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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA 15 – 1. Legislação Tributária. 1.1. Constituição 1.2. Emendas à Constituição. 1.3. Leis Complementares e Leis Ordinárias. 1.4. Medidas Provisórias e Leis Delegadas. 1.5. Tratados Internacionais e Decretos Legislativos. 1.6. Resoluções do Senado Federal. 1.7. Convênios do ICMS (CONFAZ). 1.8. Decretos e Normas Complementares. 1. Legislação Tributária: fontes do direito tributário O conceito de legislação tributária engloba todas as normas jurídicas que tratam de direito tributário. Assim, segundo o art. 96 do CTN, o enunciado “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Assim, a legislação tributária abrange tanto as normas constitucionais quanto as normas infralegais. Ou seja, o conceito de legislação tributária disposto no CTN é elástico e exemplificativo, enquanto o conceito de lei no mesmo código é mais restritivo e não compreende as normas infralegais, tais como decretos regulamentares e também as normas complementares estabelecidas pelo art. 100 do CTN. Com efeito, o sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais, conforme o art. 2° do CTN adaptado aqui a nossa realidade atual. Neste ínterim, a doutrina distingue os atos normativos primários ou fontes primárias e os atos normativos secundários ou fontes secundárias, que são subordinadas as fontes primárias e têm o papel de proporcionar uma maior eficácia na execução das fontes primárias. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br São fontes primárias do direito tributário todas as normas que têm o seu fundamento de validade retirado diretamente ou imediatamente da CF/88, a saber: (i) lei constitucional; (ii) leis complementares; (iii) leis ordinárias; (iv) leis delegadas; (v) medidas provisórias; (vi) tratados e convenções internacionais ratificados por decretos legislativos do Congresso Nacional; (vii) resoluções do Senado Federal; (viii) convênios do ICMS (CONFAZ). Estas fontes primárias são igualmente designadas de instrumentos primários, eis que são regras inaugurais do sistema jurídico, ao contrário das fontes secundárias ou instrumentos secundários, que têm hierarquia inferior à lei e devem obediência as fontes primárias. Portanto, são fontes secundárias do direito tributário todas as normas que têm o seu fundamento de validade retirado indiretamente ou mediatamente da CF/88, e diretamente das fontes primárias, a saber: (i) decretos regulamentares e (ii) normas complementares disciplinadas no art. 100 do CTN.. Por sua vez, a doutrina também distingue as fontes do direito tributário em fontes reais, formais e não-formais. As fontes reais ou materiais correspondem aos fatos geradores in concreto, isto é, a situação de fato ocorrida no mundo real descrita na hipótese de incidência da norma tributária. Vocês se lembram do quadro que fiz na aula 2 diferenciando fato gerador in concreto e fato gerador in abstrato (hipótese de incidência)? É o seguinte: Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Hipótese de incidência, Hipótese tributária e Pressuposto legal do tributo. Fato imponível, Fato jurídico tributário, Hipótese de incidência realizada e Facto tributário. Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato da vida) CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br Pois bem. O fato gerador in concreto é a fonte real do direito tributário. As fontes formais são as normas jurídicas que compõem o ramo do direito tributário, também divididas em principais e acessórias ou complementares. As fontes formais principais são as normas legais tributárias (+) mais o decreto regulamentar, ou seja, Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, tratados e convenções internacionais ratificados por decretos legislativos do Congresso Nacional, resoluções do Senado Federal, convênios do ICMS (CONFAZ) e decretos regulamentares. As fontes formais acessórias são as normas complementares estabelecidas no art. 100 do CTN, a saber: (i) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (ii) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (iii) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; (iv) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que não se confundem como os convênios do ICMS regulados pelo CONFAZ. As fontes não-formais são a doutrina e a jurisprudência. Passamos agora a analisar as fontes formais ou veículos introdutores de normas no direito tributário. 1.1. Constituição A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, norma das normas brasileiras, é o fundamento de validade de todas as demais normas que integram o nosso ordenamento, sendo considerado um complexo de normas inteiramente relacionadas, todas voltadas para garantir a finalidade que firmou o poder constituinte. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br Assim sendo, realçamos a premissa fundamental da hierarquia superior da rígida Constituição brasileira e sua consequente localização no topo do sistema normativo, sendo que as demais normas legislativas não podem subsistir validamente sem obedecer ao disposto no texto constitucional. Isto é, a CF/88 tem supremacia e força de lei superior em relação a todas as demais normas do sistema jurídico, estando às normas constitucionais localizadas no cume da pirâmide legislativa. Com efeito, ao interpretar a lei infraconstitucional de direito tributário, o intérprete deve conferir a esta um sentido compatível com o da Constituição, ou seja, não se pode ignorar o sentido das palavras estabelecidas no texto constitucional. Nesse rumo, conforme a leitura atenta dos arts. 145 a 156 da CF/88, facilmente verificamos a normatização constitucional de diversos temas de direito tributário, ao ponto dos estudiosos afirmarem que o texto constitucional trata a matéria tributária de forma analítica, singular e exaustiva, contemplando diversas normas jurídicas que limitam o exercício do poder tributário pelo Estado. Aproveitamos para enfatizar novamente que o texto constitucional não cria tributos, mas sim delineia o exercício da competência tributária pelos entes federativos. Por outro lado, os arts. 157 a 162 da CF/88 disciplinam a repartição de receitas tributárias. Deste modo, apesar de integrem o capítulo referente ao sistema tributário nacional, os citados dispositivos constitucionais são, na verdade, normas de direito financeiro, que, em concurso público, são cobradas em direito tributário, em virtude desta localização no texto constitucional. 1.2. Emendas à Constituição CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br As emendas constitucionais são de notável relevância no direito tributário, atualizando-o e adaptando este ramo do direito à realidade social brasileira. O procedimento de alteração no texto constitucional é previsto no art. 60 da CF/88, sendo realizado pelo denominado poderconstituinte reformador. Em razão deste dispositivo constitucional, afirmamos que a CF/88 é rígida, eis que exige para o seu procedimento de reforma um quorum de votação especial e superior ao exigido no processo de reforma das demais espécies normativas. As limitações constitucionais ao poder constituinte reformador são expressas e implícitas. As limitações expressas são divididas em circunstanciais, materiais e formais. As limitações expressas circunstanciais são estabelecidas no art. 60, §1°, da CF/88, dispondo que o texto constitucional não poderá ser emendado na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. As limitações expressas materiais são as chamadas cláusulas pétreas, dispondo a CF/88 que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (i) a forma federativa de Estado; (ii) o voto direto, secreto, universal e periódico; (iii) a separação dos Poderes e (iv) os direitos e garantias individuas. Neste ponto, destacamos que o STF compreende que o princípio da anterioridade é garantia individual do contribuinte e, por conseguinte, cláusula pétrea que não poder ter seu âmbito de incidência reduzido pelo poder constituinte reformador. Do mesmo modo, a imunidade tributária recíproca é limitação ao poder de tributar concretizadora do princípio federativo, sendo inconstitucional qualquer emenda reformadora que procure restringir tal imunidade (ADI 939). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br Já as limitações expressas formais são estabelecidas nos incisos I, II e III, do art. 60, bem como nos parágrafos 2º, 3º e 5º do mesmo artigo, a saber: (i) a Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (a) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (b) do Presidente da República; (c) de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros; (ii) a proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros; (iii) a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem; (iv) a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Por sua vez, o entendimento predominante é que existem também limitações implícitas ao poder de reforma constitucional, que são: (i) a impossibilidade de alteração do titular do poder constituinte originário (o povo) e do titular do poder constituinte reformador (Congresso Nacional); e a (ii) impossibilidade da supressão das limitações expressas ao poder de reforma. Realçamos que atualmente temos 57 emendas à Constituição e diversas destas emendas alteraram o direito tributário, por exemplo, as emendas constitucionais n° 3/93 (reserva de lei específica para os benefícios fiscais, constitucionalização da substituição tributária “pra frente” e modificações na competência tributária), n° 29/00 (constitucionalização da progressividade fiscal do IPTU), n° 33/01 (alterações diversas no sistema das contribuições tributárias e do ICMS-combustíveis), n°39/02 (criação da contribuição de iluminação pública), n° 41/03 (contribuição previdenciária de competência de todos os entes federativos) n° 42/03 (anterioridade nonagesimal como regra, alterações no ITR, IPVA e nas matérias da lei complementar tributária), dentre outras. 1.3. Leis Complementares e Leis Ordinárias CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br Assunto que é mais cobrado e recorrente em todas as provas é a matéria tributária reservada à lei complementar, isto é, os temas de direito tributário em que o texto constitucional expressamente afirma que devem ser estabelecidos por meio desta espécie legislativa. Então, de início, vamos logo saber quais são estes temas relevantes para os concursos públicos: (i) Cabe à lei complementar dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 146, I); (ii) Cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II); (iii) Cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; (b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. (d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239 (art. 146, III); (iv) A lei complementar que deve tratar da definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (a) será opcional para o contribuinte; (b) poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (c) o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (d) a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes (art. 146, parágrafo único); (v) Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo (Art. 146-A); (vi) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio da anterioridade (Art. 148); (vii) A União poderá instituir mediante lei complementar, impostos e contribuições residuais, desde que sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (Art. 154, I c/c art. 195, §4°); (viii) No ITCMD, o Estado ou o Distrito Federal terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: (a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; (b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (art. 155, §1°, III). (ix) Em relação ao ICMS, cabe à lei complementar: (a) definir seus contribuintes; (b) dispor sobre substituição tributária; (c) disciplinar o regime de compensação do imposto; (d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; (e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, “a” (atualmente com a EC 42/03todas as CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br operações que destinem mercadorias para o exterior e serviços prestados a destinatários no exterior são imunes ao ICMS); (f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; (g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados; (h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b (i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço (art. 155, XII); (x) Compete aos Municípios instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN ou simplesmente ISS), não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (Art. 156, III); (xi) Em relação ao ISS, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (art. 156, §3°). (xii) É vedada a concessão de remissão ou anistia para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar das contribuições sociais: (a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); e (b) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social (art. 195, §11°). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br Por sua vez, você deve saber também que a jurisprudência atual do STF entende que só se exige lei complementar para as matérias cuja disciplina a CF/88 expressamente faz tal exigência. Nesse rumo, existe invalidade da legislação ordinária, quando dispõe sobre temas que o texto constitucional reservou explicitamente à lei complementar. Neste sentido, existem precedentes relevantes do STF: “As normas relativas à prescrição e à decadência tributárias têm natureza de normas gerais de direito tributário, cuja disciplina é reservada a lei complementar, tanto sob a Constituição pretérita (art. 18, § 1º, da CF de 1967/69) quanto sob a Constituição atual (art. 146, b, III, da CF de 1988). O CTN, promulgado como lei ordinária e recebido como lei complementar pelas Constituições de 1967/69 e 1988, disciplina a prescrição e a decadência tributárias. As contribuições, inclusive as previdenciárias, têm natureza tributária e se submetem ao regime jurídico- tributário previsto na Constituição. Interpretação do art. 149 da CF de 1988. Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição de 1988, e do parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77, em face do § 1º do art. 18 da Constituição de 1967/69. Modulação dos efeitos da decisão. São legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos nos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 e não impugnados antes da data de conclusão deste julgamento.” (RE 556.664, DJE de 14-11- 08). “Norma do Estado de Santa Catarina que estabelece hipótese de extinção do crédito tributário por transcurso de prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal. (...) Em matéria tributária, a extinção do crédito tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência. Nos termos do CTN, a decadência do direito do Fisco ao crédito tributário, contudo, está vinculada ao lançamento extemporâneo (constituição), e não, propriamente, ao decurso de prazo e à inércia da CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br autoridade fiscal na revisão do lançamento originário. O lançamento tributário não pode durar indefinidamente, sob risco de violação da segurança jurídica, mas a Constituição de 1988 reserva à lei complementar federal aptidão para dispor sobre decadência em matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da CF, norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributário não prevista em lei complementar federal.” (ADI 124, DJE de 17-4-09) Ou seja, não existe hierarquia entre lei complementar e as outras espécies de leis ordinárias presentes no processo legislativo, mas quando o tema é constitucionalmente predeterminado e exige quorum de maioria absoluta (mais da metade dos membros da casa legislativa) se entende que só a lei complementar pode disciplinar a matéria. Deste modo, lei complementar só é exigida quando a CF/88 é expressa nesse sentido, devendo ser aprovada no âmbito federal se obtiver voto favorável da maioria absoluta dos membros das duas Casas legislativas (257 deputados dos 513 e 41 senadores dos 81). Já a lei ordinária é aprovada se obtiver a maioria relativa de votos em cada Casa Legislativa federal, devendo estar presente na sessão a maioria dos seus membros. Neste contexto, existem duas diferenças entre a lei complementar e a lei ordinária: (i) formal, que é o quorum de aprovação; (ii) material, que é o conteúdo da norma, pois o conteúdo da lei complementar é expressamente disposto no texto constitucional e a lei ordinária tem um campo de atuação residual, tratando de temas não especificados para outras espécies normativas. Destarte, destacamos que se o tema disciplinado por lei complementar não seja daquele para que o texto constitucional expressamente exija lei complementar, verificamos que a norma aprovada é considerada como lei materialmente ordinária. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br Isto é, a norma formalmente aprovada como lei complementar pode ser revogada por lei ordinária, uma vez que não é materialmente complementar. Por exemplo, a LC 70/91 é uma lei materialmente ordinária, uma vez que os dispositivos referentes a COFINS não tratam de matéria reservada por texto expresso da CF/88 à lei complementar. O STF entende também desta forma. Senão, vejamos: “Considerou a orientação fixada pelo STF no julgamento da ADC 1/DF (DJU de 16.6.95), no sentido de que: a) inexiste hierarquia constitucional entre lei complementar e lei ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela própria CF; b) inexigibilidade de lei complementar para disciplina dos elementos próprios à hipóteses de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional. Com base nisso, o conflito aparente entre o art. 56 da Lei 9.430/96 e o art. 6º, II, da LC 70/91 não se resolve por critérios hierárquicos, mas sim constitucionais quanto à materialidade própria a cada uma dessas espécies normativas. No ponto, o art. 56 da Lei 9.430/96 é dispositivo legitimamente veiculado por legislação ordinária (art. 150, § 6º) que revogou dispositivo inserto em norma materialmente ordinária (LC 70/91, art. 6º, II)”. (RE 377.457, DJE de 19-12-08). Por sua vez, no direito tributário, ressaltamos que a lei ordinária tem o papel primordial de instituir tributos, salvo nos casos de lei complementar, que são o imposto sobre grandes fortunas (IGF), empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais. Assim, na interpretaçãodo art. 97 do CTN conforme o texto constitucional, apenas lei pode estabelecer: (i) a instituição de tributos, ou a sua extinção; CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br (ii) a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto no texto constitucional; (iii) a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo; (iv) a fixação da base de cálculo do tributo e de sua alíquota, ressalvado o disposto no texto constitucional; (v) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; (vi) as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades, ressalvado o disposto no texto constitucional; A ressalva do texto constitucional se refere aos tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF/88. Aqui se fala em mitigação, exceção ou atenuação do princípio da legalidade. Em relação a CIDE – Combustíveis (art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF/88) e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF/88), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei. No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br Outra ressalva se refere aos benefícios fiscais do ICMS (isenção - hipótese de exclusão do crédito tributário) por meio de convênio interestadual do CONFAZ. Podemos fazer, assim, a seguinte tabela sobre as ressalvas do texto constitucional ao art. 97 do CTN: Poder Executivo Federal (competência para alterar a alíquota) Imposto de importação de produtos estrangeiros (II) Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) Imposto sobre produtos industrializados (IPI) Impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) Restabelecimento da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE – Combustíveis) Poder Executivo (alíquotas definidas nacionalmente por convênio) ICMS – Combustíveis e Lubrificantes Poder Executivo (benefícios fiscais definidos nacionalmente por convênio) ICMS Salientamos, porém, que nos casos definidos por convênio interestadual do ICMS (CONFAZ), trata-se, na verdade, de fonte primária do direito tributário e lei em sentido amplo, isto é, tal convênio interestadual do ICMS não é norma infralegal. Por fim, afirmamos que se equipara à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso e que não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 1.3.1 Normas gerais de direito tributário Em relação às normas gerais de direito tributário, devemos dizer que o texto constitucional há de ser interpretado como CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br meramente exemplificativo e não taxativa ou numerus clausus (sistema fechado e exaustivo). Deste modo, é permitido ao legislador estabelecer outras normas gerais em matéria de legislação tributária, além das previstas na Carta Magna, que são as seguintes: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas: este dispositivo não cria imunidade tributária paras as cooperativas; d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. Porém, nada obstante as regras dispostas no texto constitucional, ainda existem autores de renome que, invocando a defesa dos princípios constitucionais da Federação e da isonomia entre os entes federativos, entendem que as leis complementares podem dispor a respeito das normas gerais tributárias, desde que tenham como tema de fundo apenas os conflitos de competência entre os entes federativos (CF, art. 146, I) ou a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar (CF, art. 146, II). Isto é, tais autores reduzem o campo da lei complementar em matéria tributária a estes dois últimos temas e, consequentemente, tornam inúteis os demais dispositivos referentes às normas gerais tributárias. Contudo, a compreensão predominante é que as leis complementares têm as funções exatamente designadas pelo texto constitucional e o intérprete não pode, a pretexto de uma interpretação sistemática, inutilizar diversos dispositivos constitucionais (art. 146 III, a, b, c, d, parágrafo único, I, II, III, IV). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br As normas gerais de direito tributário explicitam os pontos mais importantes do modelo normativo constitucional tributário e não são desfavoráveis aos princípios da isonomia e do sistema federativo, podemos dizer até que elas solidificam e estruturam as regras básicas que devem ser seguidas por todos os entes federativos tributantes. Ainda têm a obrigação de advertir que uma das primordiais características do arquétipo federativo brasileiro é o de ser constitucionalmente centralizado e com maior soma de competências legislativas e tributárias outorgadas à União. Ademais, o STF e o STJ vêm reconhecendo a validade da função da lei complementar de preceituar sobre normas gerais de direito tributário da forma como está expresso no texto supremo. Com efeito, a Lei 5.172 de 1966, votada como lei ordinária, com base no art. 5°, XV, alínea b, da Constituição de 1946, que, posteriormente, passou a chamar-se Código Tributário Nacional (CTN), com fundamento no art. 7°, do Ato Complementar n° 36 de 1967, foi recepcionada com status de lei complementar, pelo art. 18, § 1°, da Constituição de 1967/69, sendo válida juridicamente como lei complementar no que não se contrapor ao texto constitucional de 1988. Nesse rumo, como já destacamos na aula 4, a competência da União para estabelecer normas gerais de direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados-membros e do Distrito Federal e, inexistindo lei federal sobre normas gerais, tais entes federativos exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, §§ 2° e 3°, da CF). E a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual ou distrital, no que lhe for contrário (art. 24, § 4°, da CF). Noutro ponto, destacamos novamente que a majoração das alíquotas das contribuições para a seguridade social (CF, art. 195) pode ser feita por lei ordinária. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SPE ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br Lembremos da jurisprudência do STF: “As contribuições do art. 149, CF — contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas — posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. (...) A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes.” Assim, no que diz respeito a observância das normas gerais de direito tributário, o STF entende que as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas deverão observar à lei complementar que dispõe sobre normas gerais de direito tributário (Código Tributário Nacional), mas isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar, isto é, a lei ordinária pode criar tais espécies tributárias. Vamos para s questões de concurso: 1. (ESAF/Advogado/IRB/2006) A Emenda Constitucional n. 42/2003 promoveu algumas alterações no Sistema Tributário Nacional, objetivando dar tratamento diferenciado às pequenas e médias empresas. Considerando esse dado, avalie o acerto das afirmações abaixo; em seguida, marque a opção correta. I. lei complementar poderá instituir regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. II. uma vez instituído o regime único a que se refere o item I acima, poderá o contribuinte optar ou não por ele. III. ainda sobre o regime mencionado no item I, se vier a ser adotado, nele não poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado. IV. os entes federados poderão, no regime único, adotar cadastro único de contribuintes. a) Todos os itens estão corretos. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br b) Há apenas um item correto. c) Há apenas dois itens corretos. d) Há apenas três itens corretos. e) Todos os itens estão errados. O item I está correto, pois a lei complementar poderá instituir regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme parágrafo único do art. 146 da CF/88. O item II está correto, pois, uma vez instituído o regime único de arrecadação dos impostos e contribuições dos entes federativos, poderá o contribuinte optar ou não por ele, conforme parágrafo único, inc. I, do art. 146 da CF/88. O item III está incorreto, eis que se regime único de arrecadação dos impostos e contribuições dos entes federativos vier a ser adotado, nele poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado, segundo o parágrafo único, inc. II, do art. 146 da CF/88. O item IV está correto, eis que os entes federados poderão, no regime único, adotar cadastro nacional único de contribuintes, de acordo com o parágrafo único, inc. IV, do art. 146 da CF/88. Portanto, a resposta é a letra “d”: há apenas três itens corretos. 2. (ESAF/AFE/2006/CE) A lei complementar, de modo geral, em matéria tributária, é utilizada para, entre outras matérias, estabelecer as normas gerais. Já em relação ao ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ela possui atribuições específicas. Sobre estas, julgue os itens abaixo; em seguida, assinale a opção correta. Cabe à lei complementar, em tema de ICMS: I. definir as suas alíquotas em operações interestaduais com gás natural, seus derivados, lubrificantes e combustíveis. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br II. definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais incidirá uma única vez. III. disciplinar o regime de compensação do imposto. IV. prever casos de manutenção de crédito relativamente à exportação de serviços e mercadorias. a) Estão corretos apenas os itens I, II e III. b) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. c) Estão corretos apenas os itens III e IV. d) Estão corretos apenas os itens I e II. e) Estão corretos apenas os itens II, III e IV. De acordo com as alíneas “h”, “c” e “f”, do inc. XII, do §2°, do art. 155, da CF/88, respectivamente, cabe à lei complementar, em tema de ICMS: (i) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais incidirá uma única vez; (ii) disciplinar o regime de compensação do imposto; (iii) prever casos de manutenção de crédito relativamente à exportação de serviços e mercadorias. Portanto, a letra correta é a “e”: estão corretos apenas os itens II, III e IV. 3. (ESAF/Advogado/IRB/2004) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta. • A Constituição Federal permite que lei complementar estabeleça critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência? • É admissível que lei complementar regule as limitações que a Constituição Federal impõe ao poder de tributar? • Compete ao Distrito Federal instituir imposto sobre propriedade predial e territorial urbana? a) Não, sim, sim. b) Não, sim, não. c) Não, não, sim. d) Sim, não, sim. e) Sim, sim, sim. A Constituição Federal permite que lei complementar estabeleça critérios especiais de tributação, com o objetivo de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br prevenir desequilíbrios da concorrência? Sim, conforme art. 146-A da CF/88. É admissível que lei complementar regule as limitações que a Constituição Federal impõe ao poder de tributar? Sim, conforme inc. II, do art. 146 da CF/88. Compete ao Distrito Federal instituir imposto sobre propriedade predial e territorial urbana? Sim, conforme o art. 147 da CF/88. Portanto, a resposta certa é “e”. 4. (ESAF/PGDF/2007.1) Assinale a opção correta. As leis complementares prestam-se basicamente a três (3) tipos de atuação em matéria tributária. Em conseqüência, elas dispõem sobre: a) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; normas gerais de legislação tributária. b) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre os Estados e os Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da União e dos Estados; normas gerais de direito tributário. c) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre a União e os Estados e o Distrito Federal; limitações constitucionais ao poder de tributar dos Estados; normas gerais de direito tributário. d) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; normas gerais de legislação tributária. e) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da União e dos Estados, desdobrando as exigências do princípio da legalidade, regulando as CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br imunidades tributárias etc; normas gerais de direito tributário material e formal. Conforme os incs. I, II e III, do art. 146, da CF/88, a resposta certa é a letra “a”. 5. (TRF/2003/ESAF) Assinale a opção correta. a) O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, emresoluções do Congresso Nacional e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. b) O sistema tributário federal é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, em resoluções do Congresso Nacional e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. c) O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, em resoluções do Senado e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. d) O sistema tributário federal é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, em resoluções do Senado e, nos limites das respectivas competências, pela legislação tributária federal, estadual, e pelas leis municipais. e) O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, em resoluções do Senado, nas Constituições, em leis estaduais e em resoluções do CONFAZ e em leis municipais. A resposta desta questão é o art. 2° do CTN, adaptado a realidade atual, a saber: “O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br em resoluções do Senado e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais”. Portanto, a resposta é “c”. 6. (AFTN/94/ESAF) Normas gerais de direito tributário precisam ser reguladas por meio de a) lei complementar federal, que ainda não foi editada, razão por que ainda não existem normas gerais válidas, estando a União, os Estados e demais entes tributantes dispensados de observá-las enquanto o Congresso Nacional não as edite. b) lei complementar federal que, conquanto ainda não editada como tal, já existia sob a forma de lei ordinária (Código Tributário Nacional) e que, por força de normas constitucionais posteriores, passou a ter a rigidez própria de lei complementar. c) lei ordinária federal que já existia (Código Tributário Nacional) e que deve ser obrigatoriamente observada pelas leis estaduais e municipais, porém não pelas leis ordinárias federais, já que, sendo da mesma hierarquia, estas poderão alterar ou revogar aquele Código. d) norma constitucional apenas, pois, tratando-se de matéria de importância eminente, que diz respeito à organização do Estado, somente por regra de tal hierarquia podem ser veiculadas. e) lei complementar de cada ente tributante, que regule a definição dos tributos de sua competência, obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários e adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. A resposta é a letra “b”, uma vez que atualmente o CTN/66 ainda faz o papel de estabelecer normas gerais de direito tributário, de acordo com o art. 146, III, da CF/88. 7. (AFTN/98/ESAF) A Emenda Constitucional n.º 18, de 1965, aludia a leis complementares; porém CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br somente a partir da Constituição de 1967 é que passou a existir a lei complementar em sentido formal, votada com quorum privilegiado. À vista disto, indique, em relação ao Código Tributário Nacional (CTN, Lei n.º 5.172, de 1966), qual conclusão e respectiva justificação são simultaneamente corretas. a) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, foram revogadas pelo novo regime, eis que tal Código foi votado como lei ordinária. b) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, quando compatíveis com as normas constitucionais atuais. c) O CTN pode ser revogado por lei ordinária ou medida provisória, pois as leis ordinárias em geral, como a Lei n.º 5.172, podem ser revogadas ou modificadas por outras leis de igual hierarquia. d) O CTN pode ser revogado por lei ordinária, mas não por medida provisória, porque a estas é defeso tratar de tributos. e) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, porque não revogadas ou modificadas por lei ordinária posterior. A resposta é a letra “b”novamente, uma vez que as normas contidas no CTN continuam com plena vigência, quando compatíveis com a CF/88, o que não é o caso de diversos artigos do CTN, tais como os arts. 52 a 62, 68 a 75, 83 a 95, dentre outros que já foram ou serão comentados durante o nosso curso. 8. (AFRF/2002.2/ESAF) O estabelecimento, em caráter geral, da definição da base de cálculo e do fato gerador dos impostos discriminados na Constituição há de ser feito por a) lei complementar federal, em todos os casos. b) exclusivamente por lei complementar federal, para a União, e por lei complementar estadual para os Estados e Municípios. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br c) apenas em lei ordinária federal, estadual e municipal, conforme o caso, tendo em vista o princípio da autonomia dos Estados e Municípios. d) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal em qualquer caso. e) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal quanto aos tributos da União, por lei estadual ou convênios para os Estados, e por lei municipal, para os Municípios. A questão fala em norma geral de direito tributário, pois enuncia “em caráter geral”. Então, a resposta certa é “a”, de acordo com o art. 146, III, “a”, eis que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes. 9. (AFRF/2005/ESAF) Leis complementares, ou leis complementares à Constituição, são espécies normativas que têm a função de complementar dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas matérias, normalmente devido à sua complexidade. As leis complementares, por força do art. 69 da Constituição, serão aprovadas pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. Considerando apenas o texto expresso da Constituição, pode-se concluir que as leis complementares em matéria tributária não tratam: a) da instituição de impostos residuais. b) da definição dos produtos industrializados sobre os quais o imposto incidirá uma única vez. c) da instituição de um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. d) do estabelecimento de critérios especiais de tributação com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br e) da regulação da forma e das condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados, relativamente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A resposta é letra “b”, pois, na verdade, cabe à lei complementar definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o ICMS incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, de acordo com a alínea “h”, do inc. XII, do §2°, do art. 155, da CF/88. 10. (AFRE/MG/2005/ESAF) Considerando o disposto no art. 146 da CRFB/88, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalandoao final a opção correspondente. ( ) Somente lei complementar pode criar formas de extinção do crédito tributário. ( ) Lei ordinária pode atribuir imunidade a determinado grupo ou conjunto de contribuintes. ( ) Lei ordinária pode criar modalidade de lançamento do crédito tributário. ( ) Lei ordinária pode prever a extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento de bens móveis. a) V, F, F, F. b) F, V, F, V. c) V, F, F, V. d) F, F, F, V. e) V, F, V, F. O item I é verdadeiro, pois, de acordo com o art. 146, III, “b”, da CF/88, e também a interpretação do STF, somente lei complementar federal pode criar formas de extinção do crédito tributário. O item II é falso, porque lei ordinária não pode atribuir imunidade a determinado grupo ou conjunto de contribuintes, mas somente a norma constitucional. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br O item III é falso, porque lei ordinária não pode criar modalidade de lançamento do crédito tributário, mas sim lei complementar federal, conforme o art. 146, III, “b”, da CF/88. O item IV é falso, eis que apenas lei complementar federal pode prever a extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento de bens móveis, de acordo com o art. 146, III, “b”, da CF/88 e também a interpretação do STF. Portanto, a resposta é a letra “a”. 11. (AFTN/94/ESAF) Os impostos criados no uso da competência residual, somente podem ser instituídos a) pelos Estados não divididos em Municípios. b) no Territórios federais, e pela União. c) mediante lei complementar federal, estadual ou municipal. d) se houver inovação na definição do fato gerador e da base de cálculo, e desde que se possa abater numa operação o valor do mesmo imposto pago nas operações anteriores. e) em lei complementar federal, e desde que se trate dos chamados “impostos em cascata”, isto é, em que seja possível o cúmulo de bases de cálculo. A resposta desta questão está no art. 154, I, da CF/88, afirmando que a União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos no art. 153 (II, IE, IPI, IR, ITR, IOF e IGF), desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição. Portanto, a resposta é a letra “d”. 12. (AFRF/2000/ESAF) O estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá fazer-se, segundo norma contida na Constituição, mediante a) lei ordinária federal. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br b) lei ordinária de cada ente tributante. c) lei complementar de cada ente tributante. d) lei complementar federal. e) lei ordinária, medida provisória ou lei delegada federal. De acordo com o art. 146, III, “b”, da CF/88, o estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá fazer-se mediante lei complementar federal. Portanto, a resposta é a letra “d”. 13. (FTE/PA/2002/ESAF) Prestam-se a adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a criar certos tributos: a) normas complementares b) decretos c) tratados internacionais d) leis ordinárias e) leis complementares. A resposta é letra “e”, eis que as leis complementares fazem o papel de adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a criar certos tributos, tais como imposto sobre grandes fortunas (IGF), empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais. 14. (FTE/PA/2002/ESAF) No Brasil, persiste controvérsia doutrinária sobre se, por meio de leis delegadas, podem ser instituídos tributos. A Constituição Federal, todavia, veda expressamente a utilização de tais normas jurídicas para a criação de: a) taxas. b) contribuições de melhoria. c) empréstimos compulsórios. d) contribuições sociais. e) pedágios. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br A resposta é a letra “c”, eis que a CF/88 proíbe a lei delegada de tratar de temas referentes a lei complementar (art. 68, §1°). 15. (ESAF/PFN/2007.2) O Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado _____________, foi recebido pelas Constituições como _____________. Normas especiais sobre obrigação, lançamento e crédito tributários cabem à _____________ de cada ente tributante. _____________, decorrente de obras públicas, poderá ser instituída(o), conforme o caso, pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Examine as afirmações e as lacunas supra. Após, selecione, entre as expressões abaixo, as que preenchem corretamente as lacunas, na devida sequência. a) como lei ordinária/lei complementar; legislação ordinária; A contribuição de melhoria. b) como código/lei complementar; lei complementar; A taxa de obra c) como lei ordinária/código; lei complementar; A contribuição de melhoria. d) como ato complementar/código; legislação ordinária; O tributo vinculado. e) como lei complementar/lei ordinária; legislação ordinária; A taxa de serviço. O Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado por lei ordinária, foi recebido pelas Constituições como lei complementar. Normas especiais sobre obrigação, lançamento e crédito tributários cabem à legislação ordinária de cada ente tributante. A contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser instituída, conforme o caso, pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, conforme art. 145, III, da CF/88. Portanto, a resposta é a letra “a”. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br 16. (AFTN/98/ESAF/Adaptada) Escolha, das afirmações abaixo, qual está de acordo com a teoria da recepção das normas gerais contidas no Código Tributário Nacional - CTN. a) O CTN continua com força de lei ordinária. b) O CTN continua lei ordinária, mas com força de lei complementar. c) O CTN foi recebido como lei complementar, mas é revogável, em qualquer matéria, por lei ordinária. d) Sua força de lei complementar se adstringe aos conflitos de competência tributária entre a União e os Estados. e) O CTN é lei complementar em sentido formal, mas lei ordinária em sentido material. A resposta mais adequada é a “b”, eis que o CTN é lei ordinária, com força de lei complementar, só podendo ser modificado ou alterado por lei complementar ou emenda à Constituição. 17. (TRF/2003/ESAF) Avalie a correção das afirmações abaixo e atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. A concessão de subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, crédito presumido, anistia ou remissão relativos a impostos, taxas ou contribuições ( ) depende de lei complementar específica, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição; ( ) depende de lei federal, estadual ou municipal, não constituindo limitação constitucional do poder de tributar; ( ) depende de lei federal, estadual ou municipal específica, sendo uma limitação do poder de tributar. a) V, V, F. b) V, F, F. c) F, F, F. d) F, F, V. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br e) F, V, V. A resposta desta questão está no art. 150, §6°, da CF/88, eis que qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto nos convênios interestaduais do CONFAZ. E a citada reserva de lei específica para os benefícios fiscais concedidos pelas pessoas políticas de direito público é uma limitação constitucional ao poder de tributar, eis que está localizada entre os arts. 150 a 152 da CF/88, que é a seção das limitações do poder de tributar. Portanto, a resposta é a letra “d”. 18. (AFRF/2000/ESAF) O Código Tributário Nacional, editado como uma lei ordinária (Lei n.º 5.172, de 1966), foi recebido pelo regime inaugurado pela Constituição de 1988 como: a) lei ordinária, do modo como se encontra, mas podendo ser revogado ou alterado por lei, lei delegada ou medida provisória, pois têm a mesma hierarquia. b) lei ordinária, apesar de ter sido alterada sua ementa e denominação, que passou a ser Código Tributário Nacional. c) lei complementar, porque foi alterado por atos complementares, nos anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos Institucionais então em vigor. d) lei complementar, por ser um Código e, pelas normas constitucionais em vigor à data de sua edição, os projetos de Código tinham tramitação especial. e) lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de legislação tributária. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br O CTN, editado como uma lei ordinária (Lei n.º 5.172, de 1966), foi recebido pelo regime inaugurado pela CF/88 como lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de legislação tributária. Portanto, a resposta é a letra “e”. 19. (TTN/94/ESAF) Na forma da Constituição, a isenção do imposto sobre a propriedade territorial urbana pode ser concedida somente a) por lei federal. b) por lei específica estadual. c) por lei específica municipal. d) por lei federal, estadual ou municipal. e) por lei complementar federal, ou lei municipal. A resposta é letra “c”, conforme interpretação do art. 150, §6°, da CF/88, uma vez que o IPTU é imposto municipal. 20. (AFTN/94/ESAF) Pela nova disciplina da concessão dos chamados “favores tributários”, estabelecida no art. 150. § 6º da Constituição pela Emenda Constitucional n.º 3, de 1993, a) nenhuma isenção do imposto de importação pode ser concedida sem tratado ou convenção internacional que assegure reciprocidade aos produtos brasileiros. b) a compensação do crédito tributário somente pode ser disciplinada por lei específica federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente esta matéria. c) não pode ser concedida a remissão de um imposto em lei que trate de outros aspectos deste imposto. d) não pode ser concedida redução de base de cálculo de imposto sobre produtos industrializados por lei que trate exclusivamente deste imposto, porém não cuide de outros favores fiscais. e) uma anistia de imposto de renda somente pode ser concedida em lei que trate exclusivamente de anistia ou exclusivamente de imposto de renda. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br A resposta é letra “e”, conforme interpretação do art. 150, §6°, da CF/88, eis que este dispositivo exige lei específica do ente federativo competente para tratar do respectivo tributo. 21. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) A Lei Complementar desempenha papel de grande relevância em matéria tributária. Conforme se infere do artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei Complementar: (A) fixar uma alíquota única do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (2%) em todo o território nacional, com o fim de debelar a guerra fiscal travada entre os Municípios. (B) regulamentar a denominada “cláusula geral antielisiva” inserida no Código Tributário Nacional (parágrafo único do artigo 116). (C) introduzir os tratados internacionais em matéria tributária (acordos de bitributação) no sistema tributário brasileiro. (D) ampliar a competência tributária constitucionalmente estabelecida dos entes da federação. (E) prevenir situações de desequilíbrio nas condições de concorrência mediante critérios especiais de tributação. A resposta correta é a letra “e”, de acordo com o art. 146-A da CF/88. 22. (CESPE/Defensor Público/ES/2009) Cabe a lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. É verdadeira, segundo o art. 146, III, “b”, da CF/88, 1.4. Medidas Provisórias e Leis Delegadas. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br Inicialmente, perguntamos: pode a medida provisória e a lei delegada tratar de direito tributário? A resposta é sim, segundo o entendimento doutrinário predominante, salvo nos casos que a CF/88 exige lei complementar de direito tributário, em razão das proibições estabelecidas nos arts. 60, §1°, III, e 68, §1°, da CF/88. Por exemplo, não pode a medida provisória e a lei delegada estabelecer normas gerais de direito tributário ou instituir imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais. No que diz respeito à medida provisória, este é ato normativo editado apenas pelo Chefe do Poder Executivo, em hipóteses de urgência e relevância, com força de lei ordinária. No direito tributário, devemos ter o conhecimento do art. 62, §2°, da CF/88, dispondo que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada, exceto nos casos imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) e o imposto extraordinário de guerra disposto no inciso II do art. 154 da CF/88. Por sua vez, ressalvas as exceções do §1° do art. 150, da CF/88, a medida provisória (MP) também deve atender a anterioridade nonagesimal ou noventena, contada da publicação da medida provisória se esta for convertida em lei sem alterações substanciais realizadas pelo Poder Legislativo. Ao contrário, se a medida provisória for significativamente modificada, a noventena é contada da data da conversão da MP em lei. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br No que concerne a lei delega, é ato normativo emanado do Poder Executivo, em face de uma delegação explícita do Poder Legislativo, com força de lei ordinária. Segundo o art. 68, §2°, da CF/88 a delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. E não a forma de resolução do Senado Federal. Aproveito para citar o artigo 68 do texto constitucional que se refere às leis delegadas, a saber: “As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantiade seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda”. Desta forma, realçamos que a lei delegada é equiparada doutrinariamente a lei ordinária, diferenciando-se desta apenas na forma de elaboração. Com efeito, a lei delegada representa ato de competência do Poder Executivo, por meio de delegação conferida pelo Poder Legislativo, sendo que as matérias reservadas a lei complementar CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br não poderão ser objeto de delegação. Entretanto, atualmente, ainda é pouco provável o uso de leis delegadas no direito tributário, por causa da utilização excessiva das medidas provisórias. Estas também podem, em princípio, instituir tributos e a sua forma de elaboração é mais ágil do que a da lei delegada. Ressaltamos, por fim, que existe corrente doutrinária minoritária que não admite a lei delegada como com fonte formal do direito tributário, com fundamento no caput do art. 7° do CTN, pois este dispõe que a competência tributária é indelegável. Vamos para as questões: 23. (ESAF/Auditor/TCE/GO/2007) e também (ESAF/Analista Jurídico/2006/CE) 74- Segundo definição contida no art. 3º do Código Tributário Nacional, tributo é uma prestação pecuniária que, entre outras características, é instituída em lei. A partir daí, e considerando os dispositivos constitucionais sobre as espécies normativas, podemos concluir a) que, a fim de que se compatibilizem com as limitações constitucionais ao poder de tributar, as medidas provisórias somente poderão cuidar de normas gerais em matéria tributária, mas não da instituição de tributos. b) que as medidas provisórias, por veicularem necessariamente matéria relevante e urgente, são incompatíveis com o princípio constitucional da anterioridade, razão pela qual não podem cuidar de matéria tributária. c) que medidas provisórias são aptas a instituir, mas não a aumentar tributos. d) que as medidas provisórias podem, em determinadas situações, versar sobre matéria tributária. e) que as medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não podem cuidar de matéria provisória, em nenhuma situação. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 36 www.pontodosconcursos.com.br Esta questão foi repetida nas duas provas citadas. A resposta é a “d”, pois as medidas provisórias podem cuidar de matéria tributária, conforme o §2°, do art. 62, da CF/88, que diz: 24. (ESAF/Analista Jurídico/2006/CE) As leis complementares são diplomas legais que têm por objetivo complementar dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas matérias, em geral devido a sua complexidade. Sobre elas, em matéria tributária, podemos afirmar que serão utilizadas para I. estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência. II. instituir determinados tributos, como os empréstimos compulsórios, a contribuição de intervenção no domínio econômico sobre os combustíveis e os impostos residuais. III. estabelecer regras para a resolução de conflitos de competência entre os entes federativos. IV. definir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte. V. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. Estão corretos apenas os itens a) I, III e V. b) I, III, IV e V. c) II, III, IV e V. d) I, II, III e V. e) I, IV e V. O primeiro item é correto, em razão do art. 146-A da CF/88. O segundo item é incorreto, pois a instituição (criação) da contribuição de intervenção no domínio econômico sobre os combustíveis pode ser feita por lei ordinária, porque a CF/88, neste caso, não exige lei complementar. O terceiro item é correto, em razão do art. 146, I, da CF/88. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 37 www.pontodosconcursos.com.br O quarto item é correto, em razão do art. 146, III, “d”, da CF/88. O quinto item é correto, em razão do art. 146, II, da CF/88. Portanto, a resposta certa é a “b”. 25. (PFN/98/ESAF) Alíquota da contribuição sobre lucro líquido, majorado por medida provisória convertida em lei posteriormente, pode ser aplicada a) após decorridos noventa dias da publicação da lei. b) a partir de 10 de janeiro do ano subseqüente ao da publicação da lei. c) após decorridos noventa dias da publicação da medida provisória. d) a partir de 10 de janeiro do ano subseqüente ao da publicação da medida provisória. e) após decorridos noventa dias da sanção da lei. A resposta correta é a “c”, conforme entendimento jurispudencial, eis a majoração da alíquota da contribuição sobre lucro líquido (CSLL) deve obedecer a noventena e a questão não fala em alterações substanciais no momento da conversão da medida provisória em lei. 26. (AFRF/2003/ESAF) Responda com base na Constituição Federal. (i) Medida Provisória publicada em 10 de dezembro de 2002 que majorou, a partir de 1º de janeiro de 2003, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza de pessoas físicas, mas não convertida em lei até 31 de dezembro de 2002, continuou a produzir efeitos a partir de 1º de janeiro de 2003? (ii) É admitida a edição de medida provisória para estabelecer, em matéria de legislação tributária, normas gerais sobre a definição de base de cálculo do imposto de competência da União sobre propriedade territorial rural? (iii) No tocante ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 38 www.pontodosconcursos.com.br serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação? a) Não, não, não. b) Não, sim, não. c) Não, não, sim. d) Sim, não, sim. e) Sim, sim, não. A Medida Provisória publicada em 10 de dezembro de 2002 que majorou, a partir de 1º de janeiro de 2003, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza de pessoas físicas, mas não convertida em lei até 31 de dezembro de 2002, continuou a produzir efeitos a partir de 1º de janeiro de 2003? Não, pois era necessária a sua conversão em lei até 31 de dezembro de 2002, em face do §2°, do art. 62, da CF/88. É admitida a edição de medida provisória para estabelecer, em matéria de legislação tributária, normas gerais sobre a definição de base de cálculo do imposto de competência da União sobre propriedade territorial rural? Não, pois medida provisória não pode estabelecer matéria reservada à lei complementar (CF, art. 62, §1°, III). No tocante ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação? Não, cabe a resolução de competência do Senado Federal este papel (CF, art. 155, §2°, IV). Portanto, a resposta certa é a “a”. 27. (AFRF/2002.1/ESAF) Segundo decorre da Constituição, especialmente depois da redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, pode(m) ser objeto de medida provisória CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 39www.pontodosconcursos.com.br a) normas sobre limitações constitucionais ao poder de tributar. b) matéria tributária disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. c) majoração de imposto de renda, quando, embora convertida em lei no mês de janeiro seguinte, tenha sido aprovada antes do início do exercício em que será cobrada. d) aquela que constitua reedição, na mesma sessão legislativa, de outra que não tenha sido rejeitada, mas apenas perdido sua eficácia por decurso de prazo. e) matéria tributária não sujeita a restrição em razão do processo legislativo. De acordo com o art. 62, da CF/88, a resposta é a letra “e”. 28. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/São Paulo/2009) Dispõe o § 2o, do art. 62, da Constituição Federal, que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os impostos de importação, exportação, sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários, produtos industrializados e extraordinário, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Por sua vez, dispõe o §1o do art. 150, in fine, da Constituição Federal, que a anterioridade mínima de 90 dias para a incidência de leis instituidoras ou majoradoras de tributos não se aplica aos seguintes tributos: empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias; imposto de importação; imposto de exportação; imposto de renda; imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários; e imposto extraordinário. Uma medida provisória editada em março de 2009 que venha a majorar o imposto de importação e o imposto de renda (A) terá eficácia imediata em relação a ambos os impostos. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 40 www.pontodosconcursos.com.br (B) terá eficácia imediata apenas em relação ao imposto de importação, devendo ser convertida em lei até o último dia do exercício de 2009 para que tenha eficácia a partir de 01 de janeiro de 2010, em relação ao imposto de renda. (C) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação a ambos os impostos. (D) só produzirá efeitos noventa dias a contar da sua edição, em relação ao imposto de importação, e no exercício seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda. (E) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda, e noventa dias a contar da sua edição em relação ao imposto de importação. Em razão do §2°, do art. 62, da CF/88, a resposta é a “b”. 1.5. Tratados Internacionais e Decretos Legislativos. Os tratados ou convenções internacionais são atos normativos de competência privativa do Presidente da República, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (CF, art. 84, VIII). Assim, segundo o art. 49, I, da CF/88, é da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Com efeito, destacamos que o tratado internacional é um pacto assinado por duas ou mais pessoas de direito público internacionais, tendente a estipular normas estabelecendo, modificando ou extinguindo direitos e deveres ao produzir efeitos jurídicos entre os seus signatários. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 41 www.pontodosconcursos.com.br Nesse rumo, citamos o conceito de tratado internacional firmado na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, que na alínea “a”, do inc. I, do art. 2º, dispõe: “significa um acordo internacional celebrado entre Estados em forma escrita e regido pelo direito internacional, que conste, ou de um instrumento único ou de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. Por se tratar de um acordo formal, envolve a manifestação de vontade de dois sujeitos, o consentimento recíproco quanto aos termos do quanto estabelecido, em regra, no sentido de impor uma conduta única para o atendimento de interesses comuns. Através do tratado, serão introduzidas no ordenamento jurídico internacional normas reguladoras das relações jurídicas entre os sujeitos de Direito Internacional Público (Estados soberanos, Organizações Internacionais etc). Deste modo, no que se refere à integração do tratado internacional no ordenamento jurídico interno, no caso do Brasil, necessário se faz que haja decreto legislativo emanado do Congresso Nacional para que adquira força de lei. Por sua vez, nos termos do art. 98, do CTN, os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. A interpretação literal desta norma é que a legislação tributária interna brasileira não pode modificar ou revogar norma tributária estabelecida em tratado internacional, em que o Brasil é parte. Conforme compreensão do STF, os tratados de direito internacional introduzidos no direito interno situam-se nos mesmos planos de validade, eficácia e autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo entre estas e aqueles mera relação de paridade normativa (ADI-MC 1480/DF, RHC 79785/RJ, CR-AgR 8279/AT, Ext 662/PU). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 42 www.pontodosconcursos.com.br Noutro ponto, vejamos algumas decisões relevantes do STJ: “O art. 98 do CTN permite a distinção entre os chamados tratados-contratos e os tratados-leis. Toda a construção a respeito da prevalência da norma interna com o poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação ordinária, foi feita tendo em vista os designados tratados-contratos, e não os tratados-leis”(STJ. REsp 426945/PR) “Em se tratando de matéria tributária, a superveniência de legislação nacional não revoga disposição contida em tratado internacional contratual, consoante dispõe o art. 98 do CTN.” (STJ. REsp 228324/RS) Assim, a jurisprudência do STJ distingue os tratados normativos (tratados-leis) em que se aplica integralmente o art. 98 do CTN e os tratados contratuais (tratados-contratos ou tratados- convencionais) em que não se aplica o art. 98 do CTN. Conforme o art. 98 do CTN, os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Lembre que segundo entendimento do STJ, este dispositivo se aplica aos tratados-leis, mas não aos tratados- contratuais. Nos tratados normativos existem as características da generalidade e das vontades coincidentes entre os países signatários do tratado, sendo que o tratado não pode ser revogado ou modificado pela legislação tributária interna. Por exemplo, a Convenção de Viena a respeito de Relações Diplomáticas. Já nos tratados contratuais não existe a característica da generalidade e as vontades dos países signatários não são CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 43 www.pontodosconcursos.com.br coincidentes, sendo que o tratado pode ser revogado ou modificado pela legislação tributária interna, segundo o entendimento do STJ. Exemplo clássico de tratado contratual são os tratados de paz. Este assunto é complexo, mas o que realmente você deve saber é que o art. 98 do CTN se aplica integralmente apenas aos tratados normativos (tratados-leis). Por sua vez, você deve lembrar também do seguinte entendimento atual do STF: “O Tribunal
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