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PDF Cosmiatria Aplicada

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Prévia do material em texto

Flávia Garramone
Nicole de Almeida Nunes Meira 
Rubia Caleffi
COSMIATRIA
APLICADA
© Universidade Positivo 2019
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Thinkstock / © Shutterstock.
Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Projeto Gráfi co e Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha 
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Profa. Flávia Garramone
Profa. Nicole de Almeida Nunes Meira 
Profa. Rubia Caleffi
Profa. Ana Carolina Pareja 
Felipe Guedes Antunes 
Regiane Rosa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
Sumário
CAPÍTULO 1 - FOTOPROTEÇÃO 10
Objetivos do capítulo 16
Tópicos de estudo 16
Contextualizando o cenário 17
1.1 Fotoprotetores 17
1.1.1 A importância da radiação solar 17
1.1.2 Espectro solar e permeação cutânea da RUV 18
1.1.3 Fototipos da classificação de Fitzpatrick 21
1.1.4 Benefícios e malefícios da exposição ao sol 22
1.2 Aspectos gerais dos filtros solares 22
1.2.1 Mecanismo de ação dos filtros físicos 23
1.2.2 Mecanismo de ação dos filtros químicos 24
1.2.3 Fator de proteção solar (FPS) 25
1.2.4 Persistent Pigment Darkening (PPD) 26
1.3 Escolha do filtro solar 26
1.3.1 Consenso de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia 27
1.3.2 Orientações de uso de produtos solares 27
1.3.3 Testes de eficácia e segurança dos fotoprotetores 28
1.4 Produtos solares na atualidade 29
1.4.1 Filtros solares orais 29
1.4.2 Roupas com proteção antissolar (FPU) 30
1.4.3 Películas protetoras para vidros 30
1.4.4. Conceitos de cosméticos multifuncionais 31
Proposta de atividade 31
Recapitulando 31
Referências 32
CAPÍTULO 2 - PEELINGS QUÍMICOS E ENZIMÁTICOS 34 
Objetivos do capítulo 35
Tópicos de estudo 35
Contextualizando o cenário 35
2.1 Princípios gerais 35
36
38
2.1.1 Histórico e conceito dos peelings
2.1.2 Indicações e contraindicações 
2.1.3 Tipos de peelings 38
2.2 Classificação e tipos 40
40
44
45
2.2.1 Profundidade dos peelings 
2.2.2 Relação do pH e do PKA dos ácidos utilizados nos peeling 
2.2.3 Velocidade de permeação dos peelings 
2.2.4 Hidro e lipofilicidade 46
2.3 Ativos, mecanismos e procedimentos 46
2.3.1 Hidróxiácidos 46
2.3.2 Hidróciácidos 49
2.3.3 Poli-hidroxiácidos 49
2.3.4 Retinóides 49
2.4 Cuidados 51
52
53
53
2.4.1 Cuidados da pele pré-peeling e pós-peeling
2.4.2 Frosting 
2.4.3 Neutralização 
2.4.4 Termo de consentimento livre e esclarecido 53
Proposta de atividade 55
Recapitulando 55
Referências 55
CAPÍTULO 3 - DISCROMIAS 57 
Objetivos do capítulo 58
Tópicos de estudo 58
Contextualizando o cenário 58
3.1 Alterações da pigmentação 59
3.1.1 Sistema Melanocítico 59
3.1.2 Hiperpigmentação periocular 62
3.1.3 Melasma ou cloasma gravídico 64
3.1.4 Hiperpigmentação pós-inflamatória e efélides 65
3.2 Avaliação cutânea 67
3.2.1 Cromóforos: melanina, hemoglobina, caroteno 67
3.2.2 Avaliação e diagnóstico das hipercromias 68
3.2.3 Tratamento cosmético em consultório 69
3.3 Melanogênese 69
3.3.1 Fatores extrínsecos que podem estimular a melanogênese 69
3.3.2 Mecanismos de despigmentação 70
3.4 Clareadores e despigmentante 71
3.4.1 Princípios ativos tópicos 71
3.4.2 Princípios ativos orais 74
3.4.3 Restrições dos clareadores 76
3.4.4 Fórmulas despigmentantes 76
Proposta de atividade 80
Recapitulando 80
Referências 80
CAPÍTULO 4 - ACNE 82 
Objetivos do capítulo 83
Tópicos de estudo 83
Contextualizando o cenário 83
4.1 Etiologia 84
4.1.1 Unidade pilossebácea 84
4.1.2 Hipersecreção sebácea 85
4.1.3 Flora bacteriana saprófita e patogênica 87
4.1.4 Hiperqueratinização folicular 88
4.2 Fisiopatologia 89
4.2.1 Acne Inflamatória X não inflamatória 90
4.2.2 Graus de Acne 92
4.2.3 Fatores agravantes 95
4.2.4 Fatores atenuantes 95
4.3 Cosmetoterapia 95
4.3.1 Ativos queratolíticos 96
4.3.2 Ativos antissépticos 97
4.3.3 Ativos anti-inflamatórios 98
4.3.4 Ativos adstringentes 98
4.4 Tratamentos 99
99
101
101
4.4.1 Nutracêuticos orais para o tratamento da acne 
4.4.2 Tratamentos cosméticos no home care 
4.4.3 Tratamentos cosméticos no consultório 
4.4.4 Fórmulas 102
Proposta de atividade 102
Recapitulando 102
Referências 103
CAPÍTULO 5 - ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 104 
Objetivos do capítulo 105
Tópicos de estudo 105
Contextualizando o cenário 105
5.1. Tipos 106
5.1.1. Intrínseco ou cronosenescência 106
5.1.2. Extrínseco ou actinocênescencia 109
5.1.3. Envelhecimento entre os gêneros e etnias 110
5.1.4. Envelhecimento patológico 112
5.2. Fisiopatologia 114
5.2.1. Estresse oxidativo e os radicais livres 114
5.2.2. Fatores agravantes ou aceleradores 117
5.2.3. Hormônios e o envelhecimento 118
5.2.4. Aspectos psicológicos e nutricionais 118
5.3. Alterações 119
5.3.1. Hidratação e função de barreira 120
5.3.2. Renovação celular prejudicada 121
5.3.3. Flacidez e perda do contorno 121
5.3.4. Pigmentação desuniforme 123
5.4. Ativos cosméticos 123
5.4.1. Antioxidantes 123
5.4.2. Renovadores celulares físicos, químicos e biomiméticos 128
5.4.3. Ativos preenchedores 130
5.4.4 Ativos Dermorelax, neurocosméticos entre outras classes de ativos 
antienvelhecimento cutâneo 134
Proposta de atividade 138
Recapitulando 139
Referências 139
CAPÍTULO 6 - LIPODISTROFIA 141
Objetivos do capítulo 142
Tópicos de estudo 142
Contextualizando o cenário 142
6.1 Tecido adiposo 143
6.1.1 Estrutura 143
6.1.2 Fisiologia 145
6.1.3 Biotipo androide x Ginoide 147
6.2 Processos 149
6.2.1 Etiopatogenia 149
6.2.2 Adipogênese 150
6.2.3 Lipogênese 151
6.2.4 Lipólise 154
6.3 Tratamentos 156
6.3.1 Ativos lipolíticos tópicos 159
6.3.2 Ativos antilipogênicos tópicos 160
6.3.3 Ativos Antiadipogênicos tópicos 162
6.3.4 Fórmulas 163
Proposta de atividade 165
Recapitulando 165
Referências 165
CAPÍTULO 7 - FIBROEDEMA GINÓIDE (FEG) 167 
Objetivos do capítulo 168
Tópicos de estudo 168
Contextualizando o cenário 168
7.1 Etiopatogenia 169
7.1.1 Alterações anatômicas e hormonais 170
7.1.2 Alterações Vasculares 171
7.1.3 Fatores inflamatórios 173
7.1.4 Fatores histopatológicos 173
7.2 Classificação 174
7.2.1 Graus 174
7.2.2 Tipos 176
7.2.3 FEG inflamatório e não inflamatório 177
7.2.4 Fatores agravantes para o desenvolvimento da FEG 177
7.3 Avaliação e Diagnóstico 178
7.3.1 Ativos termogênicos orais 179
7.3.2 Ativos antioxidantes orais 179
7.3.3 Ativos firmadores orais 180
7.3.4 Ativos drenantes orais 181
7.4 Tratamentos 182
1837.4.1 Tratamentos em home care 
7.4.2 Tratamentos em consultório 183
Proposta de atividade 186
Recapitulando 186
Referências 186
CAPÍTULO 8 - ESTRIAS 188 
Objetivos do capítulo 189
Tópicos de estudo 189
Contextualizando o cenário 189
8.1 Fisiopatologia 189
8.1.1 Alterações 190
8.1.2 Incidência 194
8.1.3 Causas e fatores agravantes 198
8.1.4 Tipologia 199
8.2 Tratamentos 202
8.2.1 Avaliação e diagnóstico 202
8.2.2 Ativos e seus mecanismos de ação 203
8.2.3 Fórmulas 205
8.2.4 Protocolos 207
Proposta de atividade 208
Recapitulando 208
Referências 208
COSMIATRIA APLICADA
CAPÍTULO 1 - FOTOPROTEÇÃO
Nicole de Almeida Nunes Meira
10
Compreenda seu livro: Metodologia
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas que permitemo
desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e tem por objetivo a comunicação
bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendizagem que busca direcionar
a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização teórica-prática e das atividades
individuais e colaborativas; e fundamentado nos seguintes propósitos:
• valorizar suas experiências;
• incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento;
• estimular a pesquisa;
• oportunizar a reflexão teórica e aplicação consciente dos temas abordados.
Compreenda seu livro: Percurso
Com base nessa metodologia, o livro apresenta os itens descritos abaixo. Navegue no recurso para conhecê-los.
1. Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você aprenda ao final do estudo do capítulo, baseados nas necessidades de
aprendizagem do seu curso.
2. Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo.
3. Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto,
relacionando teoria e prática.
4. Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, consta uma pergunta que estimulará sua reflexão sobre o cenário
apresentado, com foco no desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica.
5. Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a refletir sobre algum ponto estudado no capítulo.
6. Boxes
São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de filme, apresentação de um
contexto, dicas, curiosidades etc.
7. Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e sistematize o que aprendeu no capítulo.
8. Recapitulando
É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, retomando os objetivos do capítulo, a pergunta
norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os questionamentos feitos no decorrer do conteúdo.
•
•
•
•
11
9. Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencionadas nos boxes, adequadas ao Projeto
Pedagógico do curso.
Boxes
Navegue no recurso abaixo para conhecer os boxes de conteúdo utilizados.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo.
Assista
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o
conteúdo estudado.
Biografia
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo
abordado.
Contexto
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e
cultural do assunto.
Curiosidade
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado.
12
Dica
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o
conteúdo trabalhado.
Esclarecimento
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada.
Exemplo
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto abordando a relação teoria-prática.
Apresentação da disciplina
A utilização de produtos cosméticos pela humanidade remonta há pelo menos 30.000 anos, quando os homens da
pré-história pintavam e tatuavam os seus corpos para guerra e por questões religiosas (MATOS, 2014).
Com o passar do tempo, os cosméticos se tornaram cada vez mais populares e o uso deles pela população
apresenta crescimento ano após ano. Atualmente, as pessoas se preocupam com a beleza, independentemente de
serem adeptas da vertente do “natural” e dos cosméticos com apelos de sustentabilidade ou de fazerem parte do
grupo que não mede esforços para se submeter a procedimentos estéticos.
Seguindo essa tendência, a Sociedade Brasileira de Dermatologia define cosmiatria como uma área da medicina
cujo objetivo é estudar e tratar a beleza de forma ampla, ética e profissional. O especialista habilitado com
conhecimento específico e técnico está apto a prescrever tratamentos e procedimentos cosméticos com o intuito
de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A autoria
Nicole de Almeida Nunes Meira
A professora Nicole de Almeida Nunes Meira é mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal da
Bahia (2017). É especialista em Cosmetologia pelo Instituto de Cosmetologia (2015). É graduada em Farmácia pela
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) (2012).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0792316645910036
13
http://lattes.cnpq.br/0792316645910036
Dedico este trabalho a minha família que sempre me apoiou e me incentivou em todos os momentos da minha vida. 
Flávia Garramone
A professora Flávia Garramone é especialista em docência no Ensino Superior pela Universidade Católica Dom
Bosco (2014) e em Acupuntura pela Faculdade de Medicina Chinesa (2017). É graduada em Estética e Cosmetologia
pela Universidade Anhembi Morumbi (2006).
Currículo Lattes: lattes.cnpq.br/3431096845669776
14
Aos que sentem o sabor do conhecimento compartilhado que possibilita o pensar, o refletir e o compreender, para
construir uma rede intelectual, vinculada as experiências pré-existentes, ampliando-as e modificando-as, buscando
saber o que, saber por que e para quê, em um processo rico e agregador. 
Rubia Caleffi
A Professora Rubia Caleffi é especialista em Terapias Integrativas Complementares pela Faculdade IBRATE (2017).
Graduada em Tecnologia em Cosmetologia e Estética pela Universidade do Vale do Itajaí (2009).
Currículo Lattes: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8643521H9>.
15
Dedico esta obra a todos que tem sede de conhecimento, em especial aos que não tem medo de se arriscar.
Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Conhecer os cosméticos, sua interação com a pele e anexos, assim como entender os processos básicos de 
utilização destes nos tratamentos estéticos.
Tópicos de estudo
• Fotoprotetores
• A importância da radiação solar
• Espectro solar e permeação cutânea da RUV
• Fototipos da classificação de Fitzpatrick
• Benefícios e malefícios da exposição ao sol
• Aspectos gerais dos filtros solares
• Mecanismo de ação dos filtros físicos
• Mecanismo de ação dos filtros químicos
• Fator de Proteção Solar (FPS)
• Persistent Pigment Darkening (PPD)
• Escolha do filtro solar
• Consenso de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia
• Orientações de uso de produtos solares
• Testes de eficácia e segurança dos fotoprotetores
• Produtos solares na atualidade
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
16
• Filtros solares orais
• Roupas com proteção antissolar (FPU)
• Películas protetoras para vidros
• Conceito de cosmético multifuncional
Contextualizando o cenário
Os protetores solares são cosméticos desenvolvidos com o objetivo de prevenir danos à pele provenientes da
radiação solar. Devem ser utilizados diariamente, desde a infância, para que se possa evitar o fotoenvelhecimento
e o surgimento de lesões mais graves. Um bom protetor solar deve apresentar um amplo espectro de ação,
protegendo contra as radiações ultravioleta A e B, além de apresentar um sensorial agradável, facilitando o seu uso.
A fotoproteção não se limita à utilização dos filtros. Engloba um conjunto de medidas que, juntas, preservam a
pele. Portanto, exposição solar em horários adequados, roupas e acessórios apropriados, pele sempre hidratada e
vidros com proteção UV são outras formas de prevenção.
Assim, considerando o fato de a radiação solar atuar tanto com efeitos benéficos quanto maléficos e os indivíduos
estarem em constante exposição ao sol, como fazer para se beneficiar desses efeitos e reduzir os danos?
1.1 Fotoprotetores
Os fotoprotetores são produtos cosméticos que podem auxiliar efetivamente na prevenção contra possíveis danos
das radiações oriundas de energia luminosa, tanto provenientes de fonte natural quanto as de fontes artificiais.
Dentre estasúltimas, podemos citar alguns tipos de lâmpadas, telas de computadores, de e de tablets 
smartphones.
A fonte natural é o sol, responsável por emitir espontaneamente radiações solares que são fundamentais para que
qualquer espécie viva se desenvolva na superfície terrestre. Estas podem ser caracterizadas como toda radiação
eletromagnética oriunda do Sol que atinge a terra sob a forma de ondas (TOFETTI; OLIVEIRA, 2006). Dentre elas,
pode-se citar a radiação ultravioleta, conhecida com a sigla RUV ou simplesmente UV. Neste caso, a exposição
excessiva pode provocar alterações na pele, como o fotoenvelhecimento e mutações no DNA que podem provocar
o surgimento de cânceres. Portanto, o uso dos fotoprotetores é de extrema importância a fim de se evitar o
surgimento destas doenças.
1.1.1 A importância da radiação solar
A radiação solar é responsável por permitir importantes fenômenos físicos, químicos e biológicos, tanto em
organismos animais quanto nos vegetais. Clique e confira, os principais benefícios e também malefícios deste tipo
de radiação.
Benefícios
De acordo com Querino (2011), estes raios têm influência direta na disposição da energia primária para todos et al. 
os processos terrestres, desde a fotossíntese até a síntese de vitaminas imprescindíveis para a manutenção da vida
humana. Vanzin e Camargo (2011) também destacam a importância da luz do sol para processos fisiológicos, como
a produção da vitamina D, além de citarem a exposição solar como um método terapêutico para patologias como
psoríase, dermatites e, até mesmo, depressão.
Malefícios
•
•
•
•
17
Entretanto, mesmo diante de diferentes benefícios, é importante reforçar que a exposição à radiação solar de
modo excessivo pode trazer uma série de malefícios. Aos seres humanos, por exemplo, pode-se ter danos no DNA e
o aparecimento de câncer cutâneo.
Portanto, a radiação solar é imprescindível para a manutenção da vida e saúde dos seres humanos. Porém,
também pode resultar em diferentes malefícios. Dessa forma, deve-se compreender as características do espectro
solar e sua capacidade de permeação cutânea.
1.1.2 Espectro solar e permeação cutânea da RUV
A luz solar é uma radiação eletromagnética composta por energias que possuem diferentes comprimentos de
ondas na constituição de seu espectro solar. Estas dimensões variadas fazem com que a luz solar apresente
múltiplos comportamentos físicos e provoque diversos resultados químicos e biológicos. Diante desta
multiplicidade, para que o homem pudesse compreender melhor as reações, padronizou-se representar o espectro
solar em intervalos de comprimentos de onda. Como pode ser observado na figura a seguir, dentre as
classificações das radiações solares em intervalos de comprimento de onda (indicado em nanômetros (nm) estão a
radiação ultravioleta (100-400 nm), a radiação visível (400-700 nm) e o infravermelho (>700 nm).
18
Faixas de comprimentos de onda das principais radiações solares.
Fonte: © Fouad A. Saad / / Shutterstock.
A radiação ultravioleta (RUV) compreende o espectro de 100 a 400 nm, apresentando potencial carcinogênico e
elevada capacidade de provocar danos à pele dos seres humanos, como o envelhecimento precoce e o
aparecimento de discromias (manchas cutâneas). Okuno e Vilela (2005) citam que a pele, assim como os olhos,
destacam-se no corpo como as regiões mais atingidas pela RUV pelo fato desta radiação apresentar uma pequena
capacidade de penetração no corpo humano como um todo. Porém, deve-se compreender que na pele esta
penetração é considerável, chegando a ocorrer a permeação cutânea, já que parte da RUV pode alcançar a derme.
Portanto, os raios UV penetram de maneira desigual na epiderme, já que esta é formada por muitas camadas
dispostas de maneira irregular. Além disso, parte da radiação UV é absorvida pelas primeiras células epidérmicas,
os queratinócitos, e também pelos melanócitos.
A compreensão da permeação cutânea da RUV é de extrema importância para entender seus malefícios e o
processo de fotoproteção, uma vez que esta é dependente dos comprimentos de onda das radiações UV. A tabela a
seguir apresenta as principais características da RUV de acordo com seus tipos: UVA, UVB e UVC.
19
A radiação ultravioleta é classificada em UVA, UVB e UVC devido as suas diferentes características em relação aos
intervalos de comprimentos de ondas específicos, seus picos de exposição e efeitos na pele. Vamos conhecer esses
tipos clicando a seguir.
• UVC
De acordo com Vanzin e Camargo (2011), a radiação com menor comprimento de onda e, portanto, a mais
energética, é absorvida quase que na sua totalidade pela camada de ozônio, o que não ocorre com as
radiações UVA e UVB, que atingem a superfície da Terra de modo considerável.
• UVB
A radiação UVB apresenta comprimento de onda capaz de agir de modo efetivo na epiderme e provocar
queimaduras solares em pequeno período de tempo devido a sua alta energia. Este fator também faz com
que a radiação UVB seja uma das principais responsáveis pelo câncer de pele.
• UVA
Já a UVA compreende um intervalo com comprimentos de onda maiores. Logo, é uma radiação menos
energética. Porém, a radiação UVA é capaz de alcançar a região dérmica, provocando o estímulo de células
como os melanócitos e ocasionando dano o de estruturas como os fibroblastos. A ação nos melanócitos
pode gerar desde uma intensificação na melanogênese, resultando no bronzeamento ou, até mesmo,
causar um dano celular que promova uma desordem na produção de melanina e resulte em discromias.
A tabela a seguir mostra as principais características da radiação ultravioleta.
Principais características da RUV.
Fonte: LOPES; CRUZ; BATISTA, 2012 (Adaptado).
De acordo com Okuno e Vilela (2005), as proteínas e outros constituintes celulares presentes na primeira camada
da pele são capazes de absorver a maior parte da energia de radiações com comprimentos de onda inferiores a 320
nm (como é o caso das radiações UVB e UVC). O mesmo não se observa no caso das radiações com as dimensões
acima de 320 nm (UVA1 e UVA2).
•
•
•
20
Para Araujo e Souza (2008), observa-se forte geração de radicais livres na pele devido aos raios UVA, favorecendo o
envelhecimento precoce da pele e o aparecimento de fotossensibilidade. Esta radiação pode, ainda, contribuir com
a indução de cânceres.
Para compreender melhor as reações das peles mediante a exposição à radiação UV, Fitzpatrick elaborou uma
classificação das peles em chamados fototipos, conforme veremos a seguir.
1.1.3 Fototipos da classificação de Fitzpatrick
A classificação de Fitzpatrick, criada pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick, configura a mais famosa
dos fototipos cutâneos utilizados atualmente. Ela classifica a pele em seis deles e se baseia na capacidade de
bronzeamento, sensibilidade e vermelhidão dos indivíduos ao sol. A tabela a seguir apresenta a descrição da
classificação de Fitzpatrick para fototipos cutâneos.
Classificação de Fitzpatrick dos fototipos de pele.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (s.d)
Baseando-se na classificação dos fototipos de Fitzpatrick, pessoas de diferentes fototipos sofrem diferentes efeitos
quando expostos ao sol, resultando em variadas alterações na coloração natural dos indivíduos. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), diversos fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam na coloração da
pele dos seres humanos, assim, existe a pigmentação constitutiva e a pigmentação facultativa. Clique nas abas a
seguir para conhecê-las.
ESCLARECIMENTO
A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo composta principalmente pela epiderme
(camada mais externa rica em queratina) e a derme (camada vascularizada e responsável pela
sustentação da pele). De modo geral, este órgão apresenta várias funções, entre elas, de barreira
protetora do meio externo (MATOS, 2014).
21
Pigmentação
constitutiva
No caso da pigmentação constitutiva, tem-se a coloração dada pelos pigmentos de melanina
segundo processos naturais e oriundos de herança genética, não sofrendointerferências
externas.
Coloração
facultativa
Já a coloração facultativa é aquela resultante da exposição solar ou de fontes de
bronzeamento artificial, sendo, portanto, reversível.
Após compreender as diferentes respostas das peles em relação ao bronzeamento, queimaduras solares e
sensibilidade às radiações UV, vamos discutir os malefícios e benefícios da exposição ao sol.
1.1.4 Benefícios e malefícios da exposição ao sol
A radiação solar oferece diferentes benefícios para a saúde dos seres humanos. Dentre este benefícios pode-se
citar seu efeito cicatrizante (OKUNO; VILELA, 2005); sua indução à sensação de bem-estar físico e mental (FLOR;
DAVOLOS; CORREA, 2007); e seu estímulo à produção da vitamina D3, que participa do metabolismo ósseo e tem
ação no sistema imunológico (CAIXÊTA, 2014).
No entanto, o aspecto saudável que o bronzeamento oferece ao indivíduo nem sempre é verdadeiro, pois a
exposição ao sol está diretamente relacionada ao surgimento de eritema, dor, edema, assim como do
fotoenvelhecimento precoce e do câncer de pele (SOUZA; ANTUNES, 2009). Esses malefícios podem variar
dependendo da duração e frequência de exposição ao sol, assim como a intensidade da radiação e a sensibilidade
da pessoa exposta (CAIXÊTA, 2014). Flor, Davolos e Correa (2007) citam como efeitos nocivos que podem ser
causados na pele pelas radiações ultravioletas a ocorrência de distúrbios imunológicos, lesões de DNA, ativação de
proteínas de estresse, elevação dos níveis das espécies reativas de oxigênio e redução da eficácia dos sistemas
antioxidantes naturais.
Após discutirmos sobre as principais características e efeitos das radiações solares, é possível compreender a
necessidade da fotoproteção. Por isso, a seguir serão discutidos os aspectos gerais das substâncias responsáveis
por minimizar a intensidades das radiações UV que terão contato com o nosso corpo.
1.2 Aspectos gerais dos filtros solares
Os filtros solares são substâncias químicas capazes de reduzir a entrada das radiações ultravioletas em locais como
pele, cabelos e lábios, por exemplo. Para promover esta prevenção, são incorporados nas formulações de produtos
cosméticos ou dermatológicos, criando os chamados protetores solares ou fotoprotetores. De modo geral, tem-se
dois tipos de filtros: físicos e químicos. Esta classificação se deve ao fato de o mecanismo de ação do filtro estar
relacionado a fenômenos físicos ou químicos. Os físicos envolvem, por exemplo, absorção, dispersão e/ou reflexão
da radiação UV, enquanto os químicos podem envolver uma absorção seguida de uma transformação química.
PAUSA PARA REFLETIR
Se a exposição solar inadequada é de amplo conhecimento, por que tantas pessoas se expõem
de maneira inadequada a ela?
22
Outro aspecto geral a ser destacado é que os filtros solares podem ser substâncias químicas inorgânicas ou
orgânicas, sendo que geralmente as primeiras realizam a proteção solar por fenômenos físicos, enquanto as
segundas o fazem por fenômenos químicos. No entanto, independentemente da origem do filtro solar e do seu
mecanismo de ação para proteção contra as radiações ultravioletas, de acordo com Souza e Antunes (2009), está
comprovado que o uso de protetores solares traz benefícios como a prevenção e a redução do fotoenvelhecimento
da pele causado pela exposição à RUV.
Portanto, os filtros solares podem apresentar diversas características específicas e agir de diferentes formas,
conforme será detalhado a seguir por meio da discussão sobre os mecanismos de ação dos filtros físicos.
1.2.1 Mecanismo de ação dos filtros físicos
Os filtros físicos são substâncias químicas capazes de realizar fenômenos físicos capazes de dificultar a entrada das
radiações UV nos locais em que estes filtros estiverem presentes. Estes fenômenos envolvem mecanismos como
formação de barreira insolúvel, dispersão e reflexão da radiação UV. Portanto, estes filtros protegem a região do
corpo que estiver com o produto aplicado. Geralmente, as substâncias utilizadas como filtros físicos são o óxido de
zinco e o dióxido de titânio. Por isso, devido à classificação química das moléculas destes elementos, os filtros
físicos são também conhecidos como inorgânicos ou minerais. A figura a seguir representa o mecanismo de ação
destes óxidos que resultam na proteção solar.
Mecanismo de ação dos filtros inorgânicos.
Fonte: VANZIN; Camargo (2011, p. 122).
A seguir, clique para conhecer as principais dimensões envolvidas na ação dos filtros físicos.
• Tamanho das partículas
Flor, Davolos e Correa (2007) destacam a importância do tamanho adequado das partículas que
constituem o filtro físico. Esta dimensão é capaz de influenciar tanto no aspecto esbranquiçado do produto
sobre o local de aplicação quanto na absorção da radiação UV e na capacidade de espalhamento dessa luz.
Estes autores discutem que a máxima eficiência é obtida na presença de filtros físicos com partículas cujos
diâmetros sejam aproximadamente iguais aos comprimentos de onda da radiação que se deseja difundir.
• Impermeabilidade
Ribeiro (2006) destaca ainda que o espalhamento da luz por diferentes direções ou o processo de reflexão
estão relacionados com a impermeabilidade do filtro solar à radiação que se deseja refletir ou dispersar.
Portanto, os filtros físicos efetivos são impermeáveis tanto à radiação quanto ao local que se queira
proteger, como a pele, por exemplo.
•
•
23
De acordo com Vanzin e Camargo (2011) e Flor, Davolos e Correa (2007), esta impermeabilidade à pele faz
com que os filtros físicos sejam considerados seguros e com baixo potencial de irritação cutânea. Esta
característica também faz com que eles tenham maior aplicabilidade em fórmulas cosméticas infantis e
para peles sensíveis. Estes dois óxidos são substâncias químicas consideradas semicondutoras e, por isso,
quando em contato com a radiação ultravioleta, realizam fenômenos de reflexão e dispersão, fazendo com
que ofereçam uma proteção efetiva contra as radiações UVA e UVB. Desta forma, são empregados com
frequência em formulações de protetores solares (CABRAL , 2011; FLOR; DAVOLOS; CORREA, 2007).et al.
Ferreira (2008) cita talco, carbonato de cálcio, caolin, óxido de ferro e petrolato vermelho como
substâncias com grande empregabilidade em fotoprotetores, porém, menos importantes em relação ao
óxido de zinco e ao dióxido de titânio.
• Aspectos visual e sensorial
Também é importante compreender o aspecto visual e o sensorial que podem ser influenciados pela
presença dos filtros físicos nos protetores solares. O tamanho das partículas influencia não somente a
capacidade de espalhamento e prevenção, mas também no aspecto do produto. Flor, Davolos e Correa
(2007) indicam a importância do uso de partículas com diâmetros inferiores a 400 nm para minimizar a
possibilidade de formação de um filme esbranquiçado sobre a superfície de aplicação do protetor solar, já
que os fragmentos tendem a ficar suspensos na formulação, podendo afetar inclusive o sensorial do
produto. Ademais, os autores também destacam que não devem ser utilizadas partículas cujos diâmetros
possuam a mesma ordem de grandeza da faixa de comprimento de onda da radiação visível.
Após compreendermos as principais características e mecanismos de ação dos filtros físicos, será discutido a seguir
o mecanismo de ação dos filtros químicos empregados dos protetores solares.
1.2.2 Mecanismo de ação dos filtros químicos
Os filtros químicos são classificados desta forma pelo fato de seu mecanismo de ação envolver fenômenos
químicos, ou seja, a fotoproteção ocorre por meio de transformações químicas. São também conhecidos como
orgânicos devido as suas características moleculares. De modo geral, são compostos aromáticos com um grupo
carbonila e apresentam um grupo doador de elétrons (amina ou metoxila) na posição orto ou para do anel
aromático (FLOR; DAVOLOS, CORREA, 2007; CABRAL, ., 2011).et al
Quanto ao mecanismo de ação específico dos filtros químicos, observa-se que suas moléculas orgânicas absorvem
os fótons da RUV, que possuem altaenergia e as transformam em radiações com energias menores e inofensivas
para os seres humanos, promovendo a fotoproteção. Na grande maioria das vezes, as RUVs absorvidas e
transformadas pelos filtros químicos possuem comprimentos de onda de 290-320 nm, que é o espectro UV
conhecido por promover principalmente eritema e queimadura solar (FLOR; DAVOLOS; CORREA, 2007; CABRAL et al.
, 2011; CAIXÊTA, 2014). Porém, com o crescimento do interesse da população em prevenir o processo do
envelhecimento cutâneo, muitas empresas cosméticas estão investindo em fotoprotetores que atuam em
comprimentos de onda acima de 320 nm. Desta forma, protege-se a pele da radiação UVA que é a principal
responsável pelo fotoenvelhecimento.
•
24
Fonte: © SNeG17 / / Shutterstock.
Outro aspecto importante a ser discutido é o visual e o sensorial dos cosméticos que possuem filtros químicos nas
suas formulações. Geralmente, este tipo oferece um sensorial gorduroso devido às características das suas
moléculas. Porém, com os avanços da cosmetologia, as indústrias conseguem produzir fotoprotetores com filtros
químicos e toque seco. Para isto, podem ser empregados filtros químicos encapsulados ou aditivos para efeito
mate, por exemplo. Quanto ao visual, diferentemente dos filtros físicos, que resultam em aspecto esbranquiçado
no local de aplicação, os químicos têm a vantagem de formar filmes totalmente transparentes após a aplicação
(RIBEIRO, 2006).
Além disso, deve-se compreender que a maioria das formulações dos fotoprotetores utilizam misturas de filtros
físicos e químicos para alcançar a proteção e o aspecto desejado para os produtos. Porém, independentemente
dessas misturas, todos os fotoprotetores devem apresentar uma capacidade de proteção. Essa capacidade pode
ser indicada por um fator de proteção solar conforme será discutido a seguir.
1.2.3 Fator de proteção solar (FPS)
A pele apresenta naturalmente uma capacidade de proteção contra a radiação UV. Esta capacidade se deve à ação
das moléculas de melanina, um pigmento natural presente em seres humanos capaz de absorver parte da radiação
ultravioleta e transformá-la em energia menor e não danosa. Dependendo das características específicas da
melanina (tipo, cor e quantidade), a pele terá seu determinado tempo de proteção. Após este período, começa a
sofrer os danos das radiações UV. Por isso, o uso dos fotoprotetores é importante, visto que estes produtos são
capazes de aumentar o tempo. Este acréscimo depende de uma série de quesitos, como o fator de proteção solar
dos fotoprotetores, por exemplo.
O fator de proteção solar, conhecido com a sigla FPS, é um termo utilizado para indicar a capacidade de
fotoproteção do cosmético contra a radiação UVB. De modo mais específico, o fator, ou seja, o número do FPS,
indica quantas vezes mais a pele está protegida contra os raios UVB em relação ao tempo natural. Assim, caso o
período de proteção da pele seja 15 minutos, ao se utilizar um cosmético com FPS 10, o índice saltará para 150
minutos. Veja o exemplo a seguir de como proceder o cálculo para determinar o FPS: um filtro solar que proteja
durante 600 minutos a pele de uma pessoa, cuja defesa natural é de 30 minutos, apresentará FPS 20.
25
Portanto,
Quanto à determinação deste fator pelas empresas fabricantes de protetores solares, de acordo com Vanzin e
Camargo (2011), o FPS é determinado por testes de dose eritematógena mínima (DEM). Estes exames relacionam o
tempo de formação do eritema na pele com protetor solar com o período de formação do eritema na pele sem
fotoproteção.
Este teste de determinação de FPS é realizado “ ” e envolve a aplicação de fotoprotetores na pele humana nain vivo
concentração de (quantidade de produto/área da pele). De acordo com Caixêta (2014),
considerando um indivíduo adulto, a cada aplicação do fotoprotetor deve-se utilizar cerca de 30 a 40 gramas do
produto no corpo deste indivíduo.
É importante reforçar que a sigla FPS está relacionada à radiação UVB. Porém, testes semelhantes são realizados
envolvendo a radiação UVA e fotoprotetores que apresentam filtros específicos para esta radiação. Neste caso,
existe o fator PPD oriundo da expressão como veremos a seguir.Persistent Pigment Darkening,
1.2.4 (PPD)Persistent Pigment Darkening
Persistent Pigment Darkening é uma expressão utilizada para representar o teste realizado pelas empresas
cosméticas para definir o fator de proteção dos fotoprotetores para a radiação UVA. De acordo com Vanzin e
Camargo (2011), este teste não apresenta uma padronização mundial, como ocorre nas avaliações de FPS. Porém,
as empresas seguem determinados padrões para realizá-lo “in vivo” e “in vitro”. Enquanto as análises de FPS se
baseiam em eritemas, as de PPD se fundamentam na pigmentação imediata e tardia oriunda da fotoxidação
sofrida pela melanina pré-formada durante exposição ao UVA. De acordo com Azulay (2017) e Pinto (2014), as
observações de pigmentação são realizadas após 2 a 24 horas da exposição à radiação UVA, sendo que a razão
entre os índices correspondentes à pele com filtro e sem proteção representa o fator conhecido como PPD.
1.3 Escolha do filtro solar
Na escolha do filtro solar deve-se levar em consideração alguns aspectos como: o espectro de proteção (proteção
UVA e UVB), o tempo de exposição a que o indivíduo irá se submeter, o fototipo de pele e se será utilizado para
atividades recreacionais ou apenas ocasionalmente. O FPS é de extrema importância no momento da escolha,
assim como os dizeres de rotulagem, que especificam a presença do PPD e se o produto possui amplo espectro de
proteção.
26
Outro fator importante a ser considerado na escolha é a forma farmacêutica que pode ser creme, gel e loção. Os
veículos mais utilizados são as emulsões não-iônicas água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A), os géis não-
iônicos, que conferem sensação lubrificante, e carbômero que confere toque seco. As emulsões reduzem a
agressão do sol pois possuem agentes emolientes que aumentam a hidratação (SOUZA; ANTUNES, 2009).
Portanto, diferentes aspectos devem ser considerados no momentos da escolha do fotoprotetor ideal. Para
favorecer esta escolha, veremos a seguir algumas orientações do Consenso de Fotoproteção da Sociedade
Brasileira de Dermatologia.
1.3.1 Consenso de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia
De acordo com o Consenso de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2012), fotoproteção pode
ser definida como o conjunto de medidas direcionadas e reduzir a exposição ao sol e a prevenir o desenvolvimento
do dano actínico agudo e crônico.
O Consenso defende, por exemplo, a educação em fotoproteção, a proteção por meio de coberturas e vidros,
proteção por meio de roupas e acessórios, fotoprotetores tópicos e orais.
É importante compreender que o Consenso Brasileiro de Fotoproteção foi o primeiro documento oficial do Brasil
que apresentou um conjunto de orientações sobre as formas de exposição saudável ao sol. Parte destas
orientações serão discutidas a seguir.
1.3.2 Orientações de uso de produtos solares
A exposição solar é importante e deve ocorrer em todas as fases da vida. Porém, deve-se ter atenção ao clima e
horário do local, ao fototipo do indivíduo que está se expondo ao sol e às condições de exposição. Dentre estas
condições de exposição, destaca-se o uso de protetor solar. A eficiência deste uso é dependente de uma série de
fatores.
De acordo com Toffeti e Oliveira (2006), algumas orientações devem ser consideradas para que se possa ter a
fotoproteção adequada. Clique nas abas a seguir para conhecê-las.
Evitar a exposição entre os horários das 10h e 16h.
O fotoprotetor deve ser aplicado de 20 a 30 minutos antes da exposição solar para que haja tempo de ser absorvido
e desempenhe seu efeito.
PAUSA PARA REFLETIR
Se existe um consenso de fotoproteção no Brasil, como fazer para que as medidas de proteção
solar sejam mais amplamente divulgadas para população?
27
Aplicação liberal em toda área de exposição, com exceção dos olhos.
A área ao redordos olhos deve ter aplicação cuidadosa, evitando as pálpebras inferiores e superiores. Caso haja
irritação da conjuntiva ocular, os olhos devem ser lavados imediatamente e abundantemente.
Os protetores devem ser colocados sob as roupas, pois a radiação solar pode penetrar alguns tipos de tecidos,
principalmente se estiverem molhados. Vale salientar que as roupas brancas oferecem pouca proteção, pois
permitem a passagem da RUV principalmente se estiverem molhadas.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda que se utilize protetores solares com FPS de no mínimo
30. FPS maiores são indicados para grupos específicos, como pessoas com maior sensibilidade, com histórico de
câncer de pele, em tratamento de problemas dermatológicos e em casos de exposição prolongada a RUV. FPS
menor que 30 são indicados para população étnica. Outra importante recomendação refere-se ao uso de um
fotoprotetor com amplo espectro de ação contra a RUV, que atenda à legislação brasileira de fotoproteção e que
possua no rótulo frases como “Proteção UVA e UVB” e “Proteção de amplo espectro”. Recomenda-se, ainda, o uso
de produtos resistentes à água durante atividades recreacionais e a reaplicação do protetor solar a cada 2 horas ou
após longos períodos de imersão.
Após conhecer as principais orientações sobre o uso dos protetores solares, serão discutidos a seguir os testes de
eficácia e segurança dos fotoprotetores.
1.3.3 Testes de eficácia e segurança dos fotoprotetores
Os fotoprotetores são produtos cosméticos com grau de risco 2, portanto, para serem aprovados pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), devem realizar todos os testes de segurança e eficácia exigidos para os
devidos registros antes do processo de comercialização.
Os principais testes de eficácia e segurança dos fotoprotetores são: determinação do FPS, fator de proteção UVA
(FP-UVA) e resistência à água. Clique a seguir e conheça cada um deles.
Teste de FPS
O teste de FPS mede a razão entre a dose eritematosa mínima da pele protegida e a da pele desprotegida.
Representa quanto tempo a mais é possível se expor ao sol com a pele protegida de protetor solar.
Teste FP-UVA
Nesse caso, o produto deve apresentar no mínimo 1\3 do FPS declarado. Este teste consiste na determinação da
mínima dose de pigmentação persistente na pele desprotegida e na pele protegida. Avalia-se a formação de
melanina. A pigmentação analisada neste método é conhecida como pigmentação persistente (PPD).
Teste de resistência à agua
Já o teste de resistência à água envolve uma metodologia que se baseia no índice de proteção após imersão na
água ou então pelo índice de proteção antes e a após imersão.
28
Deve-se destacar que os testes citados (FPS, FP-UVA e resistência à água) são testes básicos. Porém, outros testes
podem ser exigidos caso o protetor solar apresente a existência de alguma outra função específica que exija
comprovação.
Além de compreender a existência e importância dos testes exigidos pela ANVISA para os protetores solares
tradicionais, deve-se compreender também que diferentes produtos com fotoproteção estão surgindo no mercado
atual, desde orais até vestimentas, por exemplo. Para compreender um pouco deste novo mercado, serão
discutidos a seguir os produtos solares da atualidade.
1.4 Produtos solares na atualidade
Seguindo a tendência de evolução do mercado cosmético, os protetores solares vêm se apresentando de diversas
formas diferentes a fim de poder atender e agradar uma gama maior do seu mercado consumidor de diferentes
regiões do mundo.
Sabe-se que proteção solar não se resume apenas ao uso dos filtros solares. Mais medidas estão sendo utilizadas e
incentivadas pelos profissionais da área com o objetivo de se obter uma prevenção mais completa e eficaz
reduzindo, assim, os danos à saúde.
Produtos contendo filtro solar na sua composição são diferentes de cosméticos fotoprotetores. Enquanto o
primeiro possui diversas funções e a proteção solar é uma delas, não protegendo necessariamente de todo tipo de
radiação UV, os cosméticos têm ação principal de proteção ao sol e deve ser de amplo espectro de ação.
No entanto, sabe-se que, seja nos cosméticos com mais funções ou especificamente nos protetores solares, os
filtros solares tem seus efeitos por meio de uma aplicação tópica. Porém, nas últimas décadas, outras formas de
proteção tem sido pesquisadas como, por exemplo, a proteção solar por meio da ingestão oral dos chamados
filtros solares orais, os quais serão discutidos a seguir.
1.4.1 Filtros solares orais
Uma nova tendência que surgiu no mercado dos cosméticos são os filtros solares orais. Diferente dos de uso
tópico, que são aplicados na pele e atuam na absorção, radiação ou dispersão da UV, estes são ingeridos e agem
após a exposição ao sol.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2012) a fotoproteção oral é feita pela ingestão de um ou mais
ativos que desempenham ação celular ou molecular a fim de reduzir os danos provocados pela radiação solar. Na
maior parte, são compostos por alimentos, porém, quando possuem dose superior à ingestão diária recomendada
pelos órgãos regulatórios, passam a ser considerados medicamentos. Exemplo de filtros orais são as vitaminas C e
E, os polifenóis, os carotenóides, ácidos graxos essenciais e probióticos.
CURIOSIDADE
O Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos da ANVISA é um importante material que auxilia
na formulação de todos os produtos cosméticos, inclusive com testes que são obrigatórios para
assegurar a eficácia e segurança dos produtos desenvolvidos (BRASIL, 2004).
29
Assim como a proteção solar por meio de substâncias orais vem crescendo a cada ano, cresce também o número
de pesquisas e tecnologias para garantir a proteção solar por meio dos tecidos. A seguir será discutida a proteção
solar em roupas e outros tipos de vestimentas.
1.4.2 Roupas com proteção antissolar (FPU)
O tipo de roupa utilizado configura uma importante medida protetora à exposição solar, visto que a composição
química do material do tecido e sua cor promovem forte influência física na interação deste material com a
radiação ultravioleta. Roupas com cores claras, por exemplo, protegem menos e devem ser evitadas nestes casos.
Diante desta influência e da preocupação dos seres humanos em se proteger dos raios UV, cada vez mais se
observa o surgimento de roupas que possuem proteção contra a RUV. Vamos clicar a seguir para acompanhar essa
relação.
Vestimentas fotoprotetoras
As empresas têxteis desenvolvem tecidos contendo filtros solares para blusas, roupas de banho, chapéus e calças,
entre outros. Destaca-se que estes tecidos com fotoproteção existem há décadas, porém eram produtos mais
voltados para atletas expostos constantemente ao sol. Nos últimos anos, com a crescente preocupação da
população a respeito dos malefícios causados pela exposição excessiva à radiação solar, a fabricação e o uso de
vestimentas fotoprotetoras tornaram-se comuns entre a população geral, desde os bebês até os idosos.
Graus de proteção
Deve-se compreender que as vestimentas com fotoproteção são confeccionadas com materiais específicos que
passaram por processos físico-químicos para conter na sua composição química substâncias capazes de filtrar os
raios UV. Dependendo deste processo e do tipo e quantidade de filtros solares utilizados, pode-se obter diferentes
graus de proteção. Esta escala é indicada pelo Fator de Proteção Ultravioleta (FPU). Segundo Balogh . (2011), oet al
FPU tem o mesmo conceito do FPS (Fator de Proteção Solar) utilizado para produtos cosméticos. Ou seja, o FPU
indica quantas vezes mais, em relação ao seu tempo de proteção natural, o usuário estará seguro com a
vestimenta fotoprotetora. Além disso, da mesma forma que as indústrias cosméticas, as indústrias têxteis podem
utilizar filtros solares para a radiação UVA e/ou UVB de acordo com a proteção almejada.
Assim como criaram um meio de proteção por meio das roupas, também desenvolveram um meio de proteção
para automóveis e casas, por exemplo.De modo geral, para esta proteção são utilizadas películas protetoras,
conforme será discutido a seguir.
1.4.3 Películas protetoras para vidros
Pelo fato de grande parte da população passar longos períodos da vida em automóveis, muitas vezes em horários
não recomendados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, as películas protetoras de vidros com ação anti-UV
são altamente recomendadas, pois, desta forma, juntamente com o uso adequado de roupas e protetores solares,
os danos causados pela exposição solar são reduzidos.
Essas películas também podem ser utilizadas nos domicílios e nos locais públicos com exposição ao sol. Neste
caso, pode-se destacar o que é um tipo de quebra-sol muito empregado nas fachadas das casas comobrise soleil, 
um meio auxiliar de controle de luz solar e temperatura ambiente. De acordo com Silva (2007), este controle se
deve à redução da incidência solar sobre o local desejado, já que o é um dispositivo que auxiliará nabrise soleil
formação de sombras.
30
Dessa forma, é possível compreender que existem muitos meios de proteção contra os efeitos danosos das
radiações UV. A preocupação com esta proteção é tão grande que a indústria cosmética vem inserindo filtros
solares em muitos de seus produtos, conforme será discutido a seguir nos conceitos dos cosméticos
multifuncionais.
1.4.4. Conceitos de cosméticos multifuncionais
A população tem cada vez menos tempo para cuidar da beleza em meio a tantas outras atividades do cotidiano.
Diante desta realidade, as indústrias começaram a desenvolver produtos que oferecem vários cuidados ao mesmo
tempo, ou seja, múltiplas funções. Estes cosméticos ficaram conhecidos como multifuncionais. Atualmente
existem diferentes cosméticos com várias funções ao mesmo tempo, como por exemplo, maquiagens ou produtos
de tratamento facial com proteção solar.
Muitos consumidores preferem obter a proteção solar por meio de produtos que já usam diariamente como base,
pó, sombra, hidratantes, cremes entre outros. Desta forma, há a praticidade de encontrar num únicoanti-aging,
produto todos os benefícios necessários para cuidar da pele. Daí o crescente consumo dos cremes alfabeto (BB
, dentre outros), que trazem esses benefícios associados. Dentre as vantagenscream, CC cream, DD cream
oferecidas por estes produtos estão a fotoproteção, hidratação, ação antioxidante, regeneradora, além de
poderem atuar como maquiagem. Vamos clicar a seguir e conhecer mais sobre esse tipo de cremes. 
BB cream (Blemish Balm Cream) 
Recebeu este nome por representar um bálsamo da beleza. Este produto pode ter diferentes composições
químicas, porém, para ser chamado de deve apresentar várias funções ao mesmo tempo. Dragonetti,BB cream, 
Gomes e Moraes (2016) citam a hidratação, o efeito corretivo e a proteção solar (com FPS geralmente entre 20 e 40)
como as principais funções presentes no BB cream.
CC creams (Color Correction Cream)
Também são cosméticos multifuncionais, entretanto, possuem vasodilatadores que melhoram a circulação
sanguínea da pele, trazendo-lhe um efeito mais luminoso, e substâncias capazes de atuar na correção do tom das
peles. Possuem ainda ação antioxidante e ativos para condições específicas como a acne, por exemplo.
DD cream (Daily Defense Cream) 
É um creme multifuncional para ser utilizado diariamente com funções principais de forte hidratação e proteção
com os danos do processo de envelhecimento cutâneo.
Proposta de atividade
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um mapa conceitual destacando as
principais ideias abordadas ao longo do conteúdo. Ao produzir o seu mapa, considere as leituras básicas e
complementares realizadas.
Recapitulando
A exposição solar é fundamental para o desenvolvimento humano, porém deve ser feita de maneira consciente
para que não haja o surgimento do fotoenvelhecimento precoce e de lesões.
31
O conhecimento acerca da radiação ultravioleta é essencial para que as pessoas se tornem mais conscientes a
respeito dos malefícios de uma exposição inadequada. A divulgação mais ampla e massiva sobre o uso correto dos
protetores solares, assim como das medidas de proteção complementares, são primordiais para o sucesso de um
programa de fotoproteção.
Referências
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COSMIATRIA APLICADA
CAPÍTULO 2 - PEELINGS QUÍMICOS E 
ENZIMÁTICOS
Flávia Garramone
34
Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Compreender o procedimento de peeling químico.
• Identificar os principais agentes indutores e seus modos de ação, bem como desenvolver protocolos.
Tópicos de estudo
• Princípios gerais
• Histórico e conceito dos peelings
• Indicações e contraindicações
• Tipos de peelings
• Profundidade dos peeling
• Classificação e tipos
• Relação do pH e do PKA dos ácidos utilizados nos peeling
• Velocidade de permeação dos peelings
• Hidro e lipofilicidade
• Ativos, mecanismos e procedimentos
• α- hidróxiácidos
• β- hidróciácidos
• Poli-hidroxiácidos
• Retinóides
• Cuidados
• Cuidados da pele pré-peeling e pós-peeling
• Frosting
• Neutralização
• Termo de consentimento livre e esclarecido
Contextualizando o cenário
A possibilidade de retardar a perda de funções da pele e controlar suas alterações movimenta a busca por
procedimentos estéticos diferenciados. Entre eles, um dos mais indicados por dermatologistas e esteticistas é o 
.peeling
A técnica se destaca graças a sua boa resposta, facilidade de acesso e de manuseio. Apesar dos diferentes tipos de
agentes esfoliantes, o objetivo é atuar na superfície da pele para estimular a síntese de colágeno dérmico,
promovendo a formação de uma nova pele.
Dessa forma, é indispensável ter conhecimento sólido das características dos diferentes tipos de e seuspeeling
níveis de permeação para garantir os resultados esperados e evitar intercorrências. Diante desse cenário,
questiona-se: quais são os peelings disponíveis e como eleger o mais adequado no procedimento estético?
2.1 Princípios gerais
A tecnologia de desenvolvimento cosmético sempre busca inovações, ofertando diferentes tipos de para apeeling 
estética. O local de ação do é a pele corporal, impactando sobre esta por meio dos agentes indutorespeeling
•
•
•
•
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•
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•
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•
•
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•
•
35
esfoliantes que atuam em suas diferentes camadas e estruturas para desencadear efeitos fisiológicos, resultando
em uma aparência cutânea renovada e saudável.
Fonte: © transurfer / / Shutterstock.
Para atingir esse propósito, a formulação para o deve ter características específicas para fisiologicamentepeeling
vencer a barreira cutânea podendo, assim, o ativo penetrar nas camadas da pele conforme a necessidade,
estimulando os fibroblastos a renovarem as fibras colágenas e células epidérmicas e os queratinócitos basais à
induzir o processo de renovação celular.
2.1.1 Histórico e conceito dos peelings
A palavra é originária do inglês e significa descamar, esfolar e esfoliar. Historicamente, os benefícios do peeling
 são conhecidos desde a medicina egípcia (a.C), mas os dermatologistas só se interessaram muito tempopeeling
depois, sendo a primeira publicação científica oficial em 1940, com a descrição do uso de ácidos para peeling
profundo no tratamento de cicatrizes (YOKOMIZO, ., 2013).et al
36
Fonte: © Inga Ivanova / / Shutterstock.
Segundo Pereira (2013), o é definido como uma técnica estética que utiliza agentes tópicos capazes depeeling
promover uma esfoliação epidérmica controlada, estimulando a renovação celular, com proliferação e
regeneração de colágeno, para melhorar a qualidade e a aparência da pele.
Com relação à cosmiatria, esses agentes tópicos representam o princípio ativo contido na formulação específica,
classificando seu uso para três tipos de Clique nos itens e veja quais são eles.peeling. 
•
Físico
•
Químico
•
Enzimático
Além disso, conforme o pH da formulação e a concentração do ativo, será a profundidade da esfoliação atingida
nas camadas da pele que fará a diferenciação entre os tipos de que podem ser classificados em muitopeeling, 
superficial, superficial, médio e profundo.
•
•
•
37
Dessa forma, percebe-se que a técnica estética assume um eixo de conhecimento profundo, habilidade e
responsabilidade, que são pontos indispensáveis na conduta clínica do profissional para a indicação e
contraindicação do como veremos a seguir.peeling, 
2.1.2 Indicações e contraindicações
Dentro da estética, o tem várias aplicabilidades. Clique nos itens a seguir e saiba mais sobre as indicações epeeling
contraindicações.
•
Indicações
É indicado para melhorar rugas e linhas de expressão, clareamento de melanoses, melasma,
hiperpigmentação pós-inflamatória, tratamento de acne e suas sequelas, queratoses actínica e
capilar, cicatrizes atróficas, estrias e fotoenvelhecimento (BORGES, 2010).
•
Contraindicações
É contraindicado de forma absoluta, conforme Lupi (2012), principalmente em peles lesionadas,
cicatrizes de pós-operatório recente, herpes zoster, alergia aos ácidos e a quem fez uso de
isotretinoína oral há menos de seis meses. O peeling é contraindicado de forma relativa em peles
sensíveis, eritema solar ou após depilação imediata, pele inflamada, eczematosa, gravidez e
lactação e histórico de queloides.
Assim, para entendermos melhor as razões das indicações e contraindicações precisamos conhecer as
características dos agentes indutores da esfoliação que diferenciam os tipos de , como veremos a seguir.peeling
2.1.3 Tipos de peelings
A diferenciação do tipo de oferece maior aplicabilidade, podendo utilizar os diferentes tipos de formapeeling
isolada ou associados em vários procedimentos, facilitando a permeação de outros ativos conforme o objetivo do
tratamento (PEREIRA, 2013). Na tabela a seguir, podemos conhecer as características gerais dos tipos de peeling
conforme o agente indutor da esfoliação usado nos procedimentos estéticos.
PAUSA PARA REFLETIR
Qual a diferenciação desses ativos na formulação do cosmético?
•
•
38
Características dos tipos de peeling.
Fonte: BORGES, 2010; PEREIRA, 2013 (Adaptado).
Conforme o pH e a concentraçãodo ácido, o peeling se divide em duas categorias, os de uso médico, porquímico 
conta de possíveis intercorrências na sua aplicação, e os que se destinam ao uso estético.
Dessa forma, ácidos em baixa concentração e pH controlado se destinam ao esteticista, entre eles, os α e β-
hidroxiácidos, polihidroxiácidos, retinóides, os quais serão descritos adiante. Já ácidos em alta concentração e pH
variáveis são de uso médico, pois são mais fortes e agressivos, necessitando de cuidados diferenciados por conta
das complicações decorrentes como, por exemplo, o fenol e ATA (tricloroacético).
Conforme Azulay (2017), o fenol é um ácido tóxico, utilizado em concentrações de 45% a 88% em peelings
profundos, sendo capaz de remover toda a epiderme e atuar nas camadas mais profundas da derme. É absorvido
sistemicamente e provoca toxidade cardíaca, renal, hepática e depressão do sistema nervoso central, sendo
preciso monitoramento e acompanhamento do paciente.
Para Yokomizo, . (2013), o ácido tricloroacético (ATA) é utilizado em soluções, nas concentrações de 10% aet al
50%, o que permite a esfoliação em diferentes níveis estruturais da pele, alcançando um uniforme, ou seja,frosting
uma reação de necrose por coagulação da queratina, o que causa grande risco de formação de cicatrizes
indesejáveis. Porém, é um versátil com excelente ação no rejuvenescimento.peeling
DICA
Para entender como as complicações dos peelings químicos podem ser imprevisíveis e
relacionadas à má indicação ou técnica e orientações deficientes, leia o artigo Revisão
sistemática sobre peelings químicos, de Bagatin (2009). 
39
Conforme exposto, percebemos que as características estruturais do agente indutor dos tipos de peeling,
promoverão a esfoliação por mecanismos distintos e em diferentes níveis da pele. A profundidade da esfoliação
alcançada é um dos critérios de classificação mais importantes do e requer conhecimento técnicopeeling
aprofundado para a correta eleição nos tratamentos estéticos, garantindo os resultados almejados.
Dessa forma, vamos conhecer a seguir a classificação dos peelings e as características físico-químicas das
formulações desse cosmecêutico.
2.2 Classificação e tipos
Dado o objetivo no tratamento estético, os podem ser utilizados para causar o desprendimento daspeelings
células epiteliais que compõem a pele em profundidades diferenciadas chegando até a derme reticular, ou seja,
uma estrutura bem abaixo da epiderme. Ao longo desse trajeto todas as camadas epidérmicas superiores são
removidas como, por exemplo, no de fenol usado pelos médicos.peeling 
Para ter esse poder de ação, conforme Vanzin e Camargo (2011), há especificidade na formulação cosmética,
principalmente dos químicos e enzimáticos como o pH, a concentração e solubilidade dos diferentespeelings ,
ácidos, que determinam seu mecanismo de atuação fisiológica. Sendo assim, vamos conhecer detalhadamente
essas características dos peelings e os efeitos fisiológicos conforme sua profundidade.
2.2.1 Profundidade dos peelings
Fisiologicamente, a pele é uma estrutura complexa que representa uma barreira de proteção do organismo contra
a ação de agentes externos. A primeira estrutura com que o agente indutor do tem contato é o mantopeeling
hidrolipídico que cobre a camada córnea da epiderme e oferece resistência à permeação dos ativos químicos.
Conforme Vanzin e Camargo (2011), as formulações destinadas ao são desenvolvidas para que os agentespeeling
indutores presentes possam atuar em três estruturas primárias: o a e a manto lipídico, camada córnea, camada
, não necessariamente em todas ao mesmo tempo e nem se limitando a elas.espinhosa
Nesse sentido, fatores como o pH e a concentração do ácido influenciam o nível de profundidade de esfoliação das
camadas da pele e classificam os de muito superficiais a profundos. A tabela a seguir elucida o nível depeelings
esfoliação atingida pelos tipos de citando as formulações mais indicadas.peeling
PAUSA PARA REFLETIR
Como é possível, então, os princípios ativos alcançarem as camadas mais profundas? Será que a
formulação do cosmético é que influencia? 
40
Classificação do peeling conforme a profundidade de ação do ativo indutor.
Fonte: AZULAY, 2017; REBELLO, 2004 (Adaptado).
Dentro deste contexto, os que agem somente na epiderme, são os que muito superficiais e superficiais,peelings
estão , já os médio e profundo são exclusivos para profissionais disponíveis para o uso do esteticista peelings
habilitados por seus conselhos, incluindo médicos, pois requerem cuidados diferenciados durante sua aplicação e
no pós- (BORGES, 2010).peeling 
 físicoPeeling
Conforme Pereira (2013), no físico, cujo agente abrasivo são grânulos sintéticos/naturais, a ação ocorre porpeeling 
meio mecânico de arraste das células superficiais, não havendo permeação e mantendo a profundidade em nível
muito superficial.
 enzimáticoPeeling
Já as enzimas proteolíticas do enzimático agem por meio da hidrólise de aminoácidos que formam apeeling 
queratina, causando a descamação dessas células e diminuindo a espessura da epiderme. Esse ativo abrasivo está
nas formulações em concentrações variáveis, porém, com pH entre 6 e 7, um pouco superior ao da pele, mas
suficiente para permitir que as enzimas penetrem na epiderme e atinjam profundidade em nível superficial
(REBELLO, 2004).
 químicoPeeling
Contudo, nopeeling químico, segundo Yokomizo,et al. (2013), seu agente indutor é o ácido, uma substância capaz
de penetrar na pele causando a quebra de coesão entre os queratinócitos, por isso, são considerados
queratolíticos, podendo atingir profundidade em todos os níveis, desde muito superficial até profundo,
dependendo do pH e da concentração em que está na formulação cosmética.
Nas imagens a seguir, podemos ver a ação queratolítica do peeling químico, com pH baixo e ácido em alta
concentração, de uso médico e feito por profissionais habilitados, causando descamação cutânea profunda,
espessa e escura. 
41
42
Fonte: © KKulikov / / Shutterstock.
Os para o esteticista possuem formulações específicas, sob a autorização da Agência Nacional depeelings
Vigilância Sanitária (ANVISA). Conforme Pereira (2013), o pH é controlado (pH= 3,5) e os ácidos mantidos em baixa
concentração (10%) para -hidroxiácidos. Por isso, a profundidade se limita ao máximo em nível superficial,a
tornando a técnica com menor risco de complicações e rápida recuperação cutânea.
Diante do exposto, e agora que pudemos compreender os níveis de profundidade anatômicas dos diferentes 
, podemos nos aprofundar nas propriedades fisico-químicas das formulações, entendendo aspeelings
características e inter-relações do pH; da concentração, força, disponibilidade e permeação do ácido na pele para
promover esses níveis de esfoliações cutâneas.
DICA
Recomenda-se que o esteticista tenha o histórico dos procedimentos estéticos de cada cliente
arquivado, contendo a ficha de anamnese, fotografias de antes e depois e o termo de
consentimento assinado, garantindo credibilidade e segurança na relação profissional-cliente.
43
2.2.2 Relação do pH e do PKA dos ácidos utilizados nos peeling
A intensidade das reações desencadeadas pelos ácidos do químico depende do pH e da concentraçãopeeling
desse ativo. Quanto menor for o pH e quanto maior for a concentração do ácido, maior será a reação, já quanto
maior for o pH, independentemente da concentração, mais irritante será a reação contato com a pele (BORGES,
2010). 
Outra questão relevante é a solubilidade no meio fisiológico e a usado no químico,força do ácido peeling
representada por uma grandeza de medida denominada , sendo Ka a constante de acidez. Nessa escala, pKa
 Os ácidos que utilizamos possuem o pKa entre 3 e 5. Por exemplo, oquanto maior o pKa, mais fraco é o ácido.
ácido mandélico tem pKa=3,41, o ácido salicílico, pKa= 2,8 e o ácido glicólico, pKa de 3,83.
Essa diferença pode parecer sutil na graduação, mas de extrema importância na aplicação prática. Na formulação
cosmética do , o pH e o pKa do ácido estabelecemuma relação química muito importante, pois apeeling
introdução do ácido desequilibra o pH, aumentando ou diminuindo seu potencial.
Conforme Gomes e Damázio (2013), isso ocorre porque, quimicamente, quando o ácido entra em contato com a 
água, seus átomos se dissociam e há liberação de íons de hidrogênio (H ), estabelecendo a reação química que+
modifica o pH ou seja, o pH da solução se torna mais básico ou mais ácido, comprometendo o objetivo do .peeling
Fonte: © ghost design / / Shutterstock.
DICA
O pH das formulações cosméticas afeta a biologia da pele e, para compreender esse processo,
leia o artigo Entenda como se dá a relação entre o pH da pele e o pH do produto” (CORAZZA,
2006). Nele o autor aponta diversas formulações e sua interação com a nossa pele.
44
Fonte: © ghost design / / Shutterstock.
Entretanto, há um sistema que permite o equilíbrio da solução, conhecido por tampão ou tamponamento, que
consiste numa dinâmica química capaz de neutralizar essa alteração no pH, elevando seu nível para valores entre 3
e 5, tornando o mais seguro para as interações fisiológicas com a pele. Conforme Borges (2010), geralmentepeeling
o valor de pH 3,5 é o ideal para uma boa esfoliação. A medida em que o pH aumenta, diminui a capacidade de
renovação da pele.
Assim, é importante dizer que, anatomicamente, é na camada basal da epiderme que estão as células com rápida
capacidade de divisão celular ( ) para promover a renovação fisiológica. O objetivo do é ativá-lasturn over peeling 
por meio da permeação do ativo, como veremos a seguir.
2.2.3 Velocidade de permeação dos peelings
A velocidade de permeação do ácido na pele depende do seu peso molecular, ou seja, do tamanho da molécula do
princípio ativo. Para Borges (2010), quanto menor o peso molecular, mais rápido o ácido penetrará na pele; e
quanto maior, mais lentamente penetrará na pele. Na tabela a seguir, podemos conhecer o peso molecular de
alguns ácidos, comumente utilizados no estético.peeling
Massa atômica do ácido do peeling químico.
Fonte: REBELLO, 2004 (Adaptado).
Segundo Yokomizo . (2013), é possível perceber a profundidade e o grau de penetração dos ácidos observandoet al
os sinais visuais, como eritema e branqueamento ( ) que surgem na pele, podendo interceder a tempo defrosting
neutralizar sua ação e evitar o aprofundamento desnecessário do .peeling
No entanto, as formulações que permitem uma permeação gradual e uniforme do ácido na pele oferece menor
chance das intercorrências citadas acima, pois, a velocidade de penetração desse agente ativo é controlada.
A permeação representa a capacidade de dissolução e difusão do ativo esfoliante no meio intercelular, ou seja, a
habilidade do ácido ser dissolvido nas estruturas da pele. Sendo assim, a afinidade dos ácidos por gorduras,
lipofilicidade, ou por água, hidrofilidade, influenciam o mecanismo de penetração do , como veremos apeeling
seguir.
45
2.2.4 Hidro e lipofilicidade
As substâncias hidrofílicas são aquelas que possuem afinidade por água, se dissolvendo neste meio e, como
exemplo, temos os ácidos glicólico, lático, a glucanolactona e o ácido lactobiônico, cujo aspecto característico é se
difundir livremente na fase aquosa intercelular sem precisar de proteínas plasmáticas carreadoras.
As substâncias lipofílicas, por sua vez, são aquelas que têm afinidade por lipídios e dissolvem-se neste meio. Como
exemplo temos os ácidos retinóico, salicílico, mandélico, assim, sua característica é se interligar aos receptores
específicos de membrana, removendo os lipídeos intercelulares para promover a descamação.
Dessa forma, o esteticista possui diversos tipos de e agentes indutores para elaborar procedimentospeeling 
estéticos eficientes. Além de identificar as especificidades da formulação, conforme foi descrito, conhecer o
mecanismo de ação dos ativos garante o diferencial para a escolha adequada no tratamento das diferentes
afecções cutâneas, como veremos a seguir.
2.3 Ativos, mecanismos e procedimentos
Os ativos indutores do químico e enzimático são os que possuem mecanismos de ação diferenciados empeeling
relação aos peelings físicos, principalmente na promoção da esfoliação e indicação técnica específica para os
procedimentos estéticos.
São substâncias com estrutura química parecida com as que o nosso corpo produz, sendo capazes de interagir com
a pele e proporcionar benefícios estéticos. Segundo Vanzin e Camargo (2011), são substâncias orgânicas, derivadas
de frutas e alimentos com propriedades ácidas, ou seja, ácidos orgânicos. Apresentam em sua estrutura átomos de
carbono (C) agrupados em cadeia carboxila (carbono + oxigênio), ligados a um grupo de hidroxila (OH-).
Com essa estrutura físico-química, penetram na pele e produzem esfoliação epidérmica, desencadeando como
mecanismo de ação o processo de cicatrização, uma resposta fisiológica do organismo ao trauma epidérmico
provocado. Nessa indução de reparação tecidual, a fase de inflamação local aguda ativa os fibroblastos a
produzirem novas fibras colágenas, formando, portanto, um novo tecido cutâneo, sendo esse o efeito fisiológico
esperado no para tratar as disfunções estéticas a que se destinam.peeling
Tanto as enzimas quanto os α- hidróxiácidos (AHAs), β- hidróxiácidos (BHAs) e retinóides utilizados no peeling
químico compõem a categoria de ácidos orgânicos. Sendo assim, conheceremos a seguir as características
estruturais que os diferenciam.
2.3.1 - hidróxiácidos
Os α-hidróxiácidos (AHAs) possuem a hidroxila na posição , que quimicamente, os diferenciam de todos os outrosa
ácidos, por terem menor tamanho da molécula e permearem a pele com facilidade. São utilizados durante todo o
ano por não serem fotossensíveis. A imagem a seguir representa a estrutura química molecular dos α-
hidróxiácidos.
46
Molécula do α- hidróxiácidos (AHAs)
Fonte: RIBEIRO, 2010 (Adaptado).
Segundo Vanzin e Camargo (2011), são gerados a partir dos aminoácidos das frutas e vegetais e classificados como
umectante e esfoliante, com efeitos únicos sobre a pele, pois, além de queratolíticos, são capazes de aumentar a
hidratação da pele. Na tabela a seguir podemos verificar as características e propriedades dos ácidos que
compõem os AHA’s, usados em formulações profissionais e de uso .home care
47
α- hidroxiácidos do peeling químico.
Fonte: REBELLO, 2004; YOKOMIZO, ET AL., 2013 (Adaptado).
48
Entre os mais utilizados, no peeling químico estético, estão o ácido glicólico e o mandélico. Segundo Pereira (2013),
o ácido glicólico diminui a coesão entre os corneócitos por destruir as ligações iônicas dessa proteína, causando a
descamação. Estimula a produção de glicosaminoglicana, cuja ação é de fixar a água, conferindo hidratação à pele
e, ainda, aumentando a síntese de colágeno por estimular os fibroblastos.
O ácido glicólico é recomendado para fototipos I a III, pois promove eritema, o que pode causar hipercromia em
peles escuras, de fototipo de IV ou maior. Já o ácido mandélico é o indicado para fototipos IV, V, VI, pois sua
penetração e efeito biológico é uniforme, minimizando essa complicação, além de diminuir o risco de causar
cicatrizes inestéticas decorrentes da rápida penetração (VANZIN; CAMARGO, 2011).
Otimizando a ação do químico, Yokomizo . (2013) cita os peelings combinados, ou seja, a associação depeeling et al
dois ácidos na mesma sessão ou na mesma formulação. Nesse sentido, um dos ácidos mais utilizados e que
estabelece grande sinergia, tanto com o ácido glicólico como o mandélico, é o ácido salicílico, um β- hidróciácidos
muito utilizado no tratamento, principalmente, da acne, que veremos a seguir.
2.3.2 - hidróciácidos
O ácido salicílico é um β-hidroxiácido porque, quimicamente, seu carbono ocupa uma região conhecida como ,b
que o torna lipofílico e, por ter grande afinidade por gordura, age removendo os lipídios intercelulares, garantindo
maior ação queratolitica. Apresenta propriedade anti-inflamatória, antimicrobiana, ação bacteriostática e
fungicida nas concentrações a partir de 1 a 5 % (BORGES, 2010).
Os

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