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modulo 3 morfologia

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1
MORFOLOGIA 
DO PORTUGUÊS 
Profª. Me. Márcia Adriana de S. Verona 
Profª. Me. Danubia da Costa Teixeira
2
MORFOLOGIA 
DO PORTUGUÊS 
PROFª. ME. MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA VERONA 
PROFª. ME. DANUBIA DA COSTA TEIXEIRA
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Dra. Fabiana Miraz de F. Grecco
 Revisão técnica: Profa. Dra. Suelen Martins 
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza Mendes Leite 
 Fernanda Cristine Barbosa
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza P. Campos 
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
MORFOLOGIA 
DO PORTUGUÊS 
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5
 Doutoranda em Estudos Linguísticos, pelo 
Programa de Pós-Graduação da Universidade 
Federal de Minas Gerais (PosLin-UFMG), onde 
faz pesquisa em Linguística Teórica e Descriti-
va, linha de pesquisa Estudos da língua em uso. 
Mestrado em Letras, área de concentração Lite-
ratura Brasileira, linha de pesquisa Literatura de 
Minas: o regional e o universal. Especialização 
em Língua Portuguesa pela PUC – MG, especia-
lização em Gestão de Políticas Públicas em Gê-
nero e Raça pela Universidade Federal de Ouro 
(UFOP). Professora de Língua Portuguesa, Re-
dação e Literatura desde 2000. Técnica em As-
suntos Educacionais no Instituto Federal de Mi-
nas Gerais (IFMG) Campus Conselheiro Lafaiete. 
MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA 
VERONA 
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/4705481935045230
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
6
 Doutoranda em Linguística Aplicada 
(UFMG), Mestra em Letras (UNIMONTES) Es-
pecialista em Mídias na Educação (UFOP) Es-
pecialista em Alfabetização e Letramento 
(PROMINAS). Atualmente, é Professora da rede 
pública estadual de ensino de Minas Gerais; Co-
ordenadora do curso de Letras-Português da 
Faculdade Prominas de Montes Claros, tesou-
reira da Associação Mineira de Português como 
Língua Estrangeira - AMPLIE; membra do Gru-
po de Estudos Cognição, Educação, Imigração 
e Refúgio - GECEIR - UFMG, membra do Centro 
de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas - CEABI 
- da Faculdade Única de Ipatinga e membra do 
DIVERSO - grupo de estudos em Diversidade e 
Gênero da UFMG.
DANUBIA DA COSTA TEIXEIRA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/3191062212251535
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
7
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
8
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................12
1.2 Morfologia ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................12
1.3 Morfologia Flexional .................................................................................................................................................................................................................................................................13
1.4 Elementos Estruturais Das Palavras ................................................................................................................................................................................................................................14
1.4.1 Elementos Estruturais Das Palavras ...................................................................................................................................................................................................................................14
1.4.2 Radical............................................................................................................................................................................................................................................................................................15
1.4.3 Afixos ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................17
1.4.4 Desinências .................................................................................................................................................................................................................................................................................18
1.5 Vogais E Consoantes de Ligação........................................................................................................................................................................................................................................20
1.5.1 Vogal Temática ...........................................................................................................................................................................................................................................................................20
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................22
2.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................25
2.2 Morfologia Lexical .....................................................................................................................................................................................................................................,.................................25 
2.3 Derivação ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................262.3.1 Derivação Prefixal .....................................................................................................................................................................................................................................................................27
2.3.2 Derivacão Sufixal ......................................................................................................................................................................................................................................................................27
2.3.3Derivação Prefixal e Sufixal ...................................................................................................................................................................................................................................................28
2.3.4 Derivação Parassintética .......................................................................................................................................................................................................................................................28
2.3.5 Derivação Regressiva ..............................................................................................................................................................................................................................................................28
2.3.6 Derivação Imprópria ...............................................................................................................................................................................................................................................................29
2.4 Composição ....................................................................................................................................................................................................................................................................................30
2.4.1 Justaposição ...............................................................................................................................................................................................................................................................................30
2.4.2 Aglutinação ...............................................................................................................................................................................................................................................................................30
2.5 Hibridismo ........................................................................................................................................................................................................................................................................................31
2.6 Onomatopéia...................................................................................................................................................................................................................................................................................31
2.7 Sigla........................................................................................................................................................................................................................................................................................................32
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................33
3.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................37
3.2 Classificação Dos Substantivos..........................................................................................................................................................................................................................................38
3.3 Flexões do Substantivo ...........................................................................................................................................................................................................................................................39
3.3.1 Gênero do Substantivo.............................................................................................................................................................................................................................................................39
3.3.2 Número do Substantivo .........................................................................................................................................................................................................................................................41
3.3.3 Grau do Substantivo ................................................................................................................................................................................................................................................................42
3.4 Classificação dos Adjetivos ................................................................................................................................................................................................................................................ 43
3.5 Flexões dos Adjetivos .............................................................................................................................................................................................................................................................. 43
3.5.1 Gênero do Adjetivo ...................................................................................................................................................................................................................................................................43
3.5.2 Número do Adjetivo ................................................................................................................................................................................................................................................................44
3.5.3 Grau do Adjetivo .......................................................................................................................................................................................................................................................................44
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................46
INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS: SUBSTANTIVO E ADJETIVO
4.1 Introdução.........................................................................................................................................................................................................................................................................................50
4.2 Artigo ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................50
4.2.1 Principais Empregos do Artigo .............................................................................................................................................................................................................................................514.3 Numeral .............................................................................................................................................................................................................................................................................................52
4.3.1 Cardinais .......................................................................................................................................................................................................................................................................................53
4.3.2Ordinais .........................................................................................................................................................................................................................................................................................53
CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS
9
5.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................66
5.2 Conjugações Verbais ...............................................................................................................................................................................................................................................................67
5.3 Flexões do Verbo ..........................................................................................................................................................................................................................................................................67
5.3.1Flexões em Pessoa e Número ...............................................................................................................................................................................................................................................67
5.3.2 Modos do Verbo ........................................................................................................................................................................................................................................................................67
5.3.3 Tempo Verbal .............................................................................................................................................................................................................................................................................68
5.4 Formas Nominais ........................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.4.1 Infinitivo .......................................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.4.2 Gerúndio .....................................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.4.3 Particípio .....................................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.5 Classificação dos Verbos .........................................................................................................................................................................................................................................................71
5.5.1 Verbos Regulares .......................................................................................................................................................................................................................................................................71
5.5.2 Verbos Irregulares .....................................................................................................................................................................................................................................................................71
5.5.3 Verbos Defectivos ......................................................................................................................................................................................................................................................................71
5.5.4 Verbos Abundantes .................................................................................................................................................................................................................................................................72
5.6 Vozes Verbais ..................................................................................................................................................................................................................................................................................72
5.6.1 Voz Passiva Analítica ................................................................................................................................................................................................................................................................73
5.6.2 Voz Passiva Sintética ...............................................................................................................................................................................................................................................................73
5.6.3 Voz Reflexiva ...............................................................................................................................................................................................................................................................................73
5.7 Formação dos Tempos Verbais ..........................................................................................................................................................................................................................................73
5.7.1 Tempos primitivos e Tempos Derivados ...........................................................................................................................................................................................................................73
5.7.2 Formação do Presente do Subjuntivo ..............................................................................................................................................................................................................................74
5.7.3 Formação do Pretérito Imperfeito do Indicativo ..........................................................................................................................................................................................................75
5.7.4 Formação do Imperativo .......................................................................................................................................................................................................................................................75
5.7.5 Pretérito Perfeito e seus Derivados ....................................................................................................................................................................................................................................765.8 Verbo Principal e Verbo Auxiliar ........................................................................................................................................................................................................................................77
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................79
CLASSE VERBAL
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................83
6.2 Advérbio ............................................................................................................................................................................................................................................................................................83
6.2.1 Classificação do Advérbio ......................................................................................................................................................................................................................................................83
6.3 Preposição .......................................................................................................................................................................................................................................................................................84
6.4 Conjunção .......................................................................................................................................................................................................................................................................................86
6.4.1 Classificação das Conjunções ..............................................................................................................................................................................................................................................86
6.5 Interjeição ........................................................................................................................................................................................................................................................................................89
FIXANDO O CONTEÚDO.........................................................................................................................................................................................................................................................90
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................................................................93
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................94
CLASSES NOMINAIS INVARIÁVEIS
UNIDADE 5
UNIDADE 6
4.3.3 Multiplicativos ...........................................................................................................................................................................................................................................................................54
4.3.4 Fracionários ...............................................................................................................................................................................................................................................................................54
4.4 Pronome ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................54
4.5Classificação dos pronomes .................................................................................................................................................................................................................................................54
4.5.1 Pronomes Pessoais ..................................................................................................................................................................................................................................................................55
4.5.2 Pronomes de Tratamento .....................................................................................................................................................................................................................................................56
4.5.3 Pronomes Possessivos ...........................................................................................................................................................................................................................................................56
4.5.4 Pronomes Demonstrativos ..................................................................................................................................................................................................................................................57
4.5.5 Pronomes Indefinidos ............................................................................................................................................................................................................................................................58
4.5.6 Pronomes Relativos ................................................................................................................................................................................................................................................................59
4.5.7 Pronomes Indefinidos ...........................................................................................................................................................................................................................................................60
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................61
10
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 1
Nesta unidade, discutiremos acerca do significado do termo morfologia, veremos o 
que é morfologia lexical e morfologia flexional, bem como os elementos estruturais 
das palavras no âmbito da língua portuguesa. 
UNIDADE 2
Nesta unidade, será abordado o processo de formação de palavras, ou seja, como as 
palavras surgem na língua portuguesa. Para isso, estudaremos detalhadamente a 
morfologia lexical, bem como os processos de derivação e composição das palavras. 
UNIDADE 3
Daremos início ao estudo das classes de palavras. E o que são as classes de palavras? 
São as classes gramaticais que se referem ao conjunto constituído de todas as 
palavras que têm o mesmo propósito. Nesta unidade serão abordadas as classes: 
substantivo e adjetivo. 
UNIDADE 4
Nesta unidade, estudaremos três classes de palavras: artigo, numeral e pronome. 
Como veremos, as três são classes gramaticais variáveis, essas palavras possuem a 
capacidade de se flexionar, ou seja, assumem formas de plural ou singular (número) 
e masculino ou feminino (gênero).
UNIDADE 5
Nesta unidade trataremos dos verbos. O verbo é uma das classesde palavras 
mais importantes do nosso idioma. Portanto, conhecê-lo bem e saber empregá-lo 
adequadamente é uma das principais finalidades do ensino da língua portuguesa.
UNIDADE 6
Nesta unidade, estudaremos as classes gramaticais de palavras invariáveis, trata-se 
das palavras que permanecem iguais, ou seja, não variam em gênero, número e 
grau. São elas: advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
11
INTRODUÇÃO 
À MORFOLOGIA
12
1.1 INTRODUÇÃO 
 Dando início aos nossos estudos, nesta unidade, discutiremos acerca do significado 
do termo morfologia, veremos o que é morfologia lexical e morfologia flexional, bem 
como os elementos estruturais das palavras no âmbito da língua portuguesa. 
1.2 MORFOLOGIA
 O termo morfologia não é novo para nós, pois tivemos contato com esse vocábulo 
no ensino fundamental e no médio; período em que estudamos a estrutura morfológica 
das palavras, porém de maneira breve. Já que nesses níveis de ensino, geralmente, 
estudamos um pouco sobre a estrutura e o processo de formação de palavras e sobre 
as classes de palavras da língua portuguesa (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, 
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição), conforme são tratados 
esses conteúdos na gramática tradicional ou gramática normativa. A Morfologia é 
caracterizada como a parte da gramática que estuda as palavras na perspectiva da 
forma, sua estrutura e a classificação dessas palavras.
 Primeiramente, precisamos entender o significado da palavra morfologia. Vale 
ressaltar que esse termo, antes de ser usado na linguística, já era empregado nas 
ciências da natureza, nos estudos da botânica e da geologia. Para entendermos seu uso 
na linguística, recorremos aos dizeres de Rosa (2011), para quem a morfologia se destaca 
a partir do século XX, e recebeu esse nome, pois foi o resultado da junção dos termos 
gregos morphe (forma ou aparência) com logos (palavra ou estudo), assim, temos 
morfologia- estudo da forma da palavra. 
 A primeira corrente linguística, que se dedicou a estudar a morfologia, foi o 
estruturalismo. Os pioneiros do estudo da morfologia foram os pesquisadores Joseph 
Vendryes e Leonard Bloomfield. Para esses autores, a palavra não era suficiente para 
se estudar a língua. Por esse motivo, passou-se a considerar o morfema como unidade 
mínima para analisar sua acepção e sua função na constituição da palavra. 
 Na língua portuguesa, o estudo da construção das palavras ficou por conta da 
morfologia. Dessa maneira, a análise morfológica é realizada por cada palavra do texto ou 
da frase, separadamente. Na gramática, o morfema é a menor unidade linguística com 
significação, ele serve de pilar para a morfologia. E, afinal, o que é um morfema? Pode 
ser considerado uma porção, uma parte de uma palavra. Para Castilho (2010, p. 51), “é o 
segmento maior que o fonema e menor que a palavra”. No entanto, diferente de sílaba, 
pois esta também é uma parte de uma palavra, todavia, para se formar a sílaba precisa-
se de uma vogal, ou a sílaba pode ser apenas a vogal. Observem que ao separarmos 
os morfemas da palavra bonitas, teremos: bonit- radical + as- desinências de gênero e 
número. 
 A Morfologia divide-se em duas categorias: a morfologia flexional e a morfologia 
lexical. Esta se refere aos mecanismos morfológicos por meio dos quais se formam 
palavras novas, enquanto a morfologia flexional está voltada para a análise das estruturas 
morfológicas que apresentam informações gramaticais. Estudaremos, detalhadamente, 
essas duas categorias. A primeira será tratada neste capítulo e a outra no segundo 
capítulo. 
13
 A morfologia flexional também conhecida como morfologia gramatical estuda 
as relações entre as distintas formas de uma palavra. Lembrando que a flexão é uma 
modificação morfossintática, em outras palavras, a função da morfologia flexional é 
esclarecer como ocorre a concordância, para isso, quais são os meios e quais são os 
tipos de flexões utilizados no processo. Normalmente, algumas categorias gramaticais 
se manifestam por meio dos morfemas flexionais, por exemplo, para os nomes, temos 
as categorias de gênero, número e caso; para os verbos, há as categorias de aspecto, 
tempo, modo e pessoa.
 Vejamos alguns exemplos:
1. As novidades são boas. 
2. O menino levado saiu da sala sem autorização. 
 Percebemos que nas duas orações os morfemas flexionais se modificam para se 
adequarem ao contexto. Sendo assim, o verbo saiu está na terceira pessoa, pois está em 
consonância com o sujeito menino. Temos ainda o morfema – o no final que indica o 
gênero do substantivo menino. O mesmo ocorre com boas, o adjetivo se encontra no 
feminino e plural para concordar com o sujeito novidades.
 As flexões podem ser formadas a partir de categorias de morfemas conforme nos 
mostra Faustino e Feitoza (2016): 
 - Gênero: separa os nomes em classes distintas, no entanto, pode variar de uma 
língua para outra. Pode-se dividir os gêneros em masculino, feminino. Exemplos: menino/
menina, bonito/bonita. 
 - Número: refere-se à quantidade ou enumerações, indicando singular e plural. 
Exemplo: gatos/gatas. 
 - Caso: designa a função sintática que a palavra desempenha em uma frase, por 
meio do acréscimo de morfemas. Vejamos os exemplos: cansou-se, neste caso temos o 
(se) como um complemento que está junto ao verbo. No exemplo: cansou de mim, há 
um complemento regido por preposição. Dessa maneira, em cada uma dessas formas 
apresentadas temos um vocábulo com sentido próprio. 
 - Tempo: marca o momento em que acontece a ação expressa pelo verbo em 
relação em relação ao momento em que se quer expressar. Exemplo: dançávamos, o 
morfema –va– indica o tempo verbal, ou seja, neste caso o verbo está conjugado no 
pretérito imperfeito, essa informação é indicada pelo morfema que se refere ao tempo 
verbal. Neste exemplo, o morfema –mos indica em que pessoa o verbo foi conjugado, ou 
seja, na primeira pessoa do plural.
 - Pessoa: sinaliza as pessoas que participam do discurso, em outras palavras, 
primeira (eu, nós), segunda (tu e vós) e terceira (ele/ela e eles/elas) pessoas. Ainda usando 
o exemplo anterior, o morfema –mos da palavra dançávamos, indica a pessoa do discurso, 
que neste caso, refere-se a primeira pessoa do plural.
 - Modo: a partir do morfema dos verbos, é possível identificar a atitude da pessoa 
que fala em relação ao que ela diz. Assim o modo verbal indicativo relaciona-se a certeza, 
enquanto o imperativo indica ordem e o subjuntivo dúvida.
 - Aspecto: indica o momento no tempo em que o fato expresso na frase ocorre, 
isto é, a sua duração. Vejamos nos exemplos: estudei para a prova, indica uma ação já 
1.3 MORFOLOGIA FLEXIONAL
14
acabada. Enquanto na oração: estudarei para a prova, indica uma ação futura, que ainda 
ocorrerá.
 - Voz: trata-se das vozes verbais: ativa, passiva, reflexiva e expressam a relação entre 
o verbo e as palavras que o complementam na frase ou oração. Vejamos os exemplos. 
Ele dança, o morfema –a indica a voz ativa do verbo, na frase ele é amado, o morfema –
ado refere-se à voz passiva do verbo e na oração ele feriu-se, o morfema –se indica a voz 
reflexiva. 
 Entendemos que a morfologia flexional estuda a modificação de palavras em 
diferentes contextos gramaticais, como visto nos exemplos acima. 
1.4 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DAS PALAVRAS
 Normalmente, as palavras são criadas a partir de morfemas já existentes na nossa 
língua, isso contribuiu para que possamos compreender o sentido de uma palavra que 
estejamos ouvindo pela primeira vez. Nesta seção, estudaremos os elementos estruturais 
das palavras da Língua Portuguesa, o que, certamente, contribuirá muito para o seu 
conhecimento da língua e o seu entendimento da estrutura que envolve as palavras.
 
 1.4.1 Estrutura das palavras
 
 Fazemos uso das palavras desde o momento em que acordamos até quando vamos 
dormir, seja esse uso oral ou escrito. Em geral, só pensamos nos sentidos e conceitos dos 
vocábulos quando falamos ou escrevemos, pois eles devem estarem consonância com 
a intenção de quem fala ou de quem escreve. Contudo, as palavras são divididas em 
partes menores que são tratadas por morfemas ou elementos mórficos. Para Ferreira 
(2007, p. 97), os morfemas são as menores unidades significativas que se combinam 
para formar as palavras. Vejamos alguns exemplos: 
Figura 1: Morfemas 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021)
 Percebemos que há, nas palavras acima, uma parte que se repete em todos 
os vocábulos, pedr-, no entanto, essas partes se juntam a outras formando palavras 
diferentes e sentidos também diferentes. Esses elementos são significativos, pois dão 
forma e sentido à palavra, são chamados de morfemas. Ferreira (2007, p. 97) conceitua o 
termo como:
Morfemas: são as menores unidades 
significativas que se combinam para formar as 
palavras. 
15
 No entanto, vale ressaltar que há palavras que apresentam apenas um morfema, 
portanto não podem ser divididas em unidades menores, pois esses vocábulos são, por 
si só, radicais. Alguns exemplos: sol, luz, gás, má, céu, só etc. 
 Cada morfema que forma uma palavra tem uma função específica e um nome. A 
seguir, vamos estudá-los, separadamente.
 1.4.2 Radical
 É o elemento lexical básico e significativo das palavras ao qual se pode juntar 
outros elementos mórficos para se formar diferentes vocábulos.
Figura 2: Elementos mórficos 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021)
Figura 3: Radical e elementos mórficos 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021)
Estude mais sobre o assunto, consulte a unidade I: Introdução à morfologia, 
da obra Morfologia do Português. Essa unidade estuda a morfologia lexical e 
flexional, bem como os elementos que constituem a formação de palavras na 
língua portuguesa como as desinências nominais e verbais, classificação dos 
morfemas, são apresentados de um ponto de vista inusitado que possibilita 
ao aluno um processo real de aprendizagem.
Disponível em: https://bityli.com/MrvaGw. Acesso em: 02 abr. 2021.
BUSQUE POR MAIS
16
 Nos exemplos acima, o radical - ferr é comum às palavras. 
 Normalmente, os prefixos e sufixos que contribuem para a formação de novas 
palavra são de origem latina e grega. 
Forma Sentido Exemplos
Agri- Campo Agricultura
Ambi- Ambos Ambidestro
Arbori- Árvore Arborícola
Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô
Equi- Igual Equilátero, equidistante
Loco- Lugar Locomotiva
Multi- Muito Multiforme
Oni- Todo Onipotente
Pedi- Pé Pedilúvio
Pisci- Peixe Piscicultor
Pluri- Muitos, vários Pluriforme
Quadri-, quadro- Quatro Quadrúpede
Semi- Metade Semimorto
Tri- Três Tricolor
-cida Que mata Suicida, homicida
-cola Que cultiva ou habita Arborícola, vinícola
-fero Que contém ou produz Aurífero, carbonífero
-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme
-fugo Que foge ou faz fugir Centrífugo, febrífugo
-gero Que contém ou produz Belígero, armígero
-paro Que produz Ovíparo, multiparo
-vomo Que exepele Ignívomo, fumívomo
-voro Que come Carnívoro, herbívoro
Quadro 1: Radicais latinos
Fonte: Disponível em https://bityli.com/csjNZs. Acesso em 04 de jan.2022.
Forma Sentido Exemplos
Aero- Ar Aeronave
Antropo- Homem Antropologia 
Arqueo- Antigo Arqueologia 
Auto- De si mesmo Autobiografia 
Biblio- Livro Biblioteca 
Bio- Vida Biologia 
Cromo- Cor Cromossomo
Crono- Tempo Cronologia 
Deca- Dez Decaedro
17
Quadro 2: Radicais gregos
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3SiWvnx. Acesso em 04 de jan.2022.
 Apresentamos acima, os radicais latinos e gregos que se apresentam com mais 
frequência na formação de palavras na Língua Portuguesa.
 1.4.3 Afixos
 Os afixos são morfemas que se ligam ao radical para formar novas palavras que 
resulta no processo de derivação. De acordo com Ferreira (2007, p. 114) “derivação é o 
processo pelo qual, a partir de uma única palavra já existente na língua, cria-se uma 
outra palavra.” Há dois tipos de afixos: prefixo e sufixo.
Prefixos
 O prefixo é acrescentado antes do radical, modificando, assim o sentido básico da 
palavra.
 Exemplos: 
 In capaz
 Des conhecido
 Assim, como visto acima, nas palavras capaz e conhecido, foram acrescentados os 
prefixos –in e –des. Ao acrescentarmos esses prefixos, houve uma alteração no sentidos 
dos vocábulos, com isso, as palavras passaram a ter sentido contrário, o que tratamos na 
gramática normativa como antônimo. Essa mudança se deu aos sentidos dos prefixos 
que carregam em si uma ideia de negação. No entanto, não são todos os prefixos que 
têm esse sentido. Devemos entender que os morfemas; neste caso, os prefixos são 
capazes de mudar o sentido da palavra. 
 Muitos prefixos usados na formação de palavras na língua portuguesa são os 
latinos e gregos, os quais listamos a seguir os principais.
Forma Sentido Exemplos
- Ante Posição anterior Antevéspera, anteontem 
- Bi, -bis Repetição, duas vezes Bicampeão, bisavô
Demo- Povo Democracia 
Etno- Raça Etnologia 
Farmaco- Medicamento Farmacologia 
Filo- Amigo Filologia
Fisio- Natureza Fisionomia
Fono- Voz, som Fonologia 
Foto- Fogo, luz Fotosfera
Geo- Terra Geografia
Hemo- Sangue Hemorragia
Hetero- Outro Heterogêneo 
Hidro- Água Hidrogênio
Iso- Igual Isósceles
18
Quadro 3: Prefixos latinos
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3JnUUJp. Acesso em 04 de jan.2022.
- De Movimento de cima 
para baixo
Decrescer, decair
- Ex/E Movimento para fora; 
estado anterior
Exposição, ex-marido, emergir
- Extra Posição exterior; fora de Extraterrestre, extraconju-gal, 
extraordinário
- In/Im Movimento para dentro, 
ne-gação
Induzir, imigrar, infiltrar
-Inter/Entre Posição intermediária; 
reci-procidade.
Interestadual, entreabrir.
-Post/Pos Posição posterior Pós-operatório, pós-graduação, 
pospor.
-Pre/Pré Posição anterior Premeditar, prever, pré-eleitoral.
-Ré Movimento para trás, 
repeti-ção
Recorrer, recordação, re-nascer.
-Trans, tras Posição além ou através 
de
Transdisciplinar, trasladar.
- Su-per/Supra/
Sobre
Posição acima ou supe-
rior
Super-homem, sobremesa
- Sub/So Posição abaixo Submarino, Sublingual, soterrar. 
Forma Sentido Exemplos
Ex-, Ec, 
Exo-, Ecto
Movimento para fora; posi-
-ção exterior
Êxodo, eclipse. 
Epi- Posição superior; acima de; 
posterioridade
Epiderme, epílogo. 
Hemi- Metade Hemisfério.
Hiper- Posição superior; intensida-
-de; excesso
Hipérbole, hipertensão. 
Hipo- Posição interior; insuficiên-
-cia
Hipotrofia, hipotensão, 
hipodérmico.
Meta- Posterioridade; através de; 
mudança.
Metamorfose, metabolis-
mo, metáfora. 
Para- Proximidade; ao lado; opos-
-to a 
Paradoxo, paralelo, paró-
-dia.
Peri- Em torno de Pericárdio; período, perí-
me-tro. 
Pro- Posição anterior Prólogo, prognóstico.
Poli- Multiplicidade, pluralidade Polinômio, poliedro. 
Quadro 4: Prefixos gregos
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3vsf3rV. Acesso em 04 de jan.2022.
19
Quadro 5: Tipos de desinências nominais
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
 Sufixos: O sufixo é acrescentado após o radical, modificando, assim o sentido 
básico da palavra ou a classe de palavra a que pertence o radical
 Exemplos: 
Feliz mente
Vidraçaria
 No primeiro exemplo, a partir do acréscimo do sufixo, temos uma mudança da 
classe de palavra, a partir do adjetivo feliz, ao acrescentar o sufixo -mente, formou-se 
o advérbio felizmente. Além desses sufixos que mudam a classe de palavras, temos 
também os sufixos que indicam aumentativo e diminutivo como por exemplo: vidrinho, 
pedregulho, casarão, fogaréu. 
 No segundo exemplo, percebemos uma mudança do sentido básico do vocábulo, 
pois a partir do substantivo vidro acrescido do sufixo –açaria formou-se uma outra 
palavra, a qual dá nome ao local onde se comercializa vidros. Neste exemplo, não houve 
mudança de classe de palavras. 
 1.4.4 Desinências 
 As desinências são os elementos que acrescentamos ao final de algumas palavras 
para marcar as flexões dos vocábulos, em outras palavras, as variações de forma. São 
denominadas desinências nominais, se estiverem ligadas aos nomes, indicam gênero e 
número. As desinências verbais referem-se aos verbose indicam modo, tempo, número 
e pessoa. 
 Desinências nominais
 Aparecem ao final de nomes para indicar a variação do gênero (masculino e 
feminino) e de número (singular e plural). Há apenas três tipos de desinências nominais, 
como demonstrado a seguir:
 Vale ressaltar que a desinência –s, em algumas situações ao indicar o plural, pode 
passar a ser –es, exemplo: jantar – jantares. 
 Desinências verbais
 Essas desinências indicam o tempo e o modo, assim como a pessoa e o número 
Desinência Nominal Indica Exemplos
-O Masculino Pato, garoto, menino, arquiteto.
-A Feminino Pata, garota, menina, arquiteta
-S Plural Patos, garotas, meninos, arquitetos.
Prefixo: Morfema que se posiciona antes do radical
Sufixo: Morfema que se posiciona depois do radical
GLOSSÁRIO
20
Há diferença entre as desinências e os sufixos?
Embora tanto as desinências quanto os sufixos venham no final da palavra, há diferença 
entre eles: 
Sufixos: de certa maneira, alteram o significado da palavra original, ou seja, do radical. 
Exemplo: árvore e arvoredo, o vocábulo arvoredo modificou o sentido da palavra árvore, 
pois esta indica apenas uma árvore, enquanto arvoredo indica várias árvores. 
Desinências: não mudam os significados da palavra, somente indicam se masculino, fe-
minino e plural nos nomes e para nos verbos tempo e modo, número e pessoa. 
VAMOS PENSAR?
 São os elementos de ligação que versam nas vogais e consoantes que aparecem 
para auxiliar a pronúncia de uma determinada palavra. Em outras palavras, pode ocorrer 
de no ponto de junção de dois morfemas de um vocábulo, apareça uma sonorização não 
muito agradável aos ouvidos, para se evitar essas situações, acrescenta-se entre esses 
dois morfemas uma consoante ou uma vogal de ligação. Exemplos:
 Avo + inha (sufixo) + avoinha – avozinha – Z (consoante de ligação)
 Café + cultura = cafeicultura – cafeicultura – I (vogal de ligação)
 Dessa maneira, percebemos que as consoantes e vogais de ligação tornam a 
pronúncia mais harmoniosa, ou seja, mais agradável. 
 1.5.1 Vogal temática
 É um morfema vocálico que se juntam a alguns radicais antes das desinências. O 
resultado dessa ligação entre o radical e a vogal temática é denominada por tema. Esses 
temas são divididos em dois: nominais e verbais. 
 Vogal temática nominal
 Podemos observar que em algumas palavras como criança, estudante, caderno, 
as vogais –a, -e, -o não deverão ser consideradas desinência nominais, uma vez que não 
estão estabelecendo o gênero masculino/feminino. Sendo assim, essas vogais finais que 
dos verbos. Quando se referem ao tempo e ao modo são denominadas por desinências 
modo-temporais; ao se referirem ao número e pessoa, recebem o nome de desinências 
número-pessoais. Como veremos no exemplo a seguir que usaremos o vocábulo: 
cantávamos 
 Canta: tema, formado por cant-radical, + -a: vogal temática 
 -va: desinência modo-temporal (indica que o verbo está no pretérito imperfeito do 
indicativo.
 -mos: desinência número-pessoal: (indica a 1ª pessoa do plural)
 Dessa maneira, cada parte da palavra corresponde a um elemento da sua estrutura.
1.5 VOGAIS E CONSOANTE DE LIGAÇÃO
21
Vogal temática verbal Define os verbos de Exemplos
-A 1ª conjugação Dançar, gritar, pular
-E 2ª conjugação Perder, vender, render
-I 3ª conjugação Sorrir, desistir, assistir
aparecem nos exemplos são denominadas por vogais temáticas nominais. 
 Vogal temática verbal 
 A vogal temática verbal tem por objetivo o preparo do radical para receber as 
desinências. Como já é de nosso conhecimento, as desinências que se juntam ao radical, 
no caso dos verbos, indicam as variações verbais em modo, tempo, número e pessoa. 
Assim, retomemos o exemplo dado acima com o vocábulo cantávamos, temos:
 Canta: cant- radical, -a vogal temática 
 -va e –mos: respectivamente desinências modo-temporal e número-pessoa. 
 Vejam que o –a que aparece entre o radical e as desinências não foi classificado 
até o momento, pois esse –a é a vogal temática verbal da palavra. Vale lembrar que a 
vogal temática verbal desempenha uma outra função como elemento estrutural de 
palavras da língua portuguesa que é a de sinalizar a conjugação a que o verbo pertence, 
conforme demonstrado no quadro a seguir:
Quadro 6: Vogal temática verbal como elemento estrutural de palavras
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
 Lembrando que algumas formas verbais não têm vogal temática, vejamos o 
próximo exemplo: 
 Danço = danç (radical) + - o desinência de número e pessoa.
 Este – o que aparece no verbo não está ligando o radical à desinência, sua função 
é indicar a pessoa e o número, por esse motivo, nesse exemplo ele exerce a função de 
vogal temática. 
Ao conjunto que se forma com o radical do verbo + a vogal temática, damos o nome de 
tema verbal. Assim usando como exemplo o vocábulo cantávamos, o tema verbal será 
canta = cant (radical) + -a (vogal temática) - canta 
FIQUE ATENTO
22
1. (UNI-RIO) O elemento destacado NÃO é vogal temática em:
a) está
b) coalhou
c) beber
d) poupei
e) calço
2. (PUC-PR) Na palavra infelizmente temos três partes com um significado próprio: in, 
feliz e mente.
Assinale a alternativa em que todos os elementos constituem partes significativas da 
palavra desigualdades:
a) de - si - gual - da - des.
b) des - igual - dade - s.
c) desi - gual - da - des.
d) des - i - gual - da - des.
e) desigual - dades.
3. (UFPB) Os elementos mórficos sublinhados no trecho:
"E justamente ela estava subindo a ladeira. Como na véspera, deu adeus;"
estão corretamente classificados, EXCETO em
a) –mente: sufixo adverbial
b) –va: desinência modo-temporal número
c) sub–: radical
d) –eira: sufixo nominal
e) –s: desinência nominal de número
4. (UFAL) Tendo em vista a estrutura das palavras, o elemento em negrito está 
INCORRETAMENTE classificado nos parênteses em:
a) Velha (desinência de gênero).
b) Legalidade (vogal de ligação).
c) Perdeu (tema).
d) Organizara (desinência modo-temporal).
e) Testemunhei (desinência número-pessoa).
FIXANDO O CONTEÚDO
23
5. (UFMG) “Achava natural que as gentilezas da esposa chegassem a cativar um homem”. 
Os elementos constitutivos da forma verbal destacada estão analisados corretamente, 
exceto:
a) cheg– radical.
b) -a – vogal temática.
c) chega – tema.
d) -sse – sufixo formador de verbo.
e) –m – desinência número-pessoal.
6. (UFSM_RS) Aponte a alternativa em que o prefixo das duas palavras não apresenta o 
significado existente no prefixo de irreverente: 
a) irromper - imoral 
b) apolítico – anormal
c) infeliz-desumano
d) inútil – ilegal
e) impermeável - irrestrito.
7. (Fuvest-1998-adaptada) – O valor semântico de des- NÃO coincide com o do par 
centralização/descentralização apenas em:
a) “Belo, belo, que vou para o Céu…” – e se soltou, para voar: descaiu foi lá de riba, no chão 
muito se machucou.
b) O governo de Israel decidiu desbloquear metade da renda de arrecadação fiscal que 
Israel devia à Autoridade Nacional Palestina.
c) A despoluição do rio Tietê é um repto urgente aos políticos e à população de São Paulo.
d) Despregar o prego foi mais difícil do que pregá-lo.
e) Enquanto isso ele ficava ali em Casa, em certo repouso, até a saúde de tudo se 
desameaçar.
8. Assinale a alternativa em que não há sufixo aumentativo.
a) caldeirão
b) fogaréu.
c) ricaço.
d) dentuça.
e) bocada.
24
PROCESSOS DE
FORMAÇÃO DE 
PALAVRAS
25
 A morfologia lexical tem como objetivo estudar a estrutura das palavras e dos seus 
processos de formação; bem como das relações entre padrões diferentes. De acordo 
com Peter (2010), a formação de novas palavras na língua portuguesa ocorre por meio 
de dois processos: derivação e composição, os quais veremos detalhadamente a seguir. 
No entanto, antes de iniciarmos nossos estudos sobre esses processos de formação de 
palavras, é importante destacarmos alguns conceitos que nos ajudarão a compreender 
melhor os procedimentos que originam novas palavras. Na língua portuguesa, temos os 
2.1 INTRODUÇÃO 
 Você já parou para pensar sobre como as palavrassurgem na língua portuguesa? 
Nesta unidade, estudaremos os processos de formação de palavras, uma vez que saber 
como as palavras se formam contribui para compreendê-las no uso, no contexto, ou seja, 
nos atos de comunicação.
 De acordo com Rosário (2021), a língua portuguesa, atualmente, possui quase 400 
mil palavras. Com o passar do tempo, esse conjunto de vocábulos, só tende a aumentar, 
conforme nos aponta o acadêmico professor Evanildo Bechara (2021), o trabalho de 
encontrar novas palavras é como o trabalho de formiguinhas, nunca acaba. Sabemos que 
novas palavras estão sempre surgindo na língua portuguesa. Esse aumento do léxico se 
dá tanto pela inclusão de palavras emprestadas de outras línguas, como também pela 
criação de novos vocábulos a partir de outras palavras e/ou elementos do nosso próprio 
idioma.
2.2 MORFOLOGIA LEXICAL
Figura 4: Palavras Difíceis
Fonte: https://bityli.com/fZJTWc. Acesso em 19 dez. 2021
26
 A derivação trata-se do processo de adição de afixos – que são morfemas que 
podem ser acrescidos às palavras antes ou depois do radical – às palavras. Segundo 
Valter Kehdi (1992, p. 32), é “o processo geral de formação vocabular em que a uma base 
se agregam formas presas denominadas afixos: prefixos (formas presas à esquerda da 
base) e sufixos (formas presas à direita da base).” No entanto, como veremos no decorrer 
da seção que no processo de derivação imprópria não ocorre esse acréscimo de afixos. 
Vejamos o exemplo da palavra nacionalização:
 Por exemplo, as palavras flor e amor são consideradas primitivas e simples, pois 
não foram formadas a partir de outras palavras da língua portuguesa e possuem apenas 
um radical. As palavras pequeninho e beijinho são palavras derivadas e simples, são 
formadas por apenas um radical e se formaram de outras existentes: pequeno e beijo 
às quais foram acrescentados os sufixos: -ninho. E, por fim, classifica-se por composta a 
palavra beija-flor que se formou pela união das palavras (beija + flor) que já existiam.
Beija-flor
Beija-flor pequenininho
que beija a flor com carinho,
me dá um pouco de amor,
que hoje estou tão sozinho...
Beija-flor pequenininho,
é certo que não sou flor,
mas eu quero um beijinho,
que hoje estou tão sozinho...
 (Mundo da lua, p. 34) 
2.3 DERIVAÇÃO
seguintes tipos de palavras:
1. primitivas: não se originam de outras. Ex.: ferro, terra.
2. derivadas: como o mesmo nome indica, são aquelas derivadas de outras. Ex.: ferreiro, 
terroso. 
3. simples: podem ser primitivas ou derivadas, no entanto possuem apenas um radical. 
Ex.: jardim, pedra, mala, porta.
4. compostas: são aquelas palavras que possuem mais de um radical. Ex.: guarda-roupa, 
pé de moleque, couve-flor.
 Vejamos no poema abaixo, de Roseana Murray, algumas palavras que representam 
os tipos acima.
 O substantivo nação, que é transformado em um adjetivo ao se 
acrescentar o sufixo –al (nacional); esse adjetivo se transforma em um 
verbo com o acréscimo do sufixo –izar (nacionalizar); e, finalmente, esse 
verbo torna-se um novo substantivo ao se acrescentar mais um sufixo, o 
–cão (nacionalização). Podemos ainda, não mudando a classe gramatical, 
mas dando um sentido oposto à palavra, adicionar o prefixo –des para 
formar desnacionalização. A esse processo de adição de afixos a uma raiz 
ou radical dá-se o nome de derivação (DIAS, GOMES, 2015, p. 64).
27
 O processo de derivação pode ser classificado em:
 Em seguida, estudaremos detalhadamente, todos os processos de derivação 
apresentados no esquema acima.
 2.3.1 Derivação prefixal
 A derivação prefixal se dá pelo acréscimo de um prefixo a uma palavra primitiva, 
dessa maneira, temos: prefixo + palavra ou (radical), ou seja, esse acréscimo do prefixo 
é anteposto ao radical. Vamos analisar o processo de formação da palavra desleal, 
podemos perceber que se acrescentou o prefixo –des ao radical leal e formou-se uma 
nova palavra que é desleal. Neste caso, temos uma palavra formada pelo processo de 
derivação prefixal.
 2.3.2 Derivação sufixal
 A derivação sufixal como a prefixal também se dá pelo acréscimo de um afixo, 
esses são divididos em prefixos (antes do radical) e sufixos (depois do radical). a uma 
palavra primitiva, no entanto, esse acréscimo do prefixo é posposto ao radical, sendo 
assim, temos: palavra ou (radical) + sufixo. Leiamos o poema a seguir:
Ceninha caseira
 A família reunida
 No almoço do domingo: 
- Mãe, me dá laranjada. 
- A laranja se acabou. 
- Mãe, me dá limonada. 
- O limão se acabou.
 No almoço de domingo 
Figura 5: Processo de derivação
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
Para estudar o processo de formação de palavras, é necessário ter um conhecimento 
prévio acerca dos morfemas que constituem as palavras.
FIQUE ATENTO
28
 Vamos considerar as palavras limonada e laranjada que estão destacadas no 
poema. Vejamos que elas se formaram a partir da derivação sufixal, pois aos radicais ou 
palavra primitiva juntou-se um sufixo. Laranjada (laranj+ -ada) e limonada (lim+ - onada). 
 2.3.3 Derivação prefixal e sufixal
 Pode ocorrer também de uma palavra que já tenha se formado pelo processo de 
prefixação ou sufixação receber um outro afixo, e, daí originar uma nova palavra. Neste 
caso, temos o processo de derivação prefixal e sufixal. Podemos perceber esse processo 
de formação na palavra DESLEALDADE. Vejamos, foram acrescentados dois afixos na 
palavra leal, assim temos: des + leal= desleal - derivação prefixal e leal+dade=lealdade – 
derivação sufixal. Dessa maneira, temos des+leal+dade = deslealdade.
 2.3.4 Derivação parassintética
 Neste caso de formação de palavras, também ocorre o acréscimo de dois afixos 
ao mesmo tempo a uma palavra primitiva ou radical. Assim temos a seguinte estrutura 
prefixo+radical+sufixo = derivação parassintética. Vejamos um exemplo, para se formar a 
palavra entristecer, acrescentou-se simultaneamente o prefixo en e o sufixo cer à palavra 
primitiva triste. 
EN TRISTE CER
 2.3.5 Derivação regressiva
 Esse tipo de derivação que ocorre por meio da supressão da palavra primitiva, 
originando uma derivada. Exemplo: boteco é uma derivação regressiva de botequim, 
assim como mengo é de Flamengo. No entanto, esse processo ocorre muito dando 
origem a substantivos que indicam ação, ao se acrescentar as vogais –a, -e ou –o ao 
radical dos verbos. Vejamos o esquema a seguir que representa essa derivação.
Figura 6: Representação de Derivação regressiva
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
Da família reunida 
Ninguém pede amorada, 
Que o amor, também se acabou. 
(Sérgio Antunes. Relógio da sala. SP: Salesiana, 1986).
Não devemos confundir as palavras formadas por derivação prefixal e sufixal com paras-
sintética. Para que isso não ocorra, segue uma dica para diferenciá-las. Peguemos como 
exemplo a palavra empobrecer, veja que a ela foram acrescentados dois afixos: em- e 
-cer. Primeiramente, exclua o prefixo da palavra, neste caso, passaremos a ter pobrecer, 
em seguida, exclui-se o sufixo – cer teremos então empobre, vejam que a estrutura que 
sobrou ao retirar o prefixo ou o sufixo não faz sentido, sendo assim temos o processo por 
parassíntese. No entanto, se pegarmos a palavra descompromissadamente, por exem-
plo, se excluirmos o prefixo des-, teremos o termo compromissadamente; e se excluirmos 
o sufixo –mente, teremos descompromissada, isto é, as palavras que sobraram, após a 
exclusão dos afixos, têm significado.
VAMOS PENSAR?
29
 Com o intuito de exemplificarmos, apresentaremos a aplicação do esquema acima 
em alguns verbos.
 A esses substantivos que se formam dessa maneira dá-se o nome de derivados 
regressivos. Como sabermos se foi o verbo que deu origem ao substantivo ou também 
o contrário, pois sabemos que há substantivos primitivos que são formados de radical 
do verbo + vogal (a, e ou o)? Para que possamos diferenciarmos esses substantivos dos 
derivados regressivos, há duas maneiras:
 - Caso o substantivo nomeie objetosou substâncias, podemos considerá-lo 
primitivo, e a partir dele, formou-se o verbo correspondente, e assim teremos uma 
derivação que nos exemplos que seguem é a sufixal, pois houve o acréscimo ao radical 
da palavra. 
 Prego – pregar Água – aguar 
 - Caso o substantivo indique ação, ele será derivado regressivo, tendo sido sua 
formação a partir de um verbo, palavra primitiva.
 2.3.6 Derivação imprópria
 Esse processo ocorre quando a nova palavra é formada pela mudança de classe 
gramatical da palavra primitiva sem, contudo, mudar sua forma. Para Ferreira (2007, 
p. 116) derivação imprópria é o processo pelo qual se muda uma palavra de sua classe 
gramatica usual para uma outra classe, sem lhe alterar a forma. Vejamos como esse 
processo ocorre por meio da palavra jantar. Normalmente, quando nos referimos à 
palavra jantar, logo vem a ideia do ato de se fazer uma refeição à noite, e essa palavra é 
classificada de acordo com os dicionários e gramáticas normativas como pertencente à 
classe dos verbos. Vamos analisar o emprego dessas palavras nos exemplos que seguem:
Iremos jantar na casa da noiva.
A família da noiva ofereceu um jantar para todos os convidados.
Verbo Terminação 
Verbal
Radical 
do verbo
Acréscimo de 
vogal ao radical
Derivação 
regressiva
Empatar -ar Empat- +e Empate 
Avançar -ar Avanç +o Avanço
Vender -er Vend +a Venda 
Fugir -ir Fug- +a Fuga 
Na derivação regressiva, geralmente o verbo é a palavra primitiva e o substantivo é a pa-
lavra derivada, isto é, a nova palavra. No entanto, vale ressaltar que não foram todos os 
substantivos indicadores de ação que se formaram por esse processo. Ex. colheita indica 
ação, mas formou-se a partir da derivação sufixal
FIQUE ATENTO
30
 Na primeira frase o termo jantar refere-se ao ato de jantar, portanto, pertence 
à classe de palavras dos verbos. Na segunda frase, jantar refere-se ao nome de uma 
refeição e está acompanhado de um artigo indefinido; podemos classificar essa palavra 
nessa frase como substantivo. 
 Dessa maneira, o vocábulo em foco mudou de classe de palavra; passando de verbo 
para substantivo, isso ocorreu sem que houvesse alteração em sua forma, resultando no 
processo de derivação imprópria.
 Nesses casos, observem que as palavras foram apenas justapostas, isto é, uma 
está ao lado da outra. Cada uma mantém sua independência fonética. 
 2.4.2 Aglutinação
 No processo de aglutinação ocorre o contrário que no processo de justaposição. 
Pelo menos uma das palavras que se juntam para formar o novo vocábulo sofre mudança 
em sua pronúncia e/ou sua grafia. Vejam os exemplos a seguir:
 Observem nos exemplos acima, que para formar um novo vocábulo, as palavras 
sofreram alterações em sua pronúncia.
Vai + vem = vaivém
Passa + tempo = passatempo
Guarda + roupa = guarda-roupa
Água + ardente = aguardente
Plano + alto = planalto
Perna + longo = pernilongo
2.4 COMPOSIÇÃO
 Nesse processo, ocorre a junção de dois ou mais radicais ou de duas ou mais palavras 
para se formar uma nova. Dependendo de como se dá essa junção dos elementos que 
formarão a nova palavra, o processo de composição pode ocorrer de duas maneiras: 
justaposição e aglutinação.
 2.4.1 Justaposição
 As palavras que se juntam não sofrem alteração fonética em uma dessas palavras, 
ou seja, cada uma delas continua sendo usada da mesma forma como antes do processo 
da composição. E a nova palavra que foi formada tem sentido próprio, diversa das que 
lhe deram origem.
31
 Agora, vamos tratar de mais três tipos de processos de formação de palavras, além 
dos estudados anteriormente, que são: o hibridismo, a onomatopeia e a sigla. Os quais 
estudaremos a seguir.
 Leia o poema “o relógio” de Vinicius de Moraes, observe a palavra tic-tac que se 
aparece várias vezes no texto.
O poeta usou a palavra tic-tac para reproduzir o som do relógio. Essa palavra é formada 
por onomatopeia, pois está reproduzindo ou imitando um som, no exemplo, como já 
mencionado, o som do relógio. 
Automóvel: (grego: auto) + (latim: móvel)
Centímetro: (centi: latim) + (metro: grego)
O relógio
Vinicius de Moraes
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa hora.
Chega logo, tic-tac,
Tic-tac e vai embora.
Passa o tempo
Bem depressa,
Não atrasa,
Não demora,
Estude mais sobre o assunto, consulte a Unidade 4: Formação do léxico da 
obra Morfologia do Português. Aqui, aprofundaremos os nossos estudos acer-
ca dos processos de formação de palavras que podem acontecer na língua 
portuguesa, como o processo de derivação, de composição e outros processos.
Disponível em: https://bityli.com/MrvaGw
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2.5 HIBRIDISMO
2.6 ONOMATOPEIA
 Considera-se hibridismo quando na formação de uma palavra há elementos de 
outros idiomas. Exemplos:
Que já estou
Muito cansado.
Já perdi
Toda a alegria
De fazer meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac…
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OMS: Organização Mundial da Saúde
ONU: Organização das Nações Unidas
OAB: Ordem dos Advogados do Brasil
O uso das siglas teve sua popularização, principalmente, pelas mídias, ou seja, os meios 
de comunicação, pois tendem a agilizar a comunicação.
2.7 SIGLA
 As siglas são palavras formadas pelas iniciais das palavras que formam um nome. 
Exemplos:
“As siglas se comportam como palavras novas, fazendo com que a nomenclatura verda-
deira vá se apagando. Veja você, Unesco, Ibope ou IBM: poucos sabem seu sentido origi-
nal” (Carvalho, 1984)
VAMOS PENSAR?
33
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (UFSC). Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por 
justaposição, aglutinação e parassíntese:
a) varapau - girassol - enfaixar
b) pontapé - anoitecer - ajoelhar
c) maldizer - petróleo - embora
d) vaivém - pontiagudo - enfurece
e) penugem - plenilúnio – despedaça
2. (PUC-SP). Assinale a alternativa em que ocorre o processo de formação de palavras 
conhecido por derivação imprópria.
a) A ética, como morada humana, não é algo pronto e constituído de uma só vez.
b) O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si.
c) ... tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente.
d) Na ética, há o permanente e o imutável.
e) A casa, nos seus mais diferentes estilos, deverá ser habitável. 
3. (UNIFOR CE). Em relação aos vocábulos filósofo e teólogo é correto afirmar que:
a) ambos são formados pela junção de dois radicais de origem grega
b) o primeiro é formado por radicais de origem latina e o segundo, por radicais de origem 
grega. 
c) são, ambos, exemplos de composição por aglutinação, em que os dois elementos de 
origem diversa se fundem, para formar uma nova palavra. 
d) são exemplos de hibridismo, em que se unem radicais, um de origem grega e outro 
de origem latina, respectivamente.
e) ambos são formados pela junção de dois radicais de origem latina.
4. (FUVEST SP). Leia o texto.
Só os roçados da morte 
compensam aqui cultivar, 
e cultivá-los é fácil: 
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa, 
de adubar nem de regar; 
as estiagens e as pragas 
fazem-nos mais prosperar, 
e dão lucro imediato; 
nem é preciso esperar 
pela colheita: recebe-se 
na hora mesma de semear. 
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(João Cabral de Melo Neto, MORTE E VIDA SEVERINA) 
O mesmo processo de formação da palavra sublinhada em “não se precisa de limpa” 
ocorre em: 
a) “no mesmo ventre crescido”.
b) “iguais em tudo e na sina”. 
c) “jamais o cruzei a nado”. 
d) “na minha longa descida”. 
e) “todo o velho contagia”.
5. (EPCAR) Enumere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação 
numerados à direita. Em seguida, marque a alternativa que corresponde à sequência 
numérica encontrada:
1) justaposição ( ) aguardente 
2) aglutinação ( ) casamento 
3) parassíntese ( ) portuário 
4) derivação sufixal ( ) pontapé 
5) derivação imprópria ( ) os contras 
6) derivação prefixal ( ) submarino 
 ( ) hipótese
a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 
b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6 
c) 1,4, 4, 1, 5, 6, 6
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
6. (CESGRANRIO) As palavras esquartejar, desculpa e irreconhecível foram formadas, 
respectivamente, pelos processos de:
 a) sufixação - prefixação - parassíntese
 b) sufixação - derivação regressiva - prefixação
 c) composição por aglutinação - prefixação - sufixação
 d) parassíntese - derivação regressiva - prefixação
 e) parassíntese - derivação imprópria – parassíntese
7. (ETF-SP) Assinalar a alternativa correta quanto à formação das seguintes palavras: 
girassol; destampado; vinagre; irreal.
a) sufixação; parassíntese; aglutinação; prefixação
b) sufixação; parassíntese; derivação regressiva; sufixação
c) justaposição; prefixação e sufixação; sufixação; parassíntese
d) justaposição; prefixação e sufixação; aglutinação; prefixação
e) aglutinação; prefixação; aglutinação; justaposição
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8. (IBADE - 2021 - ISE-AC)
Leia o texto abaixo. 
Quarentena de afeto O Brasil tem passado por uma recessão, reflexo do quadro social 
e sanitário. Ainda assim, segundo Nelo Marraccini, do IPB, mesmo com as dificuldades 
impostas pela crise que veio junto da pandemia, muitas famílias não deixam de cuidar 
de seu pet. O abandono aumentou, mas as buscas por adoção subiram 400% de acordo 
com a União Internacional Protetora dos Animais (Uipa). 
Entre os que assumiram as “alegrias e agruras” de um animalzinho no período da 
pandemia, está o casal Marina e Renan Malta do Rio de Janeiro. “Em março do ano 
passado, quatro meses depois de casados, nós nos vimos trabalhando em home office, 
sem poder sair de casa. Então resolvemos realizar um sonho e adotar a Lily, um filhote 
vira-lata de 32 dias. Todo mundo nos dizia que cuidar de um animal dá muito trabalho, 
mas que compensa, o que é verdade. A gente só não contava que ela apresentasse 
problemas comportamentais”, conta Marina. 
“Além de roer quase todos os móveis com seus dentinhos afiados, Lily passou a se sentir a 
dona da casa entre três e quatro meses, mostrando-se reativa e agressiva. Nesse momento, 
eu precisei pesquisar tudo sobre o mercado pet e descobri vários serviços e produtos. 
Contratamos, então, o primeiro adestrador e a colocamos na creche para ajustar a rotina 
e a socialização. Também conheci os mordedores naturais, que estimulam o instinto 
do cão e são importantes na preservação do meio ambiente. Assim, ela extravasa toda 
energia e não rói mais os móveis. ” 
(Revista Proteste)
Em “Também conheci os mordedores naturais...”, a palavra destacada teve o seguinte 
processo de formação:
a) composição por justaposição. 
b) composição por aglutinação. 
c) derivação prefixal. 
d) derivação sufixal.
e) derivação regressiva.
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CLASSES DE PALAVRAS 
NOMINAIS: 
SUBSTANTIVO E 
ADJETIVO
37
3.1 INTRODUÇÃO
 Neste capítulo daremos início ao estudo das classes de palavras. E o que são 
as classes de palavras? De acordo com o que prescreve as gramáticas normativas 
da língua portuguesa, as classes de palavras ou classes gramaticais referem-se ao 
conjunto constituído de todas as palavras que têm o mesmo propósito. De acordo com 
Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), na língua portuguesa há dez classes de 
palavras que são: 
 Vale ressaltar que a classificação das palavras em classes diferentes se pauta em 
critérios formais semânticos, os quais conversam com o sintático e com o morfológico. 
Conforme nos orienta Basílio (2007, p. 60), “um item lexical é um complexo de propriedades 
morfológicas, sintáticas e semânticas.” Assim podemos verificar que em cada classe de 
palavra, as propriedades semânticas se relacionam às sintáticas e às morfológicas, por 
exemplo, só há gênero e número nas palavras que nomeiam e caracterizam os seres. 
As palavras que apresentam tempo, modo etc., não são classificadas como núcleo do 
sujeito. Outro exemplo, somente as palavras invariáveis modificam o verbo. 
 Daremos início ao nosso estudo a respeito das classes de palavras pelo substantivo 
que, igualmente ao verbo, configura-se como o núcleo do sintagma nominal.
Substantivo adjetivo artigo numeral advérbio
Preposição conjunçao pronome verbo interjeição
 Uma mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe gramatical. 
Ex. Não faça bagunça! - Neste caso, o não é classificado como um advérbio.
 Ex. Um não pode fazer a diferença na vida de uma criança. Aqui, o não é um substantivo.
VAMOS PENSAR?
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 Normalmente, vemos nas gramáticas normativas o seguinte conceito para 
substantivo: palavra que nomeia os seres e objetos em geral, em outras palavras, o 
substantivo é a classe de palavra responsável por dar nome a tudo que existe. 
 Para aprofundarmos nossos estudos no conceito de substantivo, vejam a seguir o 
que alguns gramáticos trazem em suas obras acerca dos substantivos. Para BECHARA 
(2009, p. 87), substantivo “é o nome com que designamos os seres em geral – pessoas, 
animais e coisas”. Para o gramático LUFT (2002, p. 102) é a palavra que designa um 
ser e, sintaticamente, pode funcionar como núcleo de sujeito, predicativo e objeto”. 
Geralmente, tudo que vemos, sentimos, ouvimos tem um nome, como pessoa, lugar, 
ações, sentimentos entre outros, sendo assim, a classe de substantivo é a responsável 
por dar nomes a tudo que existe. 
 O substantivo pode apresentar diferentes características dependendo sobre qual 
o ponto de vista está sendo analisado. O quadro abaixo sintetiza essa classificação.
 Vale ressaltar que uma palavra classificada como substantivo poderá ter analisado 
por vários aspectos, ou seja, uma análise não exclui a outra. Ex. a palavra jardineiro, por 
exemplo, é derivada, simples, comum e concreta.
 Além das classificações acima mencionadas, há ainda os substantivos coletivos 
que são aqueles comuns que mesmo estando no singular refere-se a um grupo ou 
conjunto de seres de uma mesma espécie. Vejamos alguns exemplos em destaque no 
poema abaixo. 
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
Aspecto Analisado Classificação
Origem - primitivo: não se origina de outra palavra da língua. Exemplos: 
rua, cidade, máquina, fantasma.
- derivado: origina-se de outra palavra. Exemplos: lapiseira, bon-
dade, negociação.
Forma - simples: Constituído por uma única palavra. Exemplos: planta, 
menino, lapiseira, coragem.
- composto: constituído por mais de uma palavra (ou radical). 
Exemplos: fruta-pão, passatempo, lobisomem. 
Designação
(geral ou específica) 
- comum: nomeia, genericamente, todos os elementos de uma 
mesma espécie. Exemplos: cidade, árvore, lapiseira, professor.
- próprio: dá nome a um único ser de uma espécie. Exemplos: 
Brasília, Fernanda, Marte, Corinthians. 
Tipo de ser nomeado - concreto: nomeia seres de existência própria (geral ou imaginá-
ria).
- abstrato: dá nome a sentimentos (ódio, solidão), qualidades/ 
defeitos (beleza, falsidade, rapidez), sensações (frio, dor), ações 
(vingança, crítica, choro) e estados (vida, viuvez, morte). 
Quadro 7: Classificação geral dos substantivos
Fonte: Ferreira (2007, p. 134)
39
 Vejam os vocábulos em destaque no poema, um conjunto de lobos corresponde 
ao substantivo coletivo alcateia, boiada refere-se a bois, multidão a pessoas, cardume 
a peixes, turma a alunos e elenco a artista. Esses são alguns exemplos de substantivo 
coletivo.
 As palavras classificadas como substantivos são variáveis, ou seja, a forma dessas 
palavras pode sofrer variações de acordo com a situação em que é empregada. Os 
substantivos podem flexionar em gênero, número e grau. A seguir, vamos conhecer 
essas três flexões.
 3.3.1 Gênero do substantivo
 Em relação ao gênero os substantivos podem flexionar em masculino e feminino. 
De acordo com a gramática normativa, podemos considerar como substantivo 
masculino aqueles vocábulos aos quais podemos inserir o artigo o ou os antes deles. E 
do gênero feminino aqueles que antes do vocábulo possamos inserir o artigo a ou as. 
Exemplificando:
POEMA DO COLETIVO
Substantivo coletivo
é facinho de entender,
não fique muito pensativo,
logo vai saber.
Coletivo é coleção,
todo mundo já conhece.
Substantivo

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