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Filosofia da Arte

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16/11/2023, 16:46 Filosofia da Arte
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_FILART_21/unidade_1/ebook/index.html 1/33
Autoria: Me. Helder Manuel da Silva de Oliveira
Revisão Técnica: Dra. Patrícia Sant’Anna
FILOSOFIA DA ARTE
CONCEITOS
INICIAIS
16/11/2023, 16:46 Filosofia da Arte
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Introdução
Sejam bem-vindos, prezados estudantes! Vamos começar essa unidade
compreendendo os conceitos iniciais que estão relacionados ao estudo da
Filoso�a da arte. Iniciaremos o material apresentando, no primeiro tópico, os
conceitos iniciais sobre Filoso�a da arte. Para isso, é necessário entender a
disciplina Filoso�a e sua maneira de conhecer o mundo que passa por um
rigoroso método investigativo sobre os elementos constitutivos do mundo a
partir de uma profunda re�exão crítica. Na Filoso�a da arte, essa abordagem se
volta para a arte enquanto objeto da �loso�a.
No segundo tópico, trataremos da Filoso�a da arte e suas relações com a
Estética. Ambas têm, na arte, seu objeto de investigação �losó�ca, ao mesmo
tempo em que possuem especi�cidades de abordagem no tratamento ao objeto
estudado. Enquanto a Estética foca-se na experiência com o mundo sensível e
daí decorre suas questões sobre o belo, o gosto, o prazer e tem, na arte, um
objeto especial para se debruçar-se, ainda que não seja o único). A Filoso�a da
arte tem como tema central abordar, especi�camente, as manifestações
artísticas e o próprio questionamento sobre o que é o objeto artístico.
No terceiro tópico, abordaremos os fundamentos da Filoso�a da arte.
Descreveremos os principais conceitos tratados na relação entre arte e �loso�a,
desenvolvendo cada um deles, tais como a noção de mimese e do belo, desde a
Grécia antiga até o século XX. Trataremos, ainda, de uma questão muito
pertinente que é a relação que a Filoso�a da arte estabelece com a teoria da
arte.
No quarto e último tópico, abordaremos sobre o período inicial da produção
�losó�ca grega e sua relação com a Arte, Filoso�a da arte e Estética. Neste
período, é necessário tratar das questões �losó�cas que estão no centro dos
debates travados pelos pré-socráticos, pelos so�stas e por Sócrates via Platão.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 58 minutos.
1.1 Pensamento filosófico, científico e de senso
comum
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Neste tópico, abordaremos como o pensamento �losó�co nos ajuda a entender
o mundo no qual vivemos e qual a relação que ele estabelece com o pensamento
cientí�co e de senso comum.
O pensamento cientí�co é baseado no método, ou melhor, o método é o caminho
do conhecimento cientí�co. Basicamente, como indicado por Severino (2007, p.
100), “a ciência é sempre o enlace de uma malha teórica com dados empíricos, é
sempre uma articulação do lógico com o real, do teórico com o empírico, do
ideal com o real.”
O método cientí�co é um grupo de procedimentos lógicos e de técnicas que não
são aleatórias que se focam em observar fatos e tanto quanti�cá-los quanto
quali�cá-los. Essa observação também tem uma malha teórica por detrás, que
justi�ca e dá a base na qual o pesquisador cientí�co tanto constrói seu objeto de
estudo quanto formula hipóteses. Veri�cando essas hipóteses no campo
experimenta, o método cientí�co veri�ca e trabalha em uma dinâmica que vai da
teoria para a observação e da observação retorna à teoria. É diferente, portanto,
da Filoso�a, da Arte ou da religião, que são formas de processos de
conhecimento pelos quais tenta-se compreender, especialmente, as modalidades
de expressão subjetiva humana (SEVERINO, 2007, p. 102).
O senso comum, por outro lado, é um conhecimento que não passou nem por
um método �losó�co, n sentido de questionamento, ou cientí�co, no sentido de
que seria testado e veri�cado metodologicamente. O senso comum são as
“verdades populares”, isto signi�ca que são pensamentos que estão em nosso
cotidiano e que são passados de uma pessoa para outra sem veri�cação.
Portanto, é um tipo de conhecimento que não é con�ável, mesmo assim, não
signi�ca que está errado, apenas que os meios como ele se conformam não são
validados nem pela ciência e nem pela Filoso�a. Portanto, é onde mora o
conhecimento popular, mas também as crendices.
Nesse sentido, precisamos entender o que é Filoso�a, se ela tem alguma
utilidade, porque ela é considerada uma maneira de questionarmos sobre as
coisas, ideias e fatos existentes em uma realidade conhecida por nós e como ela
nos permite construir argumentações objetivas a partir de um pensamento
crítico e organizado.
Ao fazermos esta pergunta para nós mesmos, observamos que não é assim tão
fácil respondê-la. Se você procurar “�loso�a” em dicionário, descobrirá que há
várias de�nições, mas há duas delas que são bastantes conhecidas de todos. A
primeira, diz respeito à visão de mundo. Neste caso, o termo pode referir-se a um
1.1.1 O que é Filosofia?
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povo ou uma cultura e seu conjunto de ideias, de valores e práticas pelas quais
uma sociedade compreende o mundo a sua volta. A segunda, refere-se à
sabedoria de vida, cujo sentido remete a uma arte do bem-viver, signi�cando
uma espécie de viver o mundo com ética, felicidade e sabedoria, porém, ambas
são muito vagas e gerais, uma vez que não respondem de fato, o que é Filoso�a.
Para compreendermos a Filoso�a, precisamos pensar nas palavras: análise,
re�exão e crítica. Estas três atividades em conjunto estão no cerne dos
questionamentos mais profundos sobre o mundo e a realidade presente nele,
incluindo nós, os seres humanos. Deste modo, a Filoso�a se de�ne como a
busca dos princípios, causas, condições, signi�cados e �ns, da realidade em
suas múltiplas formas.
A palavra “�loso�a” vem do grego philosophía (Φιλοσοφία) e pode ser entendida
como “amor ao saber”. Ela indica um propósito interior de quem tem apreço pelo
conhecimento ou o desejo daquele que movido por um estado de espírito
prazeroso procura e respeita o saber. A �loso�a, nesta perspectiva grega, é uma
atividade que visa levar ao saber.
O �lósofo Pitágoras (séc. IV a.C.), foi o primeiro a usar a palavra �loso�a. Ele
a�rmava que os homens poderiam amar ou desejar a sabedoria, porém a
sabedoria plena e completa, pertenciam aos deuses. Deste modo, o homem
tornaria- se �lósofo, isto é, aquele que tem um interesse especial pela sabedoria.
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Figura 1 - Filósofo Pitágoras
Fonte: Mediapool, 2021.
#PraCegoVer
Um busto de pedra branca, não policromado, do
possível rosto do filósofo grego Pitágoras, ele é
retratado como um homem maduro, com
cabelos encaracolados, barba farta e ondulada
naturalmente. Ele tem um semblante severo.
Na Grécia antiga, considerada o berço da Filoso�a ocidental, ela era entendida
como aspiração ao conhecimento pela razão humana, pois esta permitiria
conhecer o mundo e as coisas da natureza, os seres humanos e suas ações.
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Este modo de pensar tornou-se a característica da cultura europeia ocidental e
chegou a nós em decorrência dos processos colonizadores.
Logo, todas as coisas que estão no mundo, inclusive nós, os seres humanos, e
toda nossa produção, como as manifestações artísticas, são motivos de
indagação �losó�ca.
O que vem a ser algo útil? Para que vou estudar isso, se não usarei em minha
vida pro�ssional? Seguindo esta linha de pensamento, a Filoso�a é realmente
“inútil”, pois ela não serve como possibilidade de alteração da ordem pragmática.
Nossa sociedade vê no útil aquilo que dá fama, riqueza,poder e prestígio,
julgando como útil aquilo que vemos nas ações e nas coisas, que possui
utilidade prática.
Entretanto, não ter utilidade imediata não signi�ca ser dispensável. Ao
perguntarmos sobre a necessidade da Filoso�a em nosso mundo, observaremos
que ela é imprescindível na medida que precisamos fazer uma re�exão sobre as
ações humanas e os �ns vinculados a elas.
A Filoso�a permite ao homem questionar as situações que temos como certas
em nosso mundo, indagando sobre as nossas crenças e sentimentos nos quais
acreditamos e que alimentam o nosso jeito de estar no mundo. Neste sentido,
�losofar é dar sentido à nossa experiência no mundo, compreendendo os
sentidos das coisas que fazem parte de nossa realidade. Se formos conscientes
de nós mesmos e de nossas ações, vivendo de maneira a pensar no bem de
todos em nossa sociedade, então, podemos dizer que a Filoso�a é, sim, muito
útil e que sua utilidade consiste nos saberes que ela traz para nós.
O que é? Como é? Por que é? São essas perguntas que devemos fazer ao mundo
que nos rodeia e às relações que mantemos com ele. A re�exão �losó�ca é
radical porque vai à raiz do pensamento e é um movimento de volta da re�exão
sobre si mesmo, para pensar-se a si mesmo, para conhecer como é possível o
próprio pensamento ou o próprio conhecimento. É um saber sobre a realidade
exterior ao pensamento.
As indagações da atitude �losó�ca e da re�exão �losó�ca se realizam de modo
sistemático. Isto signi�ca que a Filoso�a trabalha com enunciados precisos e
rigorosos.
1.1.2 Para que serve?
1.1.3 Uma maneira de questionar o mundo
1.1.4 Filosofia como pensamento sistêmico e crítico
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Estes enunciados precisam ser desenvolvidos em encadeamentos lógicos com
outros enunciados, também precisos e rigorosos. Ou seja, as palavras e as
a�rmações precisam ter signi�cados bem delineados, de maneira a operar com
conceitos e ideias obtidos por procedimentos de demonstração e
prova.  Compreendemos um enunciado como uma exposição sumária de um
apontamento a ser de�nido, explicado ou demonstrado.
O pensamento sistêmico nada mais é do que a capacidade da Filoso�a em
analisar os enunciados, relacioná-los entre si e expor em uma linguagem para
descrever e compreender as interrelações que formulam os enunciados em um
pensamento. Somente assim, a re�exão �losó�ca pode ser uma visão crítica de
si mesma.
Simpli�cando, o pensamento crítico nada mais é que uma análise dos
pensamentos usando os mesmos pressupostos dos enunciados para então
formar um julgamento sobre algo, que pode ser, inclusive, a própria re�exão
�losó�ca ou um objeto de arte, no caso, da Filoso�a da arte.
Concluindo, como salienta Marilena Chauí, “o conhecimento �losó�co é um
trabalho intelectual e opera sistematicamente, ordenando e encadeando com
coerência e lógica argumentos racionais em relação as coisas e aos fatos de
nossa experiência cotidiana” (CHAUÍ, 2008, p. 22).
1.2 Filosofia da arte e Estética: diferenças e
similaridades
A coleção Filoso�as: o prazer de pensar (da editora WMF Martins Fontes)
é um bom começo para quem quiser se aventurar no mundo da �loso�a
de maneira mais aprofundada. Pensada como um material introdutório e
didático, cada edição traz um tema diferente de maneira clara, fácil e
objetiva. Ao �nal de cada livro, o leitor encontra atividades, dicas e leituras
recomendadas.
VOCÊ QUER VER?
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No presente tópico, estudaremos as relações entre a Filoso�a da arte e a
Estética, explicitando o que são cada uma destas áreas de estudo e como se
relacionam com o campo da Filoso�a. Também abordaremos como a Filoso�a
da arte e a Estética ajudam a compreender o objeto artístico e sua relação com o
público. Por �m, conheceremos as diferenças e similaridades entre ambas para a
construção dos diversos sentidos do fenômeno artístico.
Muito se fala sobre a di�culdade se compreender a arte
produzida nos últimos 50 anos. O uso de objetos que
conhecemos de nossa vida cotidiana são apropriados pelos
artistas e transformados em obra de arte. O resultado disso
frente ao grande público é de um estranhamento, pois esse
modo de fazer arte contrasta com um outro que é já bastante
tradicional, no qual o belo e a imitação são referências para a
produção artística.
A partir do texto acima, avalie as a�rmações a seguir.
I. O conceito de imitação e de beleza como elementos artísticos
são característicos das obras produzidas até o �nal do século
XIX.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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A arte, entendida como um fenômeno de nossa sociedade, também interessou à
Filoso�a. Isto porque ela, a arte, possibilita uma investigação sobre a sua própria
existência. O que permite relacioná-la às questões mais amplas sobre o ser
humano, renovando “o seu diálogo expansivo com o mundo, com a existência
humana e com o Ser” (NUNES, 1991, p.16). A arte também se insere como um
tema, ou um problema, presente nas indagações �losó�cas que, por sua vez,
tentam responder o que é arte.
II. Uma de�nição de arte comum a todas as obras não existe,
pois ela, ao longo do tempo, foi se transformando para
incorporar outros sentidos.
III. A arte mais recente se caracteriza pela inclusão de objetos do
cotidiano, cujo sentido de beleza não é mais o principal.
IV. A produção artística das últimas cinco décadas aproximou
ainda mais o público, já que utiliza objetos bastante conhecidos
do cotidiano dele.
V. A arte produzida recentemente utiliza de elementos como o
feio e mesmo o grotesco para a expressão artística.
Agora, assinale a alternativa que contém as a�rmações corretas.
a. I, II e IV.
b. II, III, IV e V.
c. III, IV e V.
d. I, III, IV e V.
e. I, II, III e V.
VERIFICAR
1.2.1 O que é Filosofia da arte?
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Antes, no entanto, convém primeiro compreendermos o que é arte. Deste modo,
devemos nos perguntar: quando pensamos em uma obra de arte, pensamos em
quê? Em uma pintura de Leonardo da Vinci? Em uma escultura de Rodin? Nos
parangolés de Hélio Oiticica? No tubarão em formol do Damien Hirst?
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Figura 2 - Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda; obra de Leonardo da Vinci, um dos mais
conhecidos artistas do Renascimento italiano.
Fonte: Mediapool, 2021.
#PraCegoVer
Reprodução em preto e branco do original Mona
Lisa de autoria de Leonardo da Vinci. Em
primeiro plano no quadro há uma dama
renascentista branca de cabelos escuros, com as
mãos cruzadas e apoiadas no braço de uma
cadeira, ela está vestida com roupas do
renascimento em tons escuros, com mangas e
capas cobrindo seus braços e colo, o que dá
grande destaque às suas alvas mãos, seu rosto é
calmo e olha diretamente para o observador, seu
sorriso é sutil, e conhecido como enigmático na
história da arte, pois nem todos o notam, no
fundo do quadro (o segundo plano) há uma
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paisagem toda enevoada, o que dá a sensação
de que ela é distante. Esse quadro é organizado e
utiliza uma série de regras de pintura do
renascimento, destacamos a composição
triangular da figura em primeiro plano. É da
Enciclopédia Ilustrada “Tesouros da arte”, São
Petersburgo, 1906.
A arte é um objeto que denominamos como tal e que tem uma importância
especial em nossa sociedade. Ao longo do tempo, o que é compreendido comoarte foi se expandindo, ou seja, o conceito de arte foi se ampliando, de maneira a
incluir objetos cotidianos que, em um primeiro momento, desa�avam a sua
classi�cação como arte.
O caso exemplar desse debate sobre o que é ou não arte a partir de uma
manifestação artística A Fonte, de Marcel Duchamp (1887-1968), um mictório de
porcelana branca apresentado ao júri da Sociedade dos Artistas Independentes,
de Nova Iorque, em exposição feita em 1917. A peça provocou inúmeros debates
sobre a compreensão da arte do período e acabou por se tornar umas das obras
de arte mais emblemáticas do século XX.
O documentário Museu em movimento - Arte Contemporânea: decifra-me
ou devoro-te, consegue abordar de maneira objetiva as di�culdades de se
de�nir arte, principalmente, porque tem como foco uma produção artística
mais recente feita entre os anos de 1960 e 1970.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=HC5v4TiiRuM&t=6s)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=HC5v4TiiRuM&t=6s
https://www.youtube.com/watch?v=HC5v4TiiRuM&t=6s
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Figura 3 - A fonte, 1917
Fonte: robson.migel, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de um mictório de louça branco,
colocado em posição inversa sobre um
suporte/pedestal, assinado “R. Mutt 1917” com
tinta preta, do artista Marcel Duchamp.
Conforme vemos na �gura “A fonte”, este é o primeiro exemplo de obra “ready-
made” do artista Marcel Duchamp. “Ready-made” é uma obra na qual o artista se
apropria de um objeto pronto, geralmente industrializado, e o desloca de seu
lugar do mundo cotidiano para um espaço no qual ele ganha o estatuto de arte,
questionando, assim, o que é arte e o que não é arte, bem como o confere a algo
o estatuto de arte. É o primeiro exemplo da arte "Dada" (movimento de
vanguarda do início do século XX). Essa obra foi exposta pela primeira vez nos
Estados Unidos da América.
Nesse sentido, essa obra de Duchamp nos mostra a di�culdade de se ter uma
única de�nição para a arte. A primeira coisa que percebemos é: arte signi�ca
coisas diferentes em contextos históricos diferentes. O que os gregos entendiam
por arte era diferente do que se entendi no Renascimento que, por sua vez, é
diferente do sentido de arte de hoje.
A re�exão �losó�ca da arte surgiu quando Sócrates (470-339 a. C.) indagou ao
pintor Parrásio sobre a essência da pintura. Ao fazer isso, Sócrates estava
transportando o questionamento sobre a verdade das coisas e dos valores
morais para a pintura, o que signi�ca dizer, para as artes, já que a pintura é uma
manifestação artística. Como a arte “suscita problemas de valor, tanto no âmbito
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da vida coletiva como individual, seja a do artista que cria a obra de arte, seja a
do contemplador que sente os seus efeitos” (NUNES, 1991, p. 15), ela torna-se
objeto de investigação �losó�ca, ou seja, objeto central da Filoso�a da arte.
Deste modo, a Filoso�a da arte procura as ligações da arte com o mundo que
vivemos e com a nossa existência nele, fundamentando o seu conhecimento em
uma postura de análise, re�exão e crítica sobre a obra de arte, o papel do artista
e a sua recepção junto ao público.
A palavra “estética” encontra sua correspondência no grego aisthitikí (αισθητική)
e pode ser entendida como conhecimento que se relaciona com a experiência
sensível. A Estética diz respeito à experiência sensível do sujeito em relação às
produções artísticas ou não que atingem nossa sensibilidade e, deste modo,
está relacionada tanto à questão do belo como do gosto. No primeiro, busca
respostas para a realização da beleza a partir da sensibilidade das criações
artísticas ou não. No segundo, o prazer ou desprazer que sentimos em relação
às coisas naturais ou às produções artísticas, que aparecem na forma de juízo
de gosto.
A estética surge como campo �losó�co no século XVIII, com o �lósofo alemão
Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762). Em 1750, ele publica Aesthetik
(Estética), livro no qual discorre sobre o conceito de estética e no qual enfatiza a
autonomia da disciplina, tornando-a uma área própria de investigação �losó�ca.
1.2.2 O que é Estética?
Marcel Duchamp (1887-1968) é tido o como um dos artistas mais
importantes do século XX, por ter questionado os valores de
compreensão da arte do período, ao criar os ready-mades, que podemos
entender como “obra pronta”, isto é, objetos do mundo industrial
transformados em obra de arte e que colocavam o pensar artístico à
frente do fazer artístico.
VOCÊ O CONHECE?
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Como já colocado, a Estética não está relacionada unicamente à arte, mas, sim,
ao mundo sensível, porém tem na arte um objeto especial para as suas
re�exões.
A arte, por muito tempo, foi vinculada, essencialmente, à ideia de exprimir a
beleza de modo sensível. Mesmo antes do surgimento da Estética como um
ramo da Filoso�a, o belo já havia sido motivo de diversos debates �losó�cos. É
importante você saber, por exemplo, que Platão (427-347 a.C.), em sua
investigação sobre o belo, associa-o diretamente com o bem e que Santo Tomás
de Aquino (1225-1274) relaciona a beleza com o divino. Podemos, ainda,
acrescentar a união teórica entre o belo e arte ocorrida no Renascimento, que fez
da natureza fonte da beleza que o artista deveria revelar por meio de suas obras.
Sabendo isso, você já percebe que a noção de beleza é também construída a
partir de debates que fazem sentido dentro da Filoso�a e valores de uma época
e lugar.
A partir da fundação da chamada estética moderna, isto é, quando ela se torna
autônoma, temos:
uma ciência que fez da
apreciação da Beleza, seu tema
fundamental [e que] concebeu
a Arte como aquele produto da
atividade humana que,
obedecendo a determinados
princípios, tem por fim produzir
artificialmente os múltiplos
aspectos de uma só beleza
universal, apanágio das coisas
naturais (NUNES, 1991, p. 10).
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Entre o �nal do século XVIII e início do XIX, a estética tem em Immanuel Kant
(1724-1804) e Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1771-1831), dois importantes
�lósofos.
Figura 4 - Immanuel Kant
Fonte: Mediapool, 2021.
#PraCegoVer
Uma gravura que reproduz, em preto e branco, o
rosto do filósofo Immanuel Kant, ele é retratado
em forma de busto, em três quartos, usa peruca
empoada (que dá a sensação de ser branca),
roupas típicas da Europa do século XVIII.
Kant propõe que a “beleza não [se encontra] no objeto, mas na experiência do
juízo de gosto que coincide com um prazer era uma ideia inteiramente nova”
(ROSENFIELD, 2006, p. 36). Em Hegel, a qualidade de “belo” somente pode ser
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aplicável a um objeto que, “além de ser sensível, foi objeto de intervenção
humana – o próprio ato de criação –, a qual caracteriza a passagem do espírito
pela coisa que pode ser considerada bela” (DUARTE, 2013: 138).
Para Hegel, não há belo natural, mas é o olhar que enquadra que vê e reconhece
o belo. Estas prerrogativas foram pertinentes ao longo dos séculos XVIII e XIX
inteiros, porém, logo no início do século XX, temos manifestações artísticas,
especialmente, dos artistas de vanguarda, que provocam a Filoso�a a fazer
re�exões sobre arte e a experiência da beleza, desa�am diversos de seus
princípios e conceitos estabelecidos até aquele momento. As transformações
artísticas eram tantas e em tal velocidade, que os debates também cresciam de
maneira nunca vista antes.
Este cenário gerou re�exões sobre as diferentes experiências estéticasdo século
XX e embora fossem fragmentadas, estas visões acabaram por transformar a
estética tradicional que, diante de incontáveis abordagens, viu-se em uma
situação de desa�o no que diz respeito à Estética como disciplina uni�cada.
(384-322 a.C.).
(1724-1804).
(1771-1831).
Aristót
eles
Imma
nuel
Kant
Georg
Wilhel
m
Friedri
ch
Hegel
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Como uma última colocação, vale destacar as atuações dos �lósofos Walter
Benjamin (1892-1840) e sua re�exão sobre as possibilidades dos meios
tecnológicos (fotogra�a e cinema) na arte e sua consequente perda da aura, e
Theodor Adorno (1903-1969), que abordou a crise da cultura e a questão da
oposição entre obra de arte e a mercadoria da indústria cultural.
A Estética, enquanto ramo da Filoso�a, excede o campo da arte, pois embora
tenha nela sua manifestação mais adequada, pode analisar os fenômenos
estéticos que ocorrem fora dela. A Filoso�a da arte, por sua vez, pode usar os
pressupostos estéticos como possibilidade de investigar a arte, mas pode ir
além deles, pois possui em seu cerne as qualidades necessárias da dinâmica
�losó�ca que permitem incluir a arte, em sua elaboração de problemas gerais
sobre o conhecimento do mundo (a realidade e os seres humanos). Resumindo,
se a Estética pode viver sem a arte, a Filoso�a depende dela.
1.2.3 Diferenças e similaridades
1.3 Fundamentos da Filosofia da arte
(1892-1840).
(1903-1969).
Walter
Benja
min
Theod
or
Adorn
o
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Este tópico aborda os principais elementos vinculados com a Filoso�a da arte,
tais como, a mimese e o belo e de que maneira estes, além de outros termos,
foram discutidos ao longo do tempo, delineando um conjunto de ideias que tem
no fenômeno artístico, seu ponto de partida. Também estudaremos como se
relacionam as teorias da arte com a Filoso�a da arte.
A mimese, grosso modo, é a recriação da realidade. Como elemento constitutivo
da produção artística foi examinada e reavaliada (na prática e na teoria) diversas
vezes, ao longo da história, até o início do século XX. Em sua longa história,
observamos uma busca por respostas aos problemas levantados nas “relações
entre arte e verdade, entre o ato de mostrar e o que é mostrado, entre a aparência
e a essência” (RUFINONI, 2013, p. 163).
A �loso�a grega já compreendia a poesia, a pintura e a escultura como artes da
imitação ou mimese. Platão condenava a imitação da realidade por enxergar
nela uma espécie de mentira, que ao recriar artisticamente a realidade fazia o
oposto, isto é, criava uma ilusão da própria coisa para o espectador da arte.
Deste modo, a pintura, por exemplo, apenas representava a aparência das coisas,
se afastando da verdade, sendo assim, uma atividade inútil e perigosa.
Aristóteles (384-322 a.C.), ao contrário de Platão, reabilitou o conceito positivo
de imitação da realidade por ver nela uma atitude natural do homem. A imitação
se apresenta como uma característica pedagógica de aprendizado do mundo,
um meio de conhecimento e de prazer.
1.3.1 A mimese, a beleza e a Filosofia da arte
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Figura 5 - Parthenon, Atenas, Grécia (face sul)
Fonte: Mediapool, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de uma arquitetura grega em ruínas, o
Parthenon, projetado por Ictino, em 450 a.C., em
Atenas, Grécia. Na imagem, observa-se as ruínas
da face sul, uma vista parcial, com pedras soltas
no primeiro plano. Quase tudo tem o tom
natural bege claro da pedra no qual essa
arquitetura é feita e, em contraste, ao fundo um
céu azul, com nuvens leves como um véu.
Segundo Nunes (1991, p. 41), a posição de Aristóteles sobre a mimese
possibilitou aos artistas do Renascimento imitarem o que a “Natureza tem de
essencial e perfeito”. A concepção de Natureza desta época está vinculada a “um
todo vivo, animado, regido por leis intrínsecas” (NUNES, 1991, p. 42), cuja
observação pelos artistas diz respeito a criar em uma pintura, um pedaço da
realidade natural. De acordo com esse autor, podemos compreender essa
questão, a partir de Leonardo Da Vinci (1452-1519), pois, para ele, a pintura é “um
meio de analisar a Natureza, de produzir uma visão especulativa de suas formas
regulares e inteligíveis [e, estas, estariam] sujeitas às mesmas leis gerais que as
ciências começariam, depois, a identi�car e a traduzir em linguagem
matemática” (NUNES, 1991, p. 42).
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Figura 6 - Discóbolo
Fonte: Mediapool, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de uma escultura romana em mármore
branco, cópia de uma escultura grega, feita
originalmente em bronze, do escultor Myron, e
conhecida hoje como Discóbolo, ela é de c. 450
a. C., e pertence ao Museu Nacional, em Roma,
na Itália. Na escultura um homem nu está com
corpo todo tenso, seu torso está inclinado para
frente e em torção, com um ombro em direção
ao chão, e outro apontando para cima, os braços
estão em sentidos opostos, seguindo o
movimento dos ombros, um para cima,
segurando o disco, o outro está relaxado caído
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para frente, seu rosto está abaixado e
concentrado, suas pernas estão flexionadas, com
uma para trás tocando o chão apenas com a
ponta dos pés, e a outra firme segurando todo o
peso do corpo, é o exato momento de tensão
antes da explosão das voltas e lançamento do
disco, a maneira do esporte olímpico.
A partir do século XVII, a ciência ocupa cada vez mais o papel na relação de
imitação da natureza pela arte, papel antes vinculado à visão aristotélica do
cosmos ou ao divino do pensamento medieval. Por �m, na virada do século XIX
para o século XX, o princípio de imitação é substituído pelo princípio de
expressão, mais condizente com os anseios do artista estabelecido em um
mundo pós-revoluções burguesas (Revolução Francesa e Revolução
Industrializadas).
A beleza e as discussões sobre o belo podem parecer, hoje em dia, algo
ultrapassado, já que as produções artísticas contemporâneas superaram o
conceito tradicional de beleza. Contudo, vamos retomar do início: a ideia do belo
tem origem na �loso�a de Platão (LICHTENSTEIN, 2004, p.10).
O �lósofo grego, em suas re�exões sobre o belo, considera-o, em um primeiro
momento, um “atributo característico de certos objetos sensíveis merecedores
dessa quali�cação” (DUARTE, 2013, p. 131) e, em um segundo momento, em
direção à “idealidade do belo, ou seja, para uma posição segundo a qual a beleza
sensível é, no mínimo, insu�ciente e que o belo verdadeiro seria uma ideia
correlativa à do bem, habitando um mundo separado do da nossa percepção
imediata.
A visão de Platão sobre a superioridade da ideia do belo reaparece em Plotino
(204- 270), �lósofo grego, neoplatônico, que demonstra certa continuidade com
o pensamento platônico como o modo como o belo inteligível e a beleza das
coisas sensíveis se encadeiam e como há em suas ideias um certo destaque da
questão ética envolvida na apreciação da arte (DUARTE, 2013).
A Idade Média se dedicou a enaltecer a ideia do belo como manifestação divina.
Santo Agostinho (354-430) defende que a beleza autêntica vem de Deus,
superior à beleza que provém do mundo material e Santo Tomás de Aquino, que
o belo sensível que emana de Deus está presente na face visível do bem.
A partir do século XVIII, o belo está relacionado à recém-criada disciplina
�losó�ca: a Estética. Em Kant, considerado por muitos estudiosos o fundador da
estética moderna, o belo como um prazer desinteressado, porque não tem
�nalidade prática (o bem ou a verdade), advém deinvestigar unicamente “o
estatuto da experiência estética (o prazer subjetivo) no sistema das demais
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faculdades do ânimo” (ROSENFIELD, 2006, p. 27). Se em Kant, a beleza natural
correspondia mais adequadamente aos seus preceitos, em Hegel, o belo natural
foi desvalorizado, considerando as criações artísticas que são produzidas pelo
homem como detentoras dessa qualidade, pois é na intervenção humana que há
a passagem do espírito, transformando algo em belo.
Da época de Hegel aos nossos dias, os pressupostos �losó�cos e os artísticos
têm deixado a questão do belo de lado. No século XIX, a posição de Friedrich
Nietzsche (1844-1900) “contra o belo fazia parte de um programa de denúncia
dos próprios fundamentos da cultura ocidental, nos quais, como se viu, as
referências à beleza – principalmente no supramencionado sentido platônico –
sempre desempenharam um importante papel” (DUARTE, 2013, p. 139).
No século XX, os debates �losó�cos da arte tiveram suas posições
incessantemente revistas, “inclusive a tradicional ascendência do belo sobre os
outros sentimentos estéticos” (DUARTE, 2013, p. 139). Além disso, os
desenvolvimentos na arte “ampliaram o escopo dos sentimentos estéticos
considerados dignos das expressões artísticas, integrando o feio, o radicalmente
prosaico e até mesmo o asqueroso nas criações contemporâneas” (DUARTE,
2013, p. 139).
Ao longo do �nal do século XIX e durante o século XX, os escritos sobre a arte e
as questões que poderiam ser levantadas por meio dela, ganharam uma nova
dimensão com a adição de novos personagens: o crítico e o artista. As teorias
desenvolvidas por eles abordavam diversas questões sobre a arte, que
passavam desde o papel do artista até a recepção da obra de arte pelo público.
A teoria da arte, enquanto área de conhecimento, busca de�nir o que é arte e seu
valor a partir de argumentos �losó�cos. Inicialmente, para a Filoso�a, a arte era
mimese. Essa primeira noção se desenvolveu ao longo da história da Filoso�a da
arte. Isso, no entanto, não signi�ca que as outras noções e de�nições sobre arte
destruíram a inicial, mas elas se sobrepõem e coexistem explicando diferentes
manifestações artísticas.
1.3.2 Teorias da Arte e Filosofia da arte
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Novas abordagens �losó�cas são construídas ao longo da história, por exemplo,
obras de arte que perseguem problemas formais e que buscariam a melhor
harmonia, independentemente da ideia de representação. Ou, ainda, a noção de
arte como expressão, o que pressupõe uma valorização do artista como
produtor de um objeto ou manifestação de autoexpressão ou a obra de arte
como a criação subjetiva da humanidade.
Segundo Ghiraldelli Jr. (2010, p. 84):
Entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, os principais
críticos de arte, Charles Baudelaire (1821-1867), Émile Zola (1840-1902) e
Guillaume Apollinaire (1880-1918), eram, na verdade, escritores que se
dedicavam ao ofício da crítica, ajudando a conformar novos signi�cados
para a arte.
VOCÊ SABIA?
filósofos contemporâneos como
George Dickie e Arthur Danto
dão alguns passos extras e
tendem a definir arte a partir do
que podemos chamar de ‘teoria
institucional da arte’,
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Hoje em dia, a abordagem mais corrente desabona qualquer iniciativa em se
determinar o que é arte. É uma visão que não procura pela essência da arte,
abrindo-se para um conceito de arte mais amplo e dependente do contexto. Ou
seja, o que reconhecemos como arte é um artefato cultural que recebe o
estatuto de arte a partir do contexto (pessoas, espaço e discursos) que o
reconhecem e o validam como tal (COLI, 1981, p. 10).
O presente tópico nos apresentará como o pensamento grego mudou para um
ponto de vista re�exivo e crítico que caracteriza a Filoso�a saindo de um modo
de pensar pautado pelo mito, no qual a explicação é dada, para uma outra forma
de re�etir sobre o mundo que é regulada pela razão, na qual a explicação é
procurada. Nesse contexto, analisaremos os primeiros indícios da relação entre
Filoso�a e Arte.
1.4 Dos pré-socráticos a Sócrates (via Platão)
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
considerando sua dependência
quanto a aspectos sociais e
históricos (2010, p. 84).
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Leia o excerto a seguir:
“As duas ideias, a do Belo e a do Bem, foram unidas por Sócrates
e Platão, união essencial, teórica e prática, que o pensamento
�losó�co transformou num ideal pedagógico. Sócrates ensinou
aos seus discípulos que tudo o que se pode chamar de belo é
útil, preenchendo uma função. Olhos que não enxergam não
podem ser belos. Faltar-lhes-ia a perfeição do �m para o qual a
Natureza os criou” (NUNES, 1991, p. 18).
NUNES, B. Introdução à Filoso�a da arte. São Paulo: Ed. Ática,
1991.
Quanto aos questionamentos que envolvem a relação entre arte
e beleza, em Sócrates, analise as a�rmativas a seguir e assinale
V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
I. (  ) O ideal de beleza grego se encontra no conceito
kalokagathia.
II. (  ) Segundo o conceito de kalokagathia, arte bela é a que não
tem utilidade.
III. (  ) Sócrates foi um dos primeiros �lósofos a empreender uma
investigação �losó�ca sobre a arte.
IV. (  ) A arte dita bela é associada ao bem.
 
Agora, assinale a alternativa que possui as a�rmações
verdadeiras:
a. I, II e III.
b. I, III e IV.
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No mundo grego, anterior aos �lósofos, os valores eram passados por meio do
mito. Os poetas populares eram os responsáveis por narrarem os mitos,
transmitindo oralmente as histórias do passado, revelando o divino e o sagrado
sobre a origem dos seres e das coisas. A palavra mito vem do vocábulo grego
mýthos (μύθος), que signi�ca, de uma maneira geral, como uma narrativa
transmitida oralmente por alguém de con�ança e que, por isso, é entendida
como verdade sem questionamento. É a palavra falada (oralidade) que permite
que se �xe a história por meio da memória pessoal.
Ao se desenvolver o gosto pelo questionamento entre os gregos, houve um
momento, no qual, as explicações dadas pelos mitos não satisfaziam totalmente
e decorrentes dessas novas indagações surgiram outras maneiras de esclarecer
os seres e as coisas que estavam no mundo. A esta nova forma de explicar deu-
se o nome de �loso�a (amor ao saber). Esse modo de pensar tem na razão seu
elemento norteador para explicar e compreender o mundo de um modo
ordenado. Temos, assim, a razão como uma maneira de organizar a realidade
para que esta se torne compreensível.
As preocupações dos primeiros �lósofos estavam relacionadas à uma procura
racional de explicar o universo (cosmologia) e não mais uma explicação pelos
mitos (cosmogonia). Isso possibilitou uma pluralidade de explicações sobre o
princípio de tudo (a origem do mundo e as causas das transformações da
natureza).
c. II, III e IV.
d. I, II e IV.
e. Apenas II.
VERIFICAR
1.4.1 O jogo entre mito e logos
Procura racional de explicar o universo.
Cosmo
logia
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Os primeiros �lósofos se preocuparam em conhecer os elementos constitutivos
das coisas, buscavam “um princípio estável, comum a todos os seres, que
explicasse a sua origem e as suas transformações” (NUNES, 1991, p. 07).
Estes primeiros �lósofos �caram conhecidos como pré-socráticos. Tales de
Mileto,Heráclito de Éfeso, Pitágoras, Parmênides de Eléia, Demócrito de Abdera,
entre outros foram os primeiros pensadores que atuaram por volta do �nal do
século VII a.C. até o �nal do século V a.C. Depois destes primeiros �lósofos,
tivemos os so�stas, os quais eram “inspirados mais pelo interesse prático do
que por uma intenção teórica pura, debateram, entre outras ideias, o Bem, a
Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando teses ousadas e contraditórias”
(NUNES, 1991, p. 07).
Foram muito criticados pela falta de rigor e intenção de confundir os adversários
com seus discursos eloquentes (oratória era algo muito importante para os
so�stas), mas, segundo Benedito Nunes, tiveram “o indiscutível mérito de
introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto de vista re�exivo-crítico
que caracteriza a �loso�a” (NUNES, 1991, p. 07). O autor quer dizer que se forma
uma opinião a respeito de um objeto (ou seja, este estimula o pensamento) e que
pensar sobre essa opinião, sobre esse pensamento, é um ato re�exivo. Isso
mesmo, se pensa e se pensa o pensamento.
A seguir temos Sócrates, �lósofo cujos pensamentos nos chegam até hoje por
meio de Platão, já que Sócrates não escreveu nem uma linha. Sócrates foi um
homem que tinha seguidores fascinados com suas ideias, portanto, ele foi uma
mistura de mestre e �lósofo. Buscou de�nir os valores morais, atuações
pro�ssionais, a organização do governo e os comportamentos sociais (NUNES,
1991). A arte não escapou à Sócrates e usando a Filoso�a, indagou sobre os
elementos constitutivos das artes, debruçando-se sobre ela.
Explicação do universo pelos mitos.
Cosmo
gonia
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Figura 7 - A morte de Sócrates,1787, do artista Jacques-Louis David
Fonte: Everrret COllection, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Reprodução de um quadro de Jacques-Louis
David sobre a morte de Sócrates. Sócrates foi
condenado pela cidade a pena de morte, a qual
escolher tomar veneno. Na cena da pintura
temos Sócrates representado como um homem
idoso, com cabelos e barba branca, calmo, que
com uma mão aponta para o céu e com outra
pega a taça com veneno. Cercado por seus
seguidores/estudantes de suas ideias, percebe-
se que todos estão consternados, enquanto ele
está calmo e firme. Sobre ele banha-se uma luz
plena que vai se desfazendo em sombras
conforme se distancia da figura central
(Sócrates). Há elementos de arquitetura romana
e pouca decoração no recinto pintado. A morte
de Sócrates alude a alguém que se sacrifica pela
sabedoria.
Com Sócrates e os so�stas, a �loso�a grega adquire um novo rumo, sendo que a
preocupação com os princípios geradores do universo dá lugar a uma indagação
sobre a experiência humana, seus valores e o problema do conhecimento.
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A arte da Antiguidade grega tem em Sócrates (lembrando que tudo que
conhecemos dele é pela escrita de Platão) um dos primeiros �lósofos a
problematizá-la. No que diz respeito ao belo, devemos antes considerar um
conceito de suma importância para o mundo grego: kalokagathia (καλοσύνη). O
termo signi�ca algo como benevolência e tem um caráter “meio moral, meio
estético, que consiste numa fusão da beleza e do bem” (BAYER, 1993, p. 34).
Este conceito nos ajuda a compreender um pouco mais as ideias de Sócrates
sobre arte. De alguma maneira, percebemos que para esse �lósofo, a arte só é
bela se estiver associada ao bem, o que, também, quer dizer, ser útil, ou seja, “a
Beleza consiste na exata função de cada coisa ou de cada ser, segundo os �ns
que a Natureza tende a realizar, e na perfeita utilidade que os objetos alcançam,
quando são convenientemente fabricados” (NUNES, 1991, p. 18), por isso dizer
que uma ânfora, por exemplo, é bela quanto melhor servir a sua função, que é
guardar líquidos. Quanto melhor �zer isso, mais bela é.
1.4.2 A arte e a estética
Ao andar pelo centro de sua cidade, você
descobre que há uma biblioteca municipal e ao
entrar você vê que está acontecendo uma
exposição de gravuras de um artista local.
Vamos pensar sobre isso? Essa exposição é
uma exposição de arte? Gravuras são obras de
arte? As pessoas podem gostar ou não gostar,
achar feio ou bonito, mesmo que estas gravuras
sejam consideradas obras de arte? Ou o fato de
serem obras de arte lhes confere uma garantia
que todos devem gostar delas e quem não
gostou não entendeu ou não está apto a apreciar
arte?
VAMOS PRATICAR?
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Como vimos nesta unidade, a Filoso�a da arte tem, nos fenômenos artísticos, o
seu objeto de investigação �losó�ca, permitindo que levantemos
questionamentos em relação à importância que a arte ocupa em nossa
sociedade. A sua relação com a Estética amplia as possibilidades de
compreendermos as relações que a arte estabelece entre a nossa realidade, o
artista, a obra de arte e a sua recepção no mundo, desde a Antiguidade, quando
os primeiros �lósofos se debruçaram sobre a mimese, o belo, a de�nição da arte,
até hoje, quando os problemas levantados incluem as teorias da arte.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
aprender sobre o que é o pensamento �losó�co;
compreender o que é a Filoso�a da arte e o que é Estética,
bem como suas diferenças;
analisar diferentes contextos relacionados a Filoso�a da
arte, Estética e teoria da arte;
entender os diferentes conceitos vinculados à arte.
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Referências
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https://facbel.edu.br/wp-content/uploads/2020/07/ARIANO_SUASSUNA_iniciacao_a_estetica_12a.pdf
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