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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO REDAÇÃO – CARREIRAS MILITARES .............................................................................................................. 2 VERSÃO FINAL ...................................................................................................................................... 3 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 REDAÇÃO – CARREIRAS MILITARES TEXTO I O título atribuído ao Brasil de “maior consumidor de agrotóxicos do mundo” é motivo de discordância entre grupos favoráveis e contrários à flexibilização da legislação sobre os químicos. O principal dado sobre uso de agrotóxicos é o da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) feito pela consultoria de mercado Phillips McDougall. O trabalho é utilizado como referência tanto pelas indústrias do setor agroquímico, quanto por especialistas da área e ambientalistas. O relatório compara o valor investido em pesticidas nos 20 maiores mercados globais em 2013 e atribui três rankings sob diferentes perspectivas: em números absolutos, número por área cultivada e por volume de produção agrícola. A pesquisa mostra que naquele ano o Brasil foi o país que mais gastou com agrotóxicos no mundo: US$ 10 bilhões. Estados Unidos, China, Japão e França ficam, respectivamente, nas posições seguintes. O segundo ranking divide os gastos totais pela área cultivada, ou seja, o quanto é investido em agrotóxico por hectare plantado. Na lista o Brasil fica em sétimo lugar, com US$ 137 por hectare. Atrás de Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Itália e Reino Unido. O terceiro ranking mostra quanto cada país gasta com pesticidas tendo o tamanho da produção agrícola como referência. Para isso, são divididos os gastos absolutos pelas toneladas de alimento produzidos. O Brasil é o 13º da lista (US$ 9 por tonelada), que mais uma vez é liderada por Japão e Coreia do Sul. O informe anual sobre a produção de commodities da FAO, divulgado em setembro de 2018, mostrou que o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo. Segundo o levantamento, no ano de 2016, o país era responsável por 5,7% da produção agrícola do planeta, abaixo apenas dos Estados Unidos, com 11%, e da União Europeia, com 41%. Os dados brutos do levantamento podem ser conferidos em inglês no site da Consultoria Phillips Mcdougall.O professor de Agroecologia do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG) Adriano Rodrigues chama de “disputa de narrativa” a discussão em relação aos dados divulgados pela FAO. “É justamente sobre a correlação da área produtiva coberta e do volume de agrotóxicos. Somos o país que mais utiliza veneno no mundo. Porém, efetivamente, quando você considera a quantidade de hectares de área plantada no Brasil, que é muito grande, essa correlação nos faz cair no ranking”, pontua. Já a pesquisadora Larissa Mies Bombardi, professora da Faculdade de Geografia da Universidade de São Paulo, questiona o cálculo feito no Ranking da FAO sobre uso de pesticida por hectare. Para ela, o dado que coloca o Brasil na sétima posição não reflete a realidade. “Quando se divide o consumo de agrotóxico brasileiro pela área plantada você dilui esse volume gigantesco. São considerados área cultivada regiões como de pasto, que são terras improdutivas. Essa conta faz com que o Brasil fique lá embaixo no ranking”, explica. (Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/) A partir da leitura do texto motivador e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O uso de agrotóxicos no Brasil” https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 VERSÃO FINAL Indiscutivelmente, com a capitalização no campo proporcionada pela Revolução Verde, a produtividade voltada ao lucro tornou-se o objetivo maior da agricultura, criando condições para o uso desmedido de agrotóxicos no Brasil. Nesse viés, a expansão dos fertilizantes na cadeia produtiva gera impactos negativos aos ecossistemas, sendo uma ameaça ao equilíbrio ecológico. Diante disso, faz-se necessário analisar a atuação governamental e a falta de uma cultura de sustentabilidade, fatores relacionados à utilização prejudicial de insumos químicos no país. Em primeiro lugar, vale destacar que a omissão estatal na mediação dos agrotóxicos favorece o uso abusivo desses produtos. Isso porque a bancada ruralista, base de sustentação do Governo, atua na defesa de latifundiários e de empreiteiras ligadas à expansão do agronegócio, atividade que enxerga no uso abusivo de fertilizantes uma fonte lucrativa. Dessa forma, sabendo dos benefícios políticos e financeiros proporcionados por tal grupo aos governantes, a sustentabilidade e o bem-estar tornam-se irrelevantes para o Estado, o qual aprovou, em 2019, o registro de agrotóxicos de elevada toxicidade. Assim, evidencia-se que o descompromisso do Governo, associado ao interesse dos representantes do setor primário no Congresso, promove base para o aumento na utilização de produtos nocivos à fauna, à flora e aos seres humanos. Ademais, a falta de uma cultura de não agressão ao meio ambiente contribui significativamente para o emprego descontrolado de agrotóxicos no Brasil. Segundo o sociólogo Durkheim, fatos sociais são maneiras coletivas de agir e pensar que, por sua recorrência, transformam-se em um pensamento comum na sociedade. Nesse sentido, a banalização da degradação ambiental enquadra-se na definição durkheimiana, visto que a noção de sustentabilidade é inexpressiva no ideário da população brasileira. Desse modo, a partir de valores sociais que legitimam, validam e permitem ações que destroem os ecossistemas, a utilização dos fertilizantes ganha força, uma vez que seus efeitos prejudiciais, como a contaminação dos rios e dos solos, pouco interessam e preocupam a maioria das pessoas. Por conseguinte, cria-se um cenário propício à expansão dos agrotóxicos, os quais vão causar danos na estrutura produtiva e nos consumidores. Portanto, resta claro que há muito o que fazer para diminuir o uso de agrotóxicos no Brasil. Um dos caminhos é se informar sempre e pressionar o poder público. O Estado deve assumir seu papel de árbitro imparcial. A questão não é prejudicar o agronegócio, atividade tão importante para o país. Mas nem por isso as hortas, os pomares e os campos arados devem se tornar “terra de ninguém” onde cada um faz o que quer, sem pensar nas consequências e na maioria. Fiscalizar é preciso. Informar e diluir dúvidas, também. https://www.alfaconcursos.com.br/
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