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APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
MORFOLOGIA DO RETO E ÂNUS 
RETO 
• Última parte do intestino grosso, conectando o 
cólon sigmoide ao canal anal.
• Possui cerca de 12-16cm de extensão.
• Pode ser dividido de acordo com sua posição 
no peritônio: intraperitoneal, retroperitoneal e 
extraperitoneal.
• Possui duas flexuras: sacral (dobra dorsal) e 
perineal (dobra ventral).
• Morfologicamente é similar 
ao intestino grosso.
• Possu i t rês constantes 
dobras transversas (válvulas 
de Houston). A dobra retal 
m é d i a ( v á l v u l a d e 
Kohlrausch) é a mais forte, 
localizada a cerca de 7cm do 
ânus.
- obs: tumores abaixo dessa prega podem 
ser palpáveis durante o toque retal digital. 
• A ampola retal é consideravelmente elástica e 
serve como reservatório durante a defecação.
• Apresenta estrutura histológica similar ao 
restante do intestino grosso, com mucosa, 
submucosa, muscular e serosa/adventícia.
Função 
• O reto é a ultima parada antes das fezes serem 
eliminadas pelo canal anal.
• De forma similar ao cólon, absorve eletrólitos 
(sódio, potássio, cloreto) e ingredientes 
alimentares não digeríveis são decompostos 
por bactérias anaeróbicas. As fezes são 
espessadas por meio da absorção de água e 
misturadas com muco.
• Ademais, o reto é parte dos órgãos de 
continência, sendo importante para o 
mecanismo de defecação. Quando as fezes 
entram na ampola retal, os receptores de 
elasticidade são estimulados, logo, a 
informação é transferida ao sistema nervoso 
central, que vai estimular a defecação. Com 
isso, é possível relaxar ou contrair o músculo 
levantador do ânus e o músculo esfíncter anal 
externo.
• O aumento da pressão da ampola ocasiona 
relaxamento crescente involuntário dos 
músculos lisos da pele do ânus e esfíncter anal 
interno (reflexo inibitório retoanal), dificultando 
o processo de reter fezes por um longo 
período de tempo. 
ÂNUS 
• O ânus é a abertura na extremidade do tubo 
digestivo, através da qual as fezes saem do 
corpo. 
• É formado, em parte, pelas camadas 
superficiais do corpo, incluindo a pele e, em 
parte, pelo intestino. 
• Um anel muscular (esfíncter anal) mantém o 
ânus fechado até que a pessoa defeque.
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO 
• A musculatura lisa gastrointestinal é excitada a 
partir de atividade elétrica intrínseca à esse 
sistema na membrana das fibras musculares; 
ou seja, o TGI possui um sistema nervoso 
próprio, o SN entérico.
- Possui +/-100mi de neurônios em atividade.
- O SN entérico participa da movimentação, 
contração e secreção gastrointestinal.
- Considerado um “segundo cérebro”, é 
independente dos outros sistemas.
- Componentes básicos: Plexo Mioentérico 
(Auerbch) e Plexo Submucoso (Meissner).
• O trato gastrointestinal depende da integridade 
dos compostos do SNE para realizar seus 
movimentos de forma coordenada.
• O Plexo Mioentérico se localiza entre as 
camadas ma is ex te r nas do múscu lo 
(longitudinal e circular).
- presente em toda extensão do sistema 
digestivo.
- realiza contração muscular, ocasionando o 
aumento do tônus, da velocidade e da 
intensidade das contrações.
- não é totalmente excitatório, mas tem 
capacidade de liberar neurotransmissores 
inibitórios. ex: ocasionando o relaxamento 
dos esfíncteres e passagem do bolo fecal.
• O Plexo Submucoso se localiza na camada 
submucosa.
- são mais evidentes nos intestinos.
- inerva as células da camada epitelial e 
músculo liso da muscular da mucosa.
- controla as secreções intestinais (as células 
epiteliais “informam” para o intestino sobre 
a qualidade do produto digerido, ditando o 
que precisa ser secretado para que a 
digestão seja efetiva).
- controla o músculo da mucosa, que forma 
“rugas” na parede interna do intestino, 
possibilitando uma maior absorção de 
nutrientes.
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
 
Os Plexos fazem três tipos de contrações: 
I. E s p o n t â n e a : o c o r re m n a s j u n ç õ e s 
comunicantes.
II. Tônicas: ocorrem em alguns esfíncteres do 
músculo l iso e porção proximal do 
estômago; duram minutos/ horas.
III. Fásicas: ocorre contração - relaxamento // 
despolarização - repolarização = potenciais 
de ondas lentas.
Os neurônios entéricos liberam acetilcolina 
(responsável por incentivar a movimentação do 
sistema digestório) e noradrenalina ou 
noraepinefrina (paralisa a movimentação do 
sistema digestório).
O SNA simpático atrapalha a movimentação do 
SN entérico, uma vez que, seu neurotransmissor 
principal é a noraepinefrina, que diminui o fluxo 
digestivo.
Já o SNA parassimpático auxilia o SN entérico, 
já que seu neurotransmissor principal é a 
acetilcolina, que estimula o processo de 
digestão. 
Ex: ao passar por um susto ou situação de risco 
após alimentação, o SNA simpático modifica o 
processo de digestão, paralisando o sistema.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
Dificuldade evacuatória persistente ou sensação 
de evacuação incompleta e/ou evacuações 
infrequentes. Pode estar associada à doenças 
orgânicas ou a distúrbios funcionais.
Define-se constipação por uma frequência 
evacuatória menor do que 3x na semana, 
esforço evacuatório ou fezes endurecidas 
(Bristol 1 e 2), sensação de evacuação 
incompleta e/ou uso de manobras manuais para 
evacuar.
• Estima-se que 15-20% da população 
apresente constipação. É mais comum em 
mulheres, crianças e idosos. 
• A história familiar favorece a constipação nos 
demais membros da família. 
• Maior incidência em indivíduos com baixo nível 
socioeconômico.
Fisiopatologia 
Sua causa pode não ser identificada, mas alguns 
fatores contribuintes são: ingesta inadequada de 
fibras e água; distúrbios neurológicos ou 
endócrinos; problemas psicossociais, doenças 
do cólon ou disfunções do assoalho pélvico,
A constipação pode ser classificada como 
primária ou secundária de acordo com sua 
etiologia:
I. Constipação Primária: envolvem fatores 
intrínsecos; apresenta trânsito normal/ 
funcional (mais comum) ou lento.
No trânsito funcional: 
• Critérios de Roma IV.
• Há presença de sintomas, porém, em testes, o 
trânsito e a frequência fecal estão dentro do 
intervalo normal.
No trânsito lento (inércia colônica):
• Evacuações infrequentes, podendo chegar a 
menos de 1x/semana.
• O tempo de trânsito intestinal é maior e a 
frequência e amplitude das ondas peristálticas 
se encontram prejudicadas. 
• Se configura como uma doença neuromuscular 
do intestino grosso, já que há um descrês imo 
na quantidade de células intersticiais de Cajal, 
alterações no número de neurônios do plexo 
M i o e n t é r i c o e a n o r m a l i d a d e d e 
neurotransmissores entéricos.
II. Constipação Secundária 
• Relacionada a doenças orgânicas e sistêmicas, 
d e s o rd e n s n e u ro l ó g i c a s o u u s o d e 
medicamentos.
• G e r a l m e n t e r e l a c i o n a d a a o u s o d e 
medicamentos.
• A diabete mellitus pode causar constipação. 
Sua causa é mal definida, mas um mecanismo 
importante parece ser a perda funcional das 
células intersticiais da Cajal e a miopatia do 
músculo liso, prejudicando a motilidade. Tanto 
a hiperglicemia quando a hipoglicemia 
prejudicam o funcionamento neuronal entérico, 
logo, o controle glicêmico deve ser prioridade 
de tratamento.
• Roma IV.
A constipação primária pode ser classificada 
em três categorias: 
1. Constipação de trânsito normal (funcional) 
tempo de trânsito colônico é normal.
2. Constipação de trânsito lento: tempo de 
trânsito colônico é mais lento. 
3. Disfunções pélvicas: defecação obstruída, 
podendo advir de disfunções do assoalho 
pélvico, ocasionando incapacidade de 
esvaziar completamente o reto.
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
Manifestações Clínicas 
• Na anamnese, deve-se avaliar todas as 
características das evacuaçõese do bolo fecal 
(frequência, esforço, volume, sensação de 
evacuação completa ou não, cal ibre, 
consistência e formato das fezes - escala de 
Bristol, necessidade de manobras manuais). 
• Outros fatores que devem ser avaliados são a 
dieta (especialmente ingesta de fibras), ingesta 
hídrica, atividade física, medicamentos de uso 
contínuo e história de abusos físicos e sexuais. 
Deve-se atentar para mudanças no estilo de 
vida e comportamento do paciente. 
• Considerada crônica se a duração dos 
sintomas for superior a 3 meses. 
• Deve-se investigar cuidadosamente sinais de 
alarme, história medicamentosa e de doenças 
neuromusculares, epidemiologia para doença 
d e C h a g a s , a b u s o d e l a x a t i v o s o u 
medicamentos constipantes.
Escala de Bristol 
Escala que apresenta as diferentes consistências 
das fezes e o andamento da microbiota 
intestinal.
• Os tipos 1 e 2 indicam constipação intestinal, 
ou seja, trânsito intestinal lento. Uma das 
causas mais prováveis é falta de ingestão de 
fibras e pouca hidratação.
• Os tipos 3 e 4 são consideradas muito boas, 
uma vez que estas são mais fáceis de passar 
durante a defecação. 
• Já os tipos 5, 6 e 7 estão associados com 
tendência de aumento de  diarreia  ou de 
urgência.
• Especificamente, os tipos 6 e 7 caracterizam 
um quadro por diarreia, podendo ser 
relacionado com estresse, quadros funcionais 
como a síndrome do intestino irritável e 
doenças intestinais específicas, como 
infecciosas e até autoimunes como nas 
doenças inflamatórias intestinais. Nessa 
condição acontecem alterações na absorção 
de água e nutr ientes, podendo estar 
relacionados a deficiência de vitaminas e 
minerais
Sinais de alarme: 
- Sangramento retal;
- História familiar de DII ou neoplasia colorretal;
- Presença de sangue oculto nas fezes; 
- Anemia ferroaria; 
- Constipação em pacientes idosos;
- Constipação de início recente, sem fator 
causal;
- Perda ponderal.
Diagnóstico 
A avaliação laboratorial, endoscópica e os 
estudos radiológicos devem ser realizados 
apenas em indivíduos selecionados. 
O tratamento empírico (educação do paciente, 
mudanças na dieta e estilo de vida, uso de 
fibras) pode ser considerado quando os sinais 
de alerta estiverem ausentes. 
• Exames laboratoriais: 
- Hemograma completo;
- Cálcio;
- Potássio;
- Glicemia em jejum;
- TSH;
- Creatinina;
- Se epidemiologia positiva para doença de 
Chagas, solicitar sorologia por dois métodos 
( e n s a i o i m u n o e n z i m á t i c o [ E L I S A ] , 
imunofluorescênc ia i nd i re ta [ I F I ] ou 
hemaglutinação indireta [HAI]);
- Doença celíaca também pode manifestar-se 
com constipação intestinal, sendo a sorologia 
com antitransglutaminase IgA recomendada 
para screening na presença de suspeita 
clínica. Lembrar-se de dosar IgA total para 
excluir deficiência de IgA (que causaria um 
f a l s o n e g a t i v o n o a n t i c o r p o 
antitransglutaminase IgA).
• Radiografia simples de abdome;
• Enema opaco: pesquisar megacólon, 
alongamento ou estreitamento de segmentos 
colorretais, dolicocólon, megarreto.
• Colonoscopia.
Exames específicos: devem ser reservados a 
pacientes com constipação refratária.
• Manometria anorretal: na suspeita de 
distúrbios do assoalho pélvico e defecação 
obstruída.
• Teste de expulsão de balão: paciente é 
solicitado a expulsar um balão de látex, 
inserido no reto e preenchido com 50mL de 
água ou ar. A incapacidade de expulsar o 
balão dentro de 2min sugere distúrbio de 
defecação. 
• Tempo de trânsito colônico: avalia a 
motilidade e é indicado para pacientes que 
apresentam baixo número de evacuações por 
semana, sem resposta a agentes laxativos, 
com manometria anorrtal normal.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diarreia
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
• D e f e c o g r a fi a : d e t e r m i n a a l t e r a ç õ e s 
anatômicas e funcionais da região anorretal, 
associadas a distúrbios defecando-vos como 
dissinergia do assoalho pélvico, retocele e 
intussuscepção. Indicada para pacientes sem 
resposta a laxantes, com estudo manométrico 
e teste de expulsão do balão inconclusivos.
Tratamento 
• Dieta: aumento da ingestão de fibras para 
20-30g e de líquidos, no mínimo 1,5-2L/dia.
• Medidas comportamentais: atividade física 
(5x/semana, por 50min); postura sentada 
(apoio dos membros inferiores no chão, 
funcionando como alavanca e a flexão do 
tronco sobre o abdome); disciplinar o 
aparecimento do reflexo.
Terapia Medicamentosa 
A 1ª linha de tratamento deve ser a não 
medicamentosa. Na persistência dos sintomas, 
deve-se dar início tratamento medicamentoso, 
optando-se inicialmente por secretagogos 
( a t i vado res de cana l de c lo ro , como 
Lubiprostona) ou laxantes osmóticos.
• Fibras: promovem o aumento de peso, volume 
e fluidez das fezes. Aproximam-se ao máximo 
dos mecanismos fisiológicos: fibras dietéticas, 
Psyllium, Metilcelulose e Policarbofila.
- sugere-se iniciar com 5g ao dia, divididos 
em duas tomadas e aumentar, de forma 
gradual, a cada 1-2 semanas até 10-15g/
dia;
- A resposta pode demorar várias semanas;
- Somente beneficiam-se pacientes cuja 
constipação não seja decorrente de trânsito 
lento ou obstrução de saída;
- Devem ser evitados em pacientes com 
constipação induzida por opioide;
- efeitos colaterais: flatulência e distensão 
abdominal.
• Laxantes osmóticos: atraem água para a luz 
intestinal. Ao aumentar a concentração de 
água no cólon, os osmóticos lubrificam e 
amolecem as fezes, facilitando a evacuação. 
- Opções: Polietilenoglicol (1ª escolha), 
Lactulose, Macrogol, Sorbitol e Lactitol;
• Laxantes amac iantes : a tuam como 
surfactantes, facilitando a interface entre os 
componentes hidrofóbicos e hidrofílicos da 
massa fecal, como óleos minerais e o 
Docusato de sódio, cálcio e potássio;
- Deve-se evitar óleo mineral em pacientes 
disfágicos e idosos, em razão do risco de 
broncoaspiração e pneumonia lipoídica.
Tratamento Farmacológico 
• Podem ser t ra tados com E lob ix ibat , 
Naldemedina (constipação induzida por 
o p i o i d e ) , L u b i p ro s t o n a , L i n a c l o t i d a , 
Plecanatida ou Prucaloprida. Somente 
Prucaloprida e Lubiprostona estão disponíveis 
no Brasil:
Abordagem Cirúrgica 
Indicado em casos de constipação intestinal de 
trânsito lento refratária a medidas laxativas sem 
distúrbio defecatório ou em mulheres com 
retocele gerando evacuação obstruída e 
refratárias a medidas clínicas.
Fecaloma: Deve ser realizada quebra manual, 
seguida de clister de Glicerina 12% ou água 
morna.
HEMORROIDA 
• Hemorroidas são coxins vasculares normais do 
canal anal. São formados por espaços 
vasculares (sinusoides), tecido elástico e 
conjuntivo, e músculo liso. 
• Sua função é proteger os esfíncteres anais 
subjacentes e contribuir para a continência 
fecal.
• As hemorroidas estão presentes em todos os 
seres humanos, já a doença hemorroidária 
surge quando os mamilos hemorroidários 
prolapsam, inflamam e produzem sintomas.
• É uma dilatação de veias da região anal, 
podendo causar aparecimento de “caroços” e 
sangramento no local.
• Mais prevalente em pessoas com idade entre 
45-65 anos.
• O plexo hemorroidário interno é formado pela 
artéria retal superior e suas veias drenam para 
o sistema porta, via veia mesentérica inferior. 
• O plexo hemorroidário externo é formado pela 
artéria retal inferior (ramo da artéria pudenda 
interna) e suas veias drenam para as veias 
ilíacas internas e, conseqüentemente, para o 
sistema cava inferior.
• A maioria dos pacientes possui três mamilos 
hemorroidários internos (localizados nas áreas 
anterior direita, posterior direita e lateral 
esquerda), em conseqüência das ramificações 
da artéria retal superior.
Causas 
- Esforço evacuatório repetitivo, quedetermina 
o estiramento do tecido de sustentação dos 
plexos.
- Hábitos alimentares e intestinais (dietas 
pobres em fibras e pouco consumo de água);
Algumas outras causas são estudadas: 
a) Com o passar do tempo ou situações 
agravantes, o tecido conjuntivo que âncora o 
plexo hemorroidário ao esfíncter se deteriora, 
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
fazendo com que o plexo deslize pelo canal, 
ocasionado os sintomas.
b) Sugere que os sintomas da DH surgem pela 
hipertrofia ou aumento do tônus do esfíncter 
anal interno, fazendo com que, durante as 
evacuações, o bolo fecal force o plexo contra 
o esfíncter interno, causando seu aumento e 
sintomas.
c) Atribui os sintomas ao edema dos coxins.
Fatores de Risco: 
- Constipação crônica; 
- Esforço evacuatório prolongado;
- Sedentarismo;
- Gestação;
- Diarreia;
- Levantamento muito vigoroso de peso;
- Fatores relacionados a alimentação e hábitos 
intestinais.
Manifestações Clínicas 
Classificação das Hemorroidas 
São classificadas de acordo com sua localização 
anatômica:
I. Externa: localizadas na 
extremidade inferior do 
canal anal, abaixo da 
linha pectínea;
- formadas pelo plexo 
hemorroidário inferior, 
que é subsidiário das 
artérias e veias retais 
inferiores.
- apresentam sensibil idade ao toque, 
temperatura, distensão e dor.
- na maioria das vezes, torna-se sintomática 
quando há quadros agudos como trombose 
hemorroidária e crise hemorroidária.
- tratamento SEMPRE cirúrgico.
II. Interna: acima da linha pectínea, porém 
podem se exteriorizar;
- não costumam ser dolorosas.
- principal sintoma é o sangramento “vivo”, 
indolor, ao final da evacuação.
- pode ocorrer prurido anal e prolapso 
durante evacuação ou aos esforços.
III. Mista: são externas e internas.
As Hemorroidas internas são classificadas 
conforme seu grau de prolapso:
Sinais e sintomas 
- Sangramentos no papel higiênico ou no vaso, 
em pequena ou moderada quantidade;
- Sensação de “bolinha” ou “caroço” no ânus 
(prolapso);
- Prurido anal;
- Irritação da pele na região;
- Sensação de não ter evacuado tudo após uma 
evacuacao;
- Dor na região anal (suspeitar de complicação 
ou outras patologias (fissura, abscesso 
perianal, tumor de canal anal).
Complicações 
Trombose Hemorroidária 
- Presença de nódulo perianal 
bem delimitado, usualmente 
azulado e doloroso.
- Normalmente tem início 
a b r u p t o d e d o r, q u e 
aumenta nas primeiras 48h 
e apresenta regressão após 
o 4º dia.
- A pele sobre a hemorroida 
t rombosada por necrosar e u lcera r, 
ocasionando sangramento ou sairia de 
secreção.
- Quando não há drenagem espontânea, o 
trombo pode demorar algumas semanas para 
d e s a p a r e c e r. P o d e m h a v e r c a s o s 
assintomáticos.
Crise Hemorroidária 
- Quadro doloroso causado 
p e l o p r o l a p s o d e 
Hemorroidária internas grau 
III e IV que se tornam 
encarceradas devido edema 
prolongado.
- Pode estar associada à 
trombos Hemorroidários.
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
Diagnóstico 
• Diagnóstico clínico (inspeção e toque retal).
- a manobra de Valsalva é útil para verificar o 
prolapso de mamilos internos. 
- O toque retal deve ser feito com lidocaína 
gel ou lubrificante.
• Além dos sintomas, é importante questionar ao 
paciente sobre o funcionamento intestinal 
(presença de diarreia ou constipação), ingesta 
de fibras na dieta e hábitos de higiene anal.
• Na maioria das vezes não é necessária a 
solicitação de exames complementares.
• A anuscopia (endoscopia anal), embora pouco 
disponível na APS, auxilia para observar a 
presença de mamilos hemorroidários internos. 
• A retossigmoidoscopia é mandatória para o 
diagnóst ico di ferencia l de patologias 
coloretais.
Tratamento 
• O grau da hemorroida, classificado pelo 
médico, direcionará o tratamento;
• A doença assintomática não necessita de 
tratamento.
• Mudanças na dieta e estilo de vida (esforço 
evacuatór io prolongado para defecar, 
secundário à constipação ou diarreia). 
Aumento da ingestão de fibras (20-35g/dia) e 
líquido (1,5/2L/dia).
• Medidas comportamentais, prescrição de 
medicamentos, redução da hemorroida pelo 
médico na consulta, ligadura elástica, ou 
procedimentos cirúrgicos (em casos mais 
avançados);
• Evitar uso de papel higiênico.
• Banhos de assento (imersão, ânus submerso 
na água, utilizando banheira ou bacia - 
10-15min).
• Agentes formadores de bolo fecal.
Tratamento Medicamentoso 
• Sintomáticos típicos (anestésicos, AINES e 
adstringentes): usados para alívio da dor.
- Cinchocaína + policresuleno: Proctyl 
(preferível por ser o único que não contém 
corticoide).
- Lidocaína + associações: Proctosan, 
Hemovirtus.
- Lidocaína + fluocortolona: Ultraproct.
- Lidocaína + hidrocortisona: Xyloproct.
• Agentes venoativos: Diosmina, hisperidina, 
flavonoides. Podem melhorar tônus venoso e 
diminuir sintomas agudos e sua recorrência.
Manejo Quadros Agudos 
Trombose Hemorroidária 
- No caso de trombos grandes e muito 
dolorosos, pode ser indicada a incisão da pele 
sobre a lesão e a retirada completa do trombo 
s o b a n e s t e s i a l o c a l c o m o u s e m 
vasoconstritor. 
- Tal procedimento pode ser realizado na 
atenção primária se o médico se sentir 
confortável e apto para realiza-lo. 
- Casos de trombose hemorroidária com 
necrose são muito raros, porém devem ser 
avaliados pelo especialista em caráter de 
urgência.
Quando os sintomas são refratários ao manejo 
conservador, o especialista pode optar por 
procedimento ambulatorial inicial (ligadura 
elástica ou escleroterapia) ou intervenção 
cirúrgica (hemorroidectomia).
I. Ligadura elástica: técnica invasiva simples, 
rápida e efetiva de tratar hemorroidas de 
tipos B e C. Consiste na aplicação de anéis 
de borracha que causam necrose isquêmica 
e cicatrização do tecido hemorroidário, 
gerando fixação do tecido conjuntivo à 
parede do canal anal. A colocação do anel 
de borracha muito perto da linha pectínea 
pode levar a dor intensa pela presença de 
inervação somática aferente que requer 
remoção rápida. É uma técnica segura 
podendo ser realizada em uma ou várias 
sessões. As complicações são sangramento 
leve pela ulceração mucosa, retenção 
urinária, trombose hemorroidária externa e, 
raramente, sepse pélvica. Esse método é 
bastante eficaz e sua taxa de sucesso varia 
entre 79% a 97%.
II. Esc leroterap ia : i n j eção de agente 
esclerosante diretamente no mamilo 
hemorroidário, criando cicatrização, fibrose, 
redução e fixação das hemorroidas por 
obliterar sua vascularização. Utilizada 
especialmente em hemorroidas internas grau 
I e naqueles pacientes com grau II que fazem 
uso de anticoagulante ou AAS (ligadura 
elástica tem maior risco de sangramento).
III. Hemorroidectomia: indicada nos casos de 
DH externa, mista ou interna grau III e IV 
APG - SOI IV Bianca Cardoso - Medicina 4 o Período 
refratários ao tratamento conservador e aos 
tratamentos de consultór io (quando 
indicados). É indicada de urgência nos casos 
de crise hemorroidária ou trombose extensa 
se associados à necrose ou infecção.
IV. F o t o c o a g u l a ç ã o d e R a d i a ç ã o 
Infravermelha: Consiste em uma unidade 
elétrica e um aplicador manual tipo pistola. A 
ponta da pistola é encostada sob leve 
pressão na mucosa normal, adjacente e 
cranial ao mamilo. A energia infravermelha 
penetra nos tecidos e é convertida em calor, 
que coagula os vasos irrigadores do mamilo. 
A profundidade da lesão tecidual é 
determinada pela duração do pulso. 
Realizam-se 3 a 5 disparos de 1 a 1,5 
segundos em cada mami lo, para a 
coagulação de 1mm de tecido. Até 3 
mamilos são coagulados por sessão. 
Formam-se, no local da aplicação, pequenas 
úlceras que cicatrizam e, por meio de fibrose, 
aumentam a aderência da mucosa 
redundante à muscular adjacente. Possui 
taxa de sucesso terapêutico entre 85% e 
92%. Uma diferença importante da ligadura 
elástica é o preço, pois o infravermelho é um 
aparelho de alta tecnologia e, portanto, com 
alto custo de manutenção. Por suas 
características, a ligadura elástica deve ser 
indicada para mamilos de tipo B e C e o 
infravermelho para mamilos de tipo A e B.
Pacientes com hemorro idas, mas que 
apresentam sintomas sugestivos de malignidade 
(sangramento de características atípicas para 
hemorroidas, emagrecimento, anemia ferropriva 
sem outra etiologia identificada, mudança de 
hábito intestinal recente), devem realizar 
colonoscopia para investigação precoce. 
Indica-se encaminhar ao Proctologista 
pacientes com: 
- Hemorroidas internas, externas ou mistas que 
persistem sintomáticas após tratamento 
conservador por 2 meses (suplementação 
alimentar de fibras e aumento de ingesta 
hídrica, banho de assento, evitar uso de papel 
higiênico); 
- Hemorroidas com indicação de colonoscopia 
(na indisponibilidade de realizar o exame na 
APS).
Prevenção: 
- Aumento do consumo de alimentos ricos em 
fibras; 
- Redução do consumo de a l imentos 
gordurosos;
- Aumento do consumo de água e de outros 
líquidos;
- Diminuição do esforço excessivo ao defecar;
- Realização de atividades físicas de forma 
regular. 
Enquanto houver hemorroida, evitar o uso de 
papel higiênico, dando preferência à limpeza 
durante o banho ou com ducha higiênica;
REFERÊNCIAS: 
• Hemorroida: Diagnóstico. Sociedade Brasileira de 
Coloproctologia. Projeto Diretrizes, Associação 
Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina.
• Artigo Doença Hemorroidária.
• Ar t igo : ca rac te r i zação da expressão dê 
neuropeptídios do sistema nervoso entérico de 
pacientes portadores e não portadores de 
constipação intestinal.

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