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E-book 1 Carlos Renato Carneo REDES DE COMPUTADORES Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 REDES DE COMPUTADORES: HISTÓRIA E EVOLUÇÃO ���������������������������4 CONCEITOS DE REDES DE COMPUTADORES ��������������������������������������13 EVOLUÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL COM DATAS RELEVANTES �����24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������29 SÍNTESE �������������������������������������������������������30 2 INTRODUÇÃO Neste módulo, temos o compromisso de navegar pelo conhecimento sobre Redes de Computadores. Especificamente, viajaremos no tempo desta fan- tástica disciplina e, com isso, entenderemos sua origem, história e evolução tanto no Brasil quanto no mundo. Por incrível que pareça, a disciplina teve início na década de 1960, nos laboratórios do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, onde Leonard Kleinrock começou os primeiros estudos de envio de filas de pacotes de dados de um computador a outro. Desde então, estamos constantemente em evolução, ou seja, aprimorando as tecnologias e comunicações para, cada vez mais, estarmos interligados, não im- portando onde estamos no planeta. Assim, estudaremos ainda conceitos referentes às redes de computadores, abordando os seguin- tes tópicos: História de Redes de Computadores, Conceitos e Fundamentação teórica, Evolução no mundo e no Brasil, com datas relevantes. Viajaremos, dessa forma, pelo tempo da evolução da disciplina, percebendo datas importantes e seus acontecimen- tos e fatos. 3 REDES DE COMPUTADORES: HISTÓRIA E EVOLUÇÃO A história de redes de computadores remonta aos anos 1960, no auge da Guerra Fria, nos laboratórios do Massachusetts Institute of Technology (MIT). O engenheiro e cientista da computação Leonard Kleinrock (1934-) foi o responsável pelos primeiros estudos sobre a teoria das filas de pacotes de dados de um computador a outro. Esses pacotes de dados, ou tramas, são a divisão de uma transmissão, como um e-mail, uma imagem, uma mensagem etc. Pensando em uma forma bem simples, a informação é dividida em pequenas partes que navegam pela malha de uma rede e, à medida que as partes chegam ao destino, são “montadas” ordenadamente, formadas e apresentadas de uma forma abstrata ao nosso Front End (tela do com- putador), satisfazendo a necessidade e solicitação. Quando, por algum motivo, essa montagem não acontece corretamente, o que chamamos de sinal atrasado, existe um período (ou Delay) que retrans- mite os pacotes até que sejam liberados para a so- licitação ou recusados, impedindo a transmissão e visualização. 4 Voltando à nossa viagem no tempo, podemos consi- derar que nessa mesma época teve início a internet, com o advento da ARPANET, que vamos retomar um pouco mais adiante. Até os anos 1960, o que prenominava como comuni- cação eram as redes telefônicas, e o que se pensava como transmissão de origem e destino era a comu- nicação de voz ou sinais de som para este objetivo. SAIBA MAIS Alexander Graham Bell inventou o telefone em 1876. Mas você sabe qual foi a primeira frase transmitida ao telefone? Segundo registros de pesquisadores e historiadores, a primeira frase transmitida via telefone entre Bell e seu assis- tente, Watson, foi: “Senhor Watson, venha cá. Preciso falar com o senhor”. Ao que tudo indica, foi um acidente de pesquisa, e que ótimo foi esse acidente de percurso. Em 1877, Graham Bell (Figura 1) fundou a maior empresa de comunicação do mundo, a American Telephone & Telegraph, mundialmente conhecida como AT&T, apesar de muitos processos de outros inventores reivindicarem a autoria dessa descoberta. 5 Figura 1: Alexander Graham bell. Fonte: Wikimedia. Figura 2: Primeiro telefone. Fonte: www.itu.int. 6 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alexander_Graham_Bell_(cropped).jpg https://www.itu.int/en/history/ImagesOverviewOfITUsHistory/EarlyTelephone.jpg Podemos observar que, de 1876 a 1960, não houve mudança significativa nesse segmento. O mesmo não se pode falar de 1960 em diante, pois foi a partir das pesquisas de Leonard Kleinrock que, em 1964, Paul Baran inicia os estudos mais aprofundados na comutação de pacotes para fins militares e com maior segurança. Quase que simultaneamente, Donald Davies e Roger Scantlebury, dois pesqui- sadores ingleses, também pesquisavam sobre a comutação de pacotes. Por volta de 1967, Lawrence Roberts, pesquisador do MIT, publicou na ARPANET que a rede de computa- dores seria comutada por pacotes, e esses primeiros comutadores seriam conhecidos como Interface Message Processors (IMP), ou Processadores de Mensagens de Interface. Em 1969, surgiu o primeiro IMP (ou modem), que se- ria a configuração inicial das redes de computadores atuais, dentro da Universidade da Califórnia, como se fosse o servidor central, mais três IMP adicionais, um no Stanford Research Institute, em Santa Bárbara, e outro na Universidade de Utah, sob a supervisão de Leonard Kleinrock (Figura 2): 7 Figura 3: Leonard Kleinrock e o primeiro IMP. Fonte: history-com- puter.com. Cabe ressaltar que essa foi a primeira utilização de um login; ainda, que essa conexão acabou não durando muito, derrubando rapidamente o sistema com apenas quatro nós. Mas sem dúvida alguma foi um grande feito inicial para essa tecnologia. Nessa época, ainda eram incipientes pesquisas sobre redes de computadores. No mercado de Tecnologia da Informação (TI), prevaleciam os com- putadores de grande porte com os chamados siste- mas proprietários, que eram sistemas que comuni- cavam estações de trabalho independentes através de cabeamentos, ligando as estações diretamente nas centrais de processamento de diversos fabrican- tes como IBM, Burroughs Corporation, dentre outros. A exemplo desses computadores de grande porte, ainda nos anos de 1960 e 1970, podemos citar o IBM 360 e o Burroughs B-3500, que competiam entre si na disseminação e popularização da informática no mundo. 8 https://history-computer.com/Internet/Birth/Kleinrock.html https://history-computer.com/Internet/Birth/Kleinrock.html Apesar de uma relativa eficiência tecnológica — con- siderada a terceira geração de computadores —, uma das principais características desses fabricantes era a inexistência de uma comunicação direta entre eles, nem mesmo entre as estações de trabalho, por isso eram chamados de sistemas proprietários. Embora diante dessas condições desfavoráveis para a integração dos usuários mundiais, continuaram seu progresso até aproximadamente 1975, quando alguns fabricantes apresentaram ao mercado os minicomputadores, os quais atrairiam um merca- do de empresas de menor porte que ansiavam pela tecnologia da informação e, com isso, aprimorariam seus processos organizacionais. Seria um grande passo na questão da populariza- ção dos computadores, mas ainda havia dificuldade de comunicação entre eles, algo que só foi paliati- vamente resolvido com a Linguagem Universal de Comunicação: O arquivo texto ou TXT, como cha- mamos até hoje em dia. Esse modelo de comunicação, no qual se criam ma- trizes com o mapeamento dos campos que inte- gram computadores e sistemas diferentes, acabou resolvendo essa dificuldade ao longo do tempo e, por incrível que pareça, muitas organizações ainda utilizam esse modelo para trafegar e atualizar dados entre os seus sistemas corporativos. Em 1980, a IBM lançou seu primeiro microcompu- tador, o IBM PC/XT (Figura 3) com a capacidade de 64 KB de memória RAM e 40 KB de ROM, mas dessa 9 feita com seus componentes de vídeo (fósforo ver- de), CPU e Teclado com processamento local, isto é, o processamento era feito somente dentro desse computador. A partir desse momento, a evolução dos microcomputadores não parou mais, aumen- tando sua capacidade de processamento, memória e armazenamento. Figura 4: IBM PC/XT. Fonte: Wikimedia. E quanto às redes, como ficaram? Pois bem, durante as décadas de 1970 e 1980, continuaram as pesqui- sas no mundo inteirosobre comutação de dados e a formação de redes para que os computadores e usuários pudessem se comunicar simultaneamente, mas ainda com pequenas redes Local Área Network (LAN) espalhadas pelo planeta, como Telenet: co- mutação de pacotes comerciais da BBN baseada na tecnologia da Arpanet, Taymnet e Transpac: rede 10 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ibm_px_xt_color.jpg de comutação de pacotes franceses, Alohanet: rede de micro-ondas via rádio que interligava as ilhas do Havaí etc. Para se ter uma ideia, na década de 1970, havia no mundo 200 computadores ligados em rede; com o final da Guerra Fria, os militares perderam o interesse pela Arpanet, que acabou direcionando seus interes- ses para as universidades dos Estados Unidos, as quais, por sua vez, iniciaram uma divulgação para outras nações. Na década de 1980, já havia cerca de 100 mil máquinas interligadas. Em 1 de janeiro de 1983, o protocolo TCP/IP foi anunciado, passando a ser obrigatório em todos os microcomputadores (retomaremos esses protocolos mais à frente). Até 1990, as pesquisas continuaram evoluindo para que cada vez mais pessoas e organizações estivessem interligas na rede mundial de computadores. Desse modo, houve uma guinada com o surgimento da World Wide Web (www), a famosa internet, estabelecendo a conexão entre pessoas do mundo inteiro e criando novos tipos e tecnologias de redes de computadores. No Brasil, apesar da reserva de mercado da tecnolo- gia da informação que perdurou até 1990, essa evo- lução foi acompanhada com alguns anos de atraso. Mesmo assim, as organizações foram adequando-se dentro de suas condições de investimento que, na época, exigia um custo bastante elevado para se ter um departamento de Processamento de Dados. Com o término dessa reserva de TI, ainda em 1990, foi criada a Rede Nacional de Pesquisas (RNP) e, em 1992, foi fundada a Internet Society; nessa época, o Brasil contava com pelo menos 200 servidores de web em atuação no país. Com isso, percebemos 11 que o mundo crescia na direção das redes de com- putadores, ambientes web, hardwares e softwares de alta performance, contribuindo para o que temos hoje de melhor na área. De lá para cá, visualizamos uma série de inovações tecnológicas que, de acordo com a demanda dos usuários, fizeram dos últimos dez anos uma cres- cente. Por isso, precisamos estar sempre ligados nessas inovações, porque elas darão o rumo dos estudos referentes a redes de computadores. REFLITA Após essa contextualização histórica, você pode perceber a evolução ocorrida em um período rela- tivamente curto. Assim, torna-se pertinente ava- liar os últimos 5 anos (mudanças, crescimento tecnológico etc.) e pensar o que será de nossa área nos próximos 5 ou 10 anos. Quais serão as inovações, tecnologias emergentes e tendências futuras? FIQUE ATENTO Fique sempre atento às publicações referentes à nossa área, pois não basta apenas estudar para se formar. É preciso estender seus conhecimen- tos através de pesquisas profundas. 12 CONCEITOS DE REDES DE COMPUTADORES Após essa viagem pela história das redes de com- putadores, precisamos entender seu significado. Como conceito principal, podemos afirmar que redes de computadores são um conjunto de hardwares, softwares e peoplewares interconectados em uma malha mundial de comunicação, transmitindo e re- cebendo todo tipo de informação. Existem vários autores e websites definindo diferentemente o sig- nificado de redes de computadores. Vamos analisar algumas: [...] uma rede de computadores pode ser definida como uma estrutura de computa- dores e dispositivos conectados através de um sistema de comunicação com o objetivo de compartilharem informações e recursos entre si (PORTAL GSTI, [s. d.]). Com o objetivo de compartilhar serviços, in- formações e recursos criam-se as redes in- formáticas, as quais compreendem um con- junto de dispositivos de diferentes classes (computadores, routers, modems), conecta- dos mediante sinais, cabos, ondas radioelé- tricas ou qualquer outro tipo de transporte de dados digitais (QUECONCEITO [s. d.]). 13 Agora que já temos duas definições, vamos prosse- guir com o conhecimento, separando-o em partes sua fundamentação e os segmentos que compõem essa área. Podemos dizer que a rede de computadores é uma das especialidades de uma grande área, a Ciência da Computação, que abrange todas as disciplinas e que tem como responsável um departamento de- nominado TIC. Mas afinal, o que é TIC? Pois bem, há pouco tempo, chamávamos a área responsável pelos processos computacionais nas organizações de Tecnologia da Informação (TI); com o passar do tempo e a grande evolução das comunicações que, além do avanço no tempo de resposta para nossas solicitações, englobaram a parte de telefonia. Por exemplo, as empresas deixaram de utilizar a te- lefonia fixa em suas dependências e a substituíram pelas telefonias inteligentes, como VOIP – tecnologia que recebe ligações telefônicas via internet dentro de uma rede de computadores. Essa mudança trouxe uma redução significativa de custos com impulsos telefônicos tanto para ligações locais quanto para interurbano, além de benefícios e facilidades de su- porte e instalação de novas linhas. Dessa forma, vamos entender essa sigla tão impor- tante no mundo informático: 14 T – Tecnologia Engloba todas as tecnologias: hardwares, softwa- res e servidores; switches de redes, estações de trabalho, cabeamentos, sistemas operacionais etc., usadas para a construção da estrutura física e lógica computacional. I – Informação Em um mundo onde estão em plana expansão Big Datas, Cloud Computing, Inteligência Artificial (IA) etc., cabe sempre uma preocupação especial na composição de dados e informações. Na área de redes não poderia ser diferente. Dimensionar cor- retamente o tráfego de dados em uma rede é de vital importância para o atual objetivo de termos altas velocidades de transmissão, disponibilida- de e integridade total das informações solicitadas pelos usuários, pois, em um mundo globalizado e ágil, ninguém admite ficar esperando por muito tempo algo solicitado e principalmente ficar obser- vando aquela mensagem no computador “Aguarde – Processando…” Você, que está se preparando para essa atividade, deve sempre ter em mente os princípios básicos e perceber que é fundamental ter informações dis- poníveis instantaneamente, não importa onde elas estejam armazenadas. Desde sempre, mas com mais ênfase na atualida- de, a informação é o bem mais precioso e valioso de uma organização, seja ela privada ou pública, 15 pois com ela é possível tomar decisões visando ao crescimento de empresas, retirar perfis de clientes oferendo produtos específicos, aumentar as vendas de e-commerce ou e-service. Até nas redes sociais somos vistos como possibili- dade de negócio. Você já deve ter percebido quando de alguma forma acessou uma pesquisa de algum produto e, a partir daí, começou a receber propa- gandas referente ao mesmo produto. Pois é, quando participamos de grupos em redes sociais, na verdade estamos alimentando um banco de dados com nos- sas informações que são similares a outras pessoas com o mesmo perfil. C – Comunicação Abrange a estrutura de comunicação, como redes na sua classificação LAN, WLAN, WAN etc., comu- nicações via satélite, via cabeamento, Wireless etc. Figura 5: Rede WAN / MAN / LAN. Fonte: www.rte.ie. 16 https://img.rasset.ie/0007e0c5-800.jpg Percebemos então que a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) deve ser respon- sável pelos resultados de uma empresa através de sua participação contínua, auxiliando a tomada de decisão sobre quais seriam as melhores opções tecnológicas. Para que isso aconteça, no entanto, é importante que os profissionais de TIC tenham um conhecimento básico de negócios da organização (Visão Holística) ou cliente com necessidades de implantar um novo sistema, servidor e tecnologias web, pois somenteassim será possível efetuar um dimensionamento correto e atingir os objetivos de uma companhia. Quer dizer, então, que vou precisar de todo esse co- nhecimento para criar e administrar uma rede de computadores? Sim. Dependendo do projeto de redes, do tamanho da empresa de seu cliente ou de onde você traba- lha, da disponibilidade financeira e, principalmente, do objetivo ou negócio da companhia, nós de TIC devemos pensar em cada projeto como algo novo e único. Vamos refletir juntos. Temos uma empresa de pe- queno porte, de venda de cosméticos pela web atra- vés de um sistema e-commerce, com cinco fun- cionários, uma unidade e uma disponibilidade de investimento financeiro baixo; outra empresa de grande porte multinacional, chegando para vender seu produto inédito no Brasil, com cinco unidades, mais de 100 funcionários. Com base nesse cenário, 17 devemos pensar da mesma forma pelos dois pro- jetos com as mesmas dimensões e tecnologias? A resposta é sempre não, pois os pensamentos de- vem ser independentes para cada um deles. Com isso, podemos trazer as soluções e tecnologias ade- quadas a cada necessidade e a disponibilidade de investimentos. Outro ponto de vital importância em um projeto é sempre documentar o que está previsto dentro do escopo. Isso serve para evitar qualquer contratempo futuro sobre o que foi pedido e o que foi entregue, uma vez que segurança não é apenas para a rede de computadores, mas para nós profissionais de TIC também. Por falar em segurança, outro fator importante em nossa área é a segurança de redes, acessos e in- formação. A segurança a informação está regida, a partir de fevereiro de 2020, pela Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil (LGPD), Lei 13.709/2018. Trata- se de uma lei sancionada em 2017 que basicamente controlará os acessos, armazenamentos e processa- mento dos dados pessoais espalhados por diversos bancos de dados e plataformas existentes. Se, para o ambiente de dados, já existem normati- zações estabelecidas por lei, para as redes de com- putadores, devemos entender sobre segurança de acesso, pois redes sempre terão usuários e o que mais lhes for permitido. Por isso, vamos entender alguns desses importantes fatores, bem como o conceito de segurança. 18 Pode-se comparar segurança de redes com a mes- ma segurança da internet com aplicativos de con- trole diferentes; conforme já estudamos, atualmente os acessos a redes são regidos pela comunicação, que na maioria dos casos são os acessos via web. Devemos, portanto, pensar primeiramente quais os principais fatores que levam à quebra da segurança? Podemos pensar em várias causas, mas de uma forma ordenada podemos citar: ● Ataque de hackers: Na maioria das vezes, o ataque de hackers simboliza uma invasão para demonstrar falhas e brechas de segurança de um sistema ou rede de computadores. ● Ataque de crackers: Neste caso, a situação fica muito mais séria, pois não são apenas demonstra- ção de falhas de sistema, mas a intenção de furtar informações e valores financeiros, destruir banco de dados, adicionar vírus novos sem antivírus, inter- romper o funcionamento de sistemas transacionais e de apoio à decisão, causando assim um enorme prejuízo para as organizações empresariais. Normalmente, os crackers se utilizam de malwares (softwares espiões) que, em determinado momento, são acionados ou mesmo colocados em nossos computadores sem nem mesmo percebermos que eles estão lá; daí quando se manifestam causam um estrago maior. Por essa razão, é sempre importante ter no mínimo um antivírus, antimalwares para mi- nimizarmos as consequências. 19 ● Evasão de informações: Este caso é tratado como “Pirataria”; pensar em evasão de informações é en- tender que o caso está sempre ligado a uma questão cultural da empresa, à ética dos usuários e, desta forma, está muito além dos recursos disponíveis, tornando-se muito mais difícil seu controle, pois não existe software que impeça alguém de comer- cializar dados de uma empresa sem autorização. Assim, existem muitas empresas que prestam ser- viços nessa área para treinar a questão cultural da empresa, criar dispositivos legais sob a importância da responsabilidade de cada usuário e aplicações para o controle de acesso às informações. Mesmo com todo esse trabalho, devemos estar conscientes de que estaremos sempre correndo riscos de acesso, principalmente quando falamos de acesso web; precisamos entender também que os benefícios desse acesso são tão importantes e ágeis que devemos estar atentos e tomar todas as medidas necessárias com vistas a evitar tais complicações. Essas aplicações são softwares que nos auxiliarão na proteção de acesso a redes e dados, como anti- vírus, antispam, gerenciadores de senhas, serviços proxy, criptografias etc., mas nada como um bom e velho backup e um plano de contingência para nos protegermos, seja no âmbito profissional seja no pessoal. Ainda no quesito segurança, dependendo da estru- tura organizacional, será necessário trabalharmos 20 com sistemas distribuídos para melhorar a perfor- mance dos sistemas da companhia. Os sistemas distribuídos são equivalentes a plataformas distin- tas, com sistemas operacionais diferentes, redes e comunicação também distintas para um aumento significativo de performance. Por exemplo, imagine uma empresa com várias unidades em diversas cidades. Dessas unidades, uma é indústria de processos (Fábrica), outra é de armazenagem e logística (Estoque e Faturamento) e outra é centralizadora (Administração e Vendas). Qual seria a melhor estrutura? Pois então, imaginemos nosso banco de dados na nuvem, centralizando as atualizações das informa- ções e com sistemas transacionais, que têm acesso a todos os aplicativos via web. Aí podemos utilizar várias redes LAN, uma em cada unidade, para efetuar seus processos independentemente, com sistemas operacionais diferentes, como Windows, Linux ou Samba fazendo a conexão entre eles e, ao final, atu- alizando seu banco de dados único. Esse formato nos traz a ideia de uma melhoria con- siderável na performance, pois os processos sub- divididos trazem esse benefício e, assim, aplicando os cuidados necessários com a segurança, estare- mos caminhando para o melhor cenário desse case. Lembre-se, porém, de que tudo depende de vários fatores de um bom planejamento de um projeto. Entendemos, com isso, que é necessário, em um pro- jeto de redes, pensarmos além dos detalhes técnicos 21 e alinharmos o conhecimento com as necessidades do cliente, ou seja, visão holística, lembra? No mundo atual, o foco sempre recai sobre os obje- tivos do negócio da companhia. Por mais que haja inovações e tecnologias envolvidas, se não atin- girmos esses objetivos, teremos perdido tempo e dinheiro sem os resultados esperados, fase chamada de Projeto Funcional. Após esse momento, organize as ideias e parta para o que interessa sobre as necessidades do cliente. Foque nas tecnologias, topologias físicas e lógicas que podem resolver o caso. Contrate bons profissio- nais e crie uma sinergia em sua equipe. Apresente soluções inteligentes e acompanhe de perto a exe- cução do projeto, aprendendo com os erros. Mensure os riscos, pois assim seu projeto certamente apre- sentará poucas falhas. Nesse momento, escolha um framework de mercado com as melhores práticas para controle de projetos, como um ITIL, acompanhado de um PMBOK ou al- guma ferramenta parecida, pois isso dá mais segu- rança em decisões importantes ao longo do projeto. Nas próximas leituras, trataremos de detalhes per- tinentes a tudo que foi mencionado até agora, visto que uma visão geral você já tem, com muita infor- mação macro do que é necessário para criar e gerir uma rede de computadores. Além disso, de alguma forma precisamos aprofundar as pesquisas para acompanhar o mercado, que vai muito além de tec- nologias específicas de redes, bem como participar 22 e entender das tecnologias emergentes e inovaçõesna área, como inteligência artificial, gerenciamento, distribuição de caminhos de comunicação de dados como middleware, o caminho para as redes mundiais wireless tal qual acontece com os smartphones. Estamos em uma era de mudanças rápidas, pro- fissões que serão extintas e outras sendo criadas, tecnologias que estarão obsoletas muito brevemen- te. Por isso, é preciso prepare-se; ultrapasse seus limites de conhecimento agregando o que precisa de melhor, pois essas mudanças acontecerão muito rapidamente. REFLITA Com tantas tecnologias e inovações, o que você está fazendo para manter-se atualizado? Esta- mos falando em redes interplanetárias e rotea- dores espaciais, uma vez que a Nasa já está em avançadas pesquisas sobre o tema. Assim, fica muito claro que não teremos mais aquele mon- te de cabos e estruturas antigas. Então, procure pesquisar mais sobre o assunto e desenvolva uma visão diferente da que você tem agora. 23 EVOLUÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL COM DATAS RELEVANTES Neste tópico, estudaremos a evolução das tecnolo- gias e redes de computadores, mencionando datas relevantes e acontecimentos. Dessa forma, teremos uma visão muito maior dos caminhos a seguir. Datas relevantes e acontecimentos tecnológicos no mundo: ● Primeira geração de computadores 1943: A Inglaterra lança o Colossus, usado inicial- mente para decifrar códigos secretos da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945); foi criado por Alan Turing, considerado até hoje como o pai da Ciência da Computação. Podcast 1 1945: Von Neumann sugere que os computadores utilizem o número binário, com base na lógica ma- temática e na álgebra de Boole. 1946: Lançamento do primeiro computador, o Eniac por J. P. Eckert e John Mauchly. 1947: Invenção do transistor. 1949: Lançamento do Binac com maior portabilidade e concepção binária. 24 https://famonline.instructure.com/files/411982/download?download_frd=1 1952: Concluído o Electronic Discrete Variable Automatic Computer (Edvac), tornando-se o primeiro computador comercializado em escala industrial. Neste ano, a IBM lança o IBM 701, com maior ca- pacidade de processamento. ● Segunda geração de computadores 1954: IBM 650 de tamanho médio para a época. 1957: Lançamento do IBM 1401 e o Burroughs B 200. 1958: IBM TX-0 Primeiro computador com monitor de alta qualidade. 1959: Criação do MARK I. ● Terceira geração de computadores 1960: Computadores IBM 360 e o Burroughs B-3500. 1964: Formação da primeira empresa de software do mundo, Computer Sciences Corporation (CSC). 1965: O primeiro minicomputador criado pela Digital Equipament Corporation (DEC). 1970: Lançado o primeiro microprocessador pela Intel. 1972: Lançamento mundial da Atari e seu pri- meiro videogame, surgimento dos primeiros microcomputadores. 1975: Paul Allen e Bill Gates fundam a Microsoft. 25 1977: Steve Jobs e Wozniak criam o microcompu- tador Apple. 1980: Lançamento do IBM PC/XT com sistema ope- racional DOS que permitia a utilização de aplicações, como editor de texto Wordstar e a planilha eletrônica Lotus 1-2-3. ● Quarta geração de computadores 1982: Surge o PC 286 com os monitores CGA, alguns modelos eram coloridos, pois até então todos os computadores eram com visores de fósforo verde em sua maioria. 1985: Surge o PC 386 com monitores VGA coloridos; lançamento do Windows 1 criando uma interface gráfica para o sistema operacional DOS. 1987: Lançamento do Windows 2. 1988: Primeiro acesso à internet do Brasil (a Bitnet), pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro. 1989/1990: Lançamento do PC 486 DX com monito- res SVGA coloridos e uma velocidade de processa- mento muito maior. Aproximadamente neste período, a Microsoft lança o Windows 3, momento em que há uma debandada geral dos minicomputadores para pequenas redes LAN com a Novell e Lantastic em uma crescente indescritível. 26 ● Quinta geração de computadores até os dias atuais É importante mencionar que, devido aos avanços de processamento e armazenamento de informações, bem como à febre da informatização mais acessível a todos, criou-se um mundo informatizado dando oportunidade para o nascimento de várias empresas desse ramo inovador, tanto para o desenvolvimento de hardwares quanto para o de softwares. 1991: Lançamento da primeira versão do Linux pelo então estudante universitário finlandês Linus Torvalds. 1993: Surge o processador Pentium. 1995: Lançamento do Windows 95. 1997: Surge o processador Pentium II. 1999: Surge o processador Pentium III. 2001: Surge o processador Pentium IV. Dessa data aos dias atuais, evoluímos rumo a me- lhorias técnicas, de processamento e armazena- mento, para falarmos hoje em Big Data e máquinas com super processadores. E o futuro como ficará? Para falarmos sobre isso, temos que nos apro- fundar em pesquisas, pois quase que diariamente surgem novas tecnologias que são chamadas de emergentes, como o Super Computador Quântico 27 que, segundo estudos, será aproximadamente um milhão de vezes mais rápidos do que os computa- dores atuais mais rápidos. Dessa maneira, fala-se até da substituição do binário como tradutor entre máquina-homem. Juntando esse fato com o que a Nasa está pesqui- sando sobre a internet interplanetária e processa- dores espaciais, inteligências artificiais, Internet das Coisas, estradas inteligentes etc., será que nossa querida área de redes de computadores ficará da forma como está? A resposta é não. Por isso, deve- mos cada vez estarmos atualizados nesse mercado e no seu futuro. Não pense que o Brasil está de fora disso, pois, de alguma maneira, caminhados juntos nessa evolução dentro de um mundo globalizado. Podcast 2 28 https://famonline.instructure.com/files/411986/download?download_frd=1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, abordamos a história dos computa- dores, redes e tecnologias envolvidas na área, tam- bém estudamos seus conceitos e evolução com uma abordagem lógica. Ainda, estudamos as datas relevantes, mapeamos todos os grandes aconte- cimentos e criamos reflexões sobre o futuro das tecnologias, suas inovações e o que consideramos emergentes. Tivemos a sensação clara de que esta- mos indo para um futuro muito mais desafiador do que os últimos cinco anos, e aí fica uma indagação: O que você pretende em seu futuro profissional promissor? Como você está se preparando para a evolução, sabendo que, nos próximos cinco anos, essa evolução caminhará muito mais rapidamente do que os últimos dez anos caminharam? 29 SÍNTESE REDE DE COMPUTADORES CONCEITOS, FUNDAMENTOS, HISTÓRIA E SUA EVOLUÇÃO Neste módulo, nosso compromisso foi o de navegar pelo conhecimento sobre Redes de Computadores. Mais especificamente, viajamos no tempo dessa disciplina e, com isso, entendemos sua origem, história e evolução tanto no Brasil quanto no mundo. Os tópicos abordados foram: Rede de computadores: história e evolução: • 1960: laboratórios do MIT Leonard Kleinrock (1934-). Conceitos de Redes de Computadores: • [...] uma rede de computadores pode ser definida como uma estrutura de computadores e dispositivos conectados através de um sistema de comunicação com o objetivo de compartilharem informações e recursos entre si. O que são as TICs? T – Tecnologia I – Informação C – Comunicação Evolução no mundo e no Brasil com datas relevantes: • Primeira geração de computadores; • Segunda geração de computadores; • Terceira geração de computadores; • Quarta geração de computadores; • Quinta geração de computadores. Referências Bibliográficas & Consultadas BARRETT, D.; KING, T. Redes de computadores. Rio de Janeiro: LTC, 2010 [Minha Biblioteca]. BIRKNER, M. H. Projeto de interconexão de re- des: Cisco Internetwork Design – CID. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003 [Biblioteca Virtual]. COMER, D. E. Redes de computadores e inter- net. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016 [Minha Biblioteca]. ENGST, A. C.; FLEISHMAN,G. Kit do iniciante em redes sem fio: o guia prático sobre redes wi- -fi para Windows e Macintosh. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005 [Biblioteca Virtual]. FOROUZAN, B. A.; MOSHARRAF, F. Redes de Computadores: Uma Abordagem Top-Down. Bookman Companhia Ed, 2012. KUROSE, J. F.; ROSS, Keith. W. 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