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GERÊNCIA-DE-RISCOS

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1 
 
 
GERÊNCIA DE RISCOS 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA.......................................................................................................1 
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 
2.ACIDENTE DE TRABALHO - REVENDO CONCEITOS .......................................... 7 
2.1ACIDENTE ............................................................................................................. 7 
2.2 DANO .................................................................................................................... 8 
2.3RISCOS .................................................................................................................. 9 
2.4CAUSA (DE ACIDENTE) ...................................................................................... 12 
3.1GERENCIA DE RISCOS- DEFINIÇÃO ................................................................ 13 
3.2GESTÃO E GESTORES ...................................................................................... 14 
3.3CONTROLES DE SEGURANÇA ......................................................................... 17 
3.3.1 CONTROLE DE SEGURANÇA OPERACIONAL ............................................. 18 
3.3.2 CONTROLE DE SEGURANÇA GERENCIAL .................................................. 18 
3.3.3 CONTROLE DE SEGURANÇA TÉCNICO ....................................................... 18 
3.3.4 IMPLEMENTAÇÃO DE CONTROLES ............................................................. 19 
3.4 EVENTOS E INCIDENTES DE SEGURANÇA .................................................... 19 
3.4.1 EVENTO DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO .............................................. 19 
3.4.2 INCIDENTE DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ......................................... 20 
3.5 RISCO E RISCO DE SEGURANÇA .................................................................... 20 
3.5.1 RISCO DE SEGURANÇA ................................................................................ 20 
3.5.2 PERFIL DO RISCO DE SEGURANÇA............................................................. 21 
3.5.3 CENÁRIO DE INCIDENTES DE SEGURANÇA ............................................... 21 
3.5.4 REDUÇÃO DO RISCO ..................................................................................... 21 
3.5.5 ITERATIVIDADE NA GESTÃO DO RISCO ...................................................... 22 
3.6INSPEÇÃO DE SEGURANÇA ............................................................................. 23 
3.6.1 MODALIDADES DE INSPEÇÃO ...................................................................... 23 
3.6 2 PERIODICIDADE ............................................................................................. 24 
3.6.3 ETAPAS NAS INSPEÇÕES DE SEGURANÇA ............................................... 24 
3.7ANÁLISE DE RISCOS.......................................................................................... 25 
3.7.1 MAPA DE RISCOS........................................................................................... 26 
3.8INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES .................................................... 27 
4.CONTROLE DE DANOS E PERDAS ..................................................................... 31 
 
 
3 
4.1EVOLUÇÃO DO PREVENCIONISMO ................................................................. 31 
4.2 CONCEITOS E FATORES DE PERDA .............................................................. 37 
4.2.1 CONCEITO ...................................................................................................... 37 
4.3 ANÁLISE E PREVENÇÃO DE PERDAS ............................................................. 39 
4.4FATORES PRODUTIVOS AFETADOS PELAS PERDAS ................................... 48 
5.1SUBSISTEMAS .................................................................................................... 52 
6.REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A maioria dos acidentes é devida à falta ou deficiência de algo fundamental na 
execução das tarefas diárias. A segurança dos empregados nas áreas de risco é 
função direta do método de trabalho que infelizmente, não tem recebido o carinho, 
atenção e respeito que merece! Havendo problema quanto ao método, a segurança 
sempre falha!... 
E quando a segurança falha, os resultados são catastróficos: 
• São as mortes; 
• São as mutilações físicas e/ou mentais; 
• São as perdas materiais; 
• São as interrupções brutais do trabalho com toda sorte de prejuízo! 
Revisaremos alguns conceitos básicos sobre acidente e segurança. Os 
conceitos sobre acidente serão estudados isoladamente apesar de que, na prática 
eles (os acidentes) ocorrem sempre em cadeia. 
 Eles serão classificados em: caráter pessoal, material e administrativo. 
Gerenciar riscos depende fundamentalmente do claro entendimento desses 
conceitos. 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. ACIDENTE DE TRABALHO - REVENDO CONCEITOS 
2.1 Acidente 
 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa, com o segurado empregado (inclusive o doméstico), trabalhador avulso, 
médico residente, bem como com o segurado especial (trabalhador rural), no exercício 
de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a 
morte, a perda ou redução, temporária ou permanente da capacidade para o trabalho. 
O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do 
INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. 
De acordo com o art. 337, § 3º do Decreto 3.048/1999, considera-se 
estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico 
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da 
incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID em 
conformidade com o disposto na Lista C do Anexo II do referido decreto. 
Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica 
do INSS a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de 
evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive 
morte, independentemente do tempo de latência, nos termos do art. 337, § 4º do 
Decreto 3.048/1999. 
Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o 
nexo entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o 
beneficiário tenha direito. Caso contrário, não serão devidas as prestações.8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Dano 
 
O dano é oriundo do latim damnum, sinônimo de lesão, ofensa, prejuízo. Ele 
é o pé direito da responsabilidade civil, haja vista que não se pode falar nela, sem a 
existência de um prejuízo concretizado. 
A responsabilidade civil aparece a partir do momento em que um indivíduo 
diante de sua conduta provoca estrago patrimonial ou extrapatrimonial a outra pessoa. 
Em uma simples analogia chula, o dano e a responsabilidade civil seriam como a 
“camisa e o botão”, o que nos remete a impossível separação dos institutos. 
 
 
ACIDENTE 
Ocorrência não programada que pode produzir danos. É um acontecimento que 
não prevemos ou, se prevemos, não sabemos precisar quando vai acontecer. 
• Acidente Pessoal: Ocorrência com pessoas. 
 Ex: Queda de pessoa 
• Acidente Material: Ocorrência com material 
Ex: Queda de aparelho de medição 
 • Acidente Administrativo: Ocorrência com a empresa 
Ex: Falência, não programada. 
 
➢ Acidente do Trabalho Qualquer evento não programado que interfere 
negativamente na atividade produtiva e que tem a cobertura da 
seguradora. 
➢ Incidente crítico 
o É uma situação ou condição que se apresenta, mas não manifesta 
dano. 
o É também chamado de quase-acidente. 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 Riscos 
 
Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador 
ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados como riscos geradores 
de acidentes: 
1. arranjo físico deficiente; 
Dano: 
 Consequência negativa do acidente. É o produto ou resultado negativo do 
acidente (prejuízo) 
➢ Dano Pessoal: 
Lesão: ferimento no braço 
 - Perturbação mental 
➢ Dano Material: 
Dano em aparelho, equipamento, etc. 
➢ Dano Administrativo: 
Ex.: Prejuízo monetário, desemprego em massa 
 
 
10 
2. máquinas e equipamentos sem proteção; 
3. ferramentas inadequadas ou defeituosas; 
4. eletricidade; 
5. incêndio ou explosão; 
6. animais peçonhentos; 
7. armazenamento inadequado. 
8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo que pode causar acidente. Tudo com potencionalidade ou probabilidade de 
causar acidente. De um modo geral os riscos são mais “visíveis” nas tarefas e 
podem ser controlados. Por vezes ele está oculto no processo que envolve a 
realização das tarefas”. 
Podemos descobri-lo preventivamente (através de conhecimento, estudo, 
pesquisa, testes, etc. o que é sempre difícil) ou corretivamente (após algum 
acidente): Ex: Defeito de fabricação de um equipamento. 
Existem riscos que nunca são descobertos. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Risco Pessoal 
É o homem - o maior risco da humanidade! Pode causar os mais variados 
acidentes a qualquer instante. 
Risco Material 
Condição insegura - risco no ambiente, máquinas, equipamentos, ferramentas, 
etc. pode ser a presença (gás tóxico) ou falta (falta de pessoal treinado em 
primeiros socorros) de alguma coisa no ambiente de trabalho. 
Risco Administrativo 
 A administração, a gerência, a supervisão ou quem os representar diretamente. 
É o risco mais crítico da Empresa. Quando o gerente é competente, o trabalho 
e a segurança funcionam a contento. Um grande número de acidentes na 
empresa indica sempre uma supervisão falha ou inexistente. 
 
 
12 
 
 
 
2.4 Causa (de Acidente) 
 
 
 
13 
 Aquilo que provocou o acidente, que foi responsável por sua ocorrência. Que 
permitiu a transformação do risco em acidente. 
Obs: Só passa a existir após a ocorrência do acidente. A condição insegura (piso 
escorregadio, por exemplo) é um risco, antes de acontecer o acidente. Após o 
acidente a condição insegura é causa do acidente (e continua sendo risco para outros 
acidentes). 
➢ Causa Pessoal: 
Ato inseguro Ex: Não seguir o fluxo padronizado das tarefas 
➢ Causa Material: 
Condição Insegura Ex: Piso escorregadio 
➢ Causa Administrativa: 
Ato inseguro administrativo Ex: diretriz errada, ordem errada da chefia, de 
gerência, de supervisor. 
 
 
3. GERENCIA DE RISCOS 
 
 3.1 Gerencia de Riscos- Definição 
 
Conjunto de procedimentos que visa a proteger a empresa das consequências 
de eventos aleatórios que possam reduzir sua rentabilidade, sob forma de danos 
físicos, financeiros ou responsabilidades para com terceiros. 
A gerencia de riscos prevenir todos os fatos negativos, que distorcem um 
processo de trabalho, impedindo que se cumpra o programado, e que podem provocar 
danos e/ou perdas às pessoas e aos elementos materiais. 
 
 
14 
 
3.2 Gestão e Gestores 
 
O controle ou regulação sistematicamente efetuada nas organizações é 
realizado por um subsistema dentro da própria organização, denominado sistema de 
gestão ou simplesmente gestão. Um dos efeitos que a gestão produz sobre uma 
organização é a atuação na redução dos eventos que contribuem para produzir efeitos 
negativos, bem como a atuação para aumentar eventos que contribuem para produzir 
efeitos positivos. A forma sistemática como a gestão atua surge por meio do uso de 
controles. 
A gestão mobiliza as pessoas e outros agentes que atuam na organização, 
especialmente por meio de controles de gestão, com vistas a reduzir efeitos negativos 
e produzir efeitos positivos que garantam o alcance das metas coletivas dessa 
organização diante da ocorrência de eventos incertos. 
A GERÊNCIA DE RISCOS CONSISTE EM: 
➢ Identificação de Riscos, 
➢ Análise de Riscos, 
➢ Avaliação de Riscos, 
➢ Tratamento de Riscos, 
1 - Prevenção 
• Eliminação 
• Redução 
 
 
15 
2 - Financiamento 
Redução 
• Autodoação 
• Autosseguros 
Transferência 
• Sem Seguro 
• Por Seguro 
 
 
 
 
 
16 
PROCESSO DE DECISÃO NA GERÊNCIA DE RISCOS: 
▪ Determinar a grandeza do risco 
▪ avaliar o risco 
▪ desenvolver alternativas para tratar o risco 
▪ selecionar a melhor alternativa de controle (justifique) 
▪ aplicar medida de controle. 
 
 
RESPONSABILIDADES DA GERÊNCIA DE RISCOS 
▪ identificação dos riscos 
▪ classificação dos riscos 
▪ avaliação dos riscos 
▪ geração, atualização e arquivamento de dados estatísticos e relatórios. 
▪ estabelecimento de uma política de riscos 
▪ cooperação e busca da cooperação de todos os departamentos da 
empresa. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 
▪ questionários (check lists); 
▪ inspeção de segurança; 
▪ fluxogramas; 
▪ técnica de incidentes críticos; 
▪ análise preliminar de riscos; 
▪ investigação de acidentes; 
▪ outras técnicas. notas: 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS 
▪ sobre propriedades; 
▪ pessoais; 
▪ de responsabilidade civil; 
 
 
17 
▪ sobre venda e/ou comercialização; 
▪ financeiros; 
▪ sobre produção e/ou operação; 
▪ ao meio ambiente. 
 
AVALIAÇÃO DE RISCOS 
▪ dano máximo provável (dmp) 
▪ probabilidade de ocorrências do evento gerador do dano (po) 
▪ nível de exposição ao risco (classes de prioridades) 
▪ eficiência das medidas de controle do risco 
▪ custo das medidas e controle do risco 
 
3.3 Controles de Segurança 
 
Controles em funcionamento que tenham por objetivo neutralizar eventos 
potencialmente negativos que venham a ocorrer numa organização são chamados de 
controles de segurança. 
A adoção de controles de segurança depende de ações de: 
 
 1 - Planejamento 
• quais os riscos da organização? 
• quais controles devem ser implementados? 
2 - Monitoramento 
• como os controles estão funcionando? 
3 - Controle 
• os controles estão funcionando a contento? 
• que ações corretivas ou aperfeiçoadoras devem ser tomadas?. 
Em suma, a adoção de controles, tanto de gestão como de segurança, é parte 
essencial da autorregulação realizada pela gestão da organização. 
 
 
18 
O NIST (NIST, 2006; NIST, 2009) oferece a seguinte definição para controle de 
segurança: Um controle de segurança é uma salvaguarda ou contramedida de 
natureza gerencial,operacional ou técnica, prescrita para um sistema de informações, 
de modo a proteger a confidencialidade, integridade e disponibilidade do sistema de 
sua informação. 
Os controles de segurança podem se dividir entre gerenciais, operacionais ou 
técnicos, com as seguintes definições (NIST, 2006): 
 
 
3.3.1 Controle de Segurança Operacional 
 
Conforme NIST (2006), um controle de segurança operacional é um controle 
de segurança (salvaguarda ou contramedida) para um sistema de informação que é 
primariamente implementado e executado por pessoas (em oposição a sistemas). 
 
3.3.2 Controle de Segurança Gerencial 
 
Conforme NIST (2006), um controle de segurança gerencial é um controle de 
segurança (salvaguarda ou contramedida) para um sistema de informação que foca a 
gestão do risco e a gestão da segurança do sistema de informação. 
 
3.3.3 Controle de Segurança Técnico 
 
Conforme NIST (2006), um controle de segurança técnico é um controle de 
segurança (salvaguarda ou contramedida) para um sistema de informação que é 
primariamente executado e implementado pelo sistema de informação, através de 
mecanismos contidos nos componentes de hardware, software ou firmware presentes 
no sistema. 
Salvaguardas, Contramedidas ou Medidas de Segurança 
 
 
19 
O termo “salvaguarda” também é empregado como um sinônimo de controle, 
contramedida ou medida de segurança. Conforme NIST (2006), 
Salvaguardas são medidas de proteção prescritas para alcançar requisitos de 
segurança (confidencialidade, integridade e disponibilidade) que foram 
especificadas para um sistema de informação. Salvaguardas podem incluir 
características de segurança, restrições gerenciais, segurança de pessoal e 
segurança de estruturas físicas, áreas e dispositivos. Salvaguardas são 
sinônimos de controles e contramedidas de segurança. 
Controles de natureza operacional ou técnica, como criptografia, são difíceis de 
caracterização como processos. O termo “medida de segurança” se aplica melhor aos 
casos em que controles não são facilmente caracterizados como processos, isto é, 
quando são objetos ou artefatos quaisquer. 
 
3.3.4 Implementação de Controles 
 
A norma ABNT NBR ISO/IEC 27002:2005 (ABNT, 2005) contém um guia de 
implementação de 133 controles de segurança tipicamente usados nas organizações. 
A norma ABNT NBR ISO/ IEC 27001:2006 (ABNT, 2006) descreve um processo 
sistemático de introdução de controles de segurança em organizações. No cerne do 
processo, proposto pela ABNT (2006), reside a gestão de riscos. A Seção 8 deste 
texto apresenta um pouco mais de detalhes sobre a norma ISO/IEC 27002 (ABNT, 
2005). 
 
3.4 Eventos e Incidentes de Segurança 
 
 Eventos negativos para a segurança da informação são mais comumente 
chamados de incidentes de segurança da informação. Há, no entanto, diferenças 
entre os conceitos de eventos e incidentes, e a ABNT (2005) oferece definições para 
eventos e incidentes de segurança. 
 
3.4.1 Evento de Segurança da Informação 
 
Um evento de segurança da informação, segundo a ABNT (2005), é uma 
ocorrência identificada de um sistema, serviço ou rede que indica uma possível 
violação da política de segurança da informação ou falha de controles, ou uma 
 
 
20 
situação previamente desconhecida que possa ser relevante para a segurança da 
informação. 
 
3.4.2 Incidente de Segurança da Informação 
 
Um Incidente de Segurança da Informação, segundo a ABNT (2005), é indicado 
por um simples evento ou uma série de eventos de segurança da informação 
indesejados ou inesperados, que tenham grande probabilidade de comprometer as 
operações do negócio e ameaçar a segurança da informação. Incidentes de 
segurança da organização: 
a. provocam obstrução ou erro na execução de um ou mais processos 
organizacionais; 
 b. a obstrução ou erro decorre de dificuldades na ação dos agentes 
organizacionais humanos ou computacionais, no desempenho de suas atividade;s 
c. provocam queda no desempenho de uma ou mais funções organizacionais; 
d. impactam o alcance de metas organizacionais; 
Dado que alguns eventos de segurança são classificados como incidentes, 
quanto mais eventos ocorrerem, maior a chance de incidentes serem provocados. A 
gestão de riscos de segurança da informação busca mapear o risco de ocorrência dos 
incidentes de segurança da informação. 
 
3.5 Risco e Risco de Segurança 
 
Risco é um evento hipotético, cuja ocorrência pode afetar de forma positiva ou 
negativa uma organização. Ele possui chance de ocorrência futura que não é nula e 
apresenta impacto ou oportunidade significante. 
 
3.5.1 Risco de Segurança 
 
Um risco de segurança é um evento possível e potencialmente danoso a uma 
organização, isto é, um evento hipotético, que possui chance de ocorrência futura que 
não é nula e que apresenta impacto negativo significante. 
 
 
21 
Sem chance de ocorrência futura, um evento hipotético não se configura como 
risco. Sem impacto negativo significante, um evento hipotético não se configura como 
risco. É também importante destacar que, mesmo que um evento futuro negativo 
tenha 50% de chance de ocorrer e impacto negativo valorado, haverá sempre uma 
incerteza associada a tal estimativa. Isto é, podemos ter baixa, média ou alta confiança 
de que o evento tem 50% de chance de ocorrer, bem como podemos ter baixa, média 
ou alta confiança de que o impacto negativo real será do valor que estimamos. 
Dessa forma, um risco poderia, de modo abstrato, ser obtido pela fórmula 
abaixo: 
Risco de Segurança = Chance de ocorrência * Impacto negativo estimado * 
Incerteza relacionada com as medidas. 
 
3.5.2 Perfil do Risco de Segurança 
 
Ao conjunto de riscos de segurança aos quais está sujeito uma organização 
dá-se o nome de perfil do risco de segurança. Perfil do Risco de Segurança = {Risco 
de segurança 1 + Risco de segurança 2 + ... + Risco de segurança n} 
 
3.5.3 Cenário de Incidentes de Segurança 
 
A descrição fictícia e textualmente enriquecida de um conjunto de incidentes 
que podem potencialmente ocorrer com uma organização é chamada de “cenário de 
incidentes”. O conjunto de cenários de incidentes é uma forma empregada para 
facilitar a compreensão do perfil de riscos de uma organização. A partir do cenário de 
incidentes podem ser construídos vários riscos. 
 
3.5.4 Redução do Risco 
 
A redução gerenciada de um risco é obtida por meio da introdução de controles, 
produzindo um novo tipo de risco, chamado de “risco residual”. De forma abstrata, 
poderíamos expressar a redução do risco, ou risco residual, por meio de uma fórmula 
como a seguir: Risco residual = Risco original / Controles de Segurança 
 
 
22 
 
3.5.5 Iteratividade na Gestão do Risco 
 
Cada controle de segurança implementado para reduzir um ou mais riscos 
incorre em um custo, bem como aumenta a chance de que outros eventos, de 
natureza positiva, também sejam reduzidos e que, com isto, a organização perca 
alguma flexibilidade e deixe de inovar. Dessa forma, o gestor de segurança precisa 
encontrar um ponto de equilíbrio entre o ganho no aumento da segurança em 
comparação com as perdas decorrentes de investimentos em controles e aquelas 
relacionadas à perda de flexibilidade organizacional. 
É preciso também compreender que cada novo controle introduzido para tratar 
um risco específico produz um risco residual e pode introduzir surgimento ou 
desaparecimento de novos riscos. Diante desse cenário mutável e complexo para a 
segurança, mais especificamente, a gestão da segurança organizacional contém pelo 
menos três atividades, executadas nesta ordem: 
✓ levantamento do perfil de riscos de segurança da organização; 
✓ adoção de controles de segurança compatíveis com o perfil de riscos da 
organização; 
✓ reavaliação. 
A ordem na qual essas atividades devem ser realizadas é a apresentada acima. 
É um desperdício de recursos a adoção decontroles de segurança sem que haja 
compreensão do perfil de riscos ao qual a organização está sujeita. As atividades de 
levantamento do perfil de riscos e de adoção de controles são realizadas no âmbito 
da Gestão de Riscos de Segurança, que vem a ser o cerne da Gestão da Segurança. 
A implementação da segurança em uma organização, fundamentalmente 
baseada em controles, depende da compreensão da natureza do conjunto de eventos 
potencialmente negativos a essa organização, os quais podem não possuir relação 
direta com a natureza do processo em si que está sendo executado. 
A falta de energia, por exemplo, é um evento que não possui relação direta com 
o processo de ensino de uma universidade. O uso de senhas não é uma característica 
inerente a um sistema de controle de rendimento escolar. No entanto, um conjunto 
genérico de eventos pode impactar um grande número de processos de uma 
organização, e é essencial saber quais são eles e do que eles dependem para 
funcionar. 
 
 
23 
Como há uma quantidade finita de recursos para implementação de controles 
de segurança, para o alcance de uma situação de equilíbrio é necessário estabelecer 
prioridades, identificando quais atividades são essenciais à atuação da organização e 
até que ponto elas são influenciadas por riscos de segurança. Todas as ações de 
segurança devem ser prioritariamente guiadas para a preservação da continuidade do 
desempenho dessas atividades e alcance das metas a elas associadas. 
 
 
 
 
3.6 Inspeção de Segurança 
 
São vistorias e observações que se fazem nas áreas de trabalho para descobrir 
situações de risco à saúde e integridade física do trabalhador. As inspeções de 
segurança são fontes de informações que auxiliam na determinação de medidas que 
previnem a ocorrência dos acidentes de trabalho. Devem ser aplicadas em toda 
extensão para proporcionar resultados compensadores. 
Quando bem processadas e envolvendo todos os que devem assumir sua parte 
de responsabilidade, as inspeções atingem seus objetivos, que são: 
1. Possibilitar a determinação de meios prevencionistas antes da 
ocorrência de acidentes. 
2. Ajudar a fixar nos trabalhadores a mentalidade da segurança e da 
higiene do local de trabalho. 
3. Encorajar os próprios trabalhadores a agirem inspecionando o seu 
ambiente de trabalho. 
4. Melhorar o entrelaçamento entre o serviço de segurança e os demais 
departamentos da empresa. 
5. Divulgar e consolidam nos trabalhadores o interesse da empresa pela 
segurança do trabalho. 
6. • Despertar nos trabalhadores a necessária confiança na administração 
e angariar a colaboração de todos para a prevenção de acidentes. 
 
3.6.1 Modalidades de inspeção 
 
 
 
24 
As inspeções classificam-se em: 
1. Inspeções gerais: são feitas em todos os setores da empresa e abrangem todos 
os aspectos de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Útil para início de 
mandato dos cipeiros. 
2. Inspeções parciais: limitam-se a determinadas áreas, setores ou atividades, 
onde já se sabe que existem problemas. 
3. Inspeções de rotina: feitas pela CIPA e pelos setores de segurança e 
manutenção a partir de prioridades estabelecidas, visando à melhor 
organização do trabalho. Também são assim classificadas, as inspeções feitas 
pelos próprios trabalhadores em suas máquinas e ferramentas. 
4. Inspeções periódicas: são feitas normalmente pelos setores de manutenção e 
engenharia e se destinam a levantar os riscos existentes em ferramentas, 
máquinas, equipamentos e instalações elétricas. 
5. Inspeções eventuais: não têm data ou período determinados; podem ser feitas 
por vários técnicos e visam solucionar problemas considerados urgentes. 
6. Inspeções oficiais: são aquelas realizadas por agentes de órgãos oficiais e das 
empresas de seguro. 
7. Inspeções especiais: são realizadas por técnicos especializados com 
aparelhos de teste e medição. Por exemplo, as medições de ruído ambiental, 
de temperatura, etc. 
 
3.6 2 Periodicidade 
 
Somente inspeções sistemáticas diminuem os riscos reduzindo os acidentes e 
lesões. Riscos não descobertos ou novos riscos podem estar presentes. Só através 
da vigilância contínua, educação e treinamentos cuidadosos podem-se descobrir 
práticas inseguras no trabalho, para depois serem corrigidas de forma satisfatória. 
 
3.6.3 Etapas nas inspeções de segurança 
 
a) Observação 
✓ Saber observar o que se pretende ver. 
✓ Observar o lado humano e material. 
 
 
25 
✓ Analisar dados já conhecidos e a experiência do dia-a-dia. 
✓ Procurar a colaboração das pessoas envolvidas na atividade. 
✓ Esclarecer aos envolvidos os motivos da observação. 
b) Informação 
✓ Comunicar qualquer irregularidade aos responsáveis. 
✓ Mostrar as irregularidades e discutir a melhor medida a adotar, e a melhor 
atitude a ser tomada. 
 
c) Registro 
✓ Registrar os itens observados em formulários especiais (relatório de inspeção); 
✓ Devem constar o que foi observado, o local de observação e as 
recomendações. d) Encaminhamento 
✓ Os registros das inspeções são importantes para fins estatísticos e para 
possibilitar o encaminhamento, quer seja de um pedido de reparo ou de uma 
solicitação de compra. 
✓ O registro de inspeção desencadeia o processo de atendimento das 
solicitações. 
e) Acompanhamento 
✓ Após o registro feito e encaminhado, deve-se acompanhar o processo até a 
execução final. 
 
3.7 ANÁLISE DE RISCOS 
 
Antes de falarmos sobre a importância prática da análise de riscos, precisamos 
definir o que significa esse conceito. Segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC GUIA 
73:2005 a análise de riscos é o uso sistemático de informações para identificar as 
fontes, estimar e dimensionar os riscos. Ela contribui então para a avaliação, 
aceitação e tratamento dos mesmos. 
Vale ressaltar, além desta definição formal, que a análise de riscos tem o 
objetivo de propor uma visão crítica e hipotética do local de trabalho. Desta forma, são 
avaliadas todas as possibilidades de perigo no mesmo. Nesse sentido, existem duas 
vertentes principais, que serão explicadas a seguir: 
➢ Análise de riscos qualitativa 
https://portaldagestaoderiscos.com/wp-content/uploads/2017/11/ISO-1.pdf
https://portaldagestaoderiscos.com/wp-content/uploads/2017/11/ISO-1.pdf
 
 
26 
Busca apontar quais são os riscos e onde eles se localizam dentro da área de 
trabalho, sendo divididos em grupos com diferentes cores: físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos (que interferem nas características psicofisiológicas do 
trabalhador) e de acidentes. 
1. Riscos físicos: ruído, vibrações, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, frio, calor, pressões anormais, umidade e temperaturas extremas. 
2. Riscos químicos: poeiras, fumos metálicos, névoas, neblinas, gases, vapores 
e substâncias químicas no geral. 
3. Riscos biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos e 
animais peçonhentos. 
4. Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, levantamento manual de peso, 
exigência de postura inadequada, monotonia e repetitividade, imposição de 
ritmos excessivos, trabalho em turno diurno e noturno, jornada de trabalho 
prolongada, situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico e controle 
rígido de produtividade. 
5. Riscos de acidentes: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos 
sem a devida proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação 
inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, 
armazenamento inadequado, picadas de insetos, cobras e aranhas e outras 
situações de risco que contribuem para acidentes. 
 
➢ Análise de riscos quantitativa 
Procura mapear a quantidade, a frequência e a intensidade de todos os riscos 
avaliados pela análise qualitativa. Tem como objetivo produzir dados estatísticos que 
apontem as principais e mais recorrentes ameaças do local de trabalho. 
 
3.7.1 Mapa de riscos 
 
Mapa de riscos éuma representação gráfica dos pontos de riscos encontrados 
em cada setor. É uma maneira fácil e rápida de representar os riscos de acidentes do 
trabalho. É utilizado para indicar todos os pontos de riscos que a CIPA encontrar e, 
tornar possível sua visualização no ambiente por todos os trabalhadores do local, pelo 
Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho, pela administração da empresa e até 
mesmo por visitantes. 
 
 
27 
❖ Elaboração do mapa de riscos ambientais 
A Inspeção de Segurança é etapa básica para a elaboração do mapa de riscos 
ambientais. Após o exame desse mapa, poderemos estudar as medidas necessárias 
ao saneamento daquele ambiente e elaborar o plano de trabalho, para obtermos a 
implantação das medidas corretivas. 
Para a elaboração do mapa de riscos, convencionou-se atribuir uma cor para 
cada tipo e risco e representá-lo em círculos. Para evidenciar o grau de risco, utilizam-
se três tamanhos: 
1. Grande: risco grave. 
2. Médio: risco médio. 
3. Pequeno: risco leve. 
Quando num mesmo ponto há a incidência de mais de um risco de igual 
gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes, conforme exemplo . 
 
3.8 Investigação e Análise de Acidentes 
 
Na análise de um acidente de trabalho é importante diferenciarmos acidente, 
incidente e quase acidente. O acidente é um evento indesejável que resulta em morte, 
doença, lesão, dano ou outras perdas. 
Incidente é o evento que deu origem a um acidente ou que tinha potencial de 
levar a um acidente. Um incidente em que não ocorre doença, lesão, dano ou outra 
perda também é chamado de quase acidente. 
O quase acidente é um evento ou ocorrência inesperada, relacionada a um 
trabalhador ou equipamento, que por pouco deixou de ser um acidente. 
É importante fazer uma investigação de acidente muito bem feita, pois deles 
decorrem grandes perdas para as empresas, para os trabalhadores e suas famílias, 
para a Previdência Social, e para a sociedade, dificultando assim o desenvolvimento 
da riqueza nacional e a preservação da saúde dos seus trabalhadores. 
A partir da informação da ocorrência de um acidente a equipe de investigação 
deve se possível, inteirar-se do tipo de caso a ser investigado, visando preparar-se 
tecnicamente para conduzi-la. 
Os objetivos da análise de um acidente de trabalho são: 
✓ Prevenir acidentes do trabalho; 
 
 
28 
✓ Difundir a compreensão de acidentes do trabalho como fenômenos 
resultantes de rede de fatores em interação, superando a visão 
dicotômica (atos/ condições inseguras) 
✓ Identificação de rede de fatores de acidentes, cuja interação levou ao 
evento, sobretudo os mais a montante da lesão relacionados a aspectos 
organizacionais e gerenciais do sistema em questão; 
✓ Investigação da situação de trabalho habitual e de origens das 
mudanças e alterações que ocorreram, contribuindo para o evento, bem 
como a análise de barreiras existentes e de seu efetivo funcionamento; 
✓ A partir do caso específico, avaliar fatores relacionados ao 
gerenciamento de riscos adotado na organização de forma a contribuir 
com a prevenção de novos eventos. Subsidiar ações de outros órgãos e 
instituições. 
O acidente deve ser rapidamente investigado. Recomenda-se que os membros 
da CIPA devem dispor de um "kit" pronto com papel, prancheta, lápis, caneta, 
borracha, trena, máquina fotográfica e, ou filmadora, e filmes. 
A escolha do método de investigação depende da complexidade do fenômeno 
investigado. Em situações de trabalho caracterizadas por desrespeito evidente à 
legislação e às regras básicas de segurança, a investigação é relativamente fácil de 
ser conduzida. 
Em situações de trabalho complexas em que o acidente é fruto da interação 
entre vários fatores, são necessários métodos de investigação capazes de elucidar os 
vários aspectos envolvidos em sua gênese. 
A coleta de dados é uma fase crucial que deve ser realizada no próprio local de 
ocorrência do acidente. Uma boa coleta deve possibilitar a compreensão de como o 
acidente ocorreu quase como se fosse possível visualizá-lo passo a passo. 
A sistematização da coleta de dados facilita esta tarefa, além de ajudar a evitar 
que aspectos importantes deixem de ser investigados. 
Nas investigações de acidente de trabalho é realizada a coleta de dados com 
auxílio da atividade em desenvolvimento, desdobrada nos componentes: 
 
Indivíduo: qualificação, treinamento recebido, função ou posto de trabalho habituais 
e por ocasião do acidente etc.; 
 
 
29 
✓ Tarefa: o que os trabalhadores executam em condições habituais de trabalho 
e por ocasião do acidente; 
✓ Material: máquinas e equipamentos, matérias-primas utilizados na execução 
da tarefa, o meio de trabalho – entendido como o meio social da empresa 
(relações sociais, pessoais, hierárquicas), forma de organização do trabalho, 
treinamentos ministrados, etc. 
São recomendações importantes na análise dos acidentes de trabalho: 
✓ Tirar fotografias ou filmar e fazer esquemas no cenário relacionado ao acidente 
de trabalho; 
✓ Descrever instalações físicas, condições de iluminação, nível de ruído, posição 
de máquinas, equipamentos etc.; 
✓ Verificar o tipo de energia utilizada, se for o caso, descrever máquinas e, ou 
equipamentos (tipo, forma de acionamento, de alimentação, etc.); 
✓ Descrever a forma habitual de execução da atividade em desenvolvimento no 
momento de ocorrência do acidente; 
✓ Identificar, em relação às condições de trabalho habituais, isto é, sem 
ocorrência de acidente, o que mudou, alterou ou variou, investigando as 
origens das alterações / mudanças / variações ocorridas. É extremamente 
importante identificar as condições do sistema que permitiram o aparecimento 
dessas mudanças (ou variações). Em outras palavras, buscar as "causas das 
causas". 
✓ Descrever cuidadosamente as mudanças que provocaram perturbações que 
ultrapassaram a tolerância habitual do sistema, ou seja, aquelas que não foram 
solucionadas com as estratégias adotadas no funcionamento do sistema nas 
situações sem acidente. 
✓ Quando não for possível esclarecer como se originou determinada modificação 
ou variação, explorar hipóteses possíveis acerca de sua origem e, para cada 
hipótese, buscar evidências diretas ou indiretas de sua ocorrência. 
 
✓ Buscar confirmação para todas as afirmações colhidas nas entrevistas visando 
descrever os fatores que participaram do desencadeamento do acidente com 
a maior fidelidade possível. 
 
 
 
30 
Para obtenção das informações do acidente do trabalho os membros da CIPA 
deverão realizar as entrevistas com vários trabalhadores, dentre eles: 
✓ Acidentado; 
✓ Testemunhas do ocorrido; 
✓ Colegas de trabalho; 
✓ Chefias; 
✓ Membros de CIPA e SESMT 
✓ Outros acidentados que tenham sofrido acidentes semelhantes. 
Em casos de acidentes envolvendo mais de uma empresa, incluir seus 
membros na relação de pessoas a entrevistar. 
Investigações cuidadosas geralmente permitem identificar se os limites das 
capacidades humanas foram ultrapassados. Mesmo em grandes empresas é 
frequente encontrar situações em que a segurança do trabalhador dependia, quase 
exclusivamente, de seu desempenho na execução da tarefa. 
É fundamental que durante a coleta de informações sejam descritos fatos 
passíveis de constatação e não incluir interpretações e ou conclusões do investigador 
durante a fase de coleta de dados. 
Uma boa descrição de acidente é aquela que é objetiva e precisa, desprovida 
de juízos de valor, de interpretações, e de conclusões. Para conseguir executar uma 
coleta de dados que atenda esses requisitos, é muito importante ter sempre em mente 
que se buscam as causas das causas do acidente visando a prevenção, e não a 
identificação de responsáveis e, ou culpados. 
Os dados coletados devem ser organizados, isto é, deve ser elaborada uma 
descrição coerente do acidente, baseada em fatos passíveis de serem observados ou 
constatados,sem emissão de juízos de valor e, ou interpretações, e que permita ao 
investigador verificar da maneira mais completa possível, como o acidente aconteceu. 
Esta etapa é fundamental na investigação. Embora aparentemente fáceis de 
serem realizadas, boas descrições exigem treinamento. Pode-se considerar 
adequada uma descrição cuja leitura permita a compreensão de como o acidente 
ocorreu por profissionais que não participaram da investigação. 
Somente após elaborar a descrição do acidente é que se deve analisar e 
interpretar as informações registradas e que nortearão a prevenção. 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONTROLE DE DANOS E PERDAS 
4.1 Evolução do Prevencionismo 
 
 
 
Inicialmente, em diversos países, surgiram e evoluíram ações tendentes a 
prevenir danos às pessoas decorrentes de atividades laborais. Foram elaboradas 
normas e disposições legais, enfim, toda uma legislação social de “reparação” de 
danos (lesões). Dessa forma, o Seguro Social (Previdência Social) realizava – e ainda 
 
 
32 
realiza – ações assegurando o risco de acidentes, ou melhor dizendo, o risco de 
lesões. 
 Por outro lado, estudiosos apontavam a necessidade de ações tão ou mais 
importantes que deveriam tender a prevenir os acidentes, além de assegurar também 
o risco de lesões. No princípio dos anos 30, o engenheiro H. W. Heinrich, em sua obra 
intitulada “Industrial Accident Prevention”, divulgou pela primeira vez a filosofia do 
acidente com danos à propriedade. Suas análises trouxeram como resultado a 
proporção de 1:29:300, isto é, para cada lesão incapacitante havia 29 leves e 300 
acidentes sem lesões. Essa proporção originou a Pirâmide de Heinrich, que podemos 
visualizar abaixo: 
 
 
O engenheiro Frank E. Bird Jr., em seu trabalho “Damage Control” ( Controle 
de danos ), atualizou a relação de Heinrich, analisando mais de 90.000 acidentes na 
Siderúrgica Luckens Steel, durante o período de 1959 a 1966. Bird desenvolveu a 
proporção de 1:100:500, ou seja, para cada lesão incapacitante, havia 100 lesões 
leves e 500 acidentes com danos à propriedade. Observe a figura abaixo: 
 
 
 
33 
 
Tomemos agora um caso modelo e vejamos como pode ser realizado um 
estudo envolvendo a problemática dos custos de acidentes, aplicando a proporção de 
Bird. Consideremos uma empresa X e seus acidentes durante um ano. 
 
 
34 
 
Assim, tendo-se em conta as estatísticas do caso modelo e aplicando-se a 
proporção de Bird, verifica-se que o número de acidentes com danos à propriedade é 
de 35.500 ( 71 X 500 ), ou 142 acidentes por dia de trabalho. 
 
 
 
 
CASO MODELO 
CUSTO DOS DANOS À PROPRIEDADE ( PROPORÇÃO DE BIRD ) 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
Parte do estudo de Bird compreendeu 4.000 horas de entrevistas com 
supervisores de linha abordando eventos que, sob circunstâncias um pouco 
diferentes, resultariam em lesões ou danos à propriedade – são os “quase acidentes” 
abordados por Heinrich ou os denominados INCIDENTES na moderna técnica de 
controle de perdas. Ampliando o referencial de seu estudo, Bird analisou acidentes 
ocorridos em 297 empresas, representando 21 grupos de indústrias diferentes com 
um total de 1.750.000 operários que trabalharam mais de 3 bilhões de horas durante 
o período de exposição, resultando na proporção de 1:10:30:600. Tais estudos são 
mostrados na figura a seguir: 
 
 
37 
 
4.2 CONCEITOS E FATORES DE PERDA 
4.2.1 Conceito 
 
 É uma das especialidades da engenharia, cuja finalidade é prevenir todos os 
fatos negativos, que distorcem um processo de trabalho, impedindo que se cumpra o 
programado, e que podem provocar danos e/ou perdas às pessoas e aos elementos 
materiais. 
- Objetivos: Reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar 
um sistema. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
➢ . DIRETRIZES DA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS 
✓ Eliminar ações e condições inseguras, que por sua vez poderão ser causas de 
acidentes com lesões, o que permitirá também fortalecer a ação de 
preservação dos recursos humanos da empresa; 
✓ Reconhecer a importância desta ação para melhorar a qualidade dos produtos 
e evitar os atrasos na produção; 
✓ Assegurar o financiamento de qualquer atividade preventiva relacionada a 
custos dos acidentes com danos humanos e/ou materiais; 
✓ Reconhecer a importância da participação dos especialistas na prevenção, 
para lograr a melhor utilização dos recursos disponíveis e, portanto, para tornar 
mais eficiente a ação da empresa; 
✓ Constituir ferramenta dinâmica para medir e avaliar as possibilidades reais da 
redução no custo dos danos materiais, visando despertar o interesse da 
administração. 
 
 
 
 
 
39 
4.3 Análise E Prevenção De Perdas 
- CONCEITO DE PERDA - ALGUNS EXEMPLOS 
 
Para as finalidades deste opúsculo, consideramos perda e desperdício como 
sinônimos, embora o desperdício seja uma questão de comportamento e a perda 
tenha várias causas. Daremos atenção às perdas, suas possíveis causas e aos meios 
de as identificar, eliminar e prevenir. 
Conceituamos perda como sendo toda e qualquer inutilização de bens 
materiais e imateriais que direta ou indiretamente causa prejuízos de qualquer 
natureza para os indivíduos, para as organizações e para a sociedade. 
Nenhuma definição de perda é abrangente o bastante para incluir todas as suas 
formas e todas as suas causas nos diversos ramos de atividades. 
Para se ter uma ideia do significado econômico e social das perdas, eis alguns 
pontos para ponderar: 
A FAO, organismo da ONU encarregado dos problemas de produção de 
alimentos no mundo, calcula que a safra mundial de grãos sofra uma perda média de 
15% entre a colheita e o consumo, por problemas na colheita, armazenagem e 
transporte. 
O governo do Paraná elaborou na década de 1980 um levantamento das 
perdas provocadas por normas burocráticas inúteis. Conclusão: os paranaenses 
pagavam 2,5% do orçamento estadual para lubrificar a máquina burocrática, sem que 
disso lhes resultasse benefício algum. 
Quanto custa à nação a perda de um emprego? Quem perde o emprego perde 
de imediato o salário, mas a nação perde muito mais, pelos impostos e taxas que 
deixa de recolher, pelo consumo que deixa de ser realizado etc. 
Neste opúsculo nossa análise ficará restrita às perdas cuja produção, 
eliminação e prevenção podem proporcionar redução de custos desnecessários para 
as organizações empresariais. 
 
 
 
 
40 
- CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS 
Todas as perdas podem ser divididas em dois grupos: perdas inevitáveis e 
perdas evitáveis. Isso não significa, entretanto, que devamos nos contentar com essa 
identificação simples. Identificando as perdas como inevitáveis e evitáveis, 
aceitaremos aquelas e só nos preocuparemos com estes. Nada mais falso. As perdas 
inevitáveis podem ser sempre reduzidas, as perdas evitáveis podem ser também 
reduzidas, mas às vezes com mais dificuldades do que as perdas inevitáveis. 
1 - PERDAS INEVITÁVEIS 
Quando um alfaiate confecciona um terno, ele é obrigado a cortar partes do 
tecido em pedaços tão pequenos que não podem ser utilizados na confecção de outro 
vestuário; esses pedaços são os retalhos. Eles são jogados fora ou usados na 
confecção de tapetes de retalhos. 
 Na indústria metalúrgica, as chapas de aço são compradas em tamanhos 
padronizados. Para a confecção do produto final, essas chapas são recortadas e 
perfuradas. Os restos são retalhos e recortes. Os retalhos não aproveitáveis e os 
recortes são classificados como sucata. 
As perdas acima são perdas inevitáveis. Elas são previsíveis e decorrentes de 
um imperativo perfeitamente conhecido, que é o desbaste da matéria-prima para se 
obter o produto acabado. Tais perdas podem ser reduzidas a um valor mínimo e não 
podem ser configuradas como desperdícios. O perigo das perdas inevitáveis reside 
no fato de poderem mascarar desperdícios. Por exemplo:ao recrutar candidatos para 
uma vaga na empresa, todos eles preenchem um formulário de solicitação de 
emprego. O índice de perdas inevitáveis nesse caso será igual ao total de formulários 
preenchidos menos um. Mas há desperdício quando o formulário é entregue para ser 
preenchido por candidatos sem as condições essenciais para o cargo, ou que é muito 
comum - é preenchido por candidatos a cargos ou funções de que a empresa não tem 
necessidade. 
2 - PERDAS EVITÁVEIS 
Embora denominemos certas perdas de evitáveis, isso não significa 
necessariamente que elas sejam facilmente identificadas, eliminadas ou pelo menos 
 
 
41 
reduzidas. Muitas vezes uma perda evitável ocorre simplesmente porque vem 
mascarada por um fenômeno de perda inevitável. 
Para ilustrar esse fato, consideremos os pneumáticos de um veículo. Todos os 
pneumáticos desgastam-se pelo uso. Esse desgaste é uma perda inevitável. A vida 
útil de um pneumático é medida em quilômetros rodados; essa vida útil, no entanto, 
pode ser drasticamente reduzida por inadequada pressão do ar no interior do 
pneumático, por patinação, por atrito com a pavimentação em freadas bruscas, 
excesso de carga sobre os pneumáticos etc. Todos esses fatores poderão passar 
desconsiderados se os critérios de controle dos pneumáticos forem somente os olhos 
e a memória. 
Um exemplo doméstico e muito interessante de perda evitável mascarada sob 
o manto de perda inevitável é o do aquecimento da água num fogão de gás. Para 
aquecer a água até a ebulição a dona-de-casa coloca a água em fogo alto. Atingida a 
ebulição, ela pode ser mantida nesse estado em fogo baixo. O que vemos 
normalmente é a água continuar a ferver em fogo alto, num gesto de evidente 
perdularismo (consequência do desconhecido de alguns princípios básicos de 
economia doméstica, para não dizer de Física). 
Uma vez uma empresa pretendia contratar os serviços de confecção de um 
audiovisual consistindo de projeção de filmes fixos sincronizados com um texto 
gravado em fita. O produto final deveria consistir de cerca cem imagens. As firmas 
que se apresentaram para realizar o serviço apresentaram orçamentos díspares. 76 
Dos cinco orçamentos apresentados, o mais barato apresentava um valor igual a um 
terço do mais caro. Ao procurar saber por que os orçamentos diferiam tanto, a 
empresa descobriu, entre muitas coisas, que: 
✓ Um orçamento previa a necessidade de fazer 500 fotos, enquanto outro 
considerava suficiente fazer 200; 
✓ Um orçamento previa que a contratante fornecesse uma descrição 
detalhada das fotografias que deveriam ser feitas e dos locais em que 
elas deveriam ser obtidas, enquanto previa o acompanhamento do 
fotógrafo por pessoas da contratante, capazes de dizer quais as 
fotografias que deveriam ser feitas para ilustrar que parte do texto. 
 
 
42 
Isto é, os métodos de trabalho das firmas especializadas diferiam tanto de uma 
para a outra, que o cliente potencial não tinha condições de fazer uma escolha sem 
antes discutir não só o que deveria ser feito, mas também como deveria ser feito. 
Dessa maneira foi possível obter o audiovisual a um custo razoável, reduzindo ao 
mínimo as perdas evitáveis em trabalhos dessa natureza. 
Só podemos falar em perdas evitáveis se soubermos quais são as suas causas 
e quais os meios por que essas causas podem ser eliminadas, ou ter pelo menos sua 
ação bastante restringida. Por isso, vamos subdividir as perdas evitáveis em algumas 
categorias que facilitam a análise. 
As perdas evitáveis podem ser: visíveis, invisíveis, de segurança e 
tecnológicas 
A. Perdas Visíveis 
Toda e qualquer perda evitável é inadmissível e inaceitável. Algumas perdas 
evitáveis são visíveis, isto é, perceptíveis, evidentes, indiscutíveis; o 
surpreendente é que, pela frequência com que ocorrem, contudo, acabam 
sendo admitidas como naturais e aceitáveis; algumas têm até mesmo padrões 
estabelecidos de ocorrência e de aceitação, como se fossem perdas 
inevitáveis. Exemplos: garrafas de bebidas que se quebrarão no transporte 
entre a fábrica e o revendedor, número de peças que não irão atender às 
especificações do comprador, quantidade de embalagens que conterão o 
produto em peso ou volume inferior ao declarado no rótulo, quantidade de 
sacos de leite que se perderão nos supermercados etc. 
Há perdas visíveis que lesam o consumidor ou o usuário final; outras 
prejudicam a própria empresa. Entre estas, as mais frequentes ocorrem por 
rejeições no controle de qualidade: O produto final não é aprovado para a 
venda, ou é recusado no controle de recepção do comprador e devolvido. O 
relatório de um fabricante de louças sanitárias revelou que em uma de suas 
fábricas o índice de rejeição no controle de qualidade, chegou a atingir 50% da 
produção de um trimestre. 
Para que uma perda visível possa ser aceita, é necessário elaborar criterioso 
balanço entre o custo da perda e o custo de evitar a perda. As companhias 
distribuidoras de gasolina e álcool carburante sabem que uma parte não 
desprezível do produto (entre 2% a 6%) se evapora no transporte. Essa perda 
 
 
43 
poderia ser evitada em grande parte se o transporte fosse feito à noite. Mas, 
uma cidade como São Paulo, por exemplo, entraria em colapso se tal medida 
fosse adotada. O prejuízo provocado pela falta de combustíveis - tanto para o 
país quanto para a companhia distribuidora - será muitas vezes superior ao 
valor do combustível que se perde por evaporação. Em alguns casos, mesmo 
com o balanço aparentemente favorável à ocorrência das perdas, uma 
pequena modificação em algum critério pode resultar em grandes economias. 
Numa empresa fabricante de componentes eletrônicos, o custo médio da 
embalagem dos produtos representava 0,5% do custo de produção; isso era 
relativamente desprezível. Uma análise do processo de embalagem permitiu, 
contudo, reduzir o custo em 16% e, adicionalmente, eliminar alguns problemas 
crônicos que existiam entre a empresa e alguns clientes. Nesse caso, não 
existia uma perda no sentido que lhe demos no início deste opúsculo. Havia, 
contudo, custos desnecessários que não traziam benefícios maiores do que os 
proporcionados por um custo menor. Ora, custo que não traz benefício é perda. 
Um exemplo de redução de perdas visíveis foi dado pelo engenheiro-chefe dos 
serviços gerais de uma empresa petroquímica. Ele verificou que a quantidade 
de água consumida nas instalações sanitárias da empresa era excessiva. Os 
cartazes solicitando economia não produziam o resultado desejado. 
Observando o comportamento das pessoas no uso das instalações sanitárias, 
o engenheiro descobriu que a maioria delas tinha maus hábitos que não 
poderiam ser eliminados com cartazes ou aplicações verbais. Pensando sobre 
o assunto, um dia ocorreu-lhe uma ideia. Sem dizer nada a ninguém, o 
engenheiro começou a reduzir a vazão da água nas instalações sanitárias, 
diminuindo gradativamente a abertura do registro geral. Em um mês, a vazão 
estava reduzida à metade, o consumo de água diminuiu em 25%, no mês 
seguinte em um terço. O engenheiro chegou à conclusão de que uma redução 
maior da vazão seria contraproducente. Mas podia apresentar um bom 
resultado: vazão pela metade, consumo diminuído em um terço. 
B. Perdas Invisíveis 
De todas as perdas evitáveis, existem algumas que numa primeira análise não 
se configuram como perdas; daí o nome de perda invisível. Eis um exemplo 
muito ilustrativo de identificação e eliminação de perda invisível. Numa 
empresa fabricante de painéis de equipamentos elétricos, um dos modelos 
 
 
44 
vinha sendo fabricado havia mais de dez anos. Ao longo desse tempo, esse 
modelo sofrera uma série de modificações internas, para adaptá-lo a 
finalidades diferentes da 78 finalidade original. Ao se fazer uma análise do 
modelo, descobriram-se algumas coisas que poderiam ser mudadas: 
✓ O painel tinha três partes fabricadas em chapa de aço.As chapas eram 
requisitadas separadamente para cada uma das partes. Uma das partes 
provocava uma perda de quase 20% da chapa de que era 
confeccionada. 
✓ Duas peças do painel eram feitas com o mesmo material e com as 
mesmas dimensões externas, diferindo apenas em algumas dimensões 
internas. Essa diferença de dimensões internas exigia o emprego de 
duas ferramentas diferentes para confeccionar as peças. 
✓ • Cada painel usava quatro porcas especiais e exclusivas, diferentes das 
porcas padronizado existentes no mercado. Essas porcas faziam parte 
de um complexo sistema de fixação que dificultava a montagem de 
equipamentos no interior do painel. 
Quando se fizeram as modificações possíveis no painel, seu custo de 
fabricação diminuiu em 18%. Os investimentos necessários para implantar 
as modificações se pagaram com a economia proporcionada por 10% da 
produção de um ano. 
O exemplo acima ilustra um tipo de perda invisível provocada por análise 
insuficiente do projeto e do processo de fabricação. Perdas invisíveis 
ocorrem, contudo, em muitas outras circunstâncias. 
✓ Compra de materiais com especificações acima das mínimas 
necessárias para determinada necessidade. 
✓ Conserto de equipamentos obsoletos, em vez de os substituir por 
equipamentos novos. 
✓ Compra de produtos para uso imediato em embalagens destinadas 
a conservá-los durante meses. 
As perdas invisíveis de natureza material cedo ou tarde são descobertas e, 
havendo disposição e vontade, rapidamente eliminadas. Existam, contudo, 
perdas invisíveis de natureza comportamentais, mais difíceis de se 
 
 
45 
descobrir e muito mais difíceis de se eliminar: elas estão ligadas aos hábitos 
das pessoas, à maneira dessas pessoas de analisar problemas e tomar 
decisões, à administração que elas fazem do seu tempo etc. Essas perdas 
são danosas, porque contribuem para a deterioração da eficácia 
organizacional e da competência dos recursos humanos. Elas podem, no 
entanto, ser descobertas e eliminadas, desde que se implante na 
organização um clima de confiança e de abertura que estimule as pessoas 
a revelar suas deficiências sem temor nem desconfiança. 
C. Perdas De Segurança 
Denominamos de perda de segurança a decorrente da mobilização de recursos 
superiores aos necessários para alcançar um resultado. Um exemplo de perda 
de segurança ocorre nos estoques de segurança. 
Uma empresa mantinha em estoque um material em quantidade suficiente para 
suprir suas necessidades durante cinco meses. Esse material, contudo, era 
abundante na praça, podendo ser facilmente adquirido em quantidades 
pequenas: quantidades maiores tinham um prazo de entrega máximo de cinco 
dias. 
Um tipo muito comum de perda de segurança é a mobilização de uma dúzia de 
pessoas para fazer um trabalho que pode ser feito por meia dúzia delas. 
Não se devem confundir perdas de segurança e gastos com segurança. A 
manutenção de um corpo de bombeiros que passa meses e meses sem 
trabalhar, a instalação de um sistema de prevenção e combate de incêndios 
que nunca é ativado não são perdas. Para eles, vale o que se diz do exército 
de um país: ele pode passar um século sem combater, mas não pode ficar um 
minuto sem estar preparado. Nesses casos, só existe perda se, por exemplo, 
o corpo de bombeiros falhar quando tiver que agir, os soldados fugirem em vez 
de enfrentar o inimigo etc. 
As perdas da segurança são em geral provocadas por uma necessidade de se 
garantir contra possíveis problemas futuros: escassez do material ou 
dificuldades na sua aquisição, suposição de que no futuro a empresa não 
permita contratação de pessoal especializado etc. O erro grave que se comete 
nesses casos é tentar resolver um possível problema futuro agora e com as 
dificuldades do presente, em vez de tomar medidas que incluem o futuro e 
 
 
46 
evitem que os problemas venham a ocorrer. As perdas de segurança são como 
as refeições: almoçar hoje não evitará que eu sinta fome amanhã. Contratar 
pessoal supérfluo hoje - só porque há facilidade para contratá-lo - não me 
impedirá de solicitar mais pessoas amanhã, para compensar a baixa eficiência 
do pessoal que foi contratado ontem e ficou sem fazer nada durante esse tempo 
todo. 
D. Perdas Tecnológicas 
Existe perda tecnológica quando uma necessidade é satisfeita pelo uso de um 
recurso, sem levar em conta a possibilidade de outro às vezes mais aceitável 
e barato, tão ou mais eficiente que o recurso atualmente em uso. 
As perdas tecnológicas podem ser dos seguintes tipos: 
✓ Perdas de reciclagem 
✓ Perdas de ociosidade 
✓ Perdas de substituição 
O emprego do resíduo de um processo como insumo de outro processo é 
geralmente chamado de reciclagem. Quando este aproveitamento não se faz, 
temos obviamente as perdas de reciclagem. 
Nem todo resíduo inaproveitado representa naturalmente perda de reciclagem. 
Esta existe somente quando, havendo necessidade de um insumo e a 
possibilidade técnica e econômica de sua obtenção a partir de um resíduo, esse 
aproveitamento não é feito. 
Todos os processos industriais e todas as rotinas de administração e de 
serviços produzem resíduos que não têm utilidade no processo ou na rotina. 
Uma máquina operatriz desbasta peças, corta chapas e produz, desse modo, 
cavacos e retalhos metálicos. Esses cavacos são reaproveitados por outras 
indústrias. 
Existem casos em que os resíduos não têm condições de aproveitamento - os 
gases liberados pelo escapamento dos automóveis, por exemplo - e outros, 
contudo, em que os resíduos poderiam ser aproveitados com excelentes 
resultados, mas não o são, como por exemplo, o lixo e os esgotos. Mas há 
exemplos menos conhecidos e muito importantes do ponto de vista econômico. 
Eis um deles, no Brasil, o gás carbônico para diferentes finalidades industriais 
é obtido a partir da queima da BPF, um derivado de petróleo. Por outro lado, o 
Brasil produz álcool a partir da cana-de-açúcar. A fermentação da qual resulta 
 
 
47 
o álcool produz gás carbônico. Pois bem: anualmente, a produção de álcool no 
Brasil produz uma quantidade média de gás carbônico igual a mais de quinze 
vezes as necessidades industriais do mesmo. Essa quantidade toda é jogada 
fora. As perdas de ociosidade são provocadas em geral pelo uso de um recurso 
escasso e caro no lugar de um recurso abundante e barato. Um exemplo de 
perda de ociosidade é o uso de energia elétrica ou de gás para aquecimento 
de água de uso residencial no lugar de energia solar. Outro exemplo é a 
construção de uma rodovia entregue às moscas, ao longo da margem de um 
rio navegável em ambos os sentidos. 
Um dos mais gritantes exemplos de perda de ociosidade é a queima de óleo 
diesel para gerar energia elétrica na região amazônica. O potencial 
hidroelétrico dos rios da região poderia ser aproveitado por usinas especiais, 
que a burocracia, contudo, impede que sejam construídas. 
As perdas de substituição ocorrem quando um recurso adequado para 
determinadas situações e circunstâncias substitui, em outras situações e 
circunstâncias, os recursos que seriam mais adequados para elas. Embora 
essa substituição em si não pareça prejudicial (pode até mesmo parecer 
benéfica) ela traz consequências que podemos considerar perdas. Um exemplo 
triste é a substituição do fogão e do forno de lenha nas áreas rurais por fogões 
de gás, em vez de se estimular o uso de fogões e fornos de lenha construídos 
para melhor aproveitamento da combustão da madeira. 
Nas empresas industriais e organizações de serviços à ocorrência de perdas 
tecnológicas se dá de maneira muitas vezes sutil e insidiosa. Um exemplo: a 
secretária datilografa uma carta e em seguida tira duas cópias xerográficas, em 
vez de datilografar a carta e simultaneamente fazer as duas cópias com papel 
carbono. Outro exemplo: uma empresa adquiriu um computador de grande 
capacidade, que em pouco tempo estava com a capacidade saturada.Por 
sugestão da gerência do centro de processamento de dados, a empresa 
adquiriu um novo computador com maior capacidade, mas durante dois anos 
ambos os computadores deverão trabalhar em paralelo, para que os programas 
do computador antigo sejam transferidos para o novo. 
Os problemas que se quiseram resolvidos com a aquisição de um novo 
computador acabaram se agravando, quando a solução mais simples poderia 
ter sido alcançada através da instalação de microcomputadores ou terminais 
 
 
48 
“inteligentes”. Mais um exemplo: uma empresa apresentava elevada taxa de 
substituição de pessoal em determinada área, na qual trabalhava grande 
número de especialistas, em geral engenheiros com pós-graduação. Quando 
um profissional pedia demissão, a contratação de um substituto demorava 
meses, para tudo recomeçar dois anos a dois anos e meio depois. Uma análise 
das demissões demonstrou que todo profissional com experiência de trabalho 
em alguma empresa tinha maiores probabilidades de pedir demissão do que o 
profissional recém-saído da universidade e sem experiência em empresas. Não 
se pesquisou a causa disso, mas a taxa de substituição de pessoal caiu 
sensivelmente e a produtividade da área cresceu nos quatro anos seguintes à 
adoção do critério de aumentar o quadro de pessoal somente com recém 
formados. 
 
4.4 Fatores Produtivos Afetados Pelas Perdas 
 
Nas organizações empresariais os principais fatores afetados pelas perdas são 
os seguintes: 
✓ Recursos financeiros 
✓ Materiais 
✓ Espaço físico 
✓ Tempo 
Os recursos financeiros são afetados, obviamente, por todas as perdas, uma 
vez que todas elas têm um custo que deve ser pago pela empresa. Existem, contudo, 
falhas que se refletem diretamente nos recursos financeiros. Por exemplo, um 
equívoco de registro provoca o pagamento de multas ou de juros. Isso é uma perda 
visível. Outras vezes, a antecipação de um pagamento, que poderia receber um 
desconto satisfatório, não é feita com a desculpa de que “a despesa não está prevista 
para este mês”. 
Os materiais são em geral os portadores das perdas. As matérias-primas e os 
materiais auxiliares de produção estão, em geral, submetidos a controle. As perdas 
irracionais são em geral nulas. Ocorrem, obviamente, perdas que só uma análise mais 
detalhada pode identificar e corrigir. Há, entretanto, uma área que provoca grandes 
 
 
49 
perdas de materiais e que poucas vezes é saneada corretamente. É a área 
administrativa. 
As perdas de materiais são elevadas e incluem desde canetas esferográficas 
até catálogos de produtos, de grafite para lapiseiras de desenho a fitas e discos de 
computador. Uma das perdas mais disseminadas de materiais é causada pela 
estocagem de formulários em quantidades acima das necessidades. Isso traz como 
consequências a necessidade de armários para guardar esses formulários, o que por 
sua vez provoca a perda de espaço físico. 
A perda de material pode ser provocada por normas e procedimentos 
desnecessariamente aplicados. Por exemplo, um gerente recebe um memorando 
interno de outro gerente (talvez um telefonema bastasse) solicitando alguma 
informação. Para dar a resposta, o gerente elabora outro memorando interno (em 
geral original e duas cópias) que via de regra começa assim: “Em resposta ao seu 
memorando nº 074-36/85 de 24 de janeiro p.p., informo que...”. Hoje em dia, com o 
uso do fax e dos e-mails, a tendência é a redução natural dessas perdas. 
A profusão de papéis provoca a necessidade de os armazenar daí a 
proliferação de pastas de arquivo e de armários e de sistemáticas de arquivos e de 
métodos de encontrar o que se arquivou. A Diretoria de uma grande empresa decidiu 
um dia que todos os arquivos desnecessários deveriam ser desmantelados, de acordo 
com determinados critérios. Resultado: em dois meses, setenta toneladas de papel 
foram removidas do edifício em que ficava a sede central da empresa. Não fiquei 
sabendo, infelizmente, quantas pastas de arquivo se tornaram inúteis e quantos 
armários ficaram vazios. 
 Isso é o mínimo que se pode dizer sobre perda de materiais na área 
administrativa. Há, obviamente, muito mais. 
O espaço físico é outro fator produtivo atingido pelas perdas. De um lado, ele 
é atingido por perdas de segurança, tais como armazenamento de materiais em 
quantidades excessivas ou por longo tempo. Por outro lado, o espaço físico pode 
sofrer perdas por má disposição de máquinas e equipamentos de trabalho. O 
aproveitamento inadequado do espaço físico pode comprometer seriamente a 
segurança das pessoas e das instalações. 
 
 
50 
Um dos fatores produtivos mais seriamente afetados pelas perdas é o tempo. 
Uma vez um pastor luterano me disse que o “único senhor do tempo é Deus. Nós não 
somos senhores do tempo, mas temos a responsabilidade de administrar o tempo que 
nos é concedido pelo seu único Senhor”. A má administração do tempo é a principal 
responsável pela sua perda irreversível. Embora uma das coisas mais fáceis do 
mundo seja perder tempo, uma das coisas mais difíceis é administrá-lo corretamente. 
Recuperar o tempo perdido é impossível. O que não se fez hoje, pode ser feito 
amanhã. Mas, como foi ocupado o tempo que deveria ter sido dedicado a fazer hoje 
o que não se fez? 
Finalmente, chegamos às pessoas. 
O relacionamento das pessoas com as organizações é tema de vastos estudos 
elaborados por vários especialistas. Não vamos repeti-los aqui, pois o que nos 
interessa é tão somente o aspecto que envolve as pessoas como fator de perdas e 
como fator produtivo afetado pelas perdas. 
Consideramos primeiramente as pessoas como fator de perdas. Uma pessoa 
pode causar perdas de várias maneiras. Ela pode não saber executar a tarefa, pode 
saber executá-la, mas não a executar porque não sabe que deve executá-la. Além 
disso, a pessoa pode estar ausente no momento em que deveria estar executando a 
tarefa. 
O cômputo das perdas provocadas por operários nas áreas de produção 
industrial é hoje um trabalho preciso e exato, apoiado por recursos requintados de 
planejamento e controle de produção: cronoanálise, ergonomia, “plant layout” etc. 
O mesmo não se pode dizer de todos os trabalhos das áreas administrativas, 
de serviços e de gerência. Um dos fatores mais seriamente afetados pelas pessoas 
nessas áreas é o tempo. Há uma longa lista de livros e de cursos que se ocupam do 
assunto, sendo os mais comuns os que tratam da administração do tempo pelos 
gerentes e executivos. Analisando esses livros e cursos, chega-se à conclusão de que 
o gerente faz uso eficaz do seu tempo quando sabe estabelecer objetivos e 
prioridades, planejar os recursos, motivar as pessoas e controlar resultados, além de 
saber identificar e prevenir problemas e tomar decisões. Há, entretanto, fatores de 
dispersão do tempo que, se não forem devidamente controlados, liquidam com a 
eficácia de qualquer gerente. No livro “Administração do Tempo - Um recurso para 
 
 
51 
melhorar a qualidade da vida pessoal e profissional” - Ed. Nobel - SP, Renato Bernholft 
menciona uma lista de fatores de dispersão do tempo, que vão desde coisas tão 
simples como atender ao telefone a situações mais complexas como participar de 
reuniões. 
As perdas do tempo podem ser provocadas por processos administrativos 
complexos e altamente burocratizadas. E é nesse ponto que existem verdadeiros 
lances de genialidade, se não os considerarmos de má fé. Um amigo me deixou uma 
empresa, depois de dez anos, e ingressou em outra empresa. Seis meses depois, 
estava frustrado e desanimado. O novo emprego era uma guerra de 84 papéis, a tal 
ponto que ele chegou a comentar comigo: “Eu não precisei até agora tomar decisão 
alguma. Tudo o que tenho visto acontecer é se criarem normas. Segundo fui 
informado, nessa empresa é possível passar o tempo todo escrevendo, não fazer 
nada e, mesmo assim, ser promovido e premiado”. 
Consideremos agoraas pessoas como fator produtivo afetado pelas perdas. 
Uma pessoa pode ter as habilidades e os conhecimentos necessários para 
desempenhar uma tarefa, mas por alguma razão o desempenho que se exige dela 
está abaixo dos padrões que suas habilidades e conhecimentos lhe permitem 
alcançar. Nesse caso podemos dizer que a empresa está tendo uma perda de 
competência pessoal. É comum, por exemplo, empresas contratarem secretárias 
bilíngües e lhes atribuírem tarefas em que o conhecimento da língua estrangeira é 
exigido somente para datilografar cartas que já chegam às mãos das secretárias 
manuscritas na língua estrangeira. 
O inverso também é verdadeiro. Pessoas sem as habilidades e os 
conhecimentos necessários são colocados em funções que não podem desempenhar 
de acordo com o padrão de desempenho exigido pelas funções. Nesse caso há uma 
perda de competência empresarial. Não é raro encontrarmos, por exemplo, instrutores 
competentes transformados em gerentes de treinamento e sofrendo com isso, pois o 
aprendizado de gerente é feito de tentativas e erros, as tentativas são olhadas com 
condescendência e os erros são pesadamente punidos. Após alguns meses, perdeu-
se o instrutor competente e não se fez o gerente eficaz. 
 
 
 
52 
5. SEGURANÇA DE SISTEMAS 
Um sistema é um arranjo ordenado de componentes que estão interrelacionados e que 
atuam e interatuam com outros sistemas, para cumprir uma tarefa ou função (objetivos) num 
determinado ambiente. 
5.1 Subsistemas 
 
✓ SUBSISTEMA POTÊNCIA 
✓ SUBSISTEMA CONTROLE 
✓ SUBSISTEMA SENSOR 
✓ SUBSISTEMA OPERAÇÃO 
✓ SUBSISTEMA DE COMUNICAÇÃO 
✓ SUBSISTEMA ESTRUTURAL 
✓ SUBSISTEMA AMBIENTAL 
✓ SUBSISTEMA MOTRIZ 
 
 
 
 
 
 
 
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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (1) DETALHES 
 
A. NOME - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR). 
B. TIPO - Análise inicial, qualitativa. 
C. APLICAÇÃO - Fase de projeto ou desenvolvimento de qualquer novo processo, 
produto ou sistema. 
D. OBJETIVOS - Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase 
operacional. 
E. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Revisão geral de aspectos de segurança 
através de um formato padrão, levando-se causas e efeitos de cada risco, 
medidas de prevenção ou correção e categorizando-se os riscos para 
priorização de ações. 
F. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Elenco de medidas de controle de riscos 
desde o início operacional do sistema. Permite revisões de projeto em tempo 
hábil no sentido de maior segurança. Definição de responsabilidade no controle 
de riscos. 
G. OBSERVAÇÕES - De grande importância para novos sistemas de alta 
inovação. Apesar de seu escopo básico de análise inicial, é muito útil como 
revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos 
às vezes desaparecidos. 
 
 
 
 
55 
 
 
 
 
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57 
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (2) DETALHES 
A. NOME - ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS (AMFE) 
B. TIPO - Análise detalhada, qualitativa/quantitativa. 
C. APLICAÇÃO - Riscos associados a falhas em equipamentos. 
D. OBJETIVOS - Determinação de falhas de efeito crítico e componentes críticos, 
análise da confiabilidade de conjuntos, equipamentos e sistemas. 
E. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Determinar os modos de falha de 
componentes e seus efeitos em outros componentes e no sistema, determinar 
meios de detecção e compensação das falhas e reparos necessários. 
Categorizar falhas para priorização das ações corretivas. 
F. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Relacionamento das contramedidas e formas 
de detecção precoce de falhas, muito úteis em emergências de processos ou 
utilidades. Aumento da confiabilidade de equipamentos e sistemas através do 
tratamento de componentes críticos. 
G. OBSERVAÇÕES - De grande utilidade na associação das ações de 
manutenção e prevenção de perdas. 
 
 
 
 
 
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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (3) DETALHES 
A. NOME - ANÁLISE DE ÁRVORES DE FALHAS (AAF) 
B. TIPO - Análise quantitativa/Qualitativa 
C. APLICAÇÃO - Qualquer evento indesejado, especialmente em sistemas 
complexos. 
D. OBJETIVOS - Obtenção, através de um diagrama lógico, do conjunto mínimo 
de causas (falhas) que levariam ao evento em estudo. Obtenção da 
probabilidade de ocorrência do evento indesejado. 
E. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Seleção do evento, determinação dos fatores 
contribuintes. Diagramação lógica, simplificação booleana. Aplicação de dados 
quantitativos. Determinação de probabilidade de ocorrência. 
F. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Conhecimento aprofundado do sistema e de 
sua confiabilidade. Detecção de falhas singulares desencadeadas do E.C. e 
das consequências de eventos mais prováveis. Possibilita decisões de 
tratamento de riscos baseados em dados quantitativos. 
G. OBSERVAÇÕES - Pode ser realizada em diferentes níveis de complexidade. 
Ótimos resultados podem ser conseguidos com a forma qualitativa da análise. 
Completa-se excelentemente com a AMFE. 
 
FATORES DE PERDAS ENVOLVIDOS EM UM SISTEMA 
➢ Recursos humanos 
➢ Materiais 
➢ Financeiros 
➢ Organizacionais 
 Com o objetivo de dar uma pequena ideia de como avaliar, quantitativamente, 
as perdas de sistemas, apresentaremos dois fatores de perda básicos – o 
absenteísmo e a paralisação de equipamentos – mostrando suas incidências na 
produção, e traduzindo-os em termos econômicos. 
 
 
 
 
59 
1. Absenteísmo Podemos definir absenteísmo como sendo a ausência do 
trabalhador ao serviço, quando escalados para trabalhar. 
 
Para avaliarmos as perdas pelo absenteísmo, empregamos o chamado “Fator de 
Utilização de Pessoal” – FUP – que é relação entre o tempo efetivamente trabalhado 
e o tempo disponível para a execução do que foi programado, ou seja: 
 
Este fator representa a fração dos recursos humanos programados que 
participou da produção fixada. A fração que não participou (absenteísmo) foi à causa 
de não se alcançar à produção programada, resultando, desse modo, uma produção 
menor. Isto pode ser traduzido matematicamente pela expressão: 
 
Mais adiante, veremos uma aplicação onde utilizaremos essa expressão. 
2. Paralisação de Equipamentos 
Podemos representar a incidência da paralisação de equipamentos na 
produção através da seguinte expressão matemática: 
 
 
 
60 
 
 
Tivemos: 
- Equipamento B: 
Falha 1: F1 – duração: t = 2 dias 
Número de equipamentos comprometidos: N = 2 
 
- Equipamento C: 
 Falha 2: F2 – duração: t = 3 dias 
Número de equipamentos inseridos: N = 1 
 
- Equipamento E: 
 Falha 3: F3 – duração: t = 1 dia 
 
 
61 
 
Aplicando-se a expressão: 
IEP = PP x t/T x N em cada uma das falhas acima, obtemos as seguintes incidências. 
 
Desse modo, para o cálculo da incidência da falha 2 subtraímos da produção a 
incidência da falha 1; e, para a falha 3, subtraímos da produção programada resultante 
a incidência da falha 2 anteriormente calculada. 
Portanto, a incidência (total) das paralisações dos equipamentos na produção é igual 
a: 
 IEP = IEP1 + IEP2+ IEP3 
que seria o caso mais desfavorável, visto que consideramos cada falha ocorrendo 
isoladamente, isto é, admitimos não haver qualquer relação entre os tempos de 
duração das falhas 1, 2 e 3 (eventos mutuamente exclusivos). 
EXEMPLO PRÁTICO 
1. Suponhamos que uma empresa de terraplenagem tenha programado executar 
um serviço de remoção e transporte de 150.000 m³ de terra, durante um 
período de 60 dias de trabalho. Calculou-se o preço de venda unitário (PVU) 
como sendo igual a R$ 32,0/m³.Km, e o preço de custo unitário (PCU) igual a 
R$ 24,0/m³.Km. Sabe-se, que a distância entre a frente de trabalho e o bota-
fora era de 15Km, e a jornada de trabalho de 24 horas (três turnos de 8 horas). 
A empresa contava, para execução desses serviços com os seguintes 
recursos: 
 
 
62 
2. RECURSOS HUMANOS • 40 motoristas de caminhão; • 06 operadores de

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