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PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇ A PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇ A Planejam ento Urbano e Regional - Unidade de Vizinhanç a Mariana Trevisan CamposMariana Trevisan Campos Felipe Corres Melachos Karen Cristina Oliveira Karen Cristina Oliveira Felipe Corres Melachos GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Nessa disciplina, estudaremos em detalhes o Estatuto da Cidade e a elaboração de seu principal instrumento, o plano diretor. Também conheceremos suas premissas, relevâncias, diretrizes e a história dos primórdios do planejamento urbano e seus conceitos organizacionais e projetuais no Brasil. Além disso, estudaremos exemplos de grandes projetos urbanísticos que levaram como principal regra conceitual o planejamento urbano, como o plano de superquadras de Cerdá, na Espanha, que usa o conceito de quadras abertas, criando caminhos e grandes conexões. Veremos o planejamento urbano em suas dimensões ambientais, socioculturais, econômicas e políticas. Abordaremos a origem do conceito de unidade de vizinhança e os bairros do pós-guerra inspirados no ideário de cidade jardim. Estudaremos o projeto de uma unidade de vizinhança completa e o dimensionamento dos seus respectivos equipamentos urbanos, públicos e/ou privados. Por � m, encerraremos nossos estudos com o projeto de uma área não residencial (comercial, industrial, institucional, de lazer, de uso misto etc.) adjacente à unidade de vizinhança. Bons estudos! SER_ARQURB_PURUV_CAPA.indd 1,3 04/10/2021 10:49:12 © Ser Educacional 2021 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Mariana Trevisan Campos e Felipe Corres Melachos Karen Cristina Oliveira DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 2 04/10/2021 10:45:25 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 3 04/10/2021 10:45:25 Unidade 1 - As dimensões do planejamento urbano Objetivos da unidade ........................................................................................................... 14 Planejamento urbano e suas dimensões ambientais, socioculturais, econômicas e políticas.................................................................................................................................. 15 Ministério das Cidades ................................................................................................... 17 Cidade Tiradentes ............................................................................................................ 18 Introdução às teorias que fundamentam a prática de planejamento urbano ........... 21 Ferramentas do plano diretor: habitação .................................................................... 21 Saneamento básico ........................................................................................................ 24 Mobilidade urbana .......................................................................................................... 27 Fases de elaboração do plano diretor ......................................................................... 29 Representação gráfica do plano diretor ..................................................................... 30 Implantação de novas ZEIS ........................................................................................... 33 Sintetizando ........................................................................................................................... 36 Referências bibliográficas ................................................................................................. 37 Sumário SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 4 04/10/2021 10:45:26 Sumário Unidade 2 - A origem e os desdobramentos iniciais do conceito de unidade de vizinhança Objetivos da unidade ........................................................................................................... 42 Origem do conceito de unidade de vizinhança: a unité de voisinage e o neighbourhood.....................................................................................................................43 Origens da proposta das unidades de vizinhança .................................................... 44 Conceituação: um modus operandi de vida comunitária ........................................ 47 Estudos de caso ............................................................................................................... 53 Os bairros do pós-guerra inspirados no ideário de cidade-jardim ............................ 56 Conceituação: cidades-jardim ...................................................................................... 56 Os bairros-jardim do pós-guerra .................................................................................. 62 Sintetizando ........................................................................................................................... 67 Referências bibliográficas ................................................................................................. 69 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 5 04/10/2021 10:45:26 Sumário Unidade 3 - Projeto de uma unidade de vizinhança Objetivos da unidade ........................................................................................................... 73 Projeto de uma unidade de vizinhança completa .......................................................... 74 Conceito de uma unidade de vizinhança ..................................................................... 74 Os princípios básicos de uma unidade de vizinhança .............................................. 76 As unidades de vizinhança no Brasil ........................................................................... 78 Parâmetros de um projeto para uma unidade de vizinhança .................................. 83 Dimensionamento dos respectivos equipamentos urbanos, públicos e/ ou privados ... 87 Acessibilidade universal nas unidades de vizinhança ............................................. 92 Sintetizando ........................................................................................................................... 96 Referências bibliográficas ................................................................................................. 97 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 6 04/10/2021 10:45:26 Sumário Unidade 4 - Projeto do entorno de uma unidade de vizinhançaObjetivos da unidade ......................................................................................................... 100 Projeto de uma área não residencial adjacente à unidade de vizinhança ................. 101 Exemplo de organização de uma cidade com as unidades de vizinhança ..................104 A mobilidade urbana como fator projetual ............................................................... 108 O novo urbanismo .......................................................................................................... 110 O desenvolvimento urbano sustentável .................................................................... 113 Dimensionamento dos respectivos equipamentos ...................................................... 117 Sintetizando ......................................................................................................................... 122 Referências bibliográficas ............................................................................................... 123 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 7 04/10/2021 10:45:26 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 8 04/10/2021 10:45:26 Caro(a) aluno(a), nessa disciplina, estudaremos em detalhes o Estatuto da Cidade e a elaboração de seu principal instrumento, o plano diretor. Também conheceremos suas premissas, relevâncias, diretrizes e a história dos primórdios do planejamento urbano e seus conceitos organizacionais e projetuais no Brasil. Além disso, estudaremos exemplos de grandes projetos urbanísticos que levaram como principal regra conceitual o planejamento urbano, como o plano de superquadras de Cerdá, na Espanha, que usa o conceito de qua- dras abertas, criando caminhos e grandes conexões. Veremos o planejamento urbano em suas dimensões ambientais, so- cioculturais, econômicas e políticas. Abordaremos a origem do conceito de unidade de vizinhança e os bairros do pós-guerra inspirados no ideário de cidade jardim. Estudaremos o projeto de uma unidade de vizinhança completa e o di- mensionamento dos seus respectivos equipamentos urbanos, públicos e/ ou privados. Por fim, encerraremos nossos estudos com o projeto de uma área não residencial (comercial, industrial, institucional, de lazer, de uso misto etc.) adjacente à unidade de vizinhança. Bons estudos! PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 9 Apresentação SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 9 04/10/2021 10:45:26 Dedico este conteúdo à minha mãe, a professora Roseli Trevisan Campos, por sempre me incentivar a lecionar. A professora Mariana Trevisan Cam- pos é pós-graduada em Gestão de Pro- jetos de Arquitetura (2014) e graduada em Arquitetura e Urbanismo (2012), am- bas as formações pelo Centro Universi- tário FIAM FAAM - FMU. Possui experiência em projetos corpo- rativos e gestão de obras comerciais e residenciais. Estagiou na prefeitura de São Paulo, e possui conhecimentos em gestão pública e urbanística. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8818394648753457 PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 10 A autora SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 10 04/10/2021 10:45:27 Dedico este trabalho, primeiramente, à minha família. Dedico também estes escritos aos familiares e às vítimas do COVID-19 nestes desafi adores anos de 2020 e 2021. O professor Felipe Corres Melachos é doutor em Arquitetura e Urbanis- mo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie com dupla-titulação pela Università degli Studi di Ferrara (UNI- FE - 2020), possui Mestrado em Arqui- tetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE - 2014) e é Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbi- teriana Mackenzie (MACKENZIE - 2011). Iniciada em 2011, sua prática profi ssio- nal é enriquecida por docência, pesqui- sas acadêmicas e publicações no âmbi- to dos Sistemas Estruturais e Projeto de Arquitetura e Urbanismo, nas quais se engaja desde 2014 de maneira compar- tilhada. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9240325806927160 PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 11 O autor SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 11 04/10/2021 10:45:27 À minha mãe, que nunca mediu esforços para que eu chegasse até aqui. A professora Karen Cristina Oliveira Arantes possui graduação em Arquite- tura e Urbanismo pela Universidade Po- sitivo e mestrado em Projeto e Patrimô- nio pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atuou na coordenação de proje- tos e obras de restauração de edifícios declarados Patrimônio da Humanidade. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4289219092707497 A autora PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 12 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 12 04/10/2021 10:45:30 AS DIMENSÕES DO PLANEJAMENTO URBANO 1 UNIDADE SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 13 04/10/2021 10:45:39 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Apresentar a importância do Estatuto da Cidade; Apresentar a prática de políticas públicas; Apresentar o plano diretor. Planejamento urbano e suas dimensões ambientais, socioculturais, econômicas e políticas Ministério das Cidades Cidade Tiradentes Introdução às teorias que fundamentam a prática de planejamento urbano Ferramentas do plano diretor: habitação Saneamento básico Mobilidade urbana Fases de elaboração do plano diretor Representação gráfica do plano diretor Implantação de novas ZEIS PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 14 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 14 04/10/2021 10:45:39 Planejamento urbano e suas dimensões ambientais, socioculturais, econômicas e políticas Em 2001, foi aprovada e sancionada a Lei nº 10.257, chamada de Estatuto da Cidade. Ela defi ne as diretrizes de crescimento urbano de cidades e seus municí- pios. O Estatuto da Cidade tem como característica formular políticas de gestão pública e democrática e visa, principalmente, a regularização fundiária, que é a maior preocupação desta lei urbanística (CERON, 2012). O Estatuto da Cidade também determina instrumentos que devem ser usados pelos municípios para garantir aplicação e cumprimento de políticas urbanas. Dentre eles estão os planos nacionais, regionais e estaduais de orde- nação do território e de desenvolvimento econômico e social; planejamentos das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; planeja- mento municipal (plano diretor), que deve abranger zoneamento ambiental, planos de desenvolvimento econômico e social, diretrizes habitacionais etc.; revisões e implementações tributárias (IPTU); e estudo de impacto ambiental e de vizinhança. Dentre as principais políticas de gestão pública está o plano diretor, que tem como função organizar espaços e implementar políticas de desenvolvimento econômico e social de uma cidade. As reuniões e assembleias municipais são os principais meios de comunicação durante o desenvolvimento do plano diretor. Pequenos grupos são formados para o debate: comerciantes e líderes comuni- tários apontam problemas para discussão, até que diretrizes sejam aprovadas e, fi nalmente, implementadas. Com base na Lei nº 10.257, todo município com mais de 20 mil habitantes ou considerado patrimônio histórico deve ter um pla- no diretor (BRASIL, 2001). DICA Recomenda-se ao aluno que leia o Estatuto da Cidade e o tenha à mão para consulta. As bases de planejamento das cidades estabelecidas no Estatuto da Cidade podem ser consideradas marcos legais para o desenvolvimento das cidades, ao lado da Constituição de 1988. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 15 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 15 04/10/2021 10:45:40 Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce CURIOSIDADE Na Constituição de 1988 se originaram princípios e diretrizes fundamen- tais para o estabelecimento de normas de ordem pública e de interesse social que regulam o uso de propriedadesem prol da segurança e bem- -estar coletivo. No Quadro 1, podemos verifi car, de maneira resumida, o passo a passo da aplicação do Estatuto da Cidade: Planos Institutos a) Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; b) Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; c) Planejamento municipal: • Plano diretor; • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos setoriais; • Planos de desenvolvimento econômico e social. Institutos: 1 - Institutos tributários e fi nanceiros: a) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; b) Contribuição de melhoria; c) Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; 2 – Institutos jurídicos e políticos: a) Desapropriação; b) Servidão administrativa; c) Limitações administrativas; d) Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; e) Instituição de unidades de conservação; f) Instituição de zonas especiais de interesse social; g) Concessão de direito real de uso; h) Concessão de uso especial para fi ns de moradia; i) Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; j) Usucapião especial de imóvel urbano; l) Direito de superfície; m) Direito de preocupação; n) Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; o) Transferência do direito de construir; p) Operações urbanas consorciadas; q) Regularização fundiária; r) Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Estudos: a) Estudo prévio de impacto ambiental (EIA); b) Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). a) Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; b) Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; c) Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento econômico e social; Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planejamento municipal: • Plano diretor; • Disciplina ou leis de parcelamento, Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e desenvolvimento Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planejamento municipal: • Plano diretor; • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; território e desenvolvimento Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planejamento municipal: • Plano diretor; • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planejamento municipal: • Plano diretor; • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais; Planejamento municipal: • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; Institutos: 1 - metropolitanas, aglomerações Planejamento municipal: • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos setoriais; Institutos: Institutos tributários e fi nanceiros: a) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; • Disciplina ou leis de parcelamento, uso e ocupação do solo; • Zoneamento ambiental; • Plano plurianual; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos setoriais; • Planos de desenvolvimento econômico e social. Institutos: Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; b) c) Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; • Disciplina ou leis de parcelamento, • Zoneamento ambiental; • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos setoriais; • Planos de desenvolvimento econômico e social. Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; 2 – Estudos: Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; • Disciplina ou leis de parcelamento, • Diretrizes orçamentárias; • Orçamento anual; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos • Planos de desenvolvimento econômico e social. Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: a) Desapropriação; b) Estudos: a) ambiental (EIA); Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial • Disciplina ou leis de parcelamento, • Diretrizes orçamentárias; • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos • Planos de desenvolvimento econômico e social. Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Desapropriação; Servidão administrativa; c) Limitações administrativas; d) Estudos: Estudo prévio de impacto ambiental (EIA); b) Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos • Planos de desenvolvimento econômico e social. Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Desapropriação; Servidão administrativa; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; e) Estudo prévio de impacto ambiental (EIA); Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial • Gestão orçamentária participativa; • Planos, programas e projetos • Planos de desenvolvimento Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Desapropriação; Servidão administrativa; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; g) Estudo prévio de impacto ambiental (EIA); Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Institutos tributários e fi nanceiros: Imposto sobre a propriedade predial e territorial • Gestão orçamentária participativa; • Planos de desenvolvimento Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Desapropriação; Servidão administrativa; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; h) Concessão de uso especial para fi ns de moradia; i) Estudo prévio de impacto ambiental (EIA); Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Institutos tributários e fi nanceiros:Imposto sobre a propriedade predial e territorial Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Servidão administrativa; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; j) Usucapião especial de imóvel urbano; Estudo prévio de impacto Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Imposto sobre a propriedade predial e territorial Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Servidão administrativa; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; m) Estudo prévio de impacto Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Imposto sobre a propriedade predial e territorial Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Institutos jurídicos e políticos: Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; Direito de preocupação; n) Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; Estudo prévio de impacto de Imposto sobre a propriedade predial e territorial Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Limitações administrativas; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; Direito de preocupação; Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; o) Transferência do direito de construir; Estudo prévio de impacto de Imposto sobre a propriedade predial e territorial Incentivos e benefícios fi scais e fi nanceiros; Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; Direito de preocupação; Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; q) Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; Direito de preocupação; Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; r) Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de superfície; Direito de preocupação; Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de unidades de conservação; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de preocupação; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Usucapião especial de imóvel urbano; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Concessão de uso especial para fi ns de moradia; Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Parcelamento, edifi cação ou utilização compulsórios; Outorga onerosa do direito de construir e de Transferência do direito de construir; Operações urbanas consorciadas; Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Outorga onerosa do direito de construir e de Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos. Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidade e grupos sociais menos favorecidos.comunidade e grupos sociais menos favorecidos. QUADRO 1. RESUMO DA LEI Nº 10.257 Fonte: CERON, 2012, p. 19. De acordo com uma pesquisa realizada pelo do IBGE, em 2009, o Brasil vi- veu, à época, uma ascensão econômica. O PIB cresceu 3,27%, enquanto a po- pulação teve crescimento anual de 2,29%. Programas socioeconômicos foram criados e direcionados à população de baixa renda, com o objetivo de tirá-los da linha da pobreza, sendo um exemplo desses programas o Bolsa Família. Também foram aplicados programas político-sociais de incentivo à economia e PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 16 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 16 04/10/2021 10:45:40 Asus Realce Asus Realce ao empreendedorismo, com apoio de grandes bancos, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa Minha Vida, um planodo go- verno federal que teve como principal objetivo fornecer moradia à população supracitada (ROLNIK; KLINK, 2011). Esses programas deram relativo poder de compra ao cidadão, o que possi- bilitou a movimentação da economia. Apesar dos planos citados, as periferias das grandes cidades brasileiras continuam sofrendo com falta de infraestrutu- ra urbana, saneamento básico, saúde e educação. Nesse contexto, apesar da existência de políticas públicas, a abrangência delas ainda encontra barreiras de implantação por diversos problemas re- correntes no cotidiano da população, tais como serviços de saúde precários, hospitais e ambulatórios insufi cientes e bairros sem pavimentação, iluminação pública e saneamento básico. Os problemas socioculturais acontecem de forma repetitiva nas grandes cidades do Brasil. Um exemplo é o da população quilombola, que vive em re- giões periféricas não planejadas, graças aos impactos históricos relacionados à escravidão. Ministério das Cidades O Ministério das Cidades foi criado em janeiro de 2003 com o objetivo de combater a desigualdade social no País, transformando as cidades em espaços humanizados, por meio de ampliação de transpor- te público, saneamento básico e moradia. O Ministério passou a integrar a cúpula administrativa do governo, auxiliando o Poder Executivo. Sua au- tonomia técnica, financeira e admi- nistrativa passou a possibilitar o estabelecimento de estratégias e diretrizes na aplicação dos re- cursos públicos, criar normas e avaliar programas federais. Suas competências eram: a políti- ca de desenvolvimento urbano; políti- PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 17 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 17 04/10/2021 10:45:40 Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce cas de habitação, saneamento básico e meio ambiente; transporte urbano e trânsito; articulação com as diversas esferas de governo, com o setor privado e organizações não governamentais ligadas a ações e programas de urbaniza- ção; política de subsídio à habitação popular; planejamento, regulação, nor- matização e gestão da aplicação de recursos em políticas de desenvolvimento urbano; e formulação das diretrizes gerais para conservação dos sistemas hí- dricos e gestão do saneamento. Sua missão era a de melhorar as cidades, tornando-as mais humanas, além de mais justas social e economicamente. A proposta ainda abrangia que as cidades fossem ambientalmente sustentáveis. Esses objetivos deveriam ser atingidos por meio de uma gestão democrática e integrada das políticas pú- blicas de planejamento urbano, habitação, saneamento, mobilidade urbana, acessibilidade e trânsito. Em 2019, o Ministério das Cidades foi extinto e suas atribuições foram direcio- nadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional, que exerce as mesmas funções. Cidade Tiradentes Nesse contexto, podemos usar como exemplo o distrito de Cidade Tiradentes, localizado na Zona Leste de São Paulo. CONTEXTUALIZANDO Historicamente, Cidade Tiradentes abriga o maior complexo de conjuntos habitacionais da América Latina, com cerca de 40 mil unidades de mora- dias formais, a maior parte construídas na década de 1980 pela COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), a CDHU (Compa- nhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) e grandes empreiteiras. Esses projetos foram fi nanciados pelo extinto BNH (Banco Nacional da Habitação). No fi nal da década de 1970, o poder público iniciou o processo de compra de uma gleba de terras formadas por plantações de eucaliptos e trechos de Mata Atlântica, conhecida como Fazenda Santa Etelvina. Grandes prédios residen- ciais foram construídos para atender a famílias que aguardavam na fi la de uma casa própria das companhias habitacionais. As famílias eram cadastradas e as unidades eram distribuídas por sorteios. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 18 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 18 04/10/2021 10:45:40 Asus Realce Asus Realce Figura 1. Cidade Tiradentes na década de 1970. Fonte: OLIVEIRA, 2021. Além dos inúmeros conjuntos habitacionais, existem, também, moradias informais entrelaçadas, que deram forma a favelas e loteamentos clandestinos e irregulares em meio às áreas privadas. A área que foi planejada para ser um grande bairro dormitório, com o passar dos anos, se tornou um organismo vivo. Inúmeros comércios, pequenas fábricas e produtores rurais movimentam a economia local. Com a construção do Rodoanel, o bairro tornou-se rota co- mercial, e mesmo com uma infraestrutura consolidada, o bairro ainda sofre com a violência e a falta de mobilidade urbana e recursos básicos. Mesmo com o comércio local, os índices econômicos da região são baixos quan- do se trata de emprego formal. São 0,2 postos de trabalho para cada dez habitantes. Aqueles que se deslocam ao centro da cidade reclamam da demora no percurso, que chega a três horas. Em 2007, o governo do estado, em parceria com as subpre- feituras, iniciou o projeto do monotrilho que conectaria o centro a um terminal no bairro, por meio da Linha 15-Prata, porém, em 2020, a obra foi suspensa. Em números, o bairro possui uma população de cerca de 211.501 habitantes. Considerada uma área superpopulosa, com concentração de 14.100 habitantes por quilômetro quadrado, é também umas das maiores taxas de crescimento popula- cional da cidade. Segundo um levantamento feito pela prefeitura regional de Cidade Tiradentes, 8064 famílias encontram-se em situação de vulnerabilidade muito alta. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 19 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 19 04/10/2021 10:45:41 Mesmo com tantos problemas socioculturais e infraestrutura urbana sensível, o bairro conta com o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, um equi- pamento cultural importante para o desenvolvimento do local. O centro oferece atividades artísticas, esportivas e de lazer, além de cursos profissionalizantes. Figura 2. Vista do Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Fonte: Homify. Acesso em: 10/05/2021. Figura 3. Projeto de implantação do Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Fonte: Homify. Acesso em: 10/05/2021. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 20 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 20 04/10/2021 10:45:42 A implantação do Centro de Formação Cultural Cidade Tiraden- tes é um dos instrumentos previstos no plano diretor. Sua fun- ção é integrar a sociedade, a educação e o lazer, proporcionando qualidade de vida a uma área de grande vulnerabilidade. Introdução às teorias que fundamentam a prática de planejamento urbano O planejamento urbano é a ferramenta mais importante quando se fala em organizar uma cidade. Nele, estudamos o crescimento e planejamento de uma cidade já consolidada ou em formação. Seu principal objetivo é pro- porcionar melhor qualidade de vida coletiva por meio de políticas urbanas, ambientais e sociais. Sua aplicação se dá pelo plano diretor, um instrumento essencial para que uma cidade cresça de forma equilibrada, com diretrizes política-urbanísticas. É o plano diretor quem determina, dentro do interesse coletivo, a organiza- ção do espaço destinados a equipamentos urbanos, como hospitais, escolas, centros comerciais e áreas de lazer, e a infraestrutura urbana, como organização a viária (estradas, ruas e avenidas), os terminais de ônibus e o saneamento bá- sico (água e esgoto). Além disso, defi ne áreas de adensamento urbano e preser- vação ambiental. Ferramentas do plano diretor: habitação O plano diretor deve ser acordado entre as partes cabíveis, e isso pode variar de município para município. Alguns conceitos básicos apontados pelo Estatuto da Cidade devem ser aplicados. Por exemplo: • Parcelamento, edifi cação e utilização compulsória: imóveis e terrenos em zonas urbanas desocupadas permanentemente ou parcialmente (imóveis para aluguel) podem ser usados pelo município,que indica um coefi ciente de habi- tação e, a partir dele, obriga os proprietários a implantarem esses coefi cientes usando parcelamento ou desmembramento de lotes para construção de novas edifi cações ou a utilização do imóvel existente com a uma atividade permitida no zoneamento em que ele está localizado; PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 21 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 21 04/10/2021 10:45:42 Asus Realce • Direito de preempção: é determinado pelo município, por meio do plano di- retor, a delimitação de zonas especiais, sobre as quais o poder público terá prefe- rência de compra nos próximos cinco anos, caso ele venha a utilizar aquela área para construir uma habitação popular ou para qualquer outro fim de interesse da coletividade. No artigo 2º do Estatuto da Cidade, estabelece-se que “a política urba- na tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana” (BRASIL, 2001). Isso significa que, mesmo sendo privada, a propriedade deve ter uma função social. Assim, se for melhor para a comunidade, um terreno que está em uma zona residencial pode ser obrigado, pela prefeitura, a só ser utilizado para a construção de moradias; • Direito de outorga onerosa do direito de construir: todo lote possui uma área máxima que pode ser construída, chamada de coeficiente de aproveitamento básico. A outorga onerosa é uma taxa paga pelo proprietário ao município para que ele seja autorizado a construir além do limite permitido, por exemplo, se em uma determinada área é possível construir um prédio de apenas cinco andares, mas a iniciativa privada quer construir um prédio de dez andares; • Direito de alterar onerosamente o uso do solo: o proprietário de determina- das áreas da cidade tem direito a alterar o uso da propriedade, desde que seja paga uma taxa. O município define as áreas que serão contempladas com esse direito e o valor a ser pago; • Direito de transferir o direito de construir: é previsto, no plano diretor, que o proprietário de um imóvel em zona urbana pode exercer o direito de construir em outro lugar quando considerado necessário para os seguintes fins: implantação de equipamentos urbanos e comunitários, preservação patrimônio histórico e imple- mentação de programas de HIS (habitação de interesse social). Em meados de 2009, os municípios com mais de 20 mil habitantes já tinham seus planos diretores em elaboração, conforme estabelecido no Estatuto da Ci- dade. Nos municípios em que o plano diretor já estava em vigor, foi feita uma avaliação (pelo Ministério das Cidades). Nessa avaliação, foram levantadas falhas de execução relevantes: • Habitação: o problema citado em mais de 80% dos casos foi a impossibilidade da criação de ZEIS (zonas especiais de interesse social), por falta de re- cursos financeiros; PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 22 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 22 04/10/2021 10:45:43 • Saneamento: nesse caso, quando faltam estratégias claras para o crescimen- to dos municípios, consequentemente, há prejuízo na logística de crescimento do abastecimento de água tratada e esgoto; • Mobilidade urbana: os municípios priorizam meios de transportes motoriza- dos. Mesmo que o uso da bicicleta, nos últimos tempos, tenha aumentado, ela ainda é vista apenas como uma alternativa ligada à questão ambiental e não como meio de transporte alternativo. O município de São Paulo, por exemplo, implantou ciclofaixas em rotas que inter- ligam parques e áreas de lazer, assim como em vias comerciais, como nas avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Berrini. Figura 4. Ciclofaixa na avenida Paulista. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/05/2021. Ainda há controvérsias sobre o uso de bicicletas devido à falta de planeja- mento adequado para a implantação das ciclofaixas e de sinalização que garanta segurança no trânsito, além da topografia não adequada para uso de bicicletas em algumas regiões. São mais de 534 km de ciclofaixas implantadas em locais ermos, muitas delas em vias de trânsito rápido, sem qualquer preparo do local. O primeiro plano diretor implantado na cidade São Paulo, em 2006, foi critica- do por não estabelecer metas e cronogramas para a implantação das novas po- líticas. Em 2014, foi sancionado um novo plano, válido para os próximos 16 anos. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 23 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 23 04/10/2021 10:45:43 O não cumprimento do plano prevê cassação de mandato do prefeito da cidade por improbidade administrativa, conforme o previsto no Estatuto da Cidade. Saneamento básico A realidade do saneamento básico no Brasil é delicada. Moradores que vivem em situação de pobreza culpam o poder público pela situação péssima no saneamento. A disponibilidade dos serviços é insufi ciente, principalmente quando se trata de co- leta e tratamento de esgoto. Figura 5. Retrato da falta de saneamento. Fonte: POMPÊO, 2020. Um levantamento recente feito pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) aponta que 51,9 % dos 5570 municípios brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto. O crescimento populacional evidencia a falta de pla- nejamento das cidades e se refl ete na implantação de saneamento básico. A falta de saneamento adequado e seus impactos na higiene da população têm refl exos diretos na saúde, podendo ocasionar doenças como diarreia, cólera, infec- ção intestinal, entre outras. A Lei nº 11.455 estabelece normas para o saneamento básico. Ela propõe me- lhorias na gestão e prestação de serviços para implementação de projetos de sa- neamento para todo o Brasil. Essa lei também pode ser apresentada na forma de decretos municipais, estaduais e federais, ou como plano de saneamento básico, e seu objetivo é proporcionar o acesso aos serviços básicos, maximizando sua efi ciên- cia (BRASIL, 2007). PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 24 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 24 04/10/2021 10:45:44 É de suma importância salientar que o saneamento básico deve ser tratado como um grupo de serviços: abastecimento de água potável, esgoto tratado, reco- lhimento e manejo de lixos sólidos e aproveitamento correto de águas pluviais. De acordo com o Ranking do Saneamento Básico 2019 (obtido com base nos da- dos cedidos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional), no Brasil, existem apro- ximadamente 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada e 100 milhões sem coleta de esgoto (esse número representa 47,6% da população, sedo que apenas 46% do esgoto produzido no Brasil é tratado). Por isso, a alta taxa de poluição de rios e mananciais brasileiros por descarte de esgotos clandestinos. Ainda sobre o ranking, de 100 cidades brasileiras estudadas, 90 possuem mais de 80% da população com acesso à água tratada, enquanto apenas 46 desses muni- cípios têm mais de 80% da população com acesso à coleta de esgoto. Sobre o trata- mento de esgoto, apenas 22 municípios tratam mais de 80% do esgoto produzido. O dado mais preocupante é que 80% das grandes cidades brasileiras têm mais de 30% de perda de água potável dentro do sistema de distribuição. Analisando os dados, conseguimos entender a dificuldade em colocar em prá- tica as diretrizes do plano diretor. A lei de saneamento determina a importância da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. Com ele, é determinado quais municípios receberão recursos federais para investir em saneamento. Essa medida foi criada para alcançar o uso consciente dos recursos por meio de planeja- mento (BRASIL, 2007). O PMSB serve como um diagnóstico. Com ele, é possível identificar as deficiên- cias e necessidades de cada município. Com esse diagnóstico, é possível estabele- cer e planejar metas para implantação de serviços básicos. Em suma, o plano serve como ferramenta de gestão estratégica para as prefeituras e empresas responsá- veis pelos serviços. Outroponto importante é que as áreas rurais também fazem parte do PMSB, considerando o seu baixo índice de acesso ao saneamento. O PMSB deve interagir com o plano diretor municipal e contar com a participação da população para que seja apresentado o real cenário acerca do saneamento e possibilitar a elaboração de propostas efetivas para a solução dos problemas. Um plano bem elaborado ajuda a promover a segurança hídrica, comba- ter doenças causadas pela falta de saneamento, reduzir acidentes ambientais, preservar o meio ambiente e auxiliar o desenvolvimento econômico e social do município, reduzindo a desigualdade social. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 25 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 25 04/10/2021 10:45:44 O estado de São Paulo, por meio da SIMA (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente), elaborou o 1º Plano Estadual de Saneamento Básico do Esta- do de São Paulo, contemplando os quatro serviços de saneamento básico. O plano será instituído em forma de lei e estabelecerá diretrizes e ações no setor, respeitando as características de cada local. Foram realizados diagnósticos e prognósticos em 645 municípios, organizados nas 22 bacias hidrográficas. Es- sas diretrizes serão planejadas e executadas ao longo de 20 anos, sofrendo possíveis revisões a cada quatro anos. No ano de 2020, o plano passou por uma revisão. O objetivo foi permitir programar e executar atividades capazes de transformar a situação atual em uma condição desejada e realizável, aumentando a eficácia da gestão e o ge- renciamento de resíduos sólidos em todo o estado. O documento trouxe novas diretrizes, incorporando captação de lixo do mar, economia circular e a atuali- zação das diretrizes existentes. No Quadro 2, é retratado, de forma simplificada, o processo do ciclo de saneamento básico, desde o tratamento da água potável até seu retorno em forma de esgoto: 1 – Tratamento de água Todas as casas devem receber água tratada e de qualidade. Ela pode ser retirada de rios, mananciais ou poços subterrâneos. Na estação de tratamento, processos físicos e químicos retiram toda a areia e os poluentes, garantindo que a água esteja limpa e pronta para o consumo humano. 2 – Abastecimento A água precisa ser fornecida regularmente, sem racionamento, na qualidade necessária para higiene e alimentação de todas as pessoas que moram em uma residência. Segundo especialistas, poços artesianos devem ser evitados, pois a água sai com muita concentração de ferro. Ciclo completo de saneamento 1 2 3 4 5 6 7 QUADRO 2. CICLO COMPLETO DE SANEAMENTO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 26 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 26 04/10/2021 10:45:45 3 – Coleta de esgoto Todo o esgoto produzido nas residências tem que ser afastado por meio de tubulação subterrânea, garantindo que crianças e adultos não entrem em contato com a sujeira. A céu aberto, o esgoto vira foco de contaminação, principalmente para crianças. 4 – Coleta de lixo O recolhimento e destinação fi nal dos resíduos sólidos é responsabilidade das prefeituras, que não podem deixar que o lixo acabe chegando aos cursos d’água. O chorume é um dos maiores poluentes de rios e mananciais. 5 – Drenagem urbana A água da chuva deve ser escoada em direção aos cursos d’água, para que siga seu curso natural e não cause inundações e alagamentos. As entradas das galerias precisam estar protegidas por grades. 6 – Tratamento de esgoto A lei de saneamento determina que todo o esgoto coletado em uma cidade deve receber tratamento apropriado antes de ser devolvido à natureza. Geralmente, do esgoto que sai da sua casa, 99,8% é água. 7 – Participação social O modo como o saneamento será oferecido tem como ser amplamente discutido e fi scalizado pela sociedade. A lei estabelece a criação de agências reguladoras e conselhos populares para acompanhar de perto as ações de saneamento. Mobilidade urbana A mobilidade urbana pode ser definida como a condição de desloca- mento de pessoas dentro de uma cidade. Tem como objetivo desenvolver relações socioeconômicas dentro de uma sociedade. Metrô, ônibus, trem e outros tipos de transportes coletivos são instrumentos da mobilidade. Para avaliar a mobilidade urbana de determinado local, é preciso le- var em conta três fatores importantes: organização do território, fluxo de transporte versus pessoas/mercadorias e transportes utilizados. Devido ao grande aumento populacional em algumas cidades brasilei- ras, a mobilidade urbana se tornou um grande desafio para a gestão públi- ca. Uma pesquisa feita em 2016 pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mos- tra que o aumento da frota chegou a 400%. Já a construção de transportes coletivos alternativos (como o monotrilho) não apresentou o mesmo índice de aumento no mesmo período. Atualmente, as cidades que mais sofrem com aumento no trânsito são: São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Em São Paulo, em média, 5 milhões de pessoas usam ônibus, 4 milhões usam o metrô e 7 milhões usam veículos privados. A alternativa implanta- da pela gestão pública foi o rodízio de veículos, determinado pelo número da placa do carro e pelo dia da semana, porém, essa alternativa não se Fonte: ARSESP, 2020. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 27 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 27 04/10/2021 10:45:45 tornou eficaz, já que as pessoas compram mais de um carro com placas diferentes a fim de continuar usando o transporte privado. A cidade conti- nua investindo no aumento da malha metroviária, na tentativa de diminuir o trânsito caótico. No Rio de Janeiro, são 3 milhões de usuários de ônibus e 780 mil usuá- rios de metrô. Na época da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, muitos projetos de mobilidade finalmente saíram do papel, bene- ficiando a população. Um deles foi a implantação de metrôs de superfície, que levam passageiros do centro da cidade a lugares mais afastados, pro- porcionando agilidade no deslocamento. O grande desafio a ser vencido no Rio de Janeiro é a integração com os municípios que fazem parte do chamado Grande Rio, localizados do outro lado da ponte Rio-Niterói. Em Curitiba, se utiliza grandes malhas de corredores de ônibus. A ci- dade não conta com metrô. Ainda assim, é um exemplo mundial, por sua implantação e funcionalidade. A mobilidade urbana é infraestrutura e é transporte público e privado, e tem que ser pensada como um conjunto. A Lei nº 12.587, aprovada em 2012, veio com objetivo de corrigir e insti- tuir diretrizes para organização e implantação de mobilidade nas cidades brasileiras. Cada cidade deve criar um plano de mobilidade urbana e com- patibilizá-lo com o plano diretor em até seis anos de sua implementação (BRASIL, 2012). De acordo com o artigo 24 da Lei nº 12.587, o plano de mobilidade ur- bana deve contemplar: I - os serviços de transporte público coletivo; II - a circulação viária; III - as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana, incluindo as ciclovias e ciclofaixas; IV - a acessibilidade para pes- soas com deficiência e restrição de mobilidade; V - a integra- ção dos modos de transporte público e destes com os privados e os não motorizados; VI - a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária; VII - os polos ge- radores de viagens; VIII - as áreas de estacionamentos públicos e privados, gratuitos ou onerosos; IX - as áreas e horários de acesso e circulação restrita ou controlada; X - os mecanismos e PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 28 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 28 04/10/2021 10:45:45 instrumentos de fi nanciamento do transporte público coletivo e da infraestrutura de mobilidade urbana; XI - a sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do plano de mobilida- de urbana em prazo não superior a dez anos (BRASIL, 2012). Os municípios que desrespeitassem o prazo de elaboração do plano de mobilidade (até 2019) fi cariam impedidos dereceber repasses federais desti- nado à mobilidade urbana. Sendo assim, a mobilidade urbana é, sem dúvida, muito importante, mas como facilitar os trajetos considerando os impactos ambientais? Uma alternativa apresentada para esse problema é a im- plementação de sistemas de energia limpa, como transportes sobre trilhos, bondes, metrôs, ônibus elétricos ou a diesel e VLTs (veículos leves sobre trilhos). Unidos a isso, temos a integração de ci- clovias com alta capacidade, a fim de comportar um grande volume de pessoas e bicicletas. Fases de elaboração do plano diretor Para a elaboração de um plano diretor, o Ministério das Cidades publi- cou um guia base que estabelece uma série de etapas e prioriza a parti- cipação da comunidade em todo o processo. Ele começa estabelecendo um núcleo gestor com participação de líderes de diferentes esferas da so- ciedade (governo, empresas, sindicatos e movimentos sociais da região). O plano é discutido por meio de assembleias municipais e depois levado para a provação na câmara municipal. Nesse processo, podemos apontar dois aspectos centrais do plano di- retor. O primeiro aspecto é o político. É necessário equilibrar os aspectos técnicos e políticos, pois planejamento é política. Um plano tecnicamente bem elaborado pode ser politicamente inviável, e um plano politicamente bem embasado pode ser impraticável. O segundo aspecto é o democrá- tico. O plano se estabelece como um instrumento democrático, uma vez que para sua elaboração precisa ser colocado em audiências públicas para discussão, com ampla participação da população. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 29 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 29 04/10/2021 10:45:45 As instâncias de participação popular são mecanismos de interação entre os cidadãos e o poder público, para promover a participação da população nos processos decisórios do desenvolvimento urbano da cidade: Conferência municipal da cidade de São Paulo • Avaliar e propor diretrizes para a política de desenvolvimento urbano; • Sugerir alterações na lei do PDE e legislação urbanística complementar; • Realizada, no mínimo, a cada três anos, como etapa preparatória para conferências estaduais e federais sobre desenvolvimento urbano. Conselho municipal de política urbana • Acompanha a formulação e implementação da política de desenvolvimento urbano; • Composto por 60 membros, sendo 3 representantes da sociedade civil eleitos de forma direta. Comissão de proteção à paisagem urbana • Delibera sobre o plano municipal de ordenamento da paisagem urbana e fi scaliza sua implementação; • Aprecia e delibera sobre projetos, anúncios, mobiliário urbano, infraestrutura, inserção e remoção de elementos na paisagem urbana. Câmara técnica de legislação urbanística • Analisa casos não previstos; • Debate e apresenta sugestões ao PDE e a lei de zoneamento; • 50% de representantes do Executivo e 50% da sociedade civil. Conselhos participativos Avalia e propõe diretrizes para a política urbana. Discutem temáticas locais Indica representantes Propõe diretrizes Apoia tecnicamente e encaminha propostas Acompanha: FUNDURB Planos de bairro Projetos de lei Conselhos setoriais AIU/OUC Programas de metasPDE QUADRO 3. INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR Fonte: SÃO PAULO, s.d.(b). Representação gráfica do plano diretor O plano diretor é representado por mapas, quadros ou tabelas e seu texto base, que explica de maneira detalhada cada diretriz apresentada. Este material fi ca disponível para consulta no site ofi cial da respectiva prefeitura estudada. Ele deve ser sempre consultado a cada projeto executado. Na Figura 6 e nos Quadros 4 e 5, temos exemplos gráfi cos do plano diretor de Cidade Tiradentes: Estas ações vão de encontro com o Esta- tuto da Cidade, que incentiva a gestão de- mocrática com participação da população e associações comunitárias locais, que acompanham a formulação e execução das diretrizes a serem implementadas. Como dito anteriormente, cabe ao plano di- retor promover uma cidade inclusiva, equilibrada e susten- tável, promovendo qualidade de vida aos seus cidadãos, re- duzindo o crescimento descontrolado e distribuindo, de forma igualitária, os custos e benefícios da urbanização. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 30 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 30 04/10/2021 10:45:45 ZEU ZCOR-1 ZEIS-1 ZPR MAPA 1 MAPA 1 SUBPREFEITURA CIDADE TIRADENTES SUBPREFEITURA CIDADE TIRADENTES Base cartográfica: PMSP. Mapa digital de São Paulo, 2004. Projeção UTM/235. Datum horizontal SAD69. Elaboração: Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Base cartográfica: PMSP. Mapa digital de São Paulo, 2004. Projeção UTM/235. Datum horizontal SAD69. Elaboração: Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. 0 0 0.25 0.25 0.50 0.50 0.75km 0.75km N Lei de parcelamento, uso e ocupação do solo // Mapa auxiliar à Lei 16.402/2016 Lei de parcelamento, uso e ocupação do solo // Mapa auxiliar à Lei 16.402/2016 ZEIS-2 ZER-1 ZEUa ZCOR-2 ZEIS-3 ZER-2 ZEUP ZCOR-3 ZEIS-4 ZERa ZEIS-5 ZPDS ZEUPa ZCORa ZDE-1 ZPDSr ZC-ZEIS ZMISa ZOE AC-2 ZEMP ZM ZDE-2 ZEPAM ZC ZMa ZPI-1 ZEP ZCa ZMIS ZPI-2 AC-1 ZEM Perímetro vetado Limite subprefeitura Macroárea de estruturação metropolitana Área de proteção e recuperação de mananciais Praças e canteiros Estação de trem existente Estação de metrô existente Terminal de ônibus existente Hidrografia Logradouro Rodoanel Figura 6. Mapa de zoneamento da Cidade Tiradentes. Fonte: SÃO PAULO, s.d.(a). PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 31 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 31 04/10/2021 10:45:49 TIPO DE ZONA ZONA DIMENSÕES MÍNIMAS DE LOTE DIMENSÕES MÁXIMAS DE LOTE Frente mínima (m) Área mínima (m²) Frente máxima (m) Área máxima (m²) TR A N SF O R M A Ç Ã O ZEU ZEU 20 1000 150 20.000 ZEUa ZEUP 20 1000 150 20.000 ZEUPa ZEM ZEM 20 1000 150 20.000 ZEMP Q U A LI FI C A Ç Ã O ZC ZC 5 125 150 20.000ZCa ZC-ZEIS ZCOR ZCOR-1 10 250 100 10.000 ZCOR-Z ZCOR-3 ZCORa ZM ZM 5 125 150 20.000 ZMa ZMIS ZMlsa ZEIS ZEIS-1 5 125 150 20.000 ZEIS-2 ZEIS-3 ZEIS-4 ZEIS-5 ZDE ZDE-1 5 125 20 ZDE-1 ZDE-2 10 1000 150 20.000 (a) ZPI ZPl-1 10 1000 150 20.000 (a) ZPI-2 20 5000 150 20.000 (a) PR ES ER VA Ç Ã O ZPR ZPR 5 125 100 10.000 ZER ZER-1 10 250 100 10.000 ZER-2 5 125 100 10.000 ZERa 10 500 100 10.000 ZPDS ZPDS 20 1.000 NA NA ZPOSr NA 20.000 NA NA ZEPAM ZEPAM 20 5.000 (b) NA NA QUADRO 4. PARÂMETROS DE PARCELAMENTO DO SOLO (DIMENSÕES DO LOTE) POR ZONA Notas: NA = não se aplica. // (a) se aplica apenas aos usos que não se enquadrem nas subcategorias Ind-1a, Ind-1b e Ind-2. // (b) nas ZEPAMs localizadas nas macroáreas de contenção urbana, uso sustentável e de preservação dos ecossistemas naturais, a área do lote mínimo será de 20.000 m2. Fonte: SÃO PAULO, s.d.(c). PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 32 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 32 04/10/2021 10:45:49 Área do lote ou gleba (m²) Maior que 20.000 m² e menor ou igual a 40.000 m². Maior que 20.000 m² e menor ou igual a 40.000 m². Percentual mínimo de área verde (%) 5 10 Percentual mínimo de área institucional (%) 5 5 Percentual mínimo de sistema viário (%) N/A 15 Percentual mínimo de área sem afetação previamente defi nida 20 10 Total do percentual mínimo de destinação de área pública (%) 30 40 QUADRO 5. PERCENTUAIS DE DESTINAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA Implantação de novas ZEIS As ZEIS (zonas especiais de interesse social) são áreas destinadas à moradia popular advindas de melhorias urbanísticas, recuperação ambiental, regulariza- ção fundiária para assentamentos irregulares e implantação de novas HIS (habi- tações de interesse social) e HMP (habitações de mercado popular), dotadas de equipamentos sociais, infraestruturas,áreas verdes, comércios e serviços locais, e situadas na zona urbana. Com a nova lei de zoneamento, foram implantadas mais duas novas zonas: a ZMIS (zona mista de interesse social) e a ZC-ZEIS (zona de centralidades). O objetivo dessas zonas é proporcionar a promoção de atividades econômicas em territórios com pouca oferta de empregos em proporção à moradia ZEIS1. Notas: Lotes ou glebas com áreas superiores a 40.000 m² deverão ser obrigatoriamente loteados nos termos do §2º do artigo 44 dessa Lei. Fonte: SÃO PAULO, s.d.(d). PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 33 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 33 04/10/2021 10:45:49 É importante ressaltar que as ZMIS foram demarcadas somente em períme- tros de ZEIS 1 que permitem, apenas, conjuntos habitacionais que foram regulari- zados e urbanizados, e as ZC-ZEIS foram demarcadas somente em lotes lindeiros às vias internas às ZEIS1 que articulam bairros e regiões da cidade. O Quadro 6 sintetiza os tipos de ZEIS implantadas na cidade de São Paulo e cada tipo de habitação permitida: ZEIS 1 Áreas caracterizadas pela presença de favelas e loteamentos irregulares, e habitadas, predominantemente, por população de baixa renda. Áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados ou subutilizados, adequados à urbanização. Áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subutilizados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados, em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestrutura. Áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados, adequados à urbanização e à edificação, e situados nas áreas de proteção e recuperação de mananciais. Lotes ou conjuntos de lotes, preferencialmente vazios ou subutilizados, situados em áreas dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas. ZEIS 2 ZEIS 3 ZEIS 4 ZEIS 5 Zona especial de interesse social (ZEIS): tipos de zonas As áreas demarcadas como ZEIS são porções de território destinadas, predominantemente, à promoção de moradia digna para população de baixa renda. Foram definidos cinco tipos de ZEIS: QUADRO 6. TIPOS DE ZEIS Fonte: SÃO PAULO, s.d.(b). PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 34 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 34 04/10/2021 10:45:53 Figura 7. Modelos de ZEIS. Fonte: SÃO PAULO, s.d.(f). A Figura 7 mostra fotos de ZEIS: PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 35 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 35 04/10/2021 10:45:53 Sintetizando Essa unidade abordou a aprovação do Estatuto da Cidade, que possibi- litou que fossem aplicadas diretrizes para organização de políticas públi- cas no Brasil. Foram apontados programas de desenvolvimento social para alavancar a economia, associados a planos urbanísticos de implantação de moradias populares. Por meio desses programas, famílias de baixa renda tiveram acesso à tão sonhada casa própria. Esses programas sociais também foram direcionados a empreendedores, com intuito de alavancar a economia, provendo aumen- to de empregos. Conhecemos, brevemente, o Ministério das Cidades, hoje extinto. Tive- mos uma introdução às teorias que fundamentam a prática de planejamen- to urbano, abordando tópicos como o saneamento básico e a mobilidade urbana. Também estudamos sobre o caso da Cidade Tiradentes, caótico em diversos aspectos. Outro tópico de estudo foi o papel do plano diretor, que tem como prin- cipal objetivo promover diretrizes sociais e econômicas para implantação de áreas comerciais e de habitação, assim como equipamentos urbanos. Essas diretrizes são capazes de mudar a qualidade de vida da cidade. Por fim, abordamos as ZEIS, áreas destinadas à moradia popular advin- das de melhorias urbanísticas, recuperação ambiental e regularização fun- diária para assentamentos irregulares e implantação de novas HIS e HMP. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 36 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 36 04/10/2021 10:45:53 Referências bibliográficas ARSEP. O que é saneamento básico. [s.l.], 09 out. 2020. Disponível em: <ht- tps://arsepbarcarena.com.br/2020/10/09/o-que-e-saneamento-basico/>. Acesso em: 10 mai. 2021. BLOG BRK AMBIENTAL. Saneamento básico no Brasil: conheça os números das regiões do país. [s.l.], [s.d.]. Disponível em: <https://blog.brkambiental. com.br/saneamento-basico-no-brasil>. 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Disponível em: <https://www.visaopiaui.com.br/noticia/4074/audien- cia-publica-debate-plano-diretor-de-barras>. Acesso em: 10 mai. 2021. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 40 SER_ARQURB_PURUV_UNID1.indd 40 04/10/2021 10:45:53 A ORIGEM E OS DESDOBRAMENTOS INICIAIS DO CONCEITO DE UNIDADE DE VIZINHANÇA 2 UNIDADE SER_ARQURB_PURUV_UNID2.indd 41 04/10/2021 11:01:00 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Examinar a origem do conceito de unidade de vizinhança associado aos tópicos correlatos de unité de voisinage e neighbourhood; Compreender o conceito de cidade-jardim; Analisar a origem dos bairros do pós-guerra inspirados no ideário de cidade- jardim. Origem do conceito de unidade de vizinhança: a unité de voisinage e o neighbourhood Origens da proposta das unidades de vizinhança Conceituação: um modus operandi de vida comunitária Estudos de caso Os bairros do pós-guerra inspirados no ideário de cidade- -jardim Conceituação: cidades-jardim Os bairros-jardim do pós-guerra PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 42 SER_ARQURB_PURUV_UNID2.indd 42 04/10/2021 11:01:00 Origem do conceito de unidade de vizinhança: a unité de voisinage e o neighbourhood Inicialmente, nos debruçaremos sobre as origens, a conceituação e exem- plos de aplicação de uma das estratégias mais disseminadas de projeto urba- no moderno: a unidade de vizinhança. Embora tenha surgido nas primeiras décadas do século XX, este conceito de desenho urbano passou por adap- tações no pós-guerra, na pós-moder- nidade e na contemporaneidade, sen- do ainda implementado a partir de variantes distintas. Portanto, para melhor explorar estes preceitos, nosso estudo será estruturado a partir das seguintes te- máticas: as origens da proposta das unidades de vizinhança; um modus operandi de vida comunitária; e estu- dos de caso. Na primeira, serão expostos os preceitos históricos, sociológicos, arquitetônicos e urbanísticos que contextualizam o surgimento deste ferra- mental urbanístico tão importante até os dias de hoje. Já no que diz respeito ao modus operandi de vida comunitária, colocam-se os parâmetros conceituais que embasam as bases projetuais das unidades de vizinhança propriamente ditas. Nesta seção, analisaremos principalmente os desenhos que explicitam as premissas teórico-projetuais dos intelectuais insa- tisfeitos com as transformações vivenciadas nos tecidos urbanos das primeiras décadas do século XX. Por fi m, o subtópico que discorre sobre os estudos de caso visa demonstrar aplicações notáveis dos preceitos projetuais das unidades de vizinhança. Estes olhares são empregados a partir de um local crítico e refl exivo, levando em conta os elementos de contextualização histórica e a conceituação já abordada anteriormente, de maneira a maturar e explicitar estes conceitos em condições climatogeográfi cas e socioculturais distintas. PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL - UNIDADE DE VIZINHANÇA 43 SER_ARQURB_PURUV_UNID2.indd 43 04/10/2021 11:01:11 Origens da proposta das unidades de vizinhança As cidades ora são consideradas a maior, ora a pior invenção do homem. Cultura, paisagens, transporte, escolas e equipamentos de saúde são elemen- tos que podem ser tanto harmônicos e onipresentes quanto escassos e insalu- bres. Crises econômicas são fortes momentos de refl exão sobre esta dualida- de, assim como épocas de transição tecnológica e sociocultural, como ocorreu nas primeiras décadas do século XX. O período entre o fi nal do século XIX e o início do século XX testemunhou o advento da industrialização em porções mais longínquas e coadjuvantes do mundo de então, como, por exemplo, as ex-colônias americanas. O êxodo rural e os fl uxos migratórios nacionais e internacionais incharam as populações de grandes cidades mundo afora; assim, cidades superlotadas se viram diante de problemas de higiene que fatalmente chegaram aos mais abastados e que, so- mente assim, culminaram em soluções nem sempre balanceadas. Logo, criou-se o paradigma da cidade saudável (COHEN, 2013), o qual impac- ta a legislação urbana até os dias atuais e visa índices mínimos de ventilação e insolação das construções, assim como parâmetros salubres de densidade habitacional. Estas preocupações fi cam evidenciadas na Figura 1, uma vez que estas questões relativas à salubridade estiveram em pauta nos Congressos In- ternacionais da Arquitetura Moderna (também conhecidos pela sigla CIAM), na primeira metade do século XX. Figura 1. Capa do livro do urbanista espanhol José Luís Sert cujo título pode ser traduzido como Nossas cidades podem sobre- viver? Um ABC dos problemas urbanos, suas análises, suas soluções a partir das propostas formuladas pelo C.I.A.M. (1942), o qual explicita a realidade insalubre
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