Poluição sonora

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Poluição sonora
Prof. Ronaldo Augusto Granha
Descrição
Os conceitos e definições da poluição sonora, seus impactos para o
meio ambiente e formas para seu monitoramento e controle.
Propósito
Para um profissional da área de segurança e/ou meio ambiente e
representante de uma empresa na sociedade, é fundamental conhecer
os conceitos sobre a poluição sonora, principalmente no que tange a
suas causas e consequências, tanto para o meio ambiente quanto para
a sociedade em geral.
Objetivos
Módulo 1
Fontes móveis e �xas de ruído
Identificar as fontes móveis e fixas de ruídos.
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Módulo 2
Métodos de avaliação e medição de nível de
ruído
Reconhecer os métodos de avaliação e medição de nível de ruído.
Módulo 3
Ruído urbano e mitigação de ruído
Reconhecer o que é o ruído urbano e a mitigação de ruído.
Introdução
Olá! Neste vídeo, você vai conhecer os conceitos fundamentais
acerca da poluição sonora.

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1 - Fontes móveis e �xas de ruído
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as fontes móveis e �xas de ruídos.
Vamos começar!
Você sabe quais são as fontes móveis
e �xas de ruídos?
Assista ao vídeo a seguir e conheça essas fontes!
Som e ruído

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Os sons estão presentes em todos os lugares, incluindo a nossa casa, a
faculdade, as ruas ou o trabalho. Utilizamos o som para nos comunicar
com o mundo e, assim, poder aprender, suprir nossas necessidades, nos
prevenir de perigos, nos divertir, trabalhar etc.
Mas o que é o som e como ele funciona? Será que
qualquer som é positivo para nós? Vamos construir a
seguir as respostas para essa e outras questões.
De�nindo o som
O dicionário Michaelis (2022) define o som como um:
Fenômeno acústico que
consiste na vibração que se
propaga num meio elástico,
capaz de ser percebida pelo
sentido da audição.
(MICHAELIS, 2022)
Essa vibração se propaga no ar através das ondas sonoras. Ao chegar
às nossas orelhas, essas vibrações criam uma pressão sonora, que
aciona o nosso sistema auditivo.
Ondas sonoras Pressão sonora

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O que são e como surgem essas vibrações? Para compreender como
ocorre esse processo, vejamos o exemplo de um marceneiro batendo
com um martelo em um prego para fixá-lo em uma tábua.
Para que o prego penetre na madeira, foi preciso martelá-lo várias vezes
e com uma grande força de impacto. Essa força é liberada quando o
martelo atinge o prego, pois o processo de frenagem dele gera um forte
impacto.
Martelo atingindo um prego.
Cada impacto sobre o prego provoca uma variação rápida da pressão do
ar no seu entorno. Tal energia estimulará a vibração das moléculas do
ar. Essa vibração forma, assim, uma onda sonora, ou seja, uma onda
mecânica que se propaga pelo ar. À medida que a onda se distancia da
fonte sonora, sua intensidade vai caindo ou dissipando.
Note que essas vibrações podem se propagar por ambientes ou
elementos em estado sólido, líquido ou gasoso. No exemplo citado, a
vibração do impacto do martelo no prego vai se propagar pelo ar
(gasoso) e pela tábua (sólido). Se você colocar a sua mão em um ponto
da tábua distante da posição do prego, vai sentir tal vibração.
O som é medido pela intensidade (volume) da onda
sonora. A unidade de medida utilizada é o decibel – dB
(BISTAFA, 2018). Quanto maior for a intensidade, maior
será o valor de dB. É possível, então, medir e avaliar os
sons em determinado ambiente.
Note que a velocidade do som aumentará quanto maior for a densidade
do meio. Isso quer dizer que, na situação descrita, a vibração pela tábua
chegará primeiro do que a propagada pelo ar.
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Nossa percepção do som
O nosso corpo é capaz de interagir com o mundo por meio de cinco
sentidos: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato. Esses sentidos
atuam em conjunto na tarefa de nos ajudar a compreender e avaliar o
que ocorre à nossa volta. Eles, por exemplo, podem nos ajudar a decidir
o que vamos fazer ou a apenas “curtir” o que ocorre nesse ambiente.
Em relação ao som, captamos as suas vibrações através de dois
sentidos:

Audição (ouvido)

Tato (pele)
Para entender como isso funciona, imagine-se em três situações:
Ouvindo uma música que você gosta em sua casa.
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Parado ao lado da bateria de uma escola de samba.
Comemorando um gol em um estádio junto com a torcida do seu
time.
Nas três situações, você estaria recebendo e tratando as ondas sonoras
com as suas orelhas e a sua pele, ou seja, você se sentiria ouvindo e
vibrando no ritmo da música com a intensidade da batida da bateria e o
calor das manifestações da torcida. Quanto mais intenso (volumoso) for
o som dessas fontes, maior será a sensação sonora você sentirá.
Assim, se uma pessoa afirma que está sentindo o som entrar pelo seu
corpo ou que está vibrando com a música, acredite! Ela está sentindo a
vibração do som com as orelhas e a pele.
A audição funciona graças à capacidade que nossas orelhas possuem
de receber e processar as vibrações trazidas pelas ondas sonoras
emitidas por fontes próximas, gerando sensações que podemos
compreender. Nosso cérebro utiliza essas sensações para poder
interpretar o seu significado rapidamente, atribuir-lhes um sentido e
tomar as ações necessárias em relação ao que compreendeu. Esse é o
chamado sistema auditivo.
Tal sistema entra em ação quando ondas sonoras emitidas por alguma
fonte próxima chegam às nossas orelhas. Elas captam essas vibrações
através dos tímpanos, que as repassam para a parte mais interna da
orelha, na clóquea, que é uma cavidade com o formato de um caracol
(veja a imagem a seguir). Nessa cavidade, a vibração é codificada como
uma sensação e repassada para o cérebro (BISTAFA, 2018).
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Corte transversal do sistema auditivo ou orelha.
Por fim, vale destacar a importância do sentido do tato (representado
pela nossa pele) no apoio ou na substituição, parcial ou completa, da
audição na captação e no tratamento das ondas sonoras. Nossa pele
também é capaz de tratar essas vibrações e passá-las para o cérebro na
forma de sensações.
Para compreender melhor com isso funciona, vejamos um exemplo
relacionado à música. A princípio, a interação entre a audição, o tato e
as vibrações é empregada para apreciar a música, para afinar
instrumentos musicais ou para poder usá-los a fim de produzir a
música. E tudo isso pode ser realizado sem a audição, isto é, apenas
com a sensação da vibração sobre a pele.
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Beethoven trabalhando em sua maturidade.
Pensemos no exemplo de Ludwig van Beethoven. O famoso compositor
clássico alemão do século XVIII foi perdendo progressivamente a
audição ao longo de sua carreira devido a uma doença. A perda dela não
o impediu de compor obras-primas, mesmo sem poder ouvi-las.
Beethoven compunha usando as vibrações das cordas dos instrumentos
para sentir a música que estava compondo e as tocava da mesma
forma. Vale pesquisar a respeito!
Voltando ao sistema auditivo:
 Observe que, mesmo quando estamos dormindo,
esse sistema permanece em funcionamento,
captando o que ocorre ao nosso redor e
transmitindo as sensações identificadas para o
cérebro. O cérebro vai poder acordá-lo caso ocorra algum
barulho próximo, como o choro de uma criança ou
alguém andando pelo seu quarto - e, é claro, quando
seu despertador tocar!
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De�nição de ruído
O ruído pode ser definido como um som ou conjunto de sons
desnecessários, incômodos ou desagradáveis para as pessoas, os
animais e/ou as plantas, ou seja, a biota. Observe que o termo barulho é
comumente utilizado como sinônimo de ruído.
 É importante observar que as orelhas e a pele
podem captar apenas as vibrações (ondas sonoras)
que chegam até nós dentro de determinado
intervalo de frequência de onda. Elas não
conseguem captar frequências muito altas ou
muito baixas, mesmo que suas fontes estejam
muito próximas.
 E essa capacidade ainda pode sofrer limitações
devido a fatores, como, por exemplo, a idade, a
condição física, as doenças ou a presença de
estruturas ou objetos que bloqueiem ou filtrem o
som.
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Limitação de ruído em hospital.
Há legislações e regulamentações nacionais e internacionais que
estabelecem níveis de som aceitáveis para os seres humanos e a biota.
Também existem legislações estaduais e municipais, além de normas
técnicas, que definem limites para as intensidades do som em
determinados horários ou áreas. É comum a definição de limitações de
ruídos ainda maiores para áreas perto de hospitais ou bairros
residenciais.
Essa preocupação com os ruídos se justifica devido aos possíveis
problemas que eles podem causar à saúde e ao bem-estar, incluindo a
perda de concentração e de audição, além de ansiedade, mal-estar e
doenças nervosas, entre outros problemas de menor ou maior
gravidade.
Exemplo
Um exemplo dos impactos sobre os animais está na produção de ovos
ou de leite, que pode ficar reduzida, pois aves e bovinos podem se
assustar com ruídos e deixar de produzir.
Fontes sonoras
Você já sabe que o som é uma onda mecânica que se propaga pelo
ambiente a partir de uma fonte e que chega até o nosso cérebro através
do sistema auditivo e da pele. Graças a esse sistema, conseguimos
interagir com o meio ambiente e realizar as nossas atividades do dia a
dia.
Você também já está ciente de que alguns desses sons são indesejáveis
ou desagradáveis, o que os classifica como ruídos. Mas quais são as
suas fontes?
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De�nição de níveis aceitáveis de
ruídos
Ao analisar a definição de ruído, você deve ter percebido que ela não o
correlaciona necessariamente a doenças causadas para as pessoas ou
a biota. Ela nos remete à sensação que sentimos ao ouvir o ruído.
Essa sensação é repassada para o cérebro, que pode concluir que esse
ruído é desnecessário, incômodo ou desagradável. O problema está na
intensidade da onda sonora, isto é, a pressão que ela vai exercer sobre o
sistema auditivo.
Consideremos ainda dois pontos:
podemos receber várias ondas sonoras ao mesmo tempo;
a pressão total que elas geram pode ser mais que desagradável, ou
seja, é capaz de ser danosa para a nossa saúde.
Esses aspectos indicam que há um limite de tolerância, a partir do qual
um ruído “chato” se torna efetivamente danoso. Compare:
A sensação de
incômodo auditivo que
você tem ao ficar
próximo a uma grande
avenida em seu dia e
horário de maior
movimento, ou seja,
com lojas abertas,
trânsito intenso e
muitas pessoas
circulando.
A sensação de
incômodo auditivo que
você tem em um horário
de menor movimento,
com lojas fechadas,
poucas pessoas e
tráfego reduzido. Com
certeza, esse incômodo
será reduzido.
Voltando à definição, vemos que ela dá margem ao emprego de critérios
subjetivos para definir o que é um ruído, já que não estabelece um limite
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de tolerância, mas o vincula ao desagrado. Contudo, esses limites
existem em textos legais e técnicos.
Há padrões internacionais, legislações e regulamentações federais,
estaduais e municipais brasileiras, além de normas técnicas, que
estabelecem limites de tolerância ao ruído.
Comentário
Esses limites podem variar de 50 a 85dB para exposições ao ruído sem
protetores auriculares (equipamento de proteção individual).
Trata-se de limites que separam os ruídos do dia a dia que apenas
incomodam, mas não prejudicam efetivamente a nossa saúde ou bem-
estar, daqueles que podem gerar desconfortos e doenças.
A captação das ondas sonoras pelo ser humano.
Fontes sonoras �xas e móveis
As origens das fontes de sons e ruídos são bastante variadas. É fácil
constatar que muitos ruídos são gerados por nós mesmos, enquanto
outros são produzidos por inúmeras fontes sonoras próximas ou
distantes, podendo ter origem humana ou ser advindas da natureza.
Essas fontes podem ser, por exemplo, pessoas, animais, máquinas,
veículos, ou fenômenos atmosféricos, como ventos e trovões.
As fontes naturais, por definição, são externas, enquanto as humanas
podem ser internas ou externas. As fontes humanas podem ser
descritas da seguinte forma:
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Fontes naturais externas
Animais (latidos, mugidos, miados e outros sons de animais),
fenômenos climáticos (ventanias e trovões), quedas de água,
ondas do mar, vulcões, terremotos etc.
Fontes humanas externas
Transportes (aéreo, terrestre, fluvial e marítimo), obras civis,
fábricas, shows, eventos e outras atividades desenvolvidas a
céu aberto e que geram sons ou ruídos.
Fontes humanas internas
Todas as atividades humanas realizadas em ambientes
fechados, incluindo trabalho, estudo, lazer etc.
Essas fontes também podem ser classificadas como móveis ou fixas:
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Fontes móveis
Fontes que se encontram em movimento ao produzir os ruídos. É
o caso dos transportes (aéreo, terrestre, fluvial e marítimo).
Fontes �xas
Todas as demais atividades humanas que geram sons e ruídos,
sendo realizadas em ambiente abertos ou fechados.
Essas classificações são referências importantes para a análise de
meios de tratamento dos ruídos e para a sua redução, ou seja, para a
proteção das pessoas e da biota.
Comentário
Não há muito o que se fazer em relação às fontes naturais, salvo ficar
longe delas ou criar proteções acústicas para reduzir o impacto das
ondas emitidas, por exemplo. Mas é possível tratar as fontes criadas
pelas pessoas.
Para estabelecer essa classificação corretamente em uma avaliação
sobre poluição sonora, por exemplo, é preciso que o referencial, ou seja,
móvel ou fixo em relação a quem ou ao que, seja estabelecido. Vamos
entender um pouco mais a seguir.
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Exemplo
A sirene ligada de uma ambulância em disparada definitivamente é um
ruído. No entanto, a ambulância pode ser tanto uma fonte móvel quanto
uma fixa. Veja:
A ambulância é uma
fonte móvel
Em relação às pessoas
que estão na rua, ou
seja, elas serão
incomodadas apenas
durante a passagem
dela.
A ambulância é uma
fonte �xa
Para os seus
ocupantes. Contínuo, o
ruído só será reduzido
se a sirene for
desligada. Ele é uma
exposição repetitiva
para a equipe que a
utiliza diariamente para
fazer o seu trabalho.
Ruídos propositalmente
desagradáveis
Já sabemos que os ruídos gerados pela natureza são inevitáveis. O
mesmo ocorre com vários tipos deles produzidos pelas pessoas.
É o caso, por exemplo, de ferramentas e máquinas usadas para cortar
objetos sólidos, em que o corte propriamente dito gera muito ruído.
Você já deve ter ouvido o som estridentede ferramentas manuais de
corte de pisos e azulejos ou de madeira.
Para esses ruídos, a solução não está na fonte, e sim no destino deles. É
preciso, portanto, definir proteções individuais ou coletivas para as
pessoas que podem ser atingidas.
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Equipamento de proteção individual para ruído.
Mas existem ruídos que são propositalmente desagradáveis e
indesejáveis, como sirenes e alarmes. Desse modo, eles são úteis, pois
provocam reações que ajudam as pessoas.
Observe alguns exemplos:
Sirenes
Servem para as pessoas abrirem passagem para veículos de
emergência.
Alarmes
Servem para que você acorde.
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Sirenes
Servem para alertar sobre a ocorrência de chuvas fortes.
Alarmes
Servem para indicar que há fumaça ou fogo no ambiente.
Vale observar que o grau de intensidade desses ruídos de alerta pode
ser regulado, o que evita que eles superem os níveis aceitáveis de ruído
pelos nossos sistemas auditivos. As pessoas continuamente expostas a
eles podem usar proteções que reduzem as consequências de
exposições prolongadas, como isolamentos acústicos ou protetores
auriculares.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O som pode ser definido como sendo uma (um):
A peso
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O som é definido como uma vibração que se propaga pelo ar ou
como uma sensação que sentimos ao receber as ondas sonoras.
Questão 2
Quando nos referimos a limites aceitáveis do ruído, estamos
falando de:
Parabéns! A alternativa E está correta.
B ruído
C vibração
D sentido
E força
A perda de audição.
B efeito estufa.
C pressão sonora.
D força de impacto.
E limites de tolerância.
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São os limites de tolerância aos ruídos. Tais limites são definidos
em legislações, regulamentações e normas técnicas.
2 - Métodos de avaliação e medição de nível de ruído
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os métodos de avaliação e medição de
nível de ruído.
Vamos começar!
Você reconhece os métodos de
avaliação e medição de nível de
ruído?
Saiba mais sobre tais métodos neste vídeo.

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Aspectos da poluição sonora
A poluição gera a degradação do meio ambiente. Vários agentes
poluentes podem contribuir para esse efeito, sendo oriundos de diversas
origens. Como já vimos, esses agentes podem ser sólidos, líquidos ou
gasosos, além de serem compostos por um ou vários elementos.
Mas você sabia que o excesso de ruído nos ambientes que
frequentamos também é um tipo de poluição? Trata-se da poluição
sonora, que pode prejudicar a saúde das pessoas e da biota. Vamos
estudar adiante suas origens e consequências, assim como os meios
para sua medição e prevenção.
De�nindo a poluição sonora
Estudamos a definição dos ruídos e as legislações e regulamentações
que estabelecem limites aceitáveis ou toleráveis pelo ser humano e pela
biota. Vimos que a exposição a ruídos acima desses limites pode nos
causar diversos problemas de saúde.
O inciso III do artigo 3º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981
(Política Nacional do Meio Ambiente do Brasil), afirma que a degradação
do meio ambiente causada pela poluição pode afetar a saúde, o
conforto e/ou a segurança das pessoas e da biota. 
Seguindo esse entendimento legal, consideramos que a concentração
de ruídos em determinado ambiente provoca a sua degradação e
representa uma forma de poluição, ou seja, a poluição sonora.
A poluição sonora é definida como um conjunto de
ruídos propagados no meio ambiente em níveis que
excedem a faixa mais confortável ou tolerável pela
audição humana.
Quando pensamos em poluição do ar, podemos imaginar uma nuvem de
gases. Também somos capazes de visualizar a sujeira espalhada no
mar e na água ao imaginar as poluições do solo e da água,
respectivamente. Tais imagens representariam bons exemplos dessas
poluições.
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Contudo, a poluição sonora é diferente, já que os ruídos não se
acumulam no solo, na atmosfera ou na água. Ela não é visível nem
inodora, mas pode ser percebida pela nossa audição e tato.
Danos ao sistema auditivo.
A degradação que a poluição sonora provoca no meio ambiente ocorre
apenas durante o curto período entre a sua emissão pela fonte sonora e
a dispersão no ar. Mas isso deixa “resíduos” no nosso corpo na forma
de danos ao nosso sistema auditivo, por exemplo, que vão se
acumulando e avolumando ao longo do tempo.
Essa degradação pode ser de dois tipos. Ambos são danosos quando
superam os níveis de tolerância e podem ocorrer em conjunto.
Testemunhamos no dia a dia várias situações em que isso ocorre.
Conheça algumas delas:
Ruído de impacto
Proveniente do funcionamento de uma única máquina, como um
bate-estacas, aplicando impactos internos e espaçados, ou um
martelete hidráulico.
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Ruído contínuo e intermitente
Proveniente do funcionamento contínuo de uma só fonte (motor,
máquina, serra etc.) ou da atuação de várias ao mesmo tempo.
Aglomerações humanas podem causar ruídos contínuos, como em
estádios de futebol ou shows de rock, por exemplo. Trata-se de um ruído
de fundo, que é capaz de dificultar ou até inviabilizar nossa
compreensão dos sons de fontes que estão próximas e queremos ouvir.
(BISTAFA, 2018).
Para entender esse conceito melhor, observe a situação a seguir:
Imagine-se tentando
falar ao telefone em
meio a um show de
rock. Seria impossível,
concorda?
Você teria de se afastar
dessas fontes de ruído
para poder se
comunicar.
Poluição sonora em ambientes
fechados
As operações de organizações industriais, de comércio e de serviços
apresentam inúmeras fontes de ruídos de impacto ou contínuos aos
quais suas equipes estão expostas diariamente. Elas vêm de máquinas,

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equipamentos, veículos e outros elementos que compõem o seu
processo produtivo.
Note que cada organização tem determinado conjunto dessas fontes de
ruídos, já que há inúmeras diferenças entre cada processo produtivo.
Organizações que concorrem no mesmo setor de
negócios, produzindo os mesmos produtos, possuem
diferenças nos seus processos de produção, nas
fontes, nas intensidades ou até na forma de dispersão
desses ruídos.
Isso ocorre por conta de alguns fatores. Entre eles, destacamos os
seguintes:
a obsolescência das máquinas;
a distribuição física delas no ambiente de produção;
os diferentes materiais utilizados.
Vejamos agora um exemplo. As empresas A e B, duas organizações
industriais que concorrem entre si, apresentam produtos similares para
o mesmo mercado consumidor.
Empresa A
Reúne um conjunto de
máquinas e
equipamentos
considerado obsoleto e
barulhento devido ao
número de
manutenções e
adaptações que ele
sofreu. Além disso, eles
estão instalados em um
ambiente sem
tratamento acústico, ou
seja, sem elementos
Empresa B
Embora seja a mais
antiga no mercado, a
empresa B utiliza
máquinas adquiridas
recentemente dentro de
um projeto de
modernização de seu
parque industrial. Além
de serem menos
barulhentas, elas estão
instaladas em um
ambiente com proteção
acústica.
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que permitam a
absorção de ruídos.
É importante observar que os ruídos da produção não afetam apenas as
equipes que atuam na organização, mas também pode afetar as
populações que moram ou circulam nas proximidades - e até mesmo os
clientes da organização caso o tipo de negócio exija esse tipo de
interação direta com eles.
Como a poluição pode causar problemas de saúde e de segurança dos
trabalhadores e dos vizinhos, ela é percebida como um risco para toda a
organização que precisa ser quantificado, qualificado e tratado de
maneira adequada e preventiva.
Existem padrões técnicos de mercado, legislações,
regulamentações e outros textos sobre o controle e a
proteção contra ruídos que são aplicáveis às
organizações que participam de cada setor de
negócios.
Cada organização precisa conhecer e avaliar a aplicação das
disposições desses textos ao seu negócio, buscando identificar as
formas mais adequadas para a implementação delas nos seus
processos de produção. Muitas empresas sintetizam essas disposições
regulatórias em políticas e normas internas de combate à poluição
sonora.
Medições de nível de ruído em ambiente comercial.
Até ambientes de empresas comerciais e de serviços (escritórios,
hospitais, lojas etc.), embora suas fontes de ruídos internos sejam
reduzidas se comparadas às das indústrias, possuem situações de
riscos de poluição sonora. Essas situações podem vir de fontes internas
ou externas. É por isso que, mesmo nesse ambiente, há preocupações
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com proteções acústicas e medições constantes do nível de ruído, por
exemplo.
Até mesmo em casa pode haver fontes internas ou externas que
representam fontes de ruído acima da tolerância. A intensidade dos
sons de uma festa nesse ambiente ou na vizinhança, por exemplo, pode
superar esse limite. O mesmo ocorrerá se houver avenidas
movimentadas e aeroportos, entre outros exemplos, próximos a ela.
Poluição sonora em ambientes
abertos
Muitos sons que escutamos diariamente são produzidos pela natureza.
Eles podem ser bastante agradáveis e pouco impactantes. Alguns
exemplos são:
O farfalhar das árvores em meio a uma brisa leve.
O correr das águas por um rio ou a queda d’água.
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Os pios, os latidos, os mugidos ou os rugidos de animais.
Sons produzidos pelas pessoas ao ar livre para viver e trabalhar também
podem causar sensações variadas. Reunimos alguns exemplos abaixo:
Aglomerações diversas (festas, feiras, jogos etc.).
Acelerações, buzinadas e sirenes em meio a um
engarrafamento.
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Intervenções de obras civis.
O som de serras cortando madeira, mármore ou cerâmica.
Observe que os sons dos ambientes abertos podem ter diversas
origens, causas, significados e aplicações, sendo capazes ainda de nos
causar vários tipos de emoções. O som pode apresentar intensidades
variadas em função da natureza das suas fontes, do tipo de aplicação
etc.
O farfalhar das árvores, por exemplo, costuma ser baixo, suave e
agradável, enquanto o trovão pode ser alto, forte e assustador. Já o som
gerado pela narração de futebol, em geral, é alto, animado, rápido e
intenso, se contrapondo ao ninar da criança, que é baixo, calmo, suave e
tranquilizador.
As intensidades desses sons podem ser:
Controláveis
Como ocorre em
sistemas de som de
shows ou desfiles.
Incontroláveis
Como é o som de
trânsito urbano, obras,
trovões ou aviões
passando.
No caso das intensidades incontroláveis, é possível usar meios que
reduzam ou suprimam os ruídos externos, preservando o ambiente
interno onde as pessoas moram ou trabalham.
Mas o que acontecerá com quem estiver na rua próximo a essas fontes?
A solução é optar por protetores auriculares.
Comentário
É importante observar que a vegetação, o relevo, os ventos e outros
elementos podem afetar a forma como os sons se propagam,
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ampliando ou abafando os efeitos deles.
Métodos de avaliação e medição de
ruídos
A poluição sonora não pode ser vista, provada ou tocada, mas pode ser
ouvida. Como os sons que ouvimos são intepretações das vibrações
das ondas sonoras, é possível medir e avaliar essa poluição por meio
dessas vibrações. Essas medições são fundamentais para que ações
preventivas ou corretivas sobre o excesso de ruído sejam tomadas.
Controle de ruídos nas organizações
Os ruídos estão presentes ao nosso redor o tempo todo, seja em casa,
nas ruas ou no trabalho. Muitos deles estão dentro dos níveis toleráveis
e não nos trazem maiores preocupações.
Mas há os ruídos acima dessa tolerância. Eles podem estar presentes a
qualquer momento, já que as fontes sonoras temporárias ou
permanentes estão sempre se desenvolvendo ou renovando.
Trânsito nas cidades.
O trânsito é um grande ofensor, pois ele está próximo a todos os locais
que frequentamos. A qualquer momento, pode passar um carro ou uma
moto com a descarga livre, além de um veículo com a sirene ligada, ou
ocorrer um buzinaço em função de alguma retenção no trânsito. E há
ainda os ruídos de impacto que podem surgir de acidentes nessas vias,
assim como de helicópteros filmando o acidente ou mostrando as
condições de trânsito na via.
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Desse modo, cabe às organizações atuar preventivamente sobre os
ruídos próprios ou de terceiros. Para isso, elas se preocupam com o
tema desde os seus processos arquitetônicos.
Veja alguns exemplos desse cuidado seguir:
paredes, portas e janelas externas recebem tratamentos que
reduzem a passagem de ruídos;
o nível de ruído é cuidadosamente verificado no processo de
aquisição, instalação, operação e manutenção de máquinas,
equipamentos e ferramentas;
áreas internas onde os ruídos excessivos são inevitáveis são
claramente marcadas ou até mesmo têm o acesso restrito;
equipamentos de proteção individual ou coletiva são instalados ou
disponibilizados.
Claro que isso representa mais custos, mas eles são percebidos como
investimentos que, com o tempo, reduziriam gastos financeiros com o
afastamento e o tratamento de pessoas com problemas de saúde (que
podem ser muito significativos).
Mas note que esses cuidados das organizações de hoje vão além do
mero cumprimento de obrigações legais e regulatórias ou de reduções
de custos. Há preocupações de governança, de sustentabilidade
corporativa, de ética e de responsabilidade social.
Atualmente, esses temas são preocupações de todas as partes
(acionistas, pessoas, outras organizações, governo etc.), que se
relacionam com a organização e de quem dela depende. E as
administrações sabem que todos estão observando como elas tratam
essa questão.
Instrumento de medição de ruídos
As organizações buscam garantir para todos os que circulam ou
trabalham em suas instalações as medidas cabíveis para reduzir a
poluição sonora - e demonstram isso. É comum, por exemplo, a
realização periódica de medições do nível de ruído de todos os seus
ambientes, com a aplicação de correções quando necessárias, assim
como a consulta direta às equipes operacionais, buscando indicações
de novas fontes de ruído.
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Essas medições são facilitadas pela ampla disponibilidade de bons
equipamentos de medição de ruído, os decibelímetros. Usados em
ambientes abertos ou fechados, eles permitem medir, a partir de 0dB, os
ruídos presentes.
O decibelímetro, cuja denominação real é medidor de nível de pressão
sonora (MNPS), medea pressão sonora em ambientes externos e
internos, ou seja, o nível de pressão do ar provocado pelas ondas
sonoras. O nome comercial “decibelímetro” é derivado da sua unidade
de medida, o decibel.
Instrumento de medição de ruídos.
Esse equipamento pode, por exemplo, ser posicionado junto a uma fonte
de ruído, permitindo a mensuração dos níveis de ruído na sua origem.
Depois, é comum o seu reposicionamento em pontos mais distantes
para determinar seu efeito em outro ambiente.
Comentário
Vale lembrar que a propagação das ondas sonoras pode ser afetada
pela arquitetura interna e externa das áreas onde a fonte está
posicionada, provocando uma distribuição irregular das ondas.
Essas medições permitem, por exemplo, definir a especificação correta
do equipamento de proteção individual a ser usado por quem trabalha
junto à fonte de ruído, ou seja, do seu protetor auricular. Também
ajudam a definir quem mais precisará usar esse ou outro tipo de
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proteção em outras áreas do ambiente ou ainda se há necessidade de
trabalhar as proteções acústicas dele.
Essas medições precisam ser repetidas regularmente. Já os seus
registros ou relatório devem ser arquivados para consulta de auditores
ou de equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho, por exemplo.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A concentração de ruídos em determinado ambiente provoca a sua
degradação. Essa é uma definição de:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A poluição sonora é todo e qualquer ruído que permeia o ambiente
de forma a degradá-lo e a incomodar (ou até mesmo a ferir) aqueles
que o frequentam. A definição dela atesta que a poluição está
presente quando há degradação do meio ambiente devido a ruídos.
Questão 2
A medição constante da intensidade dos sons dos ambientes é um
aspecto fundamental para o controle efetivo dos ruídos no
A dispersão sonora.
B poluição do ruído.
C som desafinado.
D poluição sonora.
E profundidade do som.
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ambiente de trabalho. O instrumento que pode ser usado para fazer
essa medição é o(a):
Parabéns! A alternativa C está correta.
O instrumento é o decibelímetro, que capta a medição da pressão
sonora, permitindo a medição de ruídos do ambiente em decibéis.
3 - Ruído urbano e mitigação de ruído
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o que é o ruído urbano e a mitigação de
ruído.
A sonar
B sonolimetro
C decibelímetro
D odômetro
E escalímetro
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Vamos começar!
Você sabe o que é ruído urbano e
como minimizar os seus efeitos
negativos?
Assista ao video para entender seu conceito e aprender a minimizar tais
efeitos.
Ruído urbano
Historicamente, as famílias sempre buscaram por habitações onde
pudessem viver com dignidade, segurança e salubridade. A vida nas
cidades facilitou isso, já que essas famílias tiveram acesso a sistemas
de defesa, alimentos, água, limpeza, esgoto, conhecimentos etc. E isso
foi benéfico para o crescimento e a evolução da humanidade.
Infelizmente, a vida nas cidades também trouxe malefícios, como é o
caso da poluição ambiental. Após a Revolução Industrial, os ruídos se
destacaram como agentes poluidores. Atualmente, a poluição sonora se
tornou um grande problema mundial.
Ruídos da cidade
Pinheiro e Crivelato (2014) esclarecem o seguinte aspecto: para que as
habitações, sejam elas do passado ou do presente, sejam consideradas

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efetivamente salubres, devem conter meios de atender às necessidades
humanas relativas à higiene, à segurança, à saúde e ao conforto, entre
outros aspectos.
Tanto essas necessidades quanto os meios para obtê-las evoluíram
muito ao longo dos milênios. Atualmente, os projetos de arquitetura
precisam considerar elementos que garantam a ventilação, a
temperatura, a energia, as telecomunicações, a iluminação (natural e
artificial), o conforto, a prevenção de acidentes e a proteção contra
ruídos excessivos, entre outras características.
Projeto de arquitetura de uma habitação.
Mas a vida nos centros urbanos de hoje apresenta vários desafios para
a proteção contra os ruídos. As cidades estão repletas de fontes de
ruídos que podem incomodar muito as pessoas em suas casas,
trabalhos, atividades de lazer etc. Não basta, assim, haver proteções
contra eles em casa. É preciso que os ruídos da cidade sejam
controlados.
Para entender do que estamos falando, observe este exemplo:
Após um longo e exaustivo dia de trabalho, você decide voltar a
pé para casa. Parecia uma boa ideia, já que o tempo estava
bom e você mora perto dali. Normalmente, caminhar por
aquelas ruas calmas, silenciosas e arborizadas até a sua casa
seria muito relaxante. Mas, dessa vez, não foi bem assim!
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Logo ao sair do seu trabalho, você percebe uma barulheira à
sua volta. Ocorre que as lojas comerciais próximas ao seu
trabalho, usando megafones potentes, resolveram disputar
consumidores por meio do anúncio das ofertas do dia. Há no
local uma grande movimentação de pessoas e de veículos
leves e pesados, os quais aceleram seus motores ou acionam
as suas buzinas intensamente. Você sente muito desconforto
com esse barulho todo e acelera os passos para sair logo dali.
Na próxima rua, você logo percebe que a barulheira iria
continuar: uma equipe da prefeitura poda árvores com
motosserras muito barulhentas; transportando um paciente até
um hospital próximo, uma ambulância atravessa a via com a
sirene ligada; e um bate-estacas, junto com outras máquinas
em produção, está em plena operação em uma obra.
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Finalmente, ao chegar a seu apartamento, onde esperava
encontrar calma e silêncio, você descobre da pior forma a
ocorrência de uma comemoração no salão de festas do prédio:
além da música no volume máximo, as pessoas da festa
conversam em voz alta.
Nesse momento, você decide se jogar no sofá e ouvir músicas
suaves no seu smartphone e relaxar. Para isso, você coloca
seus fones supra-auriculares, que cobrem totalmente os
ouvidos. Pena que esse relaxamento não dura muito, já que a
bateria do seu aparelho só tem 1% de carga e você deixou o
carregador no trabalho.
Você deve ter observado que as situações contidas no exemplo são
muito comuns nas cidades brasileiras. Além disso, seria possível
acrescentar inúmeras outras fontes de ruído no texto. Muitos ruídos
produzidos por essas fontes poderiam ser evitados ou, ao menos,
reduzidos para os níveis toleráveis pelas pessoas, animais e plantas.
Perda de audição induzida por ruído
Um dos grandes problemas da poluição sonora é a chamada perda
auditiva, que pode ser temporária ou permanente.
Para entender como ela funciona, suponha a seguinte situação:
Você foi a um show de rock e ficou junto ao palco, próximo a um
conjunto de caixas de som, cantando o tempo todo com as bandas que
se apresentaram. Ao final do evento, você mal ouvia o que estava à sua
volta, mas voltou para sua casa superfeliz! No dia seguinte, sua audição
retornou.
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Show de rock.
Durante o show, você ficou exposto continuamente a uma infinidade de
ruídos muito intensos e que estavam além do tolerável pela audição
humana. Com isso, seu sistema auditivo ficou sobrecarregadopor uma
enorme pressão sonora, que gerou uma surdez temporária ou uma
alteração temporária do limiar (BISTAFA, 2018).
Essa alteração resulta de lesões que ocorrem na parte interna do seu
ouvido e nas áreas responsáveis pela codificação das vibrações e por
seu envio para o cérebro. Felizmente, seu ouvido pôde se recuperar
dessas lesões e você pôde voltar a escutar no dia seguinte.
O problema reside na continuidade de exposições a
altas pressões sonoras como a desse show, já que elas
são capazes de gerar lesões permanentes, resultando
na perda progressiva da sua audição. Fica assim
caracterizada uma doença auditiva denominada PAIR -
perda de audição induzida por ruído (BISTAFA, 2018, p.
61).
Note que essas exposições contínuas podem ocorrer a partir de eventos
presenciais como o do exemplo acima ou até mesmo de um streaming.
Para isso, basta, por exemplo, ficar escutando músicas via streaming
com o volume alto, seja com ou sem o uso de fones de ouvido.
Perda de audição induzida por ruído
operacional
Exposições a altas pressões sonoras de forma continuada são muito
comuns, entre outros inúmeros exemplos, em: atividades de trabalho
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presentes na construção civil (marteletes hidráulicos, bate-estacas etc.);
siderúrgicas (movimentação da linha de produção); fábricas de cimento
(quebra de minérios usados na produção); empresas de mineração
(explosões de dinamite); e até aeroportos (equipe de solo no pátio de
manobra dos aviões).
Quando a perda auditiva ocorre devido a atividades de trabalho, ela
recebe o nome de PAIRO – perda de audição induzida por ruído
ocupacional.
As pessoas que sofrem essas exposições contínuas a ruídos além do
tolerável estão realizando tarefas insalubres. Nesses casos, aplicam-se
as orientações e as restrições da Norma Regulamentadora nº 15 (NR
15) – atividades e operações insalubres, emitida pelo Ministério do
Trabalho.
A NR 15 apresenta uma tabela que estabelece em
85dB de pressão sonora o nível de tolerância máximo
para exposições de oito horas sem protetores
auriculares, que é o período normalmente utilizado
para definir um turno diário de trabalho.
Essa tabela apresenta tolerâncias decrescentes conforme o aumento da
pressão sonora, estabelecendo uma exposição máxima de sete minutos
para pressões de 115dB. Para pressões acima desses limites, o
emprego de proteções auriculares é obrigatório em qualquer situação.
Atenção!
Se determinada atividade de trabalho, ao ser analisada sob as
determinações dessa norma, apresentar uma exposição a um nível
intenso e/ou continuado de ruído, ela estabelecerá a obrigação de uso
de equipamentos de proteção individual e coletiva para os
trabalhadores.
Zumbido
Sons de impacto, motores funcionando continuamente, sirenes, música
alta, engarrafamentos e outros tantos exemplos de ruídos são comuns
nas cidades. Como já vimos, a exposição a esses sons pode levar a
vários problemas de saúde.
Problemas como a exposição a altas pressões sonoras
não são as únicas causas de perda auditiva temporária
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ou permanente. Há outros tipos de causas (doenças)
não relacionadas à poluição sonora e que geram o
mesmo tipo de consequência.
Mas é claro que a exposição a todos esses ruídos pode contribuir para
agravar a perda auditiva.
Um problema que tem se tornado comum (e que aparece junto com a
perda auditiva) é a sensação de um zumbido no sistema auditivo. Esse
zumbido está presente com ou sem fontes de ruído por perto, indicando
que ele ocorre entre o sistema auditivo e o cérebro. Incômodo, o
zumbido vai aumentando com o tempo e a evolução da perda auditiva.
Zumbido.
Bistafa (2018, p. 63) afirma que o significado do zumbido ainda está
sendo estudado pelos pesquisadores, mas que ele é um indicativo de
que a perda permanente de audição já está em curso. Note que a
pessoa ainda possui audição enquanto sente o zumbido, mas ela tende
a ser reduzida.
Mitigação do ruído
A consequência da poluição sonora para a população levou autoridades,
pesquisadores e empresários a estabelecer formas de identificar e tratar
as causas dos ruídos, além de alertar a população sobre seus riscos.
Busca-se, assim, mitigar a ocorrência ou o impacto da poluição sonora.
Programa Silêncio
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A poluição sonora é um problema que cresceu e se agravou ao longo
dos últimos duzentos anos, tendo sido muito debatido ao longo dos
anos 1970 e 1980 após esse tipo de poluição ser reconhecido como um
problema em escala mundial. Muitos países criaram legislações e
regulamentações sobre o tema, e o Brasil não foi exceção.
Foram criadas leis federais, estaduais e municipais que definiam
intensidades máximas de ruído toleráveis, horários nos quais essas
intensidades deveriam ser ainda mais reduzidas (entre 22h e 7h) ou até
mesmo áreas de exclusão de ruídos (proximidades de hospitais), entre
outros exemplos.
Como parte desse esforço, em 1990, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) publicou a Resolução CONAMA nº 2, de 1990, que
criou o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora,
conhecido como Programa Silêncio.
Trata-se de um programa de abrangência nacional
voltado para a divulgação e a conscientização da
população sobre os riscos da poluição sonora e de
incentivo à redução da intensidade de ruídos na
indústria e dos seus produtos.
O artigo primeiro dessa resolução estabelece os objetivos desse
programa, que podem ser sintetizados da seguinte forma:
 Formação de técnicos especializados em poluição
sonora.
 Realização de campanhas de divulgação e de
conscientização sobre os riscos da poluição
sonora.
 Inserir conteúdos sobre a poluição sonora nos
cursos secundários.
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Laudo de ruído ambiental
As ações de mitigação dos ruídos nas empresas precisam ser
comprovadamente efetivas, pois, caso não o sejam, eles logo se farão
presentes durante o processo de produção.
Para garantir a sua efetividade, é preciso antes:
Identificar as fontes de ruídos;
Classificar esses riscos conforme sua intensidade e seu impacto
para as pessoas;
buscar as soluções mais adequadas para cada um.
Essas soluções envolvem a aplicação de ações de mitigação ou, se
possível, de eliminação das fontes de ruídos. Por ações, entenda-se a
substituição, a manutenção ou o ajuste de máquinas, equipamentos,
ferramentas, instrumentos e outros recursos alocados para a produção,
visando a reduzir os níveis de ruído que eles produzem.
Também é necessário:
revisar os mecanismos de isolamento acústico de paredes, pisos e
tetos dos ambientes de produção e de administração para verificar
se eles estão completos e são eficazes;
estabelecer treinamentos de conscientização e orientação sobre os
impactos da poluição sonora, mostrando como ela pode ser
evitada.
 Incentivar a indústria a fabricar produtos e a usar
recursos com redução de sua intensidade de ruído.
 Treinar e prover recursos às polícias civil e militar
para tratar de denúncias sobre ocorrências que
envolvam poluição sonora.
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Por fim, deve-se contratar um profissional habilitado que faça uma
avaliação da eficácia e da efetividade das ações de mitigação de ruídos
já implementados, incluindo a medição do nível de ruído dos ambientes
da empresa. Ao final de seu exame, esse profissional emitirá um laudo
de ruído ambiental, atestando se os níveis de ruído da organização
estão controlados e dentro dos limites de tolerância estabelecidos pela
legislação, pela regulamentação e pelas normas técnicas aplicáveis a
esse tipo de empresae setor de negócios.
O planejamento urbano
Ainda durante os anos 1970, muitas cidades brasileiras começaram a
estabelecer limitações para as emissões de ruídos. Também foram
estabelecidos métodos de medição periódica dos ruídos tanto em
organizações como em espaços abertos urbanos. Desde aquela época,
já havia campanhas para redução de ruídos, principalmente à noite.
Se, por um lado, ambientes, máquinas e outros recursos começaram a
gerar menos ruído, o trânsito nas cidades brasileiras crescia, se
tornando um dos maiores geradores de ruídos do país. Realmente, o
trânsito das grandes cidades tem se mostrado confuso e engarrafado,
gerando concentrações de ruídos nas principais avenidas.
Trânsito pesado no final de um dia de semana.
Assim, a busca por saídas para a poluição sonora no Brasil passa pelos
hábitos da população, pelas práticas empresariais, pelo controle do
estado e pela busca de soluções para o trânsito.
Nesse contexto, o planejamento urbano surge como
uma grande solução para o trânsito e, por extensão,
para a poluição que ele causa diariamente.
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O planejamento urbano das cidades desempenha um papel fundamental
ao impedir, por exemplo, a concentração de fontes de ruídos,
estabelecendo regras para a execução e atividades que gerem ruídos,
restringindo-o em áreas residenciais, ou redistribuindo o trânsito de
forma a reduzir o tráfego em ruas e avenidas que antes ficavam sempre
engarrafadas, ou seja, barulhentas.
Dessa forma, o planejamento urbano surge como uma grande solução
para o trânsito e, por extensão, para a poluição causada diariamente.
Muitas ações têm sido implantadas no sentido de acelerar o
escoamento de veículos pelas cidades e reduzir a sua concentração.
Tem havido o incentivo, por exemplo, do uso de transportes urbanos
coletivos (metrô e ônibus) ou de bicicletas.
Planejamento urbano.
Por outro lado, a indústria também faz a sua parte, seja no controle das
fontes de ruído dos seus sistemas de produção, seja pela colocação de
produtos cada vez menos barulhentos no mercado.
Um grande avanço da indústria nesse sentido foi a introdução de
veículos elétricos, cujos motores praticamente não produzem ruído ao
funcionar. Esse tipo de veículo ainda está se disseminando e enfrenta
barreiras, como preço de venda ou dificuldade de abastecimento de
energia nas estradas. Contudo, o mercado tende a superar essas
adversidades e crescer, substituindo os barulhentos motores à
combustão.
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Veículo elétrico.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
As siglas PAIR e PAIRO são usadas para definir o mesmo tipo de
doença causada pela poluição sonora, que é a:
Parabéns! A alternativa C está correta.
Ambas as siglas fazem menção à perda de audição induzida por
ruído, que resulta diretamente da poluição sonora.
A perda de visão.
B redução do ruído.
C perda auditiva.
D sensação sonora.
E pressão sonora.
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Questão 2
O planejamento urbano pode desempenhar um papel significativo
no combate à poluição sonora ao buscar soluções que:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os engarrafamentos são grandes ofensores do meio ambiente,
pois, ao concentrarem veículos, geram um grande volume de ruídos.
O planejamento urbano pode buscar soluções que reduzam essa
concentração pelas ruas da cidade.
Considerações �nais
Apresentamos neste conteúdo os conceitos sobre a poluição sonora.
Também esclarecemos e exemplificamos os significados de som, ruído
e poluição sonora. Além disso, falamos sobre as fontes de sons e
ruídos, o significado dos níveis de tolerância ao ruído e as
consequências da exposição continuada a ele.
A concentrem o trânsito em grandes avenidas.
B eliminem as fontes de ruídos dentro das fábricas.
C proíbam o uso de buzinas e sirenes nas cidades.
D substituam todos os veículos por bicicletas.
E reduzam as concentrações de veículos nas ruas.
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Em seguida, estabelecemos uma base de conhecimento sobre a
poluição sonora, descrevendo e analisando detalhadamente o som e o
ruído. Discutimos o significado desse tipo de poluição e mostramos
como ele é provocado. Estudamos ainda como o poder público e as
organizações podem identificar e tratar as fontes de ruído.
Analisamos os ruídos da cidade, partindo de suas origens e mostrando
como eles podem ser tratados nas organizações e nas residências.
Depois disso, conhecemos o conceito de insalubridade e vimos como os
ruídos se encaixam nele. Por fim, descrevemos as iniciativas do poder
público e das organizações para controlar e mitigar os ruídos.
Esperamos que você compreenda as origens e os impactos da poluição
sonora nas nossas vidas, quais são as providências já tomadas para
reduzir os seus impactos e suas consequências para a audição.
Podcast
O podcast a seguir aborda os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Explore +
Para aprofundar os assuntos tratados neste conteúdo, escolhemos para
você dois vídeos bem interessantes e disponíveis no YouTube:
Poluição Sonora, no canal da TV Cultura.
Cidades e soluções: poluição sonora, um problema urbano, no canal
ProAcústica - Associação Brasileira para a Qualidade Acústica.
Deixamos também como sugestão a leitura de dois artigos:
10/30/23, 9:37 PM Poluição sonora
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04895/index.html# 51/52
Poluição sonora: uma ameaça à saúde?, de Gabrielly Lima Ladeia,
publicado na revista Saúde & meio ambiente.
Poluição sonora prejudica a saúde e preocupa especialistas, de Ricardo
Westin, publicado pela Agência Senado.
Referências
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo:
Blucher, 2018.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n°
2, de 8 de março de 1990. Dispõe sobre o Programa Nacional de
Educação e Controle da Poluição Sonora.
MELLER, G. S. et al. Controle da poluição. Rio de Janeiro: Grupo A, 2017.
MICHAELIS. Michaelis - dicionário brasileiro da língua portuguesa. São
Paulo: Melhoramentos Ltda, 2022.
PINHEIRO, A. C. da F. B.; CRIVELARO, M. Conforto ambiental: iluminação,
cores, ergonomia, paisagismo e critérios para projetos. São Paulo:
Saraiva, 2014.
SANTOS, M. A. dos. Poluição do meio ambiente. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2017.
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