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Educação em Saúde Educação Permanente em Saúde Educação em Saúde Responsável pelo Conteúdo: Profa. Solange S. Mascarenhas Chagas Revisão Textual: Profa. Esp. Marcia Ota 5 Introdução Na unidade I, estudamos as bases conceituais para a criação de uma política de saúde baseada na educação em saúde que, segundo CANDEIAS (1997), seriam as combinações de experiências de aprendizagem elaboradas com o objetivo de proporcionar ações voluntárias referentes à saúde e na promoção de saúde, definida pelo mesmo autor como uma combinação de apoios educacionais e ambientais que buscam ações e condições de vida importantes para a saúde. Percebemos que todas as ações ligadas à saúde, estão baseadas em processos educacionais que levem o indivíduo a conhecer os fatores que podem contribuir para o processo saúde – doença e por meio desses conhecimentos, adquiram hábitos saudáveis e busquem por meio de atitudes, uma melhor qualidade de vida. As ações governamentais, no âmbito federal, estadual e municipal, devem também oferecer serviços de qualidade, pois ao precisar deles, as pessoas devem ter facilidade em encontrá-los. O grande responsável pela implantação de ações educativas, pela promoção da saúde da população e pela implantação de ações curativas é o Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como gestor federal o Ministério da Saúde. Foi criado, então, o Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges) que é o responsável pela proposta, pela formulação das políticas relativas à formação, ao desenvolvimento profissional e a educação permanente dos trabalhadores da saúde. Exerce também a função de trabalhar com a capacitação de profissionais de outras áreas em saúde, incentivar à interação com a escola básica para aperfeiçoar conhecimentos sobre saúde e para a formação da consciência sanitária na população. (Ministério da Saúde, 2004) O Deges é organizado em três formas de ação: • Estratégias em Educação em saúde – educação dos profissionais de saúde. • Ações técnicas em educação em saúde – educação profissional dos trabalhadores da saúde. • Ações populares de educação em saúde – promover na população a educação em saúde. (Ministério da saúde, 2004) Un id ad e Educação Permanente em Saúde 6 Unidade: Educação Permanente em Saúde Para que as ações fossem realizadas foi proposto pelo Deges, a adoção de Educação Permanente em Saúde como estratégia para a realização de práticas como a formação, atenção, formulação de políticas e controle social no setor da saúde ( Ministério da saúde, 2004). Educação permanente em saúde Para CECCIM (2005), a Educação Permanente em Saúde pode corresponder à Educação em Serviço, quando esta coloca a pertinência dos conteúdos, instrumentos e recursos para a formação técnica submetida a um projeto de mudanças institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e lugar. Já para o MINISTÉRIO DA SAÚDE ( 2004), a Educação Permanente em Saúde apresenta-se como uma proposta de ação estratégica capaz de contribuir para a transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de saúde e para a organização dos serviços. O MINISTÉRIO DA SAÚDE (2005), afirma que o setor da Saúde é responsável pela maior política brasileira de inclusão social. O Sistema Único de Saúde (SUS) é a mais importante reforma de Estado existente no País. Afirma ainda que para que as mudanças aconteçam os profissionais de saúde devem passar por transformações e aperfeiçoamento. Portanto, se conseguirmos mudar a forma de ensinar e aprender, avançaremos na forma de tratar a saúde dos brasileiros. A Educação Permanente tem como objetivo melhorar a formação e aperfeiçoamento do profissional de saúde e contribuir para uma melhora das instituições e contribuir para o fortalecimento do SUS. A educação Permanente deve levar os profissionais da área de saúde, as instituições ou grupos do setor de saúde a reavaliarem suas habilidades em executar técnicas, repensar a qualidade do atendimento fornecido à população, analisar o trabalho realizado em equipe e modificar as ações que se fizerem necessárias para um melhor atendimento da população. A Educação Permanente em Saúde acontece por ser baseada em fatos que ocorrem na vida cotidiana das pessoas. Ela surge devido aos problemas enfrentados pela comunidade e/ou instituições e na ânsia de encontrar soluções, levamos em conta a experiência prévia, a busca de novas informações e aperfeiçoamento, nos levando a novos aprendizados e modificações de comportamento. Para o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2005), a proposta da Educação Permanente, a capacitação da equipe, os conteúdos dos cursos e as tecnologias a serem utilizadas devem ser determinados a partir da observação dos problemas que ocorrem no dia a dia do trabalho e que precisam ser solucionados para que os serviços prestados ganhem qualidade, e os usuários fiquem satisfeitos com a atenção prestada. O que vem a ser Educação Permanente em Saúde? 7 Portanto, segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2004), a educação permanente trabalha com ações que visem aperfeiçoamento da formação técnica, de graduação e de pós-graduação, como organizar melhor o trabalho de acordo com as necessidades, interagir adequadamente com a gestão dos serviços de saúde e do controle social nos setores de saúde. Esses pensamentos estão de acordo com as afirmações realizadas por CECCIM (2005) relatando que, o que deve ser realmente importante para a Educação Permanente em Saúde é sua possibilidade em mudar. As ações devem ser flexíveis, culminando em aperfeiçoamento profissional e das instituições de saúde. Mais uma vez, nos deparamos com a base conceitual da Educação em Saúde discutida na 10ª Conferência Nacional de Saúde, onde se destaca a importância da transformação da informação em aprendizado, que proporciona mudanças de comportamento de uma comunidade ou até mesmo da população em geral, alcançando-se o objetivo principal que seria a melhora permanente da qualidade do cuidado à saúde e a humanização do atendimento. Percebemos que existe um plano de ação estabelecido, medidas governamentais sendo criadas para alcançar as metas desejadas, mas ainda nos deparamos com inúmeras dificuldades. CECCIM (2005) aponta problemas como déficit de profissionais, a distribuição inadequada dos postos de serviço, com grande concentração em centros urbanos e regiões mais desenvolvidas, elevação de custos devido as especializações cada vez mais frequentes e a formação hospitalar ainda predominante em relação às ações de promoção da saúde. Todos esses pontos fazem com que tenhamos atrasos no desenvolvimento das ações e descontentamento em grande parte da população quando se avalia a atual situação de saúde no Brasil. Outro ponto negativo apontado por CECCIM (2005) é a fragmentação dos setores de saúde. Exemplo: saúde coletiva separada da clínica, qualidade da clínica independente da qualidade da gestão, gestão separada da atenção, fazendo com que cada vez mais surjam as especialidades. Para o Ministério da Saúde, a proposta da educação permanente, a capacitação da equipe, os conteúdos dos cursos e as tecnologias a serem utilizadas devem ser determinados a partir da observação dos problemas que ocorrem no dia a dia do trabalho e que precisam ser solucionados para que os serviços prestados ganhem qualidade, e os usuários fiquem satisfeitos com a atenção prestada. (Ministério da Saúde, 2005) A Constituição Federal estabeleceu que a universalização do direito à saúde seria realizada por meio da “regionalização e hierarquização”. A regionalização busca aproximar as ações e os serviços de saúde da população assegurando o acesso. A hierarquização permite melhorar a qualidade dos diferentes níveis de atenção e organizar os serviços de forma que eles se complementem. (Ministério da Saúde, 2005) A partir de todas essas propostas de ação, o Ministério da Saúde estabelece que a gestão da Educação Permanente em Saúde será feita por meiode Polos de Educação Permanente e Saúde. (Ministério da Saúde, 2004). 8 Unidade: Educação Permanente em Saúde De acordo com a política proposta pelo Ministério da Saúde, a Educação Permanente em Saúde será construída em cada região do País e realizada por meio dos Polos de Educação Permanente em Saúde. Esses Polos são espaços onde os indivíduos, responsáveis pelas instituições ou pelos grupos do setor de saúde, se encontram e discutem juntos as questões da Educação Permanente em saúde. Procuram identificar as necessidades e trabalham na construção de estratégias e das políticas no campo da formação e do desenvolvimento, buscam melhorar a qualidade da gestão e aperfeiçoar a atenção integral à saúde. Os Polos funcionam como a parte do Sistema Único de Saúde e será o tema da nossa próxima Unidade. 9 Referências Brasil. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: polos de educação permanente em saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. CANDEIAS, N. M. F. Conceitos de educação e promoção em saúde. Rev. Saúde Pública, 31 (2), 1997. CECCIM R.B. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário . rev Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.161-77, set. 2004/fev. 2005. 10 Unidade: Educação Permanente em Saúde Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br