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Resolução do Caso Constitucional (N1)

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Brasil Vieira 
Discente: Caio da Fé Ramos 
 
 
O caso apresentado tratasse do ato do secretário municipal do meio 
ambiente do Município Fernando de Morais, o qual realizou ato administrativo 
determinando a realização do corte de dois alqueires de mata nativa, em bairro 
periférico. Seu ato teve como objetivo viabilizar futura doação de terreno à 
Empresa Primos, a qual necessitava de área equivalente para instalação de uma 
unidade de produção, a qual deve gerar 600 empregos ao município. 
O presidente de uma associação de moradores, José, gostaria 
movimentar ação para impedir o desmatamento, em razão da importância do 
bem ambiental envolvido. 
Pois bem, o advogado de José deveria utilizar como remédio 
constitucional a Ação Popular, com base no art. 5, LXXIII da Constituição Federal 
e da Lei nº 4717/65. Tal ação, garante a qualquer cidadão a sua utilização com 
o intuito de impedir abuso de direito da autoridade pública que possa prejudicar 
patrimônio público, cultural, ambiental ou moralidade administrativa. 
Importa ressaltar que José é um cidadão que se encontra regular quanto 
seus direitos eleitorais, desse modo possui legitimidade para proteger 
judicialmente o meio ambiente do município através da ação popular, conforme 
dispõe Art. 1º, caput, da Lei nº 4.717/65. 
Além do mais, em relação a ação popular salienta-se que esta deve ser 
endereçada a Justiça Estadual da Comarca de Fernando de Morais. Com 
relação ao polo passivo, José deve ajuizar a ação popular contra o secretário 
municipal do meio ambiente, do Município Fernando de Morais, vide ser o 
responsável pelo ato administrativo, nos termos da Lei nº 4.717/65, Art. 6º, caput. 
Em sequência, destaca-se que o Município também deve figurar como polo 
passivo conforme dispõe o Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/65, pelo ato 
administrativo ter sido praticado pela prefeitura. 
Ao analisar a atitude do secretário municipal, se possui dois pontos 
primordiais: o fato de haver ocorrido audiência pública, praticadas sem ampla 
divulgação, e o fato do empreendimento poder ser instalado em outra região, 
que evitaria o desmate do bem ambiental. 
Desse modo, ao examinar o caso percebesse uma ilegalidade quanto ao 
ato administrativo. O fato de a instalação da unidade de produção gerar 600 
empregos ao município não justifica a lesão ao meio ambiente, visto artigo 225, 
caput, da CF/88. Nesse mesmo sentido, é entendido que a proteção ao meio 
ambiente deve ser observada no âmbito da atividade econômica, conforme 
dispõe no art. 170, inciso VI, da CF/88. Assim, o secretário não poderia priorizar 
o beneficio financeiro em detrimento ao dano ambiental, uma vez que como 
constato o desmatamento realizado seria da mata nativa, causando uma 
impossibilitarão de recuperação dessa vegetação, além do empreendimento 
poder ser instalado em outra região. 
Além dos argumentos já destacados, vale tratar a respeito das audiências 
públicas terem sido praticadas sem ampla divulgação, deve modo houve 
violação ao art. 37 do CF/88, ferindo aos princípios da impessoalidade e da 
publicidade. 
Concluindo, José deve requer na ação o impedimento do corte da mata 
nativa, presente na região periférica do Município. Além de solicitar a 
Condenação do réu ao pagamento de custas, demais despesas e honorários 
advocatícios, com base no art. 12 da Lei n. 4.717/65.

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