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MANEJO-DO-SOLO-E-ÁGUA

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1 
 
 
MANEJO DO SOLO E ÁGUA 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................................ 2 
1. 2 
2. Introdução ................................................................................................................................. 3 
3. Estrutura do Solo........................................................................................................................ 5 
4. Compactação do solo ................................................................................................................. 8 
5. Indicadores de Qualidade Física do Solo: Uma Análise Crítica ....................................................10 
6. Princípios de manejo conservacionista do solo ..........................................................................11 
7. Práticas de caráter vegetativo ...................................................................................................12 
8. Florestamento e reflorestamento ..............................................................................................13 
9. Práticas de caráter edáfico ........................................................................................................19 
10. Práticas de caráter mecânico .....................................................................................................21 
11. Manejo da água ........................................................................................................................24 
12. Manejo do Solo e Água..............................................................................................................25 
13. O que é preciso saber e fazer para economizar água na irrigação ..............................................27 
14. Uniformidade de aplicação de água ...........................................................................................28 
1. Referências Bibliográficas ..........................................................................................................29 
 
2 
 
 
1. NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
2. INTRODUÇÃO 
Ao se discutir a sustentabilidade da produção agropecuária chamam a atenção 
o uso do solo com a agricultura tradicional, com preparo contínuo do solo, e a extensão 
de áreas de pastagens degradadas (Macedo, 2009). Dos componentes do manejo o 
preparo do solo talvez seja a atividade que mais exerce influência nos atributos 
indicadores da qualidade física do solo, pois atua diretamente na sua estrutura 
(Hamza & Anderson, 2005). 
O conceito de qualidade física do solo (QFS) engloba o conhecimento de 
propriedades e processos relativos à habilidade do solo em manter efetivamente os 
serviços ambientais ou serviços ecossistêmicos essenciais à saúde do ecossistema 
(MEA, 2005), cujo estudo é realizado através de indicadores físicos da qualidade do 
solo responsáveis pela avaliação da sua estrutura. 
Segundo Singer & Ewing (2000), os atributos mais utilizados como indicadores 
de QFS deveriam ser aqueles que consideram a profundidade efetiva de 
enraizamento, porosidade total, distribuição e tamanho dos poros, distribuição do 
tamanho das partículas, densidade do solo, resistência do solo à penetração das 
raízes, intervalo hídrico ótimo, índice de compressão e estabilidade dos agregados. 
Contudo, há outros indicadores de QFS, como a curva de retenção de água do 
solo, a condutividade hidráulica, a porosidade, o ponto de inflexão e as características 
de retenção de água do solo; que tornam o processo de avaliação da qualidade física 
mais simples, rápido e menos complexo (Santos et al., 2011a). 
 Ao considerar que o recurso solo é limitado e que alguns de seus componentes 
requerem períodos de tempo prolongados para serem restaurados, a previsão do grau 
das perturbações ambientais provocadas pelo manejo inadequado das atividades 
agropecuárias se torna essencial. Técnicas que visem avaliar a qualidade de um solo 
de forma simples e confiável ainda são objeto de investigações, e resultados 
sistemáticos deste monitoramento representam papel central em estudos sobre 
qualidade do solo (QS). 
Nesse sentido, ainda existe um campo a ser explorado no que concerne ao 
desenvolvimento de novos indicadores para a avaliação da QFS, principalmente no 
caso dos solos que compõem os diferentes biomas brasileiros, ainda pouco 
4 
 
 
explorados, notadamente no tocante aos estudos associados ao uso de atributos 
físico-hídricos como forma de aferição de sua sustentabilidade produtiva (Santos, 
2010). 
Diante do exposto, esta revisão objetivou explorar os dados disponíveis sobre 
o tema, contribuindo para uma análise mais abrangente acerca dos trabalhos 
existentes na literatura referentes à qualidade física do solo e sua relação com os 
impactos gerados pelo seu manejo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
3. ESTRUTURA DO SOLO 
A qualidade estrutural do solo refere-se ao arranjo das partículas do solo 
constituindo um ambiente dinâmico, cuja alteração determinará um novo 
comportamento dos processos que ocorrem no solo (Ferreira, 2010). 
 A estrutura é boa indicadora da QS devido a sua sensibilidade às práticas de 
manejo adotadas. De modo geral, o solo mantido em estado natural, sob vegetação 
nativa, apresenta características físicas como estrutura, permeabilidade, densidade e 
porosidade do solo adequadas ao desenvolvimento normal das plantas (Andreola et 
al., 2000). Na medida em que se intensifica o uso agrícola os atributos físico-hídricos 
do solo sofrem alterações, geralmente adversas ao crescimento vegetal, que ficam 
mais nítidas quando os sistemas de uso são comparados com o estado do solo ainda 
sob vegetação natural (Santos, 2010, Santos et al., 2011a). 
Segundo Aguiar (2008), a estrutura pode ser avaliada pela densidade do solo, 
macro e microporosidade, estabilidade de agregados, resistência à penetração e 
infiltração da água no solo. Já para Reinert et al. (2006), a estrutura é avaliada pelos 
atributos que lhe dão forma, isto é, densidade do solo; geometria, tamanho e 
continuidade de poros; infiltração; retenção de água e aeração. 
De acordo com Kiehl (1979), a densidade do solo deve permanecer no intervalo 
entre 1,1 a 1,6 Mgm-3 em solos minerais, assumindo valores superiores a 1,6 Mg m-3 
em solos de textura arenosa. Camargo & Alleoni (1997) assinalaram como crítico, em 
solos variando de franco-argilosos a argilosos, o valor de densidade na ordem de 1,55 
Mg m-3 . Já para o cultivo da soja em solos franco-argilo-arenosos, Beutler et al. (2005) 
afirmaram que a densidade ótima deve ser da ordem de 1,23 Mg m-3 . 
De maneira similar, a porosidade de aeração ou porosidade livre de água 
(Libardi, 2000) é diretamente afetada pelosvalores de densidade e pelo conteúdo de 
água no solo. Tomando a porosidade total como um valor fixo, pode-se dizer que uma 
parte pode ser ocupada por água e a outra por ar. Quando a porosidade de aeração 
é menor que 10%, a taxa de fluxo de oxigênio em direção ao sistema radicular das 
plantas é severamente prejudicada afetando, assim, os processos 
fisiológicos/metabólicos e, consequentemente, o crescimento das raízes das plantas 
(Leão, 2002). 
6 
 
 
Lanzanova et al. (2007) constataram, ao estudar atributos físicos do solo em 
sistema de integração lavoura-pecuária sob plantio direto, que a microporosidade do 
solo não foi significativamente alterada pelos sistemas de manejo das pastagens em 
nenhuma das camadas de solo estudadas; contudo, a macroporosidade e a 
porosidade total sofreram influência do pisoteio bovino na camada superficial, ambas 
diferindo da área não pastejada. Já Cassol (2003) observou aumento na infiltração de 
água diretamente proporcional ao incremento da altura de resíduo da pastagem, 
evidenciando a degradação da QS quando se utiliza elevada pressão de pastejo. 
Outro atributo do solo que merece ser destacado é a estabilidade de 
agregados. De acordo com estudos sobre a influência do manejo na agregação do 
solo, Tisdall & Oades (1980) indicaram que a influência do manejo do solo na 
estabilidade dos microagregados menores que 0,25 mm não é tão importante; 
entretanto, deve ser considerado que as partículas de argilas dispersas no solo são 
liberadas lentamente e agem como uma nuvem expansiva envolvendo os agregados 
(Arnold, 1978). Assim, a argila dispersa pode bloquear os poros que redistribuem ou 
armazenam água no solo, resultando em estruturas indesejáveis funcionalmente 
semelhantes a superfícies compactadas (Tisdall & Oades, 1982). 
Nesse contexto estudos têm demonstrado que a resistência dos agregados e a 
friabilidade do solo são influenciados por diversos fatores tais como: umidade do solo, 
tipo e teor de argila, mineralogia, metais polivalentes, carbonato de cálcio, óxidos e 
hidróxidos de ferro, alumínio e manganês, composição e concentração da solução do 
solo, ciclos de umedecimento e secagem do solo, exsudatos orgânicos de plantas, 
substâncias orgânicas provenientes da ação de micro-organismos e outros compostos 
orgânicos (Bastos et al., 2005). 
Em geral, o aumento no teor de argila induz o incremento na resistência tênsil 
dos agregados e, portanto, redução da friabilidade (Kemper et al., 1987), o que 
também se observa ao reduzir proporcionalmente os teores de carbono orgânico no 
solo (Tormena et al., 2008). A elevação da resistência tênsil em razão do aumento no 
teor de argila parece ser função do incremento do número de cargas elétricas, o que 
favorece a formação de ligações entre partículas minerais e/ou partículas minerais e 
orgânicas (Imhoff, 2002). 
7 
 
 
Dufranc et al. (2004) constataram como principais agentes ligantes em dois 
Latossolos Vermelhos em sistema de plantio direto, a comunidade bacteriana, os 
teores de ferro e de potássio e a matéria orgânica. Por outro lado, alguns autores 
atestam que os óxidos de ferro exercem pouca ou nenhuma influência na agregação 
do solo (Muggler et al., 1997), ou que o efeito desses agentes agregantes é devido à 
sua interação com a matéria orgânica do solo e/ou teor de argila (Guérif, 1990). 
Em estudo para se avaliar a agregação e estoques de carbono sob diferentes 
práticas de manejo agrícola, Vezzani & Mielniczuk (2011) verificaram que houve 
recuperação da agregação do solo e estoques de carbono próximo das condições 
naturais de Campo Nativo com o uso e manejo de sistemas de culturas por 15 a 17 
anos sem revolvimento do solo associado ao incremento de carbono. 
Costa et al. (2009) constataram que o revolvimento do solo com arado e grade 
ou escarificador reduz o teor de carbono de compostos orgânicos, a estabilidade de 
agregados, a densidade e a capacidade de campo, porém, aumenta a porosidade 
total, a macroporosidade e a capacidade de aeração em comparação com o sistema 
de plantio direto. Dantas et al. (2012) por sua vez, concluíram que o cultivo anual 
resulta em maior degradação física do solo, se comparado ao cultivo perene, em 
função da redução na condutividade hidráulica no solo e na estabilidade de agregados 
maiores que 2,0 mm, com elevação nos valores de densidade do solo. 
De acordo com Campos et al. (1995), o contínuo aporte de material orgânico é 
fonte de energia para a atividade microbiana, que atua como agente de estabilização 
dos agregados. Além disso, a matéria orgânica, em razão de sua estrutura complexa 
e longas cadeias de carbono, agrega partículas minerais (Dufranc et al., 2004), com 
efeito direto na formação e na estabilização dos agregados (Braida et al., 2010), sendo 
uma importante propriedade para se estimar a qualidade física dos solos (Ribon & 
Tavares Filho, 2008). 
Dessa forma, a adoção de sistemas de manejo que mantenham a proteção do 
solo pelo contínuo aporte de resíduos orgânicos é essencial para manutenção e/ou 
melhoria da estrutura do solo. 
8 
 
 
4. COMPACTAÇÃO DO SOLO 
Na compactação do solo há aumento de massa por unidade de volume, 
resultando em aumento na densidade, na resistência à penetração de raízes e na 
microporosidade relativa, o que contribui para redução linear da porosidade total e da 
macroporosidade (Beutler et al., 2005). 
Com relação a estudos sobre compactação do solo, Silva et al. (2005) 
afirmaram que a deposição de argila nas paredes dos poros e sobre os grãos de 
quartzo ocasiona um arranjamento mais compacto de partículas, aumentando o 
adensamento das camadas subsuperficiais. Este fenômeno é mais expressivo em 
solos cuja argila está em um maior grau de dispersão, migrando facilmente sob 
condições de chuva ou irrigação (Helalia et al., 1988). 
 A compactação do solo pelo tráfego de máquinas, originada da compressão 
do solo insaturado, é a principal causa da degradação física dos solos agrícolas, e 
aumenta com a intensidade de tráfego em condições inadequadas de umidade do solo 
(Flowers & Lal, 1998). A susceptibilidade à compactação pode ser alterada pelo 
acúmulo de matéria orgânica, porém, a textura do solo e seus efeitos associados à 
retenção de água, coesão e densidade do solo determinarão a magnitude e o tipo de 
efeito (Braida et al., 2010). 
A compactação, devida à atividade agropecuária, também pode causar 
modificações na retenção de água do solo, decorrentes de alterações sofridas na 
distribuição do diâmetro de poros, principalmente redução da macroporosidade 
(Figueiredo et al., 2009). Todavia, a disponibilidade de água para as plantas depende 
do nível de compactação e da distribuição do diâmetro de poros resultante (Hillel, 
1980). 
 Albuquerque et al. (2001) relataram que a compactação causada pelo 
excessivo tráfego de máquinas e implementos agrícolas e pelo pisoteio animal em 
áreas sob integração lavoura-pecuária – ILP, tem sido uma das principais causas da 
degradação da capacidade produtiva de solos agrícolas; entretanto, Moreira et al. 
(2012), ao avaliar a densidade do solo, porosidade de aeração e a permeabilidade do 
solo ao ar, concluíram que, após oito anos de ILP, não se confirmou a hipótese de que 
o aumento do pisoteio animal diminui a QFS. Santos et al. (2011a) afirmam que são 
9 
 
 
escassos experimentos de longa duração que permitam observar as alterações na QS 
resultantes dos efeitos acumulados dos sistemas de manejo. 
Nesse contexto, a resistência do solo à penetração se torna um importante 
atributo físico indicador da QFS, pois se relaciona com outros atributos indicadores do 
grau de compactação (Ribon & Tavares Filho, 2008). Embora varie com o solo e com 
a espécie cultivada, a resistência do solo à penetração é ocasionada por atividades 
antrópicas, de forma continuada e mal-planejada. Marchão et al. (2007) demonstraram 
que o atributo umidadeapresenta relação inversamente proporcional aos valores de 
resistência à penetração obtidos em condições de campo. 
Valores críticos de resistência à penetração podem variar de 1,5 MPa a 4,0 
MPa (Rosolem et al., 1999); no entanto, valores próximos a 2 MPa são, de maneira 
geral, aceitos como impeditivos ao crescimento radicular (Blainski et al., 2008). 
Todavia, para a cultura da soja Beutler et al. (2007) verificaram redução na 
produtividade de grãos em solos com intervalo de resistência à penetração entre 1,30 
e 1,64 MPa; logo, a compactação em razão do sistema de manejo do solo e das 
culturas pode implicar em alterações físicas que determinam condições ideais ou 
limitantes ao desenvolvimento vegetal (Collares et al., 2008). Assim, as práticas de 
manejo e de conservação do solo e da água devem ser planejadas e executadas 
procurando-se manter, ou mesmo melhorar, seus atributos de modo a aumentar a 
capacidade do solo em sustentar uma produtividade competitiva, sob aspectos físicos, 
químicos e biológicos, sem comprometer a qualidade do solo e da água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
5. INDICADORES DE QUALIDADE FÍSICA DO SOLO: UMA ANÁLISE CRÍTICA 
Ao relacionar alguns índices de QFS existentes como, por exemplo, o índice 
proposto por Reynolds et al. (2002), verificam-se limitações ao uso deste indicador 
por ainda não haver número aceitável de resultados em diferentes localidades, 
suficientes para que se possa utilizá-lo como índice confiável na determinação da 
QFS. Ainda, esse índice não leva em consideração outros atributos físicos bastante 
sensíveis às diversas práticas de cultivo e manejo do solo sendo conveniente, 
também, a realização de um grande número de estudos em função do tipo de solo 
(Santos, 2010). 
O índice de QFS, desenvolvido por Letey (1985) e caracterizado por Silva et al. 
(1994) como sendo o intervalo hídrico ótimo (IHO), tem apresentado bons resultados 
(Silva et al., 1994; Beutler et al., 2007; Lima et al., 2012), porém sua aplicação prática 
fica limitada a períodos em que o solo se encontra com níveis adequados de umidade 
para que a resistência do solo à penetração possa ser medida. 
Ao se proceder a uma análise minuciosa do índice S proposto por Dexter 
(2004), verifica-se que a expressão da CRA em função de ln(h) ou log(h), ao invés de 
h como variável independente, resulta em valores diferentes do índice S (Santos et 
al., 2011b). Dessa forma, o cálculo do índice S quando a CRA é expressa com h sendo 
a variável independente é mais consistente do ponto de vista matemático e físico e, 
para as amostras que esses autores selecionaram, esta forma de cálculo aumentou 
significativamente a relevância da análise em comparação ao S proposto por Dexter 
(2004). Por fim, de acordo com Santos et al. (2011b) e Pereira et al. (2011), mais 
estudos deverão ser conduzidos para verificar em que proporção o índice S é afetado 
em diferentes tipos de solos e sob diferentes manejos, visando verificar se o uso de h 
como variável independente efetivamente aumenta a sensibilidade da análise. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
6. PRINCÍPIOS DE MANEJO CONSERVACIONISTA DO SOLO 
Alguns processos de degradação do solo podem ser controlados, e todas as 
técnicas para aumentar a resistência do solo e/ou diminuir a ação desses processos 
denominam-se práticas conservacionistas. Estas podem ser de caráter vegetativo, 
edáfico e mecânico, mas elas resolvem apenas parcialmente o problema e devem ser 
utilizadas simultaneamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
7. PRÁTICAS DE CARÁTER VEGETATIVO 
Utiliza-se a vegetação para proteger o solo dos processos erosivos. A 
densidade de cobertura vegetal é o princípio básico para proteger o solo contra os 
efeitos da erosão e esta é tanto menor quanto mais densa for a vegetação que recobre 
e protege o solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
8. FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO 
 A cobertura com floresta em solos situados em pendentes íngremes, pobres 
ou erodidos é a maneira mais econômica e segura de utilização. Nos locais de 
topografia acidentada, as florestas devem ser formadas no topo dos morros a fim de 
reduzir as enxurradas que se formam nas cabeceiras, atenuando os problemas de 
erosão nos terrenos situados a jusante, e proporcionando, pela maior infiltração, a 
regularização das fontes de água. 
As matas ciliares são florestas ou outros tipos de cobertura vegetal, nativas, 
situadas nas margens de rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. A 
recuperação de matas ciliares degradadas pode ser feita por meio da regeneração 
natural ou do plantio de espécies selecionadas. No caso da regeneração natural, 
quando uma determinada área de floresta sofre distúrbio como a abertura natural de 
uma clareira por queda de árvore, incêndio ou desmatamento, a sucessão secundária 
tem a capacidade de promover a colonização da área e conduzir a vegetação através 
de uma série de estágios sucessionais. Diferentes grupos de plantas que vão se 
sucedendo ao longo do tempo criam condições ecológicas no local que permitem 
chegar a uma comunidade estruturada e estável. 
 Para que a sucessão secundária aconteça, tem-se a dependência de diversos 
fatores como a presença de vegetação remanescente, o banco de sementes no solo, 
a proximidade de fontes de sementes e a rebrota de espécies arbustivas e arbóreas. 
Assim, cada área degradada apresentará uma dinâmica sucessional específica. O 
sucesso dessa estratégia também depende do isolamento da área e da eliminação 
das causas da degradação. 
Para a recuperação de matas ciliares através do plantio de mudas, devese usar 
como critérios básicos a seleção de espécies nativas que ocorram nas matas ciliares 
da região, a escolha de um grande número de espécies para gerar diversidade, a 
combinação de espécies pioneiras (de rápido crescimento) associadas com espécies 
não pioneiras (secundárias tardias e climácicas), o uso de espécies atrativas à fauna 
e adaptadas às condições de umidade do solo. 
As florestas exercem papel importante no equilíbrio ecológico de uma região, 
fornecendo abrigo e alimento para aves e animais úteis como controladores de pragas 
14 
 
 
das culturas agrícolas. Os reflorestamentos contribuem na economia das 
propriedades agrícolas, fornecendo lenha e madeiras, indispensáveis à organização 
e manutenção da propriedade. 
- Pastagens 
 Áreas com grande propensão à erosão (solos frágeis e situados em locais com 
elevada declividade) devem ser exploradas, preferencialmente, com pastagens 
permanentes, ou anuais, que também fornecem boa proteção do solo (Figura 1). A 
integração lavoura-pecuária, bem conduzida, constitui condição ideal para a 
manutenção da fertilidade do solo e aumento de renda da propriedade. 
 
Figura 1: Pastagem. 
 
Fonte: https://blog.belgobekaert.com.br/agro/recuperacao-de-pastagens/ 
 
As pastagens, embora em intensidade menor do que as florestas, fornecem 
eficiente proteção ao solo contra a erosão. Porém, uma lotação excessiva pode 
resultar em uma vegetação excessivamente raleada e reduzida, redundando na 
diminuição da proteção contra a erosão. 
O pastoreio racional é um método de manejo do conjunto solo, planta e animal, 
e propõe condutas de pastoreio direto em rotações de pastagens através da 
subdivisão da área em parcelas. Também preconiza a diversificação de espécies 
forrageiras. Esse conjunto de práticas possibilita a recuperação do pasto à medida 
15 
 
 
que cada parcela passa por um período de repouso, criando as condições necessárias 
para o rebrote das plantas forrageiras e a recuperação de suas reservas de energia. 
- Plantas de cobertura 
O uso de plantas de cobertura, chamadas de adubos verdes em uma 
terminologia mais antiga, em rotação, sucessão ou em consórcio protege a camada 
superficial, bem como mantém e/ou melhora as propriedades físicas, químicase 
biológicas do solo. 
Algumas espécies que podem ser usadas no inverno são aveia (Avena spp), 
azevém (Lolium multiflorum Lam), centeio (Secale cereale L.), chícharo comum 
(Lathyrus sativus L.), ervilhacas (Vicia spp), fava (Vicia faba L.), fava forrageira (Vicia 
faba L.), gorga (Spergula arvensis L.), nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), 
serradela (Ornithopus sativus Broth.) e tremoços (Lupinus spp) e no verão são caupi 
(Vigna sinensis Endl.), crotalárias (Crotalaria spp), feijão de porco (Canavalia 
ensiformis DC), guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp), mucunas (Stizolobium spp), 
sesbania (Sesbania spp), milheto (Pennisetum glaucum L.), sorgo (Sorghum bicolor 
L.) e girassol (Helianthus annuus L.). 
- Culturas em faixas 
Consiste na disposição das culturas em faixas de largura variável, de forma que 
a cada ano, alternem-se plantas que oferecem pouca proteção ao solo com outras de 
crescimento mais denso (Figura 2). É uma prática complexa, porque combina o plantio 
em contorno, a rotação de culturas, as plantas de cobertura e até os terraços. 
 Dentre os diversos sistemas de controle da erosão hídrica e eólica, é uma das 
mais eficientes. Para o controle da erosão hídrica, o plantio deve ser orientado no 
sentido das curvas de nível do terreno e para o controle da erosão eólica, no sentido 
contrário dos ventos dominantes. 
O efeito das culturas em faixas no controle à erosão é baseado em três 
princípios: as diferenças em densidades das culturas utilizadas; o parcelamento das 
pendentes; e a disposição das linhas de cultivo em contorno. A disposição alternada 
de culturas diferentes faz com que as perdas por erosão sofridas em determinada 
cultura, sejam, em parte, controladas pela cultura que vem logo em seguida; culturas 
como feijão, mamona e mandioca perdem mais solo e água que amendoim, algodão 
16 
 
 
e arroz, e estas, por sua vez, perdem mais do que milho e cana de açúcar. Uma 
mesma cultura, plantada em diferentes épocas, pode proporcionar diferentes 
densidades de cobertura do solo, como, por exemplo, a cana de açúcar e o milho 
verde. A largura das faixas será determinada em função do declive do terreno, do tipo 
de solo e da cultura. 
- Cordões de vegetação permanente 
São fileiras de plantas perenes, de crescimento denso, dispostas com 
determinado espaçamento horizontal e sempre em nível. Em culturas anuais 
cultivadas continuamente na mesma faixa, ou em rotação, são intercaladas faixas 
estreitas de vegetação cerrada, formando os cordões de vegetação permanente. Em 
culturas perenes como café e pomar, os cordões são dispostos entre as árvores, com 
determinado espaçamento horizontal, formando barreiras para o controle da erosão. 
Quebrando a velocidade de escorrimento da enxurrada, os cordões de 
vegetação permanente provocam a deposição de sedimentos transportados e 
facilitam a infiltração de água de escorrimento no terreno. Eles podem ser usados em 
terrenos com até 60 % de declividade. Com o passar dos anos, podem se formar 
terraços acima dos cordões; com pequeno trabalho de acabamento estes terraços 
estarão prontos. 
A distância entre os cordões de vegetação permanente varia com a declividade 
do terreno e as características do solo. Esses deverão ter um a três metros de largura 
e a vegetação a empregar na sua formação, além de apresentar, de preferência, valor 
econômico, deverá possuir as características de crescimento rápido e cerrado, 
formação de uma barreira densa junto ao solo, durabilidade e não ter caráter de planta 
invasora. Exemplos de espécies usadas são: cana-de-açúcar, vetiver, capim limão, 
capim elefante. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
Figura 2: Disposição das culturas em faixas, com largura variável de acordo com a topografia 
do terreno 
 
Fonte: https://docplayer.com.br/62009085-Como-ocorre-a-formacao-do-solo.html 
- Roçada 
O corte das plantas espontâneas a uma pequena altura da superfície do solo, 
mantém a cobertura do solo e controla a erosão. A operação deve ser repetida a fim 
de evitar concorrência com a cultura de interesse econômico. Com o uso desta prática 
não ocorre a desagregação da camada superficial de solo, que facilita a erosão; não 
ocorre o corte das raízes superficiais das plantas perenes e o comprometimento da 
produção; com a permanência da vegetação cobrindo o solo, não haverá efeito da 
energia de impacto da gota de chuva; e o sombreamento do solo diminuirá a oxidação 
acelerada da matéria orgânica. 
- Cobertura morta 
O uso de cobertura morta protege o solo do impacto das gotas da chuva, 
diminui o escoamento da enxurrada e incorpora a matéria orgânica ao solo, que 
aumenta a sua resistência ao processo erosivo. No caso da erosão eólica, também 
protege o solo contra a ação direta dos ventos e impede o transporte das partículas. 
A cobertura morta contribui para o armazenamento de água nas zonas de precipitação 
pouco abundantes e diminui a temperatura do solo; consequentemente, diminui a 
evapotranspiração (forma pela qual a água da superfície terrestre passa para a 
atmosfera no estado de vapor. O processo envolve a evaporação da água de 
18 
 
 
superfícies (rios, lagos, represas, oceanos, etc), dos solos e da vegetação úmida 
(interceptada durante chuva) e a transpiração dos vegetais). 
A utilização da prática exige um bom nível de fertilidade do solo, principalmente, 
com relação ao nitrogênio. A cobertura do solo com material com elevada relação C/N 
influencia a população de microrganismos e, em consequência, podem causar uma 
rápida redução da disponibilidade do elemento, especialmente, nas primeiras 
semanas da decomposição do material. É necessário, para o sucesso da prática, o 
adequado suprimento de nitrogênio para atender a demanda da biota e das plantas. 
O uso de resíduos com relação C/N mais elevada, por outro lado, possibilita 
uma decomposição mais lenta dos resíduos e contribui para o aumento dos teores de 
matéria orgânica no solo e a liberação gradual de nitrogênio e outros elementos para 
as culturas agrícolas. Já as leguminosas possuem uma menor relação C/N e, por 
consequência, a liberação dos nutrientes durante sua decomposição é mais rápida. 
- Quebra-ventos 
 Consistem em uma barreira densa de árvores, colocadas a intervalos 
regulares, nas regiões sujeitas a ventos fortes, formando anteparo contra os ventos 
dominantes. Deverá ser o mais alto e o mais cerrado possível na direção perpendicular 
dos ventos dominantes, de preferência ao longo das divisas do terreno. 
Os quebra-ventos mais eficientes são aqueles com diferentes espécies de 
plantas, fornecendo, cada uma, uma barreira mais densa em determinada altura. 
Assim o vento será desviado para cima por uma superfície inclinada de copa de 
árvores. Pode-se utilizar o eucalipto, o bambu, a tefrósia, o cipreste. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
9. PRÁTICAS DE CARÁTER EDÁFICO 
O controle da erosão é garantido através do adequado crescimento da 
vegetação e da manutenção ou melhoria da fertilidade do solo. 
- Adubação verde 
É entendida como a incorporação, ao solo, de plantas especialmente cultivadas 
para esse fim ou de outras vegetações cortadas ainda verdes para serem enterradas. 
Estas plantas protegem o solo contra ação direta da chuva quando vivas e, depois de 
enterradas, melhoram as condições físicas e químicas do solo pelo aumento dos 
teores de matéria orgânica. 
Constitui uma das formas mais baratas e acessíveis de incorporar matéria 
orgânica ao solo, sendo conhecidos os seus efeitos na estabilização e mesmo no 
aumento das produções. 
- Adubação química 
A manutenção e/ou melhoria da fertilidade do solo proporciona melhor 
cobertura vegetal do terreno e, consequentemente, melhor proteção do solo. É mais 
econômico e eficiente repor regularmente os elementos exportados pelas culturas 
agrícolas do que, após vários anos, tentar restaurar o solo que já está empobrecido. 
- Adubação orgânica 
Aadubação orgânica do solo com estercos ou compostos exerce papel 
importante no melhoramento das condições para o desenvolvimento das culturas. 
Tem-se como benefícios nas propriedades físicas a melhoria da estrutura do solo, 
aeração, armazenamento de água e drenagem interna do solo. Sobre as propriedades 
químicas do solo, ocorre enriquecimento gradual do solo com macro e micronutrientes 
essenciais às plantas e o aumento gradativo do teor de matéria orgânica do solo. Os 
efeitos dos adubos orgânicos sobre as propriedades biológicas do solo são o aumento 
na biodiversidade de microrganismos úteis que atuam em processos relacionados à 
fertilidade do solo e no controle de pragas que atacam as raízes das plantas (p.e. 
nematóides). Além de resíduos orgânicos, podem ser utilizados outros produtos como: 
os inoculantes para leguminosas ou ainda, os chamados biofertilizantes. 
20 
 
 
Os biofertilizantes líquidos são produtos obtidos da fermentação de materiais 
orgânicos com água, na presença ou ausência de ar. Possuem composição variável 
e de acordo com o material empregado para a sua fabricação, podem fornecer os 
macro e micronutrientes necessários à nutrição vegetal. Por serem produtos obtidos 
através da fermentação, com a participação de bactérias, leveduras e bacilos, podem 
atuar como protetor natural das plantas cultivadas contra doenças e pragas. 
- Calagem 
Em solos ácidos, o baixo pH e a presença de alumínio (Al) e manganês (Mn) 
tóxico afetam o crescimento das raízes, prejudicando o desenvolvimento das plantas, 
aumentando a sua sensibilidade à seca e diminuindo a sua produção. O 
desenvolvimento de microrganismos também é reduzido, principalmente, o das 
bactérias fixadoras de nitrogênio (N) atmosférico. 
 Com a prática da calagem, busca-se corrigir a acidez do solo e fornecer 
elementos como cálcio (Ca) e magnésio (Mg) para as plantas. O Ca estimula o 
crescimento das raízes e, assim, ocorre o aumento do sistema radicular e da absorção 
de água e nutrientes do solo. Tem-se, também, o aumento da disponibilidade de 
fósforo (P), como consequência da diminuição dos sítios de fixação no solo; a 
diminuição da disponibilidade de Al e Mn, através da formação de hidróxidos, que 
precipitam e/ou são menos tóxicos; o aumento da mineralização da matéria orgânica 
e, por consequência, maior disponibilidade de nutrientes; e o favorecimento da fixação 
biológica de N. A calagem também ajuda na melhoria da agregação do solo, pelo 
efeito floculante do Ca. 
Em alguns casos, recomenda-se a aplicação de gesso, que vai adicionar Ca ao 
solo, o que é importante em culturas, como a macieira ou o tomate, que precisam de 
altas doses desse elemento. No entanto, essa é uma prática que pode fazer com que 
haja perdas de outros nutrientes, como o potássio (K), pela lixiviação. A 
disponibilidade de resíduos de rochas de jazidas tem levado à recomendação de pós 
de rocha, mas essa prática de rochagem deve partir do conhecimento do conteúdo e 
da disponibilidade dos elementos nelas contidos. 
21 
 
 
10. PRÁTICAS DE CARÁTER MECÂNICO 
São práticas que através da disposição do cultivo em nível ou de porções de 
terra buscam diminuir a velocidade do escoamento da enxurrada e facilitar a infiltração 
de água no solo. 
- Distribuição racional das estradas nas propriedades 
 As estradas devem ser construídas o mais próximo do contorno (em curvas de 
nível) e os carreadores em pendente, que fazem ligação entre estradas niveladas, 
devem ser em menor número possível, e locados nos espigões e eixos de grotas. 
Nesses locais, também será mais fácil construir os canais escoadouros. Com essa 
disposição das estradas, as glebas ficarão com uma forma alongada e recurvada no 
sentido das linhas do nível do terreno. 
O traçado das estradas (ou carreadores), nas propriedades agrícolas em linha 
reta, sem considerar a topografia do terreno, tem sido a causa de elevadas perdas de 
solo por erosão. Com a disposição dos carreadores em linha reta, as culturas agrícolas 
quase sempre ficam com as linhas a favor do escorrimento das águas, aumentando 
as perdas por erosão e dificultando a adoção futura de práticas de controle. 
- Plantio em contorno 
Consiste em dispor as fileiras das culturas agrícolas no sentido transversal à 
pendente, em curvas de nível ou linhas em contorno. Assim, todas as operações de 
cultivo serão executadas em nível. A linha de nível é aquela cujos pontos estão todos 
na mesma altura (cota) do terreno. 
Ao se cultivar as plantas em contorno, cada fileira, assim como os pequenos 
sulcos e camalhões de terra que as máquinas de preparo e cultivo deixam na 
superfície do terreno, atuarão como obstáculo ao livre percurso da enxurrada, 
diminuindo a velocidade de escoamento e a capacidade de arrastamento de 
partículas. Em grandes áreas, ou de topografia irregular, várias linhas básicas são 
implantadas, a fim de que as operações de cultivo sejam feitas o mais próximo do 
nível do terreno. 
Embora seja uma operação simples e constitua uma medida de controle da 
erosão, o uso da prática em glebas com culturas perenes pode resultar na perda de 
22 
 
 
área com ruas mortas entre 4 a 6%. Em cultivos anuais, há necessidade de maior 
número de manobras com máquinas e maior dificuldade de realização das operações 
mecanizadas nas áreas com relevo desuniforme. 
- Terraceamento 
 Os terraços são estruturas construídas com a disposição de terra para formar 
um camalhão combinado com um canal, construídos em corte da linha de maior 
declive do terreno. O terraceamento é sempre combinado com plantio em contorno; 
pelo seu alto custo, é recomendado onde outras práticas, simples ou combinadas, não 
proporcionam o efetivo controle da erosão. A sua principal função é diminuir o 
comprimento de rampa de forma a interceptar a enxurrada antes que ganhe volume e 
atinja alta velocidade e tenha poder erosivo. O terraço reduz a formação de sulcos em 
regiões de alta precipitação e retém mais água em zonas mais secas. 
Os terraços, quando bem planejados e construídos, reduzem as perdas de solo 
e água por erosão e previnem a formação de sulcos e grotas (voçorocas). Contudo, 
para o sucesso do controle da erosão não devem ser usados isoladamente, e sim 
associados a outras práticas, como plantio e cultivo em contorno, o manejo de restos 
culturais, a rotação de culturas, as culturas em faixas e outras. O rompimento de um 
terraço pode levar à destruição dos demais que estejam à jusante, causando grandes 
prejuízos à área cultivada. 
A declividade do terreno é fator determinante para implantar os terraços, pois a 
erosão aumenta com o declive. Entretanto, o custo da construção e de manutenção 
dos terraços aumenta com o grau do declive do terreno e esse fator pode tornar 
dispendioso o seu uso do ponto de vista econômico. 
 Os terraços em desnível ou de drenagem têm a função de interceptar e escoar 
disciplinadamente o excesso de água que escoa superficialmente. Já os terraços em 
nível ou de infiltração têm a função de reter o deflúvio superficial para posterior 
infiltração da água no perfil do solo. Os terraços em nível são, portanto, recomendados 
para solos que possuem elevada permeabilidade, possibilitando uma rápida infiltração 
das águas até as camadas mais profundas, enquanto os terraços em desnível são 
indicados para solos com permeabilidade moderada ou lenta no perfil, que 
impossibilite uma infiltração em intensidade adequada das águas provenientes das 
chuvas. Portanto, este tipo de terraço deve sempre estar associado a canais 
23 
 
 
escoadouros, sejam eles naturais ou artificiais, com a finalidade de conduzir as águas 
das chuvas que excedem a capacidade de infiltração do solo. 
- Canais escoadouros 
São canais de dimensões apropriadas, vegetados, capazes de transportar com 
segurança a enxurrada de um terreno dos vários sistemas de terraceamento ou outras 
estruturas. Em geral, sãolocados em depressões rasas e largas do terreno, com 
declividade moderada, e estabelecidos com leito resistente à erosão. Sua melhor 
localização é a depressão natural, para onde as águas escorrem, bem como nos 
espigões, divisas naturais e caminhos. 
 Estes canais podem ser construídos com secções triangular, parabolóide e 
trapezoidal. Para as declividades mais acentuadas, a forma indicada é trapeizodal, 
cujo fundo chato, espraia a lâmina de água e diminui a velocidade de escoamento de 
enxurrada. A forma triangular é indicada para as declividades menores, de forma que 
o fundo em V concentra as águas e impede a deposição de sedimentos. A secção 
paraboloide, em forma de U, é indicada para as declividades intermediárias. 
 A vegetação do canal escoadouro deve ser escolhida de modo a suportar a 
velocidade de escoamento das enxurradas, não ter caráter de planta invasora e, se 
possível, ser utilizada como forragem. Várias são as espécies indicadas: entre as 
gramas, a batatais (Paspalum notatum Flüke), a tapete (Axonopus compressus 
Swartz-Beauv), a paspalum (Paspalum dilatatum Poir), a inglesa (Stenotaphrum 
secundatum Walt-Kuntze) e a seda (Cynodon dactylon (L.) Pers.); entre os capins, o 
quicuio (Pennisetum clandestinum Hochst.) e o rodes (Chloris gayana Kunth.) e do 
grupo das leguminosas, o cudzu-comum (Pueraria thunbergiana Benth), o cudzu-
tropical (Pueraria phaseoloides Benth) e a centrosema (Centrosema pubescens 
Benth.). 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
11. MANEJO DA ÁGUA 
A água é um dos bens mais preciosos que possuímos na Terra. Ela é 
responsável pela manutenção da vida no planeta e por isso sua preservação é 
considerada essencial para a sobrevivência humana. Desde pequenos aprendemos 
na escola sobre a importância da conservação e preservação da água em nossas 
vidas, que vai desde economizarmos tempo no banho até proteger áreas de 
nascentes e córregos. Porém, uma coisa ainda pouco estudada principalmente nas 
escolas, é que a preservação dos solos é tão importante quanto a da água por si só, 
pois ambos estão intimamente ligados. 
Muitos projetos educacionais em ensino nas escolas têm introduzido o tema 
sobre manejo do solo e da água. 
O cuidado no manejo do solo na agricultura é essencial para preservar a 
qualidade da água no sistema. Através da utilização da agricultura de conservação, 
evitamos problemas de erosão, que usualmente causam aterramento de rios e 
córregos em áreas de solos degradados. 
A manutenção da estrutura do solo através do cumprimento dos requisitos 
básicos do plantio direto permite uma melhor infiltração de água, auxiliando a nutrição 
das plantas e o melhor aproveitamento dos fertilizantes utilizados na área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
12. MANEJO DO SOLO E ÁGUA 
O solo como sendo um sistema trifásico, é um recurso natural de imensurável 
importância para toda a humanidade. É um componente vital para o meio ambiente e 
serve primordialmente como substrato para o desenvolvimento das plantas. Pensando 
na agricultura, é muito importante buscar um maior aproveitamento das águas das 
chuvas e/ou da irrigação, via técnicas de conservação do solo. 
Para um bom planejamento do uso do solo e da água em uma área, é necessário um 
bom levantamento de diversas características intrínsecas ao solo, sendo 
principalmente: o tipo de solo, aptidão, declividade, erodibilidade, potencialidade de 
mecanização, profundidade, grau de encharcamento, capacidade de produção e 
atributos relacionados a fertilidade química do solo. 
O solo é um grande depósito de água, contudo há uma série de fatores 
envolvidos na sua construção, seja em quantidade ou em qualidade. Um dos 
determinantes fatores envolvidos é a infiltração de água no solo, e características a 
ela ligadas como: textura, estrutura, porosidade, forma e continuidade dos poros, 
estabilidade dos agregados (agentes cimentantes), camadas que diferem em textura 
e estrutura, selamento da superfície do solo e parâmetros hidrodinâmicos. 
Técnicas de preparo de solo como sistema convencional, baseados em 
operações de aração e gradagem, promovem com o tempo a degradação do solo. O 
plantio direto é a prática conservacionista mais utilizada e que propicia melhores 
condições de conservação do solo e da água, mantendo palha na superfície e com 
ausência de revolvimento do solo, desta forma o sistema é capaz de manter a 
agregação do solo, promover o seqüestro de carbono e preservar a qualidade da água 
nas áreas agrícolas. 
O manejo integrado de conservação da água e do solo não fica restrito apenas 
a condições de preparo do solo. A cobertura permanente vegetal do solo por rotação 
de cultura, cultivo solteiro ou consorciação é muito importante, pois promove proteção 
a superfície do solo e fornece nutrientes, assim como, diferentes sistemas radiciais 
que promovem sinergia para uma boa construção de perfil de solo, onde influencia 
diretamente na infiltração de água no solo. O terraceamento é uma prática de caráter 
mecânico feito através de cortes e aterros, construído transversalmente a declividade 
do terreno, com o objetivo de diminuir a velocidade da água que escorre na superfície 
do solo, de forma a melhorar a infiltração da água ou drená-la (em gradiente). Outra 
26 
 
 
técnica, é a semeadura e/ou cultivo em contorno promove maior rugosidade ao solo e 
promove diminuição da velocidade da água escoante e promove a infiltração. Deve-
se também ter muita atenção ao manejo da irrigação, em momento e quantidade de 
água utilizada, assim como, a umidade do solo em cada operação que se necessite 
entrar na lavoura com máquinas, pois a umidade em certo nível pode promover maior 
compactação do solo aumentando por consequência o escorrimento e diminuindo a 
infiltração de água no solo e crescimento radicial. 
Um bom manejo de práticas conservacionistas, diminui perdas de solo e água 
por escorrimento superficial, evita erosões, inundações, assoreamentos e ajuda na 
alimentação dos lençóis freáticos. Desta forma, um bom manejo acaba 
proporcionando um maior aproveitamento de áreas cultivadas, trazendo benefícios 
em produtividade e lucratividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
13. O QUE É PRECISO SABER E FAZER PARA ECONOMIZAR ÁGUA NA 
IRRIGAÇÃO 
 A agricultura brasileira tem condições de fazer uso mais consciente da água. 
Para que você consiga produzir mais por hectare com baixo consumo hídrico é preciso 
conhecer algumas técnicas simples e seguir algumas dicas. Vamos a elas: 
Dica n° 1: 
 Conheça a necessidade hídrica do seu cultivo. Antes de acionar a irrigação é 
importante calcular a quantidade de água exata que seu cultivo precisa receber aquele 
dia, e esse valor é conhecido através do cálculo da evapotranspiração de cada cultura, 
diariamente. Com isso é possível saber o volume exato de água que deve ser 
recolocado no campo. Para conhecer o valor é preciso ter acesso a dados climáticos 
fornecidos através de estações meteorológicas, atualmente existem estações de 
baixo e médio custo que te fornecem diretamente os dados da evapotranspiração. 
Dica n° 2: 
Conservação. Faça um mapeamento da área para saber se existem nascentes. 
Se houver, veja em que condições estão, recupere e conserve-as plantando espécies 
nativas em volta. Programas do governo até remuneram produtores com valores 
mensais. 
Dica n° 3: 
 Cuide do solo. Procure fazer curvas de nível e manter maior quantidade de 
matéria orgânica no solo. Isso ajuda na retenção e na conservação de água no solo, 
além de amenizar a temperatura na terra. 
Dica n° 4: 
 Manutenção dos sistemas. Estabeleça uma rotina para verificar se não há 
vazamentos nas tubulações instaladas nos equipamentos de captação e distribuição 
de água no campo. Cada milímetro desperdiçado vale muito. 
 
 
 
28 
 
 
14. UNIFORMIDADE DE APLICAÇÃO DE ÁGUA 
Uma baixa uniformidade de distribuição da água do sistema de irrigação e nosolo ocasiona desuniformidade de crescimento do cultivo. Essa baixa uniformidade é 
resultado da falta de água que pode ocorrer em alguns locais da área plantada, o que 
pode prejudicar o processo de liberação de nutrientes necessários ao consumo da 
cultura, tendo como consequências baixas produtividades, elevada variação espacial 
dentro da mesma área e aumento dos custos de produção. 
Outro impacto causado pela baixa eficiência do sistema de irrigação é que, se 
a quantidade de água aplicada for bastante superior àquela necessária, o excesso de 
água aplicada retorna aos rios e córregos por meio do escoamento superficial e 
subsuperficial, ou vai para os lençóis subterrâneos por percolação profunda, 
arrastando consigo sais solúveis, fertilizantes (principalmente nitratos), resíduos de 
defensivos e herbicidas, elementos tóxicos e outros sedimentos, ocasionando assim 
contaminação dos recursos hídricos. Isso pode causar sérios problemas ao 
suprimento de água potável, tanto no meio rural como nos centros urbanos. 
É importante deixar claro que qualquer plano de manejo ou conservação da 
água de irrigação deve ter por base a determinação do nível de eficiência no qual o 
sistema de irrigação opera, daí a importância da avaliação do desempenho de um 
sistema de irrigação. Agora que já conhecemos as características de infiltração do 
solo, já escolhemos a estratégia de irrigação a utilizar e já sabemos da importância de 
manter uma alta uniformidade de aplicação de água pelo sistema de irrigação, vamos, 
nos próximos tópicos, estudar os diferentes tipos de manejo da irrigação: via solo, que 
se baseia na utilização de equipamentos que permite conhecer a quantidade de água 
que está no solo; e via clima, que utiliza os dados climáticos para o cálculo da 
evapotranspiração e assim conhecer as necessidades hídricas diárias do cultivo. 
 
 
 
 
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