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MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROMOÇÃO DA SAÚDE PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 19 Brasília – DF 2023 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROMOÇÃO DA SAÚDE PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 19 Brasília – DF 2023 2023 Ministério da Saúde. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: bvsms.saude.gov.br Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Coordenação-Geral de Ações Educacionais SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 4º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-3394 E-mail: sgtes@saude.gov.br Secretaria de Atenção Primária à Saúde: Departamento de Saúde da Família Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º andar CEP: 70058-90 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9044/9096 E-mail: aps@saude.gov.br Secretaria de Vigilância em Saúde: SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315.3874 E-mail: svs@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF CEP: 70058-900 Tel.:(61) 3022-8900 Núcleo Pedagógico do Conasems Rua Professor Antônio Aleixo, 756 CEP: 30180-150 Belo Horizonte/MG Tel: (31) 2534-2640 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha - Porto Alegre - Rio Grande do Sul CEP: 90040-060 Tel: (51) 3308-6000 Coordenação-geral: Cristiane Martins Pantaleão – Conasems Hishan Mohamad Hamida – Conasems Leandro Raizer – UFRGS Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Roberta Shirley A. de Oliveira – MS Rodrigo dos Santos Santana – MS Direção técnica: Isabela Cardoso de Matos Pinto - SGTES/MS Célia Regina Rodrigues Gil – DEGES/SGTES/MS Roberta S. Alves de Oliveira – DEGES/SGTES/MS Rodrigo dos Santos Santana - MS Organização: Núcleo Pedagógico do Conasems Supervisão-geral: Rubensmidt Ramos Riani Coordenação técnica e pedagógica: Cristina Fatima dos Santos Crespo Valdívia França Marçal Elaboração de texto: Charles Souza Santos João Batista Cavalcante Filho Revisão técnica: Andréa Fachel Leal– UFRGS Diogo Pilger – UFRGS Érika Rodrigues De Almeida – SAPS/MS Fabiana Schneider Pires – UFRGS José Braz Damas Padilha – SVS/MS Michelle Leite da Silva – SAPS/MS Patrícia Campos – Conasems Rubensmidt Ramos Riani – SGTES/MS Designer educacional: Alexandra Gusmão – Conasems Juliana de Almeida Fortunato – Conasems Pollyanna Lucarelli – Conasems Priscila Rondas – Conasems Colaboração: Antonio Jorge de Souza Marques – Conasems Daniela Riva Knauth - UFRGS Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS Katia Wanessa Silva – SGTES/MS Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems Marcia Cristina Marques Pinheiro – Conasems Rejane Teles Bastos – SGTES/MS Rosângela Treichel – Conasems Suellen da Silva Ferreira– SGTES/MS Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde LTDA Antonio Jorge de Souza Marques Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone – Conasems Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno – Conasems Alexandre Itabayana – Conasems Bárbara Napoleão – Conasems Lucas Mendonça – Conasems Igor Baeta Lourenço – Conasems Fotografias e ilustrações: Biblioteca do Banco de Imagens do Conasems Imagens: Freepik, Brasil Escola e Wikipédia Revisão ortográfica: Camila Miranda Evangelista Gehilde Reis Paula de Moura Keylla Manfili Fioravante Normalização: XXX – Editora MS/CGDI Brasil. Ministério da Saúde. Promoção da Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasília : Ministério da Saúde, 2023. xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book 19) Modo de acesso: World Wide Web: xxx ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x 1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Promoção da saúde. 3. Política de Redes de Atenção à Saúde. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. CDU 614 Ficha Catalográfica Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx Título para indexação: Health Promotion Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica http://www.saude.gov.br/bvs Este é o seu e-book da disciplina Promoção da Saúde. Convidamos vocês, Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate às Endemias (ACE), para ampliarem os seus conhecimentos já elaborados, por meio de um método prático de identificação e análise das suas ações específicas para implementação da promoção da saúde. Neste material, você, agente, verá que todos os profissionais de saúde, inclusive o ACS e o ACE, possuem a responsabilidade de identificar as reais necessidades da população e construir estratégias que visam reduzir os riscos de adoecimento e ampliar a qualidade de vida tanto individual quanto coletiva. Não se esqueça: estude este material com atenção e consulte-o sempre que necessário! Acompanhe também a aula interativa e realize as atividades propostas para assimilar as informações apresentadas. Bons estudos! OLÁ, AGENTE! LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACE | Agente de Combate às Endemias ACS | Agente Comunitário de Saúde APS | Atenção Primária à Saúde DSS | Determinantes Sociais da Saúde HumanizaSUS | Política Nacional de Humanização ParticipaSUS | Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa PICS | Práticas Integrativas e Complementares em Saúde PNAB | Política Nacional de Atenção Básica PNAN | Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNEP-SUS | Política Nacional de Educação Popular em Saúde PNPIC | Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares PNPS | Política Nacional de Promoção da Saúde PSE | Programa Saúde na Escola PTS | Projeto Terapêutico Singular SUS | Sistema Único de Saúde LISTA DE FIGURAS 10 | Figura 1 - Infográfico sobre o histórico do conceito de promoção da saúde. 24 | Figura 2 – Determinantes sociais que podem ter influência sobre a situação de saúde de uma população determinada. 27 | Figura 3 - Organizações dos serviços de saúde: Piramidal e Rede. 29 | Figura 4 - Características diferenciais dos sistemas fragmentados e rede de atenção à saúde. 35 | Figura 5 - DSS e Estratégias de Promoção da Saúde. 39 | Figura 6 - Mapa Mental – APS 40 | Figura 7 - Plano de intervenção dos agentes de saúde diante dos problemas de saúde do território. Política de Redes de Atenção à Saúde com vistas à integralidade do cuidado Ações de promoção da Saúde, demandas e intervenções sociais Promoção da Saúde: aspectos introdutórios Determinação sociocultural do processo saúde-doença-cuidado: aspectos introdutórios19 25 31 36 Promoção da Saúde na APS Promoção da alimentação adequada e saudável; da atividade física e hábitos de vida saudável 07 42 Retrospectiva50 Bibliografia52 SUMÁRIO PROMOÇÃO DA SAÚDE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 8 Promoção da saúde: aspectos introdutórios fundamentados no contexto das políticas de saúde no Brasil, da organização dos serviços de saúde e das condições de vida e saúde da população de seu território. ACS e ACE, chegou a hora de iniciarmos nossos diálogos sobre os conceitos de promoção da saúde. Você sabia que por muito tempo pensávamos que a saúde somente era considerada como ausência da doença? A promoção da saúde pode ser definida como um campo de ações e reflexões que ultrapassam a ideiada saúde como ausência da doença, ampliando este conceito ao introduzir elementos e condições que influenciam diretamente na qualidade de vida da população, como por exemplo, a habitação, o saneamento básico, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente, o lazer, entre outros determinantes sociais da saúde (SÍCOLI; NASCIMENTO, 2003). Para muitos, quando a pessoa não expressava um sintoma, como dor de cabeça, falta de ar ou qualquer outro sintoma relacionado ao corpo, ela era considerada saudável. Este pensamento sobre a saúde como ausência da doença influencia a nossa comunidade até os dias de hoje, por isso precisamos discutir os aspectos históricos que colaboraram para a mudança desse pensamento. Você, agente de saúde, já faz um trabalho que consiste na elaboração de um novo saber sobre a saúde no seu município, por isso temos como objetivo familiarizar você com a construção histórica do conceito de Promoção da Saúde no Brasil, contextualizando este conceito com as políticas de saúde, a organização dos serviços e a própria prática. Vejamos a seguir algumas definições sobre promoção da saúde: 1ª DEFINIÇÃO 09 Promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 30-35 anos, representa uma estratégia promissora para enfrentar os problemas de saúde que afetam as populações humanas. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, essa estratégia propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados a favor da qualidade de vida (BUSS et.al., 2020). A Promoção da Saúde foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um processo cuja finalidade é ampliar as possibilidades de os indivíduos e suas comunidades possuírem controle crescente sobre os determinantes sociais da saúde e, como consequência, melhorarem sua qualidade de vida, sua saúde (CARVALHO, 2005). 2ª DEFINIÇÃO 3ª DEFINIÇÃO Ao perceber a saúde como um campo ampliado de infinitas possibilidades para o cuidado, você, agente de saúde, começa a incentivar a comunidade, juntamente com a equipe de saúde, a realizar práticas voltadas para a promoção da saúde. No entanto, antes disso, se faz necessário conhecer a história da construção dos conceitos sobre promoção da saúde. 10 1974 – Informe Lalonde: Uma Nova Perspectiva sobre a Saúde dos Canadenses/ A New Perspective on the Health of Canadians. 1976 – Prevenção e Saúde: Interesse de Todos, DHSS (Grã-Bretanha). 1977 – Saúde para Todos no Ano 2000 – 30a Assembleia Mundial de Saúde. 1978 – Conferência Internacional sobre Atenção Primária de Saúde – Declaração de Alma-Ata. 1979 – População Saudável/Healthy People: The Surgeon General’s Report on Health Promotion and Disease Prevention, US-DHEW (EUA). 1980 – Relatório Black sobre as Desigualdades em Saúde/Black Report on Inequities in Health, DHSS (Grã-Bretanha). 1984 – Toronto Saudável 2000 – Campanha lançada no Canadá. 1985 – Escritório Europeu da Organização Mundial da Saúde: 38 Metas para a Saúde na Região Europeia. 1986 – Alcançando Saúde para Todos: Um Marco de Referência para a Promoção da Saúde/ Achieving Health for All: A Framework for Health Promotion – Informe do Ministério da Saúde do Canadá. Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde – I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá). 1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde (Brasil). 1987 – Lançamento pela OMS do Projeto Cidades Saudáveis. Figura 1 – Infográfico sobre o histórico do conceito de promoção da saúde. Vamos apresentar uma linha do tempo sobre a promoção da saúde: 11 1988 – Declaração de Adelaide sobre Políticas Públicas Saudáveis – II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Austrália). De Alma-Ata ao ano 2000: Reflexões no Meio do Caminho – Reunião Internacional promovida pela OMS em Riga (URSS). Brasil – Constituição Brasileira, artigo 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 1989 – Uma Chamada para a Ação – Documento da OMS sobre promoção da saúde em países em desenvolvimento. 1990 – Cúpula Mundial das Nações Unidas sobre a Criança, NY. 1991 – Declaração de Sundsvall sobre Ambientes Favoráveis à Saúde – III Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Suécia). 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) Declaração de Santa Fé de Bogotá – Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde na Região das Américas (Colômbia). 1993 – Carta do Caribe para a Promoção da Saúde – I Conferência de Promoção da Saúde do Caribe (Trinidad e Tobago) Conferência das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos (Viena). 1994 – Conferência das Nações Unidas sobre População e Desenvolvimento (Cairo). 1995 – Conferência das Nações Unidas sobre a Mulher (Pequim) Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Social (Copenhague). 1996 – Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos (Habitat II) (Istambul). 1997 - Cúpula Mundial das Nações Unidas sobre Alimentação (Roma). 1997 – Declaração de Jacarta sobre Promoção da Saúde no Século XXI em diante – IV Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Indonésia)2000 - V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Cidade do México). 12 2000 - Conferência das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 2005 - VI Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Bangkok). 2006 – Política Nacional de Promoção da Saúde (Brasil). 2008 – Informe da Comissão Global sobre Determinantes Sociais da Saúde (OMS). 2009 - VII Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde (Nairóbi). 2012 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio +20) (Brasil). 2011 – Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da OMS (Rio de Janeiro). 2013 - VIII Conferência Mundial de Promoção da Saúde: Saúde em Todas as Políticas (Helsinque). 2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde (Brasil), versão revisada e atualizada. 2015 – Conferência das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e lançamento da Agenda 2030. 2016 - IX Conferência Mundial de Promoção da Saúde (Shangai). 2018 - Conferência Global de Atenção Primária à Saúde (Astana). 2019 – Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Cobertura Universal em Saúde. Fonte: Adaptado a partir da referência BUSS, Paulo Marchiori et al. Promoção da saúde e qualidade de vida: uma perspectiva histórica ao longo dos últimos 40 anos (1980-2020). Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2020, v. 25, n. 12 [Acessado 4 Agosto 2022], pp. 4723-4735. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.15902020>. Epub 04 Dez 2020. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.15902020. 13 A linha do tempo monstrou a evolução do conceito de promoção da saúde destacando os principais acontecimentos, no Brasil e no mundo, que colaboraram para a mudança de pensamento sobre como fazer saúde. Vamos destacar, entre estes acontecimentos, a implantação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Chegou o momento de sabermos mais sobre a PNPS! A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi instituída pela Portaria MS/GM n.º 687, de 30 de março de 2006, e redefinida pela Portaria n.º 2.446, de 11 de novembro de 2014, e que foi revogada pela Portaria de Consolidação n.º 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS. A PNPS ratificou o compromisso do Estado brasileiro com a ampliação e a qualificação de ações de promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS; e, a partir de então, foi inserida na agenda estratégica dos gestores do SUS e nos Planos Nacionais de Saúde subsequentes, ampliando as possibilidadesdas políticas públicas existentes (BRASIL, 2018). 14 Portanto, você Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate às Endemias (ACE), lembre-se de que para se operar a política de saúde, incluindo a de promoção da saúde, é necessária a consolidação de práticas voltadas para indivíduos e coletividades, em uma perspectiva de trabalho multidisciplinar, integrado e em redes, de forma que considere as necessidades em saúde da população. A PNPS traz, em sua essência, a necessidade de estabelecer relação com as demais políticas públicas conquistadas pela população, incluindo aquelas do setor Saúde, tais como: • Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) • Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) • Política nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEP-SUS) • Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS) • Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS) • Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (ParticipaSUS) • Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) • Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências • Política Nacional de Atenção às Urgências • Políticas Nacionais de Saúde Integral de Populações Específicas. 15 Vamos aprender juntos!! Curioso para ler informações sobre as políticas públicas citadas? A PNPS foi reelaborada a partir de 2014 com as discussões em diversos acontecimentos no cenário nacional e internacional: As agendas sociais coordenadas pela Casa Civil da Presidência da República; a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – RIO +20; a Estratégia Global para Alimentação, Atividade Física e Saúde; a 8ª Conferência Internacional de Promoção da Saúde, com a Declaração de Helsinque com o tema Saúde em Todas as Políticas; o Plano Brasil Sem Miséria; o Plano da Década de Segurança Viária – 2011 a 2020; e o Fórum Econômico Mundial, com a discussão sobre o desafio de enfrentar as doenças crônicas não transmissíveis. PNAB PNAN PNEP-SUS HumanizaSUS ParticipaSUS PNPIC Clique nos links: EXEMPLO 16 Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências Política Nacional de Alimentação e Nutrição Política Nacional de Educação Popular em Saúde Política Nacional de Humanização Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html https://aps.saude.gov.br/politicas/pnan/diretrizes https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761_19_11_2013.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_estrategica_participasus_2ed.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_reducao_morbimortalidade_acidentes_2ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_reducao_morbimortalidade_acidentes_2ed.pdf https://aps.saude.gov.br/politicas/pnan/diretrizes https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761_19_11_2013.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_estrategica_participasus_2ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_estrategica_participasus_2ed.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf Ocorreram também mudanças na legislação, incluindo a publicação do Decreto n.º 7.508, de 2011, que regulamentou a Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080/1990), dispondo sobre a articulação interfederativa, com ênfase na equidade entre as regiões de saúde; e a publicação da Lei Complementar n.º 141, de 2012, que normatizou a Emenda Constitucional n.º 29 (BRASIL, 2018). Para saber mais, sobre a PNPS, clique aqui . Observou-se a necessidade de identificar como a promoção da saúde no SUS vinha sendo operacionalizada nos territórios para, então, rever de que modo a PNPS, como política pública, mobilizava os atores na busca de sua efetivação prática. Ficou evidente a importância de incluir novos elementos indutores para a sua concretização, como a explicitação de valores, a definição de temas transversais e de eixos operacionais, bem como a adequação e a atualização dos temas prioritários da política. Dessa forma, a Portaria de Consolidação n.º 2, de 28 de setembro de 2017, definiu como eixos operacionais: territorialização; articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial; Rede de Atenção à Saúde; participação e controle social; Gestão; Educação e Formação; vigilância, monitoramento e avaliação; produção e disseminação de conhecimentos e saberes e comunicação social e mídia. E temas transversais: Determinantes Sociais da Saúde (DSS), Equidade e Respeito à Diversidade; Desenvolvimento Sustentável; Produção de Saúde e Cuidado; Ambientes e Territórios Saudáveis; Vida no Trabalho; Cultura da Paz e Direitos Humanos (BRASIL, 2018). 17 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude.pdf Após essa breve retrospectiva, podemos pensar em algumas mudanças em nossas práticas durante o trabalho na área de abrangência da Unidade de Saúde? O que os agentes de saúde (ACS e ACE) podem fazer em conjunto para compartilhar as ideias do conceito de promoção da saúde? A acessibilidade dos agentes de saúde junto à comunidade e o vínculo construído durante seu trabalho são instrumentos que podem facilitar o diálogo com a população adscrita na tentativa de mostrar as diversas possibilidades de ações individuais e coletivas de promoção da saúde. Não seria interessante, por exemplo, se o ACS e o ACE realizassem a visita domiciliar ao mesmo tempo para avaliação do conhecimento da comunidade sobre os cuidados no combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e Zika? E se os agentes perceberem situações tais como: pessoas em situação de violência, em situação de rua, fazendo uso abusivo de álcool, entre outros? 18 A promoção da saúde pode ser definida como um campo de ações e reflexões que ultrapassam a ideia da saúde como ausência da doença, ampliando este conceito ao introduzir elementos e condições influenciam diretamente na qualidade de vida da população, como por exemplo, a habitação, o saneamento básico, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente, o lazer, entre outros determinantes sociais da saúde (SÍCOLI; NASCIMENTO, 2003). Os agentes podem levar para discussão na reunião de equipe todas essas situações e podem traçar estratégias e abordagens de promover o cuidado e a melhoria da qualidade de vida, por meio de diálogo e educação em saúde com a comunidade, de acordo com as necessidades identificadas no território. Podem ainda incentivar o cultivo de hortas comunitárias para a promoção da saúde alimentar adequada e saudável, encorajar a população a participar das ações e iniciativas de atividade física desenvolvidas na comunidade ou no município, entre outras ações que promovam a saúde. Podem também estimular a população para realizar ações por onde circulam, seus locais de trabalho, compras, escolas, lazer, etc para atividades visando melhorar as condições dos territórios, o que terá repercussão para melhor qualidade de vida. Vamos finalizar esta temática fazendo essas reflexões e compreendendo que a mudança do pensamento sobre os conceitos de promoção da saúde é um processo contínuo, que deve ser construído cotidianamente com a participação da equipe de saúde e da população. 19 DETERMINAÇÃO SOCIOCULTURAL DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-C UIDADO: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Na concepção biológica, a saúde era vista como ausência de doenças, ou seja, a faltade sintomas como dor, tontura ou febre no indivíduo caracterizando-o como uma pessoa sadia. Na determinação social o conceito de saúde é ampliado incluindo, além do aspecto biológico, outros fatores que influenciam a situação individual e coletiva, como por exemplo, o desemprego, a falta de habitação, etc. Como aconteceu a evolução do processo saúde-doença? Desde a sua concepção biológica até a sua determinação social, o processo saúde-doença sofreu inúmeras modificações. Vejamos: Neste contexto temos a ideia de promoção da saúde como um dos pilares da concepção da saúde como produto social ao entender que considera como foco da ação sanitária os determinantes gerais sobre a saúde. Saúde é assim entendida como produto de um amplo espectro de fatores relacionados à qualidade de vida, como padrões adequados de alimentação e nutrição, habitação e saneamento, trabalho, educação, ambiente físico limpo, ambiente social de apoio a famílias e indivíduos, estilo de vida responsável e um espectro adequado de cuidados de saúde (CARVALHO; BUSS, 2009). 21 Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). Contando a história de Gerusa e Bia Gerusa e Bia começaram o dia planejando as visitas domiciliares e discutindo sobre a situação das famílias de suas microáreas. Sabe aquela família de Dona Neuza, que mora perto do mercadinho Santo Antônio, Bia? Sim, Gerusa. A Dona Neuza que mora com as duas filhas e um neto. 22 Pois é, menina. Fico pensando como Dona Neuza consegue manter a família só com a aposentadoria. As filhas dela até tentam trabalhar para ajudar em casa, mas o emprego tá difícil viu. E aquela rua sem calçamento na minha microárea? À noite, tá um perigo com a violência e o aumento de furtos! Verdade, Bia. E nem te falo sobre o problema que estou enfrentando em relação às vacinas. Nunca vi tanta resistência das famílias em levar as crianças para sala de vacinação... e olhe que sempre vejo o cartão de cada pessoa da família e sempre lembro as datas, viu? Nossa, Gerusa. Aqui, eu estou com aquela menina de 14 anos que vive isolada no quarto e não conversa com ninguém da família, nem tá comendo direito, estou preocupada. Na próxima reunião, falarei com a equipe sobre esses problemas individuais e coletivos. Vamos fazer uma lista das nossas microáreas, Bia? Ou melhor, vamos falar com os agentes de endemias também? Eles podem listar outros problemas que não conseguimos enxergar. 23 25 Ótima ideia, Gerusa. Então, vamos lá! Eu vou falar com Tião, e você fala com os outros ACS para levarmos essa ideia para próxima reunião. Tchau, tenho que andar um bocado hoje. À tarde, a gente volta a se falar para confirmar nossos contatos. Até mais tarde, então. Bom trabalho! Neste curto diálogo, vimos situações de saúde que são semelhantes em todo o país. O desemprego, a ausência de uma urbanização adequada, a violência, a inatividade física, a diminuição de cobertura vacinal, etc. são determinantes sociais em saúde que influenciam diretamente nas condições de vida da população. 25 A partir da história de Gerusa e Bia e com as informações do vídeo, você seria capaz de identificar os determinantes sociais de saúde de sua microárea? Para tanto, vamos seguir o exemplo da figura 2. Para ampliar seus conhecimentos, assista ao vídeo que sintetiza as discussões sobre os DSS. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o código QR. Figura 2 – Determinantes sociais que podem ter influência sobre a situação de saúde de uma população determinada. Microárea Determinantes Sociais da Saúde (DSS) 01 - ACS Gerusa Desemprego, renda familiar insuficiente, diminuição da cobertura vacinal. 02 - ACS Bia Violência, ausência de pavimentação. 03 - Agentes de saúde Vamos elencar juntos esses DSS de nossa área de abrangência? Agora é com vocês. Fonte: Elaborada pelos autores. Sabemos que os problemas de saúde são inúmeros e que, constantemente, assolam tanto o indivíduo quanto as famílias. Os agentes de saúde, por identificarem os DSS, possuem, junto à equipe, maiores possibilidades de planejar as estratégias de ação para a promoção da saúde. Possivelmente, você, agente, já desenvolve uma série de atividades de promoção da saúde junto com sua equipe. Vamos comentar sobre isso em nosso fórum de discussão. 25 https://www.youtube.com/watch?v=2JJNDeUkVtI https://www.youtube.com/watch?v=2JJNDeUkVtI POLÍTICA DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE COM VISTAS À INTEGRALIDADE DO CUIDADO Neste momento, teremos a oportunidade de pensar sobre o funcionamento e a organização dos serviços de saúde. Será que a nossa unidade de saúde tem um planejamento que oferece resolutividade aos problemas de saúde da população adscrita? A nossa unidade de saúde tem se conectado às outras unidades de saúde, aos hospitais ou centro de atenção psicossocial na tentativa de atender às reais necessidades de saúde da população? Quando a pessoa é atendida em uma unidade de saúde e por algum motivo esse serviço não consegue atender suas necessidades, ela, geralmente, é encaminhada para outra unidade ou serviço de saúde, com o intuito de resolver a situação. Os serviços de saúde, por sua vez, devem oferecer a essa pessoa todas as condições possíveis para atender a tal necessidade. Por isso, as Redes de Atenção à Saúde (RAS) surgem como estratégia para a Promoção da Saúde, ao organizar os sistemas de saúde de acordo com a realidade de cada município. As RAS oferecem ao indivíduo e à comunidade as oportunidades de resolução frente aos problemas de saúde. Até aqui, construímos concepções sobre a Promoção da Saúde e, baseados no conceito ampliado de saúde, identificamos e priorizamos os DSS. 27 A figura 3 demonstra duas formas de organização dos serviços de saúde: a primeira, organizada de forma fragmentada e hierarquizada, e a outra, baseada nas concepções das RAS. Percebe-se que nas duas formas o ponto de partida é a Atenção Primária em Saúde (APS) justamente onde os agentes de saúde realizam suas atividades laborativas. Figura 3 – Organizações dos serviços de saúde: Piramidal e Rede Fonte: https://image.slidesharecdn.com/redesatencaosus-140722134001-phpapp02/9 5/sergioredesatencao-5-638.jpg?cb=1453464677 Neste contexto, os agentes de saúde são convidados a compreender o funcionamento e a organização dos serviços de saúde por meio das RAS. Para isso, temos como objetivo: Relembrar as definições sobre Redes de Atenção à Saúde enfatizando as ações específicas dos agentes de saúde na construção deste processo. Vamos analisar a figura 3: Essa concepção hierárquica e piramidal deve ser substituída por outra, a das redes poliárquicas de atenção à saúde em que respeitando-se as diferenças nas densidades tecnológicas, rompem-se as relações verticalizadas, conformando-se redes policêntricas horizontais (MENDES, 2011). APS ORGANIZAÇÃO PIRAMIDAL ORGANIZAÇÃO EM REDE SISTEMA FRAGMENTADO E HIERARQUIZADO ATENÇÃO PRIMÁRIA ATENÇÃO AMBULATORIAL ATENÇÃO HOSPITALAR ESPECIALIZADA APS 28 https://image.slidesharecdn.com/redesatencaosus-140722134001-phpapp02/95/sergioredesatencao-5-638.jpg?cb=1453464677 https://image.slidesharecdn.com/redesatencaosus-140722134001-phpapp02/95/sergioredesatencao-5-638.jpg?cb=1453464677 Dona Neuza, moradora da microárea de Gerusa, sentiu tontura e dor de cabeça. No mesmo momento, Gerusa pediu para Dona Neuza se dirigir à unidade de saúde (Atenção Primária). Na unidade de saúde, ao ser examinada pela técnica de enfermagem, foi identificado pressão arterial elevada. Não havia médico na unidade de saúde naquele período, Dona Neuza foi levada ao Pronto Atendimento (AtençãoAmbulatorial). Como os sintomas não diminuíram, mesmo sendo medicada, o plantonista referenciou Dona Neuza para o hospital municipal (Atenção Hospitalar Especializada) com o intuito de reverter o quadro agudo e ter acesso a um cardiologista. Vejamos este exemplo de organização piramidal: Agora vejamos este outro exemplo (organização em rede): Dona Neuza, moradora da microárea de Gerusa, sentiu tontura e dor de cabeça. Ao perceber esses sintomas, Gerusa encaminhou Dona Neuza para a unidade de saúde (Atenção Primária), onde foi reconhecida pelos outros profissionais de saúde que já sabiam sobre seu histórico de doença crônica, a Hipertensão Arterial Sistêmica. Nesse momento foi conferido o Projeto Terapêutico Singular (PTS), construído pela equipe de saúde para atender às principais necessidades de saúde de Dona Neuza que consistia, dentre outros cuidados, na introdução de medicalização para diminuir o quadro agudo. Durante a investigação da equipe, foram identificadas as causas da crise hipertensiva. Tratavam-se do uso inadequado da medicação e de outras situações que afetam emocionalmente Dona Neuza, como o desemprego das filhas. 29 Após as discussões sobre o quadro agudo de Dona Neuza, a equipe de saúde atualizou o PTS, colocando como prioridade na linha de cuidado o enfrentamento ao desemprego das filhas com ações específicas para todos os membros da equipe de saúde. Os agentes de saúde sugeriram que as filhas de Dona Neuza atualizassem seus currículos e com o apoio da equipe buscariam outros setores, além da saúde. Depois de medicada, Dona Neuza passou por exames nos laboratórios do município e retornou com os resultados para nova avaliação da equipe de saúde. Ciente das ações que seriam desenvolvidas para o enfrentamento do desemprego, conseguiu estabilizar-se emocionalmente e, por conseguinte, manteve a pressão arterial em níveis normais. Ao comparar as duas formas de organização dos serviços de saúde, você, agente, conseguiu entender as principais diferenças? Percebeu que as RAS oferecem melhores possibilidades para promoção da saúde? Alerta: Veja na figura 4 as principais diferenças entre um sistema de saúde fragmentado e outro baseado nas Redes de atenção. 30 Figura 4 – Características diferenciais dos sistemas fragmentados e rede de atenção à saúde. Fonte: Mendes, 2011. Sistema Fragmentado APS + Redes de Atenção ● Hierarquia. ● Sem coordenação da atenção. ● Ação reativa e episódica a partir da demanda. ● Atenção fragmentada por pontos de atenção. ● Cuidado centrado em profissionais, especialmente médicos. ● Ênfase em medidas curativas. ● Financiamento por procedimentos . ● Poliarquia. ● Atenção coordenada pela APS ● Ação proativa e contínua, baseada em planos de cuidados. ● Atenção integrada e organizada em linhas de cuidado. ● Atenção colaborativa e multiprofissional, com foco no autocuidado. ● Ênfase em medidas integrais (da promoção à reabilitação). ● Financiamento por valor global. Para finalizar esta temática, apresentamos os elementos das RAS, conforme Mendes (2011): • População e Regiões de Saúde • Estrutura Operacional • Modelo Lógico de Atenção Para aprofundar seus conhecimentos sobre as características e os elementos da RAS, acesse o manual As Redes de Atenção à Saúde e realize a leitura dos capítulos I e II. Clique aqui. 31 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf Aqui finalizamos as temáticas que constituíram a dimensão conceitual da promoção da saúde. A partir das próximas temáticas, passaremos a discutir sobre a dimensão prática da promoção da saúde. onde Levantaremos diversas possibilidades de ações e estratégias que devem ser realizadas pela equipe de saúde e, em especial, por você, agente de saúde. Como a Atenção Primária à Saúde e a Vigilância em Saúde podem colaborar para a transformação do modelo exclusivamente biológico para as intervenções nos demais campos do setor saúde, como a economia e a cultura? Como os agentes de saúde podem participar deste processo contínuo de transformação? Vamos juntos apontar, descobrir e sugerir, de acordo com a realidade do seu município, as possíveis estratégias de promoção da saúde. 32 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, DEMANDAS E INTERVENÇÕES SOCIAIS Vimos na disciplina Fundamentos do Trabalho do Agente de Saúde que, conforme preconizado pela Política Nacional de Vigilância em Saúde e pela Política Nacional de Atenção Básica, a integração entre as ações de Vigilância em Saúde e de Atenção Básica é fator essencial para o atendimento das reais necessidades de saúde da população. Nesse sentido, o trabalho conjunto e complementar entre os Agentes de Combate às Endemias (ACE) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), em uma base territorial comum, é estratégico e desejável para identificar e intervir oportunamente nos problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso da população às ações e serviços de saúde e prevenir doenças (BRASIL, 2019). Portanto, é importante ressaltar que o processo de trabalho dos agentes de saúde, quando realizado em conjunto ACS e ACE, implica na construção de intervenções com maiores possibilidades de resolutividade, considerando a territorialização, a intersetorialidade e a integralidade do cuidado. Esses princípios da promoção da saúde fortalecem a organização dos serviços em redes de atenção, estimulam a participação popular e colaboram para a concretização do conceito ampliado de saúde. Nesta temática, teremos como objetivo discutir as possíveis estratégias de ação baseadas na promoção da saúde que possam colaborar para a implementação do diagnóstico situacional. Você viu na disciplina 7, mas vamos relembrar... Para elaborar estratégias de ação para a promoção da saúde, a equipe de saúde deve considerar estes três princípios que norteiam a atuação dos profissionais de saúde: • territorialização; • intersetorialidade; • integralidade do cuidado. 34 Os agentes de saúde atuam em uma área delimitada, chamada de microárea que constitui o território de saúde. A ideia de território não pode se limitar às questões geográficas somente, mas também a todo o processo dinâmico que determina as vivências daquela população como, por exemplo, a migração populacional, o perfil epidemiológico, a economia local, as condições ambientais, etc. Como já visto anteriormente, a territorialização favorece o conhecimento sobre as reais necessidades de saúde da população e, de forma contínua, contribui para a elaboração do diagnóstico situacional. Assista ao vídeo sobre Territorialização na Atenção Básica. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o código QR. A intersetorialidade compreende a participação de outros setores no campo da saúde, com vistas a atender às necessidades da população relacionadas aos aspectos sociais, culturais, ambientais e econômicos. Durante a realização do diagnóstico situacional, os agentes de saúde podem se deparar com situações que transcendem o setor saúde e, por isso é tão importante a formação de parcerias, com serviços ou profissionais de outros setores (como educação, limpeza urbana e meio ambiente, assistência social, defesa civil, turismo, entre outros) com intuito de ampliar as possibilidades de resolução dos problemas de saúde. Assista ao vídeo sobre Promoção a Saúde e Intersetorialidade. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o código QR. 35 https://www.youtube.com/watch?v=LLr9p7fGAJ0 https://www.youtube.com/watch?v=LLr9p7fGAJ0 https://www.youtube.com/watch?v=6vCmc4U0LOA https://www.youtube.com/watch?v=6vCmc4U0LOA A ideia da integralidade do cuidado, que permite aos profissionais de saúde um olhar ampliado sobre o indivíduo considerando não somente o aspecto biológico, mas também os determinantes sociais em saúde que interferem no processo saúde-doença. Para sugerir estratégias de promoção da saúde, precisamos compreendero impacto destes princípios na nossa forma de fazer a saúde, especialmente nas condutas diárias como, por exemplo, a visita domiciliar, a inspeção nos domicílios dos focos da dengue etc. Após essa breve reflexão sobre os princípios da promoção da saúde, vamos priorizar em nosso território os problemas de saúde que são detectados a todo momento tanto pelo ACS quanto pelo ACE. Essa identificação de problemas é o que denominamos de diagnóstico situacional. Você se recorda que construímos anteriormente na figura 2 a tabela dos DSS? 36 Agora, iremos relacionar os DSS com os problemas de saúde e, em seguida, baseada nos princípios da promoção da saúde (territorialização, intersetorialidade e integralidade), vamos sugerir possíveis estratégias de ação para combater tais problemas, conforme a figura 5: Microáre a Determinantes Sociais da Saúde (DSS) Estratégias de ação 01 - ACS Gerusa Desemprego, renda familiar insuficiente, diminuição da cobertura vacinal Parceria com instituições de formação técnica; busca ativa dos faltosos na vacinação. 02 - ACS Bia Violência, ausência de pavimentação. Parceria com instituições de combate à violência; acionar os órgãos competentes para Projeto de Urbanização. 03 - Agentes de saúde Vamos elencar juntos os DSS de nossa área de abrangência? Agora é com vocês. Vocês podem pensar em estratégias para combater os problemas do seu território? Figura 5 – DSS e Estratégias de Promoção da Saúde. Fonte: Elaborada pelos autores. ATENÇÃO No template a fonte da tabela não foi citada pela conteudista. Gentileza confirmar com a UFRGS. Certamente estas estratégias de ação de alguma maneira já vêm sendo construída por você, agente de saúde, junto à equipe de seu território. O que devemos destacar neste momento de formação é que você poderá incrementar em suas atividades esta ideia da elaboração do diagnóstico situacional relacionado aos DSS e às ações de Promoção da Saúde. Para completar esta ideia, vamos iniciar na temática a seguir as discussões sobre a Atenção Primária à Saúde. 37 PROMOÇÃO DA SAÚDE NA APS “É no município que a saúde acontece”. Isso realmente é verdade quando pensamos que cada região do Brasil possui suas peculiaridades e enfrenta diversos problemas de saúde. Por conta disto, as respostas aos problemas de saúde também precisam ser colocadas conforme a realidade de cada município. Essa resposta começa no primeiro contato do indivíduo ou da população com o serviço de saúde, ou seja, é a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta conexão inicial entre o indivíduo/população e o serviço de saúde que chamamos de Atenção Primária à Saúde. Você já deve ter escutado, em algum momento, durante a sua trajetória profissional a seguinte frase: 39 A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Essas ações são desenvolvidas por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizadas com equipe multiprofissional e dirigidas à população em território definido, sobre o qual as equipes assumem responsabilidade sanitária (BRASIL, 2017). Nesta temática temos como objetivo discutir as possíveis ações de promoção da saúde elaboradas pelos agentes de saúde na atenção primária. A população brasileira, de um modo geral, ainda busca os serviços de saúde somente quando a doença aparece por meio dos sintomas. A busca por hospitais, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou por serviço de Pronto Atendimento são bastante comuns no país devido ao pensamento exclusivamente biológico. 40 Esta mudança para um pensamento de saúde mais ampliado passa pelo entendimento tanto da população quanto dos profissionais de saúde sobre a importância da APS. Então, agente de saúde, já imaginou que você, em algum momento, foi o(a) primeiro(a) profissional de saúde que atendeu um indivíduo? Pensou que pode ser um diferencial no processo saúde-doença com seu trabalho na área adscrita? Para entender um pouco mais sobre a APS, vamos observar o mapa mental na figura 6. Concepção de APS Surgiu em 1920, com o relatório DAWSON Atenção Primária à Saúde Ideia de APS Concretiza-se em Alma-Ata (1978) Atributos Primeiro contato; Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação; Foco na família; Orientação Comunitária; Competência cultural. Funções Resolubilidade; Comunicação; Responsabilização. APS forte Significa melhores níveis de saúde e menores custos Estratégia Saúde da Família É um exemplo da APS e escolhido como estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica no Brasil Figura 6 – Mapa Mental – APS. Fonte: Elaborada pelo Núcleo Pedagógico Mais Conasems ATENÇÃO No template a fonte Mapa Mental não foi citada pela conteudista. Gentileza confirmar com a UFRGS. 41 Após esta breve análise sobre a APS, podemos falar ainda sobre algumas características que influenciam a concretização das ações voltadas para a promoção da saúde, a saber: 1. A atenção colaborativa e centrada na pessoa e na família: ações dos agentes como o cadastramento no território e a busca de informações sobre os DSS; 2. O fortalecimento do autocuidado: convidar o indivíduo para ser proativo e participar do seu próprio cuidado; 3. A importância do estilo de vida: compreender que o cuidado com alimentação, atividade física e outros comportamentos são fundamentais para a manutenção da saúde. A partir destas informações sobre a APS podemos concluir o nosso plano de intervenção iniciado na figura 2. Figura 7 – Plano de intervenção dos agentes de saúde diante dos problemas de saúde do território. Microárea Determinantes Sociais da Saúde (DSS) Estratégias de ação Ações específicas dos ACS e ACE 01 - ACS Gerusa Desemprego, renda familiar insuficiente, diminuição da cobertura vacinal. Parceria com instituições de formação técnica; busca ativa dos faltosos na vacinação EX: Identificar na sua microárea a existência de instituições de formação técnica; utilizar o sistema de informação para identificar os faltosos na vacina. 03 - Agentes de saúde Vamos elencar juntos estes DSS de nossa área de abrangência? Agora é com vocês. Vocês podem pensar em estratégias para combater os problemas do seu território? Agora pensar no que realmente os agentes podem fazer, especialmente em ações específicas na APS. Fonte: Elaborada pelos autores. 42 A APS fortalecida com a participação popular e a atuação dos profissionais e gestores de saúde consegue transformar o pensamento curativista e implementar ações vinculadas às reais necessidades de saúde da população brasileira. Cabe também aos agentes de saúde fomentar suas práticas com ênfase na determinação social da saúde, incrementando no seu trabalho ações promotoras da dignidade humana e qualidade de vida. 44 PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL; DA ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEL Na dimensão prática, ainda temos de pontuar as atividades de promoção da saúde que são inerentes ao cuidado integral, em qualquer parte do nosso país, como a promoção de hábitos saudáveis, da alimentação saudável e da atividade física. Assim, a temática tem como objetivo identificar as ações de promoção da saúde voltadas para os hábitos do estilo de vida. A mudança de pensamento do curativismo para a visão ampliada da saúde traz consigo enormes desafios para qualificar e concretizar o trabalho dos agentes de saúde baseado nos DSS. Podemos dizer que orientar o uso adequado de uma medicação é bem menos complexo do que convencer um indivíduo a mudar seu estilo de vida. Por isso, temos esse desafio de apontar, sugerir, realizar práticas saudáveis que favoreçam a qualidade de vida e, finalmente, a concretização da promoçãoda saúde. Para identificar as ações de promoção da saúde podemos lançar mão de alternativas de cuidado ao tratamento medicamentoso, como, por exemplo, a alimentação adequada e saudável e atividade física, bem como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Chegamos à última temática da disciplina Promoção da Saúde Saiba mais sobre as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o código QR. 45 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/praticas-integrativas-e-complementares-pics-1 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/praticas-integrativas-e-complementares-pics-1 A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que: ● garante o acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ● é referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; ● é acessível do ponto de vista físico e financeiro; ● é harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; ● é baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis (BRASIL, 2014). Você, agente de saúde conhecedor do perfil da população adscrita ao seu território tem possibilidade para indicar, sugerir e também construir, junto com estas famílias, alternativas de alimentação saudável, bem como discutir, junto aos gestores e outros setores, a acessibilidade aos nutrientes necessários para qualidade de vida. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como função ampliar ações intersetoriais que possam enfrentar o cenário de desnutrição crônica no Brasil, principalmente, em grupos mais vulneráveis como indígenas, quilombolas, crianças e, ainda, o aumento expressivo do sobrepeso em todas as faixas etárias, que têm como consequência o elevado índice de mortes por doenças crônicas nos adultos. A alimentação adequada e saudável é uma dimensão importante da Promoção da Saúde. 46 A PNAN incentiva a realização de práticas alimentares apropriadas, por meio de estratégias de orientação alimentar desde a criança recém-nascida até os idosos, incluindo informações de nutrientes acessíveis à população. Nesse contexto, temos a participação dos agentes de saúde, que podem colaborar na divulgação e discussão destas informações junto à população de seu território, além de serem atores estratégicos na identificação de situações de insegurança alimentar, a fim de orientar as famílias e direcioná-las à rede de proteção social existente no município. Outro importante aliado nesta promoção da segurança alimentar é o Programa Saúde na Escola (PSE), que permite a introdução desta discussão sobre alimentação saudável nos espaços de ensino e colabora na construção de estratégias fundamentadas na relação entre alimentação e saúde, nas dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Finalmente, como estratégia para ações de promoção da saúde, temos a orientação já sacramentada no meio científico: a realização da atividade física. A atividade física compreende os movimentos corporais produzidos por músculos esqueletais que resultam em aumento substancial do gasto energético. A atividade física está intimamente relacionada com as condições crônicas e com os resultados sanitários (MENDES, 2012). 47 A PNPS tem como um de seus temas prioritários as práticas corporais e atividades físicas, que consistem em promover ações, aconselhamento e divulgação dessas práticas incentivando a melhoria das condições dos espaços públicos, considerando a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, entre outras práticas. A atividade física é importante para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em diversos momentos, como ao se deslocar de um lugar para outro, durante o trabalho ou estudo; ao realizar tarefas domésticas ou durante o tempo livre. Os exercícios físicos também são exemplos de atividades físicas, mas se diferenciam por serem atividades planejadas, estruturadas e repetitivas, com o objetivo de melhorar ou manter as capacidades físicas e o peso adequado, além de serem prescritos por profissionais de educação física. Todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico! Quanto mais cedo a atividade física é incentivada e se torna um hábito na sua vida, maiores serão os benefícios para sua saúde. Sendo que alguns desses benefícios são: o controle do peso; a diminuição da chance de desenvolvimento de alguns tipos de cânceres; a diminuição da chance de desenvolvimento de doenças crônicas, como a diabetes (alto nível de açúcar no sangue), pressão alta e doenças do coração; a melhora da disposição; e a promoção da interação social (BRASIL, 2021). 48 O Guia de Atividade Física para a população Brasileira traz algumas dicas interessantes que os agentes de saúde podem divulgar para as pessoas que residem no território, segue um exemplo: Com quem devo fazer atividade física? Os agentes podem ser responsáveis pela identificação de espaços junto com a equipe de saúde ou então fomentar a discussão com a população sobre a necessidade de criação de espaços públicos na área de abrangência para realização das atividades físicas. Nesses momentos de discussão com a população, podemos trazer também a relação entre saúde, alimentação e atividade física para a qualidade de vida e, ainda, apontar os efeitos nocivos do sedentarismo e da inatividade física como, por exemplo, a maior probabilidade de desenvolver uma doença crônica ou até mesmo a morte. Você pode praticar atividade física sozinho ou com companhia, faça como preferir. A maioria dos esportes e jogos é feita com companhia! Aproveite para chamar os amigos, familiares, vizinhos ou seus colegas de trabalho! Os momentos da família reunida também podem ser uma oportunidade para fazer atividade física, como praticar esportes, passear com o animal de estimação, passear de bicicleta e fazer atividades na natureza. Ou nas tarefas domésticas, tendo a ajuda uns dos outros seja lavando a louça, retirando o lixo, contribuindo com a limpeza ou cozinhando. 1 2 49 Os colegas de trabalho também podem ser uma boa companhia para aumentar a atividade física no deslocamento ativo, no próprio trabalho ou no tempo livre. Uma caminhada é sempre bem-vinda para ser ativo no seu dia. Ser fisicamente ativo(a) é seguro, mas, em raros casos, precisamos ficar atentos(as)! Fique atento(a) a alguns sinais e sintomas: ao sentir náuseas, dores, tonturas, suor excessivo ou outros desconfortos, pare a atividade física. Procure um profissional de saúde para verificar se está tudo bem. Respeite seus limites! É importante que você lembre que a prática de atividade física não depende somente de uma decisão pessoal. Existem diversos fatores individuais, coletivos, ambientais, culturais, econômicos e políticos que facilitam ou dificultam que você tenha uma vida mais ativa. Você já refletiu sobre como esses fatores afetam você e sua comunidade? Converse com as pessoas sobre esses pontos e procure os representantes da prefeitura e do governo do estado – como vereadores, deputados, responsáveis pelas secretarias municipais ou estaduais de saúde, de esporte, lazer, entre outros – para saber como a comunidade pode tornar sua localidade mais favorável para a prática de atividade física. Para além desta identificação de ações de promoção da saúde, os agentes de saúde precisam compreender os desafios para a concretização destas estratégias. Por isso, a equipe de saúde deve pensar em estratégias elaboradas com a comunidade para ampliar estas práticas saudáveis. Podemos lembrar que a formação de grupo de ajuda mútua, a organização de conselhos locaisde saúde e, ainda, a realização contínua de educação em saúde são ferramentas que podem contribuir para a engrenagem da saúde ampliada. 3 4 5 6 50 Por fim, pode-se mencionar as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que são estimuladas em nível nacional por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) e que podem colaborar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e no enfrentamento a uma série de doenças. As PICS contribuem para a ampliação das ofertas de cuidados em saúde, para a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades; motiva as ações referentes à participação social, incentivando o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de saúde, além de proporcionar maior resolutividade dos serviços de saúde (BRASIL, 2018). São exemplos de PICS: musicoterapia, arteterapia, acupuntura, fitoterapia etc. Seja um promotor das PICS em seu município. Clique no link: Manual de implantação de serviços de práticas integrativas e complementares no SUS. 51 http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf RETROSPECTIVA Caros ACS e ACE, concluímos nossa disciplina Promoção da Saúde. Sabemos que existem grandes adversidades no mundo real para a concretização da Política Nacional de Promoção da Saúde com suas diretrizes e seus objetivos. No entanto, sabemos também que existem diversas pessoas que almejam, trabalham e constroem diariamente estratégias e saberes voltados para o fortalecimento desta concepção ampliada da saúde. Durante o período de formação, elaboramos novos saberes e conhecimentos que, associados ao seu trabalho de combate aos problemas de saúde em seu território, servem de instrumentos para a realização dos princípios da promoção da saúde e, consequentemente, o aumento da qualidade de vida da população brasileira. Agora, vocês, agentes, junto aos demais atores sociais do SUS (comunidade e gestores de saúde), podem contribuir ainda mais para a realização de estratégias de promoção da saúde nas diversas regiões do nosso país, sempre com o olhar voltado para a coletividade e suas reais necessidades de saúde. Busquem informações sobre essa temática para recordar, refletir e ampliar seus conhecimentos. Na teleaula e na aula interativa você, agente, encontrará informações complementares que vão contribuir para seu processo de aprendizagem. Agora participe das atividades propostas, exercite o seu protagonismo. Até a próxima disciplina! 53 BIBLIOGRAFIA 55 AZEVEDO, E.; PELICIONI, M. C. F.; WESTPHAL, M. F. Práticas intersetoriais nas políticas públicas de promoção de saúde. Physis. v. 22, n.4, p.1313-56, 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312012000400005. Acesso em: 31 jan. 2023 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populaca o_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 31 jan. 2023 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de implantação de serviços de práticas integrativas e complementares no SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_implant acao_servicos_pics.pdf. Acesso em: 31 jan. 2023 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Anexo I da Portaria de Consolidação no 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promo cao_saude.pdf. Acesso em: 31 jan. 2023 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Programa de Qualificação de Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN)/ UNIDADE III: políticas de saúde e atenção primária no Brasil e na saúde indígena: Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://www.matogrossodosul.fiocruz.br/pesquisa/saude-dos-povos-indi genas/projeto-de-estruturacao-do-curso-de-qualificacao-e-capacita cao-para-agentes-indigenas-de-saude-ais-e-agentes-indigenas-de- saneamento-aisan. Acesso em: 31 jan. 2023 CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências. 2.ed. Rio de Janeiro: Ed. 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Clique aqui e responda à pesquisa. https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.15902020 https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.15902020 https://www.scielo.br/j/physis/a/msNmfGf74RqZsbpKYXxNKhm/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/physis/a/msNmfGf74RqZsbpKYXxNKhm/?format=pdf&lang=pt https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf https://customervoice.microsoft.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=00pVmiu1Ykijb4TYkeXHBcuyUSjBpEtCq8T0cY9k8jBUN0NRS0FYWVhDWjBKT1FUUUM5OFRLOVNPMS4u 60 Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde bvsms.saude.gov.br
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