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Apostila-TeologiaPastoral

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Prévia do material em texto

CENTRO TEOLÓGICO FATAD
CURSO EM TEOLOGIA MODULAR
TEOLOGIA PASTORALTEOLOGIA PASTORAL
PROF.º JALES BARBOSA & PROF.º JOÃO MARCOS
Teologia Pastoral
APRESENTAÇÃO
Amados e queridos estudantes, amigos da verdade, povo adquirido, nação eleita.
Graça e paz, da parte de Deus nosso pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo.
Grande é a nossa responsabilidade do servo e salvo em Jeová, de anunciar,
apresentar, fazer chegar claramente à todos, da infinita bondade e grandeza, de tão grande
salvação em Cristo Jesus.
Conscientes dessa grande, esplendida, árdua e laboriosa tarefa do ensino da
palavra. E te convidamos para estudar a Santa e maravilhosa palavra de Deus.
Numa serie de apostilas andaremos juntos, passo a passo com, o Senhor Jesus.
Nos evangelhos; seremos missionário com os apóstolos em atos; profetizaremos com Isaias,
Ezequiel, e outros profetas; caminharemos com Moisés pelo deserto, passaremos o Jordão
com Josué; venceremos todos os Golias ao lado de Davi em nome de Jeová; salmodiaremos
canções ao nosso Deus com “Asafe”, teremos a coragem de Débora, a sabedoria de
Salomão, a graça de Jesus, a visão de Paulo, a fidelidade de Samuel, amaremos e
reclinaremos nosso rosto no peito de Cristo, tal qual João.
Venha conosco, seja como os crentes de Beréia (At, 17.10-12), examinando cada dia
as escrituras, você estará tomando posse das bênçãos do Senhor, fortalecendo-se,
aprendendo e falando dessa palavra, você salvará tomando a ti mesmo como seus ouvintes.
(1 Tm 4:16).
Em Cristo Jesus,
A Diretoria
FATAD Prof. Jales Barbosa 2
Teologia Pastoral
COMO ESTUDAR ESTE LIVRO
Às vezes estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada.
Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método.
Embora sucintas as orientações que passamos a expor ser-lhe-á muito útil.
1. Busque a ajuda divina
Ore a Deus dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus pode
vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Palavra de Deus.
Nunca execute qualquer tarefa de estudo ou trabalhos da palavra de Deus sem primeiro orar.
2. Além da matéria a ser estudada , tenha à mão as seguintes fontes de consulta e
refe-rência:
 Bíblia. Se POSSÍVEL em mais de uma versão.
 Dicionário Bíblico.
 Atlas Bíblico.
 Concordância Bíblica.
 Livro ou caderno de apontamentos -individuais.
 Habitue-se a sempre tomar notas de seus estudos e meditações.
3. Seja ORGANIZADO ao estudar
A. Ao primeiro contato com a matéria procure obter uma visão global da mesma isto é
como um todo. Não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não procure
referências na Bíblia. Procure sim descobrir o propósito da matéria em estudos, isto
é o que deseja ela comunicar-lhe.
B. Passe então ao estudo de cada lição observando a SEQÜÊNCIA dos Textos que a 
englobam. Agora sim à medida que for estudando sublinhe palavras frases e 
trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado.
C. Ao final de cada lição encontra-se uma revisão geral de cada parte do livro perguntas e
EXERCÍCIO que deverão ser respondidas ao termino de cada parte, que deverão
ser respondidas sem consulta ao texto correspondente. responda todas as
perguntas que for POSSÍVEL, logo em seguida volte ao texto e confira as suas
respostas. Fazendo assim VOCÊ chegara a um final do seu estudo, com um bom
aprendizado quanto no conhecimento intelectual e ESPIRITUAL.
FATAD Prof. Jales Barbosa 3
Teologia Pastoral
ÍNDICE
INTRODUCÃO......................................................................................................................................7
CAPÍTULO I – DA OBRA MINISTERIAL..............................................................................................9
1. Da Variedade de atividades da Igreja..........................................................................................9
2. Dos Títulos e Figuras Bíblicas Referentes ao Obreiro..............................................................9
3. Ministérios no Velho Testamento.............................................................................................11
4. Ministérios no Novo Testamento..............................................................................................12
CAPITULO II – DA CHAMADA GERAL.............................................................................................13
1. Visões ou Revelações Extraordinárias.....................................................................................13
2. Chamada íntima (ou Subjetiva).................................................................................................13
3. Perfeito Entendimento da Chamada.........................................................................................13
4. A Visão e a Compreensão da Chamada...................................................................................13
5. Do Reconhecimento de nossa Chamada por outros...............................................................13
CAPÍTULO III – DA CHAMADA PARA PREGAR..............................................................................15
1. Da Chamada Universal para Pregar..........................................................................................15
2. Da Chamada Específica para Pregar o Evangelho..................................................................16
3. Da Variedade de Ministérios na Pregação...............................................................................16
4. Do Cuidado com o Profissionalismo Ministerial na Pregação...............................................17
5. Das Aptidões para Pregar o Evangelho...................................................................................18
CAPÍTULO IV – DA VOCAÇÃO MINISTERIAL..................................................................................20
1. Da Vocação.................................................................................................................................20
2. Da participação da Igreja na Vocação......................................................................................20
3. Da participação do Espírito Santo............................................................................................20
4. Da Vocação Particular...............................................................................................................21
5. As Atitudes Daquele que é Chamado ou vocacionado Para com Deus................................21
6. As Atitudes do vocacionado Para com a Palavra de Deus.....................................................23
7. As Atitudes do vocacionado para com o dia-a-dia!................................................................24
CAPITULO V – DA CONSAGRAÇÃO PARA O MINISTÉRIO...........................................................27
1. Da Inabilitação para as Funções...............................................................................................27
2. Da Habilitação para o Ministério...............................................................................................27
CAPITULO VI – DO CARÁTER DO MINISTRO.................................................................................28
1. Do caráter...................................................................................................................................28
2. Atitudes Resultantes do Caráter do Ministro no Desempenho de Seu Ministério................30
CAPITULO VII – O PASTOR E SUAS ATIVIDADESPASTORAIS.....................................................32
1. O Pastor e Suas Atividades Pastorais.......................................................................................32
CAPITULOVIII – DOS DONS MINISTERIAIS E SEU PROPÓSITO..................................................37
1. Dos apóstolos............................................................................................................................37
2. Dos profetas...............................................................................................................................37
FATAD Prof. Jales Barbosa 4
Teologia Pastoral
3. Dos evangelistas........................................................................................................................37
4. Dos pastores..............................................................................................................................37
5. Dos mestres................................................................................................................................38
CAPITULO IX – DA DEDICAÇÃO AO TRABALHO CRISTÃO............................................................39
1. Da Consagração Para o Serviço Obra do Senhor..............................................................39
2. Do Compromisso Assumido Diante de Deus e da Sociedade.................................................39
CAPÍTULO X – DA PREPARAÇÃO DO OBREIRO PARA O MINISTÉRIO.........................................42
1. Da Experiência...........................................................................................................................42
2. O Novo Nascimento...................................................................................................................42
3. O Batismo no Espírito Santo.....................................................................................................42
4. O Andar com Deus.....................................................................................................................43
5. À Escola da Experiência do Obreiro.........................................................................................43
6. Necessário Período de Treinamento........................................................................................44
7. Da Educação...............................................................................................................................46
8. Como Estudar A Bíblia..............................................................................................................47
CAPÍTULO XI – DA CULTURA E DO CAMPO DE ESTUDOS DO PREGADOR.................................50
1. Do Evangelho ou Ministro.........................................................................................................50
CAPÍTULO XII – DO CARÁTER DO MINISTRO IDEAL........................................................................52
1. Das Qualidades Naturais do Ministro do Evangelho...............................................................52
2. Da Coragem do Ministro do Evangelho....................................................................................52
3. Da Discrição...............................................................................................................................52
4. Da Diligência...............................................................................................................................53
5. Da Pontualidade.........................................................................................................................53
6. Das Prioridades do Ministro......................................................................................................53
7. Prioridades Pessoais do Ministro.............................................................................................53
8. Prioridades do Ministério..........................................................................................................54
9. Desempenho do Seu Serviço....................................................................................................55
10. Edificação do Corpo De Cristo................................................................................................56
11. Perigos no Caminho do Ministro............................................................................................56
CAPITULO XIII – ÉTICA MINISTERIAL.............................................................................................60
1. Aparência Pessoal.....................................................................................................................60
2. A Linguagem Sã.........................................................................................................................60
3. Amor e Respeito Devido ao Colega..........................................................................................61
4. Alguns Princípios Que Fazem Falta..........................................................................................62
5. A Política e o Pastor...................................................................................................................62
CAPITULO XIV – O PASTOR COMO LIDER.....................................................................................63
1. A Ética Cristã Aplicada a Liderança.........................................................................................63
2. O Preço da Liderança................................................................................................................64
CAPÍTULO XV – UM CHAMADO À LIDERANÇA..............................................................................66
FATAD Prof. Jales Barbosa 5
Teologia Pastoral
1. A Crise da Liderança..................................................................................................................66
2. Perfil do Líder.............................................................................................................................68
3. O Líder e a visão........................................................................................................................70
4. Planejamento..............................................................................................................................71
5. Organizar....................................................................................................................................74
6. Controlar.....................................................................................................................................77
7. Edificando a Equipe...................................................................................................................78
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................83
FATAD Prof. Jales Barbosa 6
Teologia Pastoral
INTRODUCÃO
O escopo desta apostila é expor o verdadeiro sentido que o obreiro deve ter na
busca pela excelência ministerial. Onde está a excelência do ministério?
a) Almejado pelo jovem obreiro – Fazer parte de um grupo seleto da Igreja.
b) O título ministerial por si mesmo nada é, se a unção e a virtude profética não estiver
sobre ele.
c) Não é o título ministerial que enobrece o ministério.
d) O título muitas vezes tem relação com:
- profissionalismo;
- algo vulgarizado;
- outros buscam nomes pomposos – bispos apóstolos.
e) O nome pastor aparece uma única vez em Ef 4.11.
f) Os títulos ministeriais enchem-nos de orgulho e em muitas vezes perdem o
foco/sentido que os discípulos lhes empregavam.
g) Ministro muitas vezes se refere a um enviado, ajudante de remador, a um escravo –
não é título pomposo a ponto de merecer credencialcom foto colorida, email home page.
h) Paulo primeiro na lista de importância na edificação da igreja e o último a ser
reconhecido na igreja local.
i) A nobreza do ministério reside no chamamento divino, fazer parte do conselho de
Deus na terra, representando: misericórdia, amor, graça, justiça divina.
j) Deus não está interessado em título, mas no comprometimento do obreiro com sua
chamada.
O ministério na concepção atual:
a) A prática pastoral perdeu o sentido em alguns lugares no Brasil – vulgarização.
b) Não sejamos como Elias que pensava estar só, existem obreiros hoje que são fiéis
ao Senhor.
c) A excelência do ministério não está nos degraus ministeriais e sim na verticalidade
com Deus e na horizontalidade com nossos semelhantes.
Qual é o requisito básico que um ministro de Deus deve ter?
Obs.: 1Co 4.1 Ministros(gr. Huperetes, remador inferior/ajudante de remador) não é
servo(diácono) nem escravo(doulos), viver sob ordem de um superior.
Obs.: Os apóstolos eram apenas servos de Cristo.
d) O obreiro deve Ter em mente que:
- seu ministério não é uma profissão;
- a igreja não é sua;
- ele prestará contas a Deus;
- é um despenseiro de Deus na igreja;
- é um exemplo (1Pe 1.7; 2.12).
e) A vida consagrada e condizente com a palavra de Deus não é p/ honrar-nos e sim a
Cristo.
f) Em alguns lugares a capacitação teológica tem mais valor que a espiritual – lemos
tudo menos a Bíblia.
g) Os obreiros necessitam repensar sobre seu ministério – sair do cunho profissional
para o vocacional.
h) Somos homens de Deus não empregados de denominações.
i) Os pastores e as igrejas não são camaleões que se adequam as realidades sociais,
políticas e culturais – ao invés de se destacar se camufla; de aparecer se esconde.
A excelência do ministério:
FATAD Prof. Jales Barbosa 7
Teologia Pastoral
a) O ministério não pode perder o espírito profético – deve respirar, exalar e manifestar
o caráter profético que é o de confortar, edificar, consolar, fortalecer, orientar a vida das
pessoas.
b) Servir a Deus com pureza e sensibilidade do Espírito Santo – Paulo e Barnabé como
instrumento do Espírito Santo revolucionaram seus dias.
c) Qualquer que seja o chamamento ministerial: apóstolo, mestre, pastor, evangelista,
profeta, missionários, cada um vem envolto de uma atmosfera profética que desafia,
confronta e denuncia as obras das trevas (1Jo 2.15;5.19).
d) Vivemos ao lado de pessoas que tem dramas, problemas e aflições – este é o cheiro
das ovelhas.
Qual é o papel do ministro nestas circunstâncias?
Assim, na leitura desta apostila e em sua vida cotidiana procure preservar em seu
ministério o vigor profético, o cheiro do povo, a unção de Deus, jamais se deixando
corromper pelo sistema mundano.
FATAD Prof. Jales Barbosa 8
Teologia Pastoral
CAPÍTULO I – DA OBRA MINISTERIAL
Características gerais:
1. Da Variedade de atividades da Igreja
O Apóstolo Pedro diz: "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu,
como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1Pe 4.10). São várias as maneiras,
realmente, de se manifestar à graça de Deus ao homem. Quando o homem abre seu
coração para a operação do Espírito do Senhor, a graça de Deus encontra lugar propício
nessa vida.
Ser ministro (como em qualquer outra atividade na Causa), o próprio Deus toma as
providências no sentido de que essa vida se torne transparente e a beleza de Cristo seja
perceptível. A graça de Deus e a glória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo tornam-se
evidentes nas atividades do homem de tal maneira que todos percebem algo diferente nele,
em várias facetas de sua trajetória na terra e de seu trabalho.
Por isso, as várias designações ou títulos do ministro servem para traduzir as
múltiplas atividades, a exemplo dos designativos de Cristo. E aí indagamos: qual deles é
mais precioso? Não podemos responder. Todos têm altos significados, de acordo com o
campo de atividade que queremos abordar ou pelo prisma onde se olha a atividade. Apenas
para exemplificar, indicamos alguns títulos: Alfa, Belo, Bom Pastor, Cabeça da Igreja,
Conselheiro, Cordeiro de Deus, Cristo, Deus Conosco, Emanuel, Filho de Deus, Filho do
Homem, Filho Unigênito, Jesus, Jesus Cristo, Lírio do Vale, Ômega, Palavra, Palavra de
Deus, Profeta, Redentor, Rosa de Sarom, Sumo-Pastor, Sumo-Sacerdote, e tantos outros.
Quanto conhecemos a Deus? Quanto conhecemos a Jesus? Só na eternidade
chegaremos a conhecê-lo em toda a Sua Plenitude. Entretanto, é possível prosseguirmos
aumentando nosso conhecimento de Deus através de nosso relacionamento estreito com Ele
aqui ainda. A Igreja é apresentada na Bíblia mediante designações figurativas que traduzem
sua enorme e valiosíssima tarefa a ser executada na terra: Corpo de Cristo, Noiva do
Cordeiro, Família de Deus, Rebanho, Casa de Deus, Templo, Sal da Terra, Luz do Mundo,
Reino. Todos esses títulos traduzem apenas palidamente o que Deus oferece a ela para
capacitá-la e o que dela exige como operação.
2. Dos Títulos e Figuras Bíblicas Referentes ao Obreiro
a) Homem de Deus – Paulo, o Apóstolo, chama seu companheiro Timóteo de "homem de
Deus" (1Tm 6.11). É interessante notar que é Paulo que o chama de homem de Deus e não Timóteo
a Paulo, Timóteo é de Paulo "filho na fé", seu auxiliar, pertencente à segunda geração de
pregadores do Evangelho de Jesus Cristo. Essa expressão é altamente significativa. Dá ao obreiro
consciência de sua alta responsabilidade diante de Deus e dignifica a obra que ele realiza na terra
junto aos homens. Quando lemos essas palavras ficamos deveras impressionados e sentimos o
peso da enorme responsabilidade que o Senhor Deus impôs sobre nossos ombros: perante a
Igreja, perante outros ministros e o mundo. Todos devem ver em nós o amor, a bondade, a fé, a
mansidão, a misericórdia, a justiça como verdadeiros atributos de Deus.
b) Mensageiro – Deus fala por Malaquias dizendo: "Porque os lábios dos sacerdotes
devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a inspiração, porque
ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos" (Ml 2.7). O mensageiro é encarregado de entregar a
mensagem recebida tal qual recebera. Não cria ele sua própria mensagem; recebe-a de Deus e
deve ser fiel na transmissão. Deus diz assim: " ... Ai dos profetas loucos, que seguem o seu
próprio espírito sem nada ter visto" (Ez 13.13). Jesus não falava como os escribas, mas com
autoridade porque recebia diretamente de Deus (Mt 7.29). Estamos vendo hoje homens criadores de
mensagens próprias e pregadores de suas próprias filosofias. As igrejas e a humanidade estão
precisando de homens que sejam verdadeiros mensageiros do Senhor e decodificadores de Sua
FATAD Prof. Jales Barbosa 9
Teologia Pastoral
santa vontade. O pregador ou mensageiro de Jesus Cristo tem o dever de ser testemunha Sua (At
22.15).
c) Pastor – O vocábulo é de origem bucólica, humilde, portanto, em sua significação material.
Pastor (Ef 4.11), no sentido espiritual, é dom de Deus, dádiva de Jesus, posto na Igreja. Inspira-se
nos cuidados da vida rural que os criadores de ovelhas ou pastores têm para com seus
rebanhos, conduzindo-os a bons pastos e límpidas e quietas águas.
Em várias passagens bíblicas o povo é chamado de ovelhas e aqueles que delas cuidam
de pastores (SI 23; 100.3; Jo 10.1-29; At 20.28; 1Pe 5.1-5). O pastor tem o dever de alimentar,
guiar, proteger e ajudar o rebanho em suas necessidades. Ele ama as ovelhas, segue à frente
delas ou coloca-se a retaguarda, conforme o caso. Com o cajado ou uma vara ajuda e protege,
disciplinando as mais rebeldes,se for o caso, mas com terno amor. É belo exemplo para o
ministro ou pastor do povo de Deus.
d) Supervisor – Bispo (de episcopo) ou presbítero (presbyteros) tem o sentido de supervisor.
O ministro do evangelho é isto (1Tm 3.1; At 20.28). A palavra está ligada a sua função de
administrador da vida do povo de Deus ou Igreja de Deus, em suas várias atividades, em seus mais
complexos departamentos e fases da obra pastoral em que o pastor deve funcionar como supervisor
ou superintendente. Pela natureza de seu trabalho, presta ele relevante serviço à causa. Daí a
orientação de Paulo a Timóteo, no sentido de transmitir as instruções e funções a homens fiéis,
conforme recebera do velho Apóstolo, a fim de que pudessem eles ministrar a outros em sucessão
santa e eficaz na obra do Senhor (2Tm 2.2).
e) Atalaia – O profeta Ezequiel é colocado como atalaia sobre Israel. Isso quer dizer que a
ele cabia advertir o ímpio acerca do erro que estava trilhando. Como atalaia era responsável caso
negligenciasse em dar o sinal de alerta. De igual maneira Deus estabeleceu os pastores
evangélicos como verdadeiros atalaias, tanto quanto os profetas, ou vigia sobre o rebanho, para
que os homens sejam alertados do erro e tomem o caminho certo (Ez 3.17; At. 20.28-31).
f) Embaixador – A palavra de Deus coloca os ministros do Evangelho como embaixadores
de Cristo, que estão no mundo, mas não são do mundo (Jo 17.16). Isso significa que estamos,
como ministros de Cristo, em país estrangeiro, e que somos representantes da Pátria Celeste
(2Co 5.20). Como representantes de outro país em função diplomática, nossa palavra deve ser
reputada como da nação santa da Pátria que representamos. Jesus é o Rei do País que
representamos; nossa Pátria é a celestial; somos seus embaixadores.
g) Ancião – O ministro de Deus é considerado ancião, não pela idade, mas pela função,
pelo valor e peso de seus conselhos, por seu valor moral e maturidade espiritual (1Pe 5.1). Daí
a tradução de “presbyteros” por ancião. Tem o sentido de pai ou aquele que provê sustento ou
manutenção para a família, orientação e conselho para todos. O pastor deve ser um homem cujo
coração arde de amor por todos, inclusive pelas almas perdidas. E como um pai amoroso que tudo
faz pela família, não medindo dificuldades.
h) Profeta – O Profeta é um homem de Deus especialmente escolhido para transmitir a
admoestação do Senhor, consolar os abatidos e fortalecer os fracos. É um dos mais importantes
títulos que o homem pode alcançar. É um porta voz do Senhor, fala, portanto, em seu santo nome
com toda autoridade. Lembremos a mensagem de Elias e Acabe, rei de Israel, numa das piores
épocas espirituais porque estava passando o povo e o reino: “Tão certo como vive o Senhor Deus de
Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha
palavra”. ( IRs 17.1). Que mensagem terrível! Que ousadia do homem de Deus! Outro homem de
Deus parecido com Elias, tão corajoso, tão temido e ousado quanto o profeta tesbita, foi João Batista.
Enfrentava, com sua mensagem, simples, mas poderosa e edificante, escribas, fariseus, publicanos e
mesmo Herodes, Deus lhe dava a mensagem e ele entregava com fidelidade, doesse a quem
doesse, custasse a sua própria vida, como realmente custou.
i) Mestre – O título de mestre é dado pela função que exerce o homem de Deus, o pastor ou
ministro do Evangelho. Está baseado em 1Cor 12.28 e Ef. 4.11, e traduz uma realidade em seu
exercício ministerial, pois deve o homem de Deus ser consagrado ao santo ministério, ter o dom do
ensino, habilidade para transmitir a outros aquilo que aprendera e cumprir a ordem de Jesus (Mt
FATAD Prof. Jales Barbosa 10
Teologia Pastoral
28.19). O obreiro deve exercer essa atividade sob o domínio absoluto do Espírito Santo. É útil para a
igreja: é útil para compreensão da verdade divina.
j) Servo – O servo desempenha serviço muito importante no seio da família do Senhor. Está ali
para servir ao Senhor e a sua família. Cumpre as determinações do Senhor em tudo para o que for
designado. Mas só faz o que lhe é ordenado. A Bíblia qualifica o obreiro como servo (2Co 4.5).
Observemos que é termo de significação oposta à de "bispo" ou "guia". Contudo, interessante é
compreender que o Senhor Deus quer que o ministro seja os dois: servo e superintendente,
exercendo ambas as atividades com submissão e humildade.
k) Soldado – A ocupação de soldado é sempre perigosa e requer muita coragem daquele
que se alista para essa função. O covarde nem deve pensar nisso. O terrível adversário de nossas
almas tem muitos outros a seu serviço, prontos a lutarem contra o soldado de Cristo. O soldado do
Senhor não pode desistir, não deve desanimar e nem dar sinal de fraqueza, para não ensejar
oportunidade ao inimigo para atacar outros, valendo-se daquele caso. Deve empenhar-se por lutar
e vencer pela fé e as armas de Deus. Paulo diz: "... e depois de terdes vencido tudo, permanecer
inabalável" (Ef 6.13, ver 2Tm 2.3,4).
l) Trabalhador – Palavra de significação aparentemente tão simples quanto servo.
Trabalhador, aquele que trabalha. Só? Não! É respeitável o trabalho; é respeitável o trabalhador,
e mais ainda o do ministro do Evangelho de Jesus Cristo, que se empenha na execução de tarefas
que lhe foram impostas pelo próprio Deus. Quantas vezes o obreiro levanta-se bem cedo e vai
até altas horas da noite, sem descanso, sem repouso, sem alimentação. Os autênticos soldados de
Cristo, os verdadeiros trabalhadores, os fiéis pastores carregam as cargas de seu povo, ajudando-
o através de visitas pastorais, ensino nas igrejas, pregando, orando com enfermos e fracos na fé,
passando noites de vigília lendo, meditando, preparando mensagens ou estudos bíblicos,
escrevendo, viajando e orando.
m) Cooperador de Deus – (1Co 3.9) é aquele que opera junto a Deus ou com Deus. Diz
respeito ao trabalho com espontaneidade ou voluntariedade na Causa.
n) Ministro da Palavra – (Lc 1.2; At 6.4). Ministro, serve, realiza ministrações. Cabe-lhe a
incumbência de distribuir o mantimento ou sustento da Palavra de Deus.
o) Ministro do Evangelho – (Ef 3.5, 7; Cl 1.23) é sinônimo do anterior. Por outra faceta, é
aquele que prega ou anuncia boas novas ou notícias alegres (Rm 10.15; Hb 4.2; Is 40.9).
p) Evangelista – (At 21.8; 2Tm 4.5) A própria palavra já diz tudo. E o mensageiro de boas
novas; o pregador do Evangelho de Jesus Cristo, o desbravador que vai à frente abrindo pontos de
pregação, congregações e formar igrejas.
q) Discípulo – (Mt 9.9; Jo 1.35-51) é aquele que está aprendendo com alguém; aluno de
algum mestre famoso, aquele que aprende aos pés de alguém. Somos todos discípulos de Jesus (Mt
28.18-20).
r) Obreiro – (Mt 9.38; Lc 10.2; 2Tm 2.24; 1Pe 2.16) é alguém designado para realizar uma
obra, um operário. No caso operário de Deus, incumbido de fazer um grande trabalho (Mt 9.37,
38; 2Tm 2.15). É semelhante a trabalhador que se apresenta com voluntariedade.
3. Ministérios no Velho Testamento
a) Sacerdotal (Lv 8.12) – Entre os hebreus, Arão e seus filhos foram os primeiros a serem
consagrados para o ministério sacerdotal oficialmente. Com Arão, exerciam o sacerdócio,
portanto, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (Êx 6.23) Os sacerdotes eram ungidos com azeite (Lv
8.12).
b) Real – Os reis eram também ungidos com óleo (1Sm 10.1). Saul foi o primeiro rei de
Israel, em substituição a Samuel, que foi profeta, sacerdote e juiz.
c) Profético – A Bíblia registra que Elizeu foi ungido profeta, quando Jeú foi ungido rei (1Rs
19.16). O óleo ou azeite não tinha em si mesmo virtude; era um símbolo da operação do Espírito
Santo, e quer dizer que, ninguém deve ser separado para o ministério ou serviço divino se não for
balizado com o Espírito Santo. O Senhor Jesus preencheu todos os requisitos, podendo exercer
FATADProf. Jales Barbosa 11
Teologia Pastoral
os três ministérios: profeta (Dt 18.15; Lc 13.33 e At. 3.23); sacerdote (Hb 4.14, 5.6 e 9.11) e rei
(Zc 9.9, Jo 12.15 e 19.14).
4. Ministérios no Novo Testamento
No Novo Testamento ou na Nova Aliança são três as categorias de obreiros oficialmente
consagrados para o serviço do Senhor:
a) Ministros – Assim qualificados pastores e evangelistas.
b) Presbíteros – Que normalmente servem ao Senhor como auxiliares dos pastores nas
igrejas.
c) Diáconos – Obreiros que auxiliam diretamente os pastores em várias atividades nas
igrejas locais.
d) Auxiliares – São aqueles que são chamados para iniciar um trabalho experimental
na obra, sendo aprovados, são consagrados ao diaconato ou a outro cargo ministerial, pois
na igreja não existe necessariamente uma ordem que deve ser seguida de hierarquia
ministerial, podendo o auxiliar ser consagrado ao presbitério ou a outro cargo de acordo com
o desenvolvimento do obreiro ou da chamada.
Questionário
1. Ser Ministro é agir por conta própria?
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2. Diferencie Supervisor de Ancião?
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3. Que classes de títulos encontramos no Antigo Testamento? Escolha uma e explique.
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4. Que classes de títulos encontramos no Novo Testamento? Escolha uma e explique.
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5. A riqueza do chamado encontra-se no título? Explique.
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Teologia Pastoral
CAPITULO II – DA CHAMADA GERAL
A chamada para o ministério cristão ou do Evangelho de Jesus Cristo é ato
exclusivamente divino, embora reconheçamos a diversidade de critérios adotados pelos líderes das
igrejas evangélicas ou cristãs. Não podemos admitir outro conceito. Deus não usa método único
ou critério pré-estabelecido para chamar o homem para Sua Causa. Age como quer. Ele é
soberano! Podemos destacar várias formas na Bíblia registradas como Deus chamou e nomeou
para Sua obra.
1. Visões ou Revelações Extraordinárias
A chamada pode ocorrer como aconteceu com o Apóstolo Paulo, Moisés e muitos profetas.
2. Chamada íntima (ou Subjetiva)
Em que o Espírito do Senhor fala, solenemente, ao coração do homem, da pessoa que
deseja designar para a Causa, inspirando-lhe na alma ardente desejo de pregar a Palavra de Deus
ou ensinar a sã doutrina e a justiça de Deus, ou despertando no coração de seu servo, profundo
amor pelas almas perdidas a quem deseja levar a mensagem de salvação. A iniciativa é divina,
mesmo não estando o candidato disposto (a princípio).
3. Perfeito Entendimento da Chamada
O obreiro entende quando é realmente chamado por Deus. Necessário é que haja perfeito
entendimento da vontade de Deus, pois há visões do próprio interessado, que é sua vontade de
ser ministro e visões falsas. A visão verdadeira, que é a chamada de fato, tem a confirmação de
Deus. Além do mais, ninguém colocaria no ministério uma pessoa só porque essa mesma pessoa
declarou ter recebido chamada ou tido uma visão a seu próprio respeito relativa ao ministério. No
entanto, o Senhor pode perfeitamente revelar também a outra pessoa. De qualquer maneira,
deve haver compreensão ou percepção da soberana vontade de Deus.
4. A Visão e a Compreensão da Chamada
Há, pelo menos, três tipos de visões indispensáveis e respectiva compreensão:
a) Visão da glória de Deus, como vemos nos casos específicos de Isaías e Ezequiel
(Is 6.1-5 e Ez 1.1-4). Tais visões não só mostram coisas extraordinárias referentes ao
Supremo Criador, como a indescritível grandeza de Deus e Sua magnífica obra. É diante
dessa extraordinária grandeza que o homem se vê quase nada e aí Deus é exaltado pelo
homem, pela natureza e pelos seres celestiais.
b) Visão da incapacidade pessoal para exercer função tão alta e agradar a Deus que
é tão grande: "Ai de mim!" (Is 6.5); "eis que não sei falar: sou uma criança" (Jr. 1.6). "Quem
sou eu?" (Êx 3.11); "Ai, meu Senhor, com que livrarei Israel?" (Jz 6.15); "Sou ainda menino,
não sei como sair nem como entrar" (1Rs 3.7).
c) Visão da situação, em que o mundo se encontra – perdido (Mc 6.34; Mt 14.14;
9.36-38). Faz essa visão o homem sentir ardente desejo de ganhar almas para Cristo. Seu
desejo maior não é posição, mas a salvação das almas perdidas para o reino de Deus.
5. Do Reconhecimento de nossa Chamada por outros
Ao tornar-se clara e definida a chamada e direção de Deus, o próprio Espírito do
Senhor marca o obreiro, a ponto de tornarem-se perceptíveis certas expressões embrionárias
em sua vida e as atividades relativas ao ministério que no futuro irá exercer. Colegas e crentes em
geral notarão algo mais nele, sinais indiscutíveis da chamada de Deus que repousam sobre o
obreiro. Naturalmente haverá confirmação dessa chamada de várias maneiras, tais como
aprovação geral nos crentes, dos obreiros, do ministério local e até regional ou geral, mais
dedicação à pregação, ao ensino da palavra, à consagração e até aumento da unção na vida do
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novo obreiro. A consagração que o próprio Senhor Jesus inicialmente nos propiciou resultará
na consagração do obreiro pela Igreja e seu ministério ou presbitério. Deus cumprirá Seu
plano de desenvolvimento do obreiro para a obra do ministério.
Para continuar a servir na Igreja em seu ministério local ou regional ou para a obra
missionária, não haverá rejeição, o que resulta: dupla consagração. A pressão que sente em prol
do trabalho é tão grande que poderá exclamar como o Apóstolo Paulo: "... ai de mim se não pregar
o evangelho". Nossa experiência dita que a pessoa vocacionada para pregar o Evangelho não
sentirá paz nem prazer em qualquer outra atividade mais que na obra para a qual foi chamado.
O obreiro chamado por Deus é divinamente compelido a prosseguir em frente com inabalável
convicção de sua nova missão.
Questionário
1. Deus usa um único método de chamada? Justifique.
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__________________________________________________________________________2. O que se entende por chamada subjetiva?
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3. Quais os três tipos de visões indispensáveis a compreensão da chamada?
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4. Diferencia a visão falsa da chamada da verdadeira.
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5. Na visão da incapacidade pessoal, o que fica evidenciado.
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6. O contexto social influencia a chamada do obreiro? Explique.
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CAPÍTULO III – DA CHAMADA PARA PREGAR
A primeira pergunta que se faz, geralmente é se o ministro foi realmente chamado por
Deus para pregar o Evangelho. Para clareza, cabe-nos abordar ainda alguns pontos que julgamos
importantes.
1. Da Chamada Universal para Pregar
O problema abordado de forma geral, todos os crentes são chamados para pregar ou
proclamar o Evangelho. O Apóstolo Paulo nos lembra de que fomos batizados por um mesmo
Espírito, todos batizados em um corpo, tendo bebido todos do mesmo Espírito (1Co 12.13).
a) Temos conhecimento de que a vida de Jesus Cristo, cabeça da Igreja, foi dedicada a um
trabalho intenso de evangelização. Tinha Ele profundo amor pelas almas perdidas e tudo fez para
produzir salvação (Lc 19.10).
b) O Senhor Jesus tinha tanta consciência de seu papel no mundo que evocou para si a
profecia de Isaias (61.1-3), "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu,
para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; e a pregoar o ano aceitável
do Senhor..." (Lc 4.16-21). Ora, se Jesus Cristo, o Senhor, entregou sua vida pêlos perdidos e
não cessa de buscá-los, obviamente Sua Igreja, continuadora da obra de salvação na terra, precisa
fazer o mesmo. Se a cabeça, que é o Senhor procedeu assim, Seu corpo, a Igreja, que participa da
mesma natureza, que procede conforme a mente do Senhor, deve dedicar-se com ardor espiritual
à salvação dos pecadores (Rm 12.4).
c) Na parábola da Videira Verdadeira temos ilustração idêntica. Jesus é a videira; nós os
ramos; nele está nossa vida. Somos canais através dos quais a seiva espiritual e moral que
recebemos do Senhor, proporciona-nos produção de frutos do Espírito ou para Deus (Jo 15.1-
8).
d) A mesma dependência que há entre os ramos existe entre os membros da Igreja de
Cristo. Por isto disse Ele: "todos vós sois irmãos" (Mt 23.8). Todos dEle dependemos e entre
todos deve reinar perfeita fraternidade, camaradagem, liberdade, amor, democracia e cooperação.
A vida dos membros da Igreja deve estar sempre orientada pelo Espírito Santo.
e) A vontade de Deus é que a grande paixão pelas almas e pelo trabalho de evangelização
não se limite aos ministros oficiais, mas que encontre expressão em cada membro de Sua Igreja
ou de Seu corpo.
f) Os apóstolos receberam a incumbência de fazerem discípulos entre todas as nações (Mt
28.19).
g) À vista disto, todo o mundo deve ser alcançado pela mensagem do Evangelho, e que o
arrependimento e a remissão de pecados deveriam ser pregados em Seu maravilhoso nome entre
as nações, a partir de Jerusalém (Lc 24.47). Pelo ensino do Senhor, os novos convertidos, após
serem balizados, devem ser ensinados a observar tudo quanto Ele havia dito aos apóstolos e
discípulos. É uma sucessão ininterrupta, até Jesus voltar. Isso quer dizer que nós, como
discípulos remotos dos apóstolos, também o somos de Jesus, e que somos semelhantemente
instruídos a pregar o Evangelho a todas as nações e a cada criatura. Jesus nos tinha em vista,
quando deu essa ordem e quando de sua oração sumo-sacerdotal: "Não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra" (Jo 17.20).
h) Pelo que lemos nos escritos de João, todos os crentes recebem poder e autoridade do
Senhor para operarem as mesmas obras que Ele realizara e até maiores ainda (Jo 14.12). Jesus
não promete revestir de poder apenas seus apóstolos, mas seus servos, os que crêem: "esses
sinais seguirão os que crêem" (Mc 16.17). Frisemos: não apóstolos ou pregadores diretamente
por Ele designados, mas "aqueles que crêem".
i) Para pregar o evangelho ou serem testemunhas de Jesus, dá-se o mesmo. "... recebereis
poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém,
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como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (At 1.8). Os apóstolos entenderam isto.
Pedro compreendeu perfeitamente a lição no dia de Pentecoste e observou que a bênção
maravilhosa do batismo com o Espírito Santo não se destinava exclusivamente a judeus que
ouviam sua mensagem, quando diz: "... para todos os que ainda estão longe, isto é, para tantos o
Senhor nosso Deus chamar" (At 2.39). Que significa isso? Que todos os que têm sido chamados para a
salvação de Deus, têm acesso à incontestável bênção do batismo no Espírito Santo, que é um
revestimento especial de poder para que o salvo em Jesus testifique do Evangelho.
j) Na Igreja Primitiva não eram os apóstolos os únicos pregadores. É só lermos o livro de Atos
dos Apóstolos e veremos claramente, sem esforço. Na dispersão, fora de Jerusalém, todos os
discípulos pregavam, isto é, os membros da Igreja Apostólica, proclamavam sem se cansarem, o
caminho da salvação do Senhor. Os irmãos dispersos chegaram até Antioquia pregando a Palavra de
Deus. Dessa pregação nasceu a famosa e missionária Igreja de Antioquia. Sua fundação, portanto, se
deu através da mensagem de pregadores que não eram pastores (At. 11.19-22).
2. Da Chamada Específica para Pregar o Evangelho
Há chamada específica? Sim, é claro! Não há contradição entre essa afirmativa e o acima
exposto. Já vimos que todos os crentes têm a missão de pregar o Evangelho como testemunha de
Jesus. Entretanto, há uma chamada específica ou especial para pregar. Essa chamada diz respeito
àquela escolha do Senhor, com o objetivo de nomear pessoas especiais, como modelo definido e
marcante como propagadores da fé em Jesus Cristo. Jesus é quem designa através do Espírito Santo.
a) Ele é o Senhor da seara (Mt 9.38). É Ele o proprietário que sai pela manhã a fim de contratar
trabalhadores para sua vinha (Mt 20.1).
b) Jesus foi ungido para evangelizar o mundo e Sua missão não terminou. Precisa Ele
de grande exército de trabalhadores para a realização de tão árdua tarefa.Sendo assim, faz-se
necessária uma grande variedade de ministérios a fim de ser alcançado o objetivo planejado pelo
Senhor.
c) A Jesus cabe a gerência total, o planejamento, a fiscalização e o apoio de tão grandioso
empreendimento. Precisa Ele de evangelistas e missionários para desbravarem os campos de ação e
tomarem a linha de frente, e de outros que sejam liberais nas contribuições para financiarem o sustento
desses obreiros. São-lhe úteis tanto os que vão à luta na linha de frente como os que dão cobertura na
retaguarda como força de apoio. Não pode a Igreja, pelos motivos já expostos, prescindir de professores
da Escola Dominical, de diáconos, presbíteros, líderes de jovens, maestros de banda, orquestra, coral,
porteiros e outros.
d) É sagrado dever de cada membro da grande família de Deus chegar-se pessoalmente
aquele que é o Senhor, recebendo dEle a tarefa específica que o Senhor dos senhores lhe deseja
entregar. Alguns obreiros Deus chamará para o ministério de tempo integral, outros, de tempo parcial;
uns Ele chama para o diaconato, outros, para a regência de conjuntos musicais, isto é, para o
ministério do louvor. Ele chama todos os crentes para servirem conforme a capacidade de cada um.
3. Da Variedade de Ministérios na Pregação
Já tivemos oportunidade de dizer que o ministério é de Deus e Ele chama quem Ele
mesmo quer para a obra que deseja realizar (Mc 3.13).
a) Há chamada de Deus e participação da igreja ou ministério local ou ainda geral.
Paulo diz: "E como pregação se não forem enviados?" (Rm 10.15). "Por isso diz: Quando Ele
subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... e Ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres" (Ef 4.8, 11). O último texto citado mostra que o dote vem de cima; é
doação do Cristo ressurreto e glorificado.
b) Deus vê a aptidão do homem e faz Sua escolha. O Apóstolo diz: "Porque, assim
como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função; assim também, nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo, e membros
uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se é
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profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemos-nos ao ministério; ou o
que ensina, esmere-se em fazê-lo; ou o que exorta, faça-o com dedicação; o que contribui,
com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com amor" (Rm
12.4-8). 
c) Lembremos que no grande ministério de Moisés, Belezalel e Aoliabe foram
especialmente chamados por nome e foram lhes dado do Espírito de Deus habilidades em
toda a obra manual, trabalho em ouro, prata e bronze, e em lapidação de pedras preciosas
(Êx 31). Era trabalho material! Deus chama também para o trabalho material de Sua obra.
d) O Senhor chama para o trabalho espiritual e para o material, conforme a habilidade
e a necessidade da causa. O terceiro capítulo de 1Timóteo começa com a descrição da obra
episcopal ou presbiterato, e o oitavo versículo introduz a do diaconato. Cada grupo carrega
consigo uma lista de qualidades excepcionais. Dois níveis ou duas categorias de ministérios,
portanto, são focalizadas pelo Apóstolo. De igual maneira vemos na Bíblia que o jovem Davi
foi ungido com óleo para posteriormente, tornar-se rei de Israel (1Sm 16.12). Saulo de Tarso,
depois designado por Paulo, foi chamado especialmente para anunciar o nome de Jesus
Cristo perante os gentios, reis e filhos de Israel (At 9.15). E nestes casos os vocacionados
vão exercer ministério de tempo integral. Deus opera dentro desses padrões ainda hoje.
4. Do Cuidado com o Profissionalismo Ministerial na Pregação
O Espírito do Senhor ainda chama como nos dias de Paulo e Barnabé (At 13.1-5).
No entanto, há homens que querem apressar o processo de Deus; que desejam adiantar o
expediente dos céus e se dão mal. Aqueles que pensam em dedicar suas vidas inteiramente
ao serviço cristão devem ter muito cuidado. Antes de tudo precisam certificar-se de que
receberam uma chamada específica ou especial por parte do Senhor da seara. Não é raro
encontrar pessoas que se chamam para a obra; não são chamadas por Deus, isto é, não são
vocacionadas.
O crente precisa ter o cuidado de não confundir a chamada do Senhor com o mero
desejo de seu coração ou chamada falsa (como correr sem ter mensagem). Observemos o
que diz o Senhor por meio de Ezequiel: "Assim diz o Senhor Deus! Ai dos profetas loucos, que
seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto! ... Tiveram visões falsas e adivinhações
mentirosas os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e esperam o
cumprimento da palavra (Ez 13.3,6). Quando Joabe matou Absalão, na revolta deste contra Davi, o
general mandou o etíope dar a notícia ao rei Davi. Entusiasmado por levar a notícia dos
acontecimentos ao rei, Aimaás pediu ao general para ir também. Joabe disse que não era sua
vez. Mesmo assim Aimaás pediu e foi, sem notícia segura para dar. Lá chegando, não sabia o
que dizer ao rei; nem mesmo sabia se Absalão era morto ou vivo. 
Quando chegou o verdadeiro mensageiro é que Davi ficou sabendo a realidade (2Sm
18.19-32). E a situação dos não vocacionados por Deus. Observemos a pergunta de Joabe: "... Para
que agora correrias tu, meu filho, pois não terás recompensa das novas?" (2 Sm 18.22). O rei
esperava notícias, confiava em Aimaás como homem de bem (v. 27), mas não era ele o
mensageiro. Vendo Davi que Aimaás nada sabia ao certo, pô-lo de lado até chegar o verdadeiro
mensageiro. Que corrida inútil! Como não é profeta o que não tem a mensagem do Senhor, não é
obreiro aquele que não é vocacionado pelo Espírito Santo. Em caso contrário, estará enganando-se
a si mesmo. 
Tornando-se semelhante a Nadabe e Abiú que entraram no Tabernáculo com fogo
estranho e foram consumidos pelo fogo que saiu da parte do Senhor; morreram perante o Senhor
como profanadores (Lv 10.1,2). São semelhantes a muitos fariseus dos dias de Jesus. São
obreiros que monopolizam a igreja local, suas atividades, apoderam-se das chaves do conhecimento
e do reino de Deus, postam-se diante das portas e não entram nem permitem que outros
penetrem nele (Lc 11.52).
a) É um conceito espiritual a chamada para a obra divina. A chamada para pregar o
evangelho é uma concepção espiritual. Por isso o Apóstolo Paulo diz: "Ora, o homem natural não
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aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas
se discernem espiritualmente" (1Co 2.14). O Espírito do Senhor faz que Seu servo compreenda.
O regenerado e vocacionado compreendem tão bem que não lhe resta a menor sombra de
dúvida. Faz-nos lembrar a chamada de Elias com "voz mansa e delicada" (1Rs 19.12), de Isaías:
"... eis me aqui, envia-me a mim" (Is 6.8). Ainda escreveu Isaías: "Quando te desviares para a
direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra,
dizendo: Este é o caminho, andai por ele" (Is 30.21). No mais recôndito do coração, no mais
íntimo da alma do servo do Senhor, o Espírito Santo fará meiga e suavemente, de maneira a lhe
chegar à consciência, e que lhe enviará chamada e orientação no santo e maravilhoso trabalho
do Senhor, de maneira extraordinariamente clara, que ficará gravado em seu coração.
b) É de iniciativa divina a chamada para a obra do Senhor. Já tivemos oportunidade de
falar sobre isso anteriormente. A chamada de Deus é de Sua própria iniciativa. Lembremos as
palavras de nosso Salvador Jesus aos discípulos: "Não foste vós que me escolhestes a mim;
pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vosdesignei para que vades e deis frutos, e o
vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo
conceda" (Jo 15.16). Às vezes não temos perfeita consciência disto, e pensamos que tudo se deve
a nossa apresentação voluntária para o serviço, ou através da apresentação de um obreiro
mais experimentado. Não! Foi Deus quem nos deu o primeiro impulso ou a arrancada para
prosseguirmos. É natural que Deus use seus servos, os obreiros como instrumento para nos
conduzir, como aconteceu entre Saulo e Ananias (At 9.10-19). Podemos exemplificar ainda com a
chamada de Eliseu, quando estava arando o campo e Elias passou e lançou sobre ele sua capa
(1Rs 19.19-21). O profeta Samuel foi buscar Davi no campo, apascentando ovelhas, para ungi-lo
rei sobre Israel (1Sm 16). Não nos esqueçamos de que Amos não era profeta, não era filho de
profeta, mas criador de gado, lavrador, mas o Senhor Deus o tomou quando acompanhava o
rebanho, dizendo: "Vai, e profetiza ao meu povo Israel" (Am 7.14, 15). Paulo, por sua vez, teve de
Deus uma visão especial, celestial (At 26.19), enquanto Timóteo, que era crente, que tinha muito
bom testemunho da Congregação de Derbe, foi iniciado no trabalho através de Paulo (At 16.1-4).
c) É direção do Espírito Santo. Após o toque divino no coração, na alma do homem, o
Espírito do Senhor passa a ter cuidados especiais por Seu servo, conduzindo-o na medida que
dedicamos nossa vida ao Sumo-Pastor e Bispo de nossas almas. O Salmista diz: "O Senhor firma
os passos do homem bom" (SI 37.23). “Guia os humildes na justiça, e ensina aos mansos o seu
caminho“ (SI 25.9). O Espírito Santo faz conhecermos a voz do Senhor. "As minhas ovelhas ouvem
a minha voz eu as conheço e elas me seguem" (Jo 10.27). Entretanto, não existe uma maneira
exclusiva de o Espírito Santo falar. A Bíblia registra que o Espírito Santo disse: "Separai-me agora
a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2). Estando eles já em sua jornada
missionária, o Espírito Santo impediu que fossem para a esquerda ou direita, mas permitiu que
seguissem sempre em frente (At 16.6-10). A orientação do Senhor a Seus servos será sempre clara e
definida. "Todo aquele que nele crê não será confundido" (Rm 10.11). Jesus disse: "... o Consolador,
o Espírito Santo, ... esse vos ensinará todas as coisas" ... "(Jo 14.26)." ... ele vos guiará a toda
verdade..." (Jo 16.13).
5. Das Aptidões para Pregar o Evangelho
O pregador do Evangelho precisa possuir dons naturais. Entre outros, raciocínio claro,
rápido, vigoroso e lógico. Sua imaginação deve ser fecunda e criadora; Sua voz cheia e harmoniosa. A
educação da voz, para que não seja muito oscilante na tonalidade, é cuidado que ele precisa ter. No
entanto, bom é que já possua essa qualidade inata. Precisa ter o dom da palavra caracterizada pela
facilidade de expressão. A aparência física agradável é outra qualidade interessante que o ajudará. E ele
poderá melhorar essa qualidade. Além disso, o pregador deve ser homem de pensamentos sãos e
sentimentos profundos. Sua expressão deve ser entusiasta e enérgica. A energia não exclui a
educação e as boas maneiras, e a educação não prejudica a energia. No entanto, não deve
ser excessivamente polido para não dar a impressão de vaidade, qualidade que prejudicaria sua
personalidade de obreiro do Senhor.
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a) Coragem e Boa Vontade para a Obra do Senhor. O pregador deve ter coragem e
boa vontade para a obra do Senhor. Em seu relacionamento com a igreja e com o auditório, deve
procurar desincumbir-se da melhor maneira, com amor e dedicação à causa do Mestre. Aconselha-se,
entretanto, que o pregador deve evitar esforço em demasia para não cair em estafa ou ficar muito
cansado. Deve cuidar bem da própria saúde.
b) Cultura Geral Sólida. O pregador deve ter cultura geral sólida. Não se pense em delimitar
o campo ou a área de conhecimento do pregador. Além da cultura específica que é a Teologia, em
seus muitos ramos, precisa ter conhecimentos de Psicologia, a fim de melhor conhecer o
comportamento humano; Filosofia, para ter uma visão mais ampla das várias correntes do
pensamento humano; Sociologia, a fim de compreender os problemas que afligem a humanidade,
especialmente a comunidade onde trabalha e os grupos que a cercam; Direito, para que possa
orientar suas funções ministeriais e aconselhar na comunidade cristã, sem avançar no campo
alheio. Entretanto, pode valer-se dos direitos constitucionais e legais, do amparo que lhe oferece a
lei, para salvaguardar interesse da própria Igreja. Conhecimento de Geografia, para localizar no
espaço certos fatos relacionados com os vários grupos humanos, especialmente com o povo judeu
ou com os cristãos; História, a fim de examinar os acontecimentos sociais, econômicos, e físicos,
relacionados com os fatos bíblicos. E natural que outros conhecimentos são úteis e é
indispensável o da Língua Portuguesa ou do grupo a quem vai pregar e ensinar a Palavra.
c) Da Sensibilidade Espiritual. Já temos falado sobre os vários meios segundo os quais o
Senhor nos chama para Sua obra. O homem vocacionado para o santo ministério deve ter muita
sensibilidade. Como ponto de partida recebe o sopro do Espírito Santo que o desperta, que inspira
interesse e inclinação para a obra do Senhor. Esse desejo é logo seguido pelo senso de
incapacidade pessoal, qualquer que seja o nível cultural. Isso leva o pregador a entregar ao Senhor
Jesus a questão de sua chamada, confiando inteiramente nele e esperando pelo tempo de Deus.
A resposta e providência divina serão certas. Aí cabe perfeitamente o que diz Paulo: "...
não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo
contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2Co 3,5). Ainda diz o Apóstolo: "... tudo posso
naquele que me fortalece" (Fl 4.3). Essa maravilhosa confiança em Deus não só substituirá nossa
autoconfiança, como preencherá a grande lacuna de nosso senso de Inaptidão. E aí que
normalmente, nascerá em nossos corações o grande desejo de trabalhar para o Senhor, o
amor à Causa e às almas perdidas.
Claramente percebemos que estamos sendo chamados para novas atividades, e que o
Ministério, a mais importante ocupação de um ser humano, se avizinha de nossa vida e não mais
podemos recuar.
Questionário
Norteado pelo assunto deste capítulo, responda a seguinte pergunta: “Você tem certeza de
seu chamado?” Justifique.
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Teologia Pastoral
CAPÍTULO IV – DA VOCAÇÃO MINISTERIAL
1. Da Vocação
A palavra vocação (lat. vocatio,) da mesma raiz do verbo vocare, significa tendência,
inclinação natural a alguma coisa, propensão, queda, chamada divina para alguma obra, missão
ou vida religiosa, sob essa tendência cada um se dedica a alguma atividade deseu gosto. Através
da vocação é que se descobrem as muitas profissões. São em número tão grande as profissões
que se estabelecem entre as pessoas uma tão grande concorrência que levam os órgãos
governamentais e as empresas a realizarem concursos, além daquelas liberais em que os
concorrentes se confrontam através da prestação de serviços mais ou menos eficientes. É a
variedade de inclinações que produz a variedade de profissões, junto com as necessidades
sociais. Isso cria um verdadeiro confronto psicológico e sociológico tão complexo que forçou o
surgimento de testes psicotécnicos vocacionais, a fim de orientarem o homem
profissionalmente. Sim, todos temos alguma vocação; há os que possuem mais de uma ou mais de
duas vocações.
Entretanto, não está neste esquema a vocação para o serviço divino ou ministerial
evangélico. Embora a orientação psicotécnica vocacional indique uma categoria afim como a de
pregar o Evangelho, que é a relacionada à persuasão, isto é, que usa a palavra para convencer
através de argumentos. A chamada para a obra de Deus é algo mais importante, mais excelente,
por ser, de fato, sobrenatural. Todavia, os pendores do homem são aproveitados por Deus para
Seu serviço, não há dúvida. Servem eles como guia psicológico e social em sua chamada ao
trabalho do Senhor. 
Sem a chamada divina, porém, fracassará por certo. Por essa razão Paulo ensina que
alguns pregam por inveja e por outros motivos - interesse próprio. Mais cedo ou mais tarde
deixarão transparecer suas intenções que refletirão negativamente em sua obra e o trabalho se
desfará.
2. Da participação da Igreja na Vocação
É de extremo valor a participação da Igreja e a cooperação ou aprovação do Espírito
Santo. É desnecessário dizer que o apoio do Espírito de Deus é condição essencial para o exercício
ministerial. Sem Ele não temos o obreiro do Senhor. Mas é de grande valor a participação da igreja.
Seu concurso é tão importante que poderíamos até dizer que, sem ela, ficaria difícil a chamada de um
homem para o ministério da palavra. Ela tem que concorrer para a concretização dessa vocação. É
ela a fonte mais importante na escolha. A conversão do candidato, sua regeneração, seu amor ao
trabalho, sua dedicação, seu zelo a igreja local perceberá facilmente. Daí dever participar e ter
autoridade para fazê-lo. A igreja local é testemunha da vida do obreiro. Por outro lado, o Espírito Santo
fala ao coração, inspira amor aos perdidos, dá convicção, apela a seu espírito e fá-lo-á sentir sua
pequenez. Lembremos a visão de Isaías: "Eis me aqui, Senhor, envia-me a mim” (Is 6.8). Não deve
haver precipitação: nem por parte do ministério local, nem pela igreja, nem pelo candidato ou
vocacionado. A vida do obreiro e o apoio de Deus a seu trabalho confirmarão a chamada e todos
reconhecerão sua vocação ministerial.
3. Da participação do Espírito Santo
Cremos fielmente na participação e no interesse do Espírito de Deus na separação de
obreiros, desde sua vocação, pois é o Espírito do Senhor que chama os verdadeiros obreiros.
Lembremos o maravilhoso acontecimento na Igreja de Antioquia: "E servindo eles ao Senhor, e
jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado" (At 13.2). "Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.
Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre". (At.
13.3,4)
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4. Da Vocação Particular
Vimos, em sentido geral, a chamada para a Causa do Senhor. Mas dentro do ministério
e dos raios de ação das atividades do obreiro do Senhor há muitas especialidades que são
verdadeiros atributos oferecidos por Jesus que devem ser seguidos pelo ministro. Os indivíduos são
diversos e os atributos também o são. Paulo ensina aos irmãos de Éfeso assim: "E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço,
para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de
Cristo" (Ef 4.11-13). O Apóstolo nos aponta cinco aspectos distintos do ministério ou cinco
atividades diferentes do obreiro do Senhor que têm como finalidade precípua aperfeiçoar e
edificar a Igreja, comparada a um corpo, o corpo de Cristo. Entendemos pela simples leitura do
texto acima que aquele obreiro chamado para uma função só irá bem naquela; em outra só se
Deus mudar. 
5. As Atitudes Daquele que é Chamado ou vocacionado Para com Deus
Falemos agora do jovem ou da pessoa que está olhando para a obra, e quais devem
ser seus motivos e atitudes. A maneira por que o homem corresponde à voz do Senhor
quando lhe diz: "Filho, vai hoje trabalhar na vinha", é de suma importância (Mt. 21.28-31a).
Por certo se não houve tal voz, não é chamado por Deus; mas não é necessário que
seja chamado com voz de trovão, porque pode sê-Io com voz suave, porém insistente (1Reis
19.11-13). Tem-se dito que deve sentir tal atração ou chamado ao ministério que, apesar da
dificuldade, dirá: "Desejo ardentemente entrar nessa carreira, e pela graça de Deus o farei".
Alguns dão tanta ênfase a este impulso divino como indispensável; que aconselham
aos candidatos a não serem obreiros evangélicos se lhes for possível evitá-lo. Em outras
palavras, a obrigação divina deve dominar nossos espíritos, como nos casos dos profetas:
"Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?" (Amós 3.8).
Ou como quando o falso sacerdote disse a Amós que não voltasse a profetizar, e ele
respondeu: "Mas o Senhor me tirou de após o gado, e me disse: Vai, e profetiza ao meu
povo... ora, pois, ouve a Palavra do SENHOR..." (Amós 7: 15-16), ou como Jeremias:
"Quando pensei: não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então isso me foi no
coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, já desfaleço de sofrer e não posso
mais" (29: 9). O apóstolo Paulo disse quase o mesmo texto ao exclamar: “Pois sobre mim
pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o Evangelho." (1Co. 9.16).
Ao mesmo tempo outros dizem: "A menos que Deus lhe diga que não, deve escolher
o ministério como carreira, porque todos somos chamados como embaixadores de Cristo;
devemos entregar nossas vidas a Ele e servi-lo de todo coração". Não vemos apoio para
este conselho na Bíblia. Todo cristão é representante ou embaixador de Cristo e deve
ganhar almas para o Senhor. Porém, nem todos, nem sequer a maioria, serão pastores ou
obreiros. Como o mesmo Senhor Deus escolheu os profetas e apóstolos, não há razão para
crer que tenha mudado esse método agora. O estudo detalhado da chamada divina dos
profetas e apóstolos, que é por costume o primeiro com que se inicia uma aula de Teologia
Pastoral no Seminário, é bastante instrutivo e útil aqui. Os diversos casos são diferentes um
do outro, ainda que se perceba também marcada semelhança, o que indica claramente que
são a obra de um só Espírito, que trata a cada um segundo a sua personalidade.
Moisés foi chamado aos oitenta anos de idade. Deus o provou na sarça ardente,
para assegurar-se de que não se havia esquecido de Jeová, que Se revela aos homens. Ao
se desviar para investigar o fenômeno de um arbusto ardente, que não se consumia, sem
dúvida a mente de Moisés estaria pensando no Senhor. Depois a voz de Deus lhe falou,
demandando que se descalçasse por estar em terra santa, diante da presença do seu
Criador. Temos aqui os dois primeiros passos nas chamadas:
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a) Uma manifestação, revelação ou evidência concreta da presença de Deus em
Pessoa;
b) A indignidade ou pecado natural do homem.
Isaías viu o Senhor sentado sobre um alto e sublime trono. Então disse: "Ai de mim!
Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros... e os meus olhos viram o Rei, o
Senhor dos Exércitos". Jeremias ouviu ao Senhor lhe falando acerca da sua vocação, que
tinha sido conhecido e santificado desde antes de nascer e dado por profeta às nações.
Respondeu: "Ah! Senhor Deus; Eis que não sei falar; porque não passo de uma criança".
Ezequiel teve uma visão sublime de Deus sobre o Seu trono acima dos seres viventes e caiu
sobre o seu rosto. Paulo viu uma luz mais brilhante que o sol ao meio dia, e ouviu também a
voz do Senhor; caiu ao chão e desde esse momento se teve por escravo de Jesus Cristo.
Disse acerca de si mesmo que era indigno de ser chamado apóstolo.
O primeiro requisito, para se poder considerar um verdadeiro pastor ou obreiro
evangélico, é uma convicção inquebrável da realidade de Deus. Não é que tenha tido uma
visão na qual possa ter visto a forma de Deus. Nenhum profeta faz descrição da Sua
Pessoa. Fazem-no do Seu trono, dos seres celestiais que o rodeiam, etc., mas dEle mesmo
não dizem senão que era uma concentração de glória resplandecente. Samuel e Jeremias
não tiveram sequer uma visão, ou ao menos ela não é mencionada, mas tiveram consciência
da real presença de Deus; ouviram Sua voz, chamando-os e tiveram que responder. O
pastor que abriga dúvidas constantes acerca da realidade de Deus, porque nunca teve uma
experiência que o convence do fato, tem o direito de duvidar da própria vocação.
Que diremos neste ponto daquele irmão que primeiro conseguiu uma Bíblia ou Novo
Testamento; leu as Escrituras; se converteu; deu seu testemunho a seus vizinhos, com o
resultado de que alguns foram convertidos; todos continuaram se reunindo; depois, o
primeiro crente, ó que tem a Bíblia, toma o lugar de mestre para dirigir os cultos e dá uma
pregação bíblica e atuando deste modo como pastor? Nunca teve uma visão divina, nem crê
ter ouvido a voz do Senhor, dizendo-lhe que tem que pregar. Parece que as circunstâncias o
têm feito pastor, e não Deus. Às vezes os tais irmãos estão desejosos de que venha algum
obreiro preparado para se encarregar da congregação. Outras vezes conseguem livros ou
cursos que os instruem; estão tão felizes com sua experiência de serem salvos, com
aprender mais do Senhor e Sua Palavra diariamente e de ensinar ao grupo, que pouco a
pouco se dão conta de que em verdade Deus, na Sua graça, os há chamado e dotado para a
obra. Ditoso o irmão em tais condições, quando deixa de se queixar, desejando sair de sob
sua responsabilidade, e começa a cooperar com o Espírito Santo em seu ministério. Sua
tristeza se transforma em gozo; seu desalento, em ânimo.
A todo irmão que se encontra na posição de ser mestre ou pastor de um grupo de
crentes, sem ter procurado o cargo e sem desejos de prosseguir no mesmo, aconselhamos
que medite bem antes de fazer uma mudança. É possível que tenha estado lutando seu
ânimo contra a vontade de Deus. Sendo chamado por Ele sem querer reconhecê-lo. Ao
mesmo tempo, não seria incorreto que o irmão indeciso consultasse os membros mais
maduros e espirituais da sua congregação, para ver se eles acreditam que deve permanecer
no seu posto, ou se seria melhor, para maior glória de Deus, que deixasse de dirigir, ensinar
ou pregar. Também é urgente um exame introspectivo, com franqueza e honestidade
absoluta, para determinar seus verdadeiros motivos, ao pretender abandonar a obra do
Senhor. Está certo de que não cansou de estudar tanto para a preparação das mensagens?
Ou que não sofre realmente um "ataque" de frouxidão? Ou crê que pode usar seu tempo
melhor em algum negócio, ganhando melhor ordenado? Ou será que teme "a língua” de
alguns que o criticam? Ou acaso reconhece que não esteve pregando para a glória de Deus
e teme que algum dia a sua hipocrisia será manifestada? Ou que há algum pecado na sua
vida, que estorva a sua comunhão com Deus e, por conseguinte, a bênção na obra, e não
quer consertar? Pode ser uma destas ou muitas outras coisas. O melhor seria endireitar o
torto, talvez tomando em consideração o Salmo 51, e depois seguir no caminho reto.
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Devemos dizer, para terminar esta parte, que ninguém deve pregar o que não crê,
nem apresentar mensagens que não sente no próprio coração. Não devemos persistir em
fingimentos e falsidades (Mt. 23. 3, 5-7).
À consciência da realidade e presença de Deus, chamando-o à obra, o candidato
deve responder com um reconhecimento de sua dignidade, um sentimento semelhante ao do
apóstolo em Lucas 5.8, por exemplo. Depois de haver confessado nossa condição
pecaminosa, como Isaías (6.5), vem a limpeza (Isaías 6.6-7; At. 22.16). Assim está o homem
preparado para ouvir o chamado à obra para a qual o Senhor tem escolhido; consagra-se a
fazer a vontade divina (Is. 6.8); é comissionado, e entra em comunhão e cooperação com o
Senhor (Is. 6.9-11; etc.). Durante toda a sua vida o obreiro deve ter convicção de que está
cumprindo com a comissão divina que lhe foi encomendada, e que seria para ele uma
desobediência estar em outra ocupação. Depois de ter sido purificado, Isaías ouviu um
chamamento geral: "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" O profeta respondeu por
decisão e vontade própria: "eis me aqui, envia-me a mim". É um bom estudo ler essa
resposta três vezes: primeiro, pondo a ênfase sobre as primeiras palavras: "Eis me aqui";
logo, com o acento sobre a voz "envia-me", e por último, demorando-se no último pronome
"mim". Quando aquele que ouve a voz divina chamando, não responde em seguida, o
Espírito do Senhor não lhe permite esquecer o fato de que foi chamado.
Às vezes repete-se várias vezes a oportunidade de responder afirmativamente e, em
outros casos, dá-se somente em uma segunda ocasião; mas, de todos os modos, o
convocado tem que reconhecer que o tempo para se decidir não é ilimitado. O homem que
rejeita com determinação sua chamada, tarde ou cedo terá que lamentar sua infeliz decisão.
6. As Atitudes do vocacionado Para com a Palavra de Deus
Não tem sido nosso propósito, com o que dissemos acima, dar a idéia de que a visão
ou vocação do servo de Deus é à parte ou independente da Palavra escrita, a Bíblia. O Sr.
Stalker, em seu livro: "El Predicador y Sus Modelos" (pág. 93) diz acerca da Palavra: "Parece
ser a mais frágil de todas as armas; porque, que é uma palavra? É somente um sopro de ar,
uma vibração que treme na atmosfera por um momento e logo desaparece. Mas assim
também se pode falar da nuvem que, com formas vaporosas que a cada momento se
alteram, parece ser a menos substancial de todas as coisas; entretanto, dela surgem os
raios, que fendem os gigantes do bosque, volteiam a torre que tem resistido dez mil assaltos,
e, rompendo o penhasco, enviam-no com estrondo para o vale. Embora seja só uma arma
de ar, a palavra é mais forte que a espada do guerreiro. Palavras têm destruído dinastias e
revolucionado reinos. Quando há a virtude devida, própria nelas, permanecem mais que
qualquer obra do homem". Tudo isto, e mais ainda, é verdade, quando nos referimos à
Palavra de Deus, porquanto revela a vontade divina (Jr. 23.29; Hb. 4.12; etc.).
Embora os profetas antigos fossem pessoalmente independentes um do outro, o
Espírito Santo neles, dava ao mundo a revelação progressiva de Deus por meio de seus
escritos. No Novo Testamento os apóstolos foram inspirados a escrever as mesmas
verdades, ainda mais desenvolvidas.
Cada escritor agregava pedras ao edifício da Revelação, A Bíblia. Não desprezava o
que

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