Buscar

História da Arte

Prévia do material em texto

curso 
HISTÓRIA DA ARTE 
Módulo I – Idade Antiga ao Renascimento 
As origens das tradições estéticas 
10º Encontro 
Panorama das artes na África e 
Oceania 
O domínio técnico de alguns 
artífices tribais é deveras 
surpreendente. Não devemos esquecer, 
quando se fala de arte 
primitiva, que a palavra não quer dizer 
que os artistas possuem apenas um 
conhecimento primitivo de seu mister. 
Pelo contrário, muitas tribos remotas 
desenvolveram uma arte 
verdadeiramente assombrosa em obra 
de talha, cestaria, na preparação do 
couro ou mesmo no trabalho com 
metais. 
 
(Gombrich, 1999: 44) 
Arte Moderna 
Pablo Picasso, por volta de 1905, tomou conhecimento da arte 
africana que tronou-se, nitidamente, a inspiração para o 
movimento cubista. 
O continente 
A África é o terceiro continente mais extenso (depois 
da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de 
quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área 
total da terra firme do planeta. É o segundo 
continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) 
com cerca de um bilhão de pessoas, representando 
cerca de um sétimo da população mundial, e 54 
países independentes. 
(Fonte: Wikipedia) 
 
Atualmente, a África possui 2092 línguas faladas, 
número correspondente a nada menos que 30% dos 
idiomas em todo o planeta. Além das duas mil 
línguas, estão presentes mais oito mil dialetos. 
(Fonte: http://www.afreaka.com.br) 
 
 
África Setentrional: Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental e Tunísia. 
África Ocidental: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, 
Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. 
África Central: Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, 
Chade e São Tomé e Príncipe. 
África Meridional: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, 
Zâmbia, Zimbábue e Ilhas Maurício. 
África Oriental: Burundi, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Ilhas Comores, Ilhas Seicheles, Quênia, Ruanda, Somália, Sudão do Sul, 
Tanzânia e Uganda. 
Partilha da África 
A partilha da África 
foi um dos períodos 
mais violentos da 
História 
Contemporânea e 
existiram quatro 
motivos principais 
que levaram os 
países europeus a 
realizarem, de fato, 
os planos de 
partilhar o 
continente, 
concretizados na 
Conferência de 
Berlim (1884-1885). 
Ubuntu é uma filosofia africana, presente na cultura de alguns grupos que habitam 
a África Subssariana, cujo significado se refere a humanidade com os outros. Trata-
se de um conceito amplo sobre a essência do ser humano e a forma como se 
comporta em sociedade. 
Para os africanos, ubuntu é a capacidade humana de compreender, aceitar e tratar 
bem o outro, uma ideia semelhante à do “amor ao próximo”. 
Ubuntu significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados, e o 
desejo sincero de felicidade e harmonia entre os seres humanos. 
(Fonte: https://www.significados.com.br/ubuntu/) 
 
Arte Africana 
A expressão "arte africana" pode parecer muito 
redutora, amalgamando, como monolítica, uma 
vasta produção técnica, estilística e ontológica de 
centenas de sociedades, reinos e culturas da África 
tradicional. Mas é essa mesma expressão que nos 
permite sempre lembrar que as artes das 
sociedades da África foram, antes, rotuladas no 
singular, depois de terem sido chamadas de "arte 
primitiva" ou "selvagem". 
 
Isso quer dizer que, ao mesmo tempo que plural, 
trata-se de uma arte única diante do mundo, mas 
que foi minimizada diante das ideologias que se 
vêm construindo desde o renascimento europeu, 
que culminaram na escravidão nas Américas e na 
colonização do continente africano, e que 
ameaçam até hoje a aceitação das diferenças 
individuais e coletivas e do pluralismo cultural em 
todo o mundo. 
(extraído do site http://www.arteafricana.usp.br/) 
A arte africana representa os 
usos e costumes das tribos 
africanas. O objeto de arte é 
funcional e expressam muita 
sensibilidade. Nas pinturas, 
assim como nas esculturas, a 
presença da figura humana 
identifica a preocupação com os 
valores étnicos, morais e 
religiosos. A escultura foi uma 
forma de arte muito utilizada 
pelos artistas africanos usando-
se o ouro, bronze e marfim 
como matéria prima. 
 
Figura Relicário - Gabão 
Representando um disfarce para a 
incorporação dos espíritos e a 
possibilidade de adquirir forças mágicas, 
as máscaras têm um significado místico e 
importante na arte africana sendo 
usadas nos rituais e funerais. As 
máscaras são confeccionadas em barro, 
marfim, metais, mas o material mais 
utilizado é a madeira. Para estabelecer a 
purificação e a ligação com a entidade 
sagrada, são modeladas em segredo na 
selva. Visitando os museus da Europa 
Ocidental é possível conhecer o maior 
acervo da arte antiga africana no mundo. 
Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, 
Corte de Benin, marfim, Metropolitan 
Museum of Art 
 
Mali - delta do Rio da Nigéria - cultura Jenne 
Costa do Marfim feito pela tribo Dyula 
Argélia (1600-1800) 
Figuras com Xilofone séc. 16 a 20 
Mali - Oeste e Centro Sudão 
Figura Feminina, Mali séc 16 a 20 
Banco República do 
Congo séc. 19 
Este exemplo figurativo é apoiado por uma 
figura feminina em pé, cujo status elevado é 
indicado por seu penteado elaborado de quatro 
lobos e intrincados padrões de escarificação em 
seu torso, tanto na frente quanto atrás. A 
representação de mulheres em objetos reais 
reconhece seus importantes papéis políticos e 
simbólicos na sociedade de Luba. 
Historicamente, a realeza feminina era 
frequentemente casada com chefes em áreas 
periféricas, ajudando a expandir e unificar o 
reino. Como os Luba traçam a sucessão e a 
herança através da linha feminina, esses 
casamentos estabelecem laços importantes de 
parentesco e lealdade. A imagem da fêmea que 
sustenta o banco simboliza o fato de que o 
chefe ou rei herda o direito de governar através 
de suas ancestrais. Os líderes de Luba 
possuíam uma série de ítens de regalias 
representando figuras femininas que se 
referiam ao corpo feminino como um 
receptáculo para o poder espiritual dos reinos 
divinos. 
Máscara Mukudj, do povo Punu, séc. 19 e 20 - Gabão 
Os Punu vivem ao longo do rio Ngoumie em vilarejos 
independentes divididos em clãs familiares. 
Suas máscaras representam os espíritos ancestrais e são 
encontradas no Gabão central. 
O rosto branco simboliza a alma do ancestral. 
Os belos penteados são característicos entre as mulheres 
Punu. Em alguns casos as escarificações aparecem bem 
marcadas. 
Atualmente mascaras desse tipo são usadas durante as 
celebrações e festivais. Raramente usadas em alguma função 
ritual. Os dançarinos usam para personificar os espíritos 
ancestrais masculinos e femininos. 
Máscara - Gabão 
Esta cadeira é mais do que uma vulgar peça de 
mobiliário. É um símbolo de poder. Talvez eu 
lhe devesse chamar trono. É obra de um 
anónimo escultor quioco (cokwe) do séc. XIX. 
Os quiocos (tucokwe) são uma etnia que vive 
no leste de Angola (sobretudo no nordeste) e 
nas regiões vizinhas da República Democrática 
do Congo e da Zâmbia. 
Nkisi - Figura Poderosa 
República Democrática do Congo 
Nkisi (Inquice) é o mesmo que orixá 
nos candomblés de Angola e do 
Congo. 
No panteão dos povos de língua 
quimbunda originários do Norte de 
Angola, o deus supremo e criador é 
Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo 
dele, estão os Minkisi ou Mikisi (plural 
do termo quimbundo Nkisi, 
"receptáculo"), divindades da 
mitologia banta. 
Torso - Ifé - Nigéria 
É possível a partir do ano 1000 que se 
desenvolveu verdadeiramente a arte escultórica 
que deu fama a Ife. O realismo idealista do 
classicismo grego é o mesmo critério estético 
que domina estas figuras. As suas superfícies 
onduladas, com suaves musculaturas e olhar 
perdido, evocam o curioso gosto pelo 
naturalismo que se dilui nos convencionalismos 
estilísticos do ambiente em que nascem. Não se 
descarta que asmáscaras expostas pudessem 
levar-se em funerais ou procissões. 
Rainha Idia era a mãe de Esigie, o 
Oba de Benin, que governou de 
1504 a 1550. Ela desempenhou 
um papel muito importante na 
ascensão e reinado de seu filho. 
Ela foi uma forte guerreira que 
lutou incansavelmente antes e 
durante o reinado de seu filho 
como o Oba (rei) do povo Edo. 
Guerreiros Benin 
Sendo um monarca divino, a influência do obá não 
desaparecia quando este morria. Em sua homenagem era 
fabricada uma cabeça de metal, que representava o obá 
falecido com feições jovens e personalizadas. Colocadas 
sobre altares, elas significavam um canal de comunicação 
entre os vivos e os mortos. Os altares dos ancestrais ainda 
são os principais meios pelos quais um obá transcende o 
mundo terrestre para comungar com seus antecessores 
para o bem do reino. Assim, as cabeças de bronze de Benin 
não são apenas objetos de memória, mas codificam ritos 
religiosos e políticos que garantem a continuidade 
dinástica e a identidade social do povo. Por meio delas, o 
obá reinante comunicava-se com seus ancestrais e 
reafirmava o caráter divino e espiritual de sua liderança. 
Chibinda Ilunga – séc. 19-20 – Angola 
Chibinda Ilunga, antepassado de todos os 
chefes Chokwe. Herói cultural e caçador 
legendário. Constitui a melhor representação 
conhecida de um chefe. 
Gabão - Congo Kota - séc. 19 
Estes relicários encimavam os cestos que 
encerravam os ossos dos antepassados da 
etnia Bakota do Gabão, associando-se assim 
ao culto dos mortos e estabelecendo a 
relação entre os vivos e os mortos, dentro 
de cada clã. As figuras côncavas são dadas 
como femininas e as convexas, como 
masculinas. 
Relicário Figura Masculina - séc. 19 
Gabão ou República Democrática do Congo - Ambete 
OCEANIA 
Esculturas em madeira e máscaras 
rituais, muitas brilhantemente 
coloridas. Cada objeto foi projetado 
para servir a um propósito ritual e, 
portanto, não foi feito para a 
posteridade. 
 
Aspectos particulares da arte da 
Melanésia teve um enorme 
impacto sobre os artistas europeus, 
incluindo Max Ernst e Brancusi 
Constantin, Alberto Giacometti e 
Henry Moore, durante o período 
1915-1940. 
 
 
Escudo séc XIX - Austrália 
PÓS-IMPRESSSIONISMO E ARTE DA OCEANIA 
Paul Gauguin (1848-1903), que contribuiu uma nova concepção entre o plano pictórico 
e a profundeza do quadro, através de cores planas e arbitrárias, que têm um valor 
simbólico e decorativo, com cenas de difícil classificação, situadas entre a realidade e 
um mundo onírico e mágico. A sua estadia em Taiti provocou que a sua obra derivasse 
em um certo primitivismo, com influência da arte da Oceania, refletindo o mundo 
interior do artista em vez de imitar a realidade. 
Parau api, (duas mulheres do Taiti)1892, óleo sobre tela, 67 x 91 cm, 
Galerie Neue Meister, Dresden, Alemanha 
Polinesiana escavada em madeira 
(c.1901) de Paul Gauguin Musée 
d'Orsay. Paris. 
Entre os estilos principais conhecidos no Ocidente são as esculturas 
simétricas com acabamento refinado, traços sinuosos, e cheio de 
símbolos; pinturas da Indonésia; dos tambores e figuras esculpidas 
rituais e cerâmica policromada dos povos do rio Sepik, bem como a 
sua madeira ou máscaras de cestaria. Outros bem conhecidos 
projetos incluem o pássaro esculpido e motivos espirais e placas de 
canoa, soberbamente decorados e os objetos elegantes esculpidas 
com madre-de-pérola característica das ilhas Salomão. 
Bomerangue - séc XIX - Austrália 
 Acessório ritual - Século XVIII - Melanésia 
Figura (To-o) deus da Guerra Oro 
Taiti - séc XVIII 
Figura Masculina - Polinésia 
Francesa séc XVIII 
Flauta de Marfim - Maohi - Taiti 
Ornamento de arquitetura, entre séc XIX 
e XX tribo Toba Batak, Sumatra, Indonesia 
Madeira pintada 
Primitivismo , sob um ponto de vista antropológico, grosso modo, poderia ser definido 
como a crença na superioridade do estilo de vida simples das sociedades pré-industriais, 
ou o próprio estilo de vida destas culturas, normalmente as africanas, pré-colombianas 
ou da Oceania. No entanto, o uso desta palavra surge apenas no século XX, pertencendo 
ao âmbito das artes de vanguarda e sua crítica. 
Paul Klee, 
Caracteres em Amarelo, 
1937 
Escudo séc XIX - Austrália 
Wladimir Wagner Rodrigues 
wrodrigu@trf3.jus.br 
	Número do slide 1
	Número do slide 2
	Arte Moderna
	Número do slide 4
	O continente
	Partilha da África
	Número do slide 7
	Arte Africana
	Número do slide 9
	Número do slide 10
	Número do slide 11
	Número do slide 12
	Número do slide 13
	Número do slide 14
	Número do slide 15
	Número do slide 16
	Número do slide 17
	Número do slide 18
	Número do slide 19
	Número do slide 20
	Número do slide 21
	Número do slide 22
	Número do slide 23
	Número do slide 24
	Número do slide 25
	Número do slide 26
	Número do slide 27
	Número do slide 28
	Número do slide 29
	OCEANIA
	Número do slide 31
	Número do slide 32
	Número do slide 33
	Número do slide 34
	Número do slide 35
	Número do slide 36
	Número do slide 37
	Número do slide 38
	Número do slide 39
	Número do slide 40
	Número do slide 41
	Número do slide 42
	Número do slide 43

Continue navegando