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PRINCÍPIO DO POLUIDOR- PAGADOR 1 PRINCÍPIO DO POLUIDOR- PAGADOR PASSEI DIRETO - CONCURSOS PÚBLICOS (FELIPE CESAR) Assegura que o poluidor deve responder pelos custos sociais da degradação causada por sua atividade impactante (as chamadas externalidades negativas). Assim, este princípio obriga o poluidor a arcar com as despesas de prevenção e com a reparação do meio ambiente. Ele consta na Declaração do Rio de 1992, no princípio 16, que inspirou o §1º, do art. 14, da Lei 6938/1981 que prevê que é o poluidor, independente de culpa, obrigado a reparar os danos. Princípio 16. As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais. Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: §1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá PRINCÍPIO DO POLUIDOR- PAGADOR 2 legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. Apesar dos benefícios associados ao princípio do poluidor pagador, sua implementação pode enfrentar vários desafios, alguns dos quais incluem: 1. Determinação dos Custos Ambientais: Avaliar com precisão os custos ambientais associados à poluição pode ser desafiador. A quantificação dos danos ambientais muitas vezes envolve incertezas e complexidades, tornando difícil estabelecer valores monetários precisos. 2. Equidade e Justiça Social: A aplicação do princípio do poluidor pagador pode levantar questões de equidade, especialmente se as empresas ou indivíduos mais afetados pelos custos ambientais forem economicamente vulneráveis. Garantir uma abordagem justa e equitativa é um desafio constante. 3. Externalidades Não Monetárias: Alguns impactos ambientais têm consequências que não podem ser totalmente quantificadas em termos monetários, como perda de biodiversidade, degradação do solo ou impactos na qualidade do ar. Avaliar e internalizar essas externalidades pode ser complicado. 4. Fuga de Poluição (Pollution Haven): Existe o risco de empresas transferirem suas operações para áreas com regulamentações ambientais mais frouxas, onde o custo de poluir seja menor. Isso pode resultar em uma realocação de poluição, sem redução líquida nos impactos ambientais globais. 5. Desafios na Fiscalização e Cumprimento: Garantir o cumprimento efetivo e a fiscalização das regulamentações relacionadas ao princípio do poluidor pagador pode ser difícil. Alguns poluidores podem tentar contornar as regulamentações, resultando em desafios para fazer cumprir as medidas. 6. Pressões Econômicas sobre Empresas: Para algumas empresas, especialmente em setores economicamente sensíveis, os custos associados ao princípio do poluidor pagador podem PRINCÍPIO DO POLUIDOR- PAGADOR 3 criar pressões econômicas significativas, levando a resistência à sua implementação. 7. Desafios de Avaliação de Impacto a Longo Prazo: Avaliar os impactos a longo prazo da poluição e incorporar esses custos nas decisões empresariais pode ser complexo. Muitos impactos ambientais têm efeitos cumulativos ao longo do tempo, tornando difícil prever totalmente os custos futuros. 8. Necessidade de Cooperação Internacional: Em um mundo globalizado, a cooperação internacional é crucial para evitar a transferência de poluição de um país para outro. Coordenar regulamentações e garantir a conformidade global são desafios significativos. 9. Complexidade em Setores Diversos: Diferentes setores enfrentam desafios distintos na implementação do princípio do poluidor pagador, devido à diversidade de atividades, impactos e capacidades financeiras das empresas envolvidas.