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TDE N2 - ENDODONTIA I Classificação das cavidades cariadas: Cavidade superficial, rasa e média: A lesão não atinge a dentina próxima à polpa, limitando-se à camada mais externa. Superficialmente, ultrapassa ligeiramente a junção amelo-dentinária; na cavidade rasa, atinge cerca de 0,5 a 1 mm além dessa junção, e na média, ultrapassa de 1 a 2 mm. Para proteção pulpar, é crucial empregar materiais restauradores de alta qualidade, realizar condicionamento ácido fosfórico 37%, assegurar adesão adequada do adesivo (primer+adesivo) às paredes dentinárias e usar corretamente a resina composta. Esses materiais selam a cavidade, impedindo a entrada de bactérias e prevenindo a sensibilidade dentinária, visando a manutenção da saúde pulpar e a prevenção de complicações. Cavidade profunda: Quando a cavidade atinge uma camada mais profunda da dentina, ultrapassando a metade da espessura desse tecido, resta aproximadamente apenas 0,5 mm de dentina. Diante desse cenário, torna-se imprescindível adotar medidas adicionais para preservar a saúde da polpa dentária. Uma abordagem recomendada é a aplicação do cimento de ionômero de vidro (CIV), pois proporciona um forramento mais adequado para a cavidade. Além disso, é essencial seguir um protocolo específico para o uso da resina composta (ácido, adesivo e resina composta) a fim de restaurar a cavidade e assegurar a integridade da proteção pulpar. Cavidade muito profunda sem exposição pulpar: Em uma cavidade muito profunda com exposição pulpar, a origem da exposição pode ocorrer de duas maneiras distintas. A primeira delas é decorrente de uma lesão de cárie que atingiu a polpa, enquanto a segunda acontece acidentalmente durante o procedimento, quando o profissional expõe a polpa involuntariamente. O tratamento dessa exposição dependerá de diversos fatores, sendo a forma como a cavidade foi exposta um ponto crucial a ser considerado. Se a polpa foi exposta devido a uma lesão de cárie e o teste de vitalidade for positivo, é recomendável realizar uma pulpectomia ou pulpotomia. No entanto, se a exposição ocorreu acidentalmente, o protocolo de tratamento consistirá na aplicação de Hidróxido de Cálcio PA. Esse procedimento visa interromper o sangramento e induzir uma necrose superficial da polpa, estimulando a produção de dentina terciária. Em seguida, é aplicado o cimento de hidróxido de cálcio para selar o Hidróxido de Cálcio PA. A cavidade é preenchida com cimento de ionômero de vidro, e um acompanhamento de 30 a 45 dias é necessário para avaliar a evolução. Caso o paciente não apresente dor, o teste de vitalidade seja positivo e a radiografia esteja satisfatória, o cimento de ionômero de vidro deve ser rebaixado, e a cavidade restaurada com resina composta. Esse tipo de abordagem visa preservar ao máximo a polpa, evitando a necessidade de tratamento endodôntico.