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SOLO PARA ALTA PRODUÇÃO

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SOLO PARA ALTA PRODUÇÃO 
 
 
A importância do solo para o futuro da agricultura 
Já ninguém duvida que o solo é um dos principais elementos da agricultura 
e da produção de alimentos, senão o mais importante. O solo desempenha 2 
funções básicas na agricultura: 
 É a infraestrutura ecológica da maioria das plantas e de quase 100% 
das culturas agrícolas. 
 É através do solo que as plantas recebem de forma contínua os 
nutrientes e a água e é no solo que encontram o ambiente gasoso 
adequado ao desenvolvimento do seu sistema radicular. 
A sustentabilidade do solo é crucial para o êxito da agricultura, sem um 
solo saudável será difícil produzir alimentos de qualidade e em quantidade. 
É por isso que precisamos de investir a longo prazo nos nossos solos. O que 
queremos dizer? 
A saúde do solo na agricultura 
 Solos com uma boa estrutura e com baixo nível de compactação 
permitem que o solo funcione de forma equilibrada. 
 Bons níveis de matéria orgânica no solo. Porque são importantes? 
Significam uma melhor reserva de nutrientes, incrementam a 
capacidade de troca catiónica, formam quelatos, fornecem energia à 
atividade dos microrganismos, aumentam a capacidade calorífera e 
reduzem as oscilações térmicas. 
Um solo saudável tem grande influência no crescimento das raízes e, 
portanto, também na parte aérea da planta. Proporciona melhor alimento à 
cultura e é uma barreira natural contra impactos extremos de eventos 
ambientais como a temperatura, o excesso de chuva ou inclusive a escassez 
de água. 
 
Mas o solo na agricultura tem um papel fundamental não só do ponto de 
vista agronómico, como também na perspetiva ambiental. Solos saudáveis 
podem ajudar a proteger a qualidade da água nos ecossistemas agrários, 
reduzindo o impacto de fatores como a escorrência e a lixiviação. Solos 
bem geridos podem ajudar a reduzir o risco de os produtos 
fitofarmacêuticos ou fertilizantes atingirem as águas superficiais ou 
profundas devido à erosão, à escorrência e, em geral, à deslocação de 
substâncias solúveis ou dispersíveis. 
 
Se tivesse que escolher, diria que a escorrência é o principal fator de 
degradação dos solos agrícolas nesta parte da Europa, e é aqui que devemos 
trabalhar mais intensamente enquanto setor. A boa notícia é que a erosão 
provocada pela escorrência pode ser reduzida até 75 % mediante a 
implementação de boas práticas na gestão dos solos. 
Antes de terminar, gostaria de mencionar também o papel da 
biodiversidade no solo. É um aspeto a que damos menos atenção, mas que 
também devemos cuidar, porque no solo há mais organismos do que 
possamos imaginar. Biliões de micróbios descompõem a matéria vegetal, 
reciclam nutrientes e tornam-os disponíveis para as plantas. Embora 
também seja importante saber que há muitos outros organismos que podem 
afetar as plantas, tal como insetos, moluscos, nemátodos, e que têm 
atividade parasita sobre as mesmas. Não restam dúvidas, promovendo a 
biodiversidade dos solos teremos um maior leque de organismos que 
manterão um equilíbrio entre si. 
Formação dos solos 
O processo de origem, formação e transformação dos solos está 
diretamente relacionado com o intemperismo e com a acumulação de 
material orgânico. 
Os solos configuram-se como um importante recurso natural renovável que 
é utilizado pelas atividades humanas para fins econômicos, tendo uma 
notável importância nas práticas agropecuárias e na geração de alimentos 
para a sociedade. Sendo assim, uma curiosidade que permanece é: como se 
formam os solos? 
 
Basicamente, os solos formam-se a partir do processo de decomposição das 
rochas de origem, chamadas de rochas mãe. Isso significa dizer que, no 
início, não existiam solos na Terra, mas apenas grandes e variados grupos 
rochosos que foram lentamente desgastados pelo clima, pela ação da água e 
dos ventos e também pelos seres vivos, sobretudos as plantas. Com isso, 
essa lenta desagregação proporcionou a formação de sedimentos, que se 
mantêm aglomerados e compõem os solos. O processo de origem e 
constituição dos solos é chamado de pedogênese. 
Nesse sentido, a formação dos solos na natureza levou milhões de anos, 
apresentando, quase sempre, aspectos relacionados com o seu material de 
origem e as interferências naturais e antrópicas proporcionadas sobre eles. 
Vale lembrar que esse processo de formação dos solos é ininterrupto e 
ainda ocorre atualmente. Para compreender melhor o fenômeno natural da 
pedogênese, confira o esquema a seguir: 
 
Esquema explicativo da sequência de formação dos solos 
De acordo com a sequência acima explicitada, compreendemos que o 
processo de formação obedece à seguinte cronologia: a) decomposição 
lenta da rocha mãe pelos agentes do interperismo (água, ventos, clima, 
plantas e outros); b) com o tempo, acumula-se uma maior presença de 
material orgânico sobre o solo recém-formado; c) o material orgânico 
decompõe-se e vai aos poucos enriquecendo o terreno, enquanto os 
horizontes do solo vão se formando; d) o solo, em estágio mais avançado, 
passa a contar com os diferentes horizontes, além de apresentar uma 
camada superficial orgânica propícia ao plantio e à existência de 
vegetações. 
Os solos mais antigos apresentam essa estrutura mais consolidada, 
enquanto os solos mais jovens, muitas vezes, ainda se encontram em 
processo intermediário de formação, sem a existência de todos os seus 
horizontes e com baixo nível de material orgânico. Os horizontes do solo, 
segundo as classificações mais comuns, são: 
Horizonte O (horizonte orgânico) – camada externa do solo composta por 
material orgânico em estágio de decomposição. 
Horizonte A – é o horizonte mineral mais próximo da superfície, com uma 
relativa presença de matéria orgânica. 
Horizonte B – é o horizonte de acumulação, com uma grande presença de 
minerais e com baixo acúmulo de material orgânico. 
Horizonte C – camada formada por partes fragmentadas da rocha mãe, 
muitas vezes com sedimentos menores nas suas partes mais altas e com 
saprólitos e partes de rochas em sua parte inferior. 
 
 
Propriedades do solo 
Características morfológicas do solo 
São características presentes e observáveis nos solos que permitem 
distinguir um determinado tipo de solo dos demais. Algumas características 
rotineiramente observadas na descrição morfológica de solos são: 
Cor - É de fácil identificação e possibilita fazer inferências a respeito do 
conteúdo de matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de 
formação, dentre outros. 
Para que se tenha um padrão de identificação de cor do solo, utiliza-se a 
Carta de Cores de Munsell (Munsell Color Charts), que considera as 
variações da cor em escalas de três componentes: matiz, valor e croma. 
Textura – a textura tem grande influência no comportamento físico-hídrico 
e químico do solo, e por isso, sua avaliação é de grande importância para o 
uso e manejo dos solos utilizados para a agricultura. É expressa pela 
proporção dos componentes granulométricos da fase mineral do solo, areia, 
silte e argila. No Brasil, a classificação de tamanho de partículas utilizada 
segue o padrão disposto a seguir (Embrapa, 1979): 
 Argila (< 0,002 mm) 
 Silte (0,002 - 0,05 mm) 
 Areia fina (0,05 - 0,2 mm) 
 Areia grossa (0,2 - 2 mm) 
As frações mais grosseiras do que a fração areia são: 
 Cascalho (2 - 20 mm) 
 Calhau (20 - 200 mm) 
 Matacão (> 200 mm) 
Deve ser observada em campo, na descrição morfológica, mas seu valor 
definitivo é dado pela análise granulométrica, realizada em laboratório. 
 
Estrutura - é o arranjo estabelecido pela ligação das partículas primárias 
do solo entre si por substâncias diversas encontradas no solo, como matéria 
orgânica, óxidos de ferro e alumínio, carbonatos, sílica, etc. 
Este arranjo dá origem aos agregados ou peds, que são unidades estruturais 
separadas entre si por superfícies de fraqueza. A estrutura tem grande 
influênciano desenvolvimento de plantas no solo, como sistema radicular, 
armazenamento e disponibilidade de água e nutrientes e resistência à 
erosão. 
A estrutura é caracterizada conforme três aspectos: 
 Tipo: laminar, prismática, colunar, blocos angulares, blocos 
subangulares, granular 
 Tamanho: muito pequena, pequena, média, grande muito grande 
 Grau de desenvolvimento: solta, fraca, moderada, forte 
Consistência - a consistência diferencia a adesão e coesão de partículas do 
solo, que podem variar em função da textura, matéria orgânica e 
mineralogia e deve ser observada em campo em três condições de umidade: 
 Consistência seca - avalia o grau de resistência à quebra ou 
esboroamento do torrão. É classificada em solta, macia, ligeiramente 
dura, dura, muito dura, extremamente dura. 
 Consistência úmida - é dada pela friabilidade do torrão ligeiramente 
úmido. É classificada em solta, muito friável, friável, firme, muito 
firme, extremamente firme. 
 Consistência molhada - é observada em amostras molhadas, 
amassadas e homogeneizadas nas mãos. Avalia-se a plasticidade 
(capacidade do material em ser moldado), em três tipos: não plástica, 
ligeiramente plástica e muito plástica e; a pegajosidade (capacidade 
de aderência), em três tipos: não pegajosa, ligeiramente pegajosa e 
muito pegajosa. 
Porosidade - A porosidade é visualizada no perfil de solo e deve ser 
descrita conforme a quantidade e o tamanho dos poros. 
 Quantidade: poucos, comuns ou muitos 
 Tamanho: pequenos, médios grandes ou muito grandes 
Cerosidade - a cerosidade pode ser visualizada em campo a olho nu ou 
com auxílio de lupa na superfície dos agregados ou em laboratório, por 
análise micromorfológica. Ocorre nas superfícies dos agregados ou nos 
poros. Tem aspecto de brilhante ou lustroso, resultante da deposição de 
material inorgânico ou argila. A classificação é feita conforme dois 
aspectos: 
 Grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte 
 Quantidade: pouco, comum ou abundante 
Nódulos e concreções minerais - são corpos cimentados diferentes da 
matriz do solo e que podem ser destacados da mesma. Os nódulos não 
possuem organização interna. Já as concreções são desenvolvidas em torno 
de um ponto, de forma concêntrica. Na descrição de campo, devem-se 
considerar diversos aspectos dos nódulos ou concreções, tais como 
quantidade, tamanho, dureza, forma, cor e natureza. 
Minerais magnéticos - É avaliada no campo pelo grau de atração 
magnética à um ímã de bolso. 
Carbonatos - É detectado em campo pelo grau de efervescência da 
superfície do material quando em contato com um pequeno volume de 
ácido clorídrico a 10 %. 
Manganês - É detectado em campo pelo grau de efervescência da 
superfície do material quando em contato com um pequeno volume de 
peróxido de hidrogênio de 20 volumes. 
Sulfetos - É comum serem observados em áreas de mangue ou com 
restrição de drenagem. No campo, os compostos de sulfetos apresentam 
coloração amarelo-dourada e odor característicos. 
Eflorescências - São observadas no campo como crostas de sais nas 
superfícies das estruturas. São resultado do acúmulo de sais após 
evaporação, portanto são encontradas em condições de solo seco. 
Coesão - É uma característica observada em campo pela dureza (duro, 
muito duro ou extremamente duro) de horizontes subsuperficiais quando 
secos e friabilidade (friável a firme) quando úmidos. A coesão é 
comumente presente em Latossolos e Argissolos Amarelos da Formação 
Barreiras, na parte superior dos horizontes B. Podem ser descritos dois 
graus de coesão em campo: 
 Moderadamente coeso: material resistente à penetração de faca, 
martelo pedológico e trado. Consistência dura quando seco e friável 
a firme quando úmido. 
 Fortemente coeso: material resiste fortemente à penetração de faca, 
martelo pedológico e trado. Consistência muito dura a extremamente 
dura quando seco e friável a firme quando úmido. 
Classificação dos solos 
Os solos são recursos naturais que se formaram depois de milhões de anos 
em constituição como resultado da decomposição das rochas por ações do 
intemperismo. Podem ser classificados conforme a origem e conforme a 
influência da vegetação e do relevo. 
 
Classificação quanto à origem: 
Quanto à origem, os solos são classificados em eluviais e aluviais. 
1. Eluviais: quando os solos se formam por rochas encontradas no 
mesmo local da formação, ou seja, quando a rocha que se decompôs 
e se alterou para a formação do solo se encontra no mesmo local do 
solo; 
2. Aluviais: quando os solos foram formados por rochas localizadas em 
outros lugares. Graças à ação das águas e dos ventos, os sedimentos 
foram transportados para outro local. 
Classificação quanto à influência externa 
Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, 
também chamada de classificação zonal, que divide os solos em zonais, 
intrazonais e azonais: 
 
1. Zonais: são maduros, bem delineados e profundos. São subdivididos 
em latossolos, podzóis, solos de pradaria e desérticos. 
1.1. Latossolos: São solos pouco férteis, presentes geralmente em climas 
quentes e úmidos, com profundidades superiores a 2m; 
1.2. Podzóis: São solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e 
matéria orgânica, e são próprios de climas frios e temperados; 
1.3. Solos de pradarias: São ricos em cálcio e matérias orgânicas, por isso, 
são extremamente férteis. Estão presentes em regiões subúmidas de clima 
temperados; 
1.4. Desérticos: Solos caracterizados por serem pouco profundos e pouco 
férteis. Próprios de regiões desérticas. 
 
 
2. Intrazonais: são solos bem desenvolvidos, além de serem bastante 
influenciados pelo local e pelos fatores externos. Dividem-se em solos 
salinos e solos hidromórficos. 
2.1. Solos salinos: também chamados de halomórficos, caracterizam-se pelo 
alto índice de sais solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. 
Possuem uma baixa fertilidade; 
2.2. Solos hidromórficos: por estarem localizados próximos a rios e lagos, 
apresentam grande umidade. Sua fertilidade depende do índice de umidade: 
quanto mais úmidos, menos férteis. 
 
 
3. Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos 
aluviais e litossolos. 
3.1. Solos aluviais: presentes em áreas de formação recente em planícies 
úmidas. Quando os seus sedimentos são transportados, formam um solo de 
coloração amarela denominado de loess. 
3.2 Litossolos: presentes em locais com declives acentuados. Costumam 
estar posicionados diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis. 
 
 
Fertilidade do solo: conceitos básicos para alcançar o máximo em 
produtividade 
Um solo fértil é um solo com grande capacidade de fornecer nutrientes para 
a planta. Em geral, os solos brasileiros são pobres em nutrientes e ácidos 
(70% dos solos cultivados tem limitação séria de fertilidade), sendo, 
portanto, geralmente necessário à aplicação de corretivos e fertilizantes, 
tomando o cuidado para que sejam aplicados na dosagem correta. Para 
alcançar o máximo de fertilidade é preciso conhecer o solo da propriedade, 
peculiaridades e características para que o manejo seja muito bem feito e 
que os resultados na lavoura sejam fantásticos. 
Alguns pontos são importantes e determinantes para a fertilidade do 
solo: 
 17 elementos químicos são necessários para a nutrição das plantas, 
sendo 14 deles fornecidos pelo solo. O primeiro papel do solo é de 
fornecedor esses elementos químicos essenciais para que a planta se 
desenvolva. 
 
 A água é o principal fator limitante de produção máxima, sendo a 
fertilidade o segundo. 
 Cada solo tem uma capacidade diferente de fornecer nutrientes para 
as plantas em função de suas características químicas, físicas e 
biológicas. 
 O manejo dos nutrientes para o solo é específico para cada tipo de 
solo e de cultura. 
Algumas características são tão determinantes parase trabalhar a fertilidade 
do solo que são denominadas “Leis da Fertilidade do Solo”. 
 
É necessário conhece-las para definir as ações e conseguir atuar na 
melhoria da fertilidade do solo e alcançar máxima produtividade: 
 Lei do Mínimo: “A produção das culturas é limitada pelo nutriente 
em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros 
estejam disponíveis e em quantidade adequada”. A Lei no Mínimo 
nos permite concluir que a planta precisa de todos os 14 nutrientes 
em suas quantidades adequadas para uma produção sustentável e em 
grande escala. 
 Lei dos Incrementos Decrescentes: “Ao se adicionar doses 
crescentes de um nutriente, o maior incremento em produção é 
obtido com a primeira dose. Com aplicações sucessivas do nutriente, 
os incrementos de produção são cada vez menores”. A Lei dos 
Incrementos Decrescentes dita que o aumento da produção com 
aplicação de fertilizantes e corretivos não é linear. 
O manejo correto da fertilidade é responsável pela maior parcela dos 
ganhos de produtividade obtidos com o uso de práticas culturais 
recomendadas para as diversas culturas. Isto quer dizer que, se avaliarmos a 
fertilidade do solo de maneira correta, aplicaremos a quantidade correta de 
fertilizantes e corretivos necessária para explorarmos o máximo de 
produção que aquela cultura pode nos oferecer. Por isso, conhecer os 
conceitos básicos sobre fertilidade do solo é fundamental. 
 
Técnicas de manejo e conservação do solo 
O solo é um componente essencial para os ecossistemas e ciclos naturais, e 
sua degradação está diretamente relacionada a problemas como falta de 
recursos hídricos, diminuição da biodiversidade e redução da qualidade de 
vida da população. 
 
Muitos são os fenômenos que podem degradar o solo, sendo que os 
principais são: 
 
 Erosão ou desertificação do solo; 
 Utilização de tecnologias inadequadas; 
 Ausência de práticas de conservação de água no solo; 
 Desmatamento; 
 Aumento da salinidade do solo. 
De acordo com os tópicos acima, podemos perceber que muitos dos 
problemas estão relacionados ao manejo inadequado do solo. Por isso, as 
práticas de conservação e manejo do solo, tanto na agricultura quanto na 
pecuária, se fazem cada vez mais necessárias para que o uso da terra seja 
sustentável e o menos prejudicial possível. 
O planejamento de utilização e manejo do solo deve ser baseado 
primordialmente em seu potencial produtivo. Sendo que, para manejar o 
solo de forma adequada, é preciso levar em consideração suas propriedades 
físicas, químicas e biológicas. Um bom manejo do solo é aquele que 
proporciona boa produtividade ao mesmo tempo em que possibilita a 
manutenção de sua fertilidade, garantindo a produção agrícola no futuro. 
Conheça algumas técnicas de manejo do solo: 
Preparo convencional 
Inverte a camada arável do solo, utilizando o arado. Este tipo de preparo só 
deve ser utilizado quando algumas características na superfície do solo 
precisam ser corrigidas. 
 
Preparo mínimo 
Utiliza implementos sobre os resíduos deixados no solo pela cultura 
anterior, com o revolvimento mínimo necessário para o cultivo seguinte. 
 
Plantio direto 
As sementes são espalhadas por uma semeadora especial sobre a palhada 
restante do cultivo anterior. 
 
Plantio semi direto 
Similar ao Plantio Direto, esse sistema faz a semeadura diretamente sobre a 
superfície, com semeadora especial. O que difere o método é que, neste 
caso, há poucos resíduos na superfície do solo. 
 
Técnicas de preparo do solo para plantio 
O preparo do solo para o plantio foi uma técnica muito utilizada no início 
da agricultura no Brasil. Baseado nos sistemas de plantio de países de clima 
temperado, o revolvimento do solo causa uma série de efeitos prejudiciais 
para a qualidade do solo, principalmente devido a destruição dos agregados 
do solo, expondo o carbono previamente protegido à processos de 
decomposição. 
A seguir, falaremos um pouco sobre as principais técnicas de preparo do 
solo para plantio, que infelizmente ainda são muito utilizadas em diversas 
áreas agrícolas pelo Brasil. 
 
1. Aração 
A aração do solo consiste em uma técnica de preparo do solo para 
plantio que se baseia na inversão de camadas do solo. Normalmente 
realizada na profundidade de 20 cm, a aração revolve o solo aumentando os 
níveis de oxidação da matéria orgânica e rompendo a estrutura do solo. 
Embora seja uma prática comum em regiões de clima temperado, a aração 
do solo em climas mais propícios ao intemperismo, como no Brasil, acaba 
por ser muito mais prejudicial à saúde do solo. Trabalhos demonstram que 
enquanto em clima temperado, sistemas de plantio convencional reduzem 
os estoques de C pela metade em aproximadamente 50 anos, perdas nessas 
proporções em ambiente tropical pode ocorrer em apenas 5 anos. 
2. Gradagem 
A gradagem do solo é uma prática de preparo do solo para 
plantio realizada normalmente após as operações de aração. Por realizar o 
revolvimento e a inversão de camadas, o arado acaba por deixar o terreno 
irregular e desnivelado. Através da operação de gradagem, os grandes 
torrões deixados pela aração acabam sendo rompidos, deixando o solo 
plano. 
Há décadas atrás, dizia-se que o solo ideal para o plantio deveria ter a 
consistência de um pó de café, bastante solto. Atualmente com a introdução 
das técnicas do sistema plantio direto, as operações de aração e gradagem 
foram diminuindo gradativamente. No entanto, ainda hoje muitos 
agricultores continuam revolvendo seus solos de tempos em tempos, muitas 
vezes sem necessidade, sendo esse um dos erros mais comuns cometidos 
no sistema plantio direto. 
3. Escarificação 
A escarificação consiste em uma técnica de preparo do solo para 
plantio menos agressiva para sua estrutura. Através do uso do chamado 
escarificador mecânico, a operação rompe camadas do solo sem realizar 
seu revolvimento ou inversão. 
Muito utilizado em clima temperado no chamado sistema de preparo 
mínimo do solo, a escarificação tem sido uma alternativa para reduzir os 
efeitos prejudiciais da aração e gradagem. Porém, como já discutido, em 
clima tropical e subtropical, a prática também acaba por causar a 
degradação do C do solo, uma vez que as condições para decomposição são 
mais agressivas. 
O quão prejudicial são as técnicas de preparo do solo para plantio? 
O revolvimento do solo pode trazer danos não somente à qualidade do solo 
e produtividade das culturas como também para o meio ambiente. No 
artigo “Agricultura brasileira e o aquecimento global”, nós explicamos um 
pouco mais sobre como o manejo do solo pode influenciar de forma 
positiva e negativa o aquecimento global. 
 
O estudo da gestão da matéria orgânica do solo pode ser uma excelente 
alternativa para entender melhor sobre o quão prejudicial as operações de 
distúrbio do solo são para sua qualidade. 
 
Compactação de Solos Agrícolas 
Como evitar a compactação de solos agrícolas 
Os solos agrícolas são o suporte para a expressão do potencial genético das 
plantas cultivadas, e um dos mais importantes fatores de produção da 
agricultura. 
Sua importância pode ser observada nitidamente em áreas de transição, 
muito comuns nos ambientes de produção do Brasil, onde em um mesmo 
talhão existem diferentes tipos de solo, comumente chamados de áreas de 
manchas. 
Nas áreas de manchas, é possível distinguir diferentes potenciais 
produtivos, que se repetem ano após ano, diretamente influenciados pela 
fertilidade daquela porção do talhão. 
Fertilidade do solo 
O grau de fertilidade de cada solo é reflexo direto das características do 
material de origem, da influência da topografia e dos fatores climáticos 
vigentes ao longo dos séculos de sua formação. 
Dentro do conceito de fertilidade, que nos remete automaticamente a 
pensar nas características químicas e na disponibilidade de nutrientes, 
existe um componente fundamental e constantementerelegado ao segundo 
plano: a estrutura física do solo. 
A estrutura física do solo consiste no arranjo espacial das partículas 
minerais, dos compostos orgânicos e do espaço aéreo – onde numa situação 
desejável, as raízes encontram oxigênio disponível e a água encontra os 
canais para a infiltração dentro do perfil do solo. 
É possível construir e melhorar a fertilidade do solo adotando práticas de 
manejo conservacionistas, como rotação de culturas e plantio direto. 
A produção de compostos orgânicos, incrementada pela maior atividade de 
microrganismos e exsudatos de raízes, cria as condições ideais para a 
formação de agregados do solo mais estáveis, resultando numa distribuição 
de micro e macro poros favorável à infiltração e armazenamento de água, e 
ao crescimento de raízes. 
Em geral, os solos em seu estado natural, sob vegetação nativa, apresentam 
características físicas, como permeabilidade e espaço poroso desejáveis, do 
ponto de vista agronômico, sendo grande o volume de solo explorado pelas 
raízes. 
Causas da compactação do solo 
Na medida em que os solos são cultivados, práticas agronômicas podem 
desequilibrar sua estrutura e causar compactação. Dentre os fatores mais 
problemáticos, pode-se citar: 
 a necessidade de máquinas cada vez mais pesadas – visando 
aumentar o rendimento operacional; 
 trânsito nas lavouras em épocas de alta umidade do solo; 
 a mais importante: produção insuficiente de palha e ausência de 
rotação de culturas efetiva nos sistemas de produção. 
Quando compactados, mesmo os solos que apresentam excelentes 
características químicas, têm sua fertilidade diminuída, pela menor 
capacidade de infiltração de água e pela maior resistência à penetração e ao 
desenvolvimento de raízes. 
A compactação do solo pode ocorrer em diferentes profundidades e, na 
maioria das vezes, não se distribui de maneira uniforme ao longo da 
lavoura. Uma ocorrência comum é a compactação das paredes do sulco de 
plantio, ocasionada por elevada umidade no momento da semeadura. 
A força exercida pelos discos de corte, quando o solo está em condição de 
alta umidade (formando barro), compacta a parede do sulco e pode impedir 
o desenvolvimento de raízes, podendo ocasionar tombamento de plantas 
nas fases mais adiantadas do milho. 
O risco de tombamento se concentra especialmente na fase de pré-
pendoamento, onde a planta tem muita massa vegetativa, e as raízes braçais 
ainda não se desenvolveram completamente (imagem 1). 
 
Desenvolvimento radicular de milho com restrição ocasionada pela 
compactação das paredes do sulco de plantio, devido à alta umidade do 
solo na semeadura. 
Monitoramento da compactação do solo 
Abertura de trinchei 
ras 
A forma mais precisa de diagnóstico de compactação do solo é a 
observação direta do desenvolvimento de raízes no perfil. Essa não é uma 
tarefa fácil, pois requer a abertura de trincheiras na área (imagem 2), 
operação laboriosa, que demanda bastante esforço físico e baixo 
rendimento operacional, se considerarmos que deve ser feita em diversos 
pontos da lavoura. 
 
Exemplo de trincheira aberta para observação do crescimento de raízes e 
padrão de compactação do solo em lavoura de milho. 
Penetrômetro 
Uma alternativa que tem sido muito usada para medir a resistência à 
penetração de raízes de modo indireto é o uso de sondas (penetrômetros) 
que perfuram o solo e registram a resistência à penetração em tempo real, 
em diferentes profundidades do perfil. 
Essa ferramenta, aliada aos sistemas de georreferenciamento, permite fazer 
um mapeamento geolocalizado do grau de compactação do solo em 
diversos pontos e em diferentes profundidades (imagem 3). 
 
Penetrômetro utilizado para medição do solo à penetração. 
A interpretação dos dados coletados com uso de penetrômetros deve 
respeitar alguns fatores que influenciam sua leitura, uma vez que a 
resistência à penetração e a umidade do solo são dependentes e apresentam 
variação inversamente proporcional. 
O nível crítico de compactação, no qual as raízes limitam seu 
desenvolvimento, é muito relativo e apresenta ampla variação na literatura 
sobre o tema. Segundo Santi & Flora (2006), há grande dificuldade para 
adoção de valores críticos como absolutos em condições de campo, uma 
vez que as propriedades e atributos do solo atuam de forma conjunta e 
complexa sobre os fatores de crescimento das raízes. 
Em condições experimentais, tem-se observado que as plantas continuam 
produzindo adequadamente, mesmo em solos que muitas vezes apresentam, 
para algumas propriedades, condições inadequadas em termos teóricos 
(Reichert et al., 2003). 
O valor a partir do qual a resistência à penetração passa a dificultar o 
crescimento radicular depende da cultura em questão. De uma maneira 
geral, os valores acima de 2.000KPa são os mais aceitos como críticos de 
resistência do solo ao crescimento das raízes, podendo estar na faixa de 
2.000 a 5.000KPa (Silva et. al. 1998; Reinert et. al., 2001). 
Em revisão realizada por Reinert et. al. (2001), uma resistência à 
penetração de 2.800 a 3.200KPa retarda a elongação das raízes, e acima de 
4.000KPa paralisa o crescimento das mesmas. 
Portanto, mais importante que o valor absoluto, a riqueza das informações 
coletadas com uso de penetrômetro com coleta georreferenciada está na 
determinação da compactação relativa do solo, dentro do conjunto 
amostrado. 
Em outras palavras: mais importante que saber o número absoluto (em 
KPa), é ver as diferenças de compactação que existem nas diferentes 
porções do talhão amostrado, comparando, por exemplo, uma amostragem 
feita no rastro dos implementos agrícolas e áreas de manobra (cabeceiras) 
com a amostragem feita em linhas de cultivo, ou em áreas sem tráfego, 
como beirada de mato ou de cerca. 
Esse comparativo tem muito valor e pode, juntamente com a observação do 
estado de desenvolvimento da cultura em cada ponto, servir como 
indicador da qualidade estrutural do solo. 
Métodos de controle e manejo da compactação do solo 
A melhor forma de manejo da compactação do solo é evitar que ela 
aconteça na propriedade. Isso só é possível com um efetivo sistema de 
rotação de culturas e com o controle de tráfego de máquinas pesadas na 
área. 
Controle de tráfego 
Em relação ao controle de tráfego, existem pesquisas que comprovam as 
vantagens do ajuste da bitola de todos os implementos para rodar sempre 
pelo mesmo rastro. 
Embora não seja simples, é uma técnica viável, e se apoia no uso de 
sistema de georreferenciamento (RTK) e uso de piloto automático para 
auxiliar na definição dos rastros onde será feito o tráfego controlado 
durante toda condução da lavoura. 
Essa técnica limita a área compactada e mantém o restante da lavoura livre 
do problema de compactação do solo e de amassamento de plantas. 
Outro ponto importante é evitar o tráfego em condições de solo muito 
úmido. Embora pareça simples, essa é uma alternativa muitas vezes 
inviável, pois entrar colhendo em solo úmido pode ser a diferença entre 
colher a lavoura ou perder toda a produção do ano. Em anos muito 
chuvosos essa condição é verdadeira e o agricultor fica sem alternativas. 
Rotação e sucessão de culturas 
O empobrecimento do solo pela perda de matéria orgânica (MO) impacta a 
sua qualidade estrutural e a estabilidade de agregados. Atualmente, 
pouquíssimos agricultores seguem um sistema efetivo de rotação e 
sucessão de culturas. 
Para tanto, seria necessário aportar ao sistema de cultivo alta quantidade de 
matéria seca com restos culturais para aumentar o aporte de Carbono (C) 
no solo, que funciona como substrato para estruturação e aumento da MO. 
Isso demanda a inserção no sistema de cultivo de plantas de cobertura na 
entressafra dos cultivos econômicos, e de culturas com alto aporte de palha. 
Nesse sentido, o milho é uma ferramenta fundamental, pois das culturas de 
interesse econômico é uma das que maisaporta Carbono no sistema. 
Remediando a compactação 
Quanto à remediação da compactação do solo, muitas empresas de 
implementos agrícolas desenvolveram nos últimos anos ferramentas para 
manejo de áreas compactadas (escarificadores), atendendo a demanda 
gerada para soluções dos problemas de manejo discutidas nos parágrafos 
anteriores. 
Esses implementos rompem o perfil do solo e são desenhados para revolver 
o mínimo possível sua camada superficial, buscando manter protegida a 
camada mais rica em MO. 
Essa operação rompe a camada compactada, abrindo espaço para 
infiltração de água no perfil do solo. É uma prática que demanda muita 
energia e tem custos elevados, pois a demanda de potência e de tração é 
muito alta. 
A principal crítica que se faz em relação ao uso de escarificação do solo é 
que o rompimento da camada compactada cria um espaço poroso, porém, 
não há continuidade dos poros no longo prazo. 
Essa continuidade de poros só é criada de maneira permanente com os 
ciclos de desenvolvimento e morte de raízes. 
A escarificação como manejo isolado pode, inclusive, aumentar a 
compactação, se for feita em umidade inadequada e/ou se em seguida 
continuar havendo tráfego de máquinas na área. 
Portanto, para o efetivo manejo de compactação via escarificação, deve-se 
fazer um planejamento que considere as condições ambientais no período 
do manejo, umidade do solo no momento da operação e a implantação de 
coberturas de solo com sistema radicular agressivo concomitantemente. 
É através do desenvolvimento das raízes que será criada a continuidade de 
poros que efetivamente aumentam a permeabilidade do solo e melhoram 
sua qualidade física. Além disso, são as raízes que incrementam a atividade 
da microbiota e a produção de compostos orgânicos, fundamentais para 
construção de uma boa estrutura física do solo. 
Preservar e trabalhar para melhorar sempre 
Podemos afirmar que o solo agrícola é o ativo mais precioso que um 
agricultor tem na sua propriedade, sendo este o fator de produção que 
suporta toda riqueza produzida na empresa agrícola. Preservar e trabalhar 
para melhorar a sua fertilidade é uma questão fundamental e pode definir a 
sustentabilidade do negócio e a manutenção do agricultor na atividade. 
Em anos de restrições climáticas os efeitos se acentuam e é comum 
observar diferenças enormes de produtividade entre vizinhos de cerca, 
muitas vezes com o mesmo tipo de solo, mas com manejos contrastantes do 
ponto de vista de boas práticas de rotação de culturas, cobertura de solo e 
manejo de lavoura. 
Planejar as operações agrícolas e o sistema de produção com objetivo de 
melhorar a fertilidade do solo, certamente, é um investimento de alto 
retorno e deve ser feito considerando o longo prazo. 
Nesse sentido, é importante o agricultor considerar a qualidade física do 
solo no planejamento e fazer o monitoramento de sua condição sempre que 
notar algum fator limitante ao bom desenvolvimento das raízes. 
 
Degradação do solo 
De modo geral, o solo é reconhecido como o chão em que as pessoas 
estabelecem suas mais diversas atividades, ou em palavras mais simples, o 
“chão” que estas pessoas pisam. No entanto, o solo é um elemento 
essencial das dinâmicas ambientais e sociais, pois é substrato para as mais 
diversidades atividades humanas, desde as mais simples até aquelas que 
envolvem conceitos econômicos. 
 
Existe um ramo específico da ciência que estuda o solo, a qual se chama 
Pedologia, e que é normalmente incluída no âmbito da Geografia Física, e 
que tem como interesse a identificação, conhecimentos sobre a formação, a 
classificação e o mapeamento dos solos. 
 
O que é o solo? 
 
O solo é a base para o desenvolvimento de todas as atividades humanas, 
portanto, um elemento essencial no âmbito da paisagem, assim como o 
relevo, a hidrografia, a estrutura geológica, a vegetação e o clima. 
 
Os solos são formados a partir da decomposição das rochas, sejam elas 
magmáticas, metamórficas ou sedimentares, pelo processo de intemperismo 
destas (físico, químico ou biológico). Assim, entende-se que os solos são 
formados a partir de processos contínuos de desagregação e decomposição 
das rochas na natureza. 
 
Vários fatores ocasionam o intemperismo das rochas, como o calor do Sol e 
a ação das águas, mas também o resfriamento da água nas fissuras das 
rochas, as pressões internas das rochas, microrganismos, dentre outros. 
 
Constituição dos solos 
Os solos são constituídos a partir de variados fatores atrelados, como as 
partículas minerais, com composição e tamanhos diferenciados, com base 
na rocha matriz; matéria orgânica, constituída pelos animais e vegetais 
decompostos, o qual é denominado de húmus; água, sendo que esta fica 
contida nos poros que o solo contém e ainda o ar, o qual está disposto no 
solo nos locais onde não há água. 
 
Formação dos solos 
Existem alguns fatores que estão atrelados ao processo de formação dos 
solos, como o material de origem (cada tipo de rocha produz um solo 
diferente), o clima (temperatura e umidade), relevo (desigual distribuição 
de água da chuva, luz solar e calor), organismos (decomposição de 
elementos vivos) e tempo (período de exposição). 
 
Assim, os solos são elementos complexos e que possuem uma relação 
íntima com o próprio processo de evolução do homem, a partir das 
atividades desenvolvidas por este. 
 
Horizontes do solo 
Os solos não são homogêneos, tendo variadas classificações em 
conformidade com suas características físicas e químicas. Os solos também 
possuem camadas heterogêneas, por conta de fatores como tipo de rocha 
original, presença de material orgânico e ainda elementos físicos do meio. 
 
As camadas que compõem o solo, denominadas de horizontes do solo, são 
aquilo que constitui o perfil do solo. Os solos podem ter todas ou apenas 
algumas camadas, as quais ficam visíveis quando feitos cortes verticais 
nestes. 
 
Comumente os horizontes do solo são: Horizonte Orgânico (O), Horizonte 
mineral com acúmulo de húmus (A), Horizonte claro de máxima remoção 
de argila e/ou óxidos de ferro (E), Horizonte de máxima expressão de cor e 
agregação ou de concentração de materiais removidos A e E (B), Material 
inconsolidados de rocha alterada, em processo de intemperismo (C) e 
Rocha não alterada (R). 
 
Erosão dos solos 
Sendo tão importantes para as atividades humanas, os solos também sofrem 
intensamente com a intervenção antrópica nestes. Como erosão entende-se 
um conjunto de ações que modelam a paisagem, ou seja, das formas do 
relevo. 
 
São, portanto, efeitos que atuam negativamente na forma como os solos 
estão dispostos a partir da perda da coesão destes. São, basicamente, três 
etapas que compõem o processo de erosão dos solos, sendo eles a 
desagregação das partículas do solo, o transporte das partículas dos solos e 
deposição destas partículas nas áreas menos elevadas do terreno. 
 
Estas partículas são, após depositadas nas áreas baixas, compactadas e 
formam rochas sedimentares no decorrer do tempo. 
 
Lixiviação 
Alguns processos de degradação dos solos são a lixiviação, o qual é um 
processo de lavagem dos solos pelas águas da chuva, as quais carregam os 
nutrientes existentes nestes solos, reduzindo a fertilidade destes. 
Normalmente os minerais solúveis são carregados, como cálcio, nitrogênio, 
potássio, etc. 
 
Ficam nos solos lixiviados alguns elementos minerais, como alumínio, 
ferro e ainda manganês, os quais causam uma crosta ferruginosa neste, 
impedindo o desenvolvimento adequado de algumas plantas. Os solos 
lixiviados são muito ruins para o desenvolvimento da agricultura. 
 
 
Lixiviação é o processo de lavagem dos solos pelas águas da chuva 
 
Voçoroca 
Outro importante impacto nos solos é a formação das chamadas voçorocas, 
as quais são sulcos no terreno ocasionados pela ação das chuvas ao longo 
do tempo. As voçorocas se formam em locaisnos quais os impactos das 
águas são constantes e não controlados, ocasionando sulcos que podem 
atingir vários metros de largura e profundidade, podendo chegar a centenas 
de metros de comprimento. 
 
São, portanto, danos nos solos perceptíveis ao olhar dos observadores, 
mesmo os mais leigos. A primeira e melhor alternativa para controle da 
força de voçorocas é o desvio das águas, ou a criação de barreiras que 
limitem a intensidade com que as águas atingem um dado local. 
 
 
Sulcos no terreno ocasionados pela ação das chuvas Deslizamentos de 
encostas 
Outro problema comum aos solos são os deslizamentos de encostas, os 
quais produzem efeitos não apenas ambientais, mas também sociais quando 
atingem locais com ocupação humana. Muitas pessoas que moram em áreas 
marginalizadas acabam residindo em encostas, sofrendo com os riscos dos 
deslizamentos em épocas de chuvas intensas. 
 
Os deslizamentos do solo são também chamados de escorregamentos e são 
fenômenos naturais, mas que podem ser intensificados pelo uso inadequado 
dos solos. Os deslizamentos são comuns nos períodos das chuvas, o que 
ocorre no Brasil nos verões. 
 
Quando ocorrem nas margens de estradas, os deslizamentos podem levar 
além do solo, também fragmentos de rochas, e podendo ocasionar 
problemas nas vias, inclusive com registro de acidentes. Os deslizamentos 
são tratados como eventos naturais, mas nem sempre os são, sendo que 
podem ser intensificados pelas atividades dos homens, principalmente pelo 
desmatamento, já que a cobertura vegetal diminui os riscos de 
deslizamentos, por conta da sustentação do solo. 
 
 
Os deslizamentos são comuns nos períodos das chuvas intensas 
 
O que é erosão? 
A Erosão é a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da 
chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando este atua 
expandindo o material no qual se infiltra a água congelada. A erosão 
destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo. 
Estas são transportados para as partes mais baixas dos relevos e em geral 
vão assorear cursos d'água. 
A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o 
mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para 
minimizar o problema. Em solos cobertos por floresta a erosão é muito 
pequena e quase inexistente, mas é um processo natural sempre presente e 
importante para a formação dos relevos. O problema ocorre quando o 
homem destrói as florestas, para uso agrícola e deixa o solo exposto, 
porque a erosão torna-se severa, e pode levar a desertificação. 
Erosão panorâmica 
A superfície da Terra como a conhecemos é formada tanto por processos 
geológicos que formam as rochas, como por processos naturais da 
degradação e erosão. Uma vez que a rocha é quebrada por causa da 
degradação, os pequenos pedaços podem ser movidos pela água, gelo, 
vento, ou gravidade. Tudo o que acontece para fazer com que as rochas 
sejam transportadas chama-se erosão. 
A superfície do solo, não castigado, é naturalmente coberta por uma 
camada de terra rica em nutrientes inorgânicos e materiais orgânicos que 
permitem o crescimento da vegetação; se essa camada é retirada, esses 
materiais desaparecem e o solo perde a propriedade de fazer crescer 
vegetação e pode-se dizer que, no caso, o terreno ficou árido ou que houve 
uma desertificação. 
As águas da chuva quando arrastam o solo, quer ele seja rico em nutrientes 
e materiais orgânicos, quer ele seja árido, provocam o enchimento dos 
leitos dos rios e lagos com esses materiais e esse fenômeno de enchimento 
chama-se assoreamento. 
O arrastamento do solo causa no terreno a erosão. Na superfície do terreno 
e no subsolo, as águas correntes são as principais causas da erosão. 
Análise do efeito das águas que fazem a erosão superficial de terrenos: 
A erosão depende fundamentalmente da chuva, da infiltração da água, da 
topografia (declive mais acentuado ou não), do tipo de solo e da quantidade 
de vegetação existente. A chuva é, sem dúvida, a principal causa para que 
ocorra a erosão e é evidente que quanto maior a sua quantidade e 
freqüência, mais irá influenciar o fenômeno. Se o terreno tem pouco 
declive, a água da chuva irá "correr" menos e erodir menos. 
Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva será atenuado 
porque este estará mais protegido, bem como, a velocidade da chuva no 
solo será diminuída devido aos obstáculos (a própria vegetação "em pé e 
caída") e também a erosão será diminuída devido a que as raízes darão 
sustentação mecânica ao solo; além disso, as raízes mortas propiciarão 
existirem canais para dentro do solo onde a água pode penetrar e com isso, 
sobrará menos água para correr na superfície. 
Outro fator importante é que, se as chuvas são freqüentes e o terreno já está 
saturado de água, a tendência é que o solo nada mais absorva e com isso, 
toda a água da chuva que cair, correrá pela superfície. 
Se o solo é arenoso o arrastamento será maior do que se ele fosse argiloso. 
Fatores que contribuem 
Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por 
exemplo: 
- o desmatamento (desflorestação) desprotege o solo da chuva; 
- a construção de favelas em encostas que, além de desflorestar, provocam 
a erosão acelerada devido ao declive do terreno; 
- as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem desflorestações 
extensivas para dar lugar a áreas plantadas; 
- a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem o 
seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade 
do transporte de materiais, devido ao escoamento superficial. 
Tipos de erosão 
Erosão por gravidade 
Erosão por gravidade: Deslize numa montanha, a água debilitou o 
solo.Consiste no movimento de rochas e sedimentos montanha abaixo 
principalmente devido à força da gravidade. 
Erosão pluvial 
Também chamado de deslizamento de terra: a água da chuva que provoca 
um desprendimento da camada superior, e esta camada desliza de encostas. 
Também ocorre nas margens de rios. 
Erosão eólica 
Ocorre quando o vento transporta partículas diminutas que se chocam 
contra rochas e se dividem em mais partículas que se chocam contra outras 
rochas. Podem ser vistas nos desertos na forma de dunas e de montanhas 
retangulares ou também em zonas relativamente secas. 
Erosão química 
Envolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. Há 
intervenção de fatores como calor, frio, água, compostos biológicos e 
reações químicas da água nas rochas. Este tipo de erosão depende do clima, 
em climas polares e secos, as rochas se destroem pela troca de temperatura; 
e em climas tropicais quentes e temperados, a humidade, a água e os 
dejetos orgânicos reagem com as rochas e as destroem. 
Erosão glacial 
As geleiras (glaciares) deslocam-se lentamente, no sentido descendente, 
provocando erosão e sedimentação glacial. Ao longo dos anos, o gelo pode 
desaparecer das geleiras, deixando um vale em forma de U ou um fiorde, se 
junto ao mar. Pode também ocorrer devido à susceptibilidade das 
glaciações em locais com predominância de rochas porosas. No verão, a 
água acumula-se nas cavidades dessas rochas. No inverno, essa água 
congela e sofre dilatação, pressionando as paredes dos poros. Terminado o 
inverno, o gelo funde, e congelará novamente no próximo inverno. Esse 
processo ocorrendo sucessivamente, desagregará a rocha, após um certo 
tempo, causando o desmoronamento de parte da rocha, e 
conseqüentemente, levando à formação dos grandes paredões ou fiordes. 
Conseqüências da erosão 
Efeitos poluidores da ação de arraste 
 Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e 
sepultá-los com materiais áridos; 
 Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento; 
 Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da 
fotossíntese, importante para a purificação e oxigenaçãodas águas; 
 Arraste de biocidas e adubos até os corpos d'água e causarem, com 
isso, desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d'água (causando 
eutroficação por exemplo). 
Outros danos 
 Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e 
como conseqüência, vindas as grandes chuvas, esses corpos d’água 
extravasam, causando as enchentes; 
 Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a 
deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que 
desabam talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias (ver 
deslizamento de terra). 
 
Rotação de culturas 
A rotação de culturas é uma das Boas Práticas Agronômicas porque 
contribui com a conservação do solo e com o controle de pragas e doenças 
da lavoura. Descubra aqui como adotar esse tipo de prática no campo. 
 
 
Rotação de culturas: o que é e qual a sua importância 
A rotação de culturas consiste em alternar, de forma ordenada, diferentes 
espécies vegetais em determinado espaço de tempo, na mesma área e na 
mesma estação do ano. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo 
tempo, propósito comercial e de recuperação do solo. Dessa forma, evita-se 
também o desenvolvimento de pragas e doenças devido à alternância de 
espécies de plantas hospedeiras. 
A monocultura (cultivo de uma única cultura durante várias safras) ou até 
mesmo a sucessão de culturas (alternância entre duas culturas na mesma 
área, cada uma cultivada em uma estação do ano – safra e entressafra) 
tendem a provocar a degradação física, química e biológica do solo. Esses 
sistemas também podem provocar a queda da produtividade das culturas, 
pois favorecem o desenvolvimento de pragas, doenças e plantas daninhas. 
Com a adoção da prática de rotação de culturas esses efeitos podem ser 
revertidos ou minimizados. A prática oferece benefícios que ajudam a 
conservar e proteger o solo. Também promove maior diversidade de 
espécies, ou seja, maior sustentabilidade na produção agrícola. 
Benefícios da rotação de culturas 
Os benefícios da rotação de culturas são: 
 Melhoria das características físicas, químicas e também biológicas 
do solo; 
 Auxílio no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; 
 Reposição de matéria orgânica e proteção do solo de ações 
climáticas; 
 Viabilização do sistema de plantio direto e dos seus efeitos sobre a 
produção agrícola e sobre o ambiente como um todo; 
 Aumento da produtividade. 
Como adotar a prática de rotação de culturas 
Para a obtenção de máxima eficiência na melhoria da capacidade produtiva 
do solo, o planejamento da rotação de culturas deve considerar: 
 O uso, preferencialmente, de plantas comerciais, pois estas implicam 
em geração de renda para o produtor; 
 Utilização de culturas que possuem sistemas radiculares diferentes 
(gramíneas e leguminosas, por exemplo), onde cada espécie deixa 
um efeito residual positivo para o solo e para a cultura sucessora; 
 Sempre que possível, associar espécies que produzam grande 
quantidade de biomassa e também de rápido desenvolvimento, 
cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais. 
Nesse planejamento é necessário considerar que não basta apenas 
estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas, dispondo-as nas 
diferentes divisões na propriedade. É necessário também que o agricultor 
utilize todas as demais tecnologias à sua disposição, entre as quais 
destacam-se: 
 técnicas específicas para controle de erosão; 
 cultivares adaptadas; 
 qualidade e tratamento das sementes; 
 época e densidade de semeadura; 
 uso de defensivos para controle de plantas daninhas, pragas e 
doenças; 
 época e densidade da semeadura; 
 calagem; 
 adubação. 
Espécies utilizadas para rotação de cultura no Brasil 
Para a obtenção de um sistema mais produtivo e ambientalmente mais 
sustentável é fundamental estar atento à escolha das espécies para a rotação 
de culturas. No Brasil, devido à pouca disponibilidade de espécies de valor 
comercial adaptadas às diferentes condições, utiliza-se plantas de cobertura 
e adubos verdes. Essas podem ser: aveia-branca (Avena sativa), aveia-preta 
(Avena strigose), milheto (Pennisetum glaucum), tremoço (Lupinus albus 
L), girassol (Helianthus annuus) e várias espécies de pastagens, entre 
outras. 
Mesmo assim, essas espécies também possuem o seu desenvolvimento 
dependente das condições do solo, do clima e da época de cultivo. 
Independentemente da cultura comercial utilizada e da região, elas são 
importantes para a produção de palhada e para o controle da erosão. 
Geralmente essas espécies produzem grandes quantidades de biomassa. 
Podem ser cultivadas isoladamente ou em consórcio com outras culturas. 
Dessa forma propiciam excelentes condições para a manutenção de altas 
produtividades ou para recuperação de áreas degradadas. 
 
Plantio Direto 
O sistema de Plantio Direto (SPD) é uma forma de manejo do solo que 
envolve técnicas recomendadas para aumentar a produtividade, 
conservando ou melhorando continuamente o ambiente de cultivo. Suas 
principais técnicas são: 
 
 Ausência ou mínimo revolvimento do solo 
 Cobertura do solo com palhada 
 Rotação de culturas. 
Várias práticas e tecnologias usadas no campo oferecem soluções para 
alguns dos desafios atuais e futuros da agricultura. As práticas viabilizam a 
exploração de agrossistemas produtivos, com uso reduzido de defensivos 
agrícolas. O SPD é utilizado no Brasil desde a década de 1970 com 
excelentes resultados. 
Sistema de plantio direto, agricultura de precisão e técnicas modernas e 
mais eficientes de irrigação e biotecnologia são exemplos. Essas 
tecnologias contribuem para manter e até aumentar a produção, sem 
promover o avanço do cultivo para novas áreas. 
Técnicas do Sistema de Plantio Direto 
O plantio direto é composto por três técnicas: ausência ou mínimo 
revolvimento do solo, cobertura do solo com palhada e rotatividade de 
culturas. Entenda cada uma delas: 
Ausência ou mínimo revolvimento do solo 
Não remexer ou mexer minimamente no solo é a base do plantio direto. O 
indicado por agrônomos é o revolvimento do solo apenas na linha de 
semeadura, onde são depositadas as sementes. 
Revolvimento significa inverter as camadas do solo com o uso de arado 
para que o plantio seja feito. 
Esse método do sistema convencional de plantio é muito usado em países 
de clima temperado e frio. Lá, o solo exposto a geadas e neve precisa 
receber calor pra ser cultivado. 
O Brasil tem clima subtropical e tropical, ou seja, quente e úmido na maior 
parte das regiões. Por isso dispensa o revolvimento da terra, uma vez que 
não será necessário produzir calor para o plantio da semente. 
Cobertura de palhada 
A palhada é a matéria orgânica formada pelos restos da planta colhida. A 
máquina colhedora retira a planta da terra e separa os grãos. Os galhos, 
folhas e raízes são triturados e pulverizados de volta ao solo. O processo 
todo ocorre simultaneamente. 
Os benefícios de uma boa cobertura de palhada: 
 Ajuda a reduzir o impacto da gota da chuva na superfície do solo; 
 Age como obstáculo ao excesso de água que não infiltrou no solo; 
 Impede o transporte e o arrastamento de partículas pela enxurrada; 
 Ajuda a manter a temperatura ideal para as plantas; 
 Diminui a perda de água por evaporação. 
Dessa forma, minimiza ou elimina a chance de ocorrência de erosão. 
 
Cultivo de milho em Plantio Direto. KURTZ, Paulo, Embrapa 2013 
A formação da palhada para cobertura depende de fatores como: 
 Culturas utilizadas 
 Sequência de culturas que compõem o sistema de rotação 
 Condições climáticas durante todo o ciclo das culturas. 
O processo pode levar até dez anos. 
Rotação de culturas 
A rotação de culturas é a alternância planejada de espécies em uma 
mesma área de cultivo. Sendo assim, há um período mínimo sem o cultivo 
da mesma espécie. 
Essa é uma forma eficiente de reduzir os impactosambientais provocados 
pela monocultura, melhorando as condições físico-químicas e biológicas do 
solo no longo prazo. 
Além disso, a rotação de culturas reduz a incidência de doenças, plantas 
daninhas e pragas (favorecendo a quebra do ciclo de vida delas). 
https://boaspraticasagronomicas.com.br/wp-content/uploads/2017/08/2019-03-19-Interna-BOAS-PlantioDireto.jpg
Intercalar o plantio de soja-algodão-soja ou soja-milho-soja não é fazer 
rotação, mas sim uma sucessão de culturas. Sucessão é a sequência 
repetitiva de culturas cultivadas na mesma área e em estações diferentes, 
mas em um mesmo ano agrícola. 
Em outras palavras, nem toda sucessão é uma rotação de culturas, mas 
a rotação é sempre uma disposição de culturas em sucessão. 
Por definição, a sucessão de culturas não implica a alternância regular e 
ordenada de espécies, algo imprescindível na rotação. 
Benefícios do Sistema de Plantio Direto 
A adoção do plantio direto traz benefícios agrícolas, econômicos e 
ambientais para a sociedade como um todo: produção sustentável de grãos, 
geração de emprego e renda. Veja alguns benefícios do sistema, segundo o 
Livro Sistema de Plantio Direto, da Embrapa: 
 Diminui ocorrência de erosão, aumentando a conservação do solo e 
da água; 
 Melhor germinação de sementes e melhor emergência de plantas; 
 Há otimização do uso fertilizantes e corretivos; 
 Mantém temperatura ideal do solo; 
 Melhora a qualidade do solo; 
 Traz aumento de matéria orgânica e de carbono do solo; 
 Solo fica mais fértil com a reciclagem de nutrientes; 
 Aumenta a atividade biológica e da estabilidade da estrutura do solo; 
 Reduz a compactação do solo; 
 Auxilia na infiltração da água e reposição da água subterrânea. 
 Reduz custos de produção e melhor relação benefício/custo; 
 Possibilita a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); 
 Pode ser adotado em pequenas, médias e grandes propriedades 
rurais; 
 Traz economia de combustíveis, tempo e mão de obra; 
 Promove aumento de produtividade e renda; 
 Está entre os sistemas que promovem a redução de emissão de CO2 
e de outros Gases de Efeito Estufa. 
Requisitos para implantar o Sistema de Plantio Direto 
Para implantar o Sistema de Plantio Direto, o produtor deve: 
 Estar consciente e predisposto a aceitar uma nova forma de manejar 
o ambiente; 
 Dispor de assistência técnica especializada; 
 Escolher, para o sistema, áreas sem problemas de compactação, de 
erosão ou de plantas daninhas de difícil controle; 
 Ter disponibilidade de maquinários específicos e bem regulados 
(semeadoras e pulverizadores); 
 Ter cultivado espécies vegetais que promovam boa cobertura do solo 
e produção de palha; 
 Programar e desenvolver um esquema bem organizado de rotação de 
culturas. 
Sistema convencional x Sistema de Plantio Direto 
Diferentemente do Sistema de Plantio Direto, no sistema convencional de 
cultivo é feito, ano após ano, o revolvimento da terra. O solo fica exposto 
até o estabelecimento da cultura que será plantada. Veja o passo a passo da 
comparação dos dois sistemas: 
 
Sistema Plantio Direto: Pioneirismo no Paraná 
Foi um agricultor catarinense, Herbert Bartz, que implantou, na década de 
70 o Sistema de Plantio Direto no País. O agricultor aplicou na sua 
propriedade em Rolândia, no norte do Paraná, a técnica aprendida nos 
Estados Unidos. 
O objetivo era amenizar os efeitos da erosão causada pelo grande volume 
de chuvas na região. Assim, as camadas férteis eram levadas pelas chuvas 
causando o assoreamento dos rios. Com o tempo, o precursor do SPD viu a 
rentabilidade aumentar e os gastos com defensivos e combustível diminuir. 
No final da década de 1980 houve a expansão do uso do SPD na Região 
Sul. Com a chegada de máquinas semeadoras para realizar o corte da palha 
https://boaspraticasagronomicas.com.br/wp-content/uploads/2017/08/2019-03-19-Interna-BOAS-Comparativo-Plantio-convencional-PlantioDireto.png
e depositar as sementes no solo sem revolvê-lo, o sistema ganhou força e 
outras regiões. 
Hoje o plantio direto representa 19% dos sistemas de preparo do solo 
adotados pelos agricultores no Brasil. O mais usado é o cultivo 
convencional (45%), seguido do cultivo mínimo (36%). O dado preliminar 
é do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola 2017, do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
Solo orgânico e inorgânico 
Antes de definir o solo orgânico e inorgânico, é fundamental entender o 
conceito de solo. Solo é o material solto e macio que cobre a superfície da 
terra, como uma casca. 
Porém, ao contrário da casca, que tem uma superfície relativamente 
uniforme quando observada a olho nu, os solos variam muito na superfície 
da terra, tanto com relação à sua espessura quanto em relação às suas 
características, tais como cor, quantidade e organização das partículas de 
que são compostos (argila, silte e areia), fertilidade, porosidade, entre 
outras características. 
Solo orgânico e inorgânico: como distinguir? (Imagem: Reprodução) 
São constituídos de água, ar, material mineral e orgânico, contendo ainda 
organismos vivos. Servem como um meio natural para o crescimento das 
plantas, e é acima deles que construímos nossas casas, edifícios, estradas, 
etc. É acima deles que vivemos. 
Como se forma o solo orgânico e inorgânico? 
Os solos são formados pela decomposição da rocha. Como existem 
diferentes tipos de rochas na crosta terrestre, é fácil entender por que 
existem diferentes tipos de solos. 
No entanto, existem outros fatores de formação dos solos, além da rocha, 
que são responsáveis pelos diferentes tipos de solos que vemos hoje nos 
locais por onde passamos. 
Esses fatores são o clima, os organismos, o relevo e o tempo. Assim, com o 
passar do tempo, a rocha, seu principal material de origem, é cada vez mais 
reduzida de tamanho (diz-se que é decomposta) pela ação do clima com 
ajuda dos organismos vivos, promovendo adições, perdas, transportes e 
transformações de matéria mineral e orgânica ao longo de sua formação, 
originando os solos na paisagem em diversas formas de relevo. 
Imagem: 
Reprodução 
Assim, a rocha dura, em que as plantas não conseguem crescer, é 
transformada em material macio, os solos, em que as raízes das plantas 
conseguem penetrar e retirar água e nutrientes para a sua sobrevivência. 
Como existem diferentes tipos de rochas e formas de relevo na superfície 
da terra, os quais estão sujeitos à ação das mais variadas condições 
climáticas e atuação diferenciada de organismos vivos, é mais fácil 
entender por que existem diferentes tipos de solos no mundo. 
Tipos de solo orgânico e inorgânico 
Há várias formações de solo orgânico e inorgânico o solo argiloso, arenoso, 
húmus e turma. 
Solo argiloso 
O solo argiloso é mais fino e pode ser encontrado na cor roxa ou vermelha. 
Por ser impermeável à água, esse tipo de solo apresenta boas propriedades 
para o cultivo de alimentos. Alguns grãos, como o café, se desenvolvem 
bem em solos argilosos. 
Solo arenoso 
Já o solo arenoso apresenta uma consistência mais granulada, composto por 
minúsculos grãos parecidos com areia. Não é tão resistente à água como o 
solo argiloso e tem presença mais comum em regiões litorâneas, como o 
nordeste brasileiro. 
Húmus 
Húmus é material orgânico que torna o solo mais fértil e saudável. O 
húmus se concentra onde há a presença de oxigênio vindo de animais que 
vivem no solo ou transitam pela camada terrestre. Devido ao processo de 
oxigenação e à decomposição de vegetais e animais, o húmus apresenta 
uma cor mais escurecida. 
Turfa 
A turfa é um material orgânico que é produzido por processo anaeróbico, 
quando não há circulação de oxigênio na camada terrestre. A ausência de 
oxigênio pode ser originada por bactérias e outros micro-organismos que 
têm o solo como parte de seu ecossistema. Por ter um contato mais direto 
com fungos, a turfa é o solo mais apropriadopara o plantio e agricultura. 
Solo orgânico 
Os solos apresentam composições próprias que os classificam, sejam elas 
químicas, formato, coloração, densidade e outras características. Com o 
solo orgânico, são as matérias orgânicas que o consistem como 
decomposições de seres vivos e microorganismos. O solo orgânico pode ser 
composto por húmus e a turfa. 
Imagem: Reprodução 
Solo inorgânico 
Sem ser formado por compostos orgânicos, o solo inorgânico é consistido 
por minerais, degradações de partes rochosas em áreas próximas e que 
sofreram alterações climáticas ou naturais, como chuvas, enchentes, 
temperaturas altas ou tremores. 
Imagem: Reprodução 
Esses minerais exercem um papel importante para o enriquecimento do 
solo, uma vez que oferecem auxílio no processo de desintoxicação da 
camada terrestre devido a componentes nocivos, como agrotóxicos ou 
outros resíduos químicos. Alguns desses minerais são o calcário, o quartzo 
e a mica. 
Dessa maneira, o solo orgânico e inorgânico se diferem por sua 
composição. 
 
 
Solo Arenoso 
O Solo Arenoso, chamado também de "solo leve", é um tipo de solo muito 
presente na região nordeste do Brasil. 
Ele possui uma textura leve e granulosa, sendo composto, em grande parte, 
por areia (70%) e, em menor parte, por argila (15%). 
 
Por esse motivo, construções em terreno de solo arenoso próximas aos 
lençóis freáticos, podem provocar rachaduras na estrutura, devido às 
principais características desse tipo de solo: poroso e permeável. 
Interessante notar que estradas construídas nos terrenos de solo arenoso não 
formam poeira na época seca e não atolam na época das chuvas. 
Por outro lado, terrenos com solo argiloso os grãos de areia se aglutinam, 
tornando as estradas sem pavimentação, barrentas na época das chuvas e 
com solo duro no tempo de seca. 
Principais Características do Solo Arenoso 
As principais características desse tipo de solo são: 
 Consistência granulosa (grãos grossos, médios e finos) 
 Alta porosidade e permeabilidade 
 Pouca umidade 
 Seca rapidamente 
 Pobre em nutrientes e água 
 Deficiência em cálcio 
 pH ácido e baixo teor de matéria orgânica 
 Presença de grandes poros (macroporos) entre os grãos de areia 
 Dificulta a sobrevivência de plantas e organismos 
 Altamente suscetíveis à erosão 
Medidas para Utilização dos Solos Arenosos 
Para a utilização sustentável do solo arenoso na agricultura, faz-se 
necessário a adoção de práticas de conservação como o cuidado do solo por 
meio de técnicas de manejo, utilização do sistema de plantio direto, 
integração lavoura-pecuária, rotação de culturas, adubação verde (adubo 
orgânico), dentre outros. 
Visto que esse tipo de solo apresenta grande porosidade e, 
consequentemente, perigo de erosão, especialistas apontam para a 
importância da rotação de culturas. 
No tocante à pobreza de nutrientes dos solos arenosos, é indicado a 
aplicação de resíduos vegetais e adubos orgânicos (bagaço de cana, bagaço 
de coco e estercos de animais) com fosfato e potássio, já que para a acidez 
do solo, recomenda-se a adição de calcário. 
 
Solo Argiloso 
O solo argiloso, chamado de “solo pesado”, é uma terra úmida e macia, 
composto por mais de 30% de argila, alumínio e ferro. 
Após a chuva, os terrenos de solos argilosos, que absorvem bastante água, 
ficam encharcados. Por outro lado,na época de seca, esse tipo de solo tende 
a formar uma camada dura e pouco arejada do terreno, prejudicando o 
desenvolvimento da vegetação. 
 
Características do Solo Argiloso 
 Grãos pequenos (microporos) e compactos 
 Impermeável a líquidos 
 Grande retenção de água 
 Alta impermeabilidade 
 Grande concentração de nutrientes 
 Pouca acidez 
 Propício para o cultivo e atividade agrícola 
 Mais resistentes à erosão 
Terra Roxa 
 
A terra roxa é um dos principais tipos de solo argiloso, de coloração 
vermelho-roxeada, encontrada nos estados de São Paulo, Mato Grosso do 
Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; e também na Argentina 
chamada de “tierra colorada”. 
Considerado bastante fértil (presença de diversos minerais), este tipo de 
solo é muito indicado para a prática da agricultura, principalmente para a 
cultura de café. 
Nesse ínterim, vale lembrar que o nome “terra-roxa” surgiu da influência 
dos imigrantes italianos que trabalham nas fazendas de café no Brasil nos 
séculos XIX e XX. Assim, o termo “rosso”, que na língua italiana significa 
“vermelho”, ficou traduzido no português como “terra roxa”. 
 
Poluição do Solo 
A Poluição do Solo é toda e qualquer mudança em sua natureza (do solo), 
causada pelo contato com produtos químicos, resíduos sólidos e resíduos 
líquidos, os quais causam sua deterioração ao ponto de tornar a terra inútil 
ou até gerar um risco a saúde. 
Ora, devemos saber também que o solo é repleto de vida, especialmente 
sua camada inicial (15 centímetros), onde encontramos os fungos, 
bactérias, protozoários e vermes decompositores, responsáveis pelo 
equilíbrio entre os diversos níveis tróficos. 
Vale citar que o solo se forma pela desagregação de rochas e a 
decomposição de restos vegetais e animais, por meio da ação dos referidos 
agentes decompositores e outras intempéries (chuva, ventos, etc.). 
Por sua vez, é justamente essa camada a mais afetada pelos resíduos sólidos 
e líquidos, fertilizantes químicos, pesticidas e herbicidas, a maioria frutos 
da química inorgânica desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial. 
Principais Causas 
 
De modo mais geral, podemos afirmar que solventes, detergentes, 
lâmpadas fluorescentes, componentes eletrônicos, tintas, gasolina, diesel e 
óleos automotivos, bem como fluídos hidráulicos, hidrocarbonetos e o 
chumbo são os principais agentes poluidores do solo. 
Sabemos, ainda, que o condicionamento inadequado do lixo doméstico, 
esgoto e resíduos sólidos industriais degradam a superfície, além de 
produzirem gases tóxicos e chuva ácida (a qual também se infiltra no solo). 
Principais Tipos de Poluição do Solo 
 Detritos da vida urbana - Em quantidade é a principal fonte 
causadora da poluição dos solos. É responsável pela produção 
exacerbada de lixo nas grandes cidades. 
 Depósitos ilegais de despejos industriais - É fato conhecido que as 
indústrias fazem uso desse recurso e descartam indevidamente 
metais pesados, produtos químicos de alto risco, além de dejetos 
sólidos. 
 Agrotóxicos e adubação incorreta - Nas áreas rurais, por sua vez, os 
principais vilões são a utilização indiscriminada de defensivos 
agrícolas, bem como a adubação incorreta ou excessiva. 
Principais Consequências 
Assim, por meio de processos como lixiviação (dissolução de componentes 
sólidos em meio líquido), impregnação e infiltração no subsolo de 
substâncias poluentes, ocorre não só a contaminação do terreno, tornando-o 
inútil, mas também acarreta na contaminação do lençol freático. 
As principais consequências da poluição do solo são a perda da fauna, a 
esterilização da terra para plantação e a contaminação da água. 
A poluição que se infiltra transmite doenças como infecundidade, 
hipersensibilidades alérgicas, bem como disfunção hepática e renal ou até 
câncer. 
A contaminação transcende o solo e chega aos alimentos, pois os vegetais 
se contaminam com aquelas substâncias, as quais, por seu turno, são 
ingeridas por humanos e outros seres, tornando a alimentação mais tóxica 
na medida em que vamos expandindo a cadeia alimentar. 
Outros fatores, como destruição de espécies animais e vegetais úteis (as 
abelhas polinizadoras, por exemplo), causam um descontrole no meio 
ambiente, permitindo o surgimento de pragas cada vez mais resistentes aos 
agrotóxicos e inseticidas, o que leva à produção de venenos cada vez mais 
potentes. 
Principais Medidas de Combate 
Para reverter à poluição dos solos, medidas simples como a coleta seletiva 
e reciclagem são essenciais. 
Outras, como o tratamentode resíduos domésticos e industriais, uso de 
materiais biodegradáveis, cultivo orgânico, reflorestamento e a proteção 
das matas nativas, medidas de saneamento básico e controle biológico de 
pragas, são as práticas mais efetivas de combate a degradação das 
superfícies. 
 
Salinização do Solo 
A salinização do solo é um processo de acumulação de sais minerais (Na+, 
Ca2+, Mg2+, K+, etc.) na terra. Esse aumento de concentração de sais 
prejudica as propriedades do solo e consequentemente o crescimento das 
plantas. 
 
A salinização gera muitos impactos negativos no meio ambiente, 
impedindo o desenvolvimento da agricultura e a proliferação das espécies 
que habitam o local, diminuindo assim, a biodiversidade. 
Causas 
Embora muitas causas de salinização do solo sejam de ordem natural, como 
a baixa pluviosidade ou ação das marés em áreas costeiras, esse processo 
pode ser intensificado com a atividade humana e o manejo incorreto do 
solo, desde o uso de fertilizantes, irrigação com água rica em sais e 
contaminação do solo. 
O alto índice de evaporação, por exemplo, em locais áridos e semiáridos, os 
quais apresentam altas temperaturas, pode acelerar esse processo. Note que 
a água possui uma quantidade de sais e quando ocorre a evaporação, ela 
evapora, no entanto, os sais ficam retidos no solo. 
Consequências 
Com o excesso de salinização do solo a terra torna-se imprópria, infértil e 
improdutiva para o desenvolvimento das espécies vegetais e animais. 
A salinização, como dito acima, reflete diretamente no equilíbrio do 
ecossistema, levando a perda da biodiversidade local, tornando a terra 
imprópria para uso e diminuindo as áreas de produção agrícola. Esse fator 
causa grande impacto no ambiente bem como nas populações que o 
habitam. 
Outros processos prejudicam diretamente a fertilidade com o uso 
inadequado do solo tais como: a compactação, a erosão, a desertificação e a 
sedimentação. 
Compactação do Solo 
A compactação do solo corresponde a perda de porosidade natural da terra, 
dificultando a entrada da água. Da mesma maneira que a salinização o solo, 
o processo de compactação torna-o impróprio para a prática da agricultura. 
Entretanto, esse processo é causado sobretudo, pelo uso de máquinas 
agrícolas e pela presença de animais, de forma que o peso deles acaba 
compactando a terra cada vez mais. O processo de compactação pode levar 
a erosão das áreas afetadas. 
Desertificação do Solo 
O processo de salinização do solo pode levar a desertificação do local, ou 
seja, formação e expansão de desertos. Por isso, as regiões mais afetadas 
pelo processo de desertificação são as zonas áridas e semiáridas, donde o 
índice pluviométrico é baixo. 
O uso inadequado do solo, o desmatamento e as queimadas para o uso 
agrícola tem sido as principais atividades que resultam na desertificação. 
Erosão do Solo 
A erosão é um processo natural provocado pela ação das chuvas e do vento. 
Ela ocorre da seguinte forma: pelo desgaste do solo, o transporte de 
partículas pela água e, por fim, a deposição desses sedimentos nas áreas 
mais baixas do relevo, tal qual o leito dos rios. 
Sedimentação do Solo 
A sedimentação revela o processo de desgaste das rochas e dos solos que 
ocorre sobretudo, pela ação das águas e das massas de ar. Nesse sentido, 
está intimamente relacionado com a erosão, no entanto, os sedimentos são 
os produtos da atividade erosiva. 
Salinização do Solo no Brasil 
No Brasil, o processo de salinização tem afetado diretamente as áreas da 
região nordeste do país, as quais estão inseridas no clima semiárido que 
apresenta baixa pluviosidade facilitando o acúmulo de sais. 
Além disso, áreas litorâneas que sofrem com a ação das marés têm 
potencializado ainda mais esse processo. Vale lembrar que esse processo é 
natural, todavia, as ações humanas têm aumentado as áreas de solos 
inférteis. 
 
A importância da correção do solo 
A correção de solo tem como objetivo principal estabelecer o equilíbrio 
entre cátions e íons no solo para que as plantas se desenvolvam de forma 
saudável evitando a presença de pragas e doenças e assim aumentar a 
produtividade do plantio. 
Por questões geológicas, os solos brasileiros tendem a ser mais ácidos, ou 
seja, apresentam maior quantidade de íons, principalmente o hidrogênio 
(H), que nem sempre são ideais para o desenvolvimento de uma 
determinada cultura, como a do mogno africano. 
Processos climáticos ou até mesmo químicos podem alterar a configuração 
dos nutrientes presentes na terra. Para identificar o grau de equilíbrio entre 
eles é recomendado analisar o solo para avaliação da sua fertilidade. 
Por meio da análise de solo pode-se saber como está a saúde da terra. Para 
isso é preciso coletar uma amostra de solo que deverá ser enviada a um 
laboratório especializado, o qual irá identificar os nutrientes presentes nela. 
A partir dos resultados dessa análise, é possível montar um diagnóstico, no 
qual identificamos se há ou não a necessidade de alguma correção, com 
base nas características da cultura que se pretende plantar. 
Para entender melhor sobre a questão dos nutrientes, considere por 
exemplo uma espécie que se desenvolve melhor em solos mais ácidos (PH 
> 7). Ela não apresentará o mesmo desempenho em solos menos ácidos 
(PH < 7). Ainda pode haver a presença de substâncias tóxicas que podem 
inibir o crescimento das plantas e até gerar prejuízos ao produtor. 
Por isso, é preciso um estudo prévio e um bom planejamento antes de 
realizar as correções e o plantio. As quantidades de adubo e calcário variam 
de acordo com o resultado da análise, por isso é preciso procurar um 
profissional qualificado como engenheiro agrônomo ou engenheiro 
florestal para orientação dos procedimentos necessários para a correção da 
área. 
Em se tratando de uma cultura específica como é o caso do mogno africano 
para que a correção seja mais assertiva e adequada exige experiência com a 
cultura em questão. 
Por que vale a pena fazer a correção de solo? 
Como visto anteriormente, solos ácidos nem sempre são ideais para a 
cultura que se deseja plantar comercialmente e pode até inibir o 
crescimento das plantas como é o caso de florestas de mogno africano, por 
exemplo. Essa acidez tende diminuir a absorção de cálcio (Ca) nas raízes, 
que são responsáveis pelo fortalecimento da planta. 
Por isso, recomenda-se analisar tanto o solo quanto às características da 
cultura que se deseja plantar no local. 
Em alguns casos pode haver a presença de substâncias tóxicas em excesso 
como alumínio (Al) e manganês (Mn) que impedem o desenvolvimento do 
sistema radicular da planta, ou seja, prejudica a formação da raiz - 
responsável pela absorção de nutrientes como potássio (P), nitrogênio (N), 
cálcio (Ca) e magnésio (Mg), tornando as mudas mais suscetíveis a 
tombamentos, impactando diretamente na produtividade da cultura em 
questão. 
Para a correção de solo geralmente é recomendada por meio da gessagem 
e/ou calagem, a qual consiste em aplicar substâncias para aumentar o teor 
de cálcio e enxofre, a fim de haver mais interação e absorção de nutrientes. 
Para isso é preciso seguir as orientações de um especialista que irá 
prescrever qual é melhor o corretivo mais indicado para aquela 
determinada situação e se os insumos são a base de calcário dolomítico, 
calcítico, magnesiano, entre outras opções. 
Vale lembrar que ambos os processos de correção de solo, como a 
gessagem e a calagem, podem ser realizadas conjuntamente não 
interferindo entre si. 
O solo corrigido permite que as plantas cresçam mais rapidamente e sejam 
mais resistentes a pragas e doenças. 
Dessa forma, é de suma importância realizar a análise de solo logo no 
início do planejamento para verificar a viabilidade do projeto. Veja agora o 
passo-a-passo de como coletar uma amostra de solo. 
Como coletar uma amostra do solo 
Para coletar uma amostra, é indicado utilizar

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