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1 vv MÓDULO 3 - REDE DE PROTEÇÃO À MULHER NO ESTADO DE SÃO PAULO Neste terceiro módulo, vamos falar sobre os serviços que compõem a rede de proteção às mulheres que se sintam em situação de risco ou sejam vítimas de violência.. Você vai estudar os seguintes temas: ➜ O que é rede de proteção dos direitos da mulher? ➜ Rede Protetiva: Assistência Social (CRAS e CREAS). ➜ Rede Protetiva: Saúde. ➜ Rede Protetiva: Segurança Pública. ➜ Ministério Público. ➜ Defensoria Pública. ➜ Canais de denúncia (180,181,190) e Web Denúncia ➜ Noções básicas sobre as políticas públicas de amparo à mulher vítima de violência, disponíveis no Estado de São Paulo e as formas de acesso à rede de atendimento ➜ A importância do comprometimento de todos com o enfrentamento da violência contra a mulher O QUE É REDE DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER? A rede de proteção dos direitos da mulher busca abordar questões relacionadas à violência contra a mulher, discriminação, desigualdade e outras formas de violação dos direitos das mulheres. Seu objetivo é oferecer apoio, assistência e orientação jurídica, psicológica e social às mulheres, além de promover conscientização e educação sobre seus direitos. Por meio de uma abordagem multidisciplinar, a rede visa garantir que as mulheres tenham acesso à justiça, proteção e recursos necessários para superar situações de violência e discriminação. No Estado de São Paulo, a rede de proteção dos direitos da mulher é composta por: 2 REDE PROTETIVA: ASSISTÊNCIA SOCIAL Você já ouviu falar nos CRAS e CREAS? Vamos conhecê-los? O que é CRAS? O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a principal porta de en- trada para a assistência social. Trata-se de uma unidade municipal integrante do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), localizada em áreas com maio- res índices de vulnerabilidade e risco social. O objetivo do CRAS é fornecer servi- ços socioassistenciais de proteção social básica para famílias e indivíduos, além de articular esses serviços em seu território de abrangência, promovendo uma atuação intersetorial para fortalecer a proteção social. No estado de São Paulo, que conta com 645 municípios, existem 1.191 CRAS, localizados em diversos endereços. Ao final do módulo, na seção “Para saber mais”, você pode acessar um link com os endereços dos CRAS no estado de São Paulo. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é uma uni- dade pública estatal que integra o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Sua principal responsabilidade é oferecer atenção especializada de apoio, orientação e acompanhamento a indivíduos e famílias que se encontram em situação de ameaça ou violação de direitos, é aqui que as mulheres são atendi- das. Nos locais onde não existem CREAS, as mulheres são atendidas pelo CRAS e da mesma forma, acolhidas. O CREAS conta com uma equipe multiprofissional que fornece assistência téc- nica especializada, visando fortalecer a capacidade de proteção familiar e pro- mover a reparação das situações de violência vividas. Além do atendimento direto, o CREAS desempenha um papel fundamental na coordenação da rede de serviços de assistência social em seu território. Tam- bém atua de forma articulada com instituições como o Poder Judiciário, o Mi- nistério Público, a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar e outras instituições de defesa de direitos. No estado de São Paulo, que possui 645 municípios, as 317 unidades CREAS estão localizadas em diversos locais. Ao final do módulo, na seção “Para saber mais”, você pode acessar um link com os endereços dos CREAS no estado de São Paulo. O que é CREAS? Para saber! O Brasil conta com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que possui serviços divididos conforme o grau de complexidade das situações que atendem. 3 Veja a seguir, como ocorre o atendimento à mulher na rede protetiva da Assistência Social. Serviço de Atendimento Especializado a Familias e Indivíduos (PAEFI) Socioeducativo - Grupo de mulheres Acompanhamento do Plano Individual de Atendimento (PIA) Acolhida Atividades Coletivas e Comunitárias Trabalho Interdisciplinar Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF). Unidade da rede socioassistencial de proteção social básica. Oferta de serviço de acolhida (tipificado), escuta qualificada, encaminhamentos e acesso a informações. CRAS - CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CREAS - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 4 A Rede da Saúde desempenha um papel crucial no acolhimento e atendimento às mulheres em situa- ção de violência, oferecendo uma grande variedade de serviços especializados que vão desde a Unidade Básica de Saúde (UBS) até hospitais e ambulatórios especializados. Quando as mulheres procuram postos de saúde ou hospitais devido à violência, os profissionais de saúde têm um papel fundamental ao fornecer os devidos encaminhamentos para garantir o suporte e a pro- teção necessária. De acordo com a Lei nº 13.931/2019, nos casos em que houver suspeitas ou confirmação de violência contra a mulher, é obrigatório comunicar à autoridade policial em até 24 horas, visando tomar as providências cabíveis e registrar esses eventos para fins estatísticos. Os serviços de saúde direcionados ao atendimento de mulheres em situação de violência oferecem su- porte médico, psicológico e social, através de equipes multidisciplinares na rede de saúde pública. No caso de vítimas de violência sexual, são providenciados exames e orientações sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo o HIV, além de medidas para evitar gravidez indesejada. Es- ses serviços também oferecem abrigo e orientações adicionais. Na seção “Para saber mais”, ao final do módulo, você pode acessar uma lista de hospitais e unidades de atendimento às mulheres. Veja, ao lado, como ocorre o atendimento à mulher na rede protetiva da Saúde. REDE PROTETIVA: SEGURANÇA PÚBLICA A Polícia Civil do Estado de São Paulo possui equipamentos especializados para o atendimento à mulher em situação de violência. São eles: 5 Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) São 140 unidades das DDMs distribuídas pelo estado, com equipes especializa- das no atendimento às mulheres vítimas de violência. Essas delegacias têm a expertise necessária para lidar com casos específicos de violência contra a mu- lher, oferecendo apoio, orientação e encaminhamentos. Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher 24h Além das DDMs regulares, existem 11 unidades de DDMs 24h, sendo 7 na ca- pital (São Paulo), e as demais localizadas em Campinas, Sorocaba, Santos e Barueri. Essas delegacias estão disponíveis durante 24 horas por dia, garantin- do um atendimento imediato e especializado para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. DDM on-line A Polícia Civil também disponibiliza o serviço de DDM on-line, que permite o atendimento especializado a distância para mulheres que vivenciam violência doméstica. Por meio dessa plataforma, é possível registrar ocorrências policiais, acessar a rede de proteção e solicitar medidas protetivas de urgência. Salas DDM 24h Para expandir o acesso ao atendimento especializado, foram criadas as salas DDM 24h. Esses espaços funcionam de forma ininterrupta, integrados às Dele- gacias de Polícia, e oferecem atendimento a distância para mulheres em situ- ação de violência doméstica e familiar. Atualmente, existem 77 salas DDM 24h em todo o estado, possibilitando um suporte ágil e eficiente. Esses equipamentos e unidades da Polícia Civil de São Paulo têm o propósito de garantir o atendimento adequado e especializado às mulheres em situação de violência, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor. MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público é definido na Constituição Federal como uma instituição permanente, essencial à fun- ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos in- teresses sociais e individuaisindisponíveis. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. O Ministério Público abrange: ➜ O Ministério Público da União; ➜ O Ministério Público Federal; ➜ O Ministério Público do Trabalho; São funções institucionais do Ministério Público: ➜ Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; ➜ Zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegura- dos nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; ➜ Promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; ➜ Promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Esta- dos, nos casos previstos nesta Constituição; ➜ Defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; ➜ Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; ➜ Exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; ➜ Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurí- dicos de suas manifestações processuais; ➜ Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. ➜ O Ministério Público Militar; ➜ O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; ➜ Os Ministérios Públicos dos Estados. 6 A Defensoria Pública do Estado de São Paulo é uma instituição permanente, cuja função, como expressão e instrumento do regime democrático, é oferecer às pessoas necessitadas, de forma integral e gratuita, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos. Criada pela Lei Complementar Estadual nº 988, em 9 de janeiro de 2006, a Defensoria Pública é prevista como órgão de função essencial à Justiça na Constituição Federal. É importante ressaltar que, apesar de ser uma instituição estadual, a Defensoria Pública não é vinculada ao governo. Sua autonomia é garantida pela Constituição Federal, permitindo que as Defensoras e Defensores Públicos representam os direitos da população sem qualquer tipo de constrangimento. Internamente, cada membro da Defensoria possui independência funcional para seguir livremente sua convicção em cada caso em que atua. Atualmente, a Defensoria Pública conta com 66 unidades espalhadas por 43 cidades. Na seção “Para saber mais”, ao final do módulo, você pode acessar uma página que mostra o organograma da Defensoria Pública. CANAIS DE DENÚNCIA (180, 181, 190) E WEB DENÚNCIA Os canais de denúncia (180, 181, 190), aplicativos e Web Denúncia são recursos essenciais para a proteção e segurança das mulheres em situação de violência. Por meio desses números, é possível solicitar auxílio, rela- tar casos de violência e buscar ajuda imediata em momentos de emergência. Veja a seguir as informações sobre cada canal de denúncia. O número 181 corresponde ao Disque Denúncia, um canal de comunicação anônima que permite à população denun- ciar crimes de forma segura e sigilosa. Esse serviço é oferecido pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, em parceria com as demais Secretarias da Segurança Pública estaduais, visando ao combate à violência em geral, incluindo a violência contra as mulheres.. Ao ligar para o número 181, é possível denunciar casos de violência doméstica, agressões, ameaças e outros crimes, colaborando para a segurança e a justiça. O número 180 é o canal de denúncia da Central de Atendi- mento à Mulher, conhecido como Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180. Esse serviço é disponibilizado pela Ouvi- doria do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania e tem como objetivo acolher denúncias, fornecer informações e orientações sobre direitos das mulheres, além de encaminhas as denúncias aos órgãos competentes. 7 O número 190 é o telefone de emergência da Polícia Militar. Ele está disponível para solicitar socorro imediato em situações de risco, incluindo casos de violência doméstica e agressões. Ao li- gar para o número 190, a chamada é direcionada para a Polícia Militar local, que tomará as medidas necessárias para garantir a segurança e proteção das vítimas. A Web Denúncia é uma plataforma online que permite o en- vio de denúncias de forma anônima, em complementação ao Disque 180. Por meio desse sistema, é possível relatar informa- ções, fornecer detalhes sobre crimes ou situações suspeitas, anexar evidências e colaborar com as investigações, tudo isso Há também aplicativos disponíveis para sistema operacionais Android e IOS. O aplicativo 190 SP permite registrar denúncias e o aplicativo SOS Mulher permite que mulheres que tenham medidas protetivas concedidas pela justiça acionem o servi- ço 190 em caso de risco, além de informações sobre o tema. ATENÇÃO: Não se identifique. Caso haja identificação, a sua denúncia será descartada! NOÇÕES BÁSICAS SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE AMPARO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DISPONÍVEIS NO ESTADO E AS FORMAS DE ACESSO À REDE DE ATENDIMENTO Embora tenham sido alcançadas conquistas significativas ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito. É fundamental que as mulheres se informem sobre seus direitos e busquem apoio quando necessário. Através da conscientização, empoderamento e solidariedade, podemos continuar avançando rumo a uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres. Abaixo, vamos apresentar uma linha do tempo com a luta pelos direitos das mulheres ao longo da história e as políticas públicas disponíveis ao amparo das mulheres vítimas de violência. Esses canais de denúncia desempenham um papel fundamental no enfrentamento à violência contra as mulheres. Eles permitem que as vítimas, testemunhas ou pessoas próximas às vítimas relatem casos de vio- lência, buscando apoio e intervenção adequada. Para saber mais sobre os canais de denúncia, veja os links disponibilizados no final do módulo. https://apps.univesp.br/_testes/assets_nao_se_cale/modulo-3/assets/Linha_do_Tempo_dos_Direitos_das_Mulheres.pdf 8 A IMPORTÂNCIA DO COMPROMETIMENTO DE TODOS COM O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER O engajamento de todos na luta contra a violência às mulheres é de extrema importância, visto que se trata de uma grave violação dos direitos humanos que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Para combater efe- tivamente essa problemática, é fundamental que indivíduos, comunidades, instituições e governos se envolvam ativamente nesse processo. Neste contexto, destacamos o Estado de São Paulo, que promulgou as leis estaduais 17.621, de 3 de fevereiro de 2023, e 17.635, de 17 de fevereiro de 2023, que criam mecanismos de proteção para mulheres em situação de risco em estabelecimentos como bares, restaurantes, boates, clubes noturnos, casas de espetáculos e similares. A conscientização e a compreensão de que a violência contra a mulher é inaceitável em qualquer forma, seja física, sexual, psicológica ou econômica, são fundamentais. Todos devemos reconhecer a igualdade de direitos e a dignidade das mulheres, promovendo uma cultura de respeito, empatia e apoio mútuo. Além disso, é crucial que as pessoas denunciem qualquer forma de violência contra a mulher, seja testemunhando ou ouvindo rela- tos de vítimas. É necessário criar um ambiente seguro e acolhedor para que as mulheres se sintam encorajadas a denunciar e buscar ajuda, sem medo de represálias. O comprometimento também implica em apoiar e fortalecer as políticas e leis existentes que visam proteger e empoderar as mulheres. Isso inclui o acesso a serviços de assistência jurídica, psicológica e desaúde, bem como abrigos seguros, programas de educação e conscientização. É fundamental promover a educação e a conscien- tização sobre os direitos das mulheres e os efeitos prejudiciais da violência por meio de campanhas educativas, treinamentos, palestras e atividades que incentivem a igualdade e o respeito mútuo. O enfrentamento da violência contra a mulher requer o engajamento de todos. Somente através do comprome- timento coletivo e da mudança de atitudes e comportamentos é que poderemos criar uma sociedade mais jus- ta, segura e igualitária para todas as mulheres. Isso fica claro com o objetivo do protocolo “Não se Cale”, que visa: Promover a alteração de padrões de com- portamento nos estabelecimentos indicados neste decreto, combatendo estigmas e este- reótipos da mulher; Prevenir a violência nos estabelecimentos indicados neste decreto, por meio de ações educativas e de comunicação; Capacitar os funcionários dos estabeleci- mentos indicados neste decreto para que possam identificar e evitar situações poten- cialmente perigosas para as mulheres; Oferecer informações e instrumentos para uma atuação ativa diante de uma situação de violência real ou potencial contra a mu- lher, ocorrida nos estabelecimentos indica- dos neste decreto; Promover o acolhimento e atenção prioritá- ria à mulher em situação de risco ou vítima de violência nos estabelecimentos indicados neste decreto. 9 PARA SABER MAIS Veja, nos links a seguir, os endereços de CRAS e CREAS no estado de São Paulo. ➜ Endereços CRAS ➜ Endereços CREAS Os sites abaixo fornecem informações úteis sobre os hospitais e unidades de atendimento disponíveis no estado de São Paulo, onde mulheres em situação de violência podem buscar ajuda e proteção. ➜ Secretaria de Estado da Saúde - Lista de hospitais ➜ Secretaria de Estado da Saúde - Lista de Unidades de Atendimento O site a seguir apresenta a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e explica seu organograma. ➜ Defensoria Pública Abaixo, há indicações de links na área da Segurança Pública. ➜ SOS Mulher ➜ Aplicativos ➜ Web Denúncia https://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/03/enderecos-cras-no-estado-de-sp.pdf https://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/1272.pdf http://www.saude.sp.gov.br/ses/sites-de-interesse/hospitais http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/outros-destaques/violencias/unidades-de-atendimento https://www.defensoria.sp.def.br/institucional/organograma https://www.sosmulher.sp.gov.br/ https://policiamilitar.sp.gov.br/unidades/ccomsoc/aplicativos/ https://www.webdenuncia.org.br/cidadao/denuncie