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Prévia do material em texto

Com Sérgio Nogueira,
o professor do Soletrando.
pontuação
7
Licensed to Alessandra Leite da Silva - ale_ls@live.com
Apresentação
Quer simplificar o português, aprender com mais prazer e acabar 
com suas dúvidas?
Este e-book explica a correta utilização dos sinais de pontuação, 
para que você passe a se expressar de forma adequada, e mostra como 
uma vírgula fora do lugar pode modificar completamente o sentido de 
um texto.
As videoaulas ampliam o conteúdo do livro digital, discutem as dú-
vidas mais comuns e apresentam exemplos práticos para você enrique-
cer seu conhecimento.
É assim que o professor Sérgio Nogueira retoma os temas mais im-
portantes e mais cobrados em provas de concursos e vestibulares, para 
que você possa (re)aprender sem dificuldades e sem traumas.
Tudo com a experiência de quem há mais de 40 anos aproxima os 
brasileiros da língua portuguesa. 
Bom proveito!
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Sumário
Para que servem os sinais de pontuação ......................... 4
1. Função da pontuação ................................................................................... 6
2. Um pouco de história .................................................................................... 7
Sinais de pontuação ...................................................................... 8
1. Vírgula , .................................................................................................................. 9
2. Ponto-final . ........................................................................................................ 9
3. Ponto e vírgula ; ..............................................................................................10
4. Ponto de interrogação ?.............................................................................11
5. Ponto de exclamação ! ................................................................................12
6. Dois-pontos : .....................................................................................................14
7. Travessão — ......................................................................................................15
8. Parênteses ( ) ...................................................................................................16
9. Aspas “ ” ...............................................................................................................17
10. Reticências ... ...................................................................................................20
11. Apóstrofo ’ ..........................................................................................................22
O uso da vírgula ..............................................................................24
1. A vírgula no período simples ..................................................................26
2. A vírgula no período composto .............................................................29
3. Vírgulas impossíveis ....................................................................................34
Dúvidas frequentes......................................................................36
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Para que servem os sinais
pontuaçãode
4
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É muito comum ouvirmos que os sinais de pontuação existem para 
suprir na escrita os recursos de que dispomos na fala. Quando usamos 
a fala para nos comunicar, lançamos mão do gestual, da fisionomia e, 
principalmente, da entonação. A união de todos esses recursos é res-
ponsável por uma grande parte do sentido da mensagem falada. 
Um simples enunciado pode transmitir informações muito diferen-
tes, dependendo do modo como é dito. Vamos pegar, por exemplo, a 
frase “Que bonito isso”. Imagine de quantas maneiras podemos dizê-la. 
Podemos empregar uma entonação de reprovação, de admiração, de 
surpresa, de carinho, de desprezo, de ironia... É importante que você 
perceba que a mensagem transmitida por essa frase vai depender da 
entonação empregada para dizê-la. 
O problema aparece quando tentamos passar para a língua escrita 
essa parte da comunicação que se dá com a entonação da fala. É aí que 
reside o equívoco sobre a finalidade da pontuação, pois muita gente 
acredita que é responsabilidade dos sinais gráficos modular a entona-
ção da leitura para deixá-la mais parecida com a fala. Com exceção da 
entonação de pergunta, que é marcada com o ponto de interrogação, 
não existe nenhum sinal de pontuação que consiga representar as su-
tilezas da entonação. 
Devemos nos acostumar com o fato de que, embora tenha sua ori-
gem na língua falada, a língua escrita é um código de comunicação vi-
sual e nenhum sinal gráfico vai conseguir substituir os recursos sono-
ros e presenciais da fala.
5
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1. Função da pontuação
Agora você deve estar se perguntando: para que serve, então, 
a pontuação?
A pontuação existe para organizar o texto escrito, para que o leitor 
entenda o que o autor quer dizer. O exemplo a seguir, sobre um viajante 
indeciso, demonstra a importância da pontuação. Leia o texto sem ne-
nhuma pontuação:
Malas prontas para viajar só uma capital a visitar Madri Roma ou 
Paris qual delas conhecerei Madri não vou esquecer Roma não 
deixarei Paris para a próxima viagem
Agora, veja os textos com sinais de pontuação e perceba que o des-
tino escolhido depende de como e onde a pontuação é empregada.
Visitando Paris
Malas prontas para viajar, só uma capital a visitar: Madri, Roma ou 
Paris. Qual? Delas conhecerei Madri? Não! Vou esquecer Roma. Não
deixarei Paris para a próxima viagem.
Visitando Madri
Malas prontas para viajar, só uma capital a visitar: Madri, Roma ou 
Paris. Qual delas conhecerei? Madri não vou esquecer. Roma? Não! 
Deixarei Paris para a próxima viagem.
Visitando Roma
Malas prontas para viajar, só uma capital a visitar: Madri, Roma ou 
Paris. Qual delas conhecerei? Madri, não! Vou esquecer Roma? Não!
Deixarei Paris para a próxima viagem.
6
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2. Um pouco de história
Nem sempre a pontuação existiu. Houve uma época em que os tex-
tos eram apresentados sem nenhuma indicação de pontuação. Eles 
eram escritos em letra maiúscula e de forma contínua, sem haver se-
quer espaço entre as palavras. VOCÊJÁIMAGINOUACONFUSÃO? 
Acabar com essa confusão foi uma das primeiras tarefas do ponto, 
a partir do século IV, quando ele começou a ser usado para separar uma 
palavra da outra. No século VII, na Europa, o espaço em branco come-
çou a ser empregado para delimitar as palavras. O ponto passou, então, 
a finalizar as frases, o que justifica hoje ser chamado de ponto-final. 
Depois veio o ponto de interrogação, no século XIV. Depois vieram, no 
século XV, a vírgula e o ponto e vírgula, na função que são utilizados hoje. 
Antes, os gregos usavam o ponto e vírgula para indicar a interrogação. 
Com a invenção da prensa no século XV e a consequente popula-
rização dos textos escritos, veio a necessidade de facilitar a compre-
ensão da leitura. Assim, outros sinais gráficos foram inventados. Por 
último, surgiram as aspas no século XVII.
Hoje, quase não há diferença na função dos sinais gráficos pelo mun-
do. O uso, logicamente, é ajustado às características gramaticais de cada 
língua, mas seu papel, em geral, é o mesmo. O espanhol, por exemplo, 
diferentemente do português, utiliza os pontos de interrogação e excla-
mação invertidos no início da frase, cuja função é a mesma de quando 
empregados no final da frase.
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Sinais de
pontuação
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1. Vírgula ,
A vírgula é empregada, basicamente, para separar os elementos de 
uma frase. Pode separar os núcleos de um termo, isolar apostos, vocati-
vos e adjuntos adverbiaisdeslocados, separar expressões explicativas... 
São tantas as possibilidades de utilização da vírgula que seu uso será 
mais detalhado num capítulo dedicado só a ela (páginas 24 a 35). Veja 
um exemplo:
Maria, Joana e Letícia queriam fazer a prova de desenho sem 
lápis, borracha, caneta, régua e compasso.
2. Ponto-final .
Como o próprio nome já diz, ele indica o final de uma frase declarativa.
O frio fora de hora estragou o feriado de muita gente.
O ponto-final também deve ser utilizado para marcar as abreviaturas.
Esse cel. parece ter saído do séc. III a.C. 
(Esse coronel parece ter saído do século III antes de Cristo.)
Quando o ponto que marca a abreviatura coincide com o final da 
frase, não se deve colocar outro ponto. O ponto da abreviatura, nesse 
caso, vai servir também para marcar o fim da frase.
Foi às compras e trouxe pão, leite, café, manteiga etc. 
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3. Ponto e vírgula ;
Pouco utilizado hoje em dia, o ponto e vírgula é quase um sinal ig-
norado pelos mais jovens. Talvez isso aconteça por desconhecimento 
de suas regras de utilização. Vamos, então, ver alguns dos empregos 
mais importantes desse sinal de pontuação. 
Devemos usar o ponto e vírgula para:
 > Separar orações coordenadas que não estejam ligadas 
por conjunção.
Antes, eram as notas baixas; hoje, é o comportamento inadequado.
 > Separar blocos de informação dentro de um período já muito 
marcado pela vírgula.
Na segunda-feira, às 8h da manhã, o presidente, preocupado 
com a crise financeira da empresa, já estava em reunião com a 
diretoria; o gerente administrativo, que sabia da importância 
desse encontro, esperava, impaciente, 
seu resultado; 
a copeira, alheia a todos esses 
problemas, assobiava distraída 
na copa.
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Observe como o ponto e vírgula marcou três blocos bem distintos 
de informação: o primeiro mostra o presidente preocupado em reunião 
com a diretoria; o segundo, o gerente administrativo esperando o 
resultado da reunião; o terceiro, a copeira, que não sabia de nada, 
assobiando distraída na copa. Também é importante notar como cada 
bloco já apresentava muitos elementos internos separados por vírgula. 
 > Separar os itens de uma enumeração, principalmente em leis e 
publicações oficiais.
“Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte 
forma de apresentação: 
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 
12 no texto em geral;
b) é obrigatório constar a partir da segunda página o número 
da página;
c) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância 
da margem esquerda;
d) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 
3,0 cm de largura;
e) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm.” 
(Manual de Redação da Presidência da República)
4. Ponto de interrogação ?
O ponto de interrogação indica o final de uma frase interrogativa 
direta, ou seja, uma frase em que se faz uma pergunta.
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Alguém não entendeu o que foi explicado?
Será que a inteligência é hereditária?
Não devemos usar o ponto de interrogação nas perguntas indiretas.
O professor perguntou se alguém não havia entendido a matéria.
Ele queria saber se a inteligência é hereditária.
5. Ponto de exclamação !
Marca o fim de frases optativas, isto é, aquelas que expressam desejo:
Que Deus te ouça!
Que um raio te parta!
Também marca o fim de frases exclamativas, que são aquelas que 
exprimem uma emoção: alegria, surpresa, entusiasmo, dor... 
Nossa Senhora, que bagunça!
Bravo!
Oba!
E é empregado também para indicar uma ordem.
Saia já!
Tenha cuidado!
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Não coloque mais de um ponto de exclamação no final de uma 
frase. Além de não ter nenhum sentido, esse recurso, por ser muito 
utilizado pelo público adolescente, infantiliza seu texto. Se possível, 
também evite usar vários pontos de exclamação em um texto. Sobre-
carregá-lo de “emoção” pode, ao contrário do esperado, tornar o texto 
enfadonho, cansativo, repetitivo.
Interrogação e exclamação juntos
É muito comum encontrarmos os pontos de interrogação e de ex-
clamação empregados juntos no final da mesma frase. Isso acontece 
quando se quer, ao mesmo tempo, questionar a informação dada e de-
monstrar surpresa diante dela.
O professor comunicou à classe que todos haviam ficado 
em recuperação.
– O quê?! – exclamaram, incrédulos, os alunos. 
Devemos colocar o ponto de interrogação antes do ponto de ex-
clamação quando a intenção principal do enunciado é de questiona-
mento. Caso prevaleça a emoção sobre o questionamento, o ponto de 
exclamação deve anteceder o de interrogação. Veja:
– Ele vai contar histórias de fantasma à noite para as crianças!? 
Não acho uma boa ideia.
O ponto de exclamação também pode ser empregado no lugar da 
vírgula em um vocativo enfático.
Carla! pare já com isso!
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6. Dois-pontos :
Os dois-pontos devem ser utilizados para introduzir:
 > A fala dos personagens em um diálogo
A menina disse:
– Ninguém vai me obrigar a comer espinafre.
 > Uma enumeração
Foram ao supermercado e compraram o básico: enlatados, 
macarrão, pão e ovos.
A partir de hoje, está terminantemente proibido: fumar nas 
dependências da escola, entrar com aparelhos eletrônicos na sala 
de aula, emprestar material durante as provas.
 > Explicações
Sua mente só tinha um pensamento: Marialva.
Todos sabiam o que ele iria fazer: ficaria escondido até 
passar a tempestade.
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 > O desenvolvimento de uma ideia
Quando encontramos um edifício tombado pelo Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, devemos ficar preocupados: sem 
dúvida, estamos diante de uma construção que rapidamente vai 
se deteriorar.
 > Uma citação
Como já dizia minha avó: “Quanto menos somos, 
melhor passamos”.
Segundo o poetinha, Vinícius de Morais: “Que não seja imortal, 
posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.
7. Travessão —
O travessão tem como funções básicas: 
 > Introduzir a fala dos interlocutores no diálogo.
— Depois de ouvir todas as acusações, como o réu se 
declara?, perguntou o juiz.
— Inocente!, respondeu o acusado.
 > Delimitar expressões ou frases explicativas.
O general pensou em belos prêmios — armas, dinheiro, 
escravos — para recompensar seus guerreiros.
Como não podia torná-los famosos — não tinha poder 
para isso —, tentava ao menos deixá-los ricos.
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8. Parênteses ( ) 
Os parênteses devem ser usados:
 > Para separar uma explicação ou um comentário do corpo do texto.
A dívida da previdência social (antigo INPS) não para de crescer.
Marianinha (filha do açougueiro da esquina) virou vegetariana.
 > Para delimitar as informações bibliográficas. Pode ser o nome do 
autor ou da obra, o ano de publicação, a editora etc.
Gosto de repetir para os meus alunos que “No ritual de se pegar 
um livro para ler há a busca do prazer, há tensão, competição, há 
a máscara, a simulação, pode haver até a vertigem” (Samira Nahid 
Mesquita. O enredo. São Paulo: Ática, 1986).
 > Para delimitar as rubricas em peças teatrais. 
As rubricas indicam como os personagens devem se movimentar e que 
tipo de entonação devem empregar para representar determinada fala.
“Voz
Não vai abrir?
Fulaninha
Eu não! Por que havera de abrir?
Voz (irritada)
Minha filha, eu tenho que entrar. A sua patroa me 
chamou pra consertar o aparelho. (com calma, explicando) 
Se ela não tivesse me chamado, eu não teria vindo até aqui. 
(tempo) Certo?
Fulaninha (acompanhando o raciocínio)
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Ah, isso é verdade. Se ela não tivesse chamado o senhor, como o 
senhor ia saber queela morava aqui? (concluindo) Eu vou abrir! 
(interrompendo o movimento) Peraí! Calminha! E os dicumento? 
Hein, e os dicumento?”
(Noemi Marinho. Fulaninha e Dona Coisa. São Paulo: Caliban, 1996.)
 > Para apresentar outras alternativas de leitura.
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
Querido(a) leitor(a).
9. Aspas “ ”
São utilizadas sempre aos pares, no início e no fim do enunciado. 
Devem ser usadas para destacar uma expressão incomum, que 
pode ser uma gíria, uma marca de oralidade, um neologismo, uma 
palavra estrangeira...
O goleiro tomou um “frango”.
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Antes de uma viagem muito longa, recomenda-se fazer um 
“check-up” no carro para evitar surpresas desagradáveis.
O arrependimento só se concretizou quando me vi cercado de 
“aborrecentes” por todos os lados.
Umas roupinhas “descoladas” abrem muitas portas.
As novas ideias chegavam, principalmente, pelas mãos dos 
“estrangeirados”, como eram chamados os intelectuais que 
vinham fugidos da Inquisição.
São usadas para indicar palavras ou expressões citadas como exem-
plo ou para análise.
Tanto “tênis” quanto “pires” são palavras invariáveis, isto é, têm 
uma única forma para o singular e para o plural: o tênis, os tênis; o 
pires, os pires.
Empregam-se aspas para delimitar, em um texto, o título de uma 
obra e a citação fiel da fala de alguém.
Como bem disse o professor Antonio Candido, em seu texto “A 
vida ao rés do chão”, a crônica “não foi feita originalmente para 
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o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia 
e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou 
forrar o chão da cozinha”.
As aspas também são utilizadas para marcar o caráter irônico com 
que certas expressões ou palavras são empregadas. 
A comida do bandejão do meu serviço é “saborosíssima”.
Pelo número de multas e amassados no carro, só podemos 
concluir que ele é um “ótimo” motorista.
Quando se quer ressaltar com aspas alguma palavra ou expressão 
em um trecho que já está entre aspas, usam-se aspas simples.
“Essa crise chegará aqui como uma ‘marolinha’ passageira”, 
declarou o presidente.
Devemos ficar atentos quanto ao uso do ponto com as aspas. Se a 
frase marcada pelo ponto (final, de exclamação ou de interrogação) es-
tiver inteira entre aspas, o ponto deverá vir entre as aspas também. Se 
não for esse o caso, o sinal de pontuação ficará fora das aspas.
Veja os exemplos:
A crítica ao colonialismo e ao escravismo já estava presente 
na Declaração de Independência dos Estados Unidos. “Temos 
como evidentes, por si próprias, as verdades seguintes: todos os 
homens foram criados iguais; dotados, pelo Criador, de certos 
direitos inalienáveis; entre estes direitos figuram a vida, a 
liberdade e a busca da felicidade.”
Diz a Constituição que “Todos são iguais perante a lei”.
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Nos textos, as aspas podem ser utilizadas para delimitar as falas de 
um diálogo. 
A vizinha meteu-se na conversa. “Ninguém aguenta mais 
a gritaria da sua família.” Todos pararam perplexos diante 
dessa afirmação. “E não é só a gritaria, ainda tem os 
xingamentos, a bateção de porta, a música alta e a choradeira 
das crianças. É insuportável o barulho que vem da sua casa”, 
disse Raquel.
10. Reticências ...
As reticências geralmente indicam que houve uma suspensão da 
fala ou do pensamento, uma pausa no enunciado. 
Vim até aqui para... para o que mesmo eu vim até aqui?
Empregamos as reticências também para expressar a continuidade 
de uma ação.
O sol levantava... Maria levantava... O dia começava cedo 
naquela casa.
Quando precisamos reproduzir por escrito as hesitações próprias 
da fala.
Eu só queria dizer que... que... que não tenho nada a dizer.
Não... não vou dizer o que eu penso de tudo isso.
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Quando o autor espera que o interlocutor complete a frase.
Um dia é da caça, outro...
Todo o estádio gritava: “Juiz, vá...”.
Quando a fala de um personagem sofre uma interferência, um cor-
te que impossibilite sua finalização.
– Quanto à sua mãe...
– Pare! Deixe minha mãe fora dessa conversa. 
As reticências podem ser utilizadas para indicar que, naquele lugar, 
uma parte do texto foi omitida. Nessa função, as reticências vêm entre 
parênteses ou entre colchetes.
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os 
olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
(...)
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma 
aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.”
(Aluísio Azevedo. O cortiço.)
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As reticências são muito utilizadas na poesia para intensificar a 
emoção e a subjetividade.
“Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...”
 (Castro Alves. O navio negreiro.)
11. Apóstrofo ’
É utilizado para marcar a supressão de uma letra quando ocorre 
contração ou aglutinação dela com uma preposição.
Um único copo d’água não foi suficiente para matar sua sede.
O professor repetiu a indicação de leitura d’Os Maias 
e d’Os lusíadas.
Essa reportagem saiu n’O Globo.
Observe que, nesse caso, o emprego do apóstrofo é facultativo. Po-
demos escrever:
Um único copo de água não foi suficiente para matar sua sede.
O professor repetiu a indicação de leitura de Os Maias e de 
Os lusíadas.
Essa reportagem saiu em O Globo.
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É muito comum o emprego do apóstrofo nas aglutinações e contra-
ções quando o pronome refere-se a alguma figura sagrada representa-
da pela letra maiúscula.
Cremos n’Aquele que veio para nos salvar.
A esperança n’Ela se renova a cada dia.
Os ensinamentos d’Ele orientam meu caminho.
Quando queremos representar um jeito de falar, um coloquialismo, 
marcamos com o apóstrofo a elipse de letras e sílabas.
Vam’bora que ’tá tarde.
Algumas palavras compostas apresentam o apóstrofo em sua formação:
estrela-d’alva, estrela-d’alvense, galinha-d’água, galinha-d’angola, 
pau-d’arara, pau-d’arco, pau-d’arquense, olho-d’água...
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O uso da
vírgula
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A vírgula é, certamente, o sinal de pontuação que mais problemas 
nos causa na hora de redigirmos uma frase um pouco mais longa. Sabe-
mos que ela é necessária, mas muitas vezes não sabemos onde colocá-la.
Nunca é demais lembrar que o uso da vírgula não está relacionado 
à respiração do autor do texto. Se fosse assim, um atleta, por ter uma 
capacidade pulmonar aumentada, não usaria a vírgula. Por outro lado, 
uma pessoa com problemas respiratórios encheria sua frase de vírgu-
las. Lembre-se de que a vírgula pode até marcar a respiração, mas a res-
piração de quem lê e não a de quem escreve o texto.
O correto emprego da vírgula requer do usuário da língua um bom 
conhecimento das funções sintáticas. Conhecer os termos da oração e 
sua ordem lógica é muito importante, pois não se deve, por exemplo, 
utilizar vírgula quando a oração se apresenta na ordem direta, ou seja, 
quando os termos obedecem à seguinte ordem: sujeito + verbo + com-
plementos verbais + adjunto adverbial.
Confira:
O diretor ofereceu uma festa aos funcionários no Natal.
Nesse caso, temos: O diretor (sujeito) ofereceu (verbo) uma festa (obje-
to direto) aos funcionários (objeto indireto) no Natal (adjunto adverbial).
Se você precisar recordar algumas dessas funções, consulte a aula 
de análise sintática.
Veja a seguir as ocorrências mais importantes do emprego da vírgula. 
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1. A vírgula no período simplesUsamos a vírgula no período simples quando é necessário separar 
os termos da oração. Devemos, assim, empregar a vírgula para:
 > Separar os núcleos do sujeito composto.
Leões, tigres, zebras e macacos adoeceram depois de comer a 
ração fornecida no zoológico.
 > Separar os núcleos dos termos integrantes.
Fui ao zoológico e vi leões, tigres, zebras e macacos doentes.
 > Isolar adjuntos adverbiais deslocados. 
 Adjuntos adverbiais são aquelas expressões que apresentam uma 
circunstância para o fato expresso pelo verbo. As principais circuns-
tâncias são as de tempo, modo, lugar, causa, finalidade e meio.
 A posição lógica dos adjuntos adverbiais é no final da frase. Dize-
mos, então, que um adjunto adverbial está deslocado quando apa-
rece no começo ou no meio da oração.
Ele perambulou, durante muitos anos, atrás de seus 
sonhos malucos.
No meio daquela mata escura e úmida, ele dormiu sem a proteção 
de um adulto.
A vírgula é opcional se o adjunto adverbial for pequeno.
Ontem, saí cedo.
Ontem saí cedo.
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 > Isolar objetos pleonásticos. 
 Ocorre objeto pleonástico quando, por meio de um pronome, repe-
te-se o objeto já mencionado no início da frase.
A honestidade, muitos a admiram.
A este jogador, falta-lhe talento.
 > Delimitar o aposto explicativo. 
O Brasil, o maior país em extensão territorial na América Latina, 
apresenta muitos problemas de infraestrutura.
 > Isolar o vocativo. 
Note que não importa o lugar em que o vocativo aparece na frase.
Meu caro amigo, a vida passa muito rápido.
A vida, meu caro amigo, passa muito rápido.
A vida passa muito rápido, meu caro amigo.
 > Marcar o deslocamento do predicativo do sujeito quando o 
verbo não é de ligação. 
 Dizemos que o predicativo do 
sujeito está deslocado quando 
é colocado antes do verbo. 
Os alunos, felizes, deixaram a 
sala do diretor.
27
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 > Marcar a elipse do verbo.
 Um verbo pode estar elípti-
co (oculto) quando ele já foi 
mencionado anteriormente.
Eu gosto de livro 
romântico; ele, de filme de 
aventura. (Ele gosta de 
filme de aventura.)
 > Delimitar a conjunção intercalada.
 Dizemos que uma conjunção está intercalada quando ela vem 
depois do verbo. As principais conjunções que podem aparecer in-
tercaladas e isoladas por vírgula são: porém, contudo, no entanto, 
todavia, entretanto, portanto, então... 
Ele disse, entretanto, que não me amava.
As regras eram antigas. Os candidatos disseram, porém, que não 
as conheciam.
Fiz tudo que me pediram. Não diga, portanto, que não colaborei.
 > Isolar as expressões explicativas, corretivas ou continuativas.
São elas: isto é, ou seja, melhor dizendo, por exemplo, aliás...
Falei tudo para ele, melhor dizendo, tudo que ele merecia ouvir.
Devemos colocar o verbo no plural quando o sujeito é composto, 
isto é, quando apresenta mais de um núcleo.
Perdeu no jogo R$ 50 mil, ou seja, tudo que tinha.
 > Separar o nome da localidade nas indicações de data.
Belo Horizonte, 31 de outubro de 2012
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 > Separar termos repetidos numa frase.
Não, não fale nada agora.
Claro, claro que você pode vir me visitar.
2. A vírgula no período composto
O período composto é formado por mais de uma oração. Depen-
dendo da forma como essas orações se relacionam, o período pode ser 
composto por coordenação ou por subordinação.
Período composto por coordenação
Antes de falarmos sobre o emprego da vírgula, vamos lembrar que 
as orações coordenadas podem ser assindéticas ou sindéticas. As ora-
ções coordenadas assindéticas são aquelas que vêm dispostas uma ao 
lado da outra sem o auxílio da conjunção. Essas orações coordenadas 
devem sempre vir separadas por vírgula.
Ela corre, dribla, chuta, faz gol.
O prisioneiro escapou da cela, atravessou o portão principal, 
alcançou a rua e saiu correndo para a liberdade.
As orações coordenadas sindéticas vêm introduzidas por uma con-
junção. Há cinco tipos de oração coordenada sindética: aditiva, adver-
sativa, alternativa, conclusiva e explicativa. Com exceção da aditiva, as 
orações coordenadas sindéticas devem vir separadas por vírgula.
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 > Aditiva
 Indica uma relação de adição com a oração anterior. Essas orações 
são introduzidas por uma conjunção aditiva. As principais conjun-
ções aditivas são: e, nem, não só...mas também.
 Já a oração coordenada sindética aditiva introduzida pela conjunção 
“e” só é separada por vírgula quando apresenta um sujeito diferente 
do sujeito da oração anterior ou quando a conjunção aparece repetida.
O cachorro foi brincar no quintal, e a criança ficou vendo TV.
Rafael não para. Ele corre, e pula, e cai na água, e brinca 
sem descanso.
CUIDADO!
Quando tem o valor de “mas”, a conjunção “e” deve ser 
classificada como adversativa; portanto, deve vir precedida 
de vírgula.
Todo político promete, e não cumpre. (mas não cumpre)
O professor queria falar, e não conseguia. (mas não conseguia)
 > Adversativa
 Estabelece uma relação de oposição com a oração anterior. As prin-
cipais conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo, 
no entanto, entretanto.
Chovia muito, mas ninguém quis se abrigar.
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Muitas promessas são feitas em época de campanha, porém são 
esquecidas após as eleições.
 > Alternativa
 Estabelece uma relação de alternância com a oração anterior. 
As principais conjunções alternativas são: ou...ou, ora...ora, já...já.
Ou joga direito, ou muda de clube.
Ora chovia, ora abria o sol. 
 > Conclusiva
 Exprime uma conclusão em relação ao fato expresso na oração an-
terior. As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, por 
conseguinte, pois (posposto ao verbo).
Há muito tempo não o vejo, logo não sei como ele está passando.
Ainda é uma criança, portanto depende dos pais. 
 > Explicativa
 Indica uma explicação em relação ao fato expresso na oração 
anterior. As principais conjunções explica-
tivas são: porque, que, pois (anteposto ao 
verbo).
Não fique nervoso, pois será pior.
Aprenda a se controlar, porque 
ninguém suporta mais seu 
jeito agressivo.
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Período composto por subordinação
As orações subordinadas substantivas (as que exercem a função 
de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, com-
plemento nominal e aposto) só devem ser separadas por vírgula quan-
do antepostas à oração principal. 
De que a preservação das florestas é essencial à vida humana,
ninguém discorda.
144444444444444444444424444444444444444444443
1444442444443
oração subordinada substantiva objetiva indireta
oração principal
Quando ele voltará, eu não sei.
144444424444443 144424443
oração 
principal
oração subordinada 
substantiva objetiva direta
 
As orações substantivas apositivas geralmente são precedidas de 
dois-pontos. Quando isso não acontece, elas vêm intercaladas na ora-
ção principal e, nesse caso, devem ser isoladas por vírgulas.
Seu maior desejo, que a filha se tornasse médica, não se realizou.
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As orações subordinadas adjetivas (aquelas iniciadas por um pro-
nome relativo) podem ser classificadas em explicativas ou restritivas. 
As restritivas são aquelas que limitam, que restringem o sentido do 
substantivo ou do pronome a que se referem. As orações restritivas não 
podem ser separadas por vírgula. 
O vestido que você me emprestou ficou muito comprido.
1444444442444444443
oração subordinada adjetiva restritiva
Observe que a oração “que você me emprestou” restringiu o senti-
do do substantivo “vestido”. Não foi todo e qualquer vestido que ficou 
comprido, apenas aquele que foi emprestado. 
As orações subordinadas adjetivas explicativas explicitamuma ca-
racterística que é própria do ser a que se referem. Essas orações devem 
vir sempre separadas por vírgulas. 
O Amazonas, que é o maior rio brasileiro, nasce nos Andes.
144444444424444444443
oração subordinada adjetiva explicativa
As orações subordinadas adverbiais devem ser separadas por vír-
gula quando estão no início ou no meio da frase. 
Quando chegou ao Brasil, o colonizador português enfrentou a 
resistência dos índios.
Se não fosse trágico, seria engraçado.
A maioria da população, ao ser questionada, prefere não opinar.
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3. Vírgulas impossíveis
Pior que deixar um texto sem a vírgula correta é colocar vírgula 
onde não existe. A falta de uma vírgula pode até passar por esqueci-
mento. Já uma vírgula incorreta demonstra desconhecimento da regra. 
E isso é mais grave. 
Como já visto nas páginas anteriores, não devemos colocar vírgu-
la quando a oração se apresenta na ordem direta, ou seja, quando os 
termos obedecem à seguinte ordem: sujeito + verbo + complementos 
verbais + adjunto adverbial.
Assim, não coloque vírgula:
 > Entre sujeito e verbo
 Mesmo que seja extenso, o sujeito não pode ser separado do verbo.
Todos os candidatos aprovados no último exame da Ordem 
dos Advogados devem comparecer à sede da Ordem nesta 
segunda-feira. 
As esposas dos prefeitos eleitos no último pleito estão 
organizando uma associação de primeiras-damas. 
 Observe que o sujeito do primeiro exemplo (Todos os candidatos 
aprovados no último exame da Ordem dos Advogados) não está 
separado por vírgula da locução verbal “devem comparecer”. Da 
mesma forma, não há vírgula entre o sujeito da segunda oração (As 
esposas dos prefeitos eleitos no último pleito) e a locução verbal 
“estão organizando”.
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 > Entre o verbo e seus 
complementos dispostos 
na ordem direta
Ele dedicou o livro 
a seus filhos.
 Como o objeto direto “o li-
vro” e o objeto indireto “a 
seus filhos” estão colocados 
na ordem direta, não podem 
ser separados por vírgula.
 > Entre o nome e o complemento nominal
O porão está cheio de ratos.
 Como a expressão “de ratos” completa o sentido do adjetivo “cheio” 
e está disposta na ordem direta, não pode ser separada por vírgula.
 > Entre o nome e o adjunto adnominal
A inesperada reação do técnico chocou a imprensa.
 O adjunto adnominal “do técnico”, por estar na ordem direta, não 
pode ser separado por vírgula do nome “reação”.
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frequentes
Dúvidas
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A seguir, veja algumas perguntas e dúvidas muito frequentes sobre 
o uso da pontuação.
Meu filho, vem jantar em casa ou 
Meu filho vem jantar em casa?
Depende do sentido da frase. Se a mãe estiver contando para al-
guém que seu filho virá jantar em casa, o texto não deve ter vírgula. 
Pois, nesse caso, o filho é sujeito da oração e, como vimos, não se pode 
separar com vírgula o sujeito do verbo: Meu filho vem jantar em casa.
Se o verbo estiver no imperativo, porém, e tratar-se de um pedido 
ou uma ordem da mãe dirigida ao filho, devemos escrever a frase com 
vírgula: Meu filho, vem jantar em casa. Note que foi usado o tratamento 
na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo (vem tu), e não na 3ª 
(venha você). 
Lembre-se de que é a vírgula que diferencia o sujeito do vocativo. E 
isso faz toda a diferença na mensagem transmitida, pois o sujeito é de 
quem se fala, e o vocativo é com quem se fala.
Os desenhos animados “que são feitos para crianças” 
agradam aos adultos.
A oração entre aspas deve ou não ficar entre vírgulas?
Esse é outro caso que depende da informação que se queira trans-
mitir, pois, nas orações adjetivas, a vírgula determina o sentido da 
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mensagem. Se a ideia for restritiva – apenas os desenhos que são feitos 
para crianças agradam aos adultos –, não deveremos usar a vírgula: Os 
desenhos animados que são feitos para crianças agradam aos adultos. 
Desenhos animados feitos para outros públicos, inclusive para os pró-
prios adultos, não agradariam aos adultos.
Mas se a ideia for explicativa – todos os desenhos animados são 
feitos para crianças e agradam aos adultos –, as vírgulas serão obriga-
tórias: Os desenhos animados, que são feitos para crianças, agradam 
aos adultos. 
Veja que esse “que” poderia ser substituído por “os quais”: Os dese-
nhos animados, os quais são feitos para crianças, agradam aos adultos.
Vamos ver mais um exemplo. Analise as frases abaixo e tente perce-
ber a importância da vírgula na formação de sentido. 
Os homens que não ajudam nas tarefas de casa 
são muito criticados.
Os homens, que não ajudam nas tarefas de casa, 
são muito criticados.
Observe que a primeira frase, sem que a oração em destaque seja 
separada por vírgulas, passa a ideia de que apenas aqueles homens que 
não ajudam nas tarefas de casa são criticados. Podemos inferir que há 
outros homens cooperativos, que ajudam nas tarefas caseiras.
Já a segunda frase, com a oração em destaque separada por vírgu-
las, passa a ideia de que nenhum homem ajuda nas tarefas de casa e 
por isso todos são criticados. 
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Os alunos descontentes abandonaram a aula ou 
Os alunos, descontentes, abandonaram a aula?
As duas possibilidades existem, mas transmitem ideias diferentes. 
Sem as vírgulas, o termo “descontentes” exerce a função sintática de 
adjunto adnominal do substantivo “alunos”. E isso quer dizer que ape-
nas os alunos naturalmente descontentes abandonaram a aula. Os ou-
tros alunos ficaram.
Quando isolamos por meio das vírgulas o termo “descontentes”, ele 
passa a exercer a função sintática de predicativo do sujeito. A frase, en-
tão, transmite a ideia de que todos os alunos ficaram descontentes e 
abandonaram a aula. 
O termo “descontentes”, nesse caso, vem separado por vírgulas por-
que está deslocado de sua posição sintática lógica, que seria no final 
da frase. “Os alunos, descontentes, abandoram a aula” tem o mesmo 
sentido de “Os alunos abandonaram a aula descontentes”.
Sempre que você desloca o pre-
dicativo do sujeito, deve isolá-lo por 
meio de vírgulas. Esse deslocamento 
pode se dar por dois motivos: para 
evitar a ambiguidade ou para dar mais 
ênfase ao termo.
A ambiguidade ocorre quando po-
demos atribuir a característica expres-
sa pelo predicativo ao sujeito ou ao 
objeto. Veja a frase: 
A diretora deixou a classe irritada.
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Quem ficou irritada, a classe ou a diretora? Para evitar essa duplici-
dade de sentido, podemos deslocar o predicativo para perto da palavra 
“diretora”, caso tenha sido ela a ficar irritada: 
A diretora, irritada, deixou a classe.
Se foi a classe que se irritou, precisamos dar outra redação à frase. 
Podemos, por exemplo, escrever: 
A diretora deixou a classe, que ficou irritada.
Note que, quando deslocamos o predicativo do sujeito para o início 
da frase, intensificamos sua importância: 
Irritada, a diretora deixou a classe.
Quem estuda passa de ano ou 
Quem estuda, passa de ano?
Prefiro sem vírgula, pois a oração “Quem estuda” exerce a função 
de sujeito da forma verbal “passa”. Ora, se a regra manda não separar 
por meio de vírgula o sujeito do verbo, não devemos separar do verbo o 
sujeito, mesmo que oracional. 
Com a vírgula, podemos passar a ideia de que se trata de um vocati-
vo, e não de um sujeito, pois, como já vimos, a vírgula separa o vocativo 
do verbo. O sujeito nunca deve ser separado por vírgula.
Veja como a vírgula mudaria o sentido da frase. Sem a vírgula, reco-
nhecemos que a forma verbal “passa” está no presente do indicativo, e 
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a frase afirma que aquele que estudapassa de ano. É a mesma mensagem 
de “O estudante passa de ano”.
Com a vírgula no período, temos 
de considerar que a forma verbal 
“passa” está na 2ª pessoa do singular 
do imperativo afirmativo, e a oração 
“Quem estuda”, estranhamente, vem a 
exercer a função de vocativo. É como 
se déssemos a seguinte ordem ou con-
selho: Estudante, passa de ano!
Embora alguns autores defendam 
o uso dessa vírgula, afirmando ser necessário marcar uma pausa entre 
um verbo e outro, eu a considero inútil e desaconselho seu emprego.
Escreva, portanto, sem vírgula: 
Quem viver verá. 
Quem casa quer casa.
Quem gosta de trabalhar permanece empregado.
Maria não ama João, mas vai se casar com ele ou 
Maria não ama João mas, vai se casar com ele?
É muito comum as pessoas se confundirem na hora de pontuar as 
orações adversativas com a conjunção “mas”. Lembre que, nesse caso, 
a vírgula existe para separar duas orações e que a segunda oração co-
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meça antes da conjunção. Assim sendo, a vírgula deve ser colocada 
antes do “mas”: 
Maria não ama João, mas vai se casar com ele. 
Talvez essa confusão se deva ao fato de as outras conjunções ad-
versativas, como “porém”, “todavia”, “contudo”, “entretanto”, poderem 
substituir o “mas” e exigirem, quando deslocadas, o emprego de uma 
vírgula depois da conjunção. Veja os exemplos:
Maria não ama João; vai, entretanto, casar-se com ele.
Maria não ama João; vai, contudo, casar-se com ele.
Maria não ama João; vai, porém, casar-se com ele.
Perceba que o deslocamento da conjunção não é possível com a 
conjunção “mas”. Ninguém diz ou escreve “Maria ama João; vai, mas, 
casar-se com ele”.
Existe, no entanto, um caso em que podemos colocar a vírgula de-
pois do “mas”. Veja: 
Maria não ama João, mas, assim como 
todos esperavam, vai se casar com ele.
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Observe que, agora, a vírgula colocada depois do “mas” isola a ora-
ção que foi intercalada (“assim como todos esperavam”). Lembre-se de 
que todo elemento deslocado de sua ordem sintática direta deve ser 
separado por vírgulas. Se colocarmos, portanto, essa frase na ordem 
direta, teremos: Maria não ama João, mas vai se casar com ele, assim 
como todos esperavam.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou... ou 
O presidente dos EUA Donald Trump declarou...?
O correto é “O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou...”. Isso 
acontece porque o termo “Donald Trump” exerce a função de aposto 
explicativo e todo aposto explicativo deve vir entre vírgulas.
Devemos, então, colocar entre vírgulas todo nome próprio que vem 
após um cargo ou uma função? Não, não devemos. Quando o nome pró-
prio exerce a função de um aposto restritivo, ele não deve ser separado 
por vírgulas.
O problema é saber quando um nome é aposto explicativo e quan-
do ele é aposto restritivo.
Veja se você consegue perceber a diferença de sentido entre as se-
guintes frases que estão corretamente grafadas:
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou...
O presidente Donald Trump declarou...
O ex-presidente dos EUA George W. Bush declarou...
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Perceba que, na primeira frase, o nome “Donald Trump” exerce a 
função de um aposto explicativo (por isso vem entre vírgulas) porque 
só existe um atual presidente dos Estados Unidos. 
Já na segunda e terceira frases, “Donald Trump” e “George W. Bush” 
exercem a função de aposto restritivo (por isso vêm sem vírgulas) por-
que os cargos de presidente e de ex-presidente não são exclusivos de-
les. Enquanto há apenas um presidente para os EUA, há vários presi-
dentes pelo mundo e muitos outros ex-presidentes dos EUA.
Lembre-se de que o aposto explicativo pode ser eliminado da frase 
sem prejuízo à informação original. Suprimindo-se o nome do presiden-
te da primeira frase, a mensagem não fica incompleta, pois o cargo de 
atual presidente dos EUA é exclusivo de Donald Trump. 
Podemos, assim, escrever, sem prejudicar a compreensão do leitor, 
que “O presidente dos EUA declarou...”, pois todos sabem de quem se 
está falando.
No entanto, se eliminarmos os nomes dos presidentes da segunda 
e terceira frases (O presidente declarou... e O ex-presidente dos EUA 
declarou...), haverá um enorme prejuízo à informação, pois, como há 
muitos presidentes e muitos ex-presidentes, o leitor não saberá de 
quem se está falando.
O importante é que você guarde a seguinte dica: As vírgulas são 
obrigatórias quando a pessoa ocupa um cargo exclusivo, um cargo que 
naquele momento somente ela exerce. As vírgulas não devem ser usa-
das quando o cargo pode ser ocupado por mais de uma pessoa.
Observe os exemplos:
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O presidente da República do 
Brasil, Jair Bolsonaro, vetou...
O presidente Jair Bolsonaro vetou...
O atual técnico da seleção brasileira, 
Tite, declarou...
O ex-técnico da seleção brasileira 
Carlos Alberto Parreira declarou...
Veja mais um exemplo hipotético:
Roberto e a esposa Elisa saíram 
para jantar. (aposto restritivo)
Roberto e a esposa, Elisa, saíram para jantar. (aposto explicativo)
No primeiro caso, Roberto tem mais de uma esposa e saiu com a 
que se chama Elisa. No segundo, Roberto só tem uma esposa. 
Comprei muitos CDs e DVDs ou 
Comprei muitos CD’s e DVD’s?
Embora seja comum encontrarmos essas palavras escritas com o 
apóstrofo antes do “s”, o correto é escrever sem o apóstrofo: Comprei 
muitos CDs e DVDs. 
Talvez esse erro seja influenciado por expressões da língua inglesa 
que utilizam esse recurso (apóstrofo antes do “s”) para expressar uma 
relação de posse: Bob’s, McDonald’s, Wood’s, Joe & Leo’s, Augusto’s Hotel...
Não confunda apóstrofe com apóstrofo!
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Como vimos, apóstrofo é o nome do sinal de pontuação responsá-
vel por indicar a supressão de uma letra em uma palavra quando ocor-
re, por exemplo, contração ou aglutinação dela com uma preposição: 
cobra-d’água, mãe-d’água, pau-d’alho... 
Já apóstrofe é uma figura de linguagem que se caracteriza pelo 
chamamento, pela evocação do receptor da mensagem. Ocorre, basi-
camente, no discurso direto, quando é colocado um vocativo na frase. 
Por exemplo, em “Pai, afasta de mim esse cálice”, o vocativo “Pai” é um 
caso de apóstrofe.
Hoje, a reciclagem faz parte da vida das pessoas ou 
Hoje a reciclagem faz parte da vida das pessoas?
Nesse caso, a escolha é do freguês. Os adjuntos adverbiais, quando 
deslocados para o início ou para o meio da oração, devem vir separados 
por vírgula. Mas quando se trata de um adjunto adverbial curto, pode-
mos escolher se colocamos ou não a vírgula. 
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Geralmente, colocamos a vírgula quando queremos destacar, enfa-
tizar a ideia transmitida pelo adjunto adverbial. 
Assim, se for importante para a mensagem a marcação temporal, 
deveremos colocar a vírgula depois do advérbio “hoje”: Hoje, a recicla-
gem faz parte da vida das pessoas. 
Mas, se a ênfase não for necessária, escreveremos sem a vírgula: 
Hoje a reciclagem faz parte da vida das pessoas. 
Cuidado! Caso você opte por intercalar o adjunto adverbial, por co-
locá-lo no meio da frase, lembre-se de que ele deve vir ou entre duas 
vírgulas, ou sem nenhuma vírgula. A possibilidade de usar apenas uma 
vírgula não existe.
Assim, dependendo da importância que você queira dar à circuns-
tância expressa por ele, escreva: 
A reciclagem, hoje, faz parte da vida das pessoas. 
A reciclagem hoje faz parte da vida das pessoas.
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ISBN: 978-65-80225-05-7
R. Elvira Ferraz, 250, conj. 505 – 04552-040 – São Paulo – SP 
CNPJ 04.963.593/0001-42
Concepção e realização: Gold Editora
Coordenação geral: Isabel Moraes
LIVRO DIGITAL
Texto: Sérgio Nogueira, Carla Tullio(redatora assistente)
Assistência editorial: Ana Beraldo
Arte: LIT Design
Foto de capa: Bel Pedrosa
Ilustrações: Marcos Müller
Revisão: Sandra Miguel
VIDEOAULAS
Apresentação: Sérgio Nogueira
Roteiro: Sérgio Nogueira, Carla Tullio, Bárbara Mello
EQUIPE DE ESTÚDIO
Produtora contratada: Uzumaki Comunicação
Direção: Jefferson Gorgulho Peixoto
Fotografia: Newman Costa, Rodolfo Figueiredo
Som direto: Luiz Fujita Jr.
Produção e TP: Tainah Medeiros
Maquiagem: Luciana Sales
EQUIPE DE EXTERNAS
Fotografia: Christian Puig
Produção: Ana Beraldo
Assistência de produção: Luciana Sutil
EQUIPE DE EDIÇÃO E PÓS-PRODUÇÃO
Edição: Priscila Viotto, Christian Puig, Luciana Sutil
Locução: Ângela Benhossi
Ilustrações: Marcos Müller
Motion designer: Tiago Almeida Santos
Revisão: Bárbara Mello, Kiel Pimenta
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1. Ortografia
2. Uso das palavras
3. Classe de palavras
4. Verbos
5. Pronomes
6. Análise sintática
7. Pontuação
8. Concordância
9. Regência
10. Construção de texto
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