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É uma forma acidental e desregulada de morte celular. Sempre é patológica. Acontece por uma lesão às membranas celulares, o que libera enzimas no citoplasma, que digerem a célula (necrose). Ou seja, acontecem 3 coisas: enzimas digerem a célula, conteúdos celulares “fogem” da célula porque a membrana foi lesada e uma reação inflamatória local é ativada. As enzimas que digerem a célula necrótica derivam dos lisossomos das próprias células ou de leucócitos recrutados na resposta inflamatória. Pode ser causada por: isquemia, substâncias tóxicas, traumas e infecções. Uma das causas de morte por necrose é a depleção (redução) de ATP, que causa: → afeta a bomba de Na/K, acumulando sódio intracelular e potássio do lado de fora. Isso causa tumefação da célula → esvaziamento das reservas de glicogênio (porque a célula agora precisa fazer glicólise anaeróbica) → acúmulo de ácido lático e fosfatos inorgânicos → diminuem o pH da célula → a falta de O2 e glicose faz as proteínas se dobrarem, o que ocasiona uma resposta que gera morte celular → essa diminuição pode ser causada por um dano mitocondrial Normal Necrótica O que acontece na necrose? Digestão enzimática da célula lesada e desnaturação de proteínas intracelulares. Esse processo de digestão e resposta dura horas. As células necróticas mostram eosinofilia aumentada na coloração de hematoxilina e eosina (H&E). Por quê? Porque o RNA citoplasmático que se ligaria ao corante azul/hematoxilina foi perdido. Além disso, as proteínas citoplasmáticas desnaturadas se ligam ao vermelho/eosina. E qual é a aparência da célula necrótica? Ela está mais homogênea e vítrea. Podem ainda, ser substituídas por figuras de mielina. Figuras de mielina: são massas fosfolipídicas espiraladas. Alterações celulares: → descontinuidade da MP da célula e das organelas → dilatação das mitocôndrias com aparecimento de grandes densidades amorfas → figuras de mielina → restos amorfos → agregados de material felpudo (representando proteínas desnaturadas) Alterações nucleares: → picnose: condensação da cromatina em uma massa sólida, contraída e basófila → cariorrexe: fragmentação do núcleo; ele desaparece dentro de 1 a 2 dias → cariólise: perda de DNA por degradação enzimática (endonucleases) A necrose pode ser... Coagulativa → localizada e sem proteólise das células mortas (o tecido adquire textura firme); ex: infarto Liquefativa → a destruição das células forma uma massa (pus) porque ocorre uma estimulação dos leucócitos; ex: infecções bacterianas Gangrenosa → acomete um membro que sofre necrose em vários tecidos. Pode acontecer mais de um padrão de necrose (ex: primeiro de coagulação e depois liquefativa). Caseosa → o foco da inflamação é um granuloma; ex: tuberculose Gordurosa → as enzimas pancreáticas escapam das células acinares e liquefazem as membranas dos adipócitos. Isso libera ácidos graxos, que se combinam com o cálcio produzindo áreas calcarias brancas (calcificações distróficas). Não é exatamente uma necrose Fibrinoide → em reações imunes que envolvem os vasos É a morte celular programada e é regulada por várias vias genéticas. As células destinadas a morrer ativam enzimas, caspases, que degradam seu DNA e as proteínas citoplasmáticas. Retração celular → a célula fica menor, com citoplasma denso e organelas compactadas. Isso é diferente do que ocorre em outras formas de lesão (nessas, primeiro ocorre tumefação). Condensação da cromatina (!!!) → a cromatina se agrega perifericamente sob a membrana nuclear. O núcleo vai se romper. Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos → a célula cria bolhas extensas e depois faz fragmentação em corpos apoptóticos. Fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos → normalmente feito por macrófagos. Em coloração H&E: massas ovais intensamente eosinófilo com fragmentos de cromatina condensada. Como o conteúdo celular não é perdido, não existe inflamação (na necrose existe!) Nesse caso, elimina células velhas, indesejáveis ou potencialmente prejudiciais. Ex: → involução de tecidos hormônio- dependentes sob privação de hormônio (ex: menstruação) → eliminação de linfócitos autorreativos → morte de neutrófilos depois que esses cumpriram seu papel na resposta inflamatória aguda e dos linfócitos no término da resposta imune Já aqui, ela elimina células com lesões irreparáveis sem causar reações no hospedeiro. → dano ao DNA (ex: após exposição à radiação, hipóxia etc.). Pode fazer isso de maneira direta ou por meio de radicais livres. → acúmulo de proteínas mal dobradas → morte celular em certas infecções (rejeição celular nos transplantes e linfócitos T citotóxicos agindo sobre tumores) A apoptose é o resultado da ativação das enzimas caspases. Elas existem como pró- enzimas inativas e precisam sofrer clivagem para se tornarem ativas. O processo da apoptose é dividido em duas fases: de iniciação e de execução. Existem duas vias de iniciação (que são independentes uma da outra, não tem nada a ver, mas podem coexistir): via mitocondrial e a do receptor de morte. É a principal. Seus componentes são: Antiapoptóticos • são proteínas com 4 domínios BH que ficam na membrana mitocondrial externa, citosol e membranas • função: impedir a saída do citocromo c e outras proteínas indutoras de morte da mitocôndria para o citosol • BCL2, BCL-XL e MCL1 Pró-apoptótico • Proteínas que também tem os 4 domínios de BH • quando são ativadas, se juntam a outras proteínas e formam canais de membrana • função: aumentar a permeabilidade da membrana mitocondrial externa, permitindo a passagem de citocromo c • BAX e BAK Sensores/somente-BH3 • São sensores de estresse e dano celular que regulam o equilíbrio entre as proteínas anti e pró apoptose. Só tem o domínio BH3, por isso o nome. Mecanismo da via → em células normais, os fatores de crescimento estimulam a produção de proteínas antiapoptóticas → quando a célula é privada desses sinais ou tem o DNA lesado, as proteínas somente-BH3 percebem isso e são ativadas → elas ativam BAX e BAK, que facilitam a passagem das proteínas mitocondriais para o citoplasma → além disso, as somente-BH3 se ligam a BCL2 e BCL-XL e bloqueiam suas funções → o citocromo c é liberado, se liga à proteína APAF-1 (fator ativador de apoptose-1) e formam o apoptossomo → esse se liga à caspase-9 (iniciadora), que ativa uma caspase-9 adjacente e assim por diante, em um processo de autoamplificação de caspases → medeiam a fase de execução da apoptose → outras proteínas mitocondriais se ligam a proteínas citoplasmáticas inibidoras de apoptose e as neutralizam É iniciada quando os receptores de morte na MP são ativados. Receptores de morte: são da família do receptor TNF e tem domínio de interação proteína-proteína. Esse domínio é chamado de domínio de morte. Os principais receptores são: • TNFR1: TNF tipo 1; receptor de morte • Fas: proteína CD95; receptor de morte • FasL: ligante para Fas; está em células T que reconhecem antígenos próprio e em alguns linfócitos T • FADD: fas-associated death domain; tem domínio de morte Mecanismo da via → FasL se liga ao Fas, com isso algumas moléculas do Fas se reúnem e seus domínios de morte formam um sítio de ligação para a FADD → A FADD (que ainda está ligada aos receptores de morte) se liga à pró- caspase-8 (inativa) por um outro domínio de morte → Outras moléculas pró-caspases-8 chegam e elas clivam umas as outras, gerando caspases-8 ativas → Os eventos subsequentes são iguais aos da via mitocondrial, que acabam ativando as caspases executorasOBS: em humanos, a FADD se liga a pró-caspase- 10 Proteína FLIP: ela pode inibir essa via ao se ligar à pró-caspase-8, porque aí essa proteína não pode ser ativada. Alguns vírus e células normais produzem essa proteína. Quando uma caspase iniciadora é ativada, o programa de morte enzimática entra em ação ativando rápida e sequencialmente as caspases executoras (ex: caspases-3 e 6). Ações das caspases executoras: → Clivam o inibidor da DNase citoplasmática. Com isso, essa fica livre para se ativar e induzir a clivagem de DNA → Degradam estruturas da matriz celular, causando a fragmentação do núcleo As células mortas e seus fragmentos (corpos apoptóticos) sofrem várias alterações em suas membranas, que geram sua fagocitose. Por isso, eles são removidos do organismo antes de sofrer necrose (por isso não ativam a inflamação) Os fagócitos usam alguns mecanismos de reconhecimento: • Fosfotidilserina → ele existe em condições fisiológicas, mas em células apoptóticas vai para fora da MP, podendo ser reconhecido pelos receptores de macrófagos • Secreção de fatores solúveis → recrutam fagócitos • Por se revestir de trombospondina • Por se revestir com anticorpos naturais e proteínas do sistema complemento • Os próprios macrófagos podem produzir proteínas que se ligam às células apoptóticas (enchi o saco, essa parte agora é crtl c crtl v do de gabi) Exemplos de Apoptose: → Privação de Fator de Crescimento ▪ Células hormônio-sensíveis privadas do hormônio ou linfócitos não estimulados por antígenos/citocinas, ou seja, seus respectivos fatores de crescimento, precisam sofrer apoptose. ▪ Ela é iniciada pela via intrínseca, com a diminuição da síntese de BCL2 e BCL-XL, e ativação de pró-apoptóticos. → Dano ao DNA ▪ Causa acúmulo de proteína p53 e interrompe o ciclo celular em G1. Se esse dano é muito grande para ser reparado com sucesso, a p53 desencadeia apoptose. ▪ Essa proteína é codificada pelo gene TP53, ou supressor de tumor. Se ele está ausente ou sofre mutação, a célula não entra em apoptose e isso leva à transformação neoplásica. → Proteínas Anormalmente Dobradas ▪ As chaperonas controlam o dobramento correto de proteínas recém-sintetizadas no RE. Os polipeptídeos mal dobrados são ubiquitinados e marcados para sofrer proteólise, nos proteossomos. ▪ Se essas proteínas acabam se acumulando no RE devido a mutação/outros estímulos, e seu mecanismo de reparo (resposta à proteína não dobrada) não for suficientemente eficaz para reduzir a quantidade delas, esse acúmulo ativa caspases e leva a célula à apoptose. ▪ Isso é o que chamamos de estresse do RE. → Apoptose Induzida pela Família de Receptores do TNF ▪ FasL das células T se ligam ao Fas dos próprios linfócitos ou de vizinhos. Isso vai causar apoptose de linfócitos que reconhecem autoantígenos. ▪ Mutações no Fas ou no FasL resultam em doenças autoimunes. → Apoptose Mediada por Linfócitos T Citotóxicos ▪ Linfócitos T citotóxicos (CTLs) reconhecem antígenos estranhos na superfície da célula infectada do hospedeiro. Eles são ativados e secretam perforina, uma molécula que forma poros transmembrana, permitindo a passagem de grânulos do CTL contendo granzimas (serina-proteases). ▪ As granzimas clivam proteínas em resíduos de asparato. ▪ Como vimos anteriormente, esse resíduo de asparato é ativador das caspases ▪ Assim, a CTL induz diretamente a fase efetora da apoptose.
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