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Curso CAP02

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- -1
DESENHO ARQUITETÔNICO
CAPÍTULO 2 - A REPRESENTAÇÃO DE 
VISTAS: LUZ E SOMBRAS PODEM ALTERAR 
A PERCEPÇÃO E COMPREENSÃO DO 
DESENHO ARQUITETÔNICO?
Mrs. Inara Pagnussat Camara
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Introdução
Plantas baixas, cortes, fachadas ou elevações são convenções de desenho de arquitetura que permitem
representar projetos de arquitetura em uma escala reduzida. Conforme Yee (2016, p. 133) “essas múltiplas
visualizações dos desenhos são o resultado das projeções ortográficas e ajudam na representação de formas
tridimensionais – como um prédio – em diversas vistas bidimensionais correlacionadas”. Com estas projeções,
pode-se analisar as características de um projeto vinculados ao ambiente ou espaço ao qual ele está inserido.
As projeções que trataremos neste capítulo consistem em uma reunião de partes de ângulos retos, porém, cada
qual com sua potencialidade e vantagem dentro do desenho. Combinadas com elementos, símbolos, luz e sombra
podem – e devem – transmitir informações capazes de expressar uma ideia de um projetista à um executor.
Como a representação de vistas pode alterar a percepção do desenho arquitetônico? O que é o uso de luz e
sombra, e como estes interferem na leitura e representação de desenhos? E qual a função de cada tipo de
projeção?
Neste capítulo, serão apresentados os métodos de nomenclaturas em projeções ortogonais e paralelas, a
compreensão e fundamentação das perspectivas lineares e a função, uso e forma de representação de luz e
sombra para a leitura e ordem dos ambientes.
Vamos estudar esse conteúdo a partir de agora, acompanhe!
2.1 Métodos e nomenclaturas em projeções ortográficas
Os desenhos de arquitetura possuem métodos próprios para representação e um vocabulário de nomenclaturas
próprio referentes às formas como são projetados. Essa representação por projeções ortogonais – com ângulos
retos – são desenhos bidimensionais que também podem ser chamados de vistas. Cada vista é desenhada de uma
direção diferente e possui sua nomenclatura própria. Para que você seja capaz de representar desenhos de
arquitetura, é importante compreender cada vista e porquê da nomenclatura que recebe, juntamente com as
convenções de desenho que utilizam e os símbolos gráficos de cada uma. Neste capítulo, abordaremos os
diferentes métodos de desenho, além da terminologia de cada vista técnica. Acompanhe o conteúdo a seguir!
2.1.1 Tipos de projeções
Os principais planos são os horizontais, laterais e de perfil. Estes planos são mutuamente ortogonais ou
ortográficos e podem ser definidos também como vistas planas, pois registram imagens bidimensionais de um
objeto. Para se construir as vistas ortográficas, utilizam-se os esquadros de 45º para auxiliar no desenho de
linhas diagonais auxiliares, a partir da interseção das charneiras. Assim, as distâncias são transferidas por linhas
projetadas a partir da vista superior para as vistas laterais ou vistas de perfil.
- -3
Figura 1 - Construção de vistas ortográficas – lateral e frontal, com base na vista superior. Com auxílio dos 
esquadros de 45º, projetam-se as linhas a partir das charneiras.
Fonte: YEE, 2016, p. 137.
Em outras palavras, as projeções ortográficas podem representar formas tridimensionais com linhas projetadas
perpendiculares ao plano de desenho. Estas linhas projetadas são paralelas umas às outras e perpendiculares ao
plano de desenho. Desta forma, estas linhas representam as principais faces em seu tamanho, forma e
proporções reais.
As imagens abaixo ilustram os principais planos de projeção. O uso das figuras geométricas simples auxiliam no
entendimento de como estas formas se projetam. Na sequência, apresentaremos planos voltados ao desenho de
arquitetura, onde, futuramente o você poderá exercitar a habilidade do desenho.
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Quadro 1 - Representatividade dos planos de vista – frontal, perfil e superior a partir de desenhos geométricos 
simples.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em YEE, 2016.
Segundo Ching (2011), existem três principais sistemas de desenho, os quais resultam no modo em que objetos
tridimensionais são projetados para planos bidimensionais, ou, traduzindo para o desenho, em planos de
desenho. A diferença entre estes sistemas resulta na relação entre si das linhas projetadas. São as projeções
ortogonais, projeções oblíquas e projeções em perspectiva.
- -5
Quadro 2 - Representatividade dos tipos de projeções: projeções ortogonais, projeções oblíquas e projeções em 
perspectiva.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHING, 2011.
Quando estudamos os diferentes sistemas e tipos de projeções aprendemos a ver as diferenças de efeitos
pictóricos que resultam. Caracterizamos esses sistemas em desenhos de vistas múltiplas que resultam em
plantas, cortes e elevações. A principal face de cada uma destas vistas é paralela ao plano de desenho.
Finalizamos este item. Acompanhe no item a seguir os desenhos de vistas múltiplas e sua aplicação e função
dentro da representatividade do desenho de arquitetura.
VOCÊ SABIA?
Existem dois tipos de projeções: as projeções e projeções . Asaxonométricas oblíquas
projeções axonométrcas são divididas em: a) : os três eixos principais estão emIsométricas
ângulos iguais com o plano de desenho; b) : dois dos três eixos principais estão emDimétricas
ângulos iguais com o plano de desenho e; c) : os três eixos principais estão emTrimétricas
ângulos diferentes do plano s desenho. Já as projeções oblíquas possuem duas divisões: a) 
: onde a principal face vertical de uma forma retangular é paralela ao planoElevação Oblíqua
de desenho e; b) : onde a principal face horizontal de uma forma retangular éPlantas oblíquas
paralela ao plano de desenho. (CHING, 2011)
- -6
2.1.2 Desenhos em vistas Múltiplas
Os desenhos em vistas múltiplas são aqueles conhecidos como plantas, elevações ou fachadas e cortes. Para
conhecer mais sobre o tema, clique nas setas abaixo.
Cada desenho destes é uma projeção ortográfica com particularidades de um desenho tridimensional ou parte de
um objeto. São vistas ortogonais e abstratas pois não correspondem à realidade ótica. Isto porque são uma forma
conceitual de representação, baseada em informações que sabemos sobre um objeto, mas não em como eles são
representados aos nossos olhos.
São os campos bidimensionais que, no projeto de arquitetura, nos proporcionam que consigamos estudar os
padrões formais e espaciais e as relações entre proporção e escala em um desenho. A capacidade de
compreender e ajustar os tamanhos, posicionamentos e configurações tornam os desenhos capazes de
comunicar informações gráficas necessárias à execução de um projeto.
Por fim, cada vista ortográfica representa uma orientação diferente e desempenha um papel específico no
desenvolvimento e na comunicação de um projeto.
Veremos, a seguir, as principais vistas no projeto de arquitetura.
Finalizamos o primeiro item deste capítulo. Até o momento, você conheceu os principais tipos e sistemas de
projeções. Eles auxiliarão na compreensão do item a seguir, em que abordaremos as projeções ortogonais e
paralelas e sua aplicação no desenho de arquitetura. Continue seus estudos!
2.2 Projeções ortogonais e paralelas
Seja bem-vindo ao item 2.2. Neste tópico abordaremos as projeções ortogonais e paralelas e você será capaz de
reconhecer os tipos e formas de representação de vistas em projetos de arquitetura. Separamos este capítulo em
duas partes para sua melhor compreensão. Na primeira parte, abordaremos as projeções ortogonais horizontais
explicando o funcionamento e importância da representação gráfica em plantas baixas. Na segunda parte,
trataremos dos cortes e elevações/fachadas e seus respetivos símbolos, referências e funções no projeto de
arquitetura. Ainda, as formas de perspectivas e suas devidas representações através de hachuras e
principalmente, hierarquização de linhas. Acompanhe a seguir.
2.2.1 Projeções horizontais
As projeções paralelas horizontais, são espécies de “fatias” do projeto, vistos horizontalmente. Vamos iniciar com
a representação de plantasbaixas. Acompanhe a seguir.
: as plantas são representações de projeções ortográficas sobre um plano de desenho horizontal.Plantas baixas
É uma das formas de representar vistas de um objeto ou edificação vista de cima para baixo. As plantas
representam padrões de funcionamento, forma e espacialidade mostrando largura e comprimento –
VOCÊ O CONHECE?
Gildo Montenegro é arquiteto, professor de cursos de Arquitetura e Desenho Industrial e
escritor de diversos livros técnicos de desenho, que auxiliam arquitetos, designers e
profissionais em geral. Livros como “Geometria Descritiva”, “Inteligência Visual” e “Desenho de
projeto” são muito conhecidos entre o meio acadêmico. Vale a pena consultar seus materiais e
aprimorar suas técnicas!
- -7
representam padrões de funcionamento, forma e espacialidade mostrando largura e comprimento –
bidimensionais. Ou seja, as plantas não mostram informações verticais dos espaços ou formas.
No desenho de arquitetura, existem diferentes tipos de plantas baixas de uma edificação: plantas baixas da
edificação, cortadas a 1,50m de altura; plantas de cobertura; plantas de forros e tetos; plantas de situação ou
localização etc. Independentemente de qual for a planta, todas representam cortes de uma edificação no plano
horizontal.
Figura 2 - Edificação “fatiada”, mostrando como as plantas baixas são representadas no desenho de arquitetura.
Fonte: CHING, 2011, p. 53.
- -8
Fonte: CHING, 2011, p. 53.
Veja no desenho acima, que plantas baixas mostram a configuração de paredes, pilares, o tamanho e formação
dos espaços, os tipos de janelas e portas, as conexões entre os ambientes internos e externos. O plano de corte
costuma ser feito entre 1,2 e 1,5 metros acima do nível do piso, mas esta altura varia de acordo com a natureza
do projeto ou do que se pretende representar. Plantas de cobertura, por exemplo, mostram o tipo de telhado de
uma edificação, seus caimentos e detalhes técnicos necessários.
Veja ainda, que o desenho possui uma seta, representando o Norte. Esta convenção normalmente é utilizada em
plantas baixas para marcar a orientação Norte e deve ficar na parte superior da folha de desenho. Falaremos das
convenções e simbologias mais à frente.
Para o desenho de plantas baixas, há uma sequência de etapas. Em primeiro (01) são traçadas as linhas
principais, que regulam os elementos estruturantes de um projeto, as paredes. Estas, são representadas através
de uma malha com eixos ortogonais. Após este processo, as espessuras devem ser usadas de forma adequada
(02), dando mais ênfase aos elementos estruturais como paredes, colunas e pilares. A etapa seguinte,
corresponde ao desenho de portas, janelas e escadas (03). Por fim, detalhes de portas, a marcação das aberturas,
os pisos, corrimões, móveis e acessórios em geral (04).
Figura 3 - Plantas baixas no desenho de arquitetura.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Para representar profundidades, a hierarquia de linhas deve ser precisa com seus pesos. Os pesos de linhas, são
sinônimos de espessuras, engrossamento.
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Figura 4 - Aplicação coerente de hierarquias de espessuras nas linhas do desenho de plantas baixas.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Além da hierarquia de linhas, no desenho de arquitetura também são utilizadas hachuras para representar
profundidades espaciais e acabamentos. Estas hachuras auxiliam a representar a tonalidade dos elementos
cortados através de um contraste com a planta baixa representando fundos cheios e vazios. Podem ser utilizadas
em paredes hachuras de cinza em tom médio, ou em preenchimento preto.
Essa diferenciação entre cheios e vazios, pode ser utilizada em desenhos à mão ou desenhos em programas de
CASO
Robson, um estudante do Curso de Arquitetura e Urbanismo, estava matriculado na disciplina
de Projeto de Arquitetura II. Na matriz curricular da disciplina de Projeto de Arquitetura I, os
alunos são induzidos a aprender sobre a espacialidade, como foco. Porém, em Projeto II, os
alunos já devem dominar a espacialidade e melhor as técnicas de representação gráfica e
desenhos com qualidade gráfica, hierarquia de linhas, pesos corretos entre outros fatores.
Porém, Robson não conseguiu atingir a média para esta disciplina, que era 7,0 e como a
disciplina é prática não tem exame, foi reprovado.
Robson não pode recorrer. As disciplinas práticas permitem que o professor oriente e
assessore durante toda a carga horária e cabe ao aluno buscar nas normas e livros de desenho
a melhoria de sua expressão gráfica. Ainda, uma expressão com qualidade exige dedicação,
mas acima de tudo treinamento. No caso de Robson, ele não respeitou as informações técnicas
básicas, as espessuras de linhas indicadas para cada vista ou relação de distanciamento entre
os elementos do projeto e tampouco a representatividade de texturas e acabamentos.
• O que será que ocorreu com o trabalho de Robson?
• Será que o aluno poderia recorrer da decisão dos professores, considerando 
que a disciplina não possui uma segunda chance, de fazer uma prova final?
•
•
- -10
Essa diferenciação entre cheios e vazios, pode ser utilizada em desenhos à mão ou desenhos em programas de
computador, ou CAD. As plantas baixas abaixo, possuem formas de representação diferentes.
Quadro 3 - Diferentes formas de representação de plantas baixas, com diferenciação na hierarquia e pesos de 
linhas.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHING, 2011.
Observe que, conforme as espessuras recebem maior destaque ou texturas, a planta fica mais legível, e torna-se
fácil de compreender quais elementos estão mais próximos ou mais distantes da linha de corte, que é
representada a aproximadamente a 1,50m do piso. Esta relação de hierarquia, eleva a qualidade do projeto
gráfico.
- -11
Elementos de plantas baixas: as plantas baixas possuem ainda, elementos de circulação que precisam ser
representados. As não podem mostrar em planta sua aparência, estas são mostradas nasportas e as janelas 
elevações. Contudo, em plantas baixas, devem ser indicados os posicionamentos, dimensões e direção de
abertura (abrir, correr ou sanfonadas, por exemplo) de portas e janelas.
No caso de portas de abrir, se deve desenhar a folha da porta perpendicular ao plano de abertura da parede,
marcar o lado de abertura da porta com um quarto de círculo. Observe ainda, que a espessura da folha da porta é
mais grossa que o círculo de abertura, porém mais fino que a espessura da parede. Lembre ainda que a abertura
da porta deve corresponder com medidas iguais ao tamanho da folha da porta.
VOCÊ QUER LER?
CAD, ou projeto e desenho auxiliado por computador (CAAD), é o uso da tecnologia para
projetar e documentar projetos. O software CAD – AutoCAD - substitui o rascunho manual por
um processo automatizado de desenho, focado na união de linhas. É importante
primeiramente conhecer os processos de desenho, para posteriormente trabalhar com o uso
de softwares, evitando o processo de “copiar e colar” figuras prontas. Para ler mais, acesse: <
>.https://www.autodesk.com.br/solutions/cad-software
https://www.autodesk.com.br/solutions/cad-software
- -12
Figura 5 - Representação de portas de abrir, correr e sanfonadas no desenho de arquitetura.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Assim como as portas, as janelas não são representam em planta baixa sua aparência, mas mostra sua largura e
forma de abertura. Apresenta ainda, a presença de ombreiras e esquadrias. Os peitoris, como não são cortados,
devem ser representados com uma linha de menor espessura que as paredes.
Figura 6 - Formas de representação de janelas.
- -13
Figura 6 - Formas de representação de janelas.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Outro elemento importante na representação são as , as quais podem mostrar os patamares e osescadas
degraus, mas não alturas dos degraus (espelhos). Quando linhas tracejadas aparecem no desenho de escadas,
estão representando elementos de arquitetura que são importantes, mas que estão acimado plano de corte. A
convenção mais utilizada é com traços longos para elementos que estão acima do plano de corte e traços curtos
para elementos que estão abaixo do plano de corte.
Figura 7 - Representação de escadas.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
2.2.2 Projeções Verticais
Os são projeções ortográficas de objetos cortados por planos de interseção. É como se abrisse uma cortes
edificação para mostrar elementos, materiais, composições do seu interior. Em teoria, o plano de corte pode ser
feito em qualquer direção, mas para podermos diferenciar das plantas baixas (horizontais) estes devem ser
feitos na vertical. Assim, como as demais representações, os cortes mantém os tamanhos e proporções reais.
Figura 8 - Representação cortes em projetos de arquitetura.
Fonte: MONTENEGRO, 2017, p. 54.
- -14
Os cortes são utilizados para mostrar detalhes da construção de uma edificação e devem ilustrar os
equipamentos e móveis fixos (pias, gás, janelas, portas). No desenho de arquitetura, os cortes são a melhor forma
de mostrar as relações de altura de portas e janelas, espessuras de paredes e sua construção, a relação entre a
estrutura e os pisos entre outros elementos.
O símbolo que representa a localização de um corte em uma edificação é uma linha tracejada, composta por
longos segmentos de linha reta intercalados por pontos ou por elementos menores. Não é necessário que essa
representação corte ou passe por toda planta baixa, mas deve ultrapassar ao menos os limites externos de uma
edificação.
Figura 9 - Simbologia de representação de cortes.
Fonte: CHING, 2011, p. 73.
Os cortes devem ser feitos de forma contínua, de uma ponta a outra de uma edificação, mostrando as principais
paredes e elementos mais significativos da construção civil. É importante ainda, que os cortes passem por
aberturas de janelas e portas, mudanças de níveis de piso ou cobertura, e outros elementos ou detalhes
importantes da edificação.
- -15
Figura 10 - Representação de cortes.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Assim como em plantas baixas, nos cortes também é importante mostrar espessuras de linhas, profundidade de
elementos e hachuras. Clique nos itens abaixo e confira mais sobre o tema.
• 
A técnica indicada, vai depender da escala do corte da edificação.
• 
Em cortes, geralmente pinta-se de preto sólido ou utiliza-se hachuras em pisos, paredes e
coberturas.
• 
Caso se deseje um contraste menor, o cinza de tom médio é indicado.
• 
É importante lembrar ainda, que o solo de sustentação de uma edificação deve ser mostrado em
corte.
• 
É indicado utilizar calungas em cortes, pois conferem escala relativa ao desenho e nos lembra dos
padrões de atividade e uso.
•
•
•
•
•
- -16
Os cortes podem ainda, estender-se além da edificação mostrando o terreno e seu contexto. É uma forma de
descrever a edificação e sua relação com o solo, mostrando como a edificação é implantada neste sítio. Com essa
forma de representação, pode-se compreender a relação entre a edificação interna e o ambiente externo e
adjacente. Segundo Ching (2011), sempre que possível os cortes devem incluir prédios ou elementos adjacentes
para vê-los além do plano de corte.
Figura 11 - Representação de cortes.
Fonte: CHING, 2011, p.81.
As são imagens ou desenhos projetados ortograficamente sobre um plano de figura vertical. Seuelevações 
objetivo é transmitir as aparências externas através das faces verticais externas de uma edificação. Para
aprender mais sobre o tema, clique nas abas abaixo.
•
Materiais, texturas e revestimentos
É nas elevações ou fachadas que podemos ilustrar os padrões de materiais utilizados, de texturas e
revestimentos, a dimensão e localização de portas e janelas, os caimentos de telhados.
•
Corte do terreno
VOCÊ SABIA?
Calungas são desenhos que representam a figura humana em projetos de arquitetura. Eles são
desenhados com o objetivo de auxiliar na leitura da proporção da edificação com a escala
humana e possuem tamanhos de pessoas de padrão médio (1,70m). Os calungas não precisam
ter uma forma humana precisa, apenas um “esboço” humano, auxiliando na compreensão e
leitura de proporções verticais de projeto.
•
•
- -17
Corte do terreno
As elevações devem ainda, incluir um corte do terreno, sobre o qual está apoiada para mostrar o
contexto da implantação com os elementos e informações e o grau de contexto que desejamos
apresentar.
•
Representação gráfica
Na representação gráfica em arquitetura, a orientação cardeal de uma edificação é uma
consideração importante para compreender a relação entre o edifício, o sítio, o sol e outros fatores
climáticos que influenciarão no projeto.
Desta forma, na maioria das vezes damos à elevação o nome da orientação solar para qual ela está voltada, ou
seja, norte, sul, leste ou oeste.
•
- -18
Figura 12 - Representação de elevações (acima). Representação de elevações conforme orientação solar 
(abaixo).
Fonte: CHING, 2011, p.83-84.
Quanto maior for a escala das elevações, maiores devem ser os detalhes construtivos. Isso para que, materiais,
texturas, padrão de revestimentos, coberturas sejam compreendidos pelo leitor e executor do projeto.
Conhecimento geral de como as edificações são executadas é valioso para a elaboração de fachadas bem
desenhadas e projetadas. Os calungas também são importantes na representação de fachadas. Abaixo, algumas
das representações de materiais que podem ser utilizados no desenho de fachadas.
- -19
Figura 13 - Representação de portas e janelas para fachadas.
Fonte: CHING, 2011, p.87.
Da mesma maneira que em plantas baixas e cortes, em fachadas a hierarquia de linhas também é importante.
Neste caso, as hierarquias transmitem a sensação de profundidade relativa aos planos. As linhas mais fortes
devem ser representativas dos cortes de solo em frente ao prédio. A segunda linha mais forte representa o plano
mais próximo ao plano de projeção. Linhas sucessivamente mais leves e finas, indicam o distanciamento gradual
dos elementos do plano do desenho. As linhas mais finas, servem para representar as texturas.
Figura 14 - Hierarquia de profundidades.
Fonte: CHING, 2011, p. 88.
Finalizamos neste item as formas de representação de vistas no desenho de arquitetura. No próximo item,
iniciaremos os tipos de perspectivas lineares com um e dois pontos de fuga e as nomenclaturas utilizadas para o
desenho em perspectiva. Continue acompanhando!
- -20
2.3 Perspectivas Lineares
Neste subitem falaremos sobre as perspectivas lineares com um e dois pontos e abordaremos as nomenclaturas
utilizadas para o desenho em perspectiva.
Para dar sequência aos seus estudos sobre perspectivas lineares, clique nas setas abaixo.
Os desenhos em perspectiva são desenhos representados através de um ponto de vista fixo e criam vistas mais
realistas de uma paisagem, objeto ou edificação. Sobre uma superfície bidimensional, vistas tridimensionais são
criadas e representadas por meio de linhas convergentes bem definidas.
As perspectivas podem apresentar texturas, contornos, iluminação, escala, luz e sombras. Podem ser feitas à mão
livre ou em programas de computador. Nos primeiros estágios de elaboração de projetos, as perspectivas são
utilizadas para representar um possível resultado final.
Clique no item abaixo para aprender mais sobre o tema.
Objetivo
O objetivo deste item é introduzir a teoria e os métodos para a construção de perspectivas
arquitetônicas e sua importância para a visualização de projetos. Serão destacadas as
perspectivas paralelas (um ponto) ou inclinadas (dois pontos) a partir da planta baixa e da
elevação de um desenho de arquitetura ou objeto. 
Segundo Yee (2016, p.227) perspectiva é:
um método de representar a maneira como os objetos se apresentam ao olho humano em relação às
suas posições e distâncias relativas. O mecanismo ótico de ver a paisagem urbana é realizado
simultaneamente com ambos os olhos, e, como resultado, experimentamos a percepção
tridimensional ou espacial dos objetos.
Destemodo, o desenho em perspectiva é uma ferramenta básica que nos permite representar um ponto de vista
em três dimensões a partir de uma determinada posição. Continue acompanhando a seguir, em que
abordaremos de forma mais profunda como o desenho em perspectiva acontece.
2.3.1 Os sistemas de perspectiva
Quando tentamos representar um ambiente da forma mais real possível, o que identificamos e conseguimos ver
em uma superfície plana são alguns fenômenos que transformam a paisagem, conforme exemplifica no quadro a
seguir.
- -21
Quadro 4 - Fenômenos de transformação da paisagem ocasionado por diferentes perspectivas.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em YEE, 2016.
Em vistas frontais, como visto recentemente no item anterior, não ocorrem a ilusão que percebemos nas
perspectivas mostradas no quadro. Independentemente de suas formas, cada uma representa uma determinada
percepção e realidade cognitiva – uma combinação entre aquilo que vemos e aquilo que conhecemos sobre as
coisas.
- -22
2.3.2 O sistema de perspectiva linear
As perspectivas lineares são métodos que proporcionam ao desenhista uma forma de representar –
razoavelmente exata – um objeto tridimensional sobre uma superfície bidimensional. Ou seja, uma perspectiva
linear é uma imagem de um objeto projetado sobre um determinado plano que é paralelo à face ou aos olhos do
observador. No desenho de arquitetura, é de suma importância para não desconfigurar a forma de representação
com uma perspectiva imprecisa.
Segundo Yee (2016) há um vocabulário com termos importantes na apresentação de perspectivas, apresentados
abaixo.
Quadro 5 - Nomenclaturas utilizadas em perspectivas lineares.
- -23
Quadro 5 - Nomenclaturas utilizadas em perspectivas lineares.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em YEE, 2016.
2.3.3 Aplicando técnicas de perspectiva linear de um e dois pontos
Nas perspectivas, cada vista desempenha um papel específico na comunicação e desenvolvimento de um projeto.
Ao apresentar os planos paralelos ao plano de desenho, as dimensões, formatos e proporções se mantem
verdadeiros. A seguir, detalharemos sobre a perspectiva paralela de um ponto e a de dois pontos.
Perspectiva paralela de um ponto: a imagem ilustrada a seguir, representa uma construção projetada sobre
um plano de quadro por linhas que o interceptam. Algumas linhas horizontais e verticais preservam a
horizontalidade e verticalidade, enquanto as linhas que não são paralelas convergem para um ponto de fuga. A
construção estando atrás do plano de quadro, está é projetada com dimensões menores que a verdadeira
grandeza. O plano de quadro é sempre perpendicular à superfície do desenho e é representado por uma linha no
desenho.
Figura 15 - Plano de Quadro com um ponto de fuga.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
As perspectivas também podem ser manipuladas mudando os planos de quadros, mudanças de orientação,
mudança no ponto de vista em relação ao objeto e deslocamento da linha do horizonte. Veja na imagem abaixo as
possibilidades para um mesmo desenho de prisma. Neste modelo, o plano de quadro e a orientação permanecem
fixos e apenas a linha do horizonte e ponto de vista se deslocam para cima ou para baixo em relação ao plano de
- -24
fixos e apenas a linha do horizonte e ponto de vista se deslocam para cima ou para baixo em relação ao plano de
terra. Conforme a direção, mostra-se mais a base ou a parte superior da pirâmide.
Figura 16 - Plano de Quadro com um ponto de fuga.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
Cada vez que um objeto muda de orientação, um novo conjunto de ângulos é visto em relação ao plano de
quadro. No exemplo abaixo, a posição do plano de quadro se mantem fixa juntamente da posição do ponto de
vista e a linha do horizonte. A medida que as laterais da pirâmide se afastam do plano de quadro, menos pode ser
percebido da sua superfície. Esta imagem não é uma pirâmide formal, mas a vista proporciona a ilusão de uma
pirâmide colidindo com um bloco retangular (YEE, 2016, p. 237).
- -25
Figura 17 - Efeito pictórico com orientação variável.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
Aumentando a distância do plano do quadro em relação ao ponto de vista (PQ1 até PQ4) ocorre um alargamento
progressivo na figura em perspectiva que possui uma projeção semelhante (YEE, 2016). Quando o plano de
quadro é afastado ou aproximado do observador, a imagem varia em forma e tamanho. No exemplo abaixo, a
linha do horizonte a orientação e a posição do ponto de linha permanecem a mesma.
- -26
Figura 18 - Efeito pictórico com plano de quadro variável.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
Os principais tipos de perspectivas são classificados com base nos principais pontos de fuga do desenho. Existem
os pontos de fuga principal e podem existir pontos secundários e na maioria delas, as fachadas são paralelas ao
plano de quadro.
: como o próprio nome diz, as perspectivas de dois pontos possuem doisPerspectiva paralela dois pontos
diferentes pontos de fuga. Para ilustrar melhor, a imagem abaixo mostra as fachadas principais do desenho
convergindo para dois pontos de fuga em suas linhas de horizonte. Desta forma, este tipo de perspectiva possui
linhas paralelas e arestas da fachada principal não paralelas ao plano de quadro. Existem ainda as perspectivas
de três pontos, porém não trataremos delas neste capítulo. Mas é importante que você conheça as possibilidades,
VOCÊ QUER VER?
A perspectiva é algo que precisa ser muito estudado, para compreender sua ação. Nosso olho
trabalha em função da melhor visualização e entender como as perspectivas agem exige treino
do olho, técnicas de observação e aprimoramento. O vídeo de Willian Soares ensina, de forma
dinâmica, como desenhar perspectivas paralelas básicas. Assista em: <https://www.youtube.
>. Aproveite a experiência e tente desenhar formas básicas emcom/watch?v=qScHgHKsOag
perspectivas diversas, utilizando pontos de fuga.
https://www.youtube.com/watch?v=qScHgHKsOag
https://www.youtube.com/watch?v=qScHgHKsOag
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de três pontos, porém não trataremos delas neste capítulo. Mas é importante que você conheça as possibilidades,
pois um mesmo desenho, dependendo da sua complexidade pode possuir diversos pontos. 
Figura 19 - Perspectiva de dois pontos.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
Abaixo algumas imagens mais simples, onde percebemos que as linhas convergem para direita e para a
esquerda. Observar figuras simples, como o cubo, irá aumentar suas habilidades com desenhos de perspectivas.
Tente observa-las se deslocando e se movimentando no espaço. Essa técnica pode ser feita com um protótipo de
um cubo, como um cubo mágico. As cores irão lhe a identificar visualmente melhor essas movimentações e
perspectivas.
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Figura 20 - Perspectiva de dois pontos.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
Para compreender as figuras de dois pontos, é fundamental ter clareza sobre as figuras de um ponto de fuga, mas
este exercício requer prática e treinamento. Clique nos itens abaixo e aprenda outros aspectos relacionados ao
tema.
• 
Tente reproduzir constantemente as figuras que são apresentadas, de forma simples, para
posteriormente aprimorar com figuras mais complexas até o ponto de trabalhar com desenhos e
projetos de arquitetura, onde o grau de detalhamento é maior.
• 
Relembre que todas as linhas horizontais e verticais de uma perspectiva de um ponto são
•
•
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Relembre que todas as linhas horizontais e verticais de uma perspectiva de um ponto são
paralelas ao plano de quadro – daí o termo “paralelas”.
No entanto, a imagem abaixo ilustra que todas as linhas do plano do quadro convergem para um único ponto de
fuga (4, 5 e 6). Visualize como o cubo se transforma em uma figura com dois pontos (1 e 3) para outra de um
ponto (4). A imagem ilustra perspectivas de um ponto e de dois pontos. Em ambos os casos, os métodos de
construção com vistas ortogonais são apresentados primeiro, ou seja, plantas, cortese elevações.
Figura 21 - Perspectiva de dois pontos.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em YEE, 2016.
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Chegamos ao fim deste item. Desenhar perspectivas é um processo lento e complexo, que exige muito
treinamento. Neste item você foi capaz de compreender o que elas são, e como são aplicadas no desenho simples.
Continue acompanhando pois traremos mais exemplos voltados ao desenho de arquitetura e sua aplicabilidade
após treino e refinamento.
No próximo item trataremos da importância da luz e sombra no desenho de arquitetura e como elas influenciam
e interferem na ordem de ambientes e na percepção tridimensional de superfícies.
2.4 Luz e sombra
Bem-vindo ao item final deste capítulo. Com a utilização correta da luz, podemos estabelecer a ordem dos
ambientes ampliando nossa percepção da arquitetura à medida que nos deslocamos no espaço.
Como percebemos, a forma tridimensional de uma edificação depende muito de como os raios solares incidem
sobre ela, pois através disto identificamos mais claramente sua escultura e forma. O foco deste item é apresentar
os princípios que regem a composição de formas e linhas que transmitem essa ilusão de iluminação. Embora no
desenho sejam utilizadas através de linhas, elas permitem representar características de luz, textura, volume e
espaço que não pode ser descrito.
A seguir, apresentaremos todas as informações para lhe auxiliar a iniciar o processo de elaboração de
tonalidades e texturas iluminadas. Acompanhe.
2.4.1 Os valores tonais para estabelecer ordem a formas e ambientes
A nossa visão é estimulada por padrões de intensidade de luz e cor, e através disso que identificamos formas e
imagens. Por meio dessa identificação percebemos tons claros e escuros e podemos identificar características
específicas dos ambientes – contornos, tamanhos, cores, arestas entre outros. Da mesma forma que
identificamos essas diferenças pelo olho, precisamos representá-las no desenho de forma que o leitor possa
perceber os objetos e a criação de contrastes (CHING, 2011).
VOCÊ QUER VER?
As perspectivas com dois pontos de fuga (ângulo X e Z) também possuem seus desafios, mas
permite construir um objeto (ou vários) que estejam no mesmo plano. Aprenda no vídeo de
Willian Sores como desenhar: < >. Aproveitehttps://www.youtube.com/watch?v=BhfJ7SFsGic
a experiência e tente desenhar formas básicas em perspectivas diversas, utilizando dois pontos
de fuga.
https://www.youtube.com/watch?v=BhfJ7SFsGic
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Figura 22 - Luz revelando a forma dos objetos.
Fonte: CHING, 2011, p. 150.
Para a representação de luz e sombra, utilizamos objetos simples, como lápis ou caneta nanquim, em que pode-
se sombrear superfícies através de hachuras paralelas, cruzadas, em movimentos circulares ou pontilhadas. Cada
forma de representação permite diferentes valores tonais ao sombreamento. Observe a imagem abaixo:
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Figura 23 - Valores tonais através de diferentes texturas.
Fonte: CHING, 2011, p. 151.
Um tom é expresso pelas áreas que são iluminadas e sombreadas na superfície do desenho, deixando claro que o
espaçamento entre a hachura é muito importante. Os valores tonais ainda dependem de como são justapostos
ou, como característica secundária, incluem texturas, granulações e direções que são aplicadas as hachuras.
Conforme sugere Ching (2011), para criar valores tonais, podemos aplicar diferentes tipos de hachuras, sejam
elas paralelas ou cruzadas, pontilhadas ou cruzadas. Clique nas abas abaixo e conheça mais sobre duas delas.
Paralelas
Como o próprio nome diz, as hachuras paralelas são uma série de linhas relativamente paralelas. Os riscos
podem ser de diferentes tamanhos, desenhados com auxílio de equipamentos ou à mão livre. Neste caso, para
controlar a luminosidade são utilizadas apenas técnicas de espaçamento e densidade dos traços.
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Cruzadas
As hachuras cruzadas utilizam traços em diferentes direções para criar os valores de tons. Da mesma forma que
a anterior, os traços podem ser longos ou curtos, à mão livre ou com réguas e em papéis ásperos ou macios.
Na prática, sugere-se a combinação das duas técnicas.
Figura 24 - Hachuras paralelas e cruzadas.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
As hachuras com movimentos circulares consistem na técnica de sombrear com traços multidirecionais. Esta
forma proporciona flexibilidade ao se trabalhar com valores tonais, podendo variar a forma e a direção das
linhas para maior expressividade visual. Através de uma direção dominante, pode-se reproduzir veios que unem
áreas e geram sombreamento. Veja nas imagens abaixo, como a direção, proximidade e densidade da hachura
proporciona maior ou menor valor tonal e de luz e sombra (CHING, 2011).
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Figura 25 - Hachuras circulares.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
O pontilhado é uma técnica muito interessante, pois proporciona um desenho belo e curioso. Clique nas abas
abaixo e conheça mais sobre o tema.
Sombrear
O pontilhado consiste na técnica de sombrear através de pontos muito pequenos e constantes. É preciso muita
habilidade para controlar o tamanho e o espaçamento dos pontos. Sugere-se para esta técnica o uso de caneta
nanquim com ponta fina e papéis macios.
Luz e sombra
Usa-se pontilhados para estabelecer os valores de luz e sombra, em desenhos puramente tonais, não possuem
linhas. A figura a ser recoberta é desenhada apenas com pontos, conforme a figura abaixo. Como não existem
linhas para descrever o contorno da forma, é a intensidade dos pontos que orienta a silhueta e os limites
espaciais do desenho, podendo assim mostrar sua forma. Como mencionado, esta técnica precisa de muita
habilidade e observação.
É indicado primeiro cobrir toda a área do desenho com pontos, para uniformizar através de um tom mais leve.
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É indicado primeiro cobrir toda a área do desenho com pontos, para uniformizar através de um tom mais leve.
Depois, se estabelece o valor tonal de cada forma, aumentando o número de pontos, de maneira metódica, até
que os tons mais escuros sejam definidos e estabelecidos conforme o resultado que se pretenda atingir.
Figura 26 - Pontilhismo para valores tonais.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHING, 2011.
Você conheceu as principais técnicas para aplicar valores de tonalidade, ou seja, de luz e sombra aos desenhos.
No próximo item, apresentaremos formas de modelar e aplicar estas técnicas ao desenho de figuras geométricas
simples. Exercite estas técnicas para posteriormente aplicar ao desenho de arquitetura.
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2.4.2 Criando formas com diferentes valores tonais
Quando modelamos figuras geométricas ou projeções em desenho de arquitetura, nada mais estamos fazendo
que dar ilusão de volume, solidez ou profundidade as formas, por meio de hachuras que proporcionam
sombreamento. Realizar essa atividade com valores tonais diferentes torna um desenho simples em uma forma
tridimensional inserida no espaço e com maior domínio tridimensional.
Na verdade, falamos em luz, porém não vemos a luz propriamente. O que vemos são os efeitos da luz nos objetos,
o modo como ela toca as superfícies e é refletida gerando penumbra e sombra, nos dando pistas sensoriais sobre
as suas características tridimensionais. Os tons luminosos estão sempre voltados para a fonte de luz, enquanto
os valores tonais variam conforme a superfície gira em relação a fonte de luz (CHING, 2011).
O desenho abaixo ilustra como podemos usar valores tonais para dar mais profundidade espacial e foco aos
desenhos de arquitetura.
Figura 27 - Valores tonais no desenho de arquitetura.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em Ching, 2011.
Utilizamos, em vistas de linhas paralelas, o uso de valores tonais para proporcionar a articulação entre os
diferentes posicionamentos ortogonais dos planos horizontal e vertical. Na imagem representada acima, os
valores tonais estão empregados com mais ênfase ao fundo, contrastando com a edificação. No desenho abaixo, o
VOCÊ QUER LER?
O Livro “Representação Gráfica em Arquitetura”, do autor Francis D. K.Ching, possui várias
versões atualizadas e está na quinta edição (2011) pela Editora Bookman. É um compêndio
completo de informações sobre o desenho de arquitetura, principalmente com exemplos
práticos e didáticos sobre o uso de luz e sombra em projetos. É merecedor de um espaço na
sua biblioteca!
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valores tonais estão empregados com mais ênfase ao fundo, contrastando com a edificação. No desenho abaixo, o
processo se inverte, deixando a edificação em primeiro plano, com um maior nível de detalhamento e hachuras,
contrastando com um fundo mais difuso e simplificado (CHING, 2011).
Figura 28 - Valores tonais no desenho de arquitetura.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em Ching, 2011.
Chegamos ao final deste capítulo. Procure exercitar figuras geométricas simples e aplicar a elas diferentes
formas de luz e sombreamento. Procure evoluir suas técnicas para chegar a desenhos mais complexos, aplicando
também os conhecimentos adquiridos através das perspectivas lineares e novamente, aplicar os valores tonais.
Esse processo de treinamento irá aprimorar e lapidar sua habilidade com o desenho. Bom trabalho!
Síntese
Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos nosso conhecimento sobre os métodos e nomenclaturas das
projeções ortográficas e exercitamos a leitura sobre as projeções ortogonais e paralelas. Ainda, compreendemos
os tipos e sistemas de perspectiva com um e dois pontos de fuga, visando sua aplicabilidade junto aos valores
tonais para desenhos de arquitetura iluminados e bem representados visualmente.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• compreender as convenções do desenho, representados por meio de plantas baixas, cortes e elevações;
• reconhecer as características fundamentais de elementos em corte, como escadas, portas e janelas;
• compreender os tipos e sistemas de projeções e sua representação através de vistas paralelas;
• conhecer hachuras que possibilitam diferentes valores tonais aos desenhos e estabelecem ordem e 
profundidade aos ambientes;
• compreender o uso de luz e sombra nas projeções paralelas.
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Bibliografia
CHING, F. D. K. . Porto Alegre: Bookman, 2011.Representação Gráfica em Arquitetura
MONTENEGRO, G. A. . São Paulo: Blucher, 2008.A perspectiva dos profissionais
MONTEGEGRO, G. A. . 5. ed. São Paulo: Blucher, 2017.Desenho Arquitetônico
MONTENEGRO, G. A. . São Paulo: Blucher, 2007.Desenho de Projetos
MONTENEGRO, G. A. . São Paulo: Blucher, 2015.Geometria Descritiva – vol. 1
MONTENEGRO, G. A. . São Paulo: Blucher, 2005.Inteligência Visual
SOARES, W. . Canal Willian Soares, YouTube, publicado em 9 deComo desenhar: Perspectiva Oblíqua – Básica
julho de 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BhfJ7SFsGic>. Acesso em: 18/12/2018.
SOARES, W. . Canal Willian Soares, YouTube, publicado em 8 deComo desenhar: Perspectiva Paralela – Básica
julho de 2013. Disponível em: < >. Acesso em: 18/12/2018.https://www.youtube.com/watch?v=qScHgHKsOag
YEE, R. : um compêndio visual de tipos e métodos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.Desenho Arquitetônico
https://www.youtube.com/watch?v=BhfJ7SFsGic
https://www.youtube.com/watch?v=BhfJ7SFsGic
https://www.youtube.com/watch?v=qScHgHKsOag
	Introdução
	2.1 Métodos e nomenclaturas em projeções ortográficas
	2.1.1 Tipos de projeções
	2.1.2 Desenhos em vistas Múltiplas
	2.2 Projeções ortogonais e paralelas
	2.2.1 Projeções horizontais
	2.2.2 Projeções Verticais
	Materiais, texturas e revestimentos
	Corte do terreno
	Representação gráfica
	2.3 Perspectivas Lineares
	2.3.1 Os sistemas de perspectiva
	2.3.2 O sistema de perspectiva linear
	2.3.3 Aplicando técnicas de perspectiva linear de um e dois pontos
	2.4 Luz e sombra
	2.4.1 Os valores tonais para estabelecer ordem a formas e ambientes
	Paralelas
	Cruzadas
	2.4.2 Criando formas com diferentes valores tonais
	Síntese
	Bibliografia

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