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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
Ane Beatris Farias 
 
 
 
 
 
 
HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE TRINCAS DENTÁRIAS E BRUXISMO INFANTIL? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2021 
 
 
Ane Beatris Farias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE TRINCAS DENTÁRIAS E BRUXISMO INFANTIL? 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade Federal 
de Santa Catarina, como requisito para a 
obtenção do Título de Cirurgiã-Dentista. 
 
Orientadora: Profa. Dra Michele da Silva 
Bolan 
Coorientador: Me. Pablo Silveira Santos 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ane Beatris Farias 
 
 
HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE TRINCAS DENTÁRIAS E BRUXISMO INFANTIL? 
 
 
Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Cirurgiã-
dentista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia. 
 
Florianópolis, 24 de Agosto de 2021 
 
 
________________________ 
Prof. Gláucia Santos Zimmermann 
Coordenadora do Curso 
 
 
Banca Examinadora: 
 
________________________ 
Prof.(a) Michele da Silva Bolan, Dra. 
Orientadora 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
 
 
________________________ 
Prof.(a) Carla Miranda, Dra. 
Avaliadora 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
 
 
 
________________________ 
Me. Josiane Pezzini Soares 
Avaliadora 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho à minha família, em especial meus pais, minha irmã, meu marido e filho. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente, à Deus pela minha vida, pela minha saúde, pela minha 
família, pelo meu filho, por todas as pessoas que Ele tem colocado em minha vida. Por se mostrar 
sempre presente, sendo meu melhor amigo, meu alicerce. Agradecer a Ele pelos obstáculos 
necessários colocados em minha vida, mas ao mesmo tempo pelo abraço de conforto dado. Por 
ter colocado, através da minha religião e fé, anjos na minha vida, Vó Chica, Pai Tomé, Pai Antônio 
e Exu Sete encruzilhadas, que me ajudaram no momento em que eu mais precisei e que seguem 
iluminando meu caminho junto Dele. 
Agradeço meu filho, por ser minha força a cada dia que passa. Por me mostrar as coisas 
mais lindas da vida e por me mostrar que posso ser muito mais capaz do que eu imagino. Por me 
fazer ultrapassar os limites do amor, da felicidade, da força e da superação. Filho, você sempre 
será o motivo de eu acordar todos os dias e seguir vivendo com felicidade e determinação. Mesmo 
quando penso em mim, é em você que eu penso. 
Agradeço meus pais por todo apoio dado. Meu pai, sinônimo de amor, dedicação, 
carinho, simplicidade e humildade. Sempre disposto a ajudar o próximo. Me ensinou, ao longo 
da vida, a importância da conversa, das reuniões em família. Sempre querendo amenizar minhas 
preocupações e meu sofrimento. Junto com meus avós paternos, quem me mostrou a importância 
da fé e de Deus na nossa vida. Vou levar sempre comigo nossos momentos de felicidade e de 
aprendizado. Você me colocando na mesa para amarrar meu tênis e me levar para escola. Nossas 
cantorias de violão, que você me obrigava (quase) a cantar. Todas as vezes que saímos para jantar 
depois do meu médico. Nossas orações quando faltava luz. Obrigada por todos os conselhos, ainda 
não usei todos, mas acho que vou precisar de cada um. Obrigada por ter me feito passar o “último 
natal” todo ano com meus avós – mesmo eu não gostando na época - , até ser realmente o último 
natal. Hoje eu vejo como eles fazem falta, e como foi bom cada momento. Minha mãe, como 
gosto de te ver sorrindo e feliz. Teu riso é leve e solto e me faz pensar que não tenho com o que 
me preocupar. Obrigada por ter me amado e me cuidado durante todo esse tempo. Obrigada por 
ser a razão, enquanto o pai, a emoção. Obrigada por ter colocado nossas necessidades em primeiro 
lugar, sendo peça essencial da nossa família. Obrigada por vocês serem exatamente como são e 
por serem avós tão especiais para o Theo. Como mãe, eu sei que erramos querendo acertar e tudo 
que fizeram por mim, hoje, faz parte de quem eu sou e da minha história. A vocês toda a minha 
honra. 
Agradeço a minha irmã por ser minha melhor companheira. Quem sempre me mostrou 
que não importa a situação, o erro sempre vem de mim e não dos outros. Que se vitimizar não é 
solução. Amor que dá sem precisar receber. Paula, como é bom saber que vou te ter ao meu lado 
para o resto da vida. Somos o oposto uma da outra e assim somos nosso equilíbrio. Obrigada, 
junto com o Ricardo, por ter me acolhido quando me sentia só. Obrigada por não me virar as 
 
 
costas, por me fazer enxergar o que é certo e justo na vida. Obrigada por ser a pessoa que desde 
criança me fez feliz. Te amo e ainda vamos passar muitos momentos juntas. Você sempre será a 
mulher forte que quero ser. Meu cunhado, Ricardo, obrigada pelo carinho por mim e minha 
família, pelas palavras de motivação e pelas melhores conversas e ensinamentos. 
 Agradeço ao pai do meu filho por estar presente na minha vida desde os meus 15 anos, 
participando de todas minhas mudanças e evolução. Guilherme, obrigada por ter me mostrando 
um pouco do mundo com seus olhos. Obrigada por ser calmaria e sossego. Obrigada pelas 
amizades e familiares que me destes. Obrigada pela determinação em querer sempre evoluir pela 
nossa família. Que Deus sempre nos dê sabedoria para saber o que é melhor para o nosso filho. 
Agradeço aos avós paternos do meu filho, pais do Guilherme, que sempre me trataram 
com muito amor, muitas vezes como filha. Rosimeri e Marcos, obrigada por terem me 
recepcionado tão bem na família de vocês. Espero que um dia o Theo possa ter uma “segunda” 
família assim, como eu tenho, que o ame tanto. Obrigada por, nesses últimos tempos, terem me 
ajudado, junto com os meus pais, a concluir esse trabalho. Obrigada pelo carinho excepcional 
com o neto de vocês. 
Agradeço minhas amigas de infância, Palloma, Amanda, Gracieli e Emily. Junto delas 
vivi muitos momentos felizes e inesquecíveis. Mesmo longe, seguiremos juntas umas às outras. 
Obrigada por cada momento vivido e por despertarem em mim a alegria de viver nossa infância. 
Agradeço minhas amigas da faculdade, Izabel, Leticia e Silva, Letícia Zacchi, Letícia 
Scardueli, Bárbara Finardi, Bárbara Abdo e Taylana, por sempre terem me ajudado e por fazerem 
os desafios da faculdade serem mais leves. Lindo ver como “puxamos” umas às outras na 
dificuldade, para que todo mundo caminhe junto. Sentirei saudade de cada uma de vocês e vou 
leva-las sempre no meu coração. 
Agradeço meus amigos Sabrina, Peterson, Jefferson, Roberta, Ailson, Lettycia, Igor, 
Manoela, por todos os momentos leves de lazer e brincadeiras. Pelos passeios, praias, danças, 
cada risada. Vocês, que muitas vezes, trouxeram equilíbrio a minha vida, amenizando meus 
momentos de tensão e preocupação. É uma amizada de londa data, e assim continuará. 
Obrigada à equipe de onde trabalho, Hellen, Maria Eduarda, Juliana, Beatriz e Laura e 
obrigada à equipe da Unidade básica de saúde do Novo Continente, Sabrina, Fraciele, Carlos e 
minha dupla, Guilherme. Eles que me receberam com o maior amor do mundo nesses últimos 
tempos e foram essenciais para que eu seguisse com leveza. 
Obrigada à minha orientadora Michele, por toda dedicação a esse trabalho. Obrigada 
pela paciência em cada correção e em cada ensinamento. Obrigada por compreender meus limites 
e dificuldades. Obrigada por ter me servido de inspiração quando pensei em desistir. Temos que 
ter pessoas em nossas vidas que nos leve cada vez mais para cima, e a professora é uma pessoadessa para mim, me fazendo superar desafios e obstáculos. Obrigada pela exigência, mas também 
pelas palavras de conforto que me mostraram que eu estava no caminho certo. Espero um dia 
 
 
poder ser metade da profissional que você é, e que consiga demonstrar com amor o que eu faço, 
assim como a senhora. 
 Obrigada ao Pablo, que além de coorientador, foi meu amigo durante todo esse tempo. 
Ele que está atrás desse trabalho junto comigo e Prof. Michele, mas sempre mostrando humildade 
em me ajudar e me ver chegar no meu objetivo. Obrigada por toda dedicação, mesmo nos horários 
mais inviáveis. Obrigada por avançar ao meu lado nesse projeto, com calma e tranquilidade. Junto 
com a professora Michele, servisse para mim como inspiração e lembrarei de vocês sempre com 
muito carinho e gratidão. Há momentos na vida que nós sabemos o que temos que fazer, mesmo 
sendo difícil, e vocês dois me mostram, apenas pelo jeito que são e se dedicam, o que deve ser 
feito por mim e é isso que me manteve firme e forte nesse trabalho e no caminhar da minha vida 
durante todo esse processo. Para vocês, desistir seria a última opção e serei sempre grata por isso. 
 Por fim, agradeço todas as pessoas que passaram na minha vida. Eu não seria quem sou, 
sem elas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você precisa fazer aquilo que pensa não ser capaz de fazer. 
(Roosevelt, ano desconhecido) 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O aparecimento de trincas dentárias em esmalte pode ser associado a alguns fatores. 
Poucos trabalhos citam a associação entre trincas dentárias em dentes decíduos e 
bruxismo infantil. Pelo fato do diagnóstico do provável bruxismo ser realizado 
clinicamente, é importante conhecer os sinais clínicos associados a esta alteração. O 
presente estudo teve como objetivo associar a presença de trincas dentárias em dentes 
decíduos com o provavel bruxismo infantil. Trata-se de um estudo transversal, aninhado 
a um estudo de coorte. Avaliaram-se 255 crianças de 6 a 14 anos, matriculadas em escolas 
públicas da cidade de Florianópolis, que apresentaram pelo menos um dente decíduo 
(canino e/ou molar). O exame clínico de trincas dentárias foi realizado com observação 
visual direta com o auxílio de Luz LED, além de espelhos clínicos e gazes estéreis. As 
crianças foram consideradas crianças com bruxismo quando apresentaram 3 ou mais faces 
com desgastes. Além disso, foram analisadas variáveis demográficas, como sexo e idade, 
e variáveis clínicas, como histórico de roer unha e/ou objeto, histórico de relato de 
bruxismo, presença de restauração e mordida cruzada posterior. Para análise estatística, 
foram realizadas análises bivariadas, com os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. De 
255 crianças inicialmente avaliadas, 146 apresentaram apenas dentes permamentes e 
foram excluídas. Dessa forma, a amostra final do estudo foi de 109 crianças. A 
prevalência observada de trincas dentárias em dentes decíduos foi de 47.7% (n=57). 
Houve associação significativa entre trincas dentárias e provável bruxismo infantil 
(P=0.001). Não houve associação significativa com as outras variáveis analisadas. 
Conclui-se que há associação entre trincas dentárias e o provável bruxismo infantil. Sendo 
assim, trincas dentárias podem ser consideradas uma ferramenta clínica complementar 
para se chegar no provável diagnóstico do bruxismo em dentes decíduos. Necessita-se 
de mais estudos com maiores amostras. 
 
Palavras-chave: Trinca dentária. Trinca de esmalte. Bruxismo. Criança. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The occurrence of enamel cracks can be associate with several factors. Few studies have cited the 
associaton between cracked teeth and bruxism in children. Considering the fact that the diagnosis 
of bruxism is mainly made clinically, it is important to acknowledge clinical sinals associaded 
with this condition. The present study aimed to associate the presence of enamel cracks in primary 
teeth with possible etiologic factors, such as bruxism and deleterious oral habits. A cross-sectional 
study, nested in a cohort study, was conducted. Two-hundred and fifty-five children were initially 
evaluated, aged 5- to- 14-years, that were matriculated in Florianopolis public schools, and 
presented at least one primary canine and/or primary molar. The enamel cracks clinical oral 
examination was performed with the aid of a LED light, clinical mirror and sterile gauze. The 
children were considerared with bruxism when showed three or more teeth surfaces with wear. In 
addition, demographic variables, such as gender and age, and clinical variables, such as a history 
of biting nails and/or objects, a history of bruxism, presence of restoration and posterior crossbite 
were also observed. For the statiscal analysis, bivariate analysis were performed, using the Chi-
squared and Fisher’s Exact tests. The prevalence of enamel cracks in primary teeth found was 
47.7% (n=57). There was a significant association between child bruxism and cracked teeth 
(P=0.001). The others investigated variables were not associated with the occurrence of enamel 
cracks. Thus, the cracked teeth can support the clinical diagnosis of probable bruxism. New 
studies should be conducted with larger samples. 
 
Keywords: Cracked teeth. Enamel crack. Bruxism. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Fluxograma da representação das etapas metodológicas do presente trabalho 
 ................................................................................................................................................... 25 
Figura 2 – Representação gráfica da associação entre trincas dentárias em dentes decíduos e 
provável bruxismo do sono (n=109) ........................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Frequências e a análise bivariada das possíveis independentes associadas à presença 
de trincas dentárias em dentes decíduos. .................................................................................... 31 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
SDR Síndrome do Dente Rachado 
OMS Organização Mundial de Saúde 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14 
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16 
2.1. FATORES ETIOLÓGICOS ASSOCIADOS ÀS TRINCAS DENTÁRIAS ........... 16 
2.2. DIAGNÓSTICO DE TRINCAS DENTÁRIAS ....................................................... 18 
2.3. SINAIS CLÍNICOS DO BRUXISMO ..................................................................... 19 
3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 23 
3.1. Objetivo Geral .......................................................................................................... 23 
3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 23 
4. METODOLOGIA ...................................................................................................... 24 
4.1. consideraçoes éticas .................................................................................................. 24 
4.2. CÁLCULO AMOSTRAL E SELEÇÃO DA AMOSTRA....................................... 24 
4.2.1. Critérios de Inclusão ........................................................................................... 25 
4.2.2. Critérios de Exclusão........................................................................................... 26 
4.3. COLETA DE DADOS .............................................................................................26 
4.3.1. Calibração ............................................................................................................ 26 
4.3.2. Exame Clínico Intra-Bucal ................................................................................. 26 
4.3.3. Coleta de dados não-clínico ................................................................................ 28 
4.3.4. Análise Estatística ................................................................................................ 29 
5. RESULTADOS .......................................................................................................... 30 
6. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 33 
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 36 
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 37 
APÊNDICE A – Ficha Clínica ..................................................................................... 43 
APÊNDICE B – Questionário aos pais ....................................................................... 43 
ANEXO A – Ata de apresentação ............................................................................... 50 
14 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Há muitas classificações de trincas dentárias, realizadas a fim de facilitar o diagnóstico 
pelo cirurgião-dentista (CLARCK et al., 2003). Todavia, a trinca dentária pode ser definida como 
linha de rachadura vertical presente em um dente, no sentido cervico-oclusal (TAN et al., 2006), 
sendo uma forma específica de trauma dental (BERTI et al., 2015). 
O trauma dentário é uma lesão causada por um impacto externo, o qual traz prejuízos 
de diferentes gravidades. Pode-se ter como um trauma dentário desde uma trinca no esmalte até 
um dano maior que acometa o tecido periodontal do paciente (FELICIANO; CALDAS, 2006). 
Dentre as divisões de trauma, há os traumas do tecido dental, que incluem trincas do esmalte (não 
há perda de estrutura dental) (LOSSO et al., 2011), fratura de esmalte (há perda de estrutura 
dental) (LOSSO et al., 2011), fratura de esmalte e dentina, fratura de esmalte e dentina com 
exposição pulpar, fratura coronorradicular sem e com exposição pulpar e fratura radicular 
(WANDERLEY et al., 2014). Ademais, há o trauma de tecido periodontal ou de suporte, que 
incluem concussão, subluxação, luxação lateral, luxação intrusiva, luxação extrusiva e avulsão 
(WANDERLEY et al., 2014). Paralelamente à essa divisão de traumas dentais, existe a síndrome 
do dente rachado (SDR), definida como rachadura ou trinca, presente no esmalte e/ou dentina de 
um dente vivo, que acompanhe dor severa e aguda quando se mastiga algo sobre esse dente, sendo 
mais comum em pessoas entre 40 a 50 anos (AVELAR et al., 2017). 
A trinca de esmalte é o segundo trauma mais frequente atrás da fratura de esmalte 
(BERTI et al., 2015). A prevalência em crianças de 5 anos é de 16,4% nos meninos e de 23% nas 
meninas (BERTI et al., 2015). Na idade de 6 anos, a prevalência é de 18,5% nos meninos e de 
32,6% nas meninas (BERTI et al., 2015). Já a prevalência em indivíduos de 25 a 70 anos, foi de 
81,3% (DEOG-GUY et al., 2011). Todavia, há pesquisas que demonstram a fratura de esmalte 
como o tipo de trauma mais frequente, enquanto as trincas de esmalte não foram tão vistas 
(CAVALCANTI et al., 2009) ou então não relatadas (FERREIRA et al., 2009; JORGE et al., 
2009). 
Em relação aos fatores etiológicos associados, especificamente às trincas, essa alteração 
teria causa multifatorial (CLARCK et al., 2013). Dentes que são tratados endodonticamente ou 
que possuem restauração, principalmente os que são tratados com amálgama, têm uma maior 
frequência de trincas. A idade é um fator que influencia o aparecimento de trincas (DEOD-GUY 
et al., 2011). Trincas de esmalte podem ser causadas por estresse oclusal presente na mastigação 
(DEOD-GUY et al., 2011), ocorrendo frequentemente em pacientes com bruxismo 
(RODRIGUES et al., 2006). As trincas dentárias podem ser causadas pelo ranger e apertar dos 
dentes (ALOE et al., 2003; LUBISICH; HILTON; FERRACANE, 2010), podendo, então, ser 
15 
 
 
usadas como sinais clínicos indicativos desse hábito. Ainda, a trinca dentária pode ser considerada 
como um facilitador para o diagnóstico provável do bruxismo, assim como outros sinais, sendo 
incluída na ferramenta padronizada para avaliação do bruxismo – STAB (Towards a Standardized 
Tool for the Assessment of Bruxism)(MANFREDINI et al., 2020). 
 O aparecimento de trincas também pode ser influenciado pela anatomia do dente. As 
cúspides funcionais, por exemplo, possuem uma camada mais consistente de esmalte, sendo o 
grau de decussação, consequentemente, maior – terminologia usada para o entrelaçamento dos 
prismas de esmalte, que acontece na parte mais interna do dente. Dessa forma, as cúspides 
funcionais são menos susceptíveis a trincas no esmalte em comparação com as cúspides não 
funcionais (que possuem uma camada mais fina de esmalte e também menor grau de decussação). 
Partículas de alimentos grandes e duras podem transformar cúspides não funcionais em 
funcionais. Em decorrência disso, o aparecimento de trincas também pode ser interferido pela 
dieta do indivíduo (SEGARRA et al., 2017). 
Trincas dentais possuem difícil diagnóstico por ser difícil visualizá-las (DEOG-GYU et 
al., 2011). Em vista disso, relacionar as trincas com fatores etiológicos faz com que o cirurgião-
dentista esteja ciente do público mais susceptível a essa alteração, e assim, adquira habilidade 
para o diagnóstico dessas. Consequentemente, o clínico estará mais preparado para tratar não só 
as trincas presentes, mas tratar os fatores que as causaram. 
Uma vez que poucos estudos associaram a presença de trincas dentárias ao bruxismo e 
considerando que a detecção do provável bruxismo envolve a avaliação clínica do paciente, 
percebeu-se a necessidade de avaliar a presença de trincas em esmalte como um possível sinal de 
bruxismo em crianças, com a finalidade de auxiliar na sua detecção. 
O presente trabalho visou relacionar a presença de trincas de esmalte em dentes decíduos 
com o provável bruxismo infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1. FATORES ETIOLÓGICOS ASSOCIADOS ÀS TRINCAS DENTÁRIAS 
 
Vieira (2008) classificou os fatores etiológicos da síndrome do dente rachado (SDR) em 
três: fatores morfológicos, fatores físicos e fatores iatrogênicos. Pacientes que possuem o hábito 
de ranger os dentes e possuem perda de estrutura dental têm mais chances de apresentarem trincas 
dentárias. Além disso, o piercing na língua pode ser considerado um fator etiológico atual. 
Concluiu que a SDR está cada vez mais frequente nos consultórios odontológicos, todavia, pelo 
fato do diagnóstico ser difícil, ela não é diagnosticada precocemente. 
Deog-Gyu et al. (2011) investigaram fatores que estariam relacionados às trincas 
dentárias, como a idade, sexo, sintomas, sinais, direção das trincas, tipos de restaurações e 
métodos de diagnóstico. Examinaram-se 103 pacientes, durante 11 meses, que procuraram o 
Departamento de Odontologia do Hospital Gangnam Severance por sentir dor ao morder durante 
o teste da mordida, que estavam com suspeita de trinca nos dentes ou que estavam com trinca 
visível durante o exame. Além do teste de mordida, foi realizado o teste de hipersensibilidade, 
transiluminação, microscopia, cirurgia diagnóstica e uso de corantes. As informações dos 
pacientes, como idade, sexo, sinais e sintomas, foram anotadas. Em 103 pacientes, 107 dentes 
foram diagnosticados com dentes fraturados. Dentre eles, 48% foram diagnosticados a “olho nu”; 
18%, transiluminação; 17%, coloração de corante; 9% exame microscópico e cirurgia diagnóstica 
com 8%. Ospacientes que apresentaram trinca tinham a faixa de idade entre 25 a 70 anos. Sendo 
que, a faixa de 40 a 49 anos de idade foi a que apontou maior presença de fraturas dentais. 
Determinou-se que não há diferença significativa na prevalência de trincas entre homens e 
mulheres, em vista que, 51,4% dos homens exibiram trinca, contra um percentual de 48,6% nas 
mulheres. Em relação ao dente que mais apresentou trinca, o primeiro molar superior foi o dente 
de maior frequência, seguido do primeiro molar inferior. Em relação ao tratamento endodôntico, 
dentes que foram tratados anteriormente, apresentaram maior número de trincas dentais. O mesmo 
aconteceu com dentes restaurados. O trabalho revelou que 72% dos dentes estudados possuíam 
restaurações, enquanto apenas 28% eram dentes hígidos. Dentes tratados com amálgama 
apresentaram mais chances de possuir trincas do que dentes tratados com resina ou porcelana. Os 
autores citaram, ainda, que as fraturas podem ser desenvolvidas pelo estresse oclusal que acontece 
durante a mastigação e, também, pelo fenômeno físico de expansão de alguns materiais 
restauradores. Conclui-se que há diversos fatores relacionados às trincas dentais, como: 
tratamento endodôntico prévio, presença e tipo de restaurações e idade do paciente. 
Lago et al. (2013) publicaram uma revisão de literatura sobre a SDR, com o objetivo de 
informar a etiologia, sintomas, métodos de diagnóstico e tratamento. Após análise de artigos sobre 
17 
 
 
o tema, afirmaram que a etiologia da síndrome do dente rachado é multifatorial, todavia, o motivo 
mais frequente de ocorrer essa síndrome é morder um objeto ou alimento de consistência dura. 
Outros autores referenciados citaram o ranger e o apertar dos dentes como fatores etiológicos 
dessa alteração. Tanto contatos dentários presentes no lado de balanceio quanto contatos 
abundantes no lado de trabalho também podem acarretar em fraturas dentárias. Ainda, lesões não 
cariosas como atrição, abrasão e erosão deixam os dentes mais vulneráveis às trincas dentárias. 
Chegou-se na conclusão que essa alteração caracterizada por trincas dentais deve ser 
diagnosticada precocemente mesmo que essas trincas sejam de difícil visualização, para que assim 
seu tratamento seja eficiente. 
Berti et al. (2015) realizaram uma pesquisa com o objetivo de avaliar a prevalência de 
lesões dentárias traumáticas e associá-las com fatores biológicos e socioeconômicos. Foi feito um 
estudo transversal, no qual examinaram 684 crianças (363 meninos e 321 meninas) da faixa etária 
de 5 a 6 anos de 11 escolas, em São Paulo. Crianças que apresentaram ao menos um dente 
permanente ou tinham falta de algum dente decíduo não fizeram parte do estudo, no entanto, 
somente os dentes anteriores decíduos foram incluídos na análise. A realização do exame foi 
através de espelho, gaze e lanterna e realizado por duas pessoas devidamente calibradas. A 
prevalência de lesões dentárias traumáticas encontrada foi de 52,3%. O trauma mais comum entre 
as crianças foi a fratura de esmalte (63,4%) , seguida por trincas no esmalte (22,8%). Quanto aos 
fatores socioeconômicos e biológicos (idade e sexo), a pesquisa mostrou que não houve relação 
significativa entre eles e trauma dentário. Conclui-se, então, que a prevalência de trauma dental 
encontrada entre essas crianças foi alta, se comparada com outros estudos e que aspectos 
biológicos e socioeconômicos não foram associados com a ocorrência de traumas dentários. 
Avelar et al. (2017) fizeram uma revisão de literatura sobre a SDR, com o intuito de 
investigar fatores etiológicos, formas de diagnóstico, tratamento e sinais clínicos mais 
prevalentes. Selecionaram-se 30 trabalhos num total de 100, que respeitassem os critérios de 
inclusão. Após a análise dos estudos, apontou-se que desgaste excessivo nos preparos dos dentes, 
profundidade demasiada e a forma geométrica do preparo acabam enfraquecendo o dente, 
tornando-o mais susceptível a fraturas. Além disso, pode-se dividir a etiologia das fraturas em 
quatro classes: procedimentos operatórios e restauradores - como por exemplo, restaurações de 
amálgama ou trauma iatrogênico, oclusão do paciente – grupo em que se encontra o bruxismo, 
desenvolvimento dentário – como fusão incompleta de zonas calcificadas e, por último, causas 
variadas – como, por exemplo, piercing lingual. 
 
 
 
18 
 
 
2.2. DIAGNÓSTICO DE TRINCAS DENTÁRIAS 
 
A fim de diagnosticar trincas dentárias, o microscópico odontológico e os achados 
baseados em sintomas são aceitos, visto que, a visualização de trincas a “olho nu” acaba sendo 
restrita. O propósito do trabalho produzido por Clark et al. (2003) era elaborar uma nova 
classificação de trincas dentárias utilizando um aumento microscópico de 16x, para então, facilitar 
o diagnóstico pelo cirurgião dentista. Antes de serem avaliados microscopicamente, os dentes 
foram submetidos à limpeza e dessecação (para remoção da placa e umidade) e ao polimento com 
borracha e pasta de pedra-pomes. Os dentes, então, foram visualizados no aumento de 16x, com 
máxima iluminação, o que permitia a realização de fotografias para documentação. De acordo 
com o estudo, com o aprimoramento do uso de microscopia clínica e iluminação para diagnóstico 
de fraturas, foi possível visualizar as trincas dentárias e classifica-las em diferentes grupos. À 
medida que a trinca encontra-se nas porções mais internas do dente, é necessário visualização 
com microscopia com um aumento de 24x. Contudo, uma trinca superficial, presente no esmalte, 
consegue ser visualizada com um aumento de 16x, por outro lado, essas fraturas não aceitam o 
azul de metileno para uso de diagnóstico por serem de baixa complexidade. O uso de microscopia 
para diagnóstico de trincas dentárias é eficaz até mesmo quando elas ainda são assintomáticas, 
desde que esse recurso seja usado a partir do aumento de 14x. Fato esse que justifica o aumento 
do seu uso nas clinicas odontológicas. O diagnóstico microscópico pode ser auxiliado pela 
quantidade de dendritos de pedra-pomes que permanece na fissura. O tamanho da Pedra-pomes 
utilizada varia de 200 a 700 μm. Quando tem uma retenção significativa, quer dizer que a largura 
da trinca é de, pelo menos, 200 μm. Conclui-se, que o uso de microscópico é eficaz para o 
diagnóstico de trincas, sendo capaz de visualizar até mesmo trincas mais simples presente apenas 
no esmalte, quando ainda não apresentam sintomas. 
Mamoun e Napoletano (2015) realizaram uma revisão de literatura, com a finalidade de 
analisar métodos de diagnóstico e tratamento de fraturas dentais. Esta revisão de literatura foi 
dividida didaticamente em tipos de estresse que acarretam em diferentes fraturas, como fratura de 
coroa, fratura no terço cervical e fratura em região de furca. Para cada grupo, os autores citaram 
causa das trincas e tratamento. De acordo com os estudos utilizadas pelos autores dessa revisão, 
trincas dentais geralmente são diagnosticadas visualmente - ideal quando se usa microscópio, não 
sendo vistas em exame radiográfico. Indicou-se o uso de microscópio com o aumento de, no 
mínimo, 6 a 8x, com auxílio de iluminação que estivesse no mesmo sentido do eixo de 
visualização do examinador. Uma vantagem do uso de microscópio, é o fato dele dispensar outras 
técnicas, como a transluminação e o uso de corantes. Conclui-se, em relação ao diagnóstico, que 
o uso de microscopia é indicado para descoberta de fratura dentária. 
19 
 
 
Segarra et al. (2016) realizaram um estudo visando analisar o comportamento, os tipos de 
trincas provocadas por forças mastigatórias, e seus padrões, usando tomografia de coerência 
óptica. Para a realização dessa pesquisa, usaram 10 dentes – de pacientes que tinham de 30 a 55 
anos de idade, um de cada categoria (incisivos, canino, pré-molar e molar). Os critérios de 
inclusão utilizados foram ter mínimas lesões de cárie, não ter tratamento com restauração,ter seu 
antagonista, e além disso, ter apresentado envolvimento durante a mastigação antes da exodontia 
- que foi feita com toda cautela para que os dentes não sofressem nenhum tipo de fratura. Antes 
de serem analisados na tomografia, os dentes foram limpos e armazenados em água, porém, antes 
de cada análise, eles eram secos. Os dentes anteriores foram analisados na sua parte de contato e 
sem contato na oclusão, já os dentes posteriores foram analisados nas suas cúspides, tanto 
funcionais quando não funcionais. Com a observação feita nesse estudo, os autores consideraram 
três tipos de fratura: tipo I, que são trincas superficiais transversais ou horizontais que podem ter 
ou não ter lascas; tipo II, que são tricas verticais e tipo III – chamada de trincas híbridas ou 
complicadas - que é uma mistura do tipo I somada com o tipo II. Cada tipo foi encontrado com 
mais frequência em diferentes dentes. Trincas do Tipo I e Tipo III foram encontradas com 
predomínio em face de contato dos incisivos, cúspides dos caninos e cúspides funcionais dos 
dentes posteriores. A trinca do Tipo II foi encontrada predominantemente nas faces livres de 
incisivos e caninos, e nas cúspides não funcionais dos pré-molares inferiores e molares superiores. 
As trincas do Tipo II e Tipo III foram encontradas de formas simétricas nas cúspides não 
funcionais dos pré-molares superiores e molares inferiores. Com o auxílio da tomografia de 
coerência óptica, foi possível analisar trincas internas, que foram mais encontradas em superficies 
proximais e cúspides funcionais. No tomógrafo também foi possivel visualizar trincas originadas 
da junção dentina-esmalte. Ademais, percebeu-se a presença de linhas brancas que estavam 
presentes no final de uma trinca central. Concluiu-se, que a tomografia de coerência óptica é capaz 
de detectar trincas dentárias, e, consequentemente, o comportamento delas é capaz de ser 
analisado, visto que, com uma imagem 3D, é possível estudar de forma mais minuciosa a 
localização e direção das trincas. 
 
2.3.SINAIS CLÍNICOS DO BRUXISMO 
 
Aloé et al. (2003) fizeram uma revisão de literatura com o intuíto de unir as principais 
informações do bruxismo do sono. Dentre essas informações, encontra-se etiologia, sinais e 
sintomas, tratamento e diagnóstico. De acordo com os achados, o bruxismo do sono é mais 
prevalente em crianças. O sinal clinico mais frequente em pacientes com bruxismo é o desgaste 
dental, porém, 40% dos pacientes permanecem assintomáticos. Outros autores também citam 
sensibilidade ao calor e/ou ao frio, trincas/fraturas, redução do fluxo salivar, cortes na língua, dor 
20 
 
 
e fraqueza nos músculos da mastigação, dores de cabeça, estalo na articulação temporomandibular 
e abertura bucal limitada como sinais e sintomas que podem estar presentes e que acabam 
auxiliando o cirurgião dentista durante o diagnóstico. 
 Serra-Negra et al. (2012) realizaram um estudo caso-controle com o objetivo de analisar 
a associação entre sinais e sintomas com o bruxismo e avaliar esses mesmos achados clínicos em 
crianças sem bruxismo. O estudo foi realizado com crianças de 8 anos de Belo Horizonte. Foram 
selecionadas 120 crianças com bruxismo (grupo caso) e 240 sem bruxismo (controle). Para a 
coleta de dados, utilizou-se um questionário respondido pelos pais/responsáveis e um formulário. 
O exame clínico dos dentes foi feito por um único dentista que foi calibrado anteriormente. Os 
sinais e sintomas investigados foram: assimetria facial, dor nas regiões do masseter e temporal, 
desgaste dentário, mordidas cruzadas anterior e posterior, DTM, sulco da mucosa bucal, 
respiração bucal, endentação na língua e falta de selamento labial. Ao fazer a análise de associação 
entre os sinais clinicos e bruxismo, as variáveis que apresentaram associação com o bruxismo 
foram: desgaste primário em canino (81%), cerrar os dentes quando acordado (70,6%), respiração 
bucal (60,2%), morder objetos como lápis e canetas (59,2%) e roer unha com (50,8 %). Em 
relação às mordidas cruzadas anterior e posterior, somente 3,4% apresentaram a mordida cruzada 
anterios e 16,8%, posterior. As variáveis que apresentaram associação significativa com o 
bruxismo foram: desgaste primário no canino, mordida de objeto e apertamento dental quando 
acordado. Conclui-se, com esse estudo, que o cirurgião dentista pode usufruir de novos fatores 
para auxílio no diagnóstico de bruxismo, como desgaste em canino, apertar os dentes quando 
acordado, morder objetos e unha, uma vez que estão associados a esse hábito em crianças. 
Visando à determinação da prevalência do bruxismo do sono em crianças e dos fatores 
associados, Drumond et al. (2018) executaram um estudo transversal com escolares de 8 a 10 
anos, da cidade Diamantina. O diagnóstico de provável bruxismo foi concluído com o relato dos 
pais/responsáveis (se a criança reproduziu algum som associado ao bruxismo) e com sinal clínico 
(desgaste anormal dos dentes e desconforto muscular da mandíbula). Os exames clínicos foram 
realizados com gaze, espelho bucal, lanterna e sonda OMS. O desgaste dentário foi examinado na 
oclusal de dentes permanentes, seguindo o índice proposto por Smith and Knigh. Além disso, para 
considerar uma criança bruxista, utilizou-se um ponto de corte de ≥ 3 dentes com desgaste na 
superfície oclusal. Os pais/responsáveis responderam um questionário que incluía informações 
socioeconômicas, idade e sexo da criança, presença de hábitos deletérios como morder unhas e/ou 
objetos, chupar bico e/ou dedo e tomar mamadeira. As mães e os alunos responderam um 
questionário sobre sintomas de estresse. Esse estudo achou a prevalência de 40% de bruxismo do 
sono em crianças. Em relação aos fatores associados ao bruxismo de sono infantil, na análise não 
ajustada, o estresse da mãe, o sexo feminino, o hábito de roer unhas e objetos mordedores 
apresentaram maior prevalência de bruxismo. Entretanto, no modelo hierárquico final, 
21 
 
 
determinou-se que, em crianças que possuíam o hábito de roer unhas, a prevalência do bruxismo 
foi 50% maior e nas crianças que possuíam o hábito de morder objetos, 30% maior. A prevalência 
foi de 22% menor nas meninas. Concluiu-se que há a necessidade de se realizarem mais estudos 
com métodos mais adequados para determinar a influência de hábitos na infância, visto que, nessa 
pesquisa não foi possível realizar uma relação de causa e efeito, e também pela possibilidade de 
haver o viés de memória dos pais em relação aos hábitos deletérios dos seus filhos. 
 Manfredini et al. (2020) com o objetivo de criar um kit de ferramenta padronizada para 
avaliação do bruxismo, que envolvesse o máximo de informações possível para classificação 
dessa alteração e, assim, facilitar a comparação nos estudos e produções de pesquisas e oferecer 
um melhor tratamento para os pacientes em ambiente clínico, realizaram dois workshops (2018 e 
2019) com convidados, e dessa forma, produziram um artigo para apresentar o projeto em questão. 
A primeira reunião foi realizada em Londres com especialistas de toda a Europa, já a segunda 
reunião foi realizada em Vancouver. Segundo os autores desse projeto, para a padronização da 
avaliação da presença do bruxismo, primeiramente, foi considerada uma proposta de avaliação 
que gerasse um sistema de pontuação. Esse sistema foi dividido em dois eixos: Eixo A que seria 
avaliação com autorrelato de bruxismo, avaliação clínica (sinais, sintomas e consequências) e 
avaliação instrumental; Eixo B, que se trata de fatores etiológicos e de risco que estão relacionados 
ao aparecimento do bruxismo, assim como condições concorrentes. Dentre os sinais e sintomas 
avaliados no eixo A, serão considerados tanto baseado em relatos quanto as queixas dos pacientes 
- como relatos de dor muscular, dor nas articulações, dor nos dentes, queixa em relação ao 
desgaste dentário, história dentária,relato de restaurações ou dentes trincados, dor ao despertar, 
dor no pescoço ou ombro, como através de avaliação com base clínica: palpação articular quando 
apresentar sons e dor, palpação muscular do músculo masseter quando apresentar dor ou 
assimetria, palpação do músculo temporal quando tiver dor, teste dinâmico e estático para dor e 
palpação dos músculos do pescoço/ombro para consistência e dor; avaliação dos tecidos 
intraorais, como linha alba, língua escalonada, impressões labiais e exostoses; considera os dentes 
e restaurações, como, desgaste dentário mecânico, desgaste dentário químico, desgaste dentário 
fisiológico e não fisiológico, problemas periodontais, problemas endodônticos, trincas dentárias, 
restaurações quebradas, avaliação de aparelho oral e complicações mecânicas em restaurações 
implantossuportadas. O resultado desse projeto resultará na Ferramenta Padronizada para 
Avaliação do Bruxismo (STAB). Além disso, terá como resultado um sistema de pontuação, no 
qual quanto maior a pontuação, mais grave será o estado do bruxismo. A próxima etapa desse 
projeto é a preparação de uma lista de questionários e itens clínicos – propostos pela experiência 
pessoal com uma revisão completa da literatura - que deverão ser feitos pelos membros. O 
segundo passo será desenvolver a Ferramenta de Avaliação e o terceiro e último passo será usar 
inteligência artificial para selecionar a quantidade de dados coletados. 
22 
 
 
Soares et al. (2021) realizaram uma revisão sistemática com o objetivo de determinar 
os sinais e sintomas clínicos mais prevalentes em crianças com bruxismo do sono, a prevalência 
do bruxismo do sono e verificar se há associação entre algum sinal e sintoma clínico com o 
bruxismo do sono. Vinte e dois trabalhos foram incluídos, publicados entre 1995 e 2019. Na 
maioria dos estudos, os dados foram coletados em ambiente escolar, público ou privado. Ao todo, 
foram incluídas 7456 crianças, da faixa etária de 2 a 10 anos, sendo 3381 meninas, 3345 meninos 
e 730 não relataram. Em relação ao diagnóstico do bruxismo, 18 estudos o fizeram usando o relato 
dos próprios pais (possível bruxismo) e 4 estudos usaram o exame clínico positivo, além do relato 
do pais (provável bruxismo). A prevalência encontrada do bruxismo foi de 31,16%. Já os sinais e 
sintomas mais prevalentes foram desgaste de canino decíduo, desgaste dental e dor de cabeça - 
presente em metade das crianças analisadas. Entretanto, nenhum estudo relatou se era dor de 
cabeça ao acordar ou presente durante o passar do dia. O desgaste de canino decíduo foi relatado 
por 2 estudos, o desgaste dental, por 5 estudos e a dor de cabeça, por 9 estudos. Além desses sinais 
e sintomas, dor de cabeça no músculo frontal, dor na ATM, dor no músculo masseter, dor facial, 
dor no músculo temporal, histórico de dor de dente, cliques ao abrir a boca, alteração na ATM e 
dor durante o movimento mandibular, foram avaliados em dois estudos primários. Três estudos 
analisaram dor de ouvido e mordida na língua. Depois dos sinais e sintomas mais presentes, dor 
de cabeça no músculo frontal, dor na ATM, dor facial e dor no músculo masseter estiveram 
presentes em pelo menos 30% das crianças examinadas no estudo. Por outro lado, dor durante a 
movimentação mandibular foi o sintoma que menos apareceu nas crianças bruxistas. Não se 
obteve número de estudos suficiente para analisar a associação entre bruxismo do sono e sinais e 
sintomas do sistema mastigatório, já que, os estudos analisados não possuíam o mesmo desenho 
de pesquisa. Porém, identificou-se que não houve associação entre desgaste dentário e dor de 
cabeça com o bruxismo do sono. Sinais clínicos como: linha alba, lábios mordidos, linha branca 
nos lábios, fratura dentária e trinca no esmalte não foram avaliados por nenhum estudo. Concluiu-
se que estudos com maior qualidade devem ser realizados. Além disso, o dentista deve ter atenção 
ao desgaste em caninos decíduos, já que, comumente é confundido com desgaste funcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
3. OBJETIVOS 
 
3.1. OBJETIVO GERAL 
 
I. Determinar se há associação entre trincas dentárias em dentes decíduos e bruxismo 
infantil em escolares da cidade de Florianópolis – Santa Catarina, Brasil. 
 
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
I. Avaliar se existe associação entre a presença de trincas dentárias e hábitos de morder 
objetos e roer unhas. 
II. Verificar se há associação entre a presença de trincas dentárias e a presença de 
restaurações em dentes decíduos. 
III. Verificar se existe associação entre a presença de trincas dentárias e mordida cruzada 
posterior. 
 
24 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
4.1.CONSIDERAÇOES ÉTICAS 
 
 O presente estudo faz parte do macroprojeto intitulado “Saúde bucal e fatores associados 
relacionados à qualidade de vida em crianças e adolescentes do município de Florianópolis - 
Estudo de coorte/ Etapa 3”, o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres 
Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, com número de parecer: 3.091.390 
 Trata-se, então, de um estudo epidemiológico transversal aninhado a um estudo 
longitudinal de coorte. 
 Foram enviados Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aos 
responsáveis autorizando a criança ou adolescente na participação da pesquisa. Ainda, a criança 
teve que consentir participação através da assinatura do Termo de Assentimento Livre e 
Esclarecido (TALE). 
 
4.2. CÁLCULO AMOSTRAL E SELEÇÃO DA AMOSTRA 
 
A amostra do macroprojeto foi calculada com um erro padrão de 5%, intervalo de 
confiança de 95% e uma prevalência de trincas em dentes decíduos de 50%, uma vez que é 
desconhecida nesta população. Um fator de correção de 1.2 foi aplicado, resultando em uma 
amostra mínima de 720 crianças. Foram adicionados 20% para compensar possíveis perdas, 
resultando em uma amostra de 864 crianças. 
A amostra desse estudo transversal foi composta por 255 crianças matriculadas em 
escolas públicas da cidade de florianópolis – de 6 a 14 anos - que participaram, também, da Etapa 
1 ou Etapa 2 do estudo de coorte, que aconteceram em 2014 e 2016 respectivamente. 
 
25 
 
 
 
 
 
Figura 1. Fluxograma da representação das etapas metodológicas do presente trabalho 
 
 
4.2.1. Critérios de Inclusão 
 
Participantes da Etapa 1 ou 2 do macroprojeto: Levantamento epidemiológico da saúde 
bucal e fatores biopsicossociais associados no município de Florianópolis. 
Crianças ou adolescentes regularmente matriculados nas escolas públicas da cidade de 
Florianópolis – SC, no decorrer da pesquisa, cujos pais e/ou responsáveis concordaram com a 
participação no estudo. 
Crianças que apresentaram pelo menos um dente canino e/ou molar decíduo. 
 
 
 
26 
 
 
 
4.2.2. Critérios de Exclusão 
 
Crianças e adolescentes que estavam fazendo o uso de medicamentos que interfiram no 
sistema nervoso central. 
Crianças e adolescentes com comportamento não colaborador. 
Crianças e adolescentes que se opuseram à pesquisa. 
Crianças e adolescentes não alfabetizadas, devido à necessidade de leitura e 
compreensão do questionário adotado. 
Crianças e adolescentes que apresentaram a dentição permanente completa. 
 
4.3. COLETA DE DADOS 
 
4.3.1.Calibração 
 
A equipe de trabalho envolveu 5 examinadores (curso de pós-graduação em 
Odontologia). Todos os examinadores foram previamente treinados e calibrados em relação aos 
tipos de desordens bucais avaliadas e os respectivos índices de classificação. A calibração teve 
como finalidade esclarecer as principais dúvidas em relação aos dados clínicos que foram 
analisados e padronizar o método de avaliação e anotação das informações referentes a cada 
participante. Para tal, foi realizado o teste Kappa intra e interexaminador e, as divergências de 
diagnóstico, foram discutidas e resolvidas através do examinador padrão ouro.4.3.2. Exame Clínico Intra-Bucal 
 
O exame clínico foi realizado no próprio ambiente escolar (em uma sala designada pela 
direção do local, durante o horário de aulas e em momento combinado previamente). 
A avaliação clínica foi realizada com o participante comodamente sentado em uma 
cadeira comum, de frente para o examinador, mediante observação visual direta da cavidade bucal 
e iluminação artificial (lanterna de luz de LED – Diodo Emissor de Luz). Para minimizar os riscos 
para as crianças e adolescentes os exames foram feitos de forma individual, em local reservado 
(local isolado com boa iluminação) visando a não exposição do participante na frente dos colegas. 
Foram utilizados espelhos clínicos e gazes estéreis para secagem e limpeza da região. 
As alterações observadas foram anotadas em ficha clínica específica (APÊNDICE A). 
27 
 
 
4.3.2.1. Trinca Dentária 
 
A presença de trinca dentária foi avaliada apenas nos dentes caninos e molares decíduos. 
Os incisivos não foram avaliados pois, devido à faixa etária dos participantes, a maioria já estavam 
esfoliados. O exame clínico de trinca dental foi realizado através de inspeção visual, por 
transiluminação do esmalte, com o auxílio de uma caneta de luz LED (DEOD-GYU et al., 2011), 
que foi posicionada na face palatina e/ou lingual dos dentes decíduos. Foi considerado trinca 
linhas verticais ou horizontais no esmalte presentes nas faces vestibulares dos dentes avaliados. 
 
4.3.2.2. Bruxismo 
 
O examinador avaliou as superfícies dentais em busca de quaisquer sinais de desgaste 
de estrutura dental por bruxismo. Para diferenciar a presença de desgaste nos dentes por bruxismo 
e erosão, secou-se a superfície dental com gaze, projetou-se a luz da lanterna e observou-se com 
o espelho odontológico. Dentes desgastados pelo bruxismo apresentam desgaste com superfície 
brilhante e em forma de platô, o que não ocorre em dentes desgastados pela erosão. Foi 
determinada a presença de bruxismo tanto na dentição decídua quanto na permanente, avaliando 
todos os dentes completamente erupcionados . A presença de faceta de desgaste foi observada 
através do índice proposto por Smith e Knight (1984). Considerou-se desgaste das superfícies 
oclusais, como: 0 com sem perda das características da superfície do esmalte; 1 com perda das 
características da superfície do esmalte; 2 com perda de esmalte expondo dentina em menos de 
um terço da superfície; 3 com perda de esmalte expondo dentina mais de um terço da superfície; 
e 4 com perda completa do esmalte, expondo dentina secundária e exposição pulpar. 
Foram classificadas como crianças com bruxismo, as crianças que apresentaram três 
faces oclusais/incisais com desgaste, ou mais. Esse ponto de corte (≥3) foi definido por Mota-
Veloso et al. (2017), por ser a quantidade que descarta o desgaste como consequência de outras 
alterações, como maior contato entre dois dentes ou, então, da presença de restauração 
(DRUMOND et al., 2019). 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
4.3.2.3.Presença de Restaurações 
 
A coleta da presença de restauração foi analisada utilizando o índice do CPO-D, 
seguindo as normas da OMS (1997). 
O dente foi classificado como presente em boca quando alguma parte da sua estrutura 
estava visível. 
Os códigos usados para determinação de cárie, e consequentemente, de restauração, 
foram: A para dentes hígidos; B para dentes cariados; C para dentes restaurados, mas com a 
presença de cárie; D para dentes restaurados e sem cárie; E para dentes perdidos por causa da 
cárie; F para dentes perdidos por outra razão, G para dentes com Selante; H para dentes com apoio 
de prótese; K para dentes não erupcionados ou com raiz não exposta; T para dentes com trauma 
ou fratura e, finalmente, L para dentes excluídos. Foram definidos como dentes restaurados, 
dentes que possuíam qualquer tipo de restauração, seja ela definitiva ou provisória. Para avaliar 
a associação de restauração com trinca dentárias, então, os códigos utilizados para esse estudo, 
foram os C e D. 
 
 
4.3.2.4. Mordida cruzada posterior 
 
A mordida cruzada posterior foi diagnosticada segundo o índice de Foster e Hamilton, 
usado também na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010) (FOSTER; HAMILTON; 
LAVELLE 1969). 
Para esse estudo foram considerados tanto mordida cruzada posterior bilaretal quanto 
unilateral. 
 
4.3.3. Coleta de dados não-clínico 
 
Questionários foram enviados aos pais/responsáveis tanto nas primeiras duas etapas do 
estudo de coorte (2014 e 2016) quanto na etapa de 2019 do estudo transversal, contendo perguntas 
sobre a presença de possível bruxismo do sono, hábitos de roer unhas e morder objetos 
(APÊNDICE B). 
 Diante da falta de devolução dos questionários enviados em 2019, o histórico de hábitos 
anteriores como “histórico de possível bruxismo”, “histórico de morder objetos” e “histórico de 
roer unhas” foram retirados dos questionários das primeiras etapas (2014 e 2016) segundo o relato 
dos pais. 
 
29 
 
 
 
4.3.4. Análise Estatística 
 
Os dados coletados foram transferidos para o programa Microsoft Excel (2011). Foram 
analisados com o auxílio do programa Statistical Package for Social Science (SPSS® 21.0 - SPSS 
Inc., Chicago, IL, USA). 
Para verificar a possível associação das variáveis independentes (demográficas e 
clínicas) com o desfecho (trinca dentária), foram utilizados os testes Qui-quadrado e Exato de 
Fisher (quando alguma categoria possuía menos de 5 observações). O nível de significância 
adotado foi de 5% para ambos os testes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
5. RESULTADOS 
 
Em 2019, 255 crianças foram avaliadas clinicamente em relação às trincas dentárias, 
presença de cárie/restauração, diagnóstico de provável bruxismo e mordida cruzada posterior. 
Todavia, 146 apresentaram apenas dentes permanentes e foram excluídas da análise. Sendo assim, 
a amostra final desse estudo foi de 109 crianças, que apresentavam pelo menos um dente canino 
e/ou molar decíduos em boca. 
Os valores mínimos de concordância inter-examinadores (Kappa) foram 0.74, 0.72, 0.78 
e 0.83, para as variáveis trinca dentária, bruxismo, mordida cruzada posterior e índice CPO-
D/ceod, respectivamente. Ademais, os valores mínimos de concordância intra-examinadores 
(Kappa) foram 0.79, 0.72, 0.95 e 0.87, respectivamente. 
A amostra foi composta por 58 meninas (53.2%) e 51 meninos (46.8%). Os participantes 
possuíam entre 6 e 14 anos de idade, com média (desvio padrão) de 9.21 (1.64) anos. 
 A prevalência de trincas dentárias em dentes decíduos foi de 47.7% (n=57). A Tabela 1 
apresenta a distribuição das frequências das variáveis independentes e a análise bivariada. Setenta 
e oito crianças (71.6%) apresentaram provável bruxismo do sono (pelo menos 3 dentes com 
facetas de desgaste). A presença de trincas dentárias em dentes decíduos foi associada à presença 
de provável bruxismo do sono (P=0.001). A Figura 2 ilustra a associação entre provável bruxismo 
do sono e a presença de trincas dentárias em dentes decíduos. As demais variáveis investigadas 
não apresentaram associação com o desfecho (P>0.05). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Tabela 1. Frequências e a análise bivariada das possíveis variáveis independentes associadas à 
presença de trincas dentárias em dentes decíduos (n=109). 
Variáveis Independentes n (%) 
Trinca Dentária 
P Ausente 
 n (%) 
Presente 
 n (%) 
Variáveis Demográficas 
Sexo 
 Feminino 
 Masculino 
 
58 (53.2) 
51 (46.8) 
33 (56.9) 
24 (47.1) 
25 (43.1) 
27 (52.9) 
0.305 
Idade 
 ≤ 9 anos 
 > 9 anos 
 
67 (61.5) 
42 (38.5) 
 
32 (47.8) 
55 (59.5) 
 
35 (52.2) 
17 (40.5) 
0.231 
Variáveis Clínicas 
Provável Bruxismo do Sono 
 Ausente 
 Presente 
 
31 (28.4) 
78 (71.6) 
 
24 (77.4) 
33 (42.3)7 (22.6) 
45 (57.7) 
0.001 
Restaurações 
Ausente 
Presente 
108 (99.1) 
 1 (0.9) 
57 (52.8) 
0 (0.0) 
51 (47.2) 
1 (100.0) 
0.477± 
Histórico de Possível Bruxismo 
Ausente 
Presente 
 
89 (81.7) 
20 (18.3) 
 
44 (49.4) 
13 (65.0) 
 
45 (50.6) 
7 (35.0) 
0.208 
Histórico de Morder Objetos* 
Ausente 
Presente 
 
49 (72.1) 
19 (27.9) 
 
27 (55.1) 
 10 (52.6) 
 
22 (44.9) 
9 (47.4) 
0.854 
Histórico de Roer Unhas** 
Ausente 
Presente 
52 (73.2) 
19 (26.8) 
28 (53.8) 
9 (47.4) 
24 (46.2) 
10 (52.6) 
0.629 
Mordida Cruzada Posterior 
Ausente 
Presente 
97 (89.0) 
12 (11.0) 
53 (54.6) 
4 (33.3) 
44 (45.4) 
8 (66.7) 
0.223± 
*(n=68) **(n=71) ±Teste Exato de Fisher 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
Figura 2. Representação gráfica da associação entre trincas dentárias em dentes decíduos e 
provável bruxismo do sono (n=109) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
6. DISCUSSÃO 
 
 O presente estudo teve como objetivo geral avaliar a associação entre trincas dentárias em 
dentes decíduos e bruxismo infantil. A prevalência de trincas dentárias em dentes decíduos foi de 
aproximadamente metade da amostra. Além disso, foi observada a associação da presença de 
trincas dentárias em dentes decíduos e provável bruxismo em crianças. 
A prevalência observada no presente estudo pode ser considerado alta, uma vez que em 
um estudo prévio, relatou-se prevalência de 22,8% em crianças de 5 e 6 anos, ao analisar todos 
os dentes decíduos (BERTI et al., 2015). Considerando que as trincas têm fator cumulativo 
(SORIANO et al., 2007), como esse trabalho abrangeu uma maior faixa etária, incluindo crianças 
de até 14 anos, teoricamente, espera-se que a frequência de trincas seja maior pela participação 
de crianças mais velhas no estudo. 
 Muitos estudos encontrados citaram a SDR como consequência do bruxismo, podendo 
então, ser um sinal desse comportamento (AVELAR et al., 2007; VIEIRA et al., 2008). Ao 
analisar artigos que tivessem como objetivo do estudo a definição dos sinais do bruxismo, apenas 
um encontrado citou as trincas dentais (ALOÉ et al., 2003), porém não relatou sua prevalência 
nos bruxistas. A maioria dos estudos menciona desgaste dental, linha alba pronunciada, 
hipertrofia do músculo masseter, dor ao acordar (ALOÉ et al., 2003; PAGEL, 2007), sensibilidade 
ao calor, redução do fluxo salivar, cortes na língua, dores de cabeça, estalo na articulação 
temporomandibular, abertura bucal limitada (ALOÉ et al., 2003) e desgaste de canino decíduo 
(SERRA-NEGRA et al., 2012; SOARES et al., 2021) como os principais sinais e sintomas do 
bruxismo. Entretanto, a presença de trincas dentárias pode ser considerada um sinal relacionado 
ao bruxismo, podendo até mesmo, ser incluída na Ferramenta Padronizada STAB para avaliação 
do bruxismo (MANFREDINI et al., 2020) 
 Nesse estudo, encontrou-se associação entre trincas dentárias e provável 
bruxismo infantil. O dente, com sua estrutura mecânica e química, deve ser capaz de suportar 
forças de milinewtons (0,001N) até quilonewtons (10000 N) (LAW; LEE, 2009). Crianças com 
bruxismo podem apresentar uma atividade muscular maior, junto com menor sensibilidade ao 
toque. Dessa forma, a presença do hábito de ranger e/ou apertar os dentes pode acarretar numa 
maior força de mordida (LINDERHOLM et al., 1971; LYONS; BAXENDALE, 1990), 
podendo ser de 66% a 103% maior do que em crianças que não apresentam o bruxismo. 
(CLARKE; TOWSEND; CAREY, 1984). O esforço mecânico gerado por atividades 
parafuncionais ou comportamentais, como o bruxismo, pode ter como consequência alterações 
biomecânicas, resultando em fratura da coroa do dente (LIN; DOUGLAS, 1994). 
 Houve uma maior presença de trincas dentárias em crianças do sexo masculino, 
entretanto, não houve associação significativa entre o gênero e trincas dentárias. Geralmente, 
34 
 
 
meninos possuem um comportamento mais ativo do que as meninas, o que pode acarretar uma 
maior prevalência de trauma dental (CAVALCANTI et al., 2009), o que incluiria trincas 
dentárias. Além de que, os meninos estão mais relacionados ao esporte e brincadeiras de rua. 
Porém, as meninas estão cada vez mais procurando esportes que antes eram realizados por 
meninos, apenas. Isso pode explicar a falta de associação significativa entre os gêneros 
(TRAEBERT et al., 2010). Por outro lado, estudos mostram, também, associação entre bruxismo 
e a prática de atividades esportivas (DINIZ; SILVA; ZUANON, 2009), que estaria inclusa no 
fator “ocupacional” do bruxismo – prática de esporte e competição (PIZZOL et al., 2006). 
 Muitos estudos apresentaram associação entre a presença de trincas dentárias e a idade 
dos indivíduos (BERTI et al., 2015; CAVALCANTI et al., 2009; DEOG-GYU et al., 2011). 
Relação essa, que pode ser explicada pelo fato de que, naturalmente, ao envelhecer, há diminuição 
da proteína do esmalte orgânico e aumento do conteúdo mineral do esmalte, o que resulta numa 
menor resistência dos dentes às trincas dentárias (GHADIMI et al., 2014). Além disso, a 
prevalência de trincas dentárias pode ser maior conforme maior idade, devido ao fato dessas 
alterações terem propriedade cumulativa, ou seja, com o passar do tempo, novas trincas vão 
aparecendo, não vão sendo tratadas e assim se acumulam (SORIANO et al., 2007). Porém, essa 
propriedade cumulativa, embora aumente a prevalência de trincas em pessoas mais velhas, não 
significa que pessoas mais velhas sejam susceptíveis a produzirem trincas, mas sim, como elas 
têm mais anos vividos, tiveram mais chances de reproduzirem trincas ao longo da vida. 
 No presente trabalho, não houve semelhante associação significativa, porém houve uma 
maior frequência de trincas dentárias em crianças na faixa etária ≤ 9 anos. Isto pode ser explicado 
pelo fato de que quanto mais velha for a criança, mais dentes esfoliados ela apresenta. Como esse 
estudo avaliou as trincas de dentes caninos e molares decíduos, as crianças da faixa etária > 9 
anos, apresentaram, pela ordem cronológica de esfoliação, menos dentes decíduos em boca para 
serem avaliados. Dessa forma, explica-se porque houve uma menor frequência de trincas 
dentárias nessa faixa de idade. 
 Não foi encontrado associação significativa entre trincas dentais e o hábito de morder 
unhas ou objetos nesse estudo. Entretanto, nas crianças que apresentaram trincas de esmalte, 
percebeu-se uma alta frequência, se comparada com outros estudos, dos hábitos de morder objetos 
e roer unhas. Paiva et al. (2013) encontraram uma prevalência de trauma dental de 4,76% em 
crianças de 12 anos que tinham o hábito de morder objeto. Em relação a esses hábitos, poucos 
estudos fizeram análise com o objetivo de associar às trincas dentais. 
 Embora esse estudo tenha apresentado uma maior frequência de trincas dentais em 
crianças que possuem mordida cruzada posterior, não teve associação significativa entre essas. 
Bezerra et al. (2007) analisaram a relação entre maloclusões e o surgimento de traumas dentais. 
Todas as classificações de traumas, incluindo as trincas, foram analisadas, associando-as com 
35 
 
 
mordida cruzada anterior e/ou posterior, mordida aberta, sobressaliência, sobremordida e relação 
do molar. Das crianças que apresentaram algum trauma dental, 81,3% tinha algum tipo de 
maloclusão, sendo que a maloclsão mais encontrada foi a sobressaliência (50%), seguida pela 
mordida cruzada (32%) (BEZERRA; CAVALVANTI; ALENCAR, 2007). 
 Em relação à variável “histórico do possível bruxismo”, também não se achou 
associação. Isso pode se dar pela interrupção do hábito de bruxismo relatado pelos pais no período 
de 2014/2016 até a avaliação clínica de 2019. Ter relatado bruxismo nas primeiras etapas do 
macroprojeto, não necessariamente quer dizer que essa criança apresentaria esse hábito ainda no 
ano de 2019,apresentando assim, trincas dentárias como um sinal do bruxismo. 
 Alguns trabalhos apresentaram associação entre trinca dentária e presença de restauração 
nos dentes (AVELAR et al., 2017; DEOD-GYU et al., 2011). Entretanto, nesse trabalho, dentre 
as crianças analisadas, apenas uma criança apresentou restauração, que, inclusive, também 
apresentava trinca dentária, dessa forma, não houve associação de trincas dentárias e restaurações. 
O pequeno índice de crianças com restauração pode ser explicado pelo fato de, hoje, com o avanço 
dos estudos, percebe-se que há outras formas menos invasivas de tratamento da cárie além de 
restauração (BAUMOTTE et al., 2019). Dessa forma, com a preferência ao tratamento não 
invasivo da cárie, seria normal ter um menor número de dentes que apresentassem restauração, e 
isso pode ter sido espelhado na amostra analisada, acarretando na não associação entre trincas 
dentárias e restauração. 
 Esse estudo apresentou algumas limitações. A coleta de dados iniciou em outubro de 
2019. Com a declaração da OMS da atual pandemia no começo de 2020, não foi possível dar 
continuidade na coleta de dados, devido a determinação do isolamento social e fechamento das 
escolas. Diante desse fato, esse trabalho apresenta uma amostra escassa em relação aos outros 
estudos analisados. Em vista disso, necessita-se fazer novas pesquisas com o objetivo de associar 
trincas dentárias com possíveis fatores, principalmente com o bruxismo. Isso porque, ter mais um 
sinal clínico associado ao bruxismo, seria de grande valor para o diagnóstico provável desse. 
 Além do mais, encontrou-se dificuldade em entender as classificações existentes de 
trincas dentárias, uma vez que não existe uma padronização. Essas, podendo ser chamadas de 
diferentes formas, como: linha de mania (BERMAN; KUTTLER, 2010), fratura incompleta da 
coroa (VIEIRA et al., 2008), síndrome do dentre rachado (AVELAR et al., 2017), definições 
associadas às possíveis futuras patologias – tipo I, tipo II, tipo III (CLARK; SHEETS; 
PAQUETTE, 2003), linha vertical (TAN et al,, 2006), Tipo I, Tipo II e Tipo III de Segarra 
(SEGARRA et al., 2016), trazem confusão entre os trabalhos pesquisados, já que usam diferentes 
denominações. Em frente a isso, é importante os autores procurarem usar uma definição única, 
para que dessa forma, futuros estudos possam ser comparados entre si. 
 
36 
 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que há associação entre trincas dentárias e o provável bruxismo infantil. 
Sendo assim, trincas dentárias podem ser consideradas como uma ferramenta clínica 
complementar para se chegar no provável diagnóstico do bruxismo em dentes decíduos. Todavia, 
os resultados do presente estudo devem ser interpretados com cautela, devido às suas limitações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 
 
 
 
APÊNDICE A – Ficha Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 54 53 52 51 61 62 63 64 65
17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
Código
55 54 53 52 51 61 62 63 64 65
Índice 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
55 54 53 52 51 61 62 63 64 65 85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
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47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
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17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
Ant. Pos. Ant. Pos.
Max. Mdb. 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
Max. Mdb. 85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
Índice
Escola:
ALTERAÇÃO GENGIVAL
1 - Realizado 
2 - Não realizado/sem autorização 
3 - Não realizado/criança não permitiu
 4 - Não realizado/ausência 
5 - Não realizado/outras 
razões
7- Apoio de prótese 
8 - Não erupcionado 
T -Trauma/fratura 
9 - Dente excluído
Peso:
PUFA
PLACA VISÍVEL
0 - Ausência 
1 - Presença 
9 - Não examinado 
0 - Normal 1 - Questionável 2 - Muito Leve 3 - Leve 
4 - Moderada 5 - Severa 9 - Sem registro
0 - Ausência 1 - Presença 
MALFORMAÇÃO DENTAL
FLUOROSE
FICHA CLÍNICA
MIH/DDE: 
0 - Sem defei to 
1 - DDE 
2 - Opacidade 
3 - Colapso 
4 - Restauração 
5 - Cárie 
6 - Ausente 
9 - Exame não 
rea l izado 
I - Menos 1/3 
I I - 1/3 a 2/3 
I I I - Pelo menos 
2/3 
A - Não incluído
PUFA: 
0 -

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