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1 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI- Seminário VITAMINA C E PROTETOR SOLAR NO ENVELHECIMENTO HUMANO Alana Cherobin1 Kamille Guzzo Andressa Domingues Forte Jackson Rafael Muller2 1. INTRODUÇÃO Além da radiação UV, outro motivo para utilizar protetor solar em todas as ocasiões independente da estação do ano é a luz visível, que é emitida não só pelo sol como também por computadores, celulares, tablets e outras telas que temos em casa. Essa radiação está relacionada especialmente ao aparecimento de manchas, piorando o melasmas, condição crônica caracterizada pelo aparecimento de manchas escuras geralmente no rosto, ou seja causando envelhecimento cutâneo. Para que haja a proteção da pele, existem ativos antioxidantes e protetores solares com essa ação de bloqueio contra esse dano. Produtos cosméticos através de ativos como a vitamina C auxiliam na prevenção como também no tratamento. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Com o envelhecimento da pele tende a se tornar delgada, enrugada, seca e escamosa. Embora a espessura real da camada córnea não seja muito alterada, ela se torna mais permeável, permitindo a passagem mais rápida de substâncias através dela. Além disso, as fibras colágenas da derme tornam-se mais grossas e as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade reduzindo desta forma a tonicidade da pele (BORELLI, 2004). Guirro e Guirro (2002 ) baseia-se nos estudos de Bjorkstein (1983), onde afirma que o organismo humano é formado por trilhões de moléculas definidas, cujo equilíbrio é determinado pela conservação da normalidade. Sendo o colágeno o elemento de maior abundância no organismo, considerado assim um dos maiores alvos do envelhecimento. A desorganização do mecanismo de defesa antioxidante também está envolvida no processo de envelhecimento, pois com o avanço da idade o corre uma diminuição da capacidade antioxidante natural. Este desequilíbrio pode provocar doenças na pele, como também danos as estruturas nela presentes, como lipídios, proteínas e DNA, pela presença de quantidades excessivas de radicais livres (BUCHIL, 2002). 1 Nome dos acadêmicos 2 Nome Tutor Professor 2 Segundo Scotti e Velasco (2003), cerca de 80% dos sinais visíveis causados no envelhecimento são causados pelos raios ultravioletas e pelos radicais livres formados pela exposição a estes. Os radicais livres são cada vez mais reconhecidos como uma das principais causas do envelhecimento e doenças degenerativas associadas à idade (GOMES,GABRIEL, 2006). O radical livre é qualquer espécie química capaz de existência independente, que possui um ou mais elétrons desemparelhados, que por razões quânticas, esta molécula tende a emparelhar este elétron com outro de alguma outra molécula e por isso os radicais livres tornam-se tão reativos (GUERRA; FANAN,1994 ). Desta forma, há necessidade de suprir o organismo com substâncias anti-radicais livres, os antioxidantes, quando este não estiver conseguindo, por si só, defender-se de quantidade de radicais livres formados (RIEGER, 1996). Outros estudos comprovam que os antioxidantes têm uma grande capacidade de combater os radicais livres (LR), assim impedindo ou mesmo diminuindo os riscos de alterações que os mesmos podem causar a pele. Os vegetais e outros alimentos que contenham vitamina C também podem prevenir os danos que os radicais livres venham a causar na pele do indivíduo. (BAUMANN, 2004). Casemir Funk, químico polonês que , em 1911, identificou uma substância que acreditava ser uma amina e, como está lhe pareceu essencial á vida, chamou-a de “vita amine”, ou seja, vitamina. Desde então, o nome vitamina tem sido utilizado para designar um grupo de substâncias que possuem duas características principais: são necessárias em pequenas quantidades (miligramas ao dia) e indispensáveis á realização de funções especificas: e são substâncias orgânicas, o que a diferencia dos elementos como o ferro, o iodo, o magnésio, etc (RIBEIRO, 2006). FIGURA 1–Fórmula estrutural do Ácido Ascórbico. A vitamina C (ácido ascórbico, ascorbato) é um micronutriente hidrossolúvel, que apesar de ser essencial para o nosso organismo, não é produzido naturalmente por ele, por não possuirmos uma enzima terminal da rota biosintética da vitamina C a partir da glicose, denominada L- 3 Gulonolactona oxidase. Acreditasse que essa mutação foi acontecendo com os passar dos anos pois os animais tem essa capacidade de produção. A vitamina C estimula a síntese de colágeno, que é a maior e mais importante proteína estrutural da pele, responsável pela firmeza e elasticidade cutânea, sem afetar a síntese de outras proteínas. Ela participa como cofator na hidroxiprolina, importante aminoácido do tecido conjuntivo e das fibras de colágeno, melhorando a elasticidade e firmeza cutânea, que é o maior alvo do foto envelhecimento crônico (MACEDO, 1998). O ácido L- ascórbico é vital para o funcionamento das células, e isso é particularmente evidente no tecido conjuntivo, durante a formação do colágeno. Estudos demonstram que a capacidade de divisão do fibroblasto é limitada, com o envelhecimento a velocidade de divisão diminui comprometendo a síntese proteica e a “arquitetura” da Matriz Extracelular gerando alterações de elasticidade e de sustentação do tecido, resultando em alterações do relevo cutâneo (SCOTTI; VELASCO, 2003; GOMES; GABRIEL, 2006). Gonçalves (2002) realizou um estudo de eficácia , diretamente em humanos, de formulações contendo ácido ascórbico o áscorbil fosfato de magnésio, livre ou encapsulado, e verificaram que, após quatro e oito semanas de uso contínuo , ocorreram algumas alterações na p ele. Dentre estas alterações, foi observado que estas substância s ativas atuaram na viscoelasticidade da pele , com aumento na firmeza cutânea.(Gonçalves,2022) Na pele, colágenos tipos I e III contribuem com 85 a 90% e 8 a 11% do colágeno total sintetizado, respectivamente. A lisi l e a prolil hidroxilase são enzimas férricas. A vitamina C, como cofator, previne a oxidação do ferro e, portanto, protege as enzimas contra a auto-inativação. Dessa forma promove a síntese de uma trama colágena madura e normal por meio da perfeita manutenção da atividade das enzimas lisi l e propil hidroxilases. Além de atuar como importante cofator para as enzimas já citadas tem sido demonstrado que a vitamina C regula também a síntese de colágeno tipo I e III, pelos fibroblastos dérmicos humanos. Em relação ao envelhecimento sabe-se que ocorre diversas disfunções cutâneas, entre elas a degeneração de colágeno (GONÇALVES; MAIA CAMPOS, 1999). Visto que na pele, a epiderme contém uma quantidade de ácido ascórbico cinco vezes superiores à encontrada na derme, porém não sintetiza a vitamina C. Depois da exposição aguda à luz ultravioleta, os níveis de ácido ascórbico na derme, e principalmente na epiderme, mostram-se altamente reduzidos (PINNELL, 1995), isto porque os raios ultravioletas são os principais responsáveis pelo aumento dos radicai s livres Sendo considerado com o principal fator do envelhecimento extrínseco. No organismo, os radicais livres podem 4 combinar com o DNA das células, alterando seu código genético e produzindo uma multiplicação celular desordenada, além da destruição de forma geral nas estruturas e funções celulares (SCOTTI;VELASCO, 2003). A vitamina C reduz aprodução de pigmentos melamínicos via inibição da enzima tirosinase, que é a principal reguladora das reações de formação desses pigmentos, por isso tem sido sugerido como agente despigmentante (GONÇALVES, 2002; PROTA, 1993; NICOLETTI, 2002). Pesquisadores demonstram que o tratamento com vitamina C tópica pode funcionar como foto protetor biológico de amplo espectro e anti-inflamatório, retardando de forma significativa aos danos causados também pela radiação UVA (A Z U L A Y , 20 0 3 ) . Estudos comprovaram que a vitamina C, tópica desempenha ação sinérgica com filtros solares, uma vez que é bom antioxidante para a proteção UVA e U VB, prevenindo também mutações induzidas pela radiação ultravioleta, que causam câncer de p ele. Porém a vitamina C não pode s er considerada um foto protetor solar, porque não absorve a luz na faixa UVA e UVB. Sua ação se faz de duas maneiras: protegendo a pele contra os raios solares e reduzindo os efeitos causados pelo sol (MACEDO, 1998). Protetores solares são preparações cosméticas que possuem formas de apresentação diversas. Podem ser encontrados na forma de loções hidro alcoólicas, óleos, géis oleosos, emulsões óleo em água (O/A), emulsões água em óleo (A/O), bastões e aerossóis, entre outras. As loções hidro alcoólicas, geralmente, apresentam reduzida proteção, com formação de filme protetor irregular e podem provocar o ressecamento da pele. Os óleos apresentam proteção superior às loções hidro alcoólicas, mas não atingem valor de FPS alto. Os géis oleosos apresentam composição oleaginosa gelificada com proteção superior aos óleos fluidos; e as emulsões são as formas de apresentação com maior proteção. Os bastões são utilizados em formulações labiais e os aerossóis, em formulações capilares, por exemplo. Os protetores solares contêm filtros que são moléculas ou complexos moleculares que podem absorver, refletir ou dispersar a radiação UV. Os primeiros foram comercializados a partir de 1928. Muito diferente das formulações atuais, o primeiro foto protetor era composto de uma combinação de salicilato de benzila e cinamato de benzila. Nas duas últimas décadas, a atenção voltou-se para a formulação dos foto protetores, com o objetivo de elevar o FPS daqueles já disponíveis no mercado por meio da adição de novos filtros solares. Atualmente, diante dos danos que a radiação UVA provoca, o desenvolvimento de foto protetores visa à obtenção de produtos com proteção UVA e UVB. 5 Segundo Serpone (2007), os filtros são classificados comercialmente em filtros de efeito químico (orgânicos) e de efeito físico (inorgânicos). Geralmente, os compostos orgânicos protegem a pele pela absorção da radiação e os inorgânicos,20 pela reflexão da radiação. Existem no mercado, atualmente, filtros orgânicos que além de absorver, refletem a radiação UV. De acordo com artigos científicos, os filtros solares bloqueiam apenas 55% dos radicais livres produzidos pela exposição aos raios UV. Para otimizar a proteção UV, é indicado usar protetores solares combinados a um antioxidante tópico. Em termos de formulação cosmética é a veiculação de diferentes princípios ativos num mesmo produto com diferentes propriedades cosméticas ou associações de princípios ativos que apresentem a mesma propriedade. A elaboração de formulações multifuncionais é vantajosa, pela facilidade do uso de um produto único que atenda a necessidade dos consumidores e que possa agir em diferentes mecanismos de ação aumentando a eficácia do tratamento estético e porque se obtém, em determinados casos, a potencialização dos efeitos quando certas substâncias são vinculadas simultaneamente (GONÇALVES; MAIA CAMPOS, 1999). O filtro solar deve ser usado diariamente, em qualquer época do ano sendo aplicado em todas as áreas expostas e o FPS deve ser sempre igual ou acima de fator 30. A textura do produto vai depender do tipo de pele de cada pessoa, mas é importante salientar que a quantidade correta e o protetor com cor forma uma proteção mais eficaz devido possuir barreira química e física, sendo o mais adequado na prevenção de danos a pele tanto pela luz do sol, quanto pela luz azul. FIGURA 2 –Imagem rosto humano Fonte: ( Fonte C. Posch/ Journal of The European Academy of Dermatology and Venereology.) Nessa figura 2 Segundo a Do VivaBem, UOL, a imagem do pescoço de uma mulher de 92 anos viralizou na internet em agosto de dois mil e vinte e dois. A visível diferença entre a pele do rosto e do pescoço da idosa, que passou protetor solar apenas na face por mais de 40 anos, 6 causa espanto. Apesar do sucesso, a fotografia não é recente e faz parte de um artigo de outubro de 2021, publicado no periódico Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.”. No mundo da ciência e da tecnologia o rejuvenescimento facial ou, pelo menos, o retardamento do envelhecimento cutâneo tem atraído a atenção de pesquisadores e indústrias do ramo (ARJMANDIN,et al., 2018). FIGURA 3- Exemplo de produto cosmético Fonte: vitadermstore.com.br Várias linhas de tratamentos estéticos apresentam em seus protocolos produtos cosméticos com vitamina C, no exemplo da imagem acima podemos observar produto com fator de proteção e combinados então com a vitamina C. METODOLOGIA A pesquisa tem como caráter essencialmente qualitativo, com ênfase na observação e estudo de artigos primários e secundários, ao mesmo momento informações agrupamento de informações de pesquisa bibliográfica. Nossa pesquisa bibliográfica foi realizada de forma exploratória, e então explicativa, buscando entender e compreender as causas e os efeitos, tanto dos protetores solar quanto da vitamina C, além dos benefícios cosméticos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Quando falamos em pele, o uso tópico da vitamina C pode fazer maravilhas por ela e, entre seus muitos benefícios a mais destacável está sua ação antioxidante, que auxilia no combate aos efeitos nocivos da exposição solar e da poluição, que induzem à presença de radicais livres e ainda podemos destacar a alta eficácia anti-inflamatória, capaz de reduzir as marcas deixadas pela inflamação na pele. Uma ótima opção para tratar marcas de espinhas e claro pode ser usada em conjunto com tratamentos estéticos para redução de melasmas. 7 A utilização da vitamina C em produtos cosméticos para tratamentos estéticos é benéfica, pois um único princípio ativo apresentaria propriedades distintas em uma formulação, resultando em uma melhora significativa nas diferentes alterações cutâneas do envelhecimento. Ressalta-se ainda que é fundamental o entendimento das propriedades da vitamina C em relação às alterações decorrentes do envelhecimento cutâneo, porém cabe salientar que o profissional deve estar atento a forma de apresentação da vitamina C nas formulações para que a utilização dos produtos cosméticos com este apelo resultem em tratamentos estéticos eficazes. Agora fica claro que é indicado utilizar o filtro solar nas áreas expostas às luzes, como rosto, pescoço, colo e mãos. E, fazendo a combinação com a vitamina C, esse efeito de proteção se potencializa, por conta desta vitamina ser um agente oxidante, formando assim uma dupla excelente para o cuidado diário da nossa pele. Com certeza novos estudos deverão ser realizados para assim novas possibilidades de cuidados e alertas sejam lançados, sobretudo em países tropicais como o Brasil, onde a população está sob os efeitos da luz solar a maior parte do ano e em exposição, cada vez maior, a luz visível. 8 REFERÊNCIAS BAUMANN, L. Dermatologia Cosmética: princípios e práticas. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. Baron ED,Kirkland EB, Domingo DS. Advances in photoprotection. Dermatol Nurs.2008;20:265-72 BORELLI, Shirlei Schn aider. As i dades da pele: orientação e pr evenção. 2. ed. S ão Paulo: SENAC, 2004. BUCHIL, L. Radicais livres e antioxidantes. Cosmetics e Toiletries, v.14 (2): p. 54-57, 2002. GONÇALVES, Giseli M . S. Ácido ascórbico e Ascorbil f osfato de magnésio na p revenção do envelhecimento cutâneo. Disponível em < http://www.cff.org.br/revist as/54/inf03a06.pdf >acesso em 16 jul.2008. GOMES, R osaline Kell y; GABRIEL, Marlene. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 2. ed., rev. e ampl. São Paulo: LMP, 2006. González S, Fernández-lorente M, Gilaberte-Calzada Y. The latest on skin photoprotection. Clin Dermatol. 2008;26:614-26 GUERRA, Samuel dos Santos. FANAN, Si mone. Visão cosmética dos radicais li vres. Cosmet. Toiletries, vol. 6 p. 51-54, 1994. GUIRRO, Elaine Caldeira de O; GUIRRO, Rinaldo Roberto de J . Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed., rev. e ampl. Barueri: Manole, 2002. LAUTENSCHLAGER S, Wulf HC, Pittelkow MR. Photoprotection. Lancet.2007;370:528- 37. MACEDO. Otavio R . Segredos da boa pele:preservação e correção. 2. ed. rev.e ampl. São Paulo: SENAC, 1998. 17. RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia aplicada a dermocosmética. São Paulo: Pharmabooks, 2006. RIEGER, M. O envelhecimento intrínseco. Cosmet. 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