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SENTENÇA - FASE DECISÓRIA • O pronunciamento do juiz só será sentença se contiver uma das matérias previstas no CPC 485 ou 487 e, cumulativamente, extinguir a fase cognitiva do processo ou extinguir o processo. • O CPC atual valeu-se da conjugação dos dois critérios para definir a sentença. a) por seu conteúdo, que deve estar em consonância com o disposto nos arts. 485 e 487 do CPC; b) por sua aptidão ou de pôr fim ao processo, nos casos de extinção sem resolução de mérito ou em que não há necessidade de execução; ou à fase cognitiva, nos casos de sentença condenatória, que exige subsequente execução. Se o pronunciamento de natureza decisória for proferido no curso do processo comum ou de execução, sem que se lhe coloque termo, deverá ser definido como decisão interlocutória. A decisão interlocutória tem o condão de decidir aspectos do procedimento judicial, mas não entram no objeto do conflito. Ex.: deferimento de justiça gratuita Art. 485, CC/2015. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. Art. 487, CC/2015. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. SENTENÇA TERMINATIVA OU EXTINTIVA Hipóteses previstas no artigo 845 do CPC. Não será apreciado o pedido do autor. Em decorrência de algum vício a ação não tem condições de chegar ao final. A sentença terminativa não faz coisa julgada material. Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. Exemplo: Indeferimento da Petição Inicial (inépcia da PI) Decisão de Mérito • Hipótese do artigo 487 do CPC. • A sentença que aprecia o mérito faz coisa julgada material, ou seja, a mesma ação não poderá ser proposta novamente, como ocorre com a sentença terminativa, • Uma vez que o juiz conhece e decide sobre o direito que motiva a ação. OBSERVAÇÃO: RENÚNCIA X DESISTÊNCIA DESISTÊNCIA RENÚNCIA Enquanto a desistência da ação é ato privativo do autor. A renúncia é um meio de autocomposição que possibilita o sacrifício do direito. A desistência gera a revogação explícita do litígio sem julgamento de mérito. A renúncia haverá resolução do mérito. Quando há desistência a parte pode entrar com outra ação formulando novamente o mesmo pedido. A renúncia impossibilita o ajuizamento de nova ação sobre a mesma demanda. Desistência da Ação e Abandono Após proferida a sentença não cabe a extinção do processo por desistência da ação. Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. Nas hipóteses no qual o processo ficar parado durante mais de 1 ano por negligência das partes; bem como no caso do autor abandonar a causa por mais de 30 dias, por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir; a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 dias. Art. 485, Código de Processo Civil • O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado: I. a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; II. a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; III. a ausência de legitimidade ou de interesse processual; IV. bem como a morte da parte. • Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos do artigo 485, CPC, o juiz terá 5 dias para se retratar. Saneamento do Processo quando o defeito for suprível. Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. Espécies de Sentença • O art. 203, § 1º, do CPC, ao indicar os conteúdos possíveis de uma sentença, permite distinguir duas espécies: 1. as que extinguem o processo sem resolução de mérito (hipóteses do art. 485) e; 2. aquelas em que o juiz resolve o mérito, pondo fim ao processo ou à fase cognitiva (art. 487). • O mérito é a pretensão posta em juízo. • Há casos em que o processo há de ser extinto sem que o juiz aprecie a pretensão posta em juízo. Ele se limitará a pôr fim ao processo, sem examiná-la, caso em que a sentença será chamada terminativa (art. 485). • E há casos em que ele resolve o mérito, caso em que a sentença será definitiva (art. 487) Espécies de Sentença • O art. 485 trata da extinção do processo sem resolução de mérito. As hipóteses, se verificadas, porão fim ao processo. • Já o art. 487 cuida de situações em que há resolução de mérito, quando, em caso de procedência, não se porá fim ao processo, mas à fase cognitiva em que a sentença foi proferida, prosseguindo-se oportunamente com a fase de cumprimento de sentença. • Além das sentenças, o juiz profere outro tipo de ato, que tem conteúdo decisório. • A decisão interlocutória distingue-se das sentenças por seu caráter interlocutório, pelo fato de ser proferido no decurso de um processo, sem aptidão para finalizá-lo. E sem, ainda, pôr fim à fase de conhecimento em primeiro grau de jurisdição. Oportunidades em que a sentença poderá ser proferida 1. As terminativas podem ser proferidas a qualquer tempo bastando que o juiz verifique que não há condições de prosseguir, pois o pedido não poderá ser apreciado. Pode ser que o juiz perceba desde logo e indefira a petição inicial; ou em qualquer outra fase, quando o vício que impede o prosseguimento se evidencie. 2. O juiz proferirá sentença com resolução de mérito por reconhecimento jurídico do pedido ou por renúncia ao direito em que se funda a ação, quando o réu ou o autor assim dispuser, o que pode ocorrer em qualquer momento. • A transação, que põe fim ao processo com resolução de mérito, também pode ocorrer a qualquer tempo e será homologada assim que comunicada ao juízo. • O reconhecimento de prescrição e decadência pode ser feito desde a data da propositura da demanda. Se o ocorrer ab initio ensejará a improcedência liminar da pretensão. Se ocorrer mais tarde, levará à extinção com resolução de mérito. UNIFICAÇÃO DE MATERIA RECURSAL • Na sentença o recurso cabível será a apelação. • Art. 1.009 CPC. • Da sentença cabe apelação. Decisão Interlocutória de Mérito • Há outros pronunciamentos judiciais no sistema atual, nos quais o juiz pode resolver o mérito. • Ao proferir o julgamento antecipado parcial de mérito, ele examinará, em cognição exauriente e com força definitiva, um ou alguns dos pedidos, ou parte deles, que seja incontroverso ou que não dependa de outras provas. • Mas se, ao fazê-lo, o juiz não puser fim ao processo, nem à fase de conhecimento, porque há necessidade de que prossiga em razão dos demais pedidos, o pronunciamento terá natureza de decisão interlocutória demérito CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS Como regra, todas as sentenças são, a um só tempo, condenatórias, declaratórias e constitutivas. Em toda sentença há, pelo menos, a condenação em custas e honorários; mesmo na ação condenatória, de reparação de danos, por exemplo, há a declaração relativa à violação do direito e à constituição de obrigação. Além da classificação trinária da doutrina, tem-se a classificação quinaria desenvolvida por Pontes de Miranda, no qual as sentenças são classificadas em 5 modalidades, de acordo com sua eficácia. CLASSIFICAÇÃO QUINÁRIA DAS SENTENÇAS Sentença declaratória: declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica. Exemplo: reconhecimento da autenticidade de documento; Sentença constitutiva: aquela que cria, extingue ou modifica uma relação jurídica. As ações constitutivas tanto podem criar/constituir (constitutivas positivas) como extinguir/desconstituir uma determinada relação jurídica (constitutivas negativas). Exemplo: rescisão contratual, há uma extinção da relação jurídica (constitutiva negativa). CLASSIFICAÇÃO QUINÁRIA DAS SENTENÇAS Sentença condenatória tem como característica principal a condenação do réu ao cumprimento de uma obrigação. A condenação do réu fixada na sentença poderá determinar variadas espécies de obrigações em desfavor do réu: fixar a obrigação de pagar dinheiro, obrigação de fazer ou não fazer, obrigação de entrega de coisa, ou até mesmo obrigação de emitir declaração de vontade. Sentença mandamental: é aquela que se caracteriza por uma ordem. O juiz não condena, ordena. Essa ordem tem como principal escopo coagir o réu. Exemplo: o mandado de reintegração de posse expedido em favor do demandante; a reintegração ao cargo de funcionário público em razão da ilegalidade da demissão. CLASSIFICAÇÃO QUINÁRIA DAS SENTENÇAS Sentença executiva: é a sentença que determina, no seu próprio corpo e, portanto, sem a necessidade de iniciativa por parte do autor, que o provimento jurisdicional seja efetivado. A sentença executiva é aquela que se realiza através dos meios de execução direitos e adequados à tutela específica. Podemos citar como exemplo as sentenças que determinam o despejo ou mesmo uma obrigação de fazer.
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