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MICROECONOMIA 2

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30/11/2023, 16:55 Microeconomia I
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MICROECONOMIA	I
UNIDADE 2 - TEORIA DO CONSUMIDOR
Autoria: Joana Carolina Dorea Alves Cherri - Revisão técnica: Leila Giandoni Ollaik
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Introdução
No primeiro tópico desta unidade, será possı́vel entendermos a maximização da utilidade frente às
preferências do consumidor. Isso quer dizer que, com ela, é possı́vel entendermos de que forma o consumidor
escolhe suas cestas de bens, de acordo com suas restrições orçamentárias. O modelo do multiplicador de
Lagrange abrange a técnica de encontrar o mı́nimo e o máximo de funções preferenciais frente à renda. Você o
conhece?
No segundo tópico, estudaremos os conceitos de dualidade na escolha ótima, a qual determina as decisões de
otimização do consumidor entre duas perspectivas. A função Cobb-Douglas, que também trabalharemos nesse
tópico, é utilizada como forma de determinar as funções de preço e renda a partir de três variáveis. Também
será visto nesse tópico o excedente do consumidor.
No terceiro tópico, mostraremos o funcionamento da demanda individual, levando ao conhecimento da
demanda agregada de mercado. Além disso, estudaremos os bens normais e inferiores e como eles são
impactados frente alterações da renda. A curva de Engel mostrará as possibilidades de alteração da demanda,
quando o preço de um bem sofre variação ou então quando a renda tem variação. Você sabe dizer o momento
que isso ocorre?
No quarto e último tópico, conheceremos como decompor os efeitos da variação do preço em efeitos
substituição e renda. Também abordaremos os bens de Giffen e suas particularidades, conhecendo como eles
contrariam a lei geral da demanda. Vamos saber mais sobre tudo isso?
Bons estudos!
1.1 Maximização da utilidade
Os bens que o consumidor escolhe variam de acordo com sua renda e suas restrições orçamentárias, as quais
são capazes de in�luenciar a opção por uma cesta de bens em detrimento de outra. John Stuart Mill (1806-
1873) publicou, em 1848, a obra “Princı́pios de economia polı́tica”, que reproduziu os pressupostos clássicos
de Adam Smith, David Ricardo e Jean Baptiste Sway, porém revitalizou algumas dessas teorias, principalmente
aquelas ligadas ao utilitarismo. Jeremy Bentham (1748-1832) foi também um grande in�luenciador de Stuart
Mill, principalmente nas ideias ligadas à utilidade, à satisfação e ao prazer no consumo de determinada cesta
de bens.
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O consumidor, então, escolhe a combinação para montar sua cesta de bens, a qual lhe dará satisfação e prazer,
e que ainda deve estar dentro de sua restrição orçamentária. Paul Samuelson construiu a Teoria da Preferência
Revelada, de forma a tentar dispensar o conceito de utilidade, assim como qualquer outro que não
identi�icasse fatos que pudessem ser amplamente observáveis (DONA� RIO; SANTOS, 2015). Os economistas
Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 90) trazem que “[...] Se um consumidor optar por determinada cesta de mercado
em vez de outra, sendo a cesta escolhida mais cara que a outra, conclui-se, então, que o consumidor tem
realmente preferência pela cesta de mercado escolhida”.
VOCÊ O CONHECE?
Jeremy Bentham foi advogado, economista e �ilósofo, chefe de pensadores ingleses
(entre os séculos XVIII e XIX), conhecidos como grupo de radicais �ilosó�icos ou
utilitaristas. Saiba mais sobre ele e sobre o utilitarismo no artigo de Francisco Porfıŕio
(2020), disponıv́el em: https://brasilescola.uol.com.br/�iloso�ia/utilitarismo.htm.
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#PraCegoVer: no grá�ico, com tı́tulo Vestuário e alimentos: preferência revelada, temos duas linhas de
orçamento mensal (a primeira restrição orçamentária está descrita como l1, e a segunda como l2).
No exemplo do grá�ico, quando o consumidor escolhe a cesta A em detrimento da cesta B, por exemplo, ele
está optando por mais vestuário e menos alimentos. Ele não tem possibilidade de escolher as duas cestas, isto
é, ele escolhe somente uma delas. Na linha de restrição l2, se o consumidor opta pela cesta B em detrimento
da cesta D, ele está preferindo mais vestuário a menos alimento novamente.
Figura 1 - Vestuário e alimentos: preferência revelada (duas linhas de orçamento)
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 90.
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#PraCegoVer: neste grá�ico, com tı́tulo Vestuário e alimentos: preferência revelada, temos quatro linhas de
orçamento mensal: l1 l2, l3 e l4.
No exemplo desse grá�ico, na linha de orçamento 3, a cesta escolhida é a E em detrimento da A. Já na linha de
orçamento 4, a opção é pela cesta G preferı́vel à cesta A, pois aqui há mais alimentos (em quantidade muito
maior) do que haverá mais vestuário no ponto A. Lembre-se de que buscamos sempre maximizar. A cesta A é
preferı́vel à cesta B, mas todas as outras (E e G) são preferı́veis à cesta A (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Figura 2 - Vestuário e alimentos: preferência revelada (quatro linhas de orçamento)
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 91.
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Continuando nossos estudos, vejamos agora a utilidade cardinal e ordinal.
1.1.1 Utilidade cardinal e ordinal
A utilidade cardinal permite a quanti�icação em números absolutos. Dois autores precursores dessa teoria são
Hobbes e Bentham, que conceituam desejo, aversão, prazer e dor como formas de medir a maximização por
parte do consumidor. Essas teorias demonstram entendimento de que o consumidor deseja aquelas cestas que
maximizem prazer e desejo (na curva de utilidade colocados como utilidade positiva) e minimizam aquelas
cestas que lhes conferem dor e aversão (na curva de utilidade demonstrados como desutilidade). Para Donário
e Santos (2015, p. 4),
A noção de utilidade cardinal traduz o conceito que a intensidade da utilidade ou do prazer é
passı́vel de ser mensurada, podendo responder as seguintes questões: 'quanto é pior?’ ‘quanto é
melhor?’, pelo que as funções de utilidade individuais poderiam evidenciar o quantum de prazer
ou utilidade que se lograria extrair do consumo ou da utilização de um bem
A utilidade ordinal, por sua vez, não é passı́vel de se mensurar em números, sendo representada apenas como
uma ordenação de bens preferı́veis pelo consumidor.
1.1.2 Método do multiplicador de Lagrange
VAMOS PRATICAR?
A maximização da utilidade é veri�icada quando o consumidor tem satisfa
adquirir determinado bem ou então tem sua utilidade declarada por es
Pensando nisso, de que forma um dentista demonstra utilidade e satisfa
adquirir um kit para limpeza de tártaro?
Esse pro�issional demonstra maximização da utilidade em adquirir esse 
se trata de um instrumento de trabalho próprio desse pro�issional. A sa
está em possuir um bem que lhe possibilitará atender os pacientes. Mas, s
o possui, daria preferência por adquirir outros bens, pois um s
equipamento igual não teria utilidade.
Que satisfação e utilidade um professor teria em adquirir esse mes
Nenhuma utilidade e satisfação aparente,certo? A�inal, um profess
necessita de tal kit para trabalhar. Além disso, provavelmente, não tem d
necessária para utilizá-lo.
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O método do multiplicador de Lagrange (L) abrange a técnica de encontrar o mı́nimo e o máximo de funções
sujeitas restrições. Quando a restrição orçamentária é relaxada, esse multiplicador mostra o quanto se ganha
em utilidade.
Vejamos um exemplo do método do multiplicador de Lagrange. Uma fábrica produz algum tipo de aparelho
que utiliza aço como matéria-prima e tem os seguintes custos predominantes:
mão de obra: R$ 20,00/hora;
aço: R$ 170,00/tonelada.
Observe a equação de receita (R):
h representa as horas de trabalho (2/3 sendo considerada como
hora de trabalho);
s representa as toneladas de madeira (1/3 sendo considerada
como aço).
Se seu orçamento é de R$ 20.000,00, qual a receita máxima possı́vel?
Com R$ 20,00 a hora trabalhada e R$ 170,00 a tonelada de aço, temos: 
Com um orçamento de .
Passo	1. Escreva a função lagrangeana como forma de maximizar a função sujeitando-se a uma restrição para
o cenário:
Podemos dizer que escrever uma função langrageana é uma forma de resolução de equações que possuem
restrições. Nesse caso, a restrição é o orçamento de R$ 20.000,00 que a empresa possui para produção.
Passo	2. Iguale cada derivada a 0 (derivadas em relação a h).
VOCÊ QUER VER?
Vamos ver como é feito para se calcular o mıńimo e o máximo de uma função de várias
variáveis com uma restrição? Acompanhe o vıd́eo “Multiplicadores de Lagrange com 1
restrição” (2017), disponıv́el em: https://www.youtube.com/watch?v=bKeKWW7o83s
(https://www.youtube.com/watch?v=bKeKWW7o83s).
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https://www.youtube.com/watch?v=bKeKWW7o83s
https://www.youtube.com/watch?v=bKeKWW7o83s
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Passo	3. Iguale cada derivada a 0 (derivadas em relação a s).
Passo	4. Iguale a derivada parcial em relação a λ a 0 (restrição).
Para que possamos entender o que é uma derivada, é importante sabermos conceituá-la como a taxa de
variação de uma função çã
Consideramos, então, uma função derivando no ponto , correspondente à tangente do
ângulo formado pela intersecção entre a reta tangente à curva (SILVA, 2020).
Passo	5. Resolva os sistemas de equações.
Independentemente do formato da utilidade, o multiplicador de Lagrange representa a utilidade extra gerada
quando a restrição do orçamento é relaxada. Se tratarmos da restrição renda, por exemplo, esse multiplicador
corresponde à utilidade extra que resulta de um real adicionado à renda (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
VOCÊ QUER LER?
Falamos do método de Lagrange e como uma fábrica produz algum tipo de aparelho
que utiliza aço como matéria-prima e tem seus custos determinados (como aço e mão
de obra). Ela basicamente utiliza esse método para resolver, frente à sua restrição
orçamentária e às suas produções. Leia mais exemplos utilizando esse método:
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-
multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples
(https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-
multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples).
1.2 Dualidade na escolha ótima
O vocábulo dualidade é empregado para determinar as decisões de otimização do consumidor. Com uma
restrição orçamentária, usamos essa palavra como forma de escolha entre duas perspectivas. Desse modo,
Dualidade é o modo alternativo de examinar as decisões de otimização do consumidor. Dada uma
restrição orçamentária, em vez de escolher a curva de indiferença mais alta, o consumidor escolhe
a linha mais baixa que toque determinada curva de indiferença (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p.
147).
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-calculus/applications-of-multivariable-derivatives/constrained-optimization/a/lagrange-multipliers-examples
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Assim, maximiza-se a quantidade de ambos os bens, na curva de indiferença mais alta. A curva de indiferença
mostra todas as combinações de dois bens que, para o consumidor, é indiferente em termos de utilidade.
#PraCegoVer: temos um grá�ico, com o tı́tulo Curva de indiferença, em que são representados os gastos com
gasolina, os gastos com outros bens e a restrição orçamentária de US$ 20.000.
Dentro da curva de restrição (limitadora), o consumidor deverá ser capaz de escolher sua cesta de bens. E� a
partir da renda disponı́vel que a pessoa decide por qual combinação de bens cabe, a partir do quanto ela tem
disponı́vel para gastar, �icando igualmente satisfeita com diferentes combinações e bens enquanto gasta seu
orçamento disponı́vel. O consumidor tende a �icar “mais feliz” quanto maior for as quantidades consumidas,
daı́ escolhe sua cesta de bens, de forma a satisfazer a utilidade.
Figura 3 - Curva de indiferença
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 96.
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As possibilidades de consumo estão sempre atreladas a uma restrição de renda. Suponha que a renda do
consumidor é de R$ 2.500,00/mês. Toda a sua demanda por bens deve ser norteada em função dessa renda:
ele pode adquirir diversas possibilidades cestas de bens, desde que a somatória de cada cesta não ultrapasse o
valor de R$ 2.500,00, que é sua restrição orçamentária. Entre a escolha de duas ou mais cestas, o consumidor
optará por aquela que lhe dê mais satisfação, tendo sempre como base a restrição da renda.
VOCÊ QUER VER?
Que tal saber como funcionam as curvas de indiferença para saber como se dá o ponto
ótimo na linha do orçamento? Acompanhe o vıd́eo “Ponto ótimo na linha do orçamento:
consumidor e excedente de produtor” (2018) e veja como. Disponıv́el em:
https://www.youtube.com/watch?v=p3y-KUrTC3M
(https://www.youtube.com/watch?v=p3y-KUrTC3M).
https://www.youtube.com/watch?v=p3y-KUrTC3M
https://www.youtube.com/watch?v=p3y-KUrTC3M
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Acompanhe, agora, as discussões acerca da função utilidade Cobb-Douglas e do excedente do consumidor.
1.2.1 Função utilidade Cobb-Douglas
A função utilidade Cobb-Douglas é utilizada para determinação de três variáveis: X, Y e Z, como funções de
dois preços e uma renda. Com essa função, é possı́vel, por exemplo, determinar a demanda dos bens em
função da renda e do preço (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Sua fórmula, de acordo com Pindyck; Rubinfeld (2013, p. 146), é de�inida por:
Ainda segundo Pindick; Rbinfeld (2013), a Taxa Marginal de Substituição (TMS) entre dois bens é a maneira de
o consumidor poder escolher entre um bem em detrimento de outro. Logo, a função de utilidade Cobb-Douglas
vem como forma de ajudar na substituição de um bem por outro frente às variáveis preço e demanda.
A TMSx,y representa a taxa marginal de substituição entreos produtos X e Y, de forma que o consumidor tem a
possibilidade de escolher um bem e/ou serviço que lhe traga mais utilidade e prazer.
1.2.2 Excedente do consumidor
VAMOS PRATICAR?
Restrição orçamentária é a soma das rendas da pessoa (salário que rece
seu trabalho, aluguel que recebe de algum bem que tem e aluga para te
juros de aplicações �inanceiras, lucro de seu empreendimento ou royalti
Em outras palavras, é o valor total à disposição para seu consumo. Dessa m
como o consumidor pode otimizar sua cesta de bens a partir dessa restriçã
O consumidor escolhe uma cesta (ou seja, uma combinação de d
quantidades de diversos bens) em detrimento de outra, tendo como base 
disponıv́el. Assim, a escolha se dá no ponto ótimo: mais satisfação/pr
utilidade que a cesta escolhida é capaz de lhe proporcionar. Se escolhe a 
em detrimento da B, observamos que é a cesta A que lhe conferirá mais sa
frente à restrição orçamentária desse consumidor. Por exemplo: há quem
morar em um espaço menor perto do trabalho e não gastar em transpo
quem pre�ira morar em um espaço maior e gastar mais em transpo
escolhas diferentes dentro de um mesmo gasto mensal.
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O conceito de excedente do consumidor a diferença que ele deseja pagar para adquirir determinado bem e o
valor que efetivamente paga quando comprará esse bem. Vamos explicar melhor: “[...] quando a curva da
demanda de determinado bem é conhecida, a relação entre a demanda e o excedente do consumidor pode ser
analisada de forma mais simpli�icada” (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 128).
Vejamos um exemplo: se a curva da demanda por pacotes de salgadinhos é de cem unidades/semana em
determinado supermercado a um preço de R$ 2,99, mas os consumidores se sujeitariam a pagar R$ 4,99 por
pacote, a diferença de R$ 2,00 é considerada como excedente do consumidor. A soma de todas as diferenças é
declarada como excedente do consumidor total (considerando os consumidores A, B, C, D, E, e todos os outros
que demandam por pacotes de salgadinhos.
Mais um exemplo: um consumidor deseja adquirir o primeiro livro de uma coleção	best-seller. O livro vale R$
55,00 e o leitor está disposto a pagar esse preço. Ele, no entanto, conseguiu um cupom de desconto para
comprá-lo por R$ 48,00. Essa diferença de R$ 7,00 representa o excedente do consumidor. Agora, imagine que,
se comprar dois livros juntos (a primeira e a segunda obra), poderá adquirir os dois por R$ 90,00, em vez de
pagar R$ 110,00 pelas duas obras. O valor máximo que o consumidor admitiria pagar em cada livro é R$
55,00, mas conseguiu a possibilidade de comprar os dois por R$ 90,00 (R$ 45,00 cada obra). A diferença de
R$ 20,00 para a compra dos dois livros é o excedente, pois é a diferença entre o valor máximo que o
consumidor admitiria pagar e o valor que ele efetivamente pagou.
Quando o excedente do consumidor de muitas pessoas, ele mede o benefı́cio agregado que os
consumidores obtêm quando adquirem produtos em um mercado. Quando combinamos o
excedente do consumidor com o lucro agregado obtido pelos produtores, podemos avaliar os
custos e os benefı́cios de estruturas de mercado alternativas e de polı́ticas governamentais
capazes de alterar o comportamento do consumidor e empresas (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p.
125).
As estruturas de mercado podem utilizar os conceitos aplicados pelo excedente do consumidor para, por
exemplo, modi�icar seus preços, de forma a conseguirem atender mais consumidores. Quando tratamos de
estruturas de mercado, estamos falando, basicamente, de concorrência perfeita, monopólio e oligopólio.
1.3 Demanda individual
A análise da demanda ocorre em seis etapas distintas, segundo Pindyck e Rubinfeld (2013). Veja a seguir e
saiba quais são elas.
Pode ser alterada em função do aumento do preço e da alteração da renda. Quando a renda aumenta,
a demanda pelo bem tende a se modi�icar também (seja aumentando a demanda por determinado
bem, seja diminuindo a demanda – no caso de bens inferiores). Quando há alteração no preço, a
demanda tende a diminuir, salvo nos casos dos bens de Giffen.
Com a alteração do preço, a demanda individual tende a ser alterada.
•
•
Curva	de	demanda	individual
Efeitos	da	mudança	do	preço
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A demanda individual surge a partir das preferências do consumidor e das suas restrições orçamentárias, de
forma que a demanda tem um limite estabelecido a partir das restrições. As modi�icações no preço e na renda
atingem a demanda pelos bens e/ou serviços, dada a restrição orçamentária, conforme podemos veri�icar nas
tabelas a seguir.
A demanda individual tende a alterar a demanda de mercado do bem e/ou serviço. Quando o
consumidor tende a aumentar sua demanda por álcool em gel durante a pandemia da Covid-19, por
exemplo, a demanda agregada por esse bem também tende a ser alterada, pois toda a população o
está demandando.
Há ainda uma possibilidade da demanda por bens e/ou serviços serem consumidos além da
restrição orçamentária, demandando crédito se, por exemplo, houver vantagens no consumo desses
bens.
Ocorrem quando a demanda individual depende da demanda de outras pessoas. Por exemplo, a
demanda por softwares para educação a distância na Covid-19 por alunos altera a demanda por
esses produtos das instituições de ensino. Outra forma de análise dos efeitos das externalidades de
difusão é quando um bem está na moda, como o lançamento de um novo celular. A demanda por
esse bem tende a crescer, in�luenciada pela demanda de outras pessoas.
Elas também são analisadas, visto que a demanda pode ser prevista por associação de determinada
época do ano. No Natal, a demanda por panetones tende a crescer; dessa forma, os dados anteriores
podem ser utilizados.
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Curva	de	demanda	individual	versus	demanda	agregada
Curva	de	demanda	versus	avaliação	de	vantagem
Efeitos	das	externalidades	de	difusão
Informações	empíricas	a	respeito	da	demanda
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#PraCegoVer: na tabela, com tı́tulo Alterações na renda: demanda individual versus restrição orçamentária,
temos quatro colunas (restrição orçamentária – renda –; demanda por alimentos – R$ 2,00 por unidade –;
demanda por vestuário – R$ 10,00 por unidade –; cesta de bens) e quatro linhas.
Com uma restrição orçamentária de R$ 1.000,00/mês, o consumidor pode escolher as cestas A ou B com 500
unidades de alimentos e zero unidade de vestuário na cesta A ou 200 unidades de alimentos e 60 unidades de
vestuário na cesta B. Quando a renda aumenta 50% e passa para R$ 1.500,00, a restrição orçamentária permite
ao consumidor a melhora de sua cesta de bens (cesta C), com 300 unidades de alimentos e 90 unidades de
vestuário.
Com a diminuição da renda em 20% (R$ 800,00 na nova restrição orçamentária), o consumidor não pode mais
adquirir as cestas A, B e C – passando, assim, a demandar a cesta D.
#PraCegoVer: nesta tabela, com tı́tulo Alterações no preço: demanda individual versus restrição orçamentária,
temos quatro colunas (restrição orçamentária – renda; demanda por alimentos – R$ 3,00 por unidade;
demanda por vestuário – R$ 12,00 por unidade –; cesta de bens) e três linhas.
Quando o preço do alimento aumenta 50% (de R$ 2,00 para R$ 3,00) e as restrições orçamentárias
permanecem as mesmas (R$ 1.000,00 R$ 1.500,00 e R$ 800,00, respectivamente), as quantidades
demandadas são alteradas, gerando, assim, novas cestas de bens: E, F e G.
Com o aumento de 20% no preço do vestuário (de R$ 10,00 para R$ 12,00) e, com as mesmas restrições
orçamentárias, a quantidadedemandadas pelo bem tendem a variar de acordo com o preço.
Tabela 1 - Alterações na renda: demanda individual versus restrição orçamentária
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
Tabela 2 - Alterações no preço: demanda individual versus restrição orçamentária
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
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E� importante saber que as demandas individuais tendem a gerar alterações na demanda agregada por
determinado bem e/ou serviço, pois é a partir da demanda individual que a demanda de mercado desse bem é
alterada. Se muitos consumidores demandam álcool em gel, por exemplo, a demanda de mercado por esse
bem também é aumentada.
Estudaremos, agora, o assunto de bens normais e inferiores, bem como detalharemos a curva de Engel.
1.3.1 Bens normais e bens inferiores
Para a análise dos bens normais e bens inferiores, utilizamos a elasticidade-renda da demanda. Essa
elasticidade visa medir a variação da demanda frente às variações na renda.
Para uma análise mais completa em relação aos bens normais e inferiores, manteremos os preços iguais e
alteraremos somente a renda. Com um aumento na renda, quando o resultado da elasticidade-renda de
demanda for positivo e menor do que um, estamos tratando de um bem normal. O bem normal é caracterizado
quando o aumento na renda leva a aumentos menores no consumo do bem estudado.
No caso de livros, por exemplo: com o aumento da renda, a tendência é que a demanda por livros aumente;
porém, se a renda aumentar ainda mais, o consumidor não comprará mais livros, e sim passará a demandar
outros tipos de bens.
Quando o resultado da elasticidade-renda da demanda for negativo, estamos falando de um bem inferior.
Quando a renda aumenta, leva a uma diminuição no consumo desses bens. Vamos a mais um exemplo? O
consumidor costuma almoçar todos os dias no restaurante por quilo, devido à sua restrição orçamentária
(renda). Quando a renda aumenta, ele passa a diminuir as idas ao restaurante por quilo, passando a frequentar
restaurantes de rodı́zio de carne, por exemplo.
VAMOS PRATICAR?
As demandas individuais são medidas de algumas formas. Nesse m
falaremos da demanda individual versus a restrição orçamentária. Conf
renda é alterada (diminuıd́a ou aumentada), a cesta de bens do cons
tende a se alterar também. Quando a renda disponıv́el diminui, por e
como essa alteração muda a cesta de bens do consumidor?
Vamos lá: com a diminuição na renda o consumidor passará a demand
cesta mais barata. Pode abrir mão de determinados bens em detrime
outros ou ainda diminuir as quantidades. Se a renda aumentasse o cons
teria como opções: aumentar o consumo dos bens da cesta ou ainda dim
consumo de alguns para passar a consumir outros tipos de bens.
30/11/2023, 16:55 Microeconomia I
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A demonstração entre o bem normal e o bem inferior se dá em relação à renda. Com uma renda de R$ 2.000,00,
o consumidor tem uma cesta de bens A, com todos os bens considerados como bens normais. Quando a renda
aumenta para R$ 3.000,00, a cesta de bens muda para uma cesta denominada como B. Nessa cesta B, o
consumidor deixou de consumir mortadela (que constava na cesta A) e passou a demandar salame e peito de
peru. Então, na cesta B, não cabe mais a demanda por mortadela, que aqui passa a ser considerada como bem
inferior (VARIAN, 2006).
1.3.2 Curva de Engel
A curva de Engel determina a quantidade demandada de um bem e/ou serviço frente à renda. Para Varian
(2006, p. 158),
[...] para cada nı́vel de renda, m, haverá uma escolha ótima para cada um dos bens. Se
mantivermos �ixos os preços de 2 bens (1 e 2) e observarmos como a demanda varia à medida que
a renda varia, geraremos uma curva chamada curva de Engel. A curva de Engel é um grá�ico da
demanda de um dos bens como função da renda, com preços constantes.
Vamos acompanhar gra�icamente como ela se apresenta?
#PraCegoVer: este grá�ico, com tı́tulo Curva de Engel, demonstra a alteração na demanda frente às
modi�icações na renda. No eixo X, os valores variam de R$ 200,00 em R$ 200,00 (de R$ 0,00 a R$ 1.600,00);
no eixo Y, estão as quatro cestas (A, B, C, D), de acordo com: a renda (coluna azul-marinho), a demanda por
alimentos (coluna amarela); a demanda por vestuário (coluna cinza).
Figura 4 - Curva de Engel
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
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Segundo o grá�ico, com a renda de R$ 1.000,00, o consumidor pode optar pelas duas cestas (A e B); quando a
renda aumenta para R$ 1.500,00, as quantidades dos dois bens (alimentos e vestuário) tendem a aumentar,
dependendo das preferências do consumidor. Note que, na cesta C, a quantidade de alimentos e vestuário
aumentou em 50%, assim como a renda. Quando a renda diminuiu para R$ 800,00, o consumidor não pode
mais consumir as cestas A e B iniciais nem a cesta C (com aumento da renda), e sim deve modi�icar sua cesta
frente às novas restrições. Com a renda de R$ 800,00, a cesta ideal será a cesta D.
#PraCegoVer: na �igura, com tı́tulo Alterações na curva de Engel, temos duas representações de grá�icos, de
acordo com a alteração na renda. Para Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 113), “[...] [No primeiro grá�ico], trata-se
de um bem normal com inclinação da curva ascendente. [Já no segundo,] [...] o hambúrguer é um bem normal
para rendas inferiores a US$ 20 e um bem inferior para rendas superiores a US$ 20”.
Chegamos, agora, ao último tópico desta unidade. Discutiremos aqui a questão do efeito renda e substituição,
da equação de Slutsky e os bens de Giffen.
Figura 5 - Alterações na curva de Engel
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 113.
1.4 Efeito renda e substituição
A redução no preço de uma mercadoria tem dois efeitos. Veja a seguir e saiba quais são eles.
Efeito	substituição
E� o aumento da demanda pelos bens que tiveram diminuição no preço em
detrimento de outros que não tiveram essa diminuição no valor.
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Supondo que o preço do quilo do frango passou de R$ 10,00, inicialmente, para R$ 8,00, como �icará o efeito
substituição para esse bem? E quando o bem aumenta para R$ 12,00? Acompanhe a tabela a seguir.
#PraCegoVer: a tabela, com tı́tulo Efeito substituição: quilo do frango, tem quatro colunas (preço do quilo do
frango; quantidade de frango demandada; quantidade de carne demandada; cesta de bens) e três linhas.
Voltando ao grá�ico, a cesta A demonstra o consumo de dois bens: frango e carne. O preço do quilo de frango é
menor do que o preço do quilo de carne; dessa forma, o consumidor, de acordo com sua restrição
orçamentária, consome três quilos de frango e dois quilos de carne. Quando o preço do quilo do frango passa
de R$ 10,00 para R$ 8,00, o consumo por esse bem aumenta, e o consumo pela carne diminui (cesta B), haja
vista que não houve diminuição no preço da carne. O consumidor substituiu a compra de um quilo de carne
para poder consumir mais três quilos de frango.
Na cesta C, temos o aumento do preço do quilo do frango para R$ 12,00. Dessa forma, o consumidor diminui o
consumo de frango para dois quilos e aumenta meio quilo no consumo de carne, substituindo parte do
consumo de frango para consumir 500 gramas a mais de carne.
Efeito	renda
E� o aumento do poder aquisitivo com a diminuição do preço de um bem,
tendendo a deixar o consumidor em situação mais vantajosa, de forma que,
para comprar a mesma quantidade de bens, ele despenderá menos renda. Há,
então, uma mudança da demanda apartir do efeito renda que pode ser
observada, desde que o preço do bem permaneça o mesmo.
Tabela 3 - Efeito substituição: quilo do frango
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
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Vejamos esses conceitos por meio de exemplos: nos bens normais, você gostaria de uma camisa nova. Se tem
um aumento de salário, compra uma. Se tem um novo aumento de salário, talvez não queira outra camisa, mas
sim jantar fora. Uma segunda camisa nova teria uma utilidade menor do que um primeiro passeio para jantar
fora. Já nos bens inferiores, podemos voltar ao exemplo daquela pessoa ter deixado de frequentar o restaurante
a quilo e começou a almoçar em restaurantes de rodı́zio de carne.
VOCÊ SABIA?
O efeito renda tem duas possibilidades de modi�icação da demanda: bens
normais e bens inferiores. Quando a renda aumenta e os preços continuam os
mesmos, se o bem for normal, o consumidor aumentará o consumo desse bem;
porém, se houver um novo aumento da renda, o consumidor não aumentará o
consumo por esse bem inde�inidamente – ele passará, então, a consumir outros
bens. Quando a renda aumenta e os bens são inferiores, a tendência é de
diminuição na demanda por esses bens, de forma que o consumidor possa passar
a consumir outros bens que lhe trarão mais satisfação.
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Vejamos os penúltimos assuntos desta unidade. Continue acompanhando.
1.4.1 Equação de Slutsky
Essa equação permite uma análise mais abrangente dos efeitos entre a escolha por dois bens distintos e, de
acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 149), ela é assim representada matematicamente:
Ainda segundo esses autores, essa equação
[...] fórmula para decompor os efeitos de uma variação do preço em efeitos substituição e renda. O
primeiro termo representa o efeito substituição, ou seja, a variação da demanda da mercadoria X
quando a utilidade permanece �ixa. O segundo termo representa o efeito renda, ou seja, a variação
do poder aquisitivo resultante de uma mudança no preço multiplicada pela variação da demanda,
resultante de uma mudança no poder aquisitivo (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 149).
Portanto, ela permite o cálculo e a visualização grá�ica de uma cesta original (A) para uma cesta alterada (B)
quando existem variações no preço ou na renda (efeito substituição e efeito renda). Dessa forma, vejamos
mais um exemplo: com uma renda de R$ 1.200,00 na cesta A, o consumidor gasta R$ 420,00 com o bem X e R$
780,00 com o bem Y. Se o preço do bem X diminui, a renda de R$ 1.200,00 passa a poder ser disponibilizada
para aumentos de consumo do Y (que trará mais satisfação ao consumidor do que aumentar o consumo do
bem X). O excedente de renda gerado pela diminuição do bem X não necessariamente aumentará a demanda
por esse bem, podendo deslocar a curva de demanda do outro bem Y.
VAMOS PRATICAR?
Os efeitos substituição e renda se apresentam como possıv́eis res
alteradores da demanda. Como esses efeitos funcionam de forma a a
demanda?
No efeito substituição: quando a renda diminui o consumidor pode op
substituir os bens por outros mais baratos.
No efeito renda: quando a renda aumenta, o consumidor pode dim
consumo de um bem e/ou serviço e passar a consumir outros tipos de be
alteração ocorre com os bens inferiores, ou seja, quando a renda aum
demanda por esses bens diminui e a tendência é o consumo de outros be
lhe tragam mais prazer e satisfação.
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1.4.2 Bens de Giffen
Os bens de Giffen, de maneira geral, são bens considerados inferiores, em que não se encontram substitutos
próximos ou que as pessoas compram menos quando seus rendimentos aumentam (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012). Eles são tratados como casos especiais.
Veja a situação a seguir.
Pela Lei Geral da Demanda, à medida que o preço de determinado bem e/ou serviço aumenta, a quantidade
demandada tem tendência à queda. Porém, quando tratamos dos bens de Giffen, essa teoria não funciona: para
eles, a curva da demanda tem inclinação ascendente, pois o efeito renda é maior do que o efeito substituição
(PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
CASO
Imagine o seguinte cenário: em setembro de 2019, o quilo do tomate estava sendo
vendido a R$ 3,99 em São Paulo e R$ 5,99 em Curitiba.
João é dono de uma pizzaria na capital paulista e utiliza 90 quilos de tomates
semanais. Já Maria, uma dona de casa de Curitiba, utiliza cinco quilos de tomates
semanais.
Em março de 2020, o quilo do tomate passou para R$ 8,99 em São Paulo e R$ 11,99
em Curitiba.
Como pode ser apresentada a curva da demanda por esse bem, tanto para João
quanto para Maria? Qual a utilidade por esse bem pode ser apresentada para ambos
os consumidores? Como pode ser considerado o bem? Vamos imaginar, para essa
situação, que ambas as rendas (de João e Maria) não se alteraram nesse perıódo.
Vamos pensar juntos?
Para João, o tomate demonstra maior utilidade, visto que ele precisa desse bem para
poder produzir pizzas (em todas elas são utilizados molho de tomate caseiro). Ele
pode até diminuir a quantidade de molhos, mas não pode deixar de usar tomate.
Dessa forma, a demanda pode ser diminuıd́a, mas não zerada. O tomate, para João, é
um bem normal impactado pelo aumento do preço e necessário em sua pizzaria.
Para Maria, o bem pode ter sua demanda diminuıd́a, visto que a utilização é para
consumo dela e da famıĺia. Ela pode deixar de comprar tomate e passar a demandar
outros bens (substituindo-o) ou então comprar menos tomate até que o preço volte
ao patamar anterior. A utilidade do tomate para Maria e sua famıĺia é menor do que a
utilidade para João e sua pizzaria. Assim, o tomate é um bem normal impactado pelo
preço, mas que pode ser substituıd́o por Maria e sua famıĺia.
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Vamos supor que, em um primeiro momento, temos o seguinte cenário:
preço do pão francês: R$ 2,00/unidade;
preço do croissant: R$ 10,00/unidade.
Com uma renda de R$ 1.000,00, o consumidor demanda a cesta A: com 500 unidades de pães francês e zero
unidade de croissant.
Em um segundo momento, temos o seguinte cenário:
preço do pão francês: R$ 1,00/unidade;
preço do croissant: R$ 10,00/unidade.
Com a mesma renda de R$ 1.000,00, mas com preço dos alimentos menor, o consumidor tem mais renda
disponı́vel para consumo. Ele pode comprar mais pão francês ou então usar esse acréscimo na renda para
adquirir croissant. A preferência revelada, nesse caso, é a utilização da renda extra (após a diminuição do
preço do pão) para adquirir croissant.
VOCÊ SABIA?
Vamos agora entender um pouco mais sobre os bens de Giffen, de forma que nos
será possıv́el entendê-los conceitualmente, além de observarmos um exemplo.
Para saber mais, acesse: https://www.dicionario�inanceiro.com/bens-de-giffen
(https://www.dicionario�inanceiro.com/bens-de-giffen).
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Conclusão
Tivemos a oportunidade de conhecer, nesta unidade, os conceitos de utilidade e maximização da utilidade.
Dessa forma, o consumidor consegue explicitar suas preferências e como pode maximizar a utilização das
suas cestas de bens. A escolha ótima, a função utilidade de Cobb-Douglas, os bens inferiores e a curva de Engel
também foram temas abordados.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
entender os conceitos de maximização de utilidade e conhecer o
modelo multiplicador de Lagrange;
compreender a dualidade na escolha ótima e a utilizaçãoda
função utilidade Cobb-Douglas;
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https://www.dicionariofinanceiro.com/bens-de-giffen
https://www.dicionariofinanceiro.com/bens-de-giffen
30/11/2023, 16:55 Microeconomia I
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sjUrmak6iR8K0l3MwSn1dw%3d%3d&l=ySkLNLrrifrnfpaauu3JWg%3d%3d&cd=hlBdhB43u… 24/25
compreender os conceitos de demanda individual e agregada,
bem como os bens normais e inferiores e a curva de Engel;
relacionar os efeitos renda e substituição frente à variação no
preço, além de conhecer os bens de Giffen.
•
•
Bibliografia
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