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Estruturas de personalidade
Anniele Rosinski da Silva
1ª Edição
Coordenação de Educação a Distância
Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA
Copyright © 2020 - FADISMA - Todos os direitos reservados
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 1
ESTRUTURAS DE PERSONALIDADE
Para início de estudo
Nesta apostila veremos através das perspectivas
históricas-sociais da Psicologia a formação da personalidade
humana, apontando as noções acerca do desenvolvimento
psíquico e a estrutura de personalidade tendo como objetivo
desenvolver a capacidade analítico-reflexiva das origens dos
comportamentos violentos e desdobramentos. Além de
viabilizar a interdisciplinaridade, as ações sociais que realizam
a promoção de saúde psíquica e cultural na sociedade.
Tendo por base esses esclarecimentos iniciais,
prosseguiremos com o estudo da temática. Para isso o
conteúdo está dividido em subtítulos, a contemplar:
1. Formação da personalidade humana: noções acerca do
desenvolvimento psíquico;
2. Estrutura de personalidade.
1. Formação da personalidade humana: noções
acerca do desenvolvimento psíquico
Frente às perspectivas histórico-sociais da Psicologia,
entende-se que esta ciência demanda acerca dos sujeitos e
suas relações com a realidade. Neste aspecto faz-se
importante salientar que a Psicologia concebe os sujeitos a
partir da sua relação temporal, econômica, histórica, cultural e
social.
Isto deve-se ao fato de que a sociedade age como
mediadora entre o homem e a lei, sendo o instrumento jurídico
dispositivo de organização da convivência social. Neste
contexto deve-se levar em conta o fato de que a interação
destas relações gera conflitos, uma vez que os indivíduos são
constituídos de particularidades a partir de suas vivências
sociais. São as vivências familiares e histórico-políticas que
sustentam a formação humana, garantindo com isso o
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 2
advento dos aspectos subjetivos, estruturando a
personalidade e fazendo o sujeito se desenvolver com
elementos saudáveis ou não.
Com isso, pode-se dizer que um comportamento
humano é a soma de sua formação psíquica. Esta é formada
por vivências conscientes, mas também por vivências
inconscientes.
Consciente entende-se a qualidade momentânea que
caracteriza as percepções externas e internas no conjunto de
fenômenos psíquicos que os sujeitos recebem. E neste sentido
a consciência é usualmente relacionada ao campo da
racionalidade, uma vez que compõe-se das percepções e
associações desenvolvidas com o mundo externo dos sujeitos,
ou seja, a realidade.
Inconsciente à compreende-se aquilo que entende-se a
camada mais profunda da personalidade dos sujeitos, e que
demanda maior descarga de energia para permitir seu acesso.
Por isso, ser uma camada profunda da personalidade, acaba
que sendo associada aos conteúdos mais primitivos (afetos e
vivências mais remotas) dos sujeitos.
A relação destas instâncias, bem como as vivências de
cada indivíduo, desde seus primeiros momentos de vida,
compõe aquilo que chamamos de subjetividade.
Subjetividade à conjunto de expressões do ser humano.
Importante salientar que a subjetividade não é inata. Ela é a
soma das expressões singulares dos sujeitos, sendo
constituídas pelas experiências da vida social e cultural, a
partir de experiências objetivas no campo social. A forma
como estas experiências são internalizadas sustentam a
subjetividade dos indivíduos e a capacidade de adaptação ao
social, bem como suas normas.
A Psicologia no campo do Direito atenta-se ao aspecto
da dificuldade de adaptação a realidade (com suas normas)
sendo uma dos seus principais desdobramentos a violência. A
Psicologia identifica a violência como sintoma social, que
desencadeia sofrimentos de diversas ordens. Por isso faz-se
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 3
importante a compreensão dos conceitos de saúde e
adoecimento mental, uma vez que nem todos os
comportamentos inadaptados socialmente podem ser
entendidos como transtornos, mas também como
consequência de sintomas sociais.
2. Estrutura de personalidade
A Psicologia de modo geral entende que a
personalidade forma-se a partir do histórico genético dos
indivíduos, mas também da influência das vivências sociais
recebidas. Sendo estas de extrema importância para os
sujeitos uma vez que sabe-se que o ser humano é
interdependente, ou seja, necessidade do cuidado do outro
para poder se desenvolver física e psiquicamente.
Existem estudos que mencionam que a personalidade é
formada desde os primeiros momentos de vida, considerando
vida o momento da concepção. Isto pois, o desejo dos pais em
relação a criança que está se desenvolvendo tem influência no
percurso do seu desenvolvimento físico e emocional. E ainda
existem estudos que demonstram a importância dos cuidados
e interações com a criança desde o momento do nascimento,
considerando este um marco para formação da personalidade.
Independente do momento em que situa-se o início da
formação da personalidade, o importante deste aspecto, é a
interlocução existente entre o individual e o coletivo, no que
tanto os comportamentos e relações humanas. Portanto, a
estrutura de personalidade, pode-se dizer seria a base para
sustentação dos comportamentos humanos. Isto é, a partir
das experiências infantis (desde as mais primitivas), é
estruturada a subjetividade. É esta referência básica que irá
subsidiar o modo como os sujeitos observam as cenas
cotidianas, bem como, o modo como os sujeitos colocam-se
na realidade social.
Costuma-se metaforizar que estrutura de personalidade
é o alicerce de uma construção. Este alicerce tem alguns
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 4
pontos constantes, que não se modificam, mesmo que a
estrutura externa da construção se modifique. Estes pontos
básicos e constantes que compõe uma estrutura de
personalidade, são denominados de instâncias psíquicas.
Anteriormente foram nomeadas duas destas instâncias, a
consciência e o inconsciente.
Então, partindo-se do pressuposto de que as
experiências vão sendo registradas pelas crianças através das
suas percepções desde os primeiros momentos de vida;
pode-se compreender que a consciência é a instância de
passagem, onde os registros da criança vão acontecendo.
Estes registros precisam encontrar lugar para serem
guardados, por eles vêm permeados por vivências afetivas.
Este lugar onde estas experiências são registradas, foi
nomeado de inconsciente.
Faz-se importante dizer, que esta instância foi
designada por Freud, como sendo o arcabouço das vivências
humanas, e por isso, mantinha três regras básicas e
independentes da consciência, para seu funcionamento:
atemporalidade, amoralidade e funcionamento pelo princípio
do prazer.
Ponto importante
A noção de inconsciente freudiano promove uma quebra de paradigma
em relação ao comportamento humano, uma vez que passa a entender o
ser humano motivado pelas experiências inconscientes.
Consequentemente a percepção do ser humano ultrapassa os ditames
da racionalidade. O inconsciente passa a ser compreendido como centro
das ações e motivações, e com ele suas regras de funcionamento.
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 5
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud
Mas afinal, o que significa a atemporalidade?
Amoralidade? Princípio do Prazer?
➔ Atemporalidade: distanciamento do tempo cronológico.
As vivências registradas no inconsciente não mantém
ordem de importância entre si. Elas vão sendo ativadas
na medida em que elas encontrem estímulo externo.
Portanto o que se viveu na infância não é menos
importante do que as vivências da atualidade.
➔ Amoralidade: a=não. Não existe uma moral específica.
Não significa imoralidade. Mas sim, um não julgamento
frente às ações e desejos. Assim como as vivências
têm o tempo do inconsciente, da mesma forma a
moralidade é marcadapela busca do Princípio do
Prazer. Ou seja, não existe certo ou errado, existe a
busca pelo prazer a todo custo, sem julgamento ou
registro temporal.
Mas como aliar o convívio social, e a conexão com a
realidade, com estes três princípios do inconsciente?
A explicação está no desenvolvimento humano, físico e
psicológico. Se observarmos o percurso de um ser humano é
possível inferir que na infância estamos mais predispostos às
demandas deste inconsciente. Uma criança apresenta
demanda do seu desejo, independente de um tempo
cronológico ou das negociações que um adulto faz com as
exigências da realidade. Alguns exemplos que permitam a
visualização das situações:
Exemplificando
A. Um bebê com fome, chora até que seu desejo (e necessidade
fisiológica seja satisfeito). Diferente de um adulto que em um
situação como essa negocia com o tempo e com as
necessidades.
B. Um criança em uma loja de brinquedo deseja tudo que oferece
estímulo. Diferente de um adulto que em um shopping center
negocia com os seus desejos, suas necessidades e suas
condições.
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 6
Isto demonstra que aquilo que são as motivações
inconscientes, regidas por suas regras de funcionamento
básicas, vão sendo negociadas com a realidade na medida em
que os seres humanos vão adquirindo recursos físicos e
psicológicos.
Mas como se adquirem esses recursos psicológicos?
Importante salientar que a Psicologia de modo geral
entende que os seres humanos são historicidade. Ou seja, não
adulto deixa de ser aquilo que foi registrado em sua história.
Os adultos carregam os aprendizados e influências recebidos
desde a infância. Freud (1915) mencionava a importância da
formação da personalidade, até o final da adolescência. Os
autores pós-freudianos, e os teóricos mais contemporâneos
da Psicologia, também mencionam a importância das nossas
memórias afetivas e influências recebidas desde os
primórdios de nossa existência.
Sendo assim, os recursos psicológicos necessários
para que um sujeito possa conviver em sociedade de forma
adaptada, dizem respeito à condição de ascender das
motivações inconscientes, tão somente, em direção a
consciência. Para que isto ocorra faz-se necessário adormecer
as motivações inconscientes, que são tomadas como mais
primitivas.
Como a consciência mantém vinculação direta com a
realidade, observa-se que esta é mediada pelos princípios da
cultura onde o sujeito está inserida. Então desenvolver-se
psicologicamente significa frustrar na medida correta as
motivações inconscientes. Aprender a lidar com as
frustrações. Isto deve ocorrer desde cedo no
desenvolvimento infantil. Isto é, as crianças precisam receber
limitações amorosas, desde o início do seu percurso infantil.
Aquelas motivações mediadas pelos princípios inconscientes,
devem adormecer, para que ela possa desenvolver-se em
consonância com a realidade.
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 7
Existe um momento decisivo deste percurso na
infância. O momento em que a criança inicia seu percurso na
diferenciação sexual, aproximadamente aos 3 anos de idade.
A partir do convívio familiar e social (normalmente
através da escola ou creche) a criança passa a perceber as
diferenças anatômicas entre os sexos. Neste momento iniciam
as primeiras frustrações da criança, na medida em que ela tem
que lidar com a percepção da diferença. Onde existe diferença
existe necessidade de adaptação, e consequentemente,
pequenas doses de frustração.
O início da vida escolar para a criança é de fato um
marco, não apenas pelos aspectos pedagógicos formais
(desenvolvimento cognitivo e motor), mas também porque
através do convívio com “seus iguais” desenvolve-se a
condição de frustração.
Esta condição de frustração gera na criança a
percepção da realidade e o consequente adormecimento dos
seus desejos mais primitivos. É nesta fase da diferenciação
sexual anatômica que a criança vai recebendo as informações
acerca da cultura onde ela está inserida, no que diz respeito à
sexualidade.
Importante diferenciar sexualidade de sexo.
Sexualidade é uma energia que circunda o organismo humano,
que impulsiona seu desenvolvimento físico e psicológico. Sexo
é o ato sexual em si, e que nesta fase do desenvolvimento a
criança não deve ter acesso nem informação.
Aliás, salienta-se que exatamente porque a criança
nesta fase do desenvolvimento não deve ter acesso ao que diz
respeito ao desenvolvimento sexual do adulto que ela deve ser
barrada/frustrada. Ou seja, para que ela adquira educação
(acesso à cultura), ela precisa receber as limitações acerca de
seus desejos inconscientes, mas também proteção na sua
interação com a realidade. É a partir disto que a criança passa
a desenvolver outra instância muito significativa para sua
personalidade: o superego (ou supereu).
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 8
O superego trata-se de uma instância limitadora.
Situa-se entre o consciente e o inconsciente (ou onde alguns
autores denominam de pré-consciente). Sua função é
restringir as demandas do inconsciente em direção ao
consciente. Portanto, a formação do superego garante a
ascensão do indivíduo a uma conexão com a consciência de
forma mais adaptação.
Retomando
Os desejos inconscientes são regidos pela princípio do prazer,
atemporalidade e amoralidade, o superego (que vai sendo formado na
criança desde os três anos de idade, até aproximadamente o final da
adolescência) é a instância que mantém relação com o consciência, com
a finalidade de negociar com a realidade.
Exemplificando
Desejo inconsciente: Agredir alguém, superego desenvolvido.
Comportamento Consciente: Sentimento de angústia e mal estar
generalizado.
Para este exemplo parte-se do pressuposto que o
sujeito já esteja na fase adulta, e consequentemente mantenha
a capacidade de negociação entre aquilo que seria seu desejo
inconsciente (regido pelo princípio do prazer, atemporalidade e
amoralidade) e o acesso a realidade através da consciência.
Entre estas duas instâncias há a formação do superego, que
funciona como uma espécie de lei, impedindo que as
motivações inconscientes venham a consciência tal qual sua
formação. O que aparece na consciência são fragmentos
distorcidos destes desejos inconscientes. O superego agiria
como um filtro básico daquilo que vem do inconsciente em
direção a consciência (também denominada de ego). E seria
na consciência que apareceriam os registros desta
negociação, na forma de comportamento humano.
Como desenvolver um superego saudável? Permitindo
que a criança desde cedo possa lidar com suas perdas e
frustrações. Desde aquelas que fazem parte do seu
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desenvolvimento, até aquelas que são intercursos da vida.
Obviamente que frustrar a criança não pode ser vista como
sinônimo de maus tratos ou negligência, ao contrário, a
frustração deve acontecer como via de amparo e afeto. Aqui a
máxima de que limites são sinal de amor, deve ser enfatizada
desde o início das relações de cuidado com as crianças.
Também evidencia-se aqui a importância da família e dos
cuidadores da criança.
Observa-se então que conforme acontece o
desenvolvimento destas instâncias psicológicas, se dará a
organização da personalidade. Na perspectiva a da corrente
teórica psicanalítica, no campo da Psicologia, observam-se
que existem estruturas básicas de personalidade.
2.1 O que são estruturas de personalidade?
As estruturas de personalidade são entendidas como a
base para o desenvolvimento dos comportamentos. Isto quer
dizer: uma estrutura de personalidade é o modo de
funcionamento básico das instâncias psíquicas (inconsciente,
superego e consciente) que é adquirido a partir do seu
desenvolvimento. Desde esta estrutura básica é que
formam-se as características que vão organizando o
funcionamento dos sujeitos que irão contemplar a base
comportamental dos sujeitos, inclusive daspredisposições
psicopatologias (adoecimentos).
Na contemporaneidade pode-se situar quatro estruturas
básicas de personalidade. São elas:
➔ Neurose;
➔ Psicose;
➔ Perversão;
➔ Estados limítrofes.
Cabe salientar que estas estruturas não são
psicopatologias, mas sim o funcionamento básico dos
sujeitos. A partir dessas estruturas e das formas de relação
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 10
estabelecidas com a cultura onde os sujeitos estão inseridos é
que desenvolvem-se seus adoecimentos.
Importante destacar
As noções de psicopatologias sofrem influência da cultura onde os
sujeitos estão inseridos.
Retomamos as estruturas básicas de personalidade e
seus respectivos funcionamentos:
➔ Neurose: esta estrutura de personalidade relaciona-se
com a realidade de forma mais organizada. Os conflitos
são constituídos e vivenciados no psiquismo dos
sujeitos. Sua expressão de agressividade é externa,
quando os recursos internos não conseguem mais
sustentar suas vivências internas.
➔ Psicose: esta estrutura de personalidade relaciona-se
com a realidade de forma menos organizada. Mantém
algumas desconexões com a realidade, de forma
transitória ou permanente. Os delírios apresentados são
mais ou menos sistematizados, não há prejuízo da
capacidade intelectual. Os comportamentos agressivos
são constituídos como parte dos delírios.
➔ Perversão: esta estrutura de personalidade relaciona-se
com a realidade de forma organizada, mas nega ou
burla as regras de convívio sociais, variando a
intensidade e a gravidade. Os comportamentos
agressivos caracterizam-se pela passagem ao ato, em
situações mais planejadas e articuladas.
➔ Estados limítrofes: são comportamentos que transitam
entre estabelecer relações com a realidade, e ao
mesmo tempo desconectar-se. Os comportamentos
agressivos apresentados, são vivenciados em situações
limites, e habitualmente com características
autodestrutivas.
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 11
Cabe salientar, que se uma estrutura de personalidade
apresenta-se mais regressiva, as possibilidades de
desdobramentos psicopatológicos habitualmente seguem o
padrão básico do seu funcionamento. Por exemplo: Se trata-se
de uma personalidade perversa, os sintomas agressivos,
tendem a apresentar-se de forma mais dissimulada. Burlando
regras e formas de organização elementares.
Se a personalidade organizou-se no campo da
perversão, havendo o desenvolvimento de psicopatologias, os
sintomas agressivos tendem a serem mais desconectados da
realidade externa; ou seja, violência mais brutal e extrema. Por
outro lado, se a personalidade diz respeito ao campo da
neurose, as psicopatologias que apresentem comportamentos
violentos, tendem a serem situações extremos, a partir de
influências da realidade externa.
Apresentar estas formas de constituição psíquica
(estruturas de personalidade), tem como objetivo desenvolver
a capacidade analítico-reflexiva das origens dos
comportamentos violentos, bem como, seus possíveis
desdobramentos. Além claro, de fomentar a
interdisciplinaridade, bem como, ações sociais que
desempenhem a promoção de saúde psíquica e cultural, no
viver coletivo.
Conclusão
Abrangeu-se aqui a formação da personalidade humana
e os princípios em relação ao desenvolvimento psíquico. A
partir da compreensão da Psicologia, entende-se que às
perspectivas histórico-sociais e a ciência demandam sobre os
sujeitos e suas relações com a realidade. Com isso, é
importante assinalar que a Psicologia concebe os sujeitos a
partir da sua relação temporal, econômica, histórica, cultural e
social.
Desse modo, o comportamento humano é a soma de
sua formação psíquica, e é composta por vivências
conscientes e inconscientes, assim se constrói a
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subjetividade. Ao atingir a formação da estrutura da
personalidade a partir do histórico genético dos indivíduo,
formam pontos básicos e constantes da estrutura e
denominam-se instâncias psíquicas.
Abordou-se também as três regras básicas dos
princípios do inconsciente, por que são estruturas de
personalidade e as quatro estruturas básicas de personalidade
na contemporaneidade. Desenvolvendo a reflexão e o
entendimento frente a muitos comportamentos e atitudes
violentas e auxiliando em possíveis e futuras condutas.
Referências bibliográficas
FREUD, S. Trad. Jayme Salomão. O Inconsciente. In: História
do movimento Psicanalítico, artigos sobre a metapsicologia e
outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud, vol. XIV).
Versão 1.0 - Atualizada em 25 de maio de 2020 13

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