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REGIÃO AMAZÔNICA - LOCALIZAÇÃO, ASPECTOS NATURAIS E POVOS TRADICIONAIS

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E.E.E.F.M JOSÉ VERÍSSIMO.
PROFESSOR: EDUARDO LIMA
REGIÃO AMAZÔNICA: LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS NATURAIS
1- A Amazônia é uma imensa região natural individualizada por peculiaridades de localização, de clima, de vegetação, de hidrografia e de questões de geoestratégia e geopolítica. Essa região compreende toda a extensão da floresta Amazônica que se estende por 6,5 milhões de quilômetros quadrados no norte da América do Sul. É uma região internacional (chamada de Amazônia continental ou Internacional ou Pan Amazônia), pois ocupa parte do território de 9 países Sul-americanos: terras do Brasil, da Venezuela, do Equador, da Guiana, da Guiana Francesa, do Suriname, da Colômbia, do Peru e da Bolívia. Como demonstra o mapa abaixo.
2- O país amazônico de maior destaque e influência é o Brasil porque a maior parte do território internacional da Amazônia faz parte do território brasileiro, é a chamada Amazônia Brasileira que ocupa o território integral dos sete Estados da região Norte, além do Oeste do Maranhão e do Norte do Mato Grosso, cerca de 60% do território do país , como demonstra o mapa abaixo:
	
	
3- Existe também outro conceito utilizado e aplicado nas discussões sobre a regionalização da Amazônia. Trata-se do conceito de “Amazônia Legal”. A Amazônia Legal é um conceito político (não geográfico), criado pelo governo do Brasil abrange tanto áreas que, de fato, possuem o bioma Amazônia quanto outras áreas que não apresentam o bioma Amazônia e sim os biomas Pantanal e Cerrado. Fazem parte da Amazônia Legal: o Oeste do Maranhão, e a totalidade do território dos estados do PA, AP, AM, AC, RO, RR, TO e MT. 
Essa abrangência da Amazônia Legal foi instituída pela Constituição Federal de 1988, dadas as novas configurações do território brasileiro naquele período, como a criação do estado do Tocantins. A criação da Amazônia Legal tem por objetivo o planejamento e o desenvolvimento tanto econômico quanto social dos estados abrangidos pelo bioma Amazônia. Por ser uma região pouco povoada e pouco desenvolvida, viu-se a necessidade de promoção de ações que auxiliassem esses estados a crescerem.
4-O Clima predominante na Amazônia é o Equatorial Quente e Úmido. Esse clima amazônico apresenta três características fundamentais: elevadas médias térmicas, chuvas abundantes/regulares/bem distribuídas no decorrer do ano e, duas estações bem definidas, o verão quente (entre 30° e 40°) e chuvoso e o inverno com temperaturas mais amenas (entre 22° e 28°) e mais chuvoso ainda. Os ínices privilegiados de chuva da região (entre 1.500 mm a 3.000 mm todos os anos) são causados por três fatores associados: evapotranspiração da vegetação, evaporação do rio amazonas e evaporação do oceano atlântico.
5-O relevo amazônico é diversificado, nele encontramos desde altas montanhas (Como os Picos mais altos do Brasil, o Pico da Neblina /3014m, e o Pico 31 de Março/2992m) até planaltos elevados, planaltos baixos, planícies e depressões. Entretanto, há predomínio das terras baixas, especialmente os platôs (planaltos baixos ou planaltos atípicos) e as depressões, e por último, mas não menos importante, a área de planície típica. Segundo o dicionário técnico da nova classificação para o Brasil, é possível dividir o relevo amazônico em três principais formas: 
I. Depressão: Caracteriza-se por ser uma superfície entre 100 e 500m de atitude, com sua inclinação formada por processos prolongados de erosão. É mais plana do que o planalto. 
II. Planalto: Trata-se de uma superfície irregular com altitude acima de 300m. É o produto da erosão sobre as rochas cristalinas (metamórficas) ou sedimentares. Pode apresentar morros, serras ou elevações íngremes ou de topo plano (chapadas). 
III. Planície: É uma superfície muito plana com o máximo de l00m de altitude, formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pelos ventos, pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no conjunto do relevo brasileiro.
CLASSIFICAÇÃO ATUAL DO RELEVO AMAZÔNICO
A classificação topográfica mais recente que se fez no Brasil data de 1995 e foi elaborada pelo professor Jurandyr Ross, tendo sido resultou de uma pesquisa baseada em levantamentos feitos pelo projeto RADAMBRASIL, que fotografou cada pedaço do País com equipamentos especiais de radar – instalados em um avião – e imagens de satélites, no período de 1970 a 1985. Examinando o mapa da classificação atual do relevo da Amazônia, podemos observar que ela apresenta, Conforme ordem crescente de altitude, a seguinte divisão:
	1. Planície do rio Amazonas: Compreende uma estreita faixa de terras planas que acompanha principalmente os rios Amazonas, Solimões, Purus, Juruá, Javari e Madeira, com altitudes inferiores a 100m e desníveis máximos de 60m. Foi o que restou daquela que se considerava uma planície gigantesca, reduzida cerca de vinte vezes do tamanho que se imaginava. 
	2. Depressão da Amazônia Ocidental: É a mais extensa porção da Região, apresentando altitudes entre 100 a 200m. Apresenta superfície aplainada e é cortada ao centro pelo rio amazonas. 
	3. Depressão Marginal Norte-Amazônica: As altitudes variam entre 200 e 300 metros. 
	4. Depressão Marginal Sul-Amazônica: Também apresenta uma variação de 200 a 300 metros de altitude.
	5. Planalto da Amazônia oriental: Recoberto por mata densa e com altitude entre 400 e 500 metros, abrange terras que vão de Manaus até o Oceano Atlântico.
	
6. Planaltos residuais Norte-Amazônicos: Possui as maiores altitudes da região, variando entre 800 e 1.200m, e os pontos culminantes do relevo brasileiro, que são o Pico da Neblina (3.014m) e o pico 31de março (2.992m), ambos na serra do Imeri, fronteira do Amazonas com a Venezuela. Nessas terras altas, as tempestades caem muito à noite, e índice pluviométrico fica acima de 3.000mm por ano, criando uma intensa nebulosidade que dificulta ou impede a obtenção de imagens de satélites ou fotos aéreas. 
	
 
O perfil topográfico apresentado acima representa um corte transversal de noroeste a sudeste, com cerca de 2.000km de comprimento, que vai das altíssimas serras do norte da Região, na fronteira com a Venezuela, até o norte do Estado de Mato Grosso. Podemos notar claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do rio Amazonas, a partir das quais seguem-se vastas extensões de planaltos e depressões.
6-A hidrografia, isto é, o conjunto de águas que envolvem um rio principal juntamente com seus afluentes e subafluentes, é rica na Amazônia. Nessa hidrografia destaca-se a maior bacia hidrográfica do planeta, que se estende por mais de 7 milhões de quilômetros quadrados (4 milhões no Brasil). É a Bacia do Rio Amazonas, o maior rio do planeta com uma extensão da nascente à foz é de 7100 km. Esta imensa rede hidrográfica depende de dois fatores: a floresta amazônica (e sua evapotranspiração) e o clima equatorial, com chuvas em quase todos os dias do ano. Além da bacia do rio Amazonas, destaca-se as bacias Araguaia/Tocantins, Javari, Tapajós, Madeira, Juruá, Içá, Purus, Xingu e Paru.
O Rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes peruanos, desaguando no Oceano Atlântico, e divide-se em três partes: quando adentra os países andinos, é chamado de Rio Marañon; ao adentrar o Brasil, é chamado de rio Solimões; e, ao encontrar as águas do rio Negro, passa a chamar-se rio Amazonas. Ao percorrer esse caminho, é alimentado por diversos outros rios que nele depositam suas águas.
Os rios existentes no bioma Amazônia podem ser classificados segundo a cor de suas águas:
· Rios barrentos: apresentam deposição de sedimentos e concentração de nutrientes. Exemplo: Rio Amazonas.
· Rios de águas pretas: apresentam concentração de areia e húmus. Exemplo: Rio Negro.
· Rios de águas claras: têm pouca concentração de nutrientes e sedimentos, e apresentam corredeiras. Exemplo: Rio Xingu.
7-A Vegetação é variada, apresentando áreas de cerrado (Rondônia, Tocantins e Roraima), caatinga, de vegetação de mangue e vegetação arbórea. Entretanto, destaca-se a vegetação arbórea conhecida popularmente como FloretaAmazônica, que alguns estudiosos já denominaram de Hileia e de Inferno Verde. Trata-se de uma vegetação que possui características bem específicas: é equatorial-Tropical, heterogênea, densa ou intrincada, perene e latifoliada. Possui três tipos de mata: Mata de Caeté ou mata de Terra Firme, Mata de Várzea e Mata de Igapó.
7.1- A floresta amazônica é equatorial porque é cortada pela linha do equador e é tropical porque fica localizada entre os trópicos de câncer e capricórnio, a área mais ensolarada do planeta.
7.2- A floresta é heterogênea porque possui uma grande variedade (diversidade) de espécies vegetais.
7.3- A floresta é densa ou intrincada porque é uma floresta de vegetação fechada, de difícil acesso, de difícil penetração que, por ser fechada, não possui bosques naturais.
7.4- A floresta é perene porque sua vegetação é permanentemente verde, não perde as folhas na passagem do outono para o inverno. 
7.5- A floresta amazônica é Latifoliada porque as folhas das árvores são Largas, Compridas e Pontiagudas. 
8-PORÇÕES OU SUBDIVISÕES DA FLORESTA AMAZÔNICA 
8.1- A VEGETAÇÃO DE IGAPÓ: 
A mata ou floresta de Igapó, também conhecida como floresta ombrófila OU Mata Alagada, é um tipo de mata que ocorre ao longo das margens dos rios de águas pretas ou claras. Essa vegetação sofre inundações permanentes no decorrer do ano inteiro e representam cerca de 8% da floresta amazônica, com árvores de até 20m de altimetria. Na floresta de Igapó a vegetação geralmente é baixa sendo constituída por arbustos, cipós e musgos, que são exemplos de plantas comuns nestas áreas. É também nas matas de igapó que encontramos a vitória-régia, um dos símbolos da Amazônia. Sua folha arredondada que fica na superfície da água pode chegar a mais de um metro de diâmetro, possui espinhos ao redor das bordas como forma de defesa contra ataques de peixes e sua flor pode variar do branco a rosa. A planta fica presa no leito do rio por um tendão que impede que a folha se separe da raiz. Entre as principais espécies vegetais da mata de igapó, podemos encontrar: a Vitória Régia, a  bacaba, o buriti e a sumaúma. As florestas de igapó, devido a ocorrerem em regiões geológicas mais antigas dos Períodos do Terciário e Pré-Cambriano, possuem solos bastante pobres. Desta forma, são ambientes frágeis e de difícil recuperação uma vez alterados pela intervenção humana que atualmente é maior ameaça a esse ecossistema de área alagada. O grau de resiliência do solo (capacidade do solo recuperar sua integridade funcional) nestes ambientes é muito baixo e a remoção de sua cobertura vegetal pode levar a perda do habitat, face à importância ecológica e estrutural que as plantas desempenham para a manutenção desse ambiente. 
	MATA DE IGAPÓ OU CA-IGAPÓ
	
	
8.2- FLORESTA OU MATA DE CAETÉ:
Também chamada de Mata de terra firme, esse tipo de floresta posiciona-se bem distante dos grandes cursos d’água (rios e lagos) ficando livre de inundações. Localiza-se em planaltos sedimentares. Recobre a maior parte da floresta amazônica (80%) e apresenta as maiores médias de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 100m). Trata-se da porção da floresta amazônica que mais sofre desmatamento por duas razões: ela é rica em madeira nobre (madeira de lei, madeira de grande valor comercial) e porque sofre as consequências da expansão do chamado agronegócio (expansão da agricultura comercial, da pecuária comercial, da mineração). 
8.3-MATA DE VÁRZEA: 
Assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as inundações, porém são inundações periódicas (sazonais) que ocorrem durante o inverno na ocasião das cheias dos grandes rios. É uma mata de transição por se encontrar em terrenos de altimetria intermediária, entre as matas de Caeté e Igapó. Suas árvores costumam alcançar 35 m de altimetria e, em geral, com possuem galhos espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o Jatobá e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da borracha. Os solos recobertos pela vegetação de várzea são ricos em nutrientes trazidos durante as cheia dos rios. Esses solos chamados “solos de aluvião” ou “solos aluviais” são excelentes para a prática da rizicultura ou agricultura do arroz.
 
9-A Amazônia é uma região de baixa densidade demográfica (pouco povoada) e baixa população absoluta (pouco populosa). Apresenta muitos "vazios demográficos", pois a maior parte da população está localizada nas duas principais capitais da região: Manaus e Belém, além de Cuiabá, Ananindeua, Porto Velho, Macapá, Rio Branco e Boa Vista.
10-As atividades econômicas mais praticadas na região, por ordem de importância são: a agropecuária, que constitui o setor econômico mais importante, extrativismo vegetal, mineração e o setor industrial, com destaque para a zona industrial de Manaus.
11-A Amazônia possui 4 principais mitos ou ideias equivocadas: 
A) O Mito de que a Planície Amazônica é uma planície verdadeira quando na verdade aquilo que chamamos de planície amazônica é em 99% de sua extensão um grande planalto atípico ou “planalto Baixo”.
B) O Mito de que a Floresta Amazônica é o Pulmão do Mundo. Quando na verdade os trilhões de toneladas de oxigênio que a floresta produz todos os dias a própria floresta consome durante a noite.
Obs. O verdadeiro “Pulmão do Mundo” são as águas superficiais encontradas nos lagos, nos mangues, nos rios, nos mares e nos oceanos. Nesses ecossistemas aquáticos encontramos os verdadeiros responsáveis pela maior produção de oxigênios consumido pelos seres vivos no planeta, os responsáveis por tal produção de oxigênio são os Zooplânctons (animais aquáticos, com destaque para os plânctons) e os Fitoplânctons (com destaque para as algas marinhas).
 
C) O Mito de que os recursos naturais amazônicos são ilimitados. Na verdade mesmo sabendo-se que não existe no mundo inteiro região mais rica em recursos naturais do que a Amazônia, é um erro imaginar que seus recursos sejam inesgotáveis. Se forem explorados de forma irracional e sem manejo ambiental (como aliás costumam ser explorados) tendem a se extinguirem sim.
D) O Mito que leva-nos a acreditar que os solos amazônicos são muito férteis. Na realidade, apesar da enorme exuberância apresentada pela floresta (grande variedade e quantidade de espécies vegetais), os solos nos quais a floresta está fixada não possuem grande riqueza em nutrientes, ou seja, são solos relativamente pobres de fertilidade frágil (exceto os solos aluviais de várzea). Esses solos amazônicos possuem uma restrita (limitada) camada de matéria-orgânica que se encontra na superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta (a própria floresta produz), nela os organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente. Além disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que permanece alta o ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita variação do clima. Esses fatores associados criam uma serapilheira, isto é, uma fina camada de solo superficial formada a partir da decomposição de folhas, galhos, frutos, fezes de animais, animais mortos, que formam uma rica matéria-orgânica. E essa camada de solos superficial chamada de serapilheira que explica como, apesar de possuir um solo pobre, a floresta permanece sempre verde e exuberante. Assim, Na verdade, na Amazônia, não é o solo que sustenta a floresta e sim a floresta que sustenta o solo. 
12-A Amazônia é e sempre teve uma importância geoestratégica e geopolítica para o mundo. Tal importância é refletida no fato dela ser uma região muito cobiçada devido às enormes potencialidades em recursos naturais que apresenta. Entre esses recursos podemos citar:
*A maior biodiversidade de todo o planeta.
*A maior reserva de água doce em estado líquido de toda a Terra, algo em torno de 1/5 ou 20% da água doce líquida presente na Terra.
*2/3 de todas as florestas tropicais do planeta;
*O segundo maior potencial pesqueiro do mundo;*A maior reserva de minérios do mundo, incluindo ai a maior província mineral da Terra, situada na serra de Carajás, no estado do Pará. Fato que lhe confere a ambição por parte de grupos de mineradores e garimpeiros.
*Milhões de hectares de terras, fato que lhe confere a ambição por parte de grupos ligados ao agronegócio. 
*Milhões de toneladas de madeira nobre.
*A maior bacia hidrográfica da terra, a bacia do rio Amazonas. 
*Enorme potencial hidroviário;
*O segundo maior potencial de produção de energia hidrelétrica do mundo, sendo o maior do Brasil, mas ainda pouco aproveitado.
*Enorme potencial turístico devido sua rica fauna, flora e seu caráter de região exótica.
*Atua como grande reservatório de carbono, contribuindo grandemente no equilíbrio térmico do planeta. 
13-Na Amazônia existe o confronto ideológico entre duas formas “de ver” o papel ou função dessa rica região. De um lado, encontramos a ideologia defendida pelos empresários de outras regiões e de outros países que tem interesses na Amazônia, e de outro lado, a ideologia defendida pelos povos tradicionais da floresta apoiados por alguns movimentos ambientalistas.
A DIVERSIDADE NATURAL DA REGIÃO AMAZÔNICA
A fauna (animais) e a flora (vegetação) da Floresta Amazônica destacam-se por sua diversidade. Nessa floresta, considerada a maior floresta tropical do mundo, encontramos muitas espécies diferentes e que, muitas vezes, são exclusivas dela, ou seja, só existem nessa região. Além disso, não podemos esquecer-nos de que a diversidade biológica local pode ainda ser muito maior, uma vez que nem todas as espécies foram identificadas, ou seja, nem todas as espécies foram catalogadas pelos cientistas. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), existem cerca de 40 mil espécies de plantas, 427 espécies de mamíferos e cerca de 1,3 mil (um milhão e trezentos mil) espécies de aves habitando 4,196.943 km² de florestas densas e abertas.
A riqueza da fauna da Floresta Amazônica é incalculável, sendo reconhecidas milhares de espécies de animais, entre aves, insetos, anfíbios, mamíferos e répteis. Essas espécies animais fazem parte de uma complexa e rica teia alimentar que contribui para o equilíbrio de diversos ecossistemas. Dentre os animais encontrados na Floresta Amazônica, podemos destacar: 128.840 espécies de invertebrados, os répteis (378 espécies), entre jacarés, quelônios e lagartos, anfíbios (427 espécies) entre serpentes (cerca de 200 tipos diferentes), sapos, rãs e pererecas, e uma grande variedade de aves (1294 espécies catalogadas), como tucanos, araras e o galo-da-serra. Insetos, como formigas, mariposas, borboletas e besouros, e uma grande variedade de peixes (cerca 3000 espécies catalogadas). Não podemos esquecer-nos também dos mamíferos (427 espécies catalogadas), como os primatas, as cotias, a pacas e a imponente onça-pintada, considerada o maior felino das Américas e que está no topo da cadeia alimentar. Vale destacar que, além da Floresta Amazônica, a onça-pintada pode ser vista na Mata Atlântica, no Pantanal e no Cerrado. Os primatas também merecem atenção quando o assunto é a fauna da Floresta Amazônica. De acordo com ICMBio, “a Amazônia é uma das regiões com maior diversidade de primatas no mundo, abrigando cerca de 20% de todos os táxons descritos do grupo, incluindo — total ou parcialmente — a distribuição de 16 espécies ameaçadas de extinção em nível nacional (três Criticamente em Perigo, três Em Perigo e 10 Vulneráveis), oito Quase Ameaçadas e 13 com Dados Insuficientes para sua adequada avaliação”. Nos rios que cortam a Floresta Amazônica, encontramos espécies como o peixe-boi, o boto-cor-de-rosa (o maior golfinho de água doce do mundo e pode atingir cerca de 2,5 metros de comprimento), O pirarucu (é o maior peixe de água doces fluvial e lacustre do Brasil, podendo chegar até 3m e pesar até 250k), a piranha, a enguia elétrica, a arraia, o candiru (bastante conhecido devido a relatos de que pode ser atraído pela urina e alojar-se na uretra humana. Entretanto é importante deixar claro que os ataques desses animais são raros e a atração pela urina ainda não foi comprovada cientificamente), peixes nobres, como o Tucunaré, e muitos outros. Toda essa riqueza de fauna encontrada na parte do bioma que se encontra no território brasileiro, ou seja, nas porções da Amazônia que se estende pela Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador podem existir outras espécies.
	ONÇA PINTADA
	JACARÉ AÇU
	BOTO COR DE ROSA
	
	
	
	PIRARUCU
	PIRANHA
	ENGUIA ELÉTRICA OU PORAQUÊ 
	
	
	
	CANDIRU
	ARRAIA
	TUCUNARÉ
	
	
	
	ALGUNS PRIMATAS DA AMAZÔNIA
	
	
	
	ALGUMAS AVES DA AMAZÔNIA
	GALO CRISTA DE SERRA
	TUCANO
	ARARA AZUL
	
	
	
	ALGUMAS ESPÉCIES DE ARANHAS DA AMAZÔNIA
	TARÂNTULA GOLIAS
	ARANHA FORMIGA
	ARANHA MARRON 
	
	
	
	SERPENTES AMAZÔNICAS
	SUCURI
	JIBOIA
	SURUCUCU
	
	
	
	CORAL
	CASCAVEL DE QUATRO VENTAS
	COBRA CIPÓ
	
	
	
	ALGUMAS ESPÉCIES DE BORBOLETAS DA AMAZÔNIA
	BORBOLETA AZUL
	MARIPOSA
	BORBOLETA ESTALEIRA
	
	
	
No que se refere à flora amazônica, encontramos floresta de várzeas (florestas alagadas), savanas e espécies de pequena dimensão, como as trepadeiras, os cipós e as plantas epífitas, plantas medicinais, além das espécies arbóreas (espécies predominantes) presentes, especialmente, na porção da mata conhecida como mata de caeté ou mata de terra firme, que reúne espécies de grande valor comercial, conhecidas também como madeiras nobres ou madeiras de lei. Ao todo, a vegetação amazônica apresenta cerca de 40 mil diferentes espécies vegetais (das 100 espécies vegetais catalogadas na América do Sul), número que certamente é bem maior, já que uma infinidade de espécies ainda não foi catalogada. Dentre as espécies arbóreas que se enquadram como madeira de lei, podemos citar: a samaúma, que pode atingir incríveis 50 metros de altura e dois metros de diâmetro; o mogno, o cedro, o jacarandá, o angelim, pau roxo, pau rosa, pau amarelo, o jequitibá, a andiroba, a copaíba. Além das “madeiras de lei”, destacam-se também: a seringueira, a vitória-régia, o guaraná, a açaizeiro, a cacaueiro, a castanheira entre as mais de 2.500 espécies de árvores amazônicas. A seringueira destaca-se nesse grupo por fornecer o látex usado na produção da borracha, sendo, portanto, de grande valor comercial não pela sua madeira, mas pelo látex. A  vitória-régia se destaca por ser uma das maiores plantas aquáticas de todo o mundo, existindo registros de folhas com mais de dois metros de diâmetro. A flor dessa planta é considerada símbolo da Amazônia. 
	FLORESTA AMAZÔNICA VISÃO GERAL SUPERIOR
	FLORESTA AMAZÔNICA VISÃO INTERIOR
	
	
	ALGUMAS ESPÉCIES VEGETAIS DA AMAZÔNIA
	SAMAÚMA
	SAMAÚMA
	CEDRO
	
	
	
	JACARANDÁ
	PAU ROXO
	MOGNO
	
	
	
	ANDIROBA
	COPAÍBA
	SERINGUEIRA
	
	
	
	ANGELIM
	GUARANÁ
	ACAIZEIRO
	
	
	
	CACAUEIRO
	CASTANHEIRA
	VITÓRIA REGIA
	
	
	
A ganância capitalista de empresários de outras regiões do Brasil e do exterior, cujo objetivo sempre é o de explorar recursos naturais para acumular lucros cada vez maiores e acumular tal riqueza em suas mãos sem qualquer benefício para o ambiente ou para os povos tradicionais da região, se reflete no imediatismo das atividades modernas praticadas na Amazônia (agronegócio, mineração, extração de madeira). Essas atividades modernas ameaçam constantemente a riqueza em biodiversidade da Amazônia, tanto no que se refere à fauna e flora da floresta quanto aos microrganismos da região. A biodiversidade da Amazônia apresenta um valor inestimável para a humanidade. O equilíbrio da floresta está diretamente relacionado com a manutenção da biodiversidade, sendo fundamental a sua preservação. Infelizmente a fauna e a flora da Floresta Amazônica estão ameaçadas e vários são os problemas que a biodiversidade local enfrenta. Dentre eles os que merecem destaque são: o desmatamento, as queimadas, a caça e pesca indiscriminada e a biopirataria. 
	ATIVIDADES MODERNAS COLOCANDO EM RISCO À BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA
	EXPLORAÇÃODE MADEIRA NOBRE
	AGRICULTURA INTENSIVA
	PECUÁRIA INTENSIVA
	
	
	
	MINERAÇÃO
	MINERAÇÃO
	QUEIMADAS PARA LIMPAR A ÁREA (RETIRANDO ÁRVORES) E FACILITAR O AGRONEGÓCIO
	
	
	
OS POVOS TRADICIONAIS QUE HABITAM A AMAZÔNIA
POVOS TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA 
Entre a imensidão das árvores, dos rios e dos animais, no interior da floresta amazônica existem populações que têm suas raízes arraigadas àquela região, longe dos grandes centros, da tecnologia e muitas vezes, à margem da cidadania, essa população ainda precisa lutar por direitos fundamentais, assegurados na constituição. São os povos tradicionais da floresta. Tratam-se de comunidades remanescentes de povos indígenas e quilombolas e inúmeras comunidades locais caiçaras, babaçueiros, jangadeiros, ribeirinhos/caboclo amazônico, ribeirinhos/ caboclo não amazônico (varjeiro), sertanejos/vaqueiro, pescadores artesanais, extrativistas, seringueiros, camponeses, dentre outros compõem um rico mosaico de diversidade cultural, social e étnico.
Há 1500 anos os indígenas somavam um número incerto, mas grandioso, entre um e dez milhões de habitantes. Hoje, segundo dados da Fundação Nacional do Índio – FUNAI , vivem cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, sendo aproximadamente 0,25% da população brasileira. Redução que se deu pela contração de doenças antes desconhecidas, pela miscigenação e pelos constantes conflitos por seus direitos e terras. Batalha que persiste até os dias atuais. 
Para as sociedades indígenas a terra é muito mais do que simples meio de subsistência, pois ela representa o suporte da vida social e está diretamente ligada ao sistema de crenças e conhecimento. Não é apenas um recurso natural – e tão importante quanto este – é um recurso sócio-cultural. Os indígenas não só retiram sua subsistência da terra quanto eles zelam pela sua preservação e conservação. Dessa forma, é necessário demarcar o território, direito registrado na Constituição Federal de 1988, na qual se determina que é dever da União resgatar uma dívida histórica com os primeiros habitantes destas terras, propiciar as condições fundamentais para a sobrevivência física e cultural desses povos e preservar a diversidade cultural brasileira. No entanto, fora do papel, a morosidade provocada pela burocracia governamental na execução direta das ações nas áreas indígenas, a falta de preparo das comunidades e o preconceito, que ainda permeia a sociedade brasileira, impedem que a legislação seja aplicada nessas comunidades. Como as comunidades indígenas são comumente discriminadas e, em função dessa discriminação, não há pudor em invadir as terras que já foram homologadas, para exploração da madeira e pesca predatória. Além disso, não há fiscalização para garantir a proteção destas reservas.
Uma das críticas às reivindicações dos nativos é que a área solicitada representa “muita terra para pouco índio”, mas os críticos desconhecem que mesmo restrito à sua área de direito, o entorno interfere na subsistência das sociedades indígenas. Gralmente as áreas vizinhas fazem cultivo de soja, eucalipto e outros, e o fazem utilizando agrotóxicos contaminando o solo e a água dos rios, que percorrem as suas terras levando doenças à comunidade. E, como se não bastasse, muitas comunidades indígenas permanecem isoladas, na maioria das aldeias não chega o atendimento à saúde, por exemplo.
Para tentar reverter este quadro, a COAPIMA tem investido, junto aos governos estaduais, para promover a educação de melhor qualidade nas aldeias. A ideia é manter um ensino diferenciado, que valorize a história e a cultura de cada comunidade indígena para manter a tradição ancestral desses povos, mas que também crie oportunidades de inclusão dos indígenas na sociedade moderna, para que os mais jovens possam adentrar as universidades e se formar em direitos, medicina, engenharia, licenciaturas e outras profissões.
OUTROS POVOS TRADICIONAIS
A Amazônia também abriga outras populações que enfrentam problemas similares aos dos indígenas, como os quilombolas, descendentes de negros que foram escravizados no Brasil e que vivem nos chamados Quilombos, cujo maior desafio é a permanência nas terras dos seus ancestrais. Boa parte das terras que são requeridas pelos quilombolas foram heranças deixadas pelos senhores das fazendas. Porém, os documentos que comprovariam isto não foram regularizados, por falta de conhecimento da comunidade e deixaram de ter validade, permitindo a invasão e posse de fazendeiros e empresas. Os quilombos possuem particularidades na formação dessas comunidades, pois muitas delas reuniram índios, mestiços e brancos junto aos negros escravizados. Segundo o projeto Nova Cartografia Social Brasileira, foram mapeadas mais de 1.000 comunidades quilombolas na Amazônia Legal, assim distribuídas: 750 no Maranhão, mais de 400 no Pará, quase 100 no Tocantins e dezenas no Amapá, Amazonas e Rondônia. Assim, como os indígenas, os quilombolas retiram da terra sua subsistência e também lutam por diretos fundamentais: alimentação, moradia, saneamento básico e educação. 
As populações tradicionais de seringueiros, piaçabeiros, pescadores artesanais, peconheiros etc., foram assim designados devido ao ofício que desempenham e que, reconhecendo a importância de se organizarem para lutar por seus direitos, vêm buscando fortalecer sua identidade. Por exemplo, os piaçabeiros vivem da extração da fibra da palmeira da piaçava (utilizada na fabricação de vassouras), do tupi “planta fibrosa”, é uma das principais atividades econômicas das populações que habitam o médio e alto Rio Negro e seus afluentes, no Amazonas. Os peconheiros, são os extrativistas de açaí, que se arriscam no topo das palmeiras e lutam por regulamentações do trabalho, garantindo melhores condições para exercerem suas atividades.
Importante mencionar também os ribeirinhos, um conjunto de populações que, apesar das pressões do mundo, ainda mantêm um estilo de vida tradicional baseado na pesca. É comum noticiar a Amazônia com seus rios entremeados de palafitas de madeira (casas construídas sobre troncos ou pilares para evitar que se alaguem). A pesca é a principal fonte de proteína dessas populações locais, mais importante ainda do que a caça.
Os babaçueiros são extrativistas que têm como base de subsistência a exploração do babaçu, uma espécie de palmeira oriunda do Norte do Brasil. Os caboclos são mestiços (pardos) de negros e índios que vivem em comunidades rurais. Os caiçaras são mestiços (pardos) de índios e portugueses. São pescadores tradicionais;
Os seringueiros têm como principal atividade é a extração do látex, matéria-prima da borracha, embora possam também praticar alguma agricultura e criação de gado. As primeiras Reservas Extrativistas criadas no País foram em grande parte resultantes das ações dos seringueiros. As quebradeiras de Coco são mulheres de comunidades extrativistas do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí que coletam e quebram o coco da palmeira de babaçu, utilizando para a produção de óleo e sabonete de coco, por exemplo.
Toda essa diversidade étnica e populacional dialoga com o manejo sustentável para a conservação da biodiversidade. Os povos e comunidades tradicionais da Amazônia encontram na caça, pesca e no extrativismo fonte de alimentação e renda. Além disso, alinham a esse modo de vida conhecimentos tradicionais que contribuem para a conservação do bioma e, assim, para a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Essas populações domesticaram diversas espécies frutíferas da região o que reforça o potencial dessa atividade para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A garantia e proteção dos territórios tradicionais é fundamental para a manutenção das funções ecológicas do bioma e toda sua biodiversidade e para o desenvolvimento justo e sustentável. As práticas dos povos e comunidades possuem tradicionalmente uma lógica de manejo para a sustentabilidade, muitas vezes renegada pela sociedade, mas que vem se mostrando a alternativa mais viável para a sobrevivência da Amazônia.

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