Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA CURSO DE MEDICINA Yasmim Lima Gouveia Arruda Fatores relacionados à prevalência de aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo em puérperas no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago durante a pandemia COVID-19, em 2021. Florianópolis 2022 Yasmim Lima Gouveia Arruda Fatores relacionados à prevalência do aleitamento materno e do aleitamento materno exclusivo em puérperas no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago durante a pandemia COVID-19, em 2021. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Medicina do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Medicina Orientador: Profª. Drª Roxana Knobel Florianópolis 2022 Ficha de identificação da obra Yasmim Lima Gouveia Arruda Fatores relacionados à prevalência do aleitamento materno e do aleitamento materno exclusivo em puérperas no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago durante a pandemia COVID-19, em 2021. Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Bacharel em Medicina” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Medicina Local, 26 de Agosto de 2022. ________________________ Prof.Dr. Edevard José de Araújo Coordenador do Curso Banca Examinadora: ________________________ Profª. Drª. Roxana Knobel Orientadora Instituição UFSC ________________________ Profª. Drª. Isabel Cristina Alves Maliska Avaliador(a) Instituição UFSC ________________________ Profª. Drª. Bianca Ruschel Hillmann Avaliador(a) Instituição UFSC Este trabalho é dedicado aos meus pais, principalmente a minha mãe, que não mediu esforços pela minha graduação. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha mãe, Fátima, ao meu irmão, Marcos e a minha família, por sempre acreditarem em mim e me apoiarem, mesmo quando eu mesma não o fazia. Agradeço aos meus amigos, Josué, Verônica, Natália, Aline e Isaque, me acolherem, pela cumplicidade e por todos os ensinamentos. Agradeço também ao meu namorado, Eduardo, por me motivar, trazer alívio e leveza ainda que nos dias mais cansativos. A minha professora, orientadora, a figura que fez eu me encantar pelo cuidado à mulher, Dra. Roxana, por toda paciência, pela dedicação, por respeitar meu ritmo e pelo cuidado em auxiliar da forma mais acadêmica e didática possível. Agradeço aos pacientes que me doaram a atenção e contaram um pouquinho da sua história, mesmo lá no início, quando eu não sabia nem o que perguntar, e que me ensinaram tanto. RESUMO Introdução: Os benefícios advindos do aleitamento materno (AM) para o desenvolvimento infantil estão amplamente difundidos. No entanto, as taxas de aleitamento materno exclusivo (AME) variam mundialmente e estão relacionadas com alguns fatores como: escolaridade, idade materna, tipo de parto, auxílio no período puerperal. Com a pandemia do COVID-19 e as mudanças ocasionadas pelo distanciamento social, esses fatores podem ter sofrido alterações, e consequentemente, terem afetado a prevalência do AM. Objetivo: Avaliar as porcentagens de aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo em puérperas de 6 a 12 semanas pós-parto durante a pandemia de COVID-19 e variáveis associadas com a prevalência de aleitamento e aleitamento materno exclusivo nessa população. Metodologia: Estudo descritivo transversal com puérperas atendidas no Hospital Universitário de Florianópolis no período de outubro a dezembro de 2020. Os dados foram coletados pelo questionário respondido pela paciente no alojamento conjunto, dados de prontuário e resposta do questionário online, analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS V021), com nível de significância estatística p ≤ 0,05. Resultados: Amostra foi composta por 92 mulheres. A prevalência de AM foi de 83,7% e a de AME de 56,5%. Estiveram associadas com AM as variáveis “ter ensino médio completo” (p= 0,05) e “recebe auxílio em atividades domiciliares” (p=0,02), como fator protetivo, “apresentar dor intensa no puerpério” (p=0,04) e “referir ter dificuldade para ir ao pré-natal (p=0,02)”, como fator de risco. Estiveram associadas ao AME as variáveis “recebe auxílio nas atividades domiciliares” (p=0,02), “ser atendida em pré-natal alto risco” (p=0,015) e “alta hospitalar amamentando exclusivamente” (p<0,001), como fator protetivo. Conclusão: Na população estudada a prevalência de AM foi de 83,7% e de AME de 56,5%. As variáveis protetivas associadas foram ensino médio completo, para AM, e ser atendida em pré-natal de alto risco e alta hospitalar amamentando exclusivamente para AME. A variável receber ajuda em atividades domésticas foi protetiva tanto para AM como para AME. Para AM, dor intensa no puerpério e ter tido dificuldade de ir ao pré-natal estiveram associadas como fator de risco. Palavras-chave: Aleitamento materno, Aleitamento materno exclusivo, COVID-19. ABSTRACT Introduction: The benefits arised from breastfeeding for child development are widely spread. However, exclusive breastfeeding rates vary globally, and it is related to some factors such as: educational level, maternal age, type of birth, assistance during puerperium period. The COVID-19 pandemic and its changing due social distancing may have changed some of these factors, and consequently, the prevalence of BF. Objective: To evaluate the percentages of breastfeeding and exclusive breastfeeding in postpartum women from 6 to 12 weeks after the COVID-19 pandemic and related to the prevalence of breastfeeding and exclusive breastfeeding in this population. Methodology: Descriptive cross-sectional study with puerperal women treated at the University Hospital of Florianópolis from October to December 2020. Data were collected from the survey answered by the patient at the rooming-in, medical record data and online survey answer. Data were analyzed by the Statistical Package for the Social Sciences software (SPSS V021), with a statistical significance level of p ≤ 0.05. Results: Sample composed of 92 women. The prevalence of BF was 83.7% and EBF was 56.5%. The variables “having completed high school” (p=0.05) and “receiving help with home activities” (p=0.02) were associated with BF, as a protective factor, “having severe pain in the puerperium” (p=0.04) and “referring to having difficulties to go to prenatal care (p=0.02)”, as a risk factor. The variables associated with EBF were “receives assistance with household activities” (p=0.02), “being assisted in high-risk prenatal care” (p=0.015) and “discharged from hospital exclusively breastfeeding” (p<0.001), as a protective factor. Conclusion: In the population studied, the prevalence of BF was 83.7% and EB was 56.5%. The associated protective variables were complete high school for BF and being attended in high-risk prenatal care, and for BF, being discharged from the hospital exclusively breastfeeding. The variable receiving help with household activities was protective for both BF and EBF. For BF, severe pain in the puerperium and having difficulty going to prenatal care were associated as a risk factor. Keywords: Breastfeeding, Exclusive breastfeeding, COVID-19. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas. Florianópolis 2020 ..................................................................... 16 Tabela 2: Distribuição da amostra conforme característicasobstétricas. Florianópolis, 2020. ................................................................................................... 17 Tabela 3: Distribuição da amostra conforme características do aleitamento. Florianópolis, 2020. ................................................................................................... 18 Tabela 4: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas e obstétricas e amamentação. Florianópolis, 2020. ................... 19 Tabela 5: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas, puerperais e amamentação exclusiva. Florianópolis, 2020. ...... 20 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 6 RESUMO..................................................................................................................... 7 ABSTRACT ................................................................................................................. 8 LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 9 SUMÁRIO ................................................................................................................. 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 2 MÉTODOS ............................................................................................................. 13 3 RESULTADOS ....................................................................................................... 15 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA: ........................................................... 15 3.2 DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA CONFORME ALEITAMENTO: .................. 17 4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 21 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24 6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 25 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEP AM AME BF EBF HU LM OMS SPSS TCLE UFSC Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Aleitamento Materno Aleitamento Materno Exclusivo Breastfeeding Exclusive Breastfeeding Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago Leite Materno Organização Mundial de Saúde Statistical Package for the Sciences Software Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Universidade Federal de Santa Catarina 12 1 INTRODUÇÃO Durante as últimas décadas, houve um aumento no número de evidências favoráveis à prática do aleitamento materno (AM)(1). Esse fato deve-se ao seu benefício no crescimento e desenvolvimento infantil; na saúde materna, em virtude do fator protetivo às neoplasias mamárias e ovarianas, e do retorno ao peso pré- gestacional (2,3). Além de ser uma prática eficaz e de baixo custo na diminuição da taxa de morbidade e mortalidade infantil por infecções diarreicas e respiratórias, quando comparado ao uso de leite de vaca ou fórmula.(4–6) Em virtude disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda e preconiza o aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros seis meses de vida, e como alimentação complementar até os dois anos de idade.(7) No entanto, embora os benefícios sejam amplamente difundidos, as taxas de aleitamento materno exclusivo variam no mundo. Estima-se que apenas 38% das crianças menores de seis meses são alimentadas exclusivamente com leite materno (LM).(8) No Brasil, em 2020, a prevalência foi de 60,0% em crianças de até quatro meses, e de 45,7% em crianças menores de seis meses.(9) Alguns fatores têm mostrado influência na prevalência do AME, e justificam a variação entre diferentes locais. Entre eles, a escolaridade, a idade, a ocupação e a estabilidade emocional materna; tipo de parto, presença de contato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido.(10) No Brasil, questões como o retorno da mãe ao mercado de trabalho - principal causa de desmame precoce -, o acesso ao serviço de saúde, a presença de companheiro e o uso de chupeta também têm influência na prevalência de AME.(4) No início do ano de 2020, o Brasil foi afetado pela pandemia do COVID-19, foram implementadas medidas preventivas para evitar a propagação do vírus, entre elas, o isolamento social. Essas medidas alteraram os padrões comportamentais e as relações interpessoais, causando mudanças nesses fatores, principalmente os relacionados ao acesso ao serviço de saúde; à saúde mental, comprometendo o vínculo mãe-bebê por fatores estressores;(11) à rede de apoio, principal referência para a mães em orientações aos cuidados com o recém-nascido. Ainda, faltavam evidências na época que sustentassem o benefício do aleitamento materno sobre o risco, e em decorrência disso, questionamentos foram levantados acerca da 13 segurança do aleitamento materno em puérperas sintomáticas, podendo ter influenciado no desmame precoce.(12,13) Por outro lado, o isolamento social, por ter proporcionado um maior tempo em casa, pode ter facilitado o aleitamento materno e o tempo dedicado ao recém-nascido.(13,14) O presente trabalho tem como objetivo avaliar as porcentagens de aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo em puérperas de 6 a 15 semanas pós-parto durante a pandemia de COVID-19 e variáveis associadas com a presença de aleitamento e aleitamento materno exclusivo nessa população. 2 MÉTODOS Estudo descritivo transversal com puérperas atendidas no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC/EBSERH de Florianópolis no período de outubro a dezembro de 2020. Foram consideradas elegíveis para o estudo todas as puérperas cujos bebês nasceram vivos com peso > 500g e/ou idade gestacional > 22 semanas no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC/EBSERH. Foram excluídas do estudo as mulheres que possuíam algum distúrbio mental grave, que pariram em domicílio ou a caminho do hospital. O tamanho amostral necessário para avaliar a prevalência de aleitamento materno exclusivo, considerando uma população de 3000 pessoas (número de nascimentos anual aproximado da instituição) e uma prevalência de aleitamento materno de 54,3%(9) é de 45 binômios mãe/bebê. Sendo um estudo aninhado, foram consideradas todas as mulheres que responderam o questionário no puerpério tardio e responderam as questões sobre aleitamento materno As puérperas foram convidadas a participar do estudo no dia provável de alta hospitalar. Foram explicados os objetivos do trabalho e todas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As participantes preencheram, então, um questionário autoaplicável. O pesquisador responsável também coletou dados no prontuário médico. Após um período que variou entre 6 e 12 semanas, foi realizada a coleta de dados referente ao puerpério tardio. Nesta fase, o contato com as participantes ocorreu via ligação telefônica, e-mail ou aplicativo de mensagem (Whatsapp) e foi encaminhado um questionário com dados sobre o puerpério tardio. 14 Os instrumentos foram previamente testados em amostra semelhante à estudada. As variáveis dependentes estudadas foram aleitamento materno (considerado quando a mulher está amamentando o bebê - mesmo que complementando com outro alimento) e aleitamento materno exclusivo (quando o bebê está sendo alimentado exclusivamente com leite materno no momento da entrevista). Foram coletadas pela entrevista de puerpério tardio e, portanto, autorreferidas. As variáveis independentes foram: idade em anos completos de vida calculada pela datade nascimento; cor da pele por autodeclaração; classe social pela classificação econômica ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa); grau de escolaridade (autodeclarada em anos completos e posteriormente transformada em dicotômica em tem ensino médio completo ou não), número de pessoas em grupo familiar (autodeclarada), moradia com o companheiro (autodeclarada), receber ajuda para afazeres domésticos e cuidados com o bebê (autodeclarada), consulta pós parto e alta hospitalar amamentando exclusivamente, dor intensa no puerpério imediato, dor puerperal pós alta hospitalar, acompanhante no momento do parto, infecção por COVID durante a gestação e/ou pós-parto autorreferidos; paridade, pré-natal adequado (com início em primeiro trimestre e pelo menos 6 consultas) por número de consultas, atendida no pré-natal de alto risco, via cartão de gestante; via de parto, internação durante a gestação (antes do parto), contato pele-a-pele ao nascimento, complicação puerperal, recém-nascido encaminhado a UTI via prontuário médico hospitalar. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Foi considerado um nível de significância estatística de p ≤ 0,05. As variáveis foram analisadas com estatística descritiva, foi calculado o risco relativo (RR) e respectivo intervalo de confiança (IC) de 95 para as variáveis independentes (AM e AME). O projeto “Complicações obstétricas e puerperais durante a epidemia de COVID 19” (número do parecer 35543120.7.0000.0121, responsável Roxana Knobel) foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSC, seguindo os princípios éticos presentes na resolução 466 do Conselho Nacional de Saúde. 15 Foram respeitados os sigilos éticos e de privacidade de todos os que aceitaram participar da pesquisa após esclarecimento sobre o tema e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 3 RESULTADOS Foram elegíveis para responder a pesquisa 351 mulheres que tiveram seus partos no Hospital Universitário da UFSC. Dessas, 91 não participaram, 53 não desejaram realizar o questionário e 38 concordaram, mas não preencheram o questionário por diversos motivos (envolvimento com cuidados com o bebê, consultas multidisciplinares ou não tiveram tempo antes da alta). Todas as 260 mulheres que participaram da pesquisa foram convidadas a responder o questionário on line de 6 a 12 semanas após o parto. Responderam os questionários 98 mulheres, destas 6 foram excluídas desta análise por não terem preenchido a variável de interesse (amamentação e amamentação exclusiva). A amostra final foi composta, portanto, por 92 mulheres. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA: As características socioeconômicas da amostra foram representadas na Tabela 1. A amostra foi composta por um total de 92 mulheres, com média de idade 29 anos (DP 6,5). A maioria era brasileira, branca ou amarela, exercia atividade remunerada, pertencente a classe econômica B, tinha ensino médio completo e morava com três pessoas ou mais. 16 Tabela 1: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas. Florianópolis 2020 Variável Média DP Idade (N=92) 29,38 6,499 n % Cor da pele parda ou preta (N=92) 30 32,6 Grau de escolaridade (N=91) Ensino fundamental incompleto ou menos 6 6,6 Ensino médio incompleto 8 8,8 Ensino médio completo 47 51,6 Ensino superior ou mais 30 32,9 Classe ABEP (N=90) A2 1 1,1 B1, B2 57 63,3 C1, C2 29 32,2 D, E 3 3,3 Número de pessoas morando junto em domicílio (N=92) Nenhuma* ou uma 23 25 2 18 19,6 3 ou mais 51 55,4 Mora com companheiro (N=92) 79 85,8 *apenas uma respondente morava sozinha. A tabela 2 mostra as características obstétricas das mulheres entrevistadas durante o período, cujo perfil mostrou-se majoritariamente constituído de primigestas, cerca de 10,9% tiveram infecção por COVID durante a gestação e 12,2% no pós-parto. No que se refere ao pré-natal, 13% tiveram alguma dificuldade para frequentar as consultas, 63% não realizaram o pré-natal adequadamente e 9,8% estiveram internadas durante a gestação. Quanto ao parto, a maioria ocorreu via vaginal, com presença do acompanhante, tiveram contato pele a pele com o recém-nascido ao 17 nascimento. Durante o puerpério, 34,8% apresentaram dor intensa, e 17,4% apresentaram complicação puerperal ou cirúrgica. Referente ao tópico “Recebem ajuda em casa”, 10 participantes optaram por não responder à pergunta, e do grupo que respondeu, 14,6% não recebiam auxílio. Tabela 2: Distribuição da amostra conforme características obstétricas. Florianópolis, 2020. Característica n % Primigestas 51 55,4 COVID na Gestação 10 10,9 COVID pós-parto (N=90) 11 12,2 Dificuldade ida ao pré-natal 12 13,0 Pré-Natal adequado 34 37,0 Parto vaginal 63 68,5 Internada durante a gestação (antes do parto) 9 9,8 Acompanhante no momento do parto 83 90,2 Atendida em pré-natal de alto risco 27 29,3 Contato pele a pele ao nascimento 82 89,1 Relato de dor intensa no puerpério imediato 32 34,8 Dor no puerpério após alta hospitalar 14 15,2 Complicação puerperal clínica ou cirúrgica* 16 17,4 RN encaminhado à UTI 8 8,7 Refere receber ajuda para afazeres domésticos e cuidados com bebê (N=82) 70 85,4 Fez consulta pós-parto 82 89,1 *Complicações: 9 casos de acretismo placentário com evolução hemorrágica; 4 casos de hipertensão arterial de difícil controle; 5 casos com complicações infecciosas: 2 mastites e 2 infecções de parede abdominal, uma delas com hemorragia e 1 Infeção de trato urinário com hemorragia. 3.2 DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA CONFORME ALEITAMENTO: Na amostra estudada, conforme descrito na tabela 3, a maioria teve alta amamentando (n=68, 74%) e consideraram as orientações sobre o aleitamento 18 materno “Muito Boas”, na seleção de opções do questionário. Do grupo que amamentava, 67% ainda realizavam exclusivamente (n=52) Tabela 3: Distribuição da amostra conforme características do aleitamento. Florianópolis, 2020. n % Teve alta do HU amamentando exclusivamente 68 73,9 Como você considera que foram as orientações sobre o aleitamento no HU? Muito Boas 74 80,4 Boas 11 12,0 Médias/ ruins/ não recebeu orientação 7 7,6 Amamenta no momento da entrevista 77 83,7 Amamenta exclusivamente no momento da entrevista 52 56,5 Os fatores associados à mudança das práticas de amamentação são apresentados na Tabela 4. Os resultados do estudo mostraram significância estatística nas seguintes variáveis: escolaridade, dificuldade ida ao pré-natal, apresentar dor intensa no puerpério, receber auxílio em casa. Dessas, são fatores de risco: relato de dificuldade para ir ao pré-natal e apresentar dor no puerpério. São fatores protetores: ter ensino médio completo e receber ajuda para afazeres domésticos e cuidados com bebê. Na amostra, quatro mulheres tinham menos de vinte anos, três amamentavam exclusivamente no momento da entrevista e uma não amamentava o bebê. 19 Tabela 4: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas e obstétricas e amamentação. Florianópolis, 2020. Amamenta Sim Não p RR(IC95%) Característica n(%) n(%) Idade materna >35 anos 22(28,6) 1(6,7) 0,1* 5,60(0,69-45,1) Preta ou parda 25(32,5) 5(33,3) 1* 0,96(0,29-3,11) Ensino médio completo 67(88,2) 10(66,7) 0,05* 3,72(1,03-13,38) Cesariana 24(31,2) 5(33,3) 1 0,90(0,2-2,9) COVID na gestação 8(10,4) 2(13,3) 0,74 0,70(0,14-3,95) COVID pós-parto 10(13,3) 1(6,7) 0,68* 2,10(0,2-18,2) Dificuldade ida ao pré-natal 7(9,1) 5(33,3) 0,02* 0,20(0,53-0,75) Dor no puerpério 9(11,7) 5(33,3) 0,04* 0,26(0,74-0,95) Primípara 43(55,8) 8(53,3) 0,86 1,10(0,3-3,3) Atendida no pré-natal de alto risco 22(28,6) 5(33,3) 0,76* 1,25(0,38-4,08) Refere receber ajuda para afazeres domésticos e cuidadoscom bebê 62(89,9) 8(61,5) 0,02* 5,53(1,4-21,6) Alta amamentando exclusivamente 59(77,6) 9(60,0) 0,18* 2,18(0,68-6,97) *Teste exato de Fisher Na tabela 5 estão descritas as características sociodemográficas, puerperais e amamentação exclusiva. As variáveis “Refere receber ajuda para afazeres domésticos e cuidados com bebê”, “Atendida no pré-natal de alto risco” e “Alta amamentando exclusivamente”, mostraram significância estatística, como fatores protetivos para aleitamento materno exclusivo. 20 Tabela 5: Distribuição da amostra conforme características sociodemográficas, puerperais e amamentação exclusiva. Florianópolis, 2020. Amamenta Exclusivamente Sim Não p RR(IC95%) Característica n(%) n(%) Idade materna >35 anos 11(28,6) 12(6,7) 0,33 0,6(0,2-1,61) Preta ou parda 13(25,0) 17(42,5) 0,08 0,45(0,18-1,09) Ensino médio completo 45(88,2) 32(80,0) 0,28 1,87(0,59-5,93) Primípara 31(59,6) 20(50) 0,36 1,48(0,64-3,39) Cesárea 13(25) 16(40) 0,12 0,5(0,2-1,21) COVID na gestação 5(9,6) 5(12,5) 0,72* 0,74 (0,20-2,77) COVID pós-parto 5(9,8) 6(15,4) 0,64 0,59 (0,16-2,12) Dificuldade ida ao pré-natal 5(9,6) 7(17,5) 0,20 0,5(0,14-1,71) Dor no puerpério 7(13,5) 7(17,5) 0,59 0,73(0,23-2,3) Atendida no pré-natal de alto risco 10(19,2) 17(42,5) 0,015 3,1(1,22-7,88) Refere receber ajuda para afazeres domésticos e cuidados com bebê 42(93,3) 28(75,7) 0,02* 4,5(1,12-18,09) Alta amamentando exclusivamente 49(94,2) 19(48,7) <0,001 18,05(4,82-67,62) *Teste exato de Fisher 21 4 DISCUSSÃO A maioria da população estudada era composta por mulheres brancas, com média de idade de 29 anos, com ensino médio ou superior e primigestas. Dados semelhantes aos encontrados entre os nascidos vivos do município de Florianópolis, em que a maioria das mães eram brancas, com idade entre os trinta e trinta e cinco anos, com mais de 12 anos de estudo e primigestas (grupos 1 e 2 da classificação de Robson)(15). Houve discrepância entre os valores na via de parto. No Brasil, a taxa de cesariana é de cerca de 57%(15), enquanto que no município de Florianópolis em 2020 a taxa de cesarianas foi de 49%. Na amostra, houve um maior número de partos via vaginal (68,5%), valor superior às taxas de hospitais públicos (58%)(16), porém abaixo do valor sugerido pela OMS, de que seja realizado apenas 10-15% via parto cirúrgico(17). Em uma pesquisa realizada através de questionário online durante a pandemia de COVID-19, 20% das entrevistadas temiam qualquer tipo de consulta em ambiente hospitalar, mais de 40% temiam realizar as consultas de pré-natal, e, mais da metade considerou ou decidiu cancelar suas consultas de pré-natal e/ou adiar.(18) Vale ressaltar, também, que o acesso aos serviços de saúde estava dificultado, pois, no período de lockdown do município do presente estudo, a maioria dos transportes públicos não estava em atividade realizando o traslado de pessoas. Em gestantes classificadas como “risco habitual”, nos municípios onde a transmissão do COVID-19 estivesse em classificação “alta”, havia a orientação, pelo Ministério da Saúde, da possibilidade de espaçamento entre as consultas de pré-natal, com solicitação dos exames via telemedicina e registrado em prontuário eletrônico.(19) Nesta amostra, mais da metade das entrevistadas não realizou as 6 consultas mínimas preconizadas pelo Ministério da Saúde e/ou iniciou tardiamente o pré-natal(20). Neste trabalho, a prevalência do AM no momento da entrevista foi de 83,7%, inferior às taxas prévias ao período da pandemia do COVID-19, cuja taxa nacional foi de 84,1%, segundo o relatório do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), em 2019.(9) Já o AME estava sendo praticado por 56,5% da amostra da pesquisa, valores superiores média nacional (45,8%), mas similar para a macrorregião Sul (54,3%), para 22 2019.(9) Um estudo americano, embora tenha apresentado valores inferiores aos encontrados no estudo para AME, mostrou um aumento na prevalência do aleitamento materno durante a pandemia em determinados grupos étnicos.(21) Em contrapartida, um estudo na Itália e um no Reino Unido mostraram diminuição na taxa de AME em relação ao grupo controle.(22,23) Essa incongruência entre os dados deve-se às diferentes periodicidades do implemento do lockdown e condutas de distanciamento, à consciência social e à transmissão da informação acerca da situação do COVID-19 de cada país.(24) Além dos estigmas relacionados a segurança do AM em relação à transmissão indireta do vírus, decorrentes da falta de evidências científicas que ratificassem a segurança da prática na época.(25) Na nossa pesquisa, os preditores para aleitamento materno como fator protetivo são: ter ensino médio completo e “receber auxílio em atividades domiciliares”, esta também se apresentou como valor protetivo no aleitamento materno exclusivo. Também se mostrou como fator protetivo ao AME ter sido atendida no Pré-natal alto risco e ter tido alta hospitalar amamentando exclusivamente. A escolaridade da mãe foi concordante com outros estudos.(12,23,26) Em estudos prévios ao período pandêmico, foi encontrado que uma maior escolaridade está relacionada com uma melhor percepção da mãe acerca da quantidade de leite produzida, o posicionamento adequado na pega, sucção e deglutição da criança de forma adequada, o que garante uma maior segurança ao amamentar.(27) Em relação a rede de apoio, os resultados também foram ao encontro com a literatura(12,22–24). Num estudo em cinco cidades europeias, mães que relataram falta de apoio familiar durante a pandemia do COVID-19, apresentaram maiores níveis de sintomas depressivos e de ansiedade generalizada no período pós-parto(12), e com isso, essas mulheres apresentaram maior chance de interromper o aleitamento devido à diminuição da produção do leite e/ou da frequência entre as mamadas. As variáveis que apresentaram fator de risco para desmame precoce incluem, “apresentar dor intensa no puerpério” e “referir ter dificuldade para ir ao pré-natal”. Não foi encontrado associação entre os estudos durante a pandemia. Não foi especificado neste trabalho o tipo de dor/localização, mas, na literatura, foi encontrado associação entre trauma/dor na mama e desmame precoce em estudos prévios(28). 23 A literatura sugere que se deve reforçar o acompanhamento e orientações da pega principalmente no puerpério imediato Não foi encontrado na literatura associação entre ter dificuldade para frequentar as consultas do pré-natal e prevalência do aleitamento materno. No entanto, essa variável pode indicar vulnerabilidades sociais, dificuldade de transporte ou acesso ao serviço público de saúde. Não foi encontrado associação entre frequentar pré-natal de alto risco e prevalência do AME, no entanto, essa parcela de gestantes possui maior assistência e frequência no acompanhamento do pré-natal, podendo gerar um melhor vínculo entre os profissionais da maternidade e a gestante, aumentando a chance de sucesso e a adesão às orientações em relação ao AME. Foi encontrado também, como variável protetiva “ter alta amamentando exclusivamente”, isto pode estar associado a uma boa adesão às orientações recebidas durante a internação, e às políticas de aleitamento materno do serviço, intitulado como Hospital Amigo da Criança, que conta com um Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno (CIAM), responsável pela orientação/informação e do cuidado desde a primeira hora de vida.(29) Em um estudo de revisão bibliográfica, a falta de preparo/incentivo dos profissionais ao AME, a falta de conhecimento da mãe sobre a importância do LM, queixa de leite insuficiente/fraco e uso de chupeta são alguns dos fatores que interferem negativamente no AME.(30) Este estudo apresentou algumas limitações, como um número pequeno de participantes que preencheram o questionário pós-parto. Dezparticipantes preferiram não responder a variável “recebem auxílio nas atividades domésticas”, podendo indicar insegurança/situação de vulnerabilidade, portanto, o número de puérperas que não recebem auxílio pode estar subestimado. Apesar disso, foi possível avaliar algumas variáveis neste estudo que, mesmo em uma amostra pequena, mostraram- se indispensáveis para a saúde materno-infantil em relação ao aleitamento. Os resultados desse estudo mostram que, durante a pandemia do COVID-19, embora as questões de isolamento social, dificuldade de acesso/transporte e vulnerabilidade social mostraram-se mais evidentes, os fatores relacionados à prevalência do aleitamento materno não parecem ter sofrido modificações significativas. As variáveis que mostraram associação tanto para o aleitamento 24 materno, como para o exclusivo (escolaridade, auxílio em atividades domésticas/cuidados do bebê, alta amamentando exclusivamente, dor no puerpério, acompanhamento em pré-natal alto risco) têm como intersecção fatores que permeiam o grau de informação e suporte à puérpera. Salientamos a importância de implementar medidas que promovam a adesão, a manutenção e o aumento da prevalência do AM, tanto para a mãe, como para o grupo familiar. Trazer o(a) parceiro(a) durante as consultas e ratificar as orientações para os acompanhantes durante o período puerperal oportuno (ainda no alojamento conjunto) são medidas fundamentais para que haja uma maior conscientização do papel dos indivíduos que constituem a rede de apoio materna. Ainda são necessários mais estudos para avaliar os fatores que influenciam a prevalência do AM, em relação ao período da pandemia do COVID-19. Espera-se que os achados desse estudo possam servir para futuros estudos, contribuindo, assim, para a redução das taxas de morbidade e mortalidade infantil. 5 CONCLUSÃO A prevalência de AM nesta pesquisa foi de 83,7% e a de AME foi de 56.5%. Estiveram associação estatisticamente significante com AM as variáveis “ter ensino médio completo” e “recebe auxílio em atividades domiciliares”, como fator protetivo, “apresentar dor intensa no puerpério” e “referir ter dificuldade para ir ao pré-natal”, como fator de risco. Estiveram associadas ao AME as variáveis “recebe auxílio nas atividades domiciliares”, “ser atendida em pré-natal alto risco” e “alta hospitalar amamentando exclusivamente”, como fator protetivo. 25 6 REFERÊNCIAS 1. Boccolini CS, de Carvalho ML, Couto de Oliveira MI. Factors associated with exclusive breastfeeding in the first six months of life in Brazil: A systematic review [Internet]. Vol. 49, Revista de Saude Publica. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2015 [cited 2022 Feb 16]. Available from: http://www.scielo.br/j/rsp/a/jsCBGH7vNhqmNtj4BQQPvpf/?lang=pt 2. Toma T, Pública MR-C de S, 2008 undefined. Benefícios da amamentação para a saúde da mulher e da criança: um ensaio sobre as evidências. SciELO Bras [Internet]. [cited 2022 Feb 16]; Available from: https://www.scielo.br/pdf/csp/v24s2/09.pdf 3. Zilda M, Martins O, Santana LS. Benefícios da amamentação para saúde materna. Interfaces Científicas - Saúde e Ambient [Internet]. 2013 Jun 27 [cited 2022 Feb 16];1(3):87–97. Available from: https://periodicos.set.edu.br/saude/article/view/763 4. Demitto MDEO, Antunes MB, Bercini LO, Rossi RM, Torres MM, Cristina T, et al. Prevalência e Fatores Determinantes do Aleitamento Materno Exclusivo. Revista UNINGÁ [Internet]. 2017 [cited 2021 Sep 27];52:29–33. Available from: http://34.233.57.254/index.php/uninga/article/view/1387 5. Popkin BM, Adair L, Akin JS, Black R, Briscoe J, Flieger W. Breast-feeding and diarrheal morbidity. Pediatrics. 1990 Dec;86(6):874–82. 6. Victora CG, Vaughan JP, Lombardi C, Fuchs SMC, Gigante LP, Smith PG, et al. Evidence for protection by breast-feeding against infant deaths from infectious diseases in Brazil. Lancet (London, England) [Internet]. 1987 Aug 8 [cited 2022 Feb 16];2(8554):319–22. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2886775/ 7. WHO. Infant and young child nutrition: Global strategy on infant and young child feeding. Fifty Fifth World Heal Assem [Internet]. 2002 [cited 2021 Aug 31];53(April):1–18. Available from: http://apps.who.int/gb/archive/pdf_files/WHA55/ea5515.pdf 8. Chudasama RK, Amin CD, Parikh YN. Prevalence of exclusive breastfeeding and its determinants in first 6 months of life: A prospective study. Online J Heal 26 Allied Sci [Internet]. 2009 [cited 2021 Aug 30];8(1):1–7. Available from: https://www.researchgate.net/publication/26627173_Prevalence_of_exclusive_ breastfeeding_and_its_determinants_in_first_6_months_of_life_A_prospective _study 9. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil- ENANI [Internet]. Rio de Janeiro; 2020 [cited 2021 Sep 1]. p. 9 p. Available from: https://enani.nutricao.ufrj.br/wp- content/uploads/2020/08/Relatorio-preliminar-AM-Site.pdf 10. Fabiola I, Strain DH, Castillo PC, Becerra C, González R, Parraguez E, et al. Este informe fue desarrollado por: Coordinación regional de la Encuesta Nacional de lactancia 2013. 11. Simão AL de S, Chouzende B de O, Duarte K de OR, Rodrigues SG, Aver LA, Saco MC. Aleitamento materno e a pandemia da COVID-19. Glob Clin Res J [Internet]. 2021 Jul 13 [cited 2022 Feb 16];1(1):e6–e6. Available from: https://www.globalclinicalresearchj.com/index.php/globclinres/article/view/13 12. Holand BL, de Oliveira Agostini C, Pacheco MCM, de Leon DMZ, Drehmer M, Bosa VL. Association between breastfeeding and complementary feeding in pre-pandemic and pandemic COVID-19 times: Maternar cohort study. J Pediatr (Rio J) [Internet]. 2022 Jan 31 [cited 2022 Feb 17]; Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0021755722000043 13. Pacheco F, Sobral M, Guiomar R, De La Torre-Luque A, Caparros-Gonzalez RA, Ganho-Ávila A. behavioral sciences Breastfeeding during COVID-19: A Narrative Review of the Psychological Impact on Mothers. 2021 [cited 2022 Feb 17]; Available from: https://doi.org/10.3390/bs11030034 14. Ceulemans M, Hompes T, Foulon V. Mental health status of pregnant and breastfeeding women during the COVID-19 pandemic: A call for action. Int J Gynecol Obstet. 2020 Oct 1;151(1):146–7. 15. TabNet Win32 3.0: Nascidos vivos - Brasil [Internet]. [cited 2022 Jun 13]. Available from: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def 16. Fernanda D, Frias R. Partos no sistema único de saúde ( SUS ) brasileiro : prevalência e perfil das partutientes Childbirths under the unified health system 27 ( SUS ) of brazil : prevalence and profile of parturients. 2021;11942–58. 17. WHO Statement on Caesarean Section Rates. 18. Luisa A, Santos C, Thamara L, Santos R, Teles RM, Carolina S, et al. PRINCIPAIS IMPACTOS GERADOS NO MANEJO DAS GESTANTES DURANTE O PRÉ-NATAL FRENTE A PANDEMIA DA COVID-19. 19. Júnior RE. GOVERNO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO EM SAÚDE DIRETORIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NOTA TÉCNICA No 007/2021-NAMCA/DAPS/SPS/SES Atualizada em 05 de abril de 2021. 20. Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica B. ATENÇÃO BÁSICA CADERNOS de ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO. 2012 [cited 2022 Jul 17]; Available from: http://www.saude.gov.br/editora 21. Glazer KB, Vieira L, Weber E, Stone J, Stern T, Bianco A, et al. COVID-19 pandemic-related change in racial and ethnic disparities in exclusive breastmilk feeding during the delivery hospitalization: a differences-in-differences analysis. BMC Pregnancy Childbirth. 2022 Dec 1;22(1). 22. Vazquez-Vazquez A, Dib S, Rougeaux E, Wells JC, Fewtrell MS. The impact of the Covid-19 lockdown on the experiences and feeding practices of new mothers in the UK: Preliminarydata from the COVID-19 New Mum Study. Appetite [Internet]. 2021 Jan 1 [cited 2022 Jun 6];156:104985. Available from: /pmc/articles/PMC7538871/ 23. Latorre G, Martinelli D, Guida P, Masi E, De Benedictis R, Maggio L. Impact of COVID-19 pandemic lockdown on exclusive breastfeeding in non-infected mothers. Int Breastfeed J [Internet]. 2021 Dec 1 [cited 2022 Jun 6];16(1). Available from: /pmc/articles/PMC8052849/ 24. Piankusol C, Sirikul W, Ongprasert K, Siviroj P. Factors Affecting Breastfeeding Practices under Lockdown during the COVID-19 Pandemic in Thailand: A Cross-Sectional Survey. Int J Environ Res Public Health [Internet]. 2021 Aug 2 [cited 2022 Jun 6];18(16):8729. Available from: /pmc/articles/PMC8391455/ 28 25. Williams J, Namazova-Baranova L, Weber M, Vural M, Mestrovic J, Carrasco- Sanz A, et al. The Importance of Continuing Breastfeeding during Coronavirus Disease-2019: In Support of the World Health Organization Statement on Breastfeeding during the Pandemic. J Pediatr. 2020 Aug 1;223:234–6. 26. Santos RC dos, Amaral RCC, Santos E, Carvalho TV, Correia TLBV, Costa CM da, et al. Aleitamento materno exclusivo em tempos de pandemia da COVID-19: revisão integrativa. Res Soc Dev. 2021;10(3):e28310313167. 27. De Almeida Carreiro J, Francisco AA, De Vilhena Abrão ACF, Marcacine KO, De Sá Vieira Abuchaim E, Coca KP. Dificuldades relacionadas ao aleitamento materno: análise de um serviço especializado em amamentação. Acta Paul Enferm [Internet]. 2018 Jul 1 [cited 2022 Jun 13];31(4):430–8. Available from: http://www.scielo.br/j/ape/a/VpgWqMNCRFF5vLVJvFfPSXz/?lang=pt 28. Daltro MC de SL, Vale U da C, Sousa MNA de, Castro BA, Suárez L de AB, Bezerra ALD. FATORES QUE INFLUENCIAM NA INTERRUPÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO EM NUTRIZES. Brazilian J Prod Eng - BJPE [Internet]. 2021 Aug 24;6(2):153–62. Available from: https://periodicos.ufes.br/bjpe/article/view/35499 29. Mundial O, Saúde DA. Módulo 1-Histórico e Implementação INICIATIVA HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA: revista, atualizada e ampliada para o cuidado integrado FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA. 2003 [cited 2022 Jun 27]; Available from: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao 30. Lima APC, Nascimento DDS, Martins MMF. A prática do aleitamento materno e os fatores que levam ao desmame precoce: uma revisão integrativa. J Heal Biol Sci [Internet]. 2018 Apr 2;6(2):189. Available from: http://periodicos.unichristus.edu.br/index.php/jhbs/article/view/1633
Compartilhar