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1.1 A importância do saneamento básico e os múltiplos usos da água
1.2 Relação entre a água e a saúde humana
1.3 Qualidade da água: parâmetros físicos, químicos e biológicos
1.4 Conceitos básicos do tratamento de água e e�uentes
1.5 Sistemas descentralizados de tratamento de água e esgoto: conceito e características gerais
Módulo 01
Objetivos de Aprendizagem
Introdução
Tópico 1 de 5
1.1 A importância do saneamento básico e os
múltiplos usos da água
Reconhecer a história e a importância do saneamento básico para a população em
geral.
1
Identificar o conjunto de serviços fundamentais que contemplam o saneamento
básico.
2
Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso de Saneamento Básico Rural da Embrapa. Nesta aula, vamos
conhecer o que significa saneamento básico, como ele surgiu, quais são as funções da água e
como ela é distribuída pelo Brasil e pelo mundo. Bons estudos!
A importância do Saneamento Básico
Antes de tudo, você sabe o que é saneamento?
Segundo o Instituto Trata Brasil (ITB): 
A importância do saneamento básico e os múltiplos usos …
https://www.youtube.com/watch?v=nswPCwRN0c0
Como o saneamento básico surgiu?
É o que você vai saber no vídeo a seguir.
Como vimos no vídeo anterior, os povos sentiram a necessidade de estudar e se preocupar com o
saneamento para que a população não fosse dizimada por doenças, e após o entendimento da
importância do saneamento básico, o consideram um direito fundamental humano para manter
a saúde e a qualidade de vida da população. 
Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar
as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e
promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e a
produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. 
A história do saneamento básico
https://www.youtube.com/watch?v=ruAyoq1HP5Q
Clique aqui para saber mais sobre o que é saneamento no site do Instituto Trata Brasil.
Saneamento é um direito!
Você sabia que o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição? Sim! Além
disso, ele é definido na Lei nº 11.445/2007, como:
O conjunto dos serviços de infraestrutura e instalações operacionais de
abastecimento de água. 
1
Coleta e tratamento do esgoto sanitário. 2
A limpeza e drenagem urbana. 3
Os manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.4
https://tratabrasil.org.br/o-que-e-saneamento/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
Embora o conceito de Saneamento Ambiental no Brasil utilizado atualmente envolva os quatro
serviços citados acima, o mais comum é que o saneamento seja visto, principalmente, como:     
"Terra! Planeta água!"
Como diz o cantor Guilherme Arantes na música Planeta água: "Terra! Planeta água!". Agora,
você deve estar se perguntando: "Mas se há tanta água no planeta, como ainda existem tantas
pessoas sem acesso à água limpa?"
No imaginário das pessoas existe uma ideia – equivocada - de que a água é abundante no
mundo. Mas, de fato, uma porcentagem mínima está acessível para nós, sabia disso? Clique nos
botões abaixo e veja as informações sobre os números.
Os serviços de acesso à água potável, à coleta e tratamento dos esgotos.


No nosso planeta, de toda a água existente, 97,5% está nos oceanos e, portanto,
é salgada.

Os 2,5 % restantes são de água doce, mas aproximadamente 69 % desta está em
geleiras e, portanto, é inacessível à imensa maioria da população humana. As
águas doces superficiais (rios e lagos) correspondem a somente 0,0075% de
toda da água do planeta.
Infográfico: Água salgada e doce do planeta Terra.







12%
O Brasil detém aproximadamente 12% de toda a água doce superficial do
planeta, presente, em sua maioria, na bacia amazônica e, portanto, longe das
regiões de maior consumo do País.

Norte
A região Norte possui:
Densidade demográfica de 4,14 hab/km².
8,91 % da população do Brasil.
68,5% dos recursos hídricos do país.

Centro-Oeste
A região Centro-Oeste possui:
Densidade demográfica de 8,75 hab/km².
7,87 % da população do Brasil.
15,7 % dos recursos hídricos do país.

Sul
A região Sul possui:
Densidade demográfica de 48,58 hab/km².
14,25 % da população do Brasil.
6,5 % dos recursos hídricos do país.

Sudeste
A região Sudeste possui:
A maior Densidade demográfica do país, de 86,92 hab/km².
42 % da população do Brasil.
Somente 6% dos recursos hídricos do país.

Nordeste
A região Nordeste possui:
Densidade demográfica de 34,15 hab/km².
26,97 % da população do Brasil.
3,3 % dos recursos hídricos do país.
Infográfico: Água doce disponível no Brasil.
Ao analisar os dados acima, notamos que a concentração dos recursos hídricos do País está
mais ao Norte, onde possuímos a menor densidade demográfica. Segundo a Agência Nacional
de Águas (ANA):
 O Brasil é um país privilegiado quanto à disponibilidade hídrica total, no entanto a ocorrência
da água é desigual no território e durante o ano, bem como a demanda por sua utilização e a
infraestrutura hídrica adequada para o seu aproveitamento e conservação. A cultura da
abundância hídrica tem sido progressivamente substituída pela ideia da água como bem
finito e dotado de valor econômico, tornando as análises do balanço entre usos e oferta
hídrica cada vez mais importantes, ao revelar regiões de déficits de acesso à água e risco aos
setores produtivos.”
Agência Nacional de Águas (ANA)
“

A "Lei das Águas"
Por conta dessa diferença entre demanda e oferta da água no Brasil, devido à distribuição
desigual nas regiões, foi criada uma legislação para regulamentar o uso das águas naturais, a Lei
9.433/97, também conhecida como a "Lei das Águas".
Nesse sentido, os comitês de bacias hidrográficas - como organizações sociais - tornam-se
fundamentais na preservação e gestão dos recursos hídricos, compartilhados segundo seus
múltiplos usos. 
“A Lei 9.433/97 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e
criou o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH),
definiu em seus fundamentos o uso múltiplo da água e a gestão
descentralizada e participativa, tendo como unidade de planejamento
territorial a bacia hidrográfica. A “Lei das Águas”, portanto, incorpora
a integração dos interesses dos diversos usos e usuários que competem
entre si pela sua apropriação”. 
 As questões táticas associadas à Lei 9.443/97 se dão pelo Plano Nacional de Recursos
Hídricos – PNRH.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
Clique aqui para saber mais sobre Plano Nacional de Recursos Hídricos 2022-2040.
Os múltiplos usos da água
A água possui diversas funções e, por isso, é um bem precioso da sociedade, que deve ser
considerada num todo, sempre procurando equilibrar a demanda pela água com a capacidade de
fornecimento do corpo hídrico e a preservação ambiental. Compilando dados da ANA e da
Resolução nº 357/2005 do CONAMA, as principais funções da água são:
Abastecimento humano;
Uso animal;
Irrigação;
Geração de energia (hidroelétrica e termoelétrica);
Uso industrial;
Mineração;
Preservação das comunidades aquáticas e áreas naturais;
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjIyZmYwZTctMTRjYi00YTE0LTlkNjMtNWNkMjdhZDYxNTNmIiwidCI6Ijk2MTFlY2UxLTM0MTQtNGMzNS1hM2YwLTdkMTAwNDI5MGNkNiJ9&pageName=ReportSection481b063d801aed7a6c52
http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/central-de-publicacoes/ana_manual_de_usos_consuntivos_da_agua_no_brasil.pdf
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=450
O uso da água deve levar em consideração não somente a quantidade disponível, mas também a
qualidade. A água de melhor qualidade deve ser reservada para uso humano e animal.
Para a definição dos usos de um corpo d´água natural, são definidos parâmetros de qualidade,
os quais estão descritos nas resoluções do CONAMA números 357 e 396. Adicionalmente, em
função dos tipos de uso desejáveis, é realizado o enquadramento dos corpos d´água.
Como exemplo, segundo a Resoluçãonº 357/2005 do CONAMA, as águas doces superficiais são
classificadas em:
Aquicultura e Pesca;
Navegação;
Recreação;
Harmonia Paisagística.
 O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é quem regulamenta o uso das águas
doces super�ciais e subterrâneas.
As águas super�ciais são regulamentadas pela Resolução nº 357/2005, a qual
“Dispõe sobre a classi�cação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, e dá outras providências”. Originalmente, esta Resolução tratava
também do lançamento de e�uentes tratados em corpos d´água receptores,
entretanto, esta parte foi retirada da Resolução nº 357/2005 para a criação da
Resolução nº 430/2011, e que será discutida mais à frente neste curso.
Já a Resolução nº 396/2008, “Dispõe sobre a classi�cação e diretrizes ambientais
para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências”.
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=545
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES SUPERFICIAIS
I - Classe especial 
Águas destinadas:
a) Ao abastecimento para consumo
humano, com desinfecção.
b) À preservação do equilíbrio natural
das comunidades aquáticas.
c) À preservação dos ambientes
aquáticos em unidades de conservação
de proteção integral.
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES SUPERFICIAIS
II - Classe 1
Águas destinadas:
a) Ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento simplificado.
b) À proteção das comunidades
aquáticas.
c) À recreação de contato primário, tais
como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução nº
274/2000 do CONAMA.
d) À irrigação de hortaliças que são
consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que sejam
ingeridas cruas sem remoção de
película.
e) À proteção das comunidades
aquáticas em Terras Indígenas.
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES SUPERFICIAIS
III - classe 2
Águas destinadas:
a) Ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento
convencional.
b) À proteção das comunidades
aquáticas.
c) À recreação de contato primário, tais
como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução
CONAMA nº 274, de 2000.
d) À irrigação de hortaliças, plantas
frutíferas e de parques, jardins, campos
de esporte e lazer, com os quais o
público possa vir a ter contato direto.
e) à aquicultura e à atividade de pesca.
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES SUPERFICIAIS
IV - Classe 3 
Águas destinadas:
a) Ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento convencional
ou avançado;
b) À irrigação de culturas arbóreas,
cerealíferas e forrageiras.
c) À pesca amadora.
d) À recreação de contato secundário.
e) À dessedentação de animais.
V - Classe 4 
Águas destinadas:
a) À navegação.
b) À harmonia paisagística.
Clique aquipara saber mais sobre o documento Usos Múltiplos da Água, de autoria de João
Soito, em 2019.
Já no manual da ANA (2019), foram consideradas as seguintes categorias do uso da água:
Abastecimento humano urbano;1
Abastecimento humano rural;2
Abastecimento animal;3
Indústria de transformação;4
Mineração;5
Termoeletricidade;6
Irrigação.7
https://fgvenergia.fgv.br/sites/fgvenergia.fgv.br/files/coluna_opiniao_maio_-_usos_multiplos_da_agua.pdf
Observe que nesta categorização foram considerados somente os usos que demandam a retirada
da água do ambiente natural e, por esta razão, não foram considerados usos como
hidroeletricidade, navegação, preservação do equilíbrio natural de comunidades aquáticas, entre
outros. Na imagem abaixo os indicadores de cada uma dessas categorias.
Imagem: Demandas de uso da água no Brasil no ano de 2017,
por setor (%) e total sem considerar a evaporação dos
reservatórios. Fonte adaptada de: (ANA, 2019).
A figura acima mostra que, no ano de 2017, a maioria do uso das águas no Brasil, foi
concentrado na área agrícola (irrigação e uso animal), com um total de 60 %. Essa é uma
tendência mundial, em que boa parte do uso da água está focado na produção agropecuária. O
uso residencial urbano e rural, soma 25,5 %. É importante realçar que a água consumida no
meio urbano se origina nas áreas não urbanas (rural e áreas de preservação) e, portanto,
preservar as áreas de mananciais e nascentes, bem como proporcionar a correta gestão dos
corpos hídricos, é de grande interesse para a população em geral. 
Por isso, em áreas rurais e urbanas, deve ser seguido o Código Florestal Brasileiro,
regulamentado pela  Lei 12.651/2012, que estabelece, entre outros aspectos, os critérios para
preservação de nascentes e corpos d´água presentes em áreas públicas ou privadas. 
Desta forma, a regulamentação das águas no Brasil passa por uma série de critérios e normas,
fato que exige uma visão multi e transdisciplinar daqueles que trabalham com o tema, nas suas
diferentes vertentes e, a partir de agora, você faz parte desse time!
Clique aqui para saber mais sobre o Manual de usos consuntivos da água no Brasil,
elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA), em 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm
http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/central-de-publicacoes/ana_manual_de_usos_consuntivos_da_agua_no_brasil.pdf
Reflita: O que tem a ver o saneamento com o desenvolvimento de um país?
Tudo! O saneamento básico influencia diretamente no desenvolvimento de um
país. Segundo o ITB, "ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser
chamado de país desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos
levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde infantil
com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do
turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos
rios e preservação dos recursos hídricos etc."
Na próxima aula vamos conhecer as doenças relacionadas à falta de saneamento básico.
Até lá!
Objetivos de aprendizagem
Introdução
Olá! Nesta aula falaremos do nexo saúde e saneamento básico. Serão apresentadas as principais
doenças de veiculação hídrica, bem como a relação que existe entre o índice do desenvolvimento
Tópico 2 de 5
1.2 Relação entre a água e a saúde humana
Reconhecer a relação entre água e saúde.1
Identificar as principais doenças propagadas em águas contaminadas.2
Compreender como a falta de saneamento básico compromete o desenvolvimento
do indivíduo e da sociedade.
3
humano de um local, com o acesso da sua população aos serviços de saneamento básico. Bons
estudos!
A in�uência do saneamento básico no desenvolvimento do
indivíduo e da sociedade
Como vimos na aula anterior, a falta de saneamento básico pode comprometer o futuro e a
qualidade de vida das pessoas contaminadas. Vamos observar agora como isso afeta diretamente
no desenvolvimento do indivíduo e da sociedade à sua volta.
Podemos observar essa relação no Brasil representada no gráfico abaixo, que compara o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) e o acesso ao esgotamento sanitário nos estados
brasileiros.
A relação é simples: quanto melhor for o atendimento por serviços de
saneamento, maior é o desenvolvimento e a saúde da população de um
país.
Gráfico: A relação entre IDH e acesso da população ao esgotamento sanitário, com dados
relativos aos estados e ao Distrito Federal. Autoria: Wilson Tadeu Lopes da Silva. Base dos dados:
IDH – IBGE e Acesso da população ao esgotamento sanitário – IBGE Atlas de Saneamento
Além de observamos a relação do IDH e o acesso ao esgotamento sanitário,  também
conseguimos notar a grande diferença, tanto no Índice de Desenvolvimento Humano quanto na
porcentagem da população, que possui a coleta de esgoto sanitário, entre os estados brasileiros.
Em 2019, o Ministério da Saúde identificou mais de 273 mil internações por doenças de
veiculação hídrica no país. Crianças com falta de saneamento básico são mais suscetíveis a
doenças diarreicas e verminoses, o que leva a uma menor capacidade de aprendizado escolar,
comprometendo o futuro desta pessoa. As mulheresficam sobrecarregadas, pois, geralmente,
cuidam das pessoas doentes em suas casas.
Podemos concluir que a falta de saneamento básico afeta diretamente o indivíduo. Pessoas que
convivem com a falta de saneamento básico tendem a ficar mais doentes, reduzindo a sua
capacidade de estudar, trabalhar e produzir, o que, por consequência, as mantêm em um ciclo de
pobreza.
https://cidades.ibge.gov.br/
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=280933
Clique aqui para saber mais sobre o INSTITUTO BRASILEIRO GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA (IBGE), 2021. Atlas de saneamento: abastecimento de água e esgotamento
sanitário. Rio de Janeiro : IBGE. 190 p.
 
Como acontece a contaminação pela água?
Agora que entendemos que o saneamento está diretamente ligado à qualidade de vida do
indivíduo, vamos entender como acontece a contaminação através da água. 
Existem dois tipos de contaminação:
Veja na imagem abaixo como cada uma ocorre.
Direta. 
Indireta.
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101885
A relação entre água contaminada e doenças nem sempre é clara para populações rurais e/ou
isoladas. Por isso, é preciso trabalhar com o saneamento básico nas populações isoladas com
paciência, destacando a ligação clara com a saúde do indivíduo e seu entorno, bem como, de
maneira indireta, explicando o porquê de evitar que os corpos d’água sejam contaminados. 
Confira a seguir algumas doenças de veiculação hídrica mais comuns e seus efeitos prejudiciais
à saúde.
Principais doenças transmitidas pela água contaminada
Assista ao vídeo a seguir para conhecer as doenças que podem ser transmitidas por água
contaminada.
 É importante destacar que a informação deve ser apresentada com linguagem adequada e
em acordo com as características culturais e educacionais do público-alvo.
Agora que você já entendeu a ligação da saúde com a água contaminada e as doenças que ela
transmite, vamos conhecer a seguir quais são os parâmetros para considerar uma água de boa
qualidade na próxima aula. Até lá!
Para saber mais acesse aos materiais complementares abaixo.
Principais doenças transmitidas pela água contaminada
https://www.youtube.com/watch?v=pFxr8lh89UM
Hepatite A: Clique aqui.
Cólera: Clique aqui.
Febre tifoide: Clique aqui.
Leptospirose: Clique aqui.
Rotavírus: Clique aqui.
Giardíase: Clique aqui.
 Esquistossomose: Clique aqui.
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7372-hepatite-a
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7370-colera
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7614-febre-tif%C3%B3ide
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7429-leptospirose
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7644-rotav%C3%ADrus
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7621-giard%C3%ADase#:~:text=Descri%C3%A7%C3%A3o%3A%20Infec%C3%A7%C3%A3o%20causada%20pelo%20protozo%C3%A1rio,as%20fezes%20de%20pessoas%20infectadas
https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7432-esquitossomose
Objetivos de aprendizagem
Introdução
Olá! Após você ter aprendido a importância do saneamento básico para a saúde da população e os
múltiplos usos da água, vamos conhecer agora quais são os parâmetros que classificam a
qualidade das águas naturais. Bons estudos!
Tópico 3 de 5
1.3 Qualidade da água: parâmetros físicos, químicos e
biológicos
Identificar os principais grupos de parâmetros que classificam a qualidade da água.1
Reconhecer os parâmetros físicos, químicos e biológicos que caracterizam a água.2
O que determina a qualidade da água?
Assista ao vídeo a seguir e entenda o que difere a água limpa de outra contaminada.

Qualidade da água: parâmetros físicos, químicos e biológi…
Qual a diferença visual entre água limpa e água contamin…
A apresentação dos parâmetros baseou-se em um texto publicado no Portal Tratamento
de Água, com autorização do sítio eletrônico.
https://www.youtube.com/watch?v=SfiPdKBlgNg
https://www.youtube.com/watch?v=j_w8jSswSbQ
Como vimos no vídeo, muitas vezes não conseguiremos definir se a água é adequada para o
consumo, simplesmente fazendo a análise a olho nu, pois existem diversos fatores invisíveis
aos nossos sentidos que devemos considerar. 
Parâmetros da qualidade da água
Os principais indicadores de qualidade da água serão discutidos a seguir, separados sob os
aspectos físicos, químicos e biológicos. Entenda cada um deles a seguir.
 Os teores máximos permitidos de cada parâmetro dependerão do uso a ser dado à água
não serão apresentados.
Parâmetros Físicos
Clique em INICIAR e saiba mais detalhes de cada parâmetro a seguir.
Temperatura
É a medida da intensidade de calor. É um parâmetro importante, pois, influi em
algumas propriedades da água (oxigênio dissolvido, densidade, viscosidade), com
reflexos sobre a vida aquática. A temperatura pode variar em função de fontes naturais
(energia solar) e fontes antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento
de máquinas).
1
Sabor e odor
Esses podem resultar de causas naturais (algas; vegetação em decomposição;
bactérias; fungos; compostos orgânicos e compostos inorgânicos, tais como gás
sulfídrico, sulfatos, ferro etc.) e artificiais (esgotos domésticos e efluentes
industriais). 
2
Turbidez
Mede a transparência da água. A turbidez ocorre pela presença de matéria em
suspensão (partículas e coloides) na água, como argila, silte, substâncias orgânicas
finamente divididas, organismos microscópicos e outras partículas, que espalham a
luz. Águas com turbidez possuem uma aparência leitosa para opaca, dependendo do
material e da concentração do contaminante. A turbidez pode proporcionar cor
aparente à água. A medida é realizada por um equipamento chamado Turbidímetro,
que mede o espalhamento da luz, cuja escala é realizada pela Unidade Neferométrica
de Turbidez (NTU).
3
Cor
Imagens: [1] Água com cor aparente verde pela presença de algas, [2] Água com cor aparente
marrom pela presença de argila e slite, [3] Vinho é um bom exemplo de líquido com cor
verdadeira. Note que o líquido é transparente (não tem turbidez), mas somente cor.
É definida de duas maneiras, aparente e verdadeira.
• Cor Aparente: resulta da existência, na água, de substâncias em suspensão e/ou
em solução, este parâmetro simula o que os nossos olhos veem. Geralmente é
causada pela presença de materiais suspensão, como argila e silte (barro),
matéria orgânica em suspensão e dissolvida (principalmente de restos vegetais,
micro-organismos e algas), pelas algas ou pela introdução de esgotos
industriais e domésticos.
• Cor Verdadeira: resulta da existência, na água, de substâncias em solução e
pode ser causada pelo ferro ou manganês dissolvidos, bem como de matéria
orgânica dissolvida oriunda da decomposição de materiais vegetais ou esgoto.
Para a análise de cor verdadeira, a água deve passar por um filtro de 0,45 µm de
espessura, para retirar qualquer sólido suspenso e só então a água é analisada.
Padrão de potabilidade: intensidade de cor inferior a 5 unidades de cor
verdadeira.
4
Sólidos
Sólidos em suspensão: resíduo que permanece num filtro de asbesto após filtragem da
amostra. Podem ser divididos em:
• Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período de repouso da amostra e
são muito importantes no acompanhamento dos processos de tratamento de
água e esgoto.
• Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidos por processos de
coagulação, floculação e decantação.
• Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a
matéria em solução ou em estado coloidal presente na amostra de efluente.
Também podem ser removidos por processos de coagulação seguido de
decantação.
5
Condutividade elétrica
Capacidade que a água possui de conduzir corrente elétrica. Este parâmetro está
relacionado com a presença de íons dissolvidos na água, que são partículas carregadas
eletricamente (oriundos de sais, ácidos e bases). Quanto maior for a quantidade de
íons dissolvidos, maior será a condutividade elétrica na água. É uma forma indiretade
medir a salinidade da água.
6
Parâmetros Físicos
Resumo:
1. Temperatura.
2. Sabor e odor.
3. Turbidez.
4. Cor.
5. Sólidos.
6. Condutividade elétrica.
Parâmetros Químicos
Clique em INICIAR e confira os parâmetros químicos da água.
pH (Potencial Hidrogeniônico)
Representa o equilíbrio entre íons H+ e íons OH- na água.
Varia de 7 a 14.
Indica se uma água é ácida (pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH
maior do que 7). 
O pH da água depende de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado
pela introdução de resíduos. Baixo valor de pH representa uma água corrosiva. Águas
com valores elevados de pH, tendem a formar incrustações nas tubulações. A vida
aquática é sensível ao pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.
1
Alcalinidade
Causada por sais alcalinos, principalmente carbonatos e bicarbonatos de sódio e
cálcio; mede a capacidade de a água neutralizar os ácidos; em teores elevados, pode
proporcionar sabor desagradável à água, tem influência nos processos de tratamento
da água.
2
Dureza
Resulta da presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magnésio), ou
de outros metais bivalentes, em menor intensidade. Em teores elevados; causa sabor
desagradável e efeitos laxativos, reduz a formação da espuma do sabão e provoca
incrustações nas tubulações e caldeiras. Classificação das águas, em termos de dureza
(em carbonato de cálcio - CaC03):
Menor que 50 mg/L CaC03 – água mole
Entre 50 e 150 mg/L CaC03 – água com dureza moderada
Entre 150 e 300 mg/L CaC03 – água dura
Maior que 300 mg/L CaC03 – água muito dura
3
Cloretos
Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do
mar; podem, também, advir dos esgotos domésticos ou industriais; em altas
concentrações, conferem sabor salgado à água ou propriedades laxativas.
4
Ferro e Manganês
Geralmente estão presentes em águas de fontes subterrâneas. Podem originar-se da
dissolução natural de compostos do solo ou de despejos industriais. Causam coloração
avermelhada à água, no caso do ferro, ou marrom, no caso do manganês, manchando
roupas e outros produtos industrializados. Conferem sabor metálico à água. As águas
ferruginosas (com ferro) favorecem o desenvolvimento das ferrobactérias, que
causam maus odores, coloração à água e obstruem as canalizações.
5
Nitrogênio
O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas: molecular (N2), amônia
(NH3), amônio (NH4+), nitrito (NO2-), nitrato (NO3-) e N- orgânico, sendo um
elemento indispensável ao crescimento de algas mas, em excesso, pode ocasionar um
exagerado desenvolvimento desses organismos, fenômeno este chamado de
eutrofização.
O nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia, que é representada pela alta
concentração de hemoglobina oxidada no sangue, a qual perde a capacidade de
transportar oxigênio para o organismo. O excesso de nitrato na água é também um
possível fator para risco de câncer. Já a amônia é tóxica aos peixes e é oriunda da
degradação microbiológica da matéria orgânica presente nos sedimentos dos corpos d
´água.
A principal fonte de materiais nitrogenados na água (com exceção do N2) é a matéria
orgânica em decomposição, principalmente esgotos não tratados, excrementos
animais e a lixiviação de fertilizantes da área agrícola. 
6
Fósforo
Encontra-se na água nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo orgânico. É um
elemento essencial para o crescimento de algas mas, em excesso, na presença de
compostos nitrogenados, causa a eutrofização. 
Suas principais fontes são: dissolução de compostos do solo; decomposição da
matéria orgânica, esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, detergentes e
excrementos de animais.
7
Fluoretos
Os fluoretos têm ação benéfica de prevenção da cárie dentária, entretanto, em
concentrações mais elevadas, podem provocar alterações da estrutura óssea ou a
fluorose dentária (manchas escuras nos dentes). É um parâmetro importante para
qualidade de águas de abastecimento urbano.
8
Oxigênio Dissolvido (OD)
É indispensável aos organismos aeróbios e à qualidade ambiental de corpos d´água
superficiais. A água, em condições normais, contém oxigênio dissolvido, cujo teor de
saturação depende inversamente da altitude e da temperatura. Águas superficiais com
baixos teores de oxigênio dissolvido, indicam decomposição microbiológica de
matéria orgânica, com consequente redução do oxigênio dissolvido. Dependendo da
capacidade de autodepuração do manancial, o teor de oxigênio dissolvido pode
alcançar valores muito baixos, ou zero, extinguindo-se os organismos aquáticos
aeróbios, como os peixes, por exemplo. 
Em sistemas eutrofizados¹, é comum o teor de oxigênio chegar a valores próximos de
zero, pois as algas, apesar de produzirem oxigênio durante o dia, consomem o
oxigênio da água à noite. Por isto que, geralmente, a mortandade de peixes em corpos
eutrofizados ocorre no final da madrugada. 
Geralmente o oxigênio dissolvido é medido por equipamentos chamado de oxímetros
ou em sondas multiparâmetros. A unidade de medida é em miligramas por litro
9
(mg/L). Como a capacidade de dissolução do oxigênio pela água depende da
temperatura e altitude e caso se tenha estas informações, é possível expressar
também a concentração na forma de porcentagem (%) da concentração de saturação
do oxigênio para aquela condição.
 
¹Eutrofização é o processo de poluição de corpos d´água, como rios e lagos, [...] ficando com
níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a morte de diversas espécies
animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para os ecossistemas aquáticos. O problema da
eutrofização tem como ponto de partida o acúmulo de nutrientes dissolvidos na água. Corpos d
´água naturais possuem baixos níveis de nutrientes dissolvidos, limitando o desenvolvimento
de produtores, especialmente as algas. Fonte: Departamento de Ecologia da USP. Autor:
Roberto Langanke. 
Matéria orgânica
A matéria orgânica da água é necessária aos seres heterótrofos (não fazem
fotossíntese), na sua nutrição, e aos autótrofos (fazem fotossíntese ou
quimiossíntese), como fonte de nutrientes inorgânicos (principalmente N e P) e de
carbono. 
Em grandes quantidades, no entanto, podem causar alguns problemas, como: cor,
odor, turbidez e consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores.
O consumo de oxigênio é um dos problemas mais sérios do aumento do teor de
matéria orgânica, pois provoca desequilíbrios ecológicos, podendo causar a extinção
dos organismos aeróbios. Geralmente, são utilizados dois indicadores do teor de
matéria orgânica na água: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda
Química de Oxigênio (DQO).
10
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
É a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica por ação de
bactérias aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que seria
necessário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a matéria orgânica
presente em um líquido (água ou esgoto). A DBO5,20 é determinada em laboratório,
observando-se o oxigênio consumido em amostras do líquido, durante 5 dias, à
temperatura de 20 °C. A unidade de medida é mg O2/L (miligramas de O2 dissolvido
por litro). A DBO, assim como a DQO, são parâmetros muito importantes para
avaliação de uma estação de tratamento de efluentes, como o esgoto, por exemplo.
11
Demanda Química de Oxigênio (DQO)
É a quantidade de oxigênio necessária à oxidação de toda matéria orgânica e outros
materiais reduzidos (sulfetos, Fe(II), Amônio, Nitrito etc.), por meio de um agente
químico oxidante. A DQO também é determinada em laboratório, em prazo muito
menor do que o teste da DBO. A unidade de medida é a mesma utilizada para a DBO
(mg O2 / L). Para uma mesma amostra, a DQO sempre é maior ou igual à DBO.
12
Componentes inorgânicos
Alguns componentes inorgânicos da água, entre eles os chamados “metais pesados”,
são tóxicos ao homem:cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre e zinco. Além
dos metais, pode-se citar o arsênio e os cianetos. Esses componentes, geralmente, são
incorporados à água por características naturais ou por meio de despejos industriais
ou a partir das atividades agrícolas, de garimpo e de mineração. Cada elemento tem o
seu teor máximo permitido, geralmente na faixa de miligramas por litro (mg/L) ou
menos, dependendo da destinação da água.
13
Componentes orgânicos sintéticos
Alguns componentes orgânicos da água são resistentes à degradação biológica,
acumulando-se na cadeia alimentar; entre esses, citam-se os agrotóxicos,
medicamentos e outros produtos químicos, os quais são tóxicos. A concentração
limite depende de cada substância, sendo que os limites máximos geralmente são
muito baixos e variam na faixa de miligramas por litro e até em nanogramas por litro
(ng/L), dependendo da toxicidade da substância.
14
Parâmetros Químicos
Resumo:
1. pH
2. Alcalinidade.
3. Dureza.
4. Cloretos.
5. Ferro e Manganês.
6. Nitrogênio.
7. Fósforo.
8. Fluoretos.
9. Oxigênio dissolvido (OD).
10. Matéria orgânica.
11. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
12. Demanda Química de Oxigênio (DQO).
13. Componentes inorgânicos.
14. Componentes orgânicos sintéticos.
Parâmetros Biológicos
Clique em INICIAR e confira os parâmetros biológicos da água.
Coliformes totais
São indicadores de presença de bactérias na água oriundos do trato intestinal de
animais, sendo indicadores de contaminação por esgoto e fezes. São divididos em
coliformes totais e coliformes termotolerantes. Analiticamente, sua diferença reside
na capacidade de sobreviver ou não a temperaturas maiores que 44,5 °C por 24h, serem
gram-negativas, fermentar a lactose e gerar gás no processo.
Os coliformes totais são bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos,
não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença
de sais biliares ou agentes tensoativos, que fermentam a lactose com produção de
ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5 °C em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade
da enzima ß - galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos
gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros
e espécies pertençam ao grupo.
A presença de coliformes totais na água não indica, necessariamente, que as bactérias
sejam patogênicas (transmissoras de doenças para o ser humano). A unidade de
medida utilizada é o número mais provável por 100 mL (NMP/100 mL) ou a unidade
formadora de colônias por 100 mL (UFC/100 mL).
1
Coliformes termotolerantes
Os coliformes termotolerantes correspondem a um subgrupo das bactérias do grupo
coliforme e que sobrevivem à temperatura de 44,5 °C por 24 h. São micro-organismo
patogênicos, sendo a Escherichia coli (E-coli) a principal representante. No entanto,
existem também as bactérias dos grupos da Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, entre
outras, de origem exclusivamente fecal. A E-coli é considerada como o indicador mais
específico de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos
patogênicos. Por ser a mais importante, a legislação permite que a E-coli seja utilizada
como único indicador de coliformes termotolerantes. Da mesma forma que os
coliformes totais, a unidade de medida utilizada é o número mais provável por 100 mL
(NMP/100 mL)ou a unidade formadora de colônias por 100 mL (UFC/100 mL).
2
Helmintos e protozoários
Os vermes, geralmente chamados de helmintos como a Ascaris lumbricoides (Lombriga)
e a Schistosoma (promotor da esquistossomose ou barriga d´água); e os protozoários
como a Giardia lamblia (promotor da Giardíase) são seres que devem ser observados na
qualidade da água para fins de abastecimento humano, bem como em água para
irrigação de alimentos que sejam consumidos crus. Na água para consumo humano,
deve-se haver ausência total.
3
Algas
As algas desempenham um importante papel no ambiente aquático, sendo
responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio dissolvido na água. Em
grandes quantidades, trazem inconvenientes: sabor e odor; toxidez, turbidez e cor;
formação de massas de matéria orgânica que, ao serem decompostas, provocam a
redução do oxigênio dissolvido, corrosão e interferência nos processos de tratamento
da água levando a aspecto estético desagradável. Em sistemas muito eutrofizados, a
presença de algas pode reduzir drasticamente a quantidade de oxigênio dissolvido na
água no período noturno.
Algumas algas, conhecidas como cianofíceas ou cianobactérias (algas azuis),
produzem substâncias tóxicas conhecidas como cianotoxinas quando se sentem
atacadas. As cianotoxinas comprometem a vida aquática e a todos com ligação com
ela. Algumas destas são neurotoxinas bastante potentes e outras são tóxicas,
principalmente para o fígado, sendo que há, ainda, aquelas que podem ser irritantes
ao contato.
4
Devido aos grandes problemas que as algas podem trazer nos corpos d´água e no
abastecimento, seu crescimento deve ser limitado, eliminando-se o despejo de esgoto
não tratado, resíduos animais e fertilizantes. No caso dos fertilizantes, é fundamental
a preservação da vegetação próxima aos corpos d'água, segundo o que prega o Código
Florestal Brasileiro (Lei nº 12.665, de 25 de maio de 2012). 
Agora que entendemos os parâmetros que medem a qualidade da água, vamos conhecer os
conceitos básicos do tratamento de efluentes e da água de abastecimento na próxima aula. Até
lá!
Para saber mais, clique nos materiais complementares abaixo.
Parâmetros Biológicos
Resumo:
1. Coliformes totais.
2. Coliformes termotolerantes.
3. Helmintos e protozoários.
4. Algas
Clique aqui para saber mais sobre a qualidade da água no site Tratamento da água, data de
acesso: 22/03/2022.
Clique aqui para saber mais sobre a Lei nº 12.665, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa e dá outras providências. 
Clique aqui para saber mais sobre o Manual Prático de Análise de Água da FUNDAÇÃO NACIONAL
DE SAÚDE – FUNASA. 2013. 
https://tratamentodeagua.com.br/artigo/qualidade-da-agua/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm
http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agua_2.pdf
Objetivos de aprendizagem
Introdução
Olá! Nesta aula vamos conhecer as etapas e os processos que ocorrem durante o tratamento de
efluentes, bem como as etapas e processos da água para abastecimento – que possui
características próprias. Bons estudos!
Tópico 4 de 5
1.4 Conceitos básicos do tratamento de água e
e�uentes
Reconhecer como ocorre o tratamento do esgoto, nas suas principais etapas.1
Identificar as principais etapas do tratamento do esgoto.2
Conceitos básicos do tratamento de água e e�uentes
https://www.youtube.com/watch?v=Im5oZ7WAk-s
Etapas do tratamento de e�uente
Primeiramente, vamos definir a palavra tratamento como a remoção de impurezas da água. O
efluente (como o esgoto, por exemplo), para ser tratado, pode passar por diversas etapas, que
ocorrem em sequência, dependendo da qualidade original do líquido e da qualidade final
desejada no pós-tratamento. 
O tratamento de efluentes pode ser dividido em quatro níveis: 
Pré-tratamento.1
Tratamento primário.2
Tratamento secundário.3
Tratamento terciário.4
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os quatro níveis de um tratamento de efluentes
completo.
Conseguimos observar no vídeo que, a cada nível, muitos processos importantes auxiliam no
tratamento de efluentes. Vamos recapitular alguns deles na tabela abaixo.
Principais etapas no tratamento de efluentes
Pré-tratamento
Etapas do tratamento de esgoto
https://www.youtube.com/watch?v=RN1eJWmgM2w
Principais etapas no tratamento de efluentes
Retira os materiais mais grossos presentes no líquido, por meio de:
Gradeamento.
Desarenadores.
 Tratamento primário
Utiliza processos físico-químicos para remoção de sólidos,por meio de:
Decantação.
Flotação.
 
Tratamento secundário
Principais etapas no tratamento de efluentes
Os micro-organismos se alimentam da matéria orgânica que pode ser
decomposta presente no efluente, produzindo biomassa microbiana,
matéria orgânica solúvel e gases, por meio de:
Sistemas aeróbios (micro-organismos precisam de oxigênio para
promover o tratamento).
Sistemas anaeróbios (micro-organismos trabalham na ausência de
oxigênio).
Nos processos secundários, diversos micro-organismos especializados
trabalham para degradar a matéria orgânica, desde o seu estado mais
complexo até a produção de moléculas simples, como o dióxido de
carbono e Metano, por exemplo. Na imagem abaixo, há um exemplo
esquematizado das principais etapas fermentativas no processo
anaeróbio.
Esquema simplificado com as principais etapas de degradação biológica da matéria orgânica em
um sistema anaeróbio.
Tratamento terciário
Também conhecido como “processos avançados”, faz a remoção de
nitrogênio, fósforo e outros contaminantes, por meio de:
Fitorremediação (com o uso de plantas).
Processos químicos (desnitrificação, oxidação, colunas de troca etc).
Filtração por membranas e osmose reversa.
 
Processo de Desinfecção
Para atingir os parâmetros de lançamento, do ponto de vista
microbiológico, muitas vezes, após o tratamento secundário ou terciário,
é realizado um processo de desinfecção, geralmente por meio de:
Adição de cloro ativo.
Ozonização.
 
Clique aqui para saber mais sobre Processos de tratamento de esgoto: guia do profissional em
treinamento, nível 1. Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento
Ambiental – Nucase. 2008.
Tratamento de água para abastecimento
https://antigo.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/recesa/processosdetratamentodeesgoto-nivel1.pdf
Agora que você conheceu as principais etapas do tratamento de efluentes, vamos entender o
tratamento de água para abastecimento público, que segue os mesmos princípios, porém,
contém características próprias. 
É importante destacar que a complexidade do tratamento da água para abastecimento,
dependerá diretamente da qualidade da água bruta. Assim, a água subterrânea com turbidez
abaixo de 5 NTU, e sem contaminantes pode ser distribuída somente com a desinfecção por
cloro. Já águas oriundas de corpos superficiais “classe 3”, devem ser tratadas em diversas etapas
para alcançar um padrão mínimo de potabilidade.
Observe na tabela abaixo as etapas do tratamento de água para abastecimento vindo de águas
superficiais.
 Os parâmetros de controle estão descritos na Portaria GM/MS Nº888, de 4 de maio de
2021.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-888-de-4-de-maio-de-2021-318461562
Principais etapas no tratamento de água para abastecimento
1- Pré-tratamento
Igualmente ao que ocorre com o tratamento de esgoto, as águas
brutas superficiais devem passar por um processo de gradeamento e
desarenação, para retirada de materiais mais grosseiros.
2- Coagulação e Floculação
Ocorre pelo uso de produtos químicos chamados de coagulantes
(cloretos ou sulfatos de ferro ou alumínio) e de floculantes
(polímeros orgânicos). Nestas etapas, os materiais sólidos
aumentam de tamanho, formando partículas maiores (flocos), que
serão removidos na etapa posterior.
3- Remoção dos sólidos (Flotação e Decantação)
Os flocos de menor densidade são arrastados para a fase superior da
coluna d'água, enquanto os materiais mais densos se depositam no
fundo dos decantadores.
4- Filtração
Após a decantação, a água passa por filtros de areia ou outros mais
específicos, para atingimento da turbidez necessária e remoção
adicional de alguns microcontaminantes.
Principais etapas no tratamento de água para abastecimento
5- Desinfecção
A água, já limpa, é desinfetada pelo uso de cloro ativo (geralmente
hipoclorito ou gás cloro). Nesta etapa, todos os micro-organismos
patogênicos devem ser removidos.
É interessante o uso do cloro ativo, porque possui um efeito residual,
desinfetando também as tubulações de água da estação de
tratamento até a residência.
6- Fluoretação
Adição de fluoreto na água para evitar cáries. Utilizado somente nas
áreas urbanas. 
Clique aqui e assista ao vídeo para saber como funciona a Estação de Tratamento de Água
(ETA).
Geralmente, águas subterrâneas passam por processos mais simplificados devido à boa
qualidade original. Entretanto, existem casos de águas subterrâneas apresentarem
características de águas salobras, e nesses casos, é necessária a remoção do excesso de sais,
pelo uso de um sistema conhecido como osmose reversa, sendo muito comum o seu uso em
poços presentes no semiárido nordestino. É um sistema caro com operação e manutenção
especializada.
Imagem: Sistema de osmose reversa para retirar sais da água. Fonte:
Globo, 2021.
Observando as informações acima, podemos entender que os corpos hídricos superficiais
precisam de mais etapas de tratamento do que a água subterrânea, que já passou pelo filtro
natural do solo até ficar armazenada em aquíferos.
Em áreas rurais e isoladas, têm sido adotados os sistemas de filtração lenta com o uso de areia
ou zeólitas (um tipo de mineral com estrutura porosa), que podem ser muito eficientes na
remoção de turbidez, desde que bem-operados e com as manutenções em dia. 
https://www.youtube.com/watch?v=cWBSF0VyiMI
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/blog/viver-noronha/post/2021/02/09/obra-para-ampliar-sistema-de-dessalinizacao-da-agua-e-autorizada-em-fernando-de-noronha.ghtml
Bons exemplos deste tipo de tecnologia são o Salta-Z, desenvolvido e disseminado pela Funasa e
representado na imagem abaixo e os sistemas de filtração lenta, em desenvolvimento na USP,
em São Carlos/SP.
Imagem: Solução Alternativa de Tratamento de Água
(SALTA-z). Fonte: Funasa, 2017.
https://repositorio.funasa.gov.br/bitstream/handle/123456789/476/Manual%20da%20SALTA-z%20WEB.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Clique aqui para saber mais sobre filtros lentos em escala domiciliar como alternativa de
tratamento de águas com risco microbiológico em comunidades isoladas.  
Clique aqui para saber mais sobre solução alternativa coletiva simplificada de tratamento de água
destinada ao consumo humano em pequenas comunidades (Salta-Z).
Agora que você entendeu como ocorre o tratamento de efluentes e o de água para
abastecimento, vamos entender os tipos de sistemas de tratamento de água e esgoto na próxima
aula. Até lá!
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-18102017-165857/pt-br.php
http://www.funasa.gov.br/documents/20182/99386/Nota_Informativa_SALTA-z.pdf/
Objetivos de aprendizagem
Tópico 5 de 5
1.5 Sistemas descentralizados de tratamento de água
e esgoto: conceito e características gerais
Reconhecer os sistemas centralizados e os descentralizados de tratamento de água
e esgoto, e suas características gerais;
1
Identificar os tipos de tratamento de esgoto em sistemas descentralizados;2
Reconhecer as normas brasileiras (NRR) 7229 e 13969 para o tratamento (tanque
séptico e filtro anaeróbio) e disposição final de esgoto (valas de infiltração e
sumidouros).
3
Introdução
Olá! Depois de conhecermos as etapas e os processos do tratamento de água e de efluentes,
vamos conhecer nesta aula os tipos de estações de tratamento, dos sistemas que são utilizados
nos centros urbanos e nas áreas rurais, as vantagens e desvantagens de cada um e as Normas
Brasileiras (NBR) que orientam o tratamento de esgoto, segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Bons estudos!
Estações de tratamento
Primeiramente, precisamos saber que existem as Estações de Tratamento de Água (ETAs) e as
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Vamos relembrar a seguir. 
Sistemas descentralizados de tratamento de água e esgo…
https://www.youtube.com/watch?v=QcZILd6NwYk
Clique no + para acessar ao conteúdo abaixo.
Estações de Tratamento de Água (ETAs) –
As Estações de Tratamento de Água (ETAs) são estruturas projetadase construídas para, por
meio de processos físicos e químicos, tornar a água captada de mananciais (superficiais ou
subterrâneos) adequada para o abastecimento da população (uso doméstico, industrial etc), de
acordo com critérios de potabilidade e os devidos usos.
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) –
Por sua vez, as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) são unidades operacionais que por
processos físicos, químicos e biológicos removem as cargas poluentes do esgoto, devolvendo ao
ambiente o produto final, efluente tratado, em conformidade com os padrões exigidos pela
legislação ambiental.
Tipos de sistemas das estações de tratamento
Veja as características gerais de cada um, a seguir.
Sistemas centralizados
As estações com sistemas centralizados, quando instaladas em cidades, são responsáveis pelo
tratamento da água e esgoto de um conglomerado maior de pessoas e atividades econômicas
Sistemas centralizados.1
Sistemas descentralizados.2
(comércios, serviços e indústrias). Geograficamente são instaladas em um mesmo território,
concentradas conforme o adensamento do local e são chamadas de sistemas centralizados.
Confira dois exemplos de sistemas centralizados:
Sistema centralizado: Estação de Tratamento de Esgoto –
ETE Barueri Sabesp, São Paulo (SP),  que trata esgoto de
parte da população da capital (5,8 milhões habitantes –
12.000 litros/segundo) Fonte: Governo do Estado de São
Paulo.
https://www.saopaulo.sp.gov.br/sala-de-imprensa/release/alckmin-inaugura-ampliacao-da-estacao-de-tratamento-de-esgotos-de-barueri/
Sistema centralizado: Estação de Tratamento de Água
Guandu, Rio de Janeiro (RJ),  a maior do mundo, segundo a
CEDAE (9 milhões de habitantes, 43.000 litros/segundo)
Fonte: CEDAE.
 
Sistemas descentralizados
Quando nos afastamos do ambiente urbano, podemos observar algumas mudanças. Confira
algumas abaixo:
Menor adensamento populacional.
Quantidade menor de pessoas necessitando de água.
Consequentemente, menores quantidades de esgoto gerados pelas atividades
humanas.
Maior distanciamento entre os pontos de consumo/geração de resíduos.
Entre outras características.
https://www.cedae.com.br/portals/0/livreto_guandu.pdf
A partir destas características, os sistemas de saneamento básico (de água e de esgoto) também
necessitam de adaptações para produzir água potável para consumo e tratar os efluentes
(esgoto) para retorno à natureza. As adequações abrangem a utilização de sistemas menores,
chamados de descentralizados, por se tratar de instalações que cumpram suas finalidades em
escala reduzida, em relação à área urbana, e geograficamente precisam ser distribuídas no
território. Tais sistemas, em geral, estão localizados na área rural ou periurbana.
Em resumo, o tratamento descentralizado é simplesmente a prática de instalar plantas (de
menor porte) de tratamento de água e efluentes no local da demanda. No caso do esgoto, os
sistemas de gerenciamento descentralizado são definidos como aqueles cuja coleta, o
tratamento e a disposição/reutilização de águas residuárias são realizadas próximas da fonte de
geração, sendo estruturas de menor escala.
Levando em conta as condições ambientais, socioculturais e econômicas do Brasil, os sistemas
simples para tratamento de esgotos são os que utilizam os processos mais naturais, reatores
menos mecanizados, e são mais fáceis de construir e de operar.
Observe alguns exemplos de sistemas descentralizados nas imagens a seguir.
Sistema descentralizado: Fossa Séptica Biodigestora para
tratamento de esgoto doméstico do vaso sanitário,
Embrapa, Ribeirão Claro (PR). Foto: Carlos Renato Marmo.
Sistema descentralizado: estação compacta de tratamento
de água. Fonte: Life saneamento.
 
Sistema descentralizado: estação compacta – Sisar
Ceará. Fonte: Sisar.
 
 
http://www.lifesaneamento.com.br/
http://www.sisar.org.br/
Sistema descentralizado: área alagada construída (Jardim
Filtrante) para tratamento de águas cinzas de residências
rurais. Foto: Wilson Tadeu Lopes da Silva.
Sistema descentralizado de tratamento de água: Salta-
z. Fonte: Chumbo grosso Manaus.
As unidades descentralizadas de tratamento de água possuem grande variabilidade em função
do tipo de manancial, podendo ser superficial ou subterrâneo. 
As situações mais comuns no dia a dia que utilizam sistemas descentralizados de tratamento de
esgoto, são para:
Os benefícios dos tratamentos descentralizados
No caso de mananciais superficiais (rios, córregos, represas e nascentes), as
instalações costumam ser mais complexas, pois necessitam remover sólidos
suspensos e dissolvidos da água, além da melhoria da qualidade biológica. 
Para mananciais subterrâneos (poços profundos, rasos etc.), geralmente o
tratamento da água é mais simplificado e menos estágios são necessários para
atender a legislação brasileira de potabilidade.
Banheiros situados em parques distantes do núcleo urbano.
Restaurantes e pontos de paradas de rodovias.
Ilhas e locais isolados.
Entre outros.
Pode eliminar os custos proibitivos de canalização para estações distantes, pela
localização das plantas serem perto da fonte de abastecimento de água ou geração
do esgoto.
1
https://chumbogrossomanaus.com.br/noticias-do-amazonas/sao-sebastiao-do-boto-e-a-primeira-comunidade-de-parintins-beneficiada-com-o-salta-z/
Por serem plantas adaptáveis, evitam os custos proibitivos de
grandes projetos e limitam o risco de paralisar
economicamente as plantas (projetos que se tornam obsoletos
antes da finalização do seu pagamento).
2
Permitem a operação fora da rede e com fontes alternativas, por necessitarem
menos energia.
3
Os projetos de menor escala podem eliminar negociações politicamente
desafiadoras e facilitar o controle local dos sistemas comunitários de tratamento de
água.
4
Ter um funcionamento simples é, sem dúvida, uma característica essencial para
qualquer sistema de tratamento de esgoto, já que em aspectos de uso, manutenção e
operação é fundamental para a eficácia da tecnologia no longo prazo.
5
Falando um pouco mais sobre o último benefício, a eficiência de um sistema, depende
diretamente da simplicidade da sua construção e da sua operação. Pois, independentemente do
sistema, ele terá sempre baixa eficiência se for mal construído e/ou maloperado. Por isso, é
necessário destacar a importância da simplicidade, como meio de alcançarmos uma maior
adequação à realidade e um melhor custo-benefício possível à utilização dessa tecnologia.
Quando falamos da utilização de sistemas individuais para soluções coletivas, não há um
consenso sobre a linha de separação, em termos de quantidades de contribuintes, entre o que se
configura como um sistema descentralizado (individual) ou centralizado (coletivo).
Além disso, há os chamados sistemas semicoletivos (ou clusters), que realizam o tratamento de
efluentes domésticos de um grupo de edificações em uma área próxima do ponto de geração.
Pela Resolução nº 377/2006 do CONAMA (Licenciamento Ambiental de Sistemas Simplificados
de Esgotamento Sanitário), ficam sujeitos a Procedimentos Simplificados de Licenciamentos:
As diferenças entre os sistemas centralizados e
os sistemas descentralizados de esgoto

ETEs de pequeno porte: que possuem vazão menor que 50 L/s ou até 50.000
habitantes. 
ETEs de médio porte: que possuem vazão menor que 400 L/s ou até 250.000
habitantes. 
Não se pode confundir simplicidade com: 
- descaso da e�ciência,  
- uso de materiais de má qualidade,  
- técnicas e processos construtivos descuidados, e  
- negligência na operação.
Baixe o documento para visualizar as principais diferenças entre os sistemas centralizados e os
descentralizados de tratamento de Esgoto.
Diferenças entre Sistemas Centralizados e Descentralizados de
Esgoto.pdf
161.8 KB
As vantagens e desvantagens de cada sistema de
tratamento de esgoto
Clique nas abas abaixo para visualizar as principais vantagens e desvantagens dos sistemas
centralizados e dos descentralizados de tratamento de esgoto.Sistema centralizado
Economias de escala em áreas densamente povoadas.
Elevada aceitação social.
Regulamentação consolidada.
Múltiplos níveis de qualidade de água possíveis.
Normalmente possui unidades para processamento da fase sólida.
Variações de vazão e carga de poluentes no esgoto são frequentemente absorvidas pelas
extensas redes coletoras.
VA N TA G E N S DE SVA N TA G E N S
https://articulateusercontent.com/rise/courses/7U_Nlg78ftB9rGGjubrQVm3weHfpJRL8/a0umFr8ab_14K5pl-Diferen%25C3%25A7as%2520entre%2520Sistemas%2520Centralizados%2520e%2520Descentralizados%2520de%2520Esgoto.pdf
Tratamento em níveis seguros para a saúde pública e qualidade do corpo receptor.
Baixo atendimento às populações periurbanas e rurais.
Alto custo de implantação.
Operação e manutenção normalmente complexas.
Pode ocorrer eutrofização no corpo receptor devido aos grandes volumes de efluentes
descartados.
Forte dependência do fornecimento de energia elétrica.
Deseconomias de escala são possíveis quando longas distâncias têm que ser cobertas.
Necessidade de renovação do sistema de coleta a cada 50-60 anos.
Sistema descentralizado
Atende áreas periurbanas, rurais e de baixa densidade populacional.
Redução de custos com transporte de esgoto.
Requisitos simples de operação e manutenção.
Potencial reuso de águas residuárias tratadas.
Utilização de sistemas com baixa demanda energética.
Possibilidade de construção gradativa do sistema (evita capacidade ociosa).
VA N TA G E N S DE SVA N TA G E N S
VA N TA G E N S DE SVA N TA G E N S
Promove o retorno das águas residuárias tratadas dentro da bacia de origem.
Tratamento em níveis seguros para a saúde pública e qualidade do corpo receptor.
Distribui o risco de falha a múltiplos subsistemas.
Manutenção inapropriada deixa o sistema altamente exposto a falhas.
Eficácia do sistema depende de programa de gestão intenso.
Ausência de regulamentação consolidada.
Instalação e gerenciamento de diversos sistemas pode ser uma tarefa difícil.
Usualmente não possui unidade de processamento da fase sólida.
Ampla variação de vazão e carga poluente no esgoto.
Tipos de tratamento descentralizados de esgoto
Antes de falarmos sobre as Normas Brasileiras relacionadas ao tratamento descentralizado,
clique nas cartas abaixo e entenda as definições de Fossa Séptica (Tanque Séptico), filtro
VA N TA G E N S DE SVA N TA G E N S
 É importante destacar que a análise da "vantagem" deve obviamente observar a
aplicabilidade de cada concepção do sistema à tomada de decisão técnica.
Não necessariamente a "desvantagem" de uma concepção fará com que a decisão seja a
substituição de um sistema, por exemplo, centralizado para descentralizado.
anaeróbio e processos anaeróbios.
Também conhecida como
Tanque Séptico, é um reator
anaeróbio de lodo passivo,
ou seja, separa
relativamente o lodo por
decantação; possui um �uxo
horizontal; na fase líquida,
tende à clari�cação e no
lodo sedimentado, ocorre a
É um reator de lodo ativo,
ou seja, a biomassa
permanece em contato com
a fase líquida, aderida a um
suporte onde se forma um
�lme biológico (micro
camada). Possui o �uxo
geralmente vertical
(ascendente ou
São e�cientes na remoção
de matéria orgânica e
Normas Brasileiras (NBRs) voltadas ao
tratamento descentralizado de esgoto
Agora que você já entende as definições acima, clique no + abaixo e veja os detalhes de cada NBR
que discorrem e orientam sobre Tanques Sépticos, filtros anaeróbios e a disposição final de
efluentes, tais como sumidouros e valas de infiltração.
NBR 7229 –
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 7229: Projeto, construção e operação
de sistemas de tanques sépticos, 1997.
Orientações sobre dimensionamento, projeto, aspectos construtivos e operação de tanques
sépticos (Fossas Sépticas).
Projeto “Receita de Bolo”:
Distâncias entre edificações, sumidouros, valas de infiltração, vegetação, poços, corpos
d´água etc.
Critérios de dimensionamento: número de pessoas, tipo de edificação, contribuição
diária de esgoto (litros/dia).
Aspectos construtivos: geometria, medidas mínimas, compartimentação, dispositivos
de entrada e saída, testes de estanqueidade.
Manutenção: remoção de lodo, disposição de lodo e escuma.
Tanque Séptico NBR 7229: corte.
sólidos suspensos; não
removem relativamente
muitos microrganismos
patogênicos e nutrientes
eutro�zantes; ocupam
pequenas áreas, produzem
pouco lodo não consomem
Fonte adaptada de: ABNT NBR 7229.
NBR 13969 –
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades
de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e
operação , 1997.
Pela leitura da norma, é possível entender como funcionam tais tecnologias, do ponto de
vista físico, químico e biológico, assim como quais orientações são recomendadas pela
ABNT para a implantação destes sistemas de tratamento de esgoto. 
A Norma ABNT 13969 dá a seguinte concepção para Sistemas Descentralizados: “Sistema
local de tratamento de esgotos configura-se como um sistema onde as distâncias entre as
fontes geradoras de esgotos, seu tratamento e disposição final são próximas entre si, não
necessitando normalmente de rede coletora externa, coletor-tronco, poços de visita,
emissários, elevatórias, etc.”, que corrobora com a parte introdutória deste texto.
Orientações sobre dimensionamento, projeto, aspectos construtivos e operação de Unidades
Complementares (subsequentes) aos Tanques Sépticos: filtros anaeróbios e disposição final
(valas de infiltração e sumidouros).
Projeto (“Receita de Bolo”):
Distâncias entre edificações, sumidouros, valas de infiltração, vegetação, poços, corpos
d´água, etc.
Critérios de dimensionamento: número de pessoas, tipo de edificação, contribuição
diária de esgoto (litros/dia).
Aspectos construtivos: geometria, medidas mínimas, compartimentação, dispositivos
de entrada e saída, testes de estanqueidade.
Manutenção: remoção de lodo, disposição de lodo e escuma.
Filtro anaeróbio NBR 13969.
Fonte adaptada de: ABNT NBR 13969.
 É importante destacarmos que as tecnologias das NBR 7229 e 13969 podem ser
projetadas e construídas para sistemas individuais (uma residência – rural ou urbana)
assim como clusters (sistemas semicoletivos) ou até mesmo sistemas coletivos
tradicionais, dependendo da situação. 
Lembre-se que a análise técnica é imprescindível para a decisão quanto ao tipo e projeto
de um sistema de tratamento de esgoto, seja coletivo, individual, centralizado ou
Disposição �nal do esgoto
O esgoto, após passar pelo Tanque Séptico e pelo filtro anaeróbio, necessita ter a disposição
final no ambiente. Na zona rural, pela NBR 13969, são recomendados e preconizados alguns
dispositivos e tecnologias conforme a imagem a seguir:
Esquema de concepção do arranjo entre Tanques Sépticos (TS), filtros anaeróbios e sistemas
de disposição final do efluente (esgoto tratado)
Fonte adaptada de: ABNT NBR 13969.
Disposição �nal do e�uente em Vala de In�ltração
descentralizado. Consulte sempre um engenheiro civil, ou um pro�ssional habilitado.
Fonte: Neo Ipsum.
A Vala de infiltração é um processo de disposição final do esgoto tratado, que consiste na
filtração do efluente através solo, onde ocorre a depuração devido a processos físicos (retenção
de sólidos) e bioquímicos (oxidação). Como utiliza o solo como meio filtrante, seu desempenho
depende grandemente das características do solo, assim como seu grau de saturação por água.  
Ela pode ser utilizada em locais com boa disponibilidade de área e com remota possibilidade
presente ou futura de contaminação do aquífero. Não é recomendado o seu uso onde o solo é
saturado de água, ou mesmo onde o lençol freático é superficial. 
Confira na imagem abaixo um esquema de Vala de infiltração.
Fonte adaptada de: ABNT NBR 13969.
Disposição �nal do e�uente em Sumidouro
Fonte: Desentupidora Sorocaba.
 A instalação da vala de in�ltração deve ser precedida por avaliação técnica,que levará
em consideração: características do solo, distância mínima do lençol freático (na pior das
situações – chuva), manutenção das condições da vala, distância mínima do poço de
captação de água etc.
Fique atento aos procedimentos construtivos apontados na norma tanto para as valas de
in�ltração quanto para os sumidouros. Consulte sempre um engenheiro civil ou um
pro�ssional habilitado para o projeto, construção, operação e manutenção dos sistemas.
Outra alternativa a ser considerada para a disposição final do efluente são os sumidouros, que
são poços escavados no solo, destinados à depuração final no nível subsuperficial. 
O sumidouro é a unidade de depuração e de disposição final do efluente de Tanque Séptico
verticalizado em relação à vala de infiltração. Com esta característica, seu uso é favorável
somente nas áreas onde o aquífero é profundo, onde possa garantir a distância mínima (exceto
areia) entre o seu fundo e o nível aquífero máximo. 
Observe no esquema abaixo um sumidouro com proteção e a distância mínima do aquífero.
Fonte: ABNT NBR 13969.
Agora que você aprendeu sobre os sistemas descentralizados e suas NBRs, vamos conhecer a
seguir informações a respeito do saneamento básico no contexto rural brasileiro. Até lá! 
 Se atente para os procedimentos construtivos apontados na norma tanto para as valas de
in�ltração quanto para os sumidouros. Consulte sempre um engenheiro civil ou um
pro�ssional habilitado para o projeto, construção, operação e manutenção dos sistemas.

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