de curto prazo. Já os governos das economias desenvolvidas, diante desse cenário de catástrofe, ampliaram os investimentos e seus Bancos Centrais reduziram os seus juros básicos para reaquecer a atividade econômica (Castro, 2018). Pensando mais especificamente nas consequências da Crise de 2008 na economia brasileira, de acordo com Castro, Rosa e Marques (2013, p. 3) houve, claro, repercussão em nossa economia, de modo que O efeito contágio da crise econômica mundial atingiu o Brasil em setembro de 2008 quando o mercado de crédito vivenciava a fase ascendente de um ciclo de crédito extremamente favorável e longo, sob a liderança de bancos privados. Isso foi proporcionado pela progressiva melhora do ambiente macroeconômico, o qual induziu os bancos à redefinição de suas estratégias operacionais com prioridade para a expansão do crédito às pessoas. Apesar de terem ocorrido impactos dessa crise na economia brasileira, é necessário mencionar que eles não foram tão significativos como em outras economias. Deve-se mencionar que a crise ocorreu em um momento em que a economia brasileira crescia. Além disso, o governo brasileiro, à época, utilizou- se de instrumentos de incentivo/aquecimento da economia. Assim, o país apresentou alguns problemas em 2009, mas com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2010, sendo considerado o primeiro país a sair da crise (Castro, 2018). A esse respeito, o Gráfico 1 representa a variação real trimestral do PIB brasileiro, entre os anos de 1996 a 2018. Gráfico 1 – PIB – preços básicos – var. real trim. – (%) Fonte: Adaptado de Ipea, 2019. 10 Nesse mesmo sentido, nota-se que a postura adotada pelo governo brasileiro foi de fundamental relevância, sendo que o nosso Banco Central empreendeu algumas medidas específicas para enfrentar a crise, tais como: a) alteração dos recolhimentos compulsórios: utilizado como instrumentos de política monetária, a diminuição dos depósitos compulsórios objetivou contribuir para o aumento da oferta de crédito e a redução do spread bancário; b) aplicações diretas e indiretas dos recolhimentos compulsórios em créditos: foi autorizada a utilização de até 40% dos recolhimentos compulsórios sobre recursos a prazo para aquisição interbancária de operações de crédito, dentre outras medidas, objetivando a manutenção da liquidez e do crédito concedido pelas pequenas e médias instituições; c) operações especiais do Banco Central para resguardar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e das operações internacionais do país: autorização para o Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio da Medida Provisória (MP) nº 442, de 6/10/2008, estabelecer critérios de avaliação de ativos recebidos pelo Banco Central do Brasil (BCB) em operações de redesconto em moeda nacional ou em garantia de empréstimos em moeda estrangeira. O objetivo era regularizar a liquidez e compensar a escassez de linhas de crédito internacional causada pela crise. (Castro; Rosa; Marques, 2013, p. 3-4) Saiba mais Indicamos o documentário Trabalho interno (2010), conduzido por Charles Ferguson. Esse documentário inicia mostrando como a indústria financeira nos EUA foi regulada entre 1940 e 1980. Na sequência, aborda o período compreendido entre 2001 e 2007, em que ocorre o boom imobiliário e, por fim, relembra a explosão da Crise de 2008 propriamente dita e seus desdobramentos. TEMA 4 – A DESCENTRALIZAÇÃO E A REVOLUÇÃO FINANCEIRA DIANTE DAS INOVAÇÕES: FINTECH, BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDA – UM NOVO PARADIGMA? Vimos, anteriormente, as consequências da Crise de 2008 em termos mundiais. Nesse momento, podemos, então, voltar nossa atenção à revolução financeira ocorrida com as inovações que surgiram ou foram alavancadas após aquela crise. Para isso, é importante mencionar, como já dito anteriormente, que a Revolução da Informação, ocorrida após a Segunda Guerra Mundial, permitiu o início do desenvolvimento digital, que contribuiu para o desenvolvimento de inovações pós-Crise de 2008. A esse respeito, toda a tecnologia disponível, juntamente com o desenvolvimento e a disseminação da internet, criou um ambiente facilitador de 11 inovações como aplicativos (apps), startups e desenvolvimento de inteligência artificial (AI). Esses avanços, além de permear toda a economia mundial, abriram espaço para grandes transformações no setor financeiro. Saiba mais Antes de prosseguirmos, uma questão: você sabe o que é uma startup? Segundo Rodriguez (2015 citado por Abreu; Campos, 2016), startup é uma empresa que foi criada com o objetivo de gerar grande impacto social ou econômico por intermédio de um processo inovador intenso. Desse modo, é possível verificar que, para ser considerada uma startup, uma empresa recém- fundada deve ter foco em inovação. É acerca dessas transformações que iremos debruçar nossa atenção. Mas, antes disso, é necessário destacar que nos atentaremos a três principais inovações: fintechs, blockchain e criptomoedas. A escolha se justifica, pois a dispersão tecnológica no setor financeiro é imensa; além do que, essas três inovações estão corroborando de modo significativo com a descentralização do setor financeiro. Vamos, então, iniciar nossa análise tratando sobre as fintechs, depois passaremos para o blockchain e por último para as criptomoedas. As fintechs ou financial technology, são, segundo Vidal (2018), as novas startups do ramo financeiro, sendo que sua concepção está ligada a dois conceitos básicos: inovação e disrupção. Entretanto, deve-se ressaltar que, apesar de elas terem se popularizado após a eclosão da Crise de 2008, a literatura afirma que o termo fintech teve sua primeira aparição no ano de 1972 (Katori, 2017). Mas, apesar disso, o seu significado era ligeiramente diferente do que é apresentado atualmente. Katori (2017, p. 13-14), a respeito do surgimento do termo fintech, afirma que Inicialmente, Bettinger (1972, apud Schueffel 2016) utiliza Fintech como um acrônimo que deve ser compreendido como a combinação da expertise bancária com modernas técnicas de gestão aliadas com a utilização de computadores. [...] Em decorrência da implementação da tecnologia no setor, as instituições obtiveram altos ganhos de eficiência e de retorno, o que proporcionou o incentivo necessário para que a tecnologia continuasse a se desenvolver nessas instituições. Num primeiro momento, essa tecnologia visava a modernização do backoffice, como uma ferramenta de apoio. Porém, aos poucos, mais ferramentas eram desenvolvidas e aperfeiçoadas, permitindo a sua difusão para além do backoffice. Apesar de ser importante mencionar sua conotação inicial, não nos atentaremos, em nossos estudos,ao termo fintech tal e qual foi cunhado em 12 1972. Até porque, como mencionado, o termo fintech utilizado atualmente foi modificado em sua acepção, mas ao mesmo tempo mantém alguns elementos fundamentais da sua concepção original. Tem-se, então, que, diante da Crise de 2008, novas instituições surgiram no setor financeiro e passaram a ser reconhecidas como fintechs. Segundo Katori (2017), as fintechs, hoje, possuem como desafio o desenvolvimento de soluções para suprir as necessidades de clientes que se sentem insatisfeitos com as instituições financeiras tradicionais. Assim, pode-se afirmar que a atuação das fintechs contribuiu para promover uma grande mudança na relação entre as instituições financeiras e os seus clientes. Isso ocorre pois as fintechs permitem acesso rápido a seus sistemas, por meio de celular, com realização de pagamentos e movimentos instantâneos, menor burocracia para concessão de empréstimos, acesso facilitado à informação e maior segurança. “É uma nova geração de tecnologia e empreendedorismo que se instalou nas brechas não preenchidas pelas antigas e conservadoras instituições financeiras” (Vidal, 2018, p. 6). Assim, as fintechs promovem serviços financeiros por meio da utilização da tecnologia. Desde 2008 estas empresas ganham uma fatia promissora do mercado financeiro que antes era dividida apenas entre as grandes corporações financeiras, como os bancos e corretoras. De uma forma mais eficiente do que os sistemas convencionais essas novas empresas despertam a atenção de uma camada de investidores novos. Nos últimos nove anos o setor se tornou a nova revolução tecnológica e foi uma das indústrias mais crescentes no mundo das finanças e tecnologia. Com a promessa de acesso fácil e rápido por meio do celular, pagamentos instantâneos, liberação de empréstimos com menos burocracia, maior acesso a informação, taxas mais acessíveis e maior segurança, as fintechs estão moldando um novo mercado financeiro. (Vidal, 2018, p. 6) Após estudar um pouco as fintechs e descobrir que elas são startups do setor financeiro que utilizam da nova tecnologia para aprimorar as atividades financeiras, podemos avançar e voltar nossa atenção para o blockchain. Mas, o que seria o blockchain? Você tem alguma noção? Blockchain nada mais é do que um sistema de registro cronológico ou livro-registro em que, após a criação da primeira entrada, todas as próximas transações ficam registradas. Além disso, segundo Katori (2017), todas as suas operações precisam ser validadas antes de serem registradas, de modo que se cria um vínculo com a transação anterior. 13 Porém, as operações precisam ser validadas antes de serem registradas, criando um elo com a transação anterior. Essa validação ocorre por meio de senhas – uma pública, que sinaliza a operação, e outra privada, que valida a transferência dos recursos. Esse método fornece um nível de informações bastante similar ao do mercado de ações, onde o horário e o montante transacionado são públicos, mas as partes envolvidas não. (Katori, 2017, p. 18) Deve-se ter em mente também que esse sistema possui código aberto e, assim, não depende de um banco de dados central e limita o risco de ataque de hackers. Podemos resumir o funcionamento do sistema blockchain por meio da Figura 1. Figura 1 – O funcionamento do blockchain Crédito: Elenabsl/Shutterstock. Foi por meio do sistema blockchain que se possibilitou a criação do bitcoin e de outras criptomoedas, por exemplo ethereum, dash, monero e litecoin, após a Crise de 2008. Você deve ter ficado um pouco curioso e querendo saber mais sobre essas criptomoedas, mas logo, logo nos atentaremos a elas e falaremos 14 um pouco mais a respeito de cada uma. Mas, e afinal, o que você sabe a respeito das criptomoedas? Saiba mais Uma curiosidade é que a noção de moeda virtual foi idealizada nos primórdios da internet, em 1985. A primeira transação de moeda eletrônica ocorreu em 1994, pela DigiCash, uma empresa de moeda eletrônica fundada por David Chaum (Martins; Val, 2016). Quando falamos de criptomoedas, nos referimos às moedas digitais que são utilizadas para a realização de pagamentos em transações comerciais. Além de serem moedas virtuais, o que já as difere de moedas como o real ou o dólar, as criptomoedas são descentralizadas e possuem custo zero de transação. São descentralizadas pois não dependem de um Banco Central para sua regulaçãoe sim da sua própria oferta e demanda, tema esse de grande debate. Justamente por não possuírem autoridade central de regulamentação, seu custo é zero, pois elas envolvem transações não tarifadas. Assim, em 2008, Nakamoto publicou um trabalho sobre o bitcoin, elucidando seu conceito e explicando seu funcionamento e relevando seu código de programação, para atestar sua segurança (Martins; Val, 2016). TEMA 5 – BANCOS TRADICIONAIS COMO ECOSSISTEMAS DIGITAIS: COMO SE ADAPTAR? Você já se perguntou como fica a situação dos bancos tradicionais em face das inovações financeiras que surgiram após a crise de 2008? Pois bem! Existe todo um caminho de regulamentação e consolidação no mercado. Mas o fato é que as fintechs, segundo Katori (2017), apesar de ainda não terem conseguido modificar o cenário financeiro mundial, já conseguiram modificar a forma como esse setor é estruturado e como seus produtos são consumidos. Assim, é possível perceber que, apesar de gradativas, as inovações financeiras impactam diretamente e podem modificar a atuação dos bancos tradicionais. Segundo Katori (2017), como as fintechs não atingiram ainda seu auge, não há ainda uma definição precisa dos seus ramos e setores de atuação. Entretanto, existem classificações como a apresentada no Quadro 1, que elucida a divisão dos grupos de fintechs segundo a Universidade de Cambridge. 15 Quadro 1 – Divisão dos grupos de fintechs Fonte: Katori, 2017, p. 17. O surgimento das fintechs e o processo de globalização propiciaram o aumento da concorrência no meio financeiro. Assim, os bancos tradicionais precisaram acompanhar as modificações de mercado e se adaptar às transformações digitais, não apenas no atendimento ao cliente, mas utilizando as tecnologias de modo a otimizar seus processos operacionais. Entretanto, para acompanhar as modificações, é necessário que haja uma mudança na cultura organizacional daquelas instituições, de modo a elas adotarem uma postura, por exemplo, colaborativa com startups como as fintechs. Para além disso, existem questões supranacionais que envolvem essa nova configuração do sistema financeiro. Como serão feitas as regulamentações, por exemplo? A esse respeito, existe todo um debate que 16 ganha o cenário mundial e envolve diversos países e instituições. Assim, a promoção de discussões a esse respeito, incluindo o setor público, o privado e a área acadêmica, pode ser importante e auxiliar no fomento de pesquisas e soluções. TROCANDO IDEIAS Nesse momento, podemos aprofundar nosso conhecimento sobre os impactos da Crise de 2008. Tratamos, em nosso texto, sobre a Crise de 2008 e seus impactos globais. Agora, vamos voltar nossa atenção para a economia brasileira? Assim, convido à reflexão: quais foram os efeitos da Crise de 2008 no Brasil? E quais foram as medidas adotadas pela economia brasileira diante do cenário de recessão? Como fonte de inspiração, convidamos você a ler os artigos de Lima e Naves Deus (2013) e Pires (2013). NA PRÁTICA Vamos praticar? Tanto na literatura acadêmica, quanto no jargão popular, muito se falou sobre a Crise de 2008 e seus reflexos mundiais. Foi comentado, em nossa aula, que a Crise de 2008 foi uma das mais significativas desde a Crise de 1929. Vamos então fazer um paralelo entre essas duas crises? Para isso, pense nos seguintes pontos: a. Como essas crises foram desencadeadas? b. Quais suas consequênciasmundiais, em termos financeiros? c. Como foi a atuação dos diversos governos, diante de ambos os cenários de crise? Vamos lá? Mãos à obra: desenvolver o senso crítico e conseguir elaborar esses paralelos é de grande importância para a sua formação. Como fonte de inspiração, sugerimos as leituras dos textos de Mazzucchelli (2008) e Prado (2011). FINALIZANDO Após o estudo da evolução do sistema financeiro até o fim da década de 1990, voltamos nossa atenção para a sua evolução após o ano 2000. Assim, no 17 decorrer desta aula você teve a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a globalização e seus efeitos no mercado financeiro mundial, mostrando a interdependência entre as decisões do meio, tanto a nível econômico, financeiro e/ou político, das diversas economias. Ao estudar a Crise de 2008, foi possível constatar suas motivações e principais desdobramentos, de modo a perceber que ela teve seus princípios muito antes mesmo de sua eclosão. Além disso, vimos que, apesar de ter impactado negativamente diversas economias em nível global, a Crise de 2008 propiciou a emergência de algumas inovações financeiras que, atualmente, ganham destaque no cenário financeiro. Dentre essas inovações, citaram-se: as fintechs, o blockchain e as criptomoedas. Em suma, foi possível perceber e afirmar que essas inovações estão causando uma verdadeira descentralização e uma revolução financeira em que os bancos tradicionais precisam se adaptar a uma nova era de transformação digital. 18 REFERÊNCIAS ABREU, P. R. M.; CAMPOS, N. M. O panorama das aceleradoras de startups no Brasil. [S.l.]: CreateSpace Independent Publishing Plataform, 2016. Disponívelem:<https://www.researchgate.net/profile/Newton_Campos/publicatio n/309414113_O_Panorama_das_Aceleradoras_de_Startups_no_Brasil_2016/li nks/580f52a408aee15d4911e7e7/O-Panorama-das-Aceleradoras-de-Startups- no-Brasil-2016.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019. BRESSER PEREIRA, L. C. A crise financeira de 2008. Revista de Economia Política, v. 29, n. 1, p. 133-149, jan./mar. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rep/v29n1/08.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019. CAPITALISMO: uma história de amor. Direção: Michael Moore. EUA: Overture Films, 2009. 127 min. 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