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MATERIAL DE APOIO - Geografia do Brasil - Ítalo Trigueiro-18

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GEOGRAFIA DO BRASIL – FORMAÇÕES VEGETACIONAIS 
DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO I 
FORMAÇÕES VEGETACIONAIS BRASILEIRAS 
 
 
A história da flora brasileira resultou em uma grande diversidade de associações ou 
distribuição espacial das associações vegetais. Há diferentes critérios de classificação da 
vegetação brasileira e sua distribuição. Cada autor seleciona, conforme o seu enfoque, critérios 
que podem ser fisionômicos, ecológicos, bioclimáticos, etc. 
De forma genérica, existem no Brasil a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Mata de 
Araucária ou Mata dos Pinheiros, a Mata dos Cocais e as Matas Ciliares, que constituem as 
formações florestais arbóreas. Entre as formações arbustivas destacam-se a Caatinga, o Cerrado 
e os Campos. Aparecem ainda em nosso território o Complexo do Pantanal e a Vegetação 
Litorânea. 
FLORESTA EQUATORIAL (AMAZÔNICA) 
O naturalista alemão, Alexander von Humboldt, realizou expedições científicas pela 
Amazônia (Venezuela e Colômbia), e denominou-a Hiléia1. Já outro nome do naturalismo, o 
também alemão Carl Philipp von Martius, em sua obra Flora brasiliensis, denominou a floresta 
equatorial como Náiade, deusa grega dos rios e das fontes. 
A Amazônia é a maior floresta do mundo, ocupando cerca de 5,5 milhões de quilômetros 
quadrados (60% de toda a floresta recobre o Brasil). O elemento de maior destaque dessa 
floresta é sem dúvidas a sua biodiversidade, cerca ⅓ do número de espécies do planeta, mas 
que chega a intrigar pesquisadores de todo o mundo quanto à possibilidade de catalogar um 
número tão significativo de espécies. 
No Brasil, ocupa a quase totalidade da região norte, a porção setentrional de Mato Grosso 
e a porção ocidental do Maranhão. Devido à existência na Amazônia de uma topografia em três 
níveis, a floresta também apresenta-se em três estratos, que são: 
 
1 Hiléia: da palavra grega hyle, que significa “matéria”, “madeira” ou “floresta”. 
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OS SUBTIPOS DA FLORESTA 
 
 
IGAPÓ (CAAIGAPÓ): Ocorre em solo permanentemente alagado, em terrenos baixos próximos 
dos rios. Via de regra o solo e a água dos igapós são ácidos. Ex.: Taxi, Arapati e a Mamorana. 
 
 
Mata de Igapó no Rio Madeira. 
VÁRZEA: Localizam-se sobre os terrenos periodicamente alagados e sua composição florística 
varia de acordo com a duração do período em que ela é alagada, o que é determinado pela altura 
em relação ao nível de base dos rios. É uma formação intermediária entre as matas de igapó e 
de terra firme. Ex.: Cumaru-de-Cheiro, Seringueira e Pau-Mulato. 
TERRA FIRME (CAAETÊ): A mata de terra firme compreende a maior parte da floresta. São 
regiões que não sofrem inundações por estarem situadas nas áreas mais elevadas do terreno. 
Como o solo está livre das inundações, as árvores mais altas da floresta, tem aí entre 40 e 60m 
de altura. O entrelaçamento das copas quase impede a passagem de luz e água. 
No meio da floresta aparecem tipos especiais de associações locais, que se 
diferenciam pela sua composição florística e ecológica. São os campos e a “caatinga” 
amazônica, que ocorrem no alto rio Negro e no alto Solimões. São formações abertas, 
sempre verdes e com folhagem xeromórfica. São inteiramente diferentes das caatingas 
nordestinas, predominando nos campos limpos (próximo a Boa Vista) e nas manchas de 
cerrados. No Amapá, na ilha de Marajó e nas planícies amazônicas onde não se instalou 
a floresta aparecem as campinaranas, predominantemente de gramíneas. Os campos 
cerrados forma “ilhas” de vegetação do tipo savânica no litoral (ilha de Marajó), no baixo 
Amazonas (Pará, entre os cursos superiores dos rios Jari e Trombetas e no sul do Pará e 
Amazonas, na altura do médio Tapajós, entre os rios Purus e Madeira). CONTI, José Bueno 
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& FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a biota. In: Geografia do Brasil. ROSS, 
Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP. p. 164. 
AMAZÔNIA LEGAL 
 
 
A Amazônia legal foi delimitada pelo governo brasileiro em 1966 como região política 
para a execução de planos de desenvolvimento e ações de assistência e fiscalização, engloba os 
sete estados da Região Norte, além do Mato Grosso e parte do Maranhão e Goiás. A área de 3,8 
milhões de quilômetros quadrados, tem 23 milhões de habitantes. 
ARCO DO DESMATAMENTO 
O chamado Arco do Desmatamento é uma região em que a grande diversidade de 
ocupação e de atividade vem acarretando intenso processo de queimadas e desflorestamentos. 
As finalidades são a extração de madeira, a abertura de área para a pecuária ou para a 
agricultura (soja), etc. Trata-se de um grande cinturão que contorna a floresta, principalmente 
no limite com o Cerrado. Também conhecido como Arco do Fogo ou, mais recentemente, como 
Arco de Povoamento Adensado, estende-se desde a desembocadura do Rio Amazonas até o 
oeste do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins, Mato Grosso e Rondônia. 
As florestas nessas regiões estão se transformando em cerrados e o regime das chuvas 
tem-se alterado com a diminuição das precipitações, aumento da erosão e prejuízo à 
biodiversidade da região. 
 
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Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: 
Edusp, 2005, p. 70. 
PARA ALÉM DO ARCO DO FOGO 
A constatação de que a natureza da expansão das atividades agropecuárias desenvolvidas na 
Amazônia, aí incluído o crescimento da área de pastagens, obedece, atualmente, a uma lógica 
diversa daquela que ocorreu na abertura da fronteira, tendendo claramente à intensificação do 
processo produtivo tanto na pecuária quanto na agricultura, principalmente no cerrado 
matogrossense, permite afirmar que a designação “Arco do Fogo”, ou “Arco do Desmatamento”, 
ou “Arco de Terras Degradadas” é ultrapassada ou constitui uma maneira reducionista de captar 
a realidade do uso da terra na região amazônica, onde é justo nesse arco que ocorrem as inovações. 
 
Tal designação parece estar fortemente ancorada na intepretação de satélite captada à distância, 
isto é, do alto, sem o embasamento necessário e imprescindível dos processos históricos que 
moldaram as formas de ocupação e uso do território amazônico, ao longo do tempo. BECKER, 
Bertha Koiffmann. Amazônia: geopolítica na virada no III milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. 
VIGILÂNCIA NA AMAZÔNIA 
O Sistema de Vigilância da Amazônia ou SIVAM é um projeto elaborado pelos órgãos de 
defesa do Brasil, com a finalidade de monitorar o espaço aéreo da Amazônia. Conta com uma 
parte civil, o Sistema de Proteção da Amazônia, ou SIPAM. Esse projeto vinha a atender um 
antigo anseio das forças armadas que desejavam garantir a presença das forças armadas 
brasileira na Amazônia, com a finalidade de fazer frente a manifestações de líderes 
internacionais contra os direitos do povo brasileiro sobre essa região. Os sucessivos projetos 
de internacionalização da Amazônia fortaleceram essa percepção de ameaça sobre a soberania 
territorial da Amazônia Brasileira. Para fazer frente a esse tipo de ameaça, as Forças Armadas, 
juntamente com pesquisadores civis da região Amazônica propuseram a construção de uma 
ampla infraestrutura de apoio à vigilância aérea e comunicação na região amazônica. Como 
parte do projeto SIVAM foi construída a infraestrutura necessária para suportar a fixação de 
enormes antenas de radar, sistemas de comunicação, bem como de modernas aparelhagens 
eletrônicas. Também faz parte dessa infraestrutura a integração com o satélite brasileiro de 
sensoriamento remoto, que permite fiscalizar o desmatamento na Amazônia. 
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