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GABRIEL ANADAO ALIENDE RIBEIRO _3491078_assignsubmission_file_TCC - Gabriel Anadão Aliende Ribeiro

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIEL ANADÃO ALIENDE RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVISMO JUDICIÁRIO NA PANDEMIA: UMA ANÁLISE SOBRE A DECISÃO 
DO STF NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6.341 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2023 
 
 
GABRIEL ANADÃO ALIENDE RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVISMO JUDICIÁRIO NA PANDEMIA: UMA ANÁLISE SOBRE A DECISÃO DO 
STF NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6.341 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho de Graduação Interdisciplinar 
apresentado como requisito para obtenção do título de 
Bacharel no Curso de Direito da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie. 
 
 
 
 
ORIENTADOR(A): BRUNO CÉSAR LORENCINI 
 
 
 
 
São Paulo 
2023 
 
 
GABRIEL ANADÃO ALIENDE RIBEIRO 
 
 
ATIVISMO JUDICIÁRIO NA PANDEMIA: UMA ANÁLISE SOBRE A DECISÃO 
DO STF NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6.341 
 
 
 Trabalho de Graduação Interdisciplinar 
apresentado como requisito para obtenção do título de 
Bacharel no Curso de Direito da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie. 
 
 
Aprovad(o)a em: ____/____/____ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
Examinador(a): 
 
 
 
Examinador(a): 
 
 
 
Examinador(a): 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Na vida, nada se conquista sozinho. Portanto, expresso minha profunda gratidão a 
todos que contribuíram para a conclusão deste trabalho e para mais uma etapa em minha 
trajetória acadêmica. 
 
Gostaria de agradecer em especial ao meu orientador, Prof. Dr. Bruno César 
Lorencini, e sua equipe, bem como a todos os professores e funcionários do Mackenzie, que 
desempenharam um papel fundamental no meu desenvolvimento. 
 
Aos meus pais e familiares, sou imensamente grato por seu apoio e encorajamento 
ao longo desta segunda graduação. 
 
Também não posso deixar de mencionar os grandes amigos que fiz no Mackenzie, 
com os quais compartilhei inúmeras experiências e construí uma parceria que levo comigo 
para sempre. 
 
A todos vocês, minha sincera gratidão pelo suporte e pela dedicação em tornar 
possível essa conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, 
mas em descobrir o certo e sustentá-lo, 
onde quer que ele se encontre, 
contra o errado.” 
 
Theodore Roosevelt (1858 – 1919) 
26º Presidente dos EUA 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo oferecer um panorama sobre a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) 6.341, proposta pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), 
em razão da Medida Provisória 926/2020, que modificava a principal legislação sobre o 
enfrentamento ao Covid-19, a Lei 13.979/2020, que visava concentrar no Governo Federal 
o poder de decisão sobre medidas em combate à pandemia da COVID-19, como isolamento, 
quarentena, restrição de locomoção por rodovias, portos e aeroportos, interdição de 
atividades e serviços essenciais. 
Para tanto, será analisado o papel fundamental do Supremo Tribunal Federal como 
defensor da Constituição em momento de crise, apresentando breve histórico sobre o 
conceito de separação dos poderes, ativismo judicial e judicialização, tendo como objeto a 
análise da atuação do STF. 
Essa contextualização, em conjunto com os argumentos apresentados na ADI 6.341 
e com os votos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, serão parâmetro para esclarecer 
se houve ativismo judicial por parte do STF ao declarar que a centralização do poder pelo 
Governo Federal possuía caráter inconstitucional, garantindo, assim, autonomia aos 
prefeitos e governadores para determinarem medidas para o enfrentamento ao coronavírus. 
 
Palavras-chave: Ação Direta de Inconstitucionalidade; Supremo Tribunal Federal; 
Separação dos Poderes; Ativismo Judicial; Judicialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aims to provide an overview of the Direct Action of Unconstitutionality 
(ADI) 6.341, filed by the Democratic Labor Party (PDT), due to Provisional Measure 
926/2020, which modified the main legislation regarding the fight against Covid-19, Law 
13.979/2020, aiming to centralize in the Federal Government the decision-making power 
regarding measures to combat the COVID-19 pandemic, such as isolation, quarantine, 
restriction of movement on highways, ports, and airports, closure of essential activities and 
services. 
 
To achieve this, the fundamental role of the Supreme Federal Court as a defender of 
the Constitution in times of crisis will be analyzed, presenting a brief historical background 
on the concept of separation of powers, judicial activism, and judicialization, focusing on 
the analysis of the Supreme Court's performance. 
 
This contextualization, together with the arguments presented in ADI 6.341 and the 
votes of the Justices of the Supreme Federal Court, will serve as parameters to clarify 
whether there was judicial activism on the part of the Court in declaring that the 
concentration of power by the Federal Government was unconstitutional, thus guaranteeing 
autonomy to mayors and governors to determine measures to address the coronavirus. 
 
Keywords: Direct Action of Unconstitutionality; Supreme Federal Court; Separation of 
Powers; Judicial Activism; Judicialization. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 
2 O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A SEPARAÇÃO DOS PODERES ............... 7 
2.1. Definições Gerais .................................................................................................................. 7 
2.2. O Modelo Tripartite ............................................................................................................. 9 
3 O ATIVISMO JUDICIAL ................................................................................................. 13 
3.1. Conceito ............................................................................................................................... 13 
3.2. Ativismo Judicial e a Judicialização ................................................................................. 15 
4 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6341 ................................ 19 
4.1. Contextualização ................................................................................................................ 19 
4.2. A decisão do STF na (ADI) 6.341 ...................................................................................... 23 
5 Conclusão ............................................................................................................................ 28 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 30 
6 
 
 
1 Introdução 
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) desempenha um papel de extrema importância no 
sistema jurídico brasileiro. Como a mais alta corte do país, o STF é responsável por 
salvaguardar a Constituição e garantir os direitos fundamentais dos cidadãos. Ao longo do 
tempo, o STF tem evoluído e desempenhado um papel fundamental na interpretação das leis e 
na resolução de controvérsias constitucionais. 
O STF possui competências constitucionais que lhe conferem autoridade e 
responsabilidade na interpretação das leis. Suas decisões têm impacto direto na definição dos 
princípios constitucionais e na resolução de conflitos de natureza constitucional. Como 
guardião da Constituição, tem a função de assegurar que as leis e atos normativos estejam em 
conformidade com os princípios constitucionais. 
No sistema jurídico brasileiro, a separação dos poderesé um princípio fundamental. O 
modelo tripartite de separação dos poderes divide as funções estatais entre o Poder Executivo, 
o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. É importante que haja independência e harmonia entre 
esses poderes para garantir o equilíbrio e o bom funcionamento do sistema democrático. Nesse 
contexto, o STF desempenha um papel relevante como o poder responsável pela interpretação 
e aplicação da Constituição. 
Cabe ressaltar, no entanto, que uma questão importante relacionada ao STF é o ativismo 
judicial, uma abordagem interpretativa em que os juízes têm um papel mais ativo na formulação 
de políticas públicas e na defesa de direitos fundamentais. O ativismo judicial, muitas vezes 
envolve uma interpretação mais ampla da lei, extrapolando os limites tradicionais da 
interpretação estritamente legal. No Brasil, esse fenômeno jurídico tem sido objeto de debates 
e discussões, especialmente em relação à sua relação com a judicialização da política, em que 
questões políticas são decididas pelo Judiciário em vez do Legislativo. 
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para o sistema jurídico e para 
o Supremo Tribunal Federal, que precisou tomar decisões importantes relacionadas às medidas 
adotadas pelo governo durante a pandemia. Através da análise da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) 6.341, o STF se pronunciou sobre a constitucionalidade de 
algumas dessas medidas e suas implicações para a sociedade e o sistema jurídico. 
7 
 
No entanto, a decisão que declarou a autonomia dos Estados e Municípios em relação a 
tomada de decisão durante a pandemia da Covid-19, em detrimento da centralização das ações 
sob a autonomia do Governo Federal, conforme proposto pela Medida Provisória nº 926/2020, 
foi alvo de questionamentos acerca da possibilidade de que tenha ocorrido ativismo judicial por 
parte do Supremo Tribunal Federal. 
O presente trabalho é importante para compreender o contexto jurídico brasileiro, e 
permite uma análise concreta do verdadeiro papel do STF no julgamento do feito, como 
garantidor do texto constitucional. 
 
2 O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A SEPARAÇÃO DOS PODERES 
 
2.1. Definições Gerais 
 
Preliminarmente, importante destacar que o Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão 
máximo do Poder Judiciário no Brasil, cuja principal atribuição é ser o Guardião da 
Constituição Federal, garantindo que leis e atos do poder público estejam em conformidade 
com a legislação constitucional, conforme observado pelo artigo 102 da própria Constituição 
Federal de 1988. 
O papel do STF na proteção da Constituição e na garantia dos direitos fundamentais é 
fundamental para o Estado de Direito brasileiro. O artigo 1º da Constituição Federal estabelece 
que a República Federativa do Brasil é um Estado democrático de direito, que tem como 
fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Esses princípios orientam a atuação do 
STF e de todo o sistema judiciário brasileiro na busca pela justiça e pela igualdade. 
A atuação do STF também é fundamental para a garantia dos direitos fundamentais 
previstos na Constituição Federal. O artigo 5º estabelece que todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade. Além disso, a Constituição prevê direitos fundamentais relacionados 
à educação, saúde, trabalho, cultura e outros aspectos da vida em sociedade. O STF tem a 
responsabilidade de garantir que esses direitos sejam respeitados e aplicados em todas as esferas 
do poder público. 
8 
 
A história do Supremo Tribunal Federal tem suas raízes na chegada da Família Real 
Portuguesa ao Brasil em 1808. Nesse contexto, foi estabelecida a Casa de Suplicação do Brasil, 
por meio de um alvará emitido por D. João, Príncipe Regente. A Casa de Suplicação assumiu 
o papel de órgão máximo do sistema judicial brasileiro da época. 
No ano de 1828, a Casa de Suplicação foi substituída pelo Supremo Tribunal de Justiça, por 
meio de uma lei imperial. O tribunal era composto por quinze ministros e desempenhava um 
papel essencial na administração da justiça no período do Império. 
Com a Proclamação da República em 1889, o Supremo Tribunal de Justiça foi renomeado 
como Supremo Tribunal da Justiça, de acordo com o Decreto nº 848, de 11 de outubro de 1890. 
A composição do tribunal permaneceu a mesma, com quinze ministros. 
Entretanto, em 1931, após a Revolução de 1930, ocorreu uma mudança significativa. O 
Decreto nº 19.656, de 3 de fevereiro de 1931, estabeleceu uma redução no número de ministros 
para onze, configurando a formação atual do STF. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, os ministros do STF são nomeados pelo 
Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal. É requisito 
ser brasileiro nato, ter idade entre 35 e 65 anos e possuir reputação ilibada. 
Após a nomeação, os ministros são divididos em duas turmas, cada uma composta por cinco 
membros. O presidente do STF assume a presidência das turmas. O plenário é responsável por 
julgar casos que envolvem a declaração de inconstitucionalidade de leis, enquanto as turmas 
são encarregadas de processos como Recurso Extraordinário, Agravo de Instrumento, Habeas 
Corpus, Recurso em Habeas Corpus, Petição e Reclamação, exceto os casos de competência do 
plenário. 
Ao longo de sua história, o Supremo Tribunal Federal tem desempenhado um papel 
fundamental na defesa da Constituição, na proteção dos direitos fundamentais e na interpretação 
da legislação brasileira. Suas decisões têm um impacto abrangente no sistema jurídico do país, 
contribuindo para a manutenção do Estado de Direito e da ordem constitucional. 
As competências do Supremo Tribunal Federal são definidas nos arts. 102 e 103 da 
Constituição Federal. Doutrinariamente, conforme mencionado por Alexandre de Moraes em 
sua obra "Direito Constitucional" (2015), o Supremo Tribunal Federal (STF) possui duas 
categorias de competência: a originária e a recursal. 
9 
 
A competência originária do STF refere-se à sua capacidade de atuar como uma Corte de 
Constitucionalidade, possuindo respaldo para julgar diretamente certos tipos de casos como, 
por exemplo, o habeas corpus1, sem que haja a necessidade de passar por instâncias inferiores. 
Esse controle concentrado de constitucionalidade, segue o modelo de justiça constitucional 
europeu, que se baseia na existência de um Tribunal Constitucional com competência específica 
para lidar com litígios constitucionais. 
Nesse sentido, em diversos ordenamentos jurídicos, a jurisdição constitucional desempenha 
quatro funções básicas: verificar a regularidade do regime democrático e do Estado de Direito, 
preservar o equilíbrio entre o Estado e a sociedade, especialmente em relação à proteção dos 
direitos fundamentais, garantir o bom funcionamento dos poderes públicos e preservar a 
separação dos poderes, e controlar a constitucionalidade das leis e atos normativos (MORAES, 
2015, p. 582). 
Em sua vertente originária, compete, também, ao Supremo Tribunal Federal o julgamento 
de conflitos de competência, que ocorre quando dois ou mais juízes se declaram competentes 
ou incompetentes para julgar um processo ou quando juízes discordam quanto à reunião ou 
separação de processos e descumprimentos de preceitos constitucionais fundamentais, que 
possibilita ajuizamento de ação com o objetivo de evitar ou reparar lesão a preceito fundamental 
resultante de ato do poder público. 
Por sua vez, a competência recursal do STF está relacionada aos recursos que são 
apresentados ao tribunal após o julgamento em instâncias inferiores. Nesse contexto, o STF 
atua como a última instância recursal, responsável por revisar as decisões contestadas. São 
exemplos de competência os recursoordinários extraordinários, permitindo ao STF a análise 
de casos que já foram decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, nos quais se 
alega uma violação direta da Constituição Federal (MORAES, 2015, p. 592). 
 
2.2. O Modelo Tripartite 
 
A separação de poderes é um princípio fundamental do Estado Democrático de Direito, 
que estabelece a divisão das funções do Estado em três poderes independentes e autônomos: o 
 
1 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 134. “A Constituição Federal 
prevê no artigo 5.°, LXVIII, que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.” 
10 
 
poder Executivo, o poder Legislativo e o poder Judiciário. Esse princípio foi teorizado por 
diversos filósofos e pensadores clássicos como Aristóteles, John Locke, Immanuel Kant e 
Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como Montesquieu, cujo pensamento analisaremos 
a seguir. 
O modelo tripartite, como ficou conhecido esse princípio de organização política, é em 
conjunto com a não interferência estatal na econômica e na vida dos indivíduos e da proteção 
dos direitos individuais, um dos pilares do Estado Liberal, que emergiu no final do século XVIII 
e início do século XIX. 
Através do liberalismo, pretendia-se romper com a ordem político-social medieval e o 
sistema jurídico-político do Estado que, na época, possuía como característica o absolutismo e 
o feudalismo, através da defesa dos direitos fundamentais e da liberdade dos indivíduos. 
Nesse sentido, para o filósofo grego Aristóteles, cuja ideia de tripartição de poderes é 
atribuída, em todo sistema governamental, são encontrados três elementos essenciais que o 
legislador sábio deve estruturar de forma adequada. Quando esses três componentes estão 
devidamente ajustados, o governo opera de maneira eficiente, sendo que as divergências entre 
eles são a fonte de sua força. O primeiro desses elementos é encarregado de deliberar sobre os 
assuntos do Estado. O segundo engloba todas as instituições ou poderes constituídos, ou seja, 
aqueles necessários para a execução das tarefas estatais, incluindo suas responsabilidades e o 
modo como são cumpridas. O terceiro elemento abrange as funções relacionadas à aplicação da 
justiça (ARISTÓTELES, 2000, p. 127). 
De acordo com Montesquieu, filósofo que foi responsável por aprofundar e difundir o 
tema, a separação de poderes é um mecanismo essencial para garantir a liberdade e a igualdade 
dos cidadãos. O filósofo acreditava que, para evitar a tirania e o abuso de poder, era necessário 
que as funções do Estado fossem divididas entre diferentes órgãos, cada um com sua própria 
esfera de competência e responsabilidade. 
Assim, o poder Executivo seria responsável pela administração do Estado e pela 
implementação das políticas públicas, enquanto o poder Legislativo seria responsável pela 
elaboração das leis e pelo controle das atividades do Executivo. Por sua vez, o poder Judiciário 
seria responsável pela aplicação das leis e pela solução de conflitos judiciais, sob o risco de 
desaparecimento da divisão dos poderes em caso de centralização: 
Montesquieu acreditava que, ao dividir as funções do Esta Quando, na mesma pessoa 
ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não 
11 
 
há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou mesmo o Senado faça 
leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Também não haverá liberdade se o Poder 
de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com 
o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o 
Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força 
de um opressor. Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de 
principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis; o de 
executar as resoluções públicas; e o de julgar os crimes ou as demandas dos 
particulares (MONTESQUIEU, 2008, p. 67). 
 
Montesquieu acreditava que, ao dividir as funções do Estado dessa forma, cada poder 
seria capaz de limitar o poder dos outros, criando um sistema de freios e contrapesos que 
impediria a concentração de poder nas mãos de uma única autoridade. Isso garantiria a proteção 
dos direitos e das liberdades individuais, além de garantir a estabilidade e a harmonia do Estado. 
No entanto, para ele, a separação de poderes não significa que esses poderes atuem de 
forma isolada e independente. Pelo contrário, é fundamental que haja colaboração e interação 
entre eles, de forma a garantir o funcionamento adequado do Estado. Assim, é importante que 
o poder Executivo e o Legislativo respeitem as decisões do Judiciário e vice-versa, em um 
sistema de mútuo respeito e cooperação. 
Dessa forma, a separação dos poderes consolidou-se como princípio fundamental do 
Estado Liberal. Ainda que houvesse variações do texto constitucional de país para país, o 
modelo tripartite ganhou notoriedade, inclusive, configurando-se como condição da própria 
existência de uma Constituição, de acordo com o artigo 16º da Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789: 
Artigo 16º- Qualquer sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos, 
nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição. 
 
Nos dizeres de Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal: 
A maior parte dos Estados democráticos do mundo se organizam em um modelo de 
separação de Poderes. As funções estatais de legislar (criar o direito positivo), 
administrar (concretizar o Direito e prestar serviços públicos) e julgar (aplicar o 
Direito nas hipóteses de conflito) são atribuídas a órgãos distintos, especializados e 
independentes. Nada obstante, Legislativo, Executivo e Judiciário exercem um 
controle recíproco sobre as atividades de cada um, de modo a impedir o surgimento 
de instâncias hegemônicas, capazes de oferecer riscos para a democracia e para os 
direitos fundamentais (BARROSO, 2019, p. 19). 
 
Estabelecida como forma de organização política a ser adotada por países democráticos, 
a tripartição dos poderes também foi fundamental para elaboração da Constituição Federal de 
12 
 
1988, prevista no artigo 2º do texto constitucional e configurada como cláusula pétrea, 
conforme artigo 60, § 4º, III, da Constituição Federal: 
Artigo 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será 
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III - a separação dos 
Poderes. 
 
No contexto de separação dos poderes, cada poder atua de forma individualizada, de 
maneira que possua uma responsabilidade predominante e única. Sendo assim, nenhum dos 
poderes possui capacidade de se sobrepor aos demais e, inclusive, ocorre a necessidade de 
trabalharem de forma conjunta para harmonia do funcionamento estatal. 
A função individualizada de cada poder é objeto de estudo do Ministro Alexandre de 
Moraes, em sua obra Direito Constitucional. Vejamos. 
As funções típicas do Poder Legislativo são legislar e fiscalizar, tendo ambas o mesmo 
grau de importância e merecedoras de maior detalhamento. Dessa forma, se por um lado a 
Constituição prevê regras de processo legislativo, para que o Congresso Nacional elabore as 
normas jurídicas, de outro, determina que a ele compete a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo. (MORAES, 2015, p. 432) 
Moraes define também o que configuraria função atípica do poder legislativo: 
As funções atípicas constituem-se em administrar e julgar. A primeira ocorre, 
exemplificativamente, quando o Legislativo dispõe sobre sua organização e 
operacionalidade interna, provimento de cargos, promoções de seus servidores; 
enquanto a segunda ocorrerá, porexemplo, no processo e julgamento do Presidente 
da República por crime de responsabilidade. (MORAES, 2015, p. 432). 
 
O Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos 
atos de chefia de estado, de governo e de administração. A Chefia do Poder Executivo foi 
confiada pela Constituição Federal ao Presidente da República, a quem compete seu exercício, 
auxiliado pelos Ministros do Estado, compreendendo, ainda, o braço civil da administração 
(burocracia) e o militar (Forças Armadas), consagrado mais uma vez o presidencialismo, 
concentrando na figura de uma única pessoa a chefia dos negócios do Estado e do Governo. 
(MORAES, 2015. p. 492) 
Quanto a atipicidade, é o pensamento do autor: 
O Executivo, portanto, além de administrar a coisa pública (função típica), de onde 
deriva o nome república (res pública), também legisla (artigo 62 – Medidas 
Provisórias) e julga (contencioso administrativo), no exercício de suas funções 
atípicas. (MORAES, 2015, p. 492). 
13 
 
Por fim, no que diz respeito ao Poder Judiciário, entende-se que o lado da função de 
legislar e administrar, o Estado exerce a função de julgar, ou seja, a função jurisprudencial, 
consistente na imposição da validade do ordenamento jurídico, de forma coativa, toda vez que 
houver necessidade. Dessa forma, a função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou seja, 
julgar, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é posto, resultante de um conflito de 
interesses. (MORAES, 2015. p. 527) 
No que diz respeito a atipicidade, Moraes explica: 
O Judiciário, porém, como os demais Poderes Judiciário possui outras funções, 
denominadas atípicas, de natureza administrativa e legislativa. São de natureza 
administrativa, por exemplo, concessão de férias aos seus membros e serventuários; 
prover, na forma prevista nessa Constituição, os cargos de juiz de carreira na 
respectiva jurisdição. São de natureza legislativa a edição de normas regimentais, pois 
compete ao Poder Judiciário elaborar seus regimentos internos, com observância das 
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a 
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e 
administrativos. (MORAES, 2015, p. 528). 
 
 
3 O ATIVISMO JUDICIAL 
 
3.1. Conceito 
 
O ativismo judicial é um conceito controverso e complexo dentro do sistema jurídico 
brasileiro. Trata-se de uma ideia que sugere que os juízes devem assumir uma postura mais 
proativa na interpretação da lei e na proteção dos direitos fundamentais, mesmo quando isso 
signifique interferir nas funções dos outros poderes, afetando, diretamente, o modelo tripartite. 
Nesse sentido, o ativismo judicial rompe com a concepção tradicional de que o papel do 
Judiciário se limita à mera aplicação da lei de acordo com critérios estritamente formais. E 
ainda vai além, os juízes ativistas assumem um papel mais ativo na defesa dos direitos 
individuais e coletivos, configurando uma ampla participação do Judiciário na concretização 
dos valores e fins constitucionais, com maior interferência no espaço de atuação dos outros dois 
Poderes. (BARROSO, 2009, p. 6) 
A definição de ativismo judicial é, também, idealizada por Ramos (2010), que propõe a 
mudança da natureza da atividade típica de um Poder Judiciário que, cada vez mais, passa a 
atuar em determinadas situações que não eram tipicamente previstas como objeto de sua função 
jurisdicional: 
14 
 
 
Por ativismo judicial deve-se entender o exercício da função jurisdicional para além 
dos limites impostos pelo próprio ordenamento que incumbe, institucionalmente, ao 
Poder Judiciário fazer atuar, resolvendo litígios de feições subjetivas (conflitos de 
interesse) e controvérsias jurídicas de natureza objetiva (conflitos normativos). Há 
como visto uma sinalização claramente negativa no tocante às práticas ativistas, por 
importarem na desnaturação da atividade típica do Poder Judiciário, em detrimento 
dos demais Poderes. (RAMOS, 2010. p. 129) 
 
O fenômeno do ativismo judicial pode ser analisado através de muitas perspectivas e, 
ainda, não possui um conjunto de normas que o regularizem ou definam a maneira certa de sua 
manifestação. Portanto, a prática divide a opinião popular e dos doutrinadores. 
 Defensores do ativismo judicial argumentam que a atividade é primordial para 
manutenção e proteção dos direitos fundamentais ao assegurar que a lei seja interpretada de 
forma apropriada. Afinal, seria compreensível que os juízes tivessem a liberdade de interpretar 
a lei de acordo com os princípios constitucionais e os valores democráticos, mesmo que isso 
implique em se colocar em conflito frente aos poderes Executivo e/ou Legislativo. 
Nesse sentido, Oliveira (2015) defende a ideia de que o ativismo judicial é uma 
importante ferramenta para suprir possíveis lacunas normativas: 
[...] o ativismo judicial é tomado no sentido de medida que existe para atenuar o hiato 
entre o ideal político e a realidade constitucional; ocorre para preencher o vácuo 
deixado pelo legislador em torno do seu papel político apropriado, visando aprimorar 
a democracia, para afirmar direitos fundamentais. (OLIVEIRA, 2015, p. 287). 
 
Esse entendimento também é adotado por Barroso (2009) que identificou a existência 
de uma crise normativa: 
Nos últimos anos, uma persistente crise de representatividade, legitimidade e 
funcionalidade no âmbito do Legislativo tem alimentado a expansão do Judiciário 
nessa direção, em nome da Constituição, com a prolação de decisões que suprem 
omissões e, por vezes, inovam na ordem jurídica, com caráter normativo geral. 
(BARROSO, 2009, p. 16). 
 
Por outro lado, os críticos do ativismo judicial argumentam que essa prática pode violar 
a separação dos poderes e enfraquecer a democracia. Eles defendem que os juízes devem limitar 
sua atuação à aplicação da lei, sem se envolver nas funções dos outros poderes. Segundo eles, 
essa é a única forma de garantir a harmonia e o equilíbrio entre os poderes. 
Nesse ponto, o lado negativo do ativismo judicial é apontado por Ronald Dworkin 
(1999): 
O ativismo é uma forma virulenta de pragmatismo jurídico. Um juiz ativista ignoraria 
15 
 
o texto da Constituição, a história de sua promulgação, as decisões anteriores da 
Suprema Corte que buscaram interpretá-la e as duradouras tradições de nossa cultura 
política. O ativista ignoraria tudo isso para impor a outros poderes do Estado seu 
próprio ponto de vista sobre o que a justiça exige. O direito como integridade condena 
o ativismo e qualquer prática de jurisdição constitucional que lhe esteja próxima. 
(DWORKIN, 1999, pg.451-452) 
 
Entretanto, ainda que a preocupação se justifique e existam diversas críticas pertinentes 
ao ativismo, é perceptível o direcionamento doutrinário em favor do fenômeno, conforme 
observado por Hélder Fábio Cabral Barbosa (2011): 
Pensadores do direito podem se mostrar contrários ao ativismo judicial, sob a 
alegação de que um acréscimo de poder ao judiciário seria um desvio de finalidade, 
desvio do fim do judiciário, entretanto inexiste tal afirmação, uma vez que os juízes 
estariam apenas aplicando o direito, os direitos fundamentais em especial, direitos 
estes que gozam de auto executoriedade. (BARBOSA, 2011, p.151) 
 
3.2. Ativismo Judicial e a Judicialização 
 
A verdade é que o ativismo judicial está enraizado no próprio processo de judicialização, 
e que nada possui de atípico. 
Segundo Barroso (2009, p. 12), o ativismo judicial está enraizado em um processo mais 
amplo, chamado de judicialização. Esse fenômeno significa que algumas questões de larga 
repercussão política ou social estão sendo decididas por órgãos do Poder Judiciário, e não pelas 
instâncias políticas tradicionais, quer sejam o Congresso Nacional e o Poder Executivo. 
No entanto, essa situação não é característica do sistema judiciário brasileiro. Na 
verdade, já são notóriosos casos de judicialização da política ao redor do mundo, onde matérias 
de grande interesse coletivo foram objeto de ação por parte do sistema judiciário. 
Após o término da Segunda Guerra Mundial, observou-se em grande parte dos países 
ocidentais um aumento da influência da justiça constitucional em relação à política majoritária, 
que é exercida pelo Legislativo e pelo Executivo, com base no voto popular. Esse fenômeno é 
evidente em diversos exemplos que, inclusive, são citados por Barroso (2009, p. 11). 
a) No Canadá, a Suprema Corte foi chamada a se manifestar sobre a constitucionalidade 
de os Estados Unidos fazerem testes com mísseis em solo canadense; 
b) Nos Estados Unidos, o último capítulo da eleição presidencial de 2000 foi escrito 
pela Suprema Corte, no julgamento de Bush v. Gore; 
16 
 
c) Em Israel, a Suprema Corte decidiu sobre a compatibilidade, com a Constituição e 
com atos internacionais, da construção de um muro na fronteira com o território palestino; 
d) A Corte Constitucional da Turquia tem desempenhado um papel vital na preservação 
de um Estado laico, protegendo-o do avanço do fundamentalismo islâmico; 
e) Na Hungria e na Argentina, planos econômicos de largo alcance tiveram sua validade 
decidida pelas mais altas Cortes, 
f) Na Coréia, a Corte Constitucional restituiu o mandato de um presidente que havia 
sido destituído por impeachment. 
Barroso (2009) demonstra, ainda, que as origens do ativismo judicial remontam à 
jurisprudência norte-americana. É o que se verifica no trecho: 
Registre-se que o ativismo foi, em um primeiro momento, de natureza conservadora. 
Foi na atuação proativa da Suprema Corte que os setores mais reacionários 
encontraram amparo para a segregação racial (Dred Scott v. Sanford, 1857) e para a 
invalidação das leis sociais em geral (Era Lochner, 1905-1937), culminando no 
confronto entre o Presidente Roosevelt e a Corte, com a mudança da orientação 
jurisprudencial contrária ao intervencionismo estatal (West Coast v. Parrish, 1937). A 
situação se inverteu completamente a partir da década de 50, quando a Suprema Corte, 
sob a presidência de Warren (1953-1969) e nos primeiros anos da Corte Burger (até 
1973), produziu jurisprudência progressista em matéria de direitos fundamentais, 
sobretudo envolvendo negros (Brown v. Board of Education, 1954), acusados em 
processo criminal (Miranda v. Arizona, 1966) e mulheres (Richardson v. Frontiero, 
1973), assim como no tocante ao direito de privacidade (Griswold v. Connecticut, 
1965) e de interrupção da gestação (Roe v. Wade, 1973). (BARROSO, 2009, p. 14). 
 
Tendo em vista esses exemplos, é notório que a política e a justiça estão cada vez mais 
atuando de forma conjunta, sendo essa uma característica do mundo contemporâneo. Ainda, 
existe um crescente interesse da população em acompanhar os julgamentos e decisões. A 
visibilidade pública que advém do processo de judicialização, segundo Barroso (2009, p. 12) 
contribui para a transparência, para o controle social e, em última análise, para a democracia. 
No entendimento do Ministro do Supremo Tribunal Federal, o fenômeno da 
judicialização acontece em razão de múltiplas causas que, expressam tendência mundial, ou 
estão ligadas de forma intrínseca ao modelo institucional encontrado no Brasil. É o que se 
verifica a seguir. 
Na visão de Barroso, a primeira causa é a redemocratização do Brasil, marcada pela 
promulgação da Constituição de 1988, que desempenhou um papel fundamental no aumento da 
judicialização no país. Durante as últimas décadas, houve um fortalecimento das garantias da 
17 
 
magistratura, resultando em um Judiciário que se tornou um poder político capaz de garantir o 
cumprimento da Constituição e das leis, mesmo em situações de confronto com os demais 
poderes. 
No Supremo Tribunal Federal, uma nova geração de ministros, não vinculada ao regime 
militar, assumiu cargos de destaque, trazendo uma perspectiva renovada para a interpretação e 
aplicação das leis. Paralelamente, o ambiente democrático incentivou uma maior consciência 
dos direitos e da cidadania por parte de diversos segmentos da população, levando-os a buscar 
proteção e defesa de seus interesses junto ao Judiciário. 
Essa demanda crescente por justiça também impulsionou a expansão do Ministério 
Público, que passou a atuar em áreas além da esfera penal, assim como o aumento da presença 
da Defensoria Pública em várias regiões do país. 
A segunda causa identificada por Barroso é a ampla constitucionalização, que 
incorporou diversas matérias à Constituição que anteriormente eram deixadas para o processo 
político majoritário e para legislação ordinária, é uma tendência mundial. Essa tendência teve 
início com as Constituições de Portugal (1976) e Espanha (1978) e foi fortalecida no Brasil com 
a Constituição de 1988. 
A Constituição brasileira é detalhada, ambiciosa e demonstra uma desconfiança em 
relação ao legislador. Constitucionalizar um assunto significa transformar uma questão política 
em uma questão jurídica. Quando uma questão - seja um direito individual, uma obrigação do 
Estado ou um objetivo público - é regulada por uma norma constitucional, ela se torna 
potencialmente uma pretensão jurídica que pode ser objeto de ação judicial. 
Por fim, a terceira causa se refere ao sistema de controle de constitucionalidade no 
Brasil é reconhecido internacionalmente como um dos mais abrangentes. É um sistema híbrido, 
que combina elementos dos sistemas americano e europeu. 
Desde o início da República, adotamos a abordagem americana de controle incidental e 
difuso, em que qualquer juiz ou tribunal pode deixar de aplicar uma lei considerada 
inconstitucional em um caso específico. Além disso, também incorporamos o modelo europeu 
de controle por ação direta, que permite que certas questões sejam levadas diretamente ao 
Supremo Tribunal Federal de forma abstrata. 
Essa combinação de abordagens permite que diversos órgãos e entidades, como 
associações profissionais e sindicatos, possam propor ações diretas. Essa ampla possibilidade 
18 
 
de propositura de ações faz com que praticamente qualquer questão política ou moralmente 
relevante possa ser levada ao STF para análise de sua constitucionalidade. 
Barroso demonstra ainda que, apesar de ser considerado um tema recente, a 
judicialização já acontece há muitos anos no sistema judiciários brasileiro, e aponta que o 
processo tem sido de grande importância para a jurisprudência, como no caso do mandado de 
injunção2: 
Ao se lançar o olhar para trás, pode-se constatar que a tendência não é nova e é 
crescente. Nos últimos anos, o STF pronunciou-se ou iniciou a discussão em temas 
como: (i) Políticas governamentais, envolvendo a constitucionalidade de aspectos 
centrais da Reforma da Previdência (contribuição de inativos) e da Reforma do 
Judiciário (criação do Conselho Nacional de Justiça); (ii) Relações entre Poderes, com 
a determinação dos limites legítimos de atuação das Comissões Parlamentares de 
Inquérito (como quebras de sigilos e decretação de prisão) e do papel do Ministério 
Público na investigação criminal; (iii) Direitos fundamentais, incluindo limites à 
liberdade de expressão no caso de racismo (Caso Elwanger) e a possibilidade de 
progressão de regime para os condenados pela prática de crimes hediondos. Deve-se 
mencionar, ainda, a importante virada da jurisprudência no tocante ao mandado de 
injunção, em caso no qual se determinou a aplicação do regime jurídico das greves no 
setor privado àquelas que ocorram no serviço público. (BARROSO, 2009, p. 13). 
 
Diante do que foi demonstrado, conclui-se que o processo de judicialização nada possui 
de atípico. Muito pelo contrário, trata-se de um processo moderno, que acontece em 
alinhamento com os diversos países do mundo. A judicialização nada mais é do que uma 
ocorrência natural do progresso do sistema judiciário brasileiro, reunindoa evolução do corpo 
legislativo e as ramificações da Constituição Federal de 1988. 
Nesse ponto, uma vez já demonstrados os conceitos de ativismo judicial e do processo 
de judicialização, importante fazer um paralelo entre os dois fenômenos que, por muitas vezes, 
causam estranhamento ao sugerir se tratar de dois termos com o mesmo significado. 
Antes de tudo, cabe ressaltar, novamente, que o ativismo judicial é uma consequência 
da própria judicialização, ainda que não estejam diretamente relacionados. 
Conforme demonstrado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, a judicialização significa 
que, em síntese, questões de larga repercussão política ou social estão sendo decididas por 
órgãos do Poder Judiciário. O ativismo judicial, por sua vez, se comporta de maneira diferente: 
 
2 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 181. “O mandado de injunção 
consiste em uma ação constitucional de caráter civil e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do 
Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na 
Constituição Federal. Juntamente com a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, visa ao combate à 
síndrome de inefetividade das normas constitucionais.” 
19 
 
A judicialização e o ativismo judicial são primos. Vêm, portanto, da mesma família, 
frequentam os mesmos lugares, mas não têm as mesmas origens. Não são gerados, a 
rigor, pelas mesmas causas imediatas. A judicialização, no contexto brasileiro, é um 
fato, uma circunstância que decorre do modelo constitucional que se adotou, e não um 
exercício deliberado de vontade política. Em todos os casos referidos acima, o 
Judiciário decidiu porque era o que lhe cabia fazer, sem alternativa. Se uma norma 
constitucional permite que dela se deduza uma pretensão, subjetiva ou objetiva, ao 
juiz cabe dela conhecer, decidindo a matéria. Já o ativismo judicial é uma atitude, a 
escolha de um modo específico e proativo de interpretar a Constituição, expandindo 
o seu sentido e alcance. (BARROSO, 2009, p. 6) 
 
Dessa forma, o ativismo judicial é relacionado ao agente que realiza a interpretação 
constitucional e a maneira que o mesmo adota para decidir. Em contraste com uma interpretação 
estritamente literal ou restritiva, os juízes ativistas buscam ampliar o significado e o alcance das 
disposições constitucionais, visando proteger os direitos fundamentais e promover os valores 
essenciais. Assim, leva-se em conta o contexto social, histórico e os princípios constitucionais 
relevantes. 
A postura ativista, segundo Barroso (2009, p. 14), se manifesta por meio de diferentes 
condutas que incluem: 
a) a aplicação direta da Constituição a situações não expressamente contempladas em 
seu texto e independentemente de manifestação do legislador ordinário; 
b) a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos emanados do legislador, 
com base em critérios menos rígidos que os de patente e ostensiva violação da 
Constituição; 
c) a imposição de condutas ou de abstenções ao Poder Público, notadamente em 
matéria de políticas públicas. 
 
4 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6341 
 
4.1. Contextualização 
 
Uma vez demonstrada a função constitucional exercida pelo Supremo Tribunal Federal 
(STF), bem como os conceitos de separação dos poderes, ativismo judicial e judicialização da 
justiça, para análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6.341, é importante elucidar 
o cenário de pandemia e crise sanitária global predominante no momento em que foi editada a 
20 
 
Medida Provisória 926 pelo Governo Federal. Somente assim é possível compreender se a 
decisão do STF recai em ativismo judicial. 
A pandemia de COVID-19 teve um impacto sem precedentes em todo o mundo. Desde 
o seu surgimento, em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, o vírus se espalhou 
rapidamente para outros países, instaurando uma crise sanitária que afetou profundamente a 
sociedade, impondo restrições e mudanças significativas em nossas vidas cotidianas. As 
medidas de isolamento social, distanciamento físico e uso de máscaras foram adotadas em 
grande parte dos países, gerando impactos econômicos, sociais e psicológicos. 
Nesse contexto, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na tomada de 
decisão das autoridades, especialmente em relação às políticas de saúde pública e economia. A 
resposta à pandemia se tornou um grande desafio para os governos, que precisaram lidar com 
questões complexas, como o equilíbrio entre as medidas de saúde pública e os impactos 
econômicos, a distribuição de recursos, a coordenação entre os níveis de governo e a 
comunicação com a população. 
Em muitos países, como é o caso do Brasil, a pandemia gerou debates acerca da eficácia 
das medidas adotadas e a necessidade de mudanças nas políticas públicas. As decisões das 
autoridades foram questionadas por diferentes setores da sociedade e alvos de controvérsias. 
O que se verifica é que a pandemia levantou questões complexas em relação aos direitos 
e liberdades individuais, especialmente em relação às medidas de isolamento social e restrições 
de circulação. Em muitos países, foram apresentados recursos judiciais contestando a legalidade 
das medidas adotadas e a restrição de direitos fundamentais. 
Além disso, a pandemia também gerou debates acerca da atuação do sistema judiciário 
em relação às políticas públicas adotadas pelos governos para enfrentar a crise sanitária. Em 
alguns casos, decisões judiciais questionaram as medidas adotadas pelos governos, levantando 
questões sobre o papel do judiciário em relação à tomada de decisão das autoridades. 
Diante desse cenário, o governo federal submeteu ao Congresso Nacional o Projeto de 
Lei n° 23/2020, que posteriormente foi promulgado como a Lei n° 13.979/2020, cujo intuito 
era o estabelecimento de uma base legal para a implementação de medidas de combate à Covid-
19. 
Nesse sentido, prevê o documento assinado pelo ex-ministro da saúde, Henrique 
Mandetta: 
21 
 
Considerando a situação de emergência de saúde pública de importância internacional 
decorrente do Coronavírus, consoante já reconhecido pela Organização Mundial de 
Saúde - OMS, o anteprojeto de lei visa adequar a legislação interna, coordenando as 
ações e os serviços do SUS em todas as esferas federativas para permitir uma atuação 
eficiente e eficaz, mediante a definição de instrumentos que possibilitem o 
enfrentamento ágil da situação de emergência sanitária internacional existente, 
objetivando a proteção da coletividade, com maior segurança jurídica”. (BRASIL, 
2020) 
 
Em síntese, a Lei abordou os seguintes temas: 
Definição de Emergência de Saúde Pública: A lei estabelece que a emergência de saúde 
pública é uma situação de risco iminente à saúde coletiva, que requer ações rápidas para evitar 
sua disseminação e controle. 
Medidas Sanitárias: A lei permite a implementação de medidas sanitárias para responder 
à emergência, como o isolamento, a quarentena, a realização compulsória de exames médicos, 
testes laboratoriais, tratamentos médicos e vacinação. 
Restrição de Direitos Individuais: Durante a emergência de saúde pública, a lei 
possibilita a restrição de direitos individuais e coletivos, desde que sejam essenciais para 
controlar a propagação da doença, como restrições de circulação, quarentena, isolamento, 
exames médicos e vacinação compulsória. 
Colaboração dos Cidadãos: A lei estabelece que todos devem colaborar com as 
autoridades sanitárias na identificação de pessoas com sintomas, fornecimento de informações 
e cumprimento das medidas determinadas. 
Regime de Teletrabalho: Durante a emergência, a lei permite a adoção do teletrabalho, 
quando possível, como forma de reduzir a circulação de pessoas. 
Dispensa de Licitação: A lei dispensa a necessidade de realizar licitação para aquisição 
de bens,serviços e insumos de saúde necessários para enfrentar a emergência, desde que seja 
comprovada a urgência e a necessidade da compra. 
Prazo de Vigência: A lei é válida durante toda a duração da emergência de saúde pública 
relacionada à COVID-19, podendo ser prorrogada, se necessário. 
Diante do crescimento alarmante de casos de Covid-19 no Brasil e da rápida propagação 
do vírus por todo o território nacional, o governo federal propôs a Medida Provisória 926/2020 
em 20 de março de 2020. Essa medida teve como principal objetivo alterar a legislação 
existente, mais especificamente a lei mencionada anteriormente, cuja ação foi tomada em 
22 
 
resposta à preocupação com o iminente colapso do sistema de saúde, visando agilizar e 
simplificar as medidas necessárias para enfrentar a crise sanitária. 
Nesse contexto, confere o resumo das disposições no sumário executivo da Medida 
Provisória: 
2. Diante do crescimento de casos no País de infecção pelo COVID-19 e a necessidade 
do Sistema único de Saúde (SUS) fazer frente a uma crescente demanda de leitos, 
equipamentos, medicamentos, estrutura física e serviços, em especial de saúde, faz-se 
necessário prever especificidades para a licitação de tais aquisições ou sua dispensa 
de modo a atender a urgência que a situação requer e a flexibilizar requisitos em face 
de possível restrição de fornecedores, otimizando, inclusive a contratação ou 
prestação de serviços internacionais” (BRASIL,2020) 
 
 O texto original da Medida Provisória nº 926 previa alterações nos artigos 3º3, 4º4, 6º5 e 
8º6 da Lei nº 13.979 
Durante sua tramitação no Congresso Nacional foram propostas 126 emendas ao texto 
da Medida Provisória nº 926/2020, que também foi objeto de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, a saber, a ADI 6.341/DF. 
 
 
 
3 Artigo 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do 
coronavírus, poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas: VI - restrição excepcional e temporária 
de entrada e saída do País, conforme recomendação técnica e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa), por rodovias, portos ou aeroportos; VII - requisição de bens e serviços de pessoas naturais e 
jurídicas, hipótese em que será garantido o pagamento posterior de indenização justa; e VIII - autorização 
excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa, 
desde que: a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e b) previstos em ato do Ministério da Saúde. 
4 Artigo 4º Fica dispensada a licitação para aquisição de bens, serviços e insumos de saúde destinados ao 
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus de que 
trata esta Lei. § 1º A dispensa de licitação a que se refere o caput deste artigo é temporária e aplica-se apenas 
enquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. § 2º 
Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Lei serão imediatamente disponibilizadas em 
sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das 
informações previstas no § 3º do artigo 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, 
o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de 
contratação ou aquisição. 
5 Artigo 6º É obrigatório o compartilhamento entre órgãos e entidades da administração pública federal, 
estadual, distrital e municipal de dados essenciais à identificação de pessoas infectadas ou com suspeita de 
infecção pelo coronavírus, com a finalidade exclusiva de evitar a sua propagação. § 1º A obrigação a que se refere 
o caput deste artigo estende-se às pessoas jurídicas de direito privado quando os dados forem solicitados por 
autoridade sanitária. § 2º O Ministério da Saúde manterá dados públicos e atualizados sobre os casos 
confirmados, suspeitos e em investigação, relativos à situação de emergência pública sanitária, resguardando o 
direito ao sigilo das informações pessoais. 
6 Artigo 8º Esta Lei vigorará enquanto perdurar o estado de emergência internacional pelo coronavírus 
responsável pelo surto de 2019. 
23 
 
4.2. A decisão do STF na (ADI) 6.341 
 
Finalmente, passa-se à análise do acórdão da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
6.341, de julgamento em 15 de abril de 2020, ajuizada pelo Partido Democrata Trabalhista 
(PDT) em razão da Medida Provisória 926. 
Importante ressaltar que a iniciativa tomada pelo partido político foi feita dentro dos 
parâmetros estabelecidos no artigo 103 da Constituição Federal, que prevê como legitimados 
para proposição da ação o Presidente da República, as Mesas da Câmara e do Senado Federal, 
a Mesa de Assembleias Legislativas ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, os 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, o Procurador-Geral da República, o Conselho 
Federal da OAB, partidos políticos com representação no Congresso Nacional, confederações 
sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. 
A ação ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) visava ver declarada a 
incompatibilidade parcial, com a Constituição Federal, relativamente às alterações promovidas 
pela Medida Provisória nº 926 no artigo 3º, cabeça, incisos I, II e VI, e parágrafos 8º, 9º, 10 e 
11, da Lei federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e, em medida cautelar, a suspensão da 
eficácia dos dispositivos impugnados, abaixo transcritos: 
Artigo 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância 
internacional decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de 
suas competências, dentre outras, as seguintes medidas: 
I – isolamento; 
II – quarentena; 
........................................................................................................................................ 
VI – restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e 
fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou 
aeroportos de: 
a) entrada e saída do País; e 
b) locomoção interestadual e intermunicipal; 
.......................................................................................................................... 
§ 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o 
exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais. 
§ 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços públicos 
e atividades essenciais a que se referem o § 8º. 
§ 10. As medidas a que se referem os incisos I, II e VI do caput, quando afetarem a 
execução de serviços públicos e atividades essenciais, inclusive as reguladas, 
concedidas ou autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde 
que em articulação prévia com o órgão regulador ou o Poder concedente ou 
autorizador. 
§ 11. É vedada a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o 
funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais, definidas nos termos do 
disposto no § 9º, e cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento 
de gêneros necessários à população. 
 
24 
 
Em síntese, ao ajuizar a ação, o PDT contestou a Medida Provisória (MP) 926 em aspecto 
formal e material: (i) questionou a inconstitucionalidade da medida provisória que disciplinou 
providências de polícia sanitária relacionadas ao enfrentamento da emergência de saúde pública 
causada pelo coronavírus; (ii) alegou que tais providências deveriam ser reguladas por lei 
complementar, conforme previsto na Constituição; (iii) destacou que a competência para tratar 
da saúde é comum aos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e que a 
cooperação entre eles deve ser regulada por lei complementar, não por medida provisória; (iv) 
apontou o abusode poder na edição da medida provisória e a invalidade, por arrastamento, do 
Decreto que a regulamenta, no que se refere à definição de serviços públicos e atividades 
essenciais; (v) argumentou que a competência administrativa comum dos entes federados inclui 
a adoção de medidas de isolamento, quarentena, restrição de locomoção e interdição de 
atividades e serviços essenciais; (vi) ressaltou que a responsabilidade constitucional de cuidar 
da saúde e executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica é compartilhada entre todos 
os entes federados, com base nos artigos 23, inciso II, 198, inciso I, e 200, inciso II, da 
Constituição, (vii) requereu a declaração de nulidade dos dispositivos atacados, tanto em 
relação ao vício formal quanto ao vício material, e a invalidade, por arrastamento, do Decreto 
que os regulamenta; e (viii) buscou, em caráter liminar, a confirmação da invalidade do Decreto 
nº 10.282/2020. 
Em julgamento preliminar, o ministro Marco Aurélio deferiu parcialmente a liminar, no 
sentido de reconhecer a competência concorrente dos entes federados a respeito de saúde e 
explicitou que a Medida Provisória não afastava essa competência concorrente de União, 
Estados e Municípios. 
Nesse sentido, é evidente que a decisão liminar do Relator não se deu no sentido de acolher 
os pedidos elaborados em sede de inicial pelo PDT, mas apenas reafirmar a norma que evidencia 
a competência concorrente dos entes federados no que tange a questões ligadas à saúde. 
Quanto à alegação de vício formal sustentada pelo PDT, o Relator não reconhece que a 
Medida Provisória nº 926/2020 disciplinou matéria reservada à lei complementar e, ainda, 
comenta que o presidente da República agiu de maneira correta e assertiva, no tempo e no 
modo, ao editar medida provisória sobre a matéria, tendo em vista a “urgência e necessidade de 
ter-se disciplina geral de abrangência nacional”. 
A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou Embargos de Declaração, onde, o então 
Advogado-Geral da União, André Mendonça, argumentou que a decisão do Ministro foi 
25 
 
confusa e permitiu a usurpação de competências legislativas e materiais da União. A AGU 
ressaltou que a União tem o poder exclusivo de estabelecer normas gerais de saúde pública, o 
que não foi devidamente considerado na decisão do Ministro, que reconheceu a competência 
compartilhada entre os entes federados. 
A AGU sustentou, também, que a decisão do Ministro não esclareceu como o pedido de 
liminar feito pelo PDT foi analisado, o que poderia gerar instabilidade no sistema federativo e 
causar problemas no fornecimento de insumos básicos. Argumentou-se que a decisão permitiria 
que outros entes federados, além da União, estabelecessem restrições de mobilidade. 
Além disso, afirmou que o objetivo do PDT com a ADI era validar decisões restritivas 
tomadas por autoridades locais em detrimento das normas federais. 
A AGU defendeu ainda que a própria decisão do Ministro Marco Aurélio reconheceu que 
não houve violação constitucional nas normas contestadas, o que justificaria a não concessão 
da liminar. 
Com a manifestação de ambas as partes, no que se refere ao julgamento do mérito, restou 
configurada a seguinte decisão, em alinhamento ao voto do ministro Marco Aurélio, relator do 
caso, cujo entendimento foi de que houve uma inobservância ao editar a Medida Provisória nº 
926 daquilo que é disposto no artigo 23, II da Constituição Federal7: 
Decisão: O Tribunal, por maioria, referendou a medida cautelar deferida pelo Ministro 
Marco Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9º do artigo 
3º da Lei nº 13.979, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera de governo, 
nos termos do inciso I do artigo 198 da Constituição, o Presidente da República poderá dispor, 
mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, vencidos, neste ponto, o 
Ministro Relator e o Ministro Dias Toffoli (Presidente), e, em parte, quanto à interpretação 
conforme à letra b do inciso VI do artigo 3º, os Ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux. 
Redigirá o acórdão o Ministro Edson Fachin. Falaram: pelo requerente, o Dr. Lucas de Castro 
 
7 Artigo 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela 
guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da 
saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672) III - 
proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização 
de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à 
cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 85, de 2015) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar 
as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX 
- promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento 
26 
 
Rivas; pelo amicus curiae Federação Brasileira de Telecomunicações – FEBRATEL, o Dr. 
Felipe Monnerat Solon de Pontes Rodrigues; pelo interessado, o Ministro André Luiz de 
Almeida Mendonça, Advogado-Geral da União; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. 
Antônio Augusto Brandão de Aras, Procurador-Geral da República. Afirmou suspeição o 
Ministro Roberto Barroso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Plenário, 
15.04.2020 (Sessão realizada inteiramente por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). 
No acórdão que confirmou a Medida Cautelar, o Ministro Alexandre de Moraes destacou a 
importância do Federalismo, da separação de poderes e dos direitos fundamentais no Estado 
Democrático de Direito, enfatizando a necessidade de limitar o exercício do poder. 
Ele afirmou que no Brasil, a autonomia dos estados e municípios é a regra e, em momentos 
de crise, os líderes políticos devem seguir os princípios constitucionais. O Ministro explicou 
que a distribuição de competências no Federalismo, tanto em termos administrativos quanto 
legislativos, é baseada no princípio do interesse predominante, seja ele de natureza geral, 
regional ou local. 
Ressaltou, também, que a saúde pública é uma competência compartilhada por todos os 
entes federativos, de acordo com o artigo 23, inciso II, da Constituição Federal8. Além disso, o 
Ministro trouxe à tona questões relacionadas ao federalismo cooperativo e sua aplicação na 
cooperação entre os entes federados. 
O Ministro Edson Fachin também deixou claro que o tema central da ADI nº 6341/DF é o 
Federalismo e a Federação. Afirmou que a questão está relacionada às competências 
concorrentes entre os entes federativos. Além disso, ressaltou que a Lei nº 13.979/2020, embora 
seja de competência exclusiva da União, não restringe ou diminui a autonomia dos demais entes 
federados. O Ministro enfatizou a importância de preservar a autonomia dos entes federativos 
por meio do exercício da competência legislativa da União. 
A Ministra Rosa Weber concordou com a abordagem, afirmando que o cerne da questão 
reside no federalismo e na divisão de competências entre os entes federados. Ela enfatizou que 
o modelo de Estado federal permite lidar com a crise de saúde levando em consideração as 
características regionais e implementar medidas adequadas e relevantes em cada localidade, a 
fim de evitar a desordem jurídica na federação. 
 
8 Artigo 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...] II - cuidar 
da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadorasde deficiência; 
27 
 
O Ministro Luiz Fux concordou com a posição do Ministro Alexandre de Moraes, 
destacando que o artigo 21, XVIII da Constituição Federal, que atribui à União a 
responsabilidade de planejar ações de saúde pública em situações de calamidade, não exclui a 
competência dos demais entes federativos. Defendeu, também, que o Supremo Tribunal Federal 
reconhece a importância de valorizar a legislação local, pois esta pode oferecer medidas 
protetivas mais eficazes do que as normas federais. 
No entanto, o Ministro observou que o sistema federativo brasileiro tende a ser 
centralizador, com uma concentração de competências na União e uma interpretação ampla das 
competências normativas pelo STF, o que limita a descentralização política e administrativa 
para Estados e Municípios. Ele destacou que o federalismo no Brasil pode apresentar variações, 
alternando entre momentos de maior centralização e descentralização, desde que dentro dos 
limites estabelecidos pela Constituição. 
O Ministro Ricardo Lewandowski reconheceu que o federalismo no Brasil sempre teve uma 
característica centralizadora, com a União concentrando muitas competências. Ele ressaltou a 
ausência de uma hierarquia entre os entes federados e destacou o princípio da subsidiariedade. 
Segundo o Ministro, esse princípio significa que tudo aquilo que os entes federados menores 
podem fazer de maneira mais ágil, econômica e eficiente não deve ser realizado pelo ente 
federado maior. Em outras palavras, defendeu a importância de permitir que os entes 
federativos menores exerçam suas competências de forma efetiva, respeitando sua autonomia 
dentro do sistema federativo. 
No seu voto, a Ministra Carmen Lúcia destacou a relevância do federalismo como um pilar 
da democracia, permitindo a participação de todos os entes federativos. Ela ressaltou que a 
competência da União para estabelecer normas gerais não exclui a competência compartilhada 
dos Estados e Municípios. 
A Ministra enfatizou que, diante do sofrimento da população, são os prefeitos que estarão 
mais próximos e aptos a tomar decisões que atendam às necessidades específicas e 
contingências locais. Portanto, é fundamental preservar a autonomia dos Estados e Municípios 
na definição das medidas relacionadas aos serviços essenciais. 
O Ministro Gilmar Mendes reafirmou em seu voto a argumentação apresentada pelo 
Ministro Alexandre de Moraes sobre o princípio do federalismo cooperativo. Enfatizou que a 
28 
 
proteção da saúde, tanto no âmbito administrativo quanto legislativo, é uma responsabilidade 
compartilhada entre a União, os estados e os municípios. 
Mendes ressaltou, ainda, que essa competência é tripartite, ou seja, pertence de forma 
conjunta a esses três entes federativos. Isso destaca a necessidade de cooperação e coordenação 
entre eles para lidar efetivamente com questões relacionadas à saúde pública. 
Dessa maneira, confirmou-se, por maioria dos votos, a medida cautelar deferida pelo 
Relator, Ministro Marco Aurélio. 
Sendo assim, diante do que foi apresentado, a problemática é solucionada ao concluir que 
não há que se falar em ativismo judicial por parte do Supremo Tribunal Federal na decisão 
proferida, uma vez que não havia lacunas normativas a serem preenchidas. Ao interpretar o 
texto constitucional, o STF apenas cumpriu sua função típica como guardião da Constituição. 
Pertinente, portanto, a análise que faz Barroso (2009), no que diz respeito à função do 
Judiciário: 
Em suma: o Judiciário é o guardião da Constituição e deve fazê-la valer, em nome dos 
direitos fundamentais e dos valores e procedimentos democráticos, inclusive em face 
dos outros Poderes. Eventual atuação contramajoritária, nessas hipóteses, se dará a 
favor, e não contra a democracia. Nas demais situações, o Judiciário e, notadamente, 
o Supremo Tribunal Federal deverão acatar escolhas legítimas feitas pelo legislador, 
ser deferentes para com o exercício razoável de discricionariedade técnica pelo 
administrador, bem como disseminar uma cultura de respeito aos precedentes, o que 
contribui para a integridade, segurança jurídica, isonomia e eficiência do sistema. Por 
fim, suas decisões deverão respeitar sempre as fronteiras procedimentais e 
substantivas do Direito: racionaliade, motivação, correção e justiça. (BARROSO, 
2009, p. 21) 
 
5 Conclusão 
 
É notório que o fenômeno do ativismo judicial já faz parte da organização político-jurídica 
brasileira. Não se trata de uma possibilidade teórica, mas de um caminho para que se tomem 
decisões considerando aspectos que não possuem previsão legislativa. 
Ao assumir uma postura ativista, cabe ao julgador ponderar diferentes aspectos. Seja para 
preencher uma lacuna normativa ou fomentar uma expansão às leis, é necessário agir com 
responsabilidade, uma vez que não se deve decidir para estabelecer seu próprio ponto de vista 
ou com o intuito de desconsiderar a legislação vigente. 
29 
 
Nesse sentido, o ativismo judicial se mostra uma evolução necessária para proteção dos 
direitos fundamentais, e encontra respaldo no mundo contemporâneo, uma vez que se 
multiplicam os casos em diversos países do mundo. Entretanto, ainda que sob a prerrogativa 
ativista, devem-se respeitar os princípios constitucionais e o modelo de tripartição dos poderes, 
visando a harmonia e manutenção dos princípios liberais. 
Portanto, é evidente que cabe ao Poder Judiciário se modernizar e estar atento às novas 
necessidades e tendências, não havendo nenhum benefício em permanecer com os antigos 
hábitos e costumes. 
Nesse sentido, o ativismo judiciário na pandemia trouxe à tona importantes reflexões sobre 
a atuação do Poder Judiciário em momentos de crise. A decisão do STF na ADI 6.341, ainda 
que não tenha configurado ativismo judicial, reforçou a importância do ajuizamento de medidas 
de inconstitucionalidade. No caso concreto, a decisão pela autonomia dos governantes locais 
na tomada de decisões em relação ao enfrentamento da pandemia, respeitando as competências 
e atribuições de cada ente federativo, foi de extrema importância para o contexto histórico-
social do período. 
Assim, é essencial que o debate sobre o papel do Judiciário e a separação dos poderes seja 
cada vez mais aprofundado, visando aprimorar o funcionamento do sistema democrático e 
fortalecer as instituições brasileiras. Além disso, é preciso que seja resguardadas as funções 
exercidas pelo Supremo Tribunal Federal, cuja atuação é fundamental para preservação do texto 
legislativo. Dessa forma, poderemos enfrentar crises futuras com mais efetividade e respeito à 
Constituição e às leis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
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TERMO DE AUTENTICIDADE DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
Eu, Gabriel Anadão Aliende Ribeiro 
discente regularmente matriculado(a) na disciplina TCC II, da 10ª etapa do curso de Direito, 
matrícula nº (inserir TIA), período (inserir período), turma (inserir turma), tendo realizado o 
TCC com o título: ATIVISMO JUDICIÁRIO NA PANDEMIA: UMA ANÁLISE SOBRE A 
DECISÃO DO STF NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 6.341 
sob a orientação do(a) Professor(a) Bruno César Lorencini 
declaro para os devidos fins que tenho pleno conhecimento das regras metodológicas para 
confecção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), informando que o realizei sem plágio de 
obras literárias ou a utilização de qualquer meio irregular. 
 
Declaro ainda que, estou ciente que caso sejam detectadas irregularidades referentes às citações 
das fontes e/ou desrespeito às normas técnicas próprias relativas aos direitos autorais de obras 
utilizadas na confecção do trabalho, serão aplicáveis as sanções legais de natureza civil, penal e 
administrativa, além da reprovação automática, impedindo a conclusão do curso. 
 
 
 
 
São Paulo, 12 de maio de 2023. . 
 
 
 
Assinatura do discente

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