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introdução a educação a distancia

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INTRODUÇÃO À 
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA
Mariana Pícaro Cerigatto
Conceitos e evolução 
histórica da educação 
a distância
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar a origem da educação a distância.
  Identificar os principais conceitos que definem a educação a distância.
  Reconhecer os principais elementos que caracterizam a educação 
a distância.
Introdução
A origem da educação a distância (EaD) está associada à preocupação com 
a qualificação profissional. Seu primeiro registro é datado do século XVIII, 
em Boston, nos Estados Unidos. Contudo, há estudiosos que consideram 
mensagens e textos bíblicos, como as epístolas de São Paulo destinadas 
às comunidades cristãs da Ásia Menor, como os primeiros textos da EaD.
Ao redor do mundo, a EaD teve suas origens calcadas nas tecnologias 
vigentes em cada época, como a troca por correspondência e materiais 
impressos. A modalidade foi se ampliando em todo o globo conforme foi 
sendo reconhecida como importante para o acesso e a democratização 
do ensino.
Em meio a essa evolução histórica, estudiosos do tema lançaram várias 
definições e conceitos sobre a EaD. As características da modalidade 
também evoluíram com o passar dos anos. Hoje, a educação a distância 
tem características voltadas para a cultura digital. Neste capítulo, você 
vai conhecer as origens da EaD no Brasil e no mundo, assim como seus 
principais conceitos e características.
As origens da educação a distância
“[...] Todas as pessoas neste país desejosas de aprender esta arte podem, com 
várias lições enviadas a elas semanalmente, aprender perfeitamente como 
aqueles que vivem em Boston”: esse é o trecho de um anúncio do professor 
de taquigrafi a Caleb Phillips divulgado pelo Boston Gazette em 20 de março 
de 1728. Nele, o professor anunciava seu novo método de ensino e oferecia um 
curso por correspondência. Phillips afi rmava que qualquer pessoa, residente até 
nas menores cidades dos Estados Unidos, poderia aprender a técnica que ele 
ensinava. As lições seriam enviadas semanalmente, pelo serviço postal. Assim, 
como você pode notar, mesmo em seus primórdios, a educação a distância 
tinha como objetivos a democratização do ensino e o acesso à educação e à 
capacitação profi ssional.
Há estudiosos que consideram a troca de textos cristãos como exemplos 
dos primórdios da educação a distância. De acordo com Gouvêa e Oliveira 
(2006), as epístolas de São Paulo destinadas às comunidades cristãs da Ásia 
Menor, registradas na Bíblia, poderiam ser o grande marco da origem dessa 
modalidade. Esses textos escritos traziam ensinamentos de como viver de 
acordo com as doutrinas cristãs em ambientes desfavoráveis e teriam sido 
enviados às comunidades por volta do remoto século I. 
A seguir, você vai conhecer alguns marcos da consolidação da educação a 
distância no Brasil e no mundo, história que começa no século XVIII (VAS-
CONCELOS, 2005; ALVES, 2011; GOUVÊA; OLIVEIRA, 2006).
  Dos anúncios de jornal à EaD institucionalizada: após o marco 
inicial da EaD com o anúncio do professor Caleb Philipps, surgiram 
outras iniciativas particulares que ofereciam material e tutoria por 
correspondência. Foi a partir daí, por volta dos anos 1800, que a EaD 
passou a existir institucionalmente.
  Primeiros institutos, cursos e escolas: em 1829, a EaD deu um grande 
passo em seu desenvolvimento. Na Suécia, se inaugurou o Instituto Líber 
Hermondes, por meio do qual mais de 150 mil pessoas realizaram cursos 
a distância. Já em 1840, no Reino Unido, surgiu, na Faculdade Sir Isaac 
Pitman, a primeira escola por correspondência da Europa. Outro marco 
da expansão da modalidade data de 1856, em Berlim, com a Sociedade 
de Línguas Modernas, que pagou aos professores Charles Toussaine 
e Gustav Laugenschied para ensinarem francês por correspondência. 
Nos Estados Unidos, em 1892, surgiu, no Departamento de Extensão 
da Universidade de Chicago, a Divisão de Ensino por Correspondência, 
Conceitos e evolução histórica da educação a distância2
com o objetivo de preparar docentes para o ensino em tal modalidade. 
Em 1922, a União Soviética abriu cursos por correspondência. Como 
você pode notar, nessa fase, a tecnologia predominante eram os materiais 
impressos, que mediavam os conhecimentos e chegavam aos alunos 
por meio de cartas.
  Uso do rádio: a partir de 1935, pode-se observar registros de EaD com 
tecnologias como o rádio, como no caso do Japanese National Public 
Broadcasting Service, que iniciou seus programas escolares pelo rádio 
a fim de complementar e enriquecer as aulas da escola oficial. Na 
França, em 1947, o rádio também entrou em cena na educação, com a 
transmissão de aulas de quase todas as matérias literárias da Faculdade 
de Letras e Ciências Humanas de Paris, por meio da Rádio Sorbonne.
  Legislação: em 1948, na Noruega, ocorreu um dos primeiros marcos 
mundiais da regulamentação da modalidade a distância. Foi criada a 
primeira legislação para escolas por correspondência.
  EaD na África: aos poucos, a EaD se expandiu por todos os conti-
nentes. Na África, um registro importante de sua origem se deu em 
1951, com a inauguração da Universidade de Sudáfrica, que se dedica 
exclusivamente a desenvolver cursos nessa modalidade. 
  Uso da televisão: a televisão passou a ocupar o papel de “vedete” na 
educação a partir de 1956, nos Estados Unidos, com a Chicago TV Col-
lege, que iniciou a transmissão de programas educativos. Essa iniciativa 
influenciou outras instituições e universidades do país, que não tardaram 
a criar unidades de ensino a distância baseadas fundamentalmente na 
televisão. Na Argentina, também surgiram experiências com o uso 
da televisão educativa. Em 1960, surgiu a Tele-Escola Primária, do 
Ministério da Cultura e Educação, com cursos EaD que integravam 
materiais impressos à televisão e à tutoria.
  Expansão, criação de mais universidades abertas e consolidação 
da EaD na Europa: de acordo com o levantamento de Alves (2011), 
a EaD se expandiu de forma marcante no mundo todo especialmente 
nas décadas de 1970 e 1980, com a criação de universidades abertas, 
particulares e públicas que ofertavam a modalidade. Em 1968, surgiu 
a Universidade do Pacífico Sul, que reuniu 12 países-ilhas da Oceania. 
Em 1969, no Reino Unido, foi criada a Universidade Aberta; em 1971, 
fundou-se a Universidade Aberta Britânica. Em 1972, na Espanha, 
foi criada a Universidade Nacional de Educação a Distância. Ainda 
na Europa, destaca-se a criação da Universidade Aberta na Holanda, 
em 1984. Em 1985, surgiu ainda a Associação Europeia das Escolas 
3Conceitos e evolução histórica da educação a distância
por Correspondência. Dois anos depois, em 1987, surgiu a Associação 
Europeia de Universidades de Ensino a Distância — o que mostra a 
força do ensino superior na modalidade em todo o mundo. No mesmo 
ano, foi divulgada a resolução do Parlamento Europeu sobre Uni-
versidades Abertas na Comunidade Europeia. Em 1988, Portugal 
também abriu sua Universidade Aberta, com cursos a distância. E, 
em 1990, foi implantada a Rede Europeia de Educação a Distância, 
que fortaleceu a modalidade e a sua ampliação. Essa rede se formou 
por meio de diretrizes consolidadas na Declaração de Budapeste e 
no relatório da Comissão sobre Educação Aberta e a Distância da 
Comunidade Europeia.
  EaD na América do Sul e no mundo: na década de 1970, começaram 
a surgir universidades também em países da América do Sul. Em 1977, 
na Venezuela, por exemplo, foi criada a Universidade Nacional Aberta. 
Um ano depois, a Costa Rica inaugurou a sua Universidade Estadual 
a Distância. Houve ainda iniciativas na Índia, como a implantação da 
Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi.
Como você pode notar, cada época da EaD foi marcada por uma tecnologia. 
Do seu surgimento até meados dos anos 1970, se destaca o estudo por corres-
pondência, com uso de materiais impressos: livros, apostilas, etc. Os cursos 
focavam, inicialmente,a capacitação profissional, com técnicas específicas. 
A partir daí, a EaD começou a tomar outro tipo de impulso com o surgimento 
das universidades abertas no mundo todo, especialmente na Europa e nos 
Estados Unidos. Além do material impresso, entraram em cena o rádio e a 
televisão, bem como fitas de áudio e vídeo. A interação era mínima, feita, 
muitas vezes, por telefone.
A partir dos anos 1990, a EaD se expandiu exponencialmente com as redes 
de computador e os recursos multimídia (MOORE; KEARSLEY, 1996). Essa 
geração de cursos a distância está associada ao uso do computador pessoal e 
da internet, que possibilitam aos estudantes mais opções de interação, com 
ferramentas de comunicação síncronas (salas de chat) e assíncronas (grupos 
de discussão por e-mail), segundo observam McIsaac e Ralston (1997).
Paralelamente à evolução tecnológica, todos os acontecimentos relativos 
à educação a distância, desde o primeiro anúncio feito no jornal de Boston, 
foram importantes para a expansão, o reconhecimento e a consolidação 
Conceitos e evolução histórica da educação a distância4
dessa modalidade. Hoje, ela é oferecida em todo o mundo, atendendo a 
milhões de estudantes.
As origens da EaD no Brasil
No Brasil, a trajetória da EaD não se diferencia muito do seu desenvolvimento 
no restante do mundo. O primeiro registro conhecido também é um anúncio de 
jornal (ALVES, 2011). No século XX, em 1904, o Jornal do Brasil divulgou, 
em sua primeira edição da seção de classifi cados, um anúncio de um curso 
profi ssionalizante de datilografi a. Assim como na Europa, a EaD surge no País 
voltada para a profi ssionalização, com ensino por meio de correspondências 
e materiais impressos de caráter instrucional.
Nos primórdios da EaD no Brasil, o rádio foi um importante meio de 
comunicação, contribuindo para o reconhecimento e a disseminação da mo-
dalidade nos quatro cantos do País. Em 1923, foi criada a Rádio Sociedade 
do Rio de Janeiro. O educador, médico-legista e antropólogo Roquette-Pinto 
era um dos ilustres personagens que defendiam o uso do rádio na educação. A 
Rádio Sociedade, em seus primórdios, oferecia cursos de língua portuguesa, 
francês, silvicultura, entre outros temas. Assim, iniciava-se a EaD pelo rádio 
brasileiro, que se expandiu no decorrer dos anos em outros municípios e com 
outros projetos e grupos envolvidos. O governo federal também utilizava o 
rádio para transmitir diversos programas educativos, focados na alfabetização 
de jovens e adultos.
Ainda na década de 1900, surgiu, em São Paulo, o primeiro instituto bra-
sileiro, que seria, mais tarde, intitulado Instituto Monitor. Essa instituição 
ofertava cursos profissionalizantes, também via correio. O Instituto Universal 
Brasileiro, com o mesmo caráter, foi inaugurado em 1941.
No surgimento e na consolidação da EaD no Brasil, a educação mediada 
pela televisão também foi fundamental, especialmente devido aos telecursos — 
programas criados pela Fundação Roberto Marinho que incentivaram o de-
senvolvimento da modalidade por aqui. Os telecursos foram levados ao ar 
até o final de 2014 pela Rede Globo de Televisão. Ao todo, foram 36 anos 
de trajetória, com o alcance de 7 milhões de estudantes, 40 mil professores, 
32 mil salas de aula e mais de 1,5 mil instituições parceiras em todo o Brasil. 
5Conceitos e evolução histórica da educação a distância
Atualmente, o telecurso ainda é produzido por meio de plataformas da web, 
mas deixou de ser exibido pela Rede Globo (CASTRO, 2015).
Com o desenvolvimento da internet, a EaD se consolidou no Brasil e 
cresceu dentro das próprias universidades. O barateamento de computadores 
com acesso à internet foi determinante para a ampliação da modalidade no 
País, com oferta crescente dos institutos de educação e das universidades. 
Duas universidades foram pioneiras na modalidade a distância: a Univer-
sidade Federal de Mato Grosso (UFMG), que foi a primeira, efetivamente, 
a implantar cursos de graduação a distância; e a Universidade Federal do 
Pará (UFPA), que foi a instituição que recebeu o primeiro parecer oficial 
de credenciamento pelo Conselho Nacional de Educação, em 1998. Ainda 
merece destaque a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em 2005. 
Ela ampliou a modalidade em vários estados e regiões. Com essa ampliação 
e o fortalecimento do ensino superior mediado pela EaD, surgiram órgãos 
e legislações específicas sobre a modalidade no Brasil — como a extinta 
Secretaria de Educação a Distância (Seed).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é a primeira legislação brasileira 
a fazer referência à educação a distância. Apesar de ter sido criada em 1961, ela foi 
sancionada somente em 1996. Foi a partir daí que a educação a distância passou a ser 
reconhecida como modalidade de ensino em todos os níveis — graduação, educação 
básica e técnicos.
Os principais conceitos da educação a distância
Ao longo dos anos, vários conceitos sobre educação a distância se difundiram 
ao redor do mundo, mas todos apresentam pontos em comum. A seguir, no 
Quadro 1, você vai conhecer os principais conceitos que ajudaram a embasar 
a EaD. Como você vai notar, cada autor sublinha um aspecto ou uma carac-
terística em especial.
Conceitos e evolução histórica da educação a distância6
Fonte: Adaptado de Bernardo (2004).
Dohmem (1967)
Caracteriza a EaD como uma forma de “autoestudo”, 
em que o aluno se guia pelo material a que tem 
acesso. Um grupo de professores acompanha o 
progresso do estudante com o auxílio de meios 
de comunicação como as correspondências.
Peters (1973)
Compreende a EaD como uma maneira industrializada 
de ensinar e aprender que envolve um método 
racional de partilhar conhecimento, habilidades e 
atitudes. Tal método é condicionado a uma divisão 
de trabalho e de princípios organizacionais. Isso 
envolve o uso dos meios de comunicação, bem 
como a produção e a reprodução de materiais 
técnicos de alta qualidade, que chegam a um 
grande número de estudantes ao mesmo tempo. 
Moore (1973)
Define a EaD como uma modalidade que reúne 
métodos instrucionais. As ações dos professores 
são executadas à parte das atividades dos alunos, 
mas há momentos em que podem ser realizadas 
na presença dos estudantes. A comunicação 
entre o professor e o aluno deve ser facilitada por 
meios de comunicação de várias naturezas.
Holmberg (1977)
Afirma que a EaD abrange variadas formas de 
estudo. Nessa modalidade, o aluno não está sob a 
contínua e imediata supervisão de tutores presentes 
no mesmo local. Nesse contexto, se destaca a 
necessidade de planejamento, organização do 
ensino e direção da EaD, aspectos necessários 
para o aproveitamento dessa modalidade.
Keegan (1991)
Caracteriza a EaD como a separação física 
entre professor e aluno, com momentos 
presenciais ocasionais, diferenciando a 
modalidade do ensino presencial.
Chaves (1999)
Define a EaD a partir da separação física entre docente 
e aluno — separados no espaço-tempo — e do uso 
de tecnologias de informação e comunicação. 
Quadro 1. Principais conceitos da EaD
7Conceitos e evolução histórica da educação a distância
Para compreender como a EaD é encarada hoje, é possível recorrer a Moran 
(2002, p. 1). Ele afirma que: 
[...] educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado 
por tecnologias, no qual professores e alunos estão separados espacial e/ou 
temporalmente. Apesar de não estarem juntos, de maneira presencial, eles 
podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as tele-
máticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, 
a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.
De acordo com o mesmo autor, a EaD é uma modalidade de educação 
virtual que pode ou não ter momentos presenciais. Contudo, seu fundamento 
principal é que professores e alunos estejam separados fisicamente no espaço 
e/ou no tempo, podendo estar juntos por meio da interação proporcionada 
pelas tecnologias de comunicação.Outro conceito importante relacionado à EaD, conforme Moran (2002), é 
o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação 
constante. Apesar de a educação a distância estar muito presente no ensino 
superior, especialmente nas graduações, ela pode ser realizada nos mesmos 
níveis que o ensino regular — no ensino fundamental, médio e também na 
pós-graduação. Moran (2002, p. 1) ressalta que a EaD é mais adequada para a 
“[...] educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência 
consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no 
ensino de pós-graduação e também no de graduação”.
O cerne da EaD vem sendo delineado pelas tecnologias interativas, que, 
conforme avançam, alteram o próprio conceito de presencialidade na educação. 
Além disso, definem a EaD como modalidade de construção de conhecimento 
cada vez mais interativa e colaborativa, que permite troca de saberes e é 
flexível. Nas palavras de Moran (2002, p. 1):
Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um 
professor de fora "entrando", com sua imagem e voz, na aula de outro pro-
fessor... Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que 
cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo 
de construção do conhecimento, muitas vezes a distância. O conceito de 
curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e 
um tempo determinados. Mas esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão 
flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo 
com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para re-
ceber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar 
continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até 
mesmo fora do horário específico da aula.
Conceitos e evolução histórica da educação a distância8
A EaD pode ocorrer em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto 
professores quanto alunos são motivados nas aulas dessa modalidade. O próprio 
papel do professor vem sendo redimensionado no processo de consolidação 
da educação a distância. Além disso, como você viu, a definição de EaD tem 
se transformado ao longo dos anos. Hoje, sua conceituação enfatiza o uso 
das tecnologias interativas, o que modifica várias definições paralelas: os 
conceitos de presencialidade, aula, professor, aluno, etc. 
O Decreto nº. 9.057, de 25 de maio de 2017, traz uma definição sobre a EaD: 
[...] considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual 
a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendiza-
gem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e 
comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com 
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva 
atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que 
estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017, documento 
on-line).
Acesse o decreto na íntegra no link a seguir.
https://goo.gl/F8d3z6
As principais características da educação 
a distância
A EaD, em seu contexto digital, assume diversas características. Moran (2002), 
Sartori (2002), Kaye e Rumble (1981) delimitam alguns atributos atuais dessa 
modalidade e também destacam noções antigas que são percebidas até hoje. 
Partindo dos conceitos e defi nições que você já explorou anteriormente, é 
possível ressaltar diversas características essenciais da educação a distância, 
como você pode ver a seguir.
  É uma modalidade voltada para uma população dispersa geografi-
camente e objetiva atingir populações estudantis que se encontram 
longe de grandes centros urbanos e em zonas rurais e periféricas. Essa 
9Conceitos e evolução histórica da educação a distância
modalidade, assim, é acessível em termos de mobilidade e também 
chega a camadas mais pobres da população, democratizando o ensino.
  Contribui para a permanência do aluno em seu meio cultural e natural, 
evitando deslocamentos e gastos altos com transporte, moradia, etc.
  Tem como ponto alto a simultaneidade entre o estudo e o trabalho. O 
aluno consegue flexibilizar seus horários para os estudos, desenvolvendo 
a autonomia.
  Dispõe de ferramentas de comunicação múltipla, que permitem enri-
quecer recursos de aprendizagem e eliminar a dependência do ensino 
presencial, face a face.
Ferramentas síncronas e assíncronas de comunicação eliminam a dependência das 
aulas presenciais na EaD.
  Possibilita a personalização do processo de aprendizagem, que pode ser 
mais voltado para o aluno, suas necessidades, seu ritmo e seu rendimento.
  Contribui para a formação de habilidades essenciais ao ambiente di-
gital, como criticidade, habilidades de busca e checagem de fontes, 
criatividade, produção e leitura transmídia, inteligência coletiva, etc.
  Promove a formação de alunos proativos e independentes, devido à 
autonomia que adquirem em seu percurso de aprendizagem.
  Proporciona ambientes de ensino e aprendizagem interativos e colabo-
rativos, em que o aluno atua sozinho ou em grupo, colaborando para 
a construção de conhecimento em conjunto. Isso é possível graças a 
diversas ferramentas interativas de comunicação, como chats, fóruns, 
wikis, redes sociais, etc.
  Utiliza diversos métodos e materiais de ensino, colocando o aluno em 
situações de ensino e aprendizagem que, por meio das aulas presen-
ciais, não seriam possíveis. O estudante pode, por exemplo, explorar 
os mundos virtuais, as simulações online, etc.
Agora que você já conhece as principais características e potencialidades da 
educação a distância, que tal continuar essa lista por meio da observação das 
práticas, metodologias e ferramentas empregadas nessa modalidade de ensino?
Conceitos e evolução histórica da educação a distância10
ALVES, L. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista 
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Acesso em: 9 set. 2018.
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20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/
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11Conceitos e evolução histórica da educação a distância

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