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Avaliação de Impacto de Programas e Políticas Sociais - material

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Módulo 01 - Por que avaliar impacto.pdf
Por que avaliar o impacto de políticas 
públicas?
Claudio Ferraz
Professor da PUC-Rio
Pesquisador afiliado do J-PAL
Objetivos
• Entender o que é uma avaliação de impacto
• Compreender a importância das avaliações de impacto
• Conhecer os principais obstáculos para a produção e o uso das avaliações
de impacto
2
Questão central em políticas públicas
Se recursos humanos e financeiros usados para o desenho e 
implementação de políticas públicas são limitados
...em que iniciativas devemos focar para 
enfrentar os problemas sociais? 
3
Como aumentar a participação escolar? 
(número de matrículas e frequência)
Suponha que você trabalhe no Ministério da 
Educação e uma das prioridades do governo é 
aumentar a frequência escolar
O ministro diz que há R$ 10 milhões disponíveis para 
investir em um programa para alcançar esse objetivo
Ele te pergunta em que programa você recomenda 
investir. O que você responde?
Fonte: 
J-PAL
Como aumentar a frequência escolar?
5
Uniformes 
escolares
Novas 
escolas
Livros 
gratuitos
Informação sobre 
retornos à 
educação
Transferências 
monetárias
Bolsas de 
estudo por 
mérito
Estrutura
1. Tipos de avaliação 
2. A importância de se avaliar impacto 
3. Produção e uso de avaliações de impacto
4. Conclusão
6
Tipos de avaliação
Avaliação é o processo que consiste em emitir juízos de valor sobre as 
atividades e resultados de uma política, estratégia ou projeto
Implica, necessariamente, dois elementos:
• Construir uma descrição detalhada e precisa do desempenho de um 
programa
• Comparar com um critério ou padrão pré-estabelecido para julgar o 
desempenho
O que é avaliação?
9
O que é avaliação?
Avaliação
Avaliação 
de 
programas
Avaliação 
de impacto
10
Tipos de avaliação de programas
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
10
Avaliação de necessidades
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
11
Avaliação de necessidades
Estudo sistemático que
• Identifica a natureza, o alcance e as 
causas de uma necessidade
• Define e descreve a população-
alvo a ser atendida
• Determina a intervenção necessária 
para solucionar a necessidade
Resultados 
atuais
Resultados 
desejados
Necessidade
Necessidade População-alvo Solução
12
Perguntas que requerem uma avaliação de necessidades
• Qual é a natureza e a magnitude do problema ou necessidade?
• Quais são as possíveis causas?
• Quais são as características da população-alvo?
• Quais programas são os mais pertinentes para essa população?
• Quais programas já existem para resolver o problema?
13
Exemplo: Construção de moradias em comunidades 
vulneráveis na América Latina
Fonte: Techo 14
Organização da sociedade civil 
que visa superar a situação de 
pobreza em comunidades 
vulneráveis por meio da 
construção de moradias. Atua 
em países na América Latina, 
inclusive no Brasil
Número de domicílios em favelas (assentamentos 
irregulares) no Brasil
15
Fonte: Censos de 1991, 2000 e 2010, em Pasternak e D’Otaviano (2016), “Favelas no Brasil e em São Paulo: 
Avanços nas Análises a Partir da Leitura Territorial do Censo de 2010”. Cad. Metrop São Paulo, Vol 18, n° 35, p.79. 
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
1980 1991 2000 2010
Domicílios em comunidades subnormais no Brasil
Avaliação teórica
16
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
Avaliação teórica
• Avalia a teoria que está por trás do programa:
– É viável e factível?
– Atende às necessidades da população-alvo?
• Marco Lógico
• Teoria da Mudança
Descrever 
a teoria
• Revisão da literatura
• Painel de especialistas
• Entrevistas
Determinar 
sua 
qualidade
17
Perguntas que requerem uma avaliação da teoria
• Quais são os resultados finais que são esperados alcançar com o 
programa?
• Como se pretende chegar a esses resultados finais? (Por meio de quais 
insumos, atividades, produtos e resultados intermediários?)
• Que suposições e riscos estão implícitos em nossa teoria da mudança?
• Quão razoáveis são essas suposições, e quão grandes são os riscos?
18
Teoria da Mudança do TECHO
19
Altos níveis de pobreza em 
assentamentos precários
Voluntários
Maior satisfação
Maior disposição à 
acumulação de ativos
Maior sensação de 
segurança
Melhores relações 
familiares
Melhores moradias
Material de 
construção
Maior 
empregabilidade
Problema /
necessidade
Resultados 
finais
Resultados 
intermediários
Produto
Insumos /
atividades
Avaliação de processos
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
20
Da teoria à prática
• A teoria da mudança nos diz como o programa deveria funcionar, mas 
implementar um programa de acordo com o planejado não é fácil
• Assim, é importante estudar o que acontece na prática, e uma avaliação 
de processos avalia a implementação de um programa
21
Perguntas que requerem uma avaliação de processos
O programa está sendo implementado corretamente?
• Segundo o planejado?
• Cumpre com os padrões relevantes? 
• Permite alcançar os objetivos?
– Quantas pessoas estão recebendo o serviço? São as pessoas certas? 
– O serviço recebido é adequado em termos de quantidade, qualidade e tipo?
– A equipe que executa o programa conta com todas as competências requeridas?
– Como os recursos são geridos?
22
Avaliação de processos do TECHO
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Tutorias
educativas
Fomento
produtivo
Assessorias
jurídicas
Oficinas
optativas
Plano de
saúde
Bibliotecas Oficinas
populares
% de áreas onde foram implementadas intervenções
Fonte: CIS 2009, Processos de intervenção social de UTP CH em acampamentos em que se formaram comités na região metropolitana. 
23
Avaliação de processos do TECHO
24
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Coordenação com
o escritório
Participação nas
atividades de
campo além da sua
atribuição
Constância da
atividade
Compromisso com
a comunidade
Relação com as
familias
Aspectos em que se deve melhorar o trabalho dos 
voluntários nas comunidades
Fonte: CIS 2009, Processos de intervenção social de UTP CH em 
acampamentos em que se formaram comités na região metropolitana. 
Avaliação de impacto
25
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
O que é impacto?
Mudanças diretamente atribuíveis ao programa
(Gertler et al.)
26
Contrafactual
O que é impacto?
27
Resultado dos beneficiários 
depois de participarem 
do programa
Resultado que esses mesmos 
beneficiários obteriam, no caso 
hipotético de não terem 
participado do programa
IMPACTO
Perguntas que requerem uma avaliação de impacto
O programa teve os efeitos esperados sobre os beneficiários?
• Esses efeitos se mantiveram com o tempo? 
• Todos os componentes do programa são necessários para obter impacto?
• Alguns grupos de beneficiários estão mais afetados pela intervenção do que outros?
• Existem efeitos adversos não planejados?
28
Fonte: 
Techo
Avaliação de impacto
- TECHO
Avaliação de impacto 
das casas emergenciais 
em comunidades 
vulneráveis de três países
• El Salvador
• Uruguai
• México
Qual foi o impacto?
30
Satisfação com a qualidade de vida
Satisfação com a proteção que a residência 
oferece contra a chuva20%
16%
Não houve impacto em:
• Consumo de bens
• Mercado de trabalho
• Saúde
Processos 
vs. 
Impacto
Avaliação de Processos
Como? Por que?
Mede o progresso em 
relação aos objetivos
Monitoramento contínuo e 
frequente
Realizada durante a 
implementação do 
programa
Pode ser realizada pela 
equipe do programa ou 
parceiro externo
Evidência descritiva
Avaliação de Impacto
Quanto?
Mede quanto do progresso em 
relação aos objetivos é 
causado pelo programa 
Pontual, limitada no tempo
Desenhada antes da 
implementação, com resultados 
finais após programa ser 
implementado
De preferência, realizada 
externamente com apoio das 
equipes do programa
Evidência causal
Avaliação de eficiência
32
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
Avaliação de eficiência
Análise custo-benefício: compara os benefícios do 
programa com seus custos
• Implica monetizar os custos e benefícios
• É realizada geralmente ex-ante
Análise custo-efetividade: compara a mudança 
na variável de impacto principal com os custos do 
programa
• Permite comparar o impacto relativo de diferentes 
intervenções
• É realizada geralmente ex-post
33
Perguntas que requerem uma avaliação de eficiência
O impacto foi alcançado de uma maneira eficiente?
• O custo do programa é razoável em relação à magnitude do impacto?
• Existem intervenções alternativas que cumpririam os mesmos objetivos a um menor 
custo? 
• Os recursos são usados de maneira eficiente?
34
Análise custo-benefício em casas emergenciais
Mudança na medida de impacto (taxa de pobreza) 
dividido por 
medida de custo (reais)
Custo do 
programa
35
Em resumo
• O programa está baseado em uma boa conceituação 
do problema que se busca solucionar?
Avaliação de Necessidades
• A teoria por trás do programa é factível?Avaliação Teórica
• O programa está sendo implementado segundo o 
planejado?
Avaliação de Processos
• O programa alcançou os objetivos para os quais foi 
desenhado?
Avaliação de Impacto
• O impacto foi alcançado de maneira eficiente?Avaliação de Eficiência
38
A importância de se avaliar impacto
Por que avaliar impacto?
Existem vários motivos pelos quais estamos interessados em avaliar um programa:
1. Melhorar o programa
2. Tornar o gasto público mais eficiente
3. Gerar conhecimento sobre políticas públicas
41
1. Melhorar o programa
Gerar informação focada no desenho ou na reformulação do programa, 
com a finalidade de melhorar seu desempenho e resultados
• Encontrar soluções concretas e as implementar em curto prazo
• Permite entender a importância relativa dos componentes e processos 
do programa
42
2. Tornar o gasto público mais eficiente
Emitir um juízo sobre o uso eficiente dos recursos
• Útil para tomar decisões em relação à alocação de recursos, 
continuidade do programa
• Interessa aos tomadores de decisão de alto nível (ex. governadores, 
prefeitos, legisladores)
43
3. Responder perguntas de relevância geral
Gerar bens públicos, contribuindo para o conhecimento em ciências 
sociais e econômicas 
– Produz conhecimento sobre mecanismos e efeitos de uma 
intervenção
– Serve de base para inovações e novos enfoques, com potencial 
para replicações e ganhos de escala
44
Exemplo: Programas de transferência de renda
(ex. Bolsa Família)
Fonte: Fiszbein y Schady, Banco Mundial; 2009
Grande crescimento em dez anos
Relevância global de 
se conhecer o impacto 
desta política
Fonte: Fiszbein y Schady, Banco Mundial; 2009
O exemplo do programa no México
47
Exemplo: programa de transferência de renda no México
O que permitiu o êxito do programa?
• Evidência científica sobre impactos
• Avaliação rigorosa feita por acadêmicos externos sem interesses políticos
48
Exemplo: programa de transferência de renda no 
México
Qual foi o papel da evidência?
• Deu sustentabilidade política ao programa no tempo
• Entregou informação ao mundo sobre a efetividade da inovação 
(a custo político e financeiro muito baixo)
• Ajudou a melhorar o desenho do programa ao longo do tempo
49
Avaliações de impacto e o uso de seus 
resultados
Como decidimos quais programas implementar?
48
Programas/ 
Políticas
Conhecimento
Evidência
Experiência 
pessoal ou 
coletiva
Ideologia
Própria
Externa
Apoio
Orçamento
Político
Capacidade
49
Política pública baseada 
em ideologia e opinião
Política pública baseada 
em evidência
Como decidimos quais programas implementar?
Fonte: Brandon Reynolds, apoiado pela University of Cape Town Graduate School of Development Policy and Practice
Precisamos de mais evidência e de um 
maior uso da evidência existente
50
Crescimento de avaliações aleatorizadas
51
Número de avaliações aleatorizadas publicadas na área de desenvolvimento internacional
Ano de publicação
Fonte: Cameron et al (2016)
Fonte: https://ClinicalTrials.gov
11 de janeiro de 2017
Mas ainda há muito trabalho a ser feito
Evidência em medicina
234.107 estudos clínicos
https://clinicaltrials.gov/
53
1. Medir impacto fora do laboratório é complexo
• Problema de confiabilidade do impacto estimado
• Importância de uma análise de dados adequada e bem justificada
– Estamos isolando o efeito do programa de outros elementos relevantes? 
– Qual é a estratégia de identificação causal? 
– Estamos trabalhando com grupos comparáveis?
Por que existe tão pouca evidência?
Por que existe tão pouca evidência?
54
2. Difícil pensar na avaliação a tempo
• Precisamos pensar na avaliação de um programa antes 
de ser implementado
3. Incentivos
• Governos querem respostas rápidas, mas avaliações bem 
feitas tomam tempo
• Conhecimento sobre políticas públicas é um bem público
55
Mesmo quando existe evidência rigorosa, muitas vezes ela não é usada 
sistematicamente para o desenho de programas
• Dificuldade em identificar a diferença entre a evidência “rigorosa” e 
aquela que não é…
– Baixa credibilidade por seu mau uso
– Pouco conhecimento de causalidade
• Falta de cultura de avaliação e aprendizagem
• Validade externa: resultados de uma avaliação se aplicam a outros 
contextos? 
Uso de evidência
Quando não avaliar impacto?
• Quando já existe evidência suficiente sobre a efetividade de uma intervenção
• Quando o programa não está maduro e seu desenho está sujeito a alterações
• Quando não é possível identificar um grupo de comparação válido
60
Quando avaliar impacto?
• Quando existem perguntas causais sem resposta
• Quando existe incerteza sobre a melhor estratégia de intervenção para 
atacar um problema
• Quando está sendo implementado um programa-piloto
• Quando se prevê ampliar um programa
• Quando um programa está sendo implementado de maneira gradual
• Quando o programa incorpora novos serviços ou beneficiários
61
Conclusões
Em resumo
• Existem diferentes tipos de avaliações. Neste curso, focaremos em
avaliações de impacto, que respondem a perguntas sobre causa e efeito
• Avaliar impacto pode ajudar a melhorar o desenho dos programas
sociais, aumentar a eficiência do gasto público e aprender sobre políticas
bem sucedidas
• Há grande espaço para mais produção e uso de evidência empírica
rigorosa
59
Módulo 02 - Por que aleatorizar 20171026.pdf
Por que aleatorizar?
Claudio Ferraz
Professor PUC-Rio
Pesquisador
afiliado do J-PAL
Estrutura
1. Inferência causal
2. O que é impacto?
3. Métodos de avaliação de impacto
4. Avaliações aleatorizadas
5. Críticas e limitações
2
Introdução
Correlação não implica causalidade
• Quando avaliamos um programa, precisamos separar correlações de 
causalidade
• Correlação acontece quando duas coisas andam juntas, mas isso não 
implica que uma é causa da outra
3
Qualidade da educação dos países
Pontuação média na prova PISA de linguagem 4Fonte: The Economist
Consumo de sorvete 
per capita (litros por 
ano)
O problema da inferência causal
Pensemos no seguinte caso:
5
Uma família do semiárido rural brasileiro apresentava situação de
insegurança alimentar
O governo, buscando promover alternativas para o convívio com a seca e
com atividades agrícolas familiares, lançou um programa de distribuição de
cisternas para a captação de água da chuva
O problema da inferência causal
Alguns anos depois, observamos que famílias contempladas pelo programa 
passaram a uma situação de segurança alimentar
Podemos concluir com essa informação que o Programa Cisternas solucionou 
a situação de insegurança alimentar da família? 
6
O problema da inferência causal
• O gestor do Programa Cisternas quer saber se foi o acesso à água que
solucionou o problema da família
• O avaliador diz que não é possível obter uma conclusão, já que é
impossível conhecer o que aconteceria com esta família se ela não tivesse
sido beneficiada pelo Programa Cisternas
• Para poder medir o impacto do programa, precisamos saber o que teria
acontecido com cada família com e sem a cisterna
7
O problema da inferência causal
• Não podemos calcular o impacto de um tratamento para um indivíduo i
porque não podemos observar o mesmo indivíduo nos dois estados (com e
sem tratamento)
• Para avaliar o impacto de um programa, precisamos de uma estimativa do
nosso contrafactual
– Contrafactual é o resultado que os mesmos participantes de um programa
teriam obtido em um mesmo momento do tempo, mas no caso hipotético de
não participarem do programa
8
O que é impacto?
O que queremos medir?
• Com a avaliação de impacto, queremos determinar os efeitos causados pelo 
programa
• Para isso, devemos separar o efeito do programa do efeito que outras variáveis 
podem ter nos resultados observados
10
11
Problema da atribuição causal
• As pessoas que decidem realizar uma ação têm características diferentes das
pessoas que não o fazem
• As pessoas escolhidas para receber um benefício têm características
diferentes das pessoas que não foram escolhidas
Esse problema é conhecido como problema de seleção
O que é impacto?
Resultados que os 
participantes do programa 
obtêm um tempo depois de 
participar do programa
Resultados que esses mesmos 
participantes teriam obtido 
nesse mesmo momento no 
caso hipotético de não terem 
participado do programa
IMPACTO
Contrafactual
13
• O contrafactual é hipotético: representa o estado que aquela população 
teria experimentado se o programa não tivesse sido aplicado
Nunca poderemos observá-lo
O problema da inferência causal
Impacto do 
programa
Resultado 
com o 
programa
Resultado 
sem o 
programa
13
14
Tempo
Resultado
Início do 
programa
Qual é o impacto do programa?
Qual é o impacto do programa?
15
Tempo
Impacto
Resultado
Início do 
programa
O que é impacto?
16
Impacto
Tempo
Início do 
programa
Resultado
O que é impacto?
17
Impacto
Tempo
Resultado
Início do 
programa
Como medir impacto?
• Para que seja possível estimar impacto, precisamos construir um
contrafactual
• Para estimá-lo, precisamos selecionar um grupo de comparação
que seja igual ao grupo de participantes antes da intervenção
Os diferentes métodos de avaliação de impacto se diferenciam em 
como estimam o contrafactual
18
Métodos de avaliação de impacto
Métodos de avaliação de impacto
A principal diferença entre os distintos métodos é como
se estima o contrafactual: como definimos quem forma
o grupo de controle
Métodos não 
experimentais
• Antes e depois
• Diferença 
simples
Métodos quasi-
experimentais
• Regressão 
multivariada
• Diferenças em 
diferenças
• Pareamento
• Regressão 
descontínua
Método 
experimental
• Seleção 
aleatorizada 
dos grupos de 
tratamento e 
controle
20
21
Fonte: J-PAL
Exemplo
Capacitações de jovens na Colômbia
Capacitações de jovens na Colômbia
22
Em 2001, o governo colombiano implementou o programa Jovens em Ação
• Objetivo: fornecer capacitação a jovens para que eles encontrassem 
emprego
• População-alvo: jovens de 18 a 25 anos, de baixa renda
23
• Para medir o impacto, tipicamente escolhemos uma variável de interesse 
(educação, saúde, taxa de emprego, etc.)
• Suponhamos que queremos medir o impacto de Jovens em Ação sobre a 
taxa de emprego juvenil
• Como medimos?
Capacitações de jovens na Colômbia
Antes e depois
24
Antes e depois
• Descrição: mede como os participantes do programa mudam ao longo do 
tempo 
• Grupo de controle: os mesmos participantes, antes de entrar no programa
• Premissa: não há fatores relevantes no tempo que afetem o resultado além 
do programa
25
Antes e depois
Capacitação de jovens na Colômbia
Taxa de 
emprego
47%
70%
Tempo
Concluímos que o 
programa teve um 
efeito positivo de 
50%
Antes da 
capacitação
Depois da 
capacitação
Média
Antes 47%
Depois 70%
Diferença (p.p.) 23. p.p.
Mudança % 50%
28
Antes e depois: qual é o impacto?
IMPACTO 
POSITIVO 
+50%
CONTRAFACTUAL
2001 
INÍCIO DO
PROGRAMA 27
Taxa de 
emprego
Tempo
Grupo de 
tratamento
Diferença simples
28
Diferença simples
• Descrição: Mede a diferença entre os participantes e não participantes 
depois do programa 
• Grupo de Controle: não participantes sobre os quais os dados são recolhidos 
depois do programa
• Premissa: a única diferença entre os participantes e não participantes é o 
programa. Os dois grupos têm a mesma probabilidade de participar do 
programa
29
Diferença simples
Capacitação de jovens na Colômbia
Média
Não participaram 64%
Participaram 70%
Diferença (p.p.) 6 p.p.**
Aumento
(Mudança %)
~10%
Taxa de 
emprego
64%
70%
Não participantes Participantes
Concluímos que o 
programa teve um impacto 
positivo de ~10% nos jovens 
que participaram
32
Diferenças em diferenças
31
Diferenças em diferenças
Descrição:
• Combina o método de antes e depois com o método de diferença simples
• Compara a mudança no tempo da variável de resultado entre o grupo 
que recebe e o grupo que não recebe o programa
• Corrige por diferenças pré-existentes nos dois grupos (observáveis e não 
observáveis)
Grupo de controle: não participantes sobre os quais os dados são recolhidos 
antes e depois do programa
35
Diferenças em diferenças
Capacitações de jovens na Colômbia
46,9
70,2
41,9
63,8
0
20
40
60
80
Antes de la capacitación Después de la capacitacisón
Participaron No participaron
Taxa de 
emprego 
(%)
A B C D
Después de la capacitación
Participaram Não participaram 
Depois da capacitaçãoAntes da capacitação
36
Diferenças em diferenças
Capacitação de jovens na Colômbia
D
Antes da 
capacitação
Depois da 
capacitação
Participaram 46,9% (A) 70,2% (B)
Não participaram 41,9% (C) 63,8% (D)
Diferença (p.p.) 5 p.p 6,4 p.p 1,4 p.p
(A-C) (B-D) (B-D) - (A-C)
O cálculo das diferenças 
pode ser feito por colunas...
Diferenças em diferenças
Capacitação de jovens na Colômbia
D
Antes da 
capacitação
Depois da 
capacitação
Diferença
Participaram 46,9% (A) 70,2% (B)
23,3 p.p (B-A)
Não participaram 41,9% (C) 63,8% (D) 21,9 p.p (D-C)
1,4 p.p (B-A) - (D-C)
...ou por linhas
38
C
o
n
su
m
o
D
T=0 T=1 Tempo
Participou do 
Programa
Não participou
do Programa
Contrafactual
Diferenças em diferenças
Ta
x
a
d
e
 e
m
p
re
g
o A
B
C
Impacto = (A-B) – (C-D)
39
Diferenças em diferenças
• Descrição: Compara a mudança no tempo da variável de resultado entre o 
grupo beneficiado e o não beneficiado pelo programa
• Grupo de controle: não participantes sobre os quais os dados são recolhidos 
antes e depois do programa
• Premissa: Assume que, na ausência do programa, tendências entre 
participantes e não participantes se manteriam paralelas 
40
Regressão multivariada
38
• Descrição: permite ver a relação entre o fato de participar de um programa e 
uma variável de interesse, mantendo constante ou “controlando” por outras 
variáveis
– Por exemplo: renda dos pais, educação, etc.
• Grupo de controle: não participantes sobre os quais se coletam dados 
detalhados sobre variáveis observáveis
Regressão multivariada
39
Regressão multivariada
• Se os jovens fossem comparados em relação à renda de seus pais, qual seria 
a relação entre participar no Jovens em Ação e a taxa de emprego? 
• Ao comparar os grupos controlando pela renda dos pais, observamos que a 
maior parte da diferença se reduz!
Impacto no Emprego (Y)
Regressão linear +10%
Regressão linear multivariada + 4%
40
• Descrição: permite ver a relação entre o fato de participar de um programa 
e uma variável de interesse, levando em consideração mantendo 
constante ou “controlando” por outras variáveis
• Grupo de controle: não participantes sobre os quais se coletam dados 
detalhados sobre variáveis observáveis
• Premissa: não existe viés devido a variáveis omitidas 
Regressão multivariada
41
Pareamento
42
Pareamento
• Descrição: para cada unidade de tratamento, busca-se o melhor “par” de 
outra população sem tratamento
• Grupo de controle: para cada participante, busca-se ao menos um não 
participante que é idêntico nas características selecionadas
47
Buscamos pares idênticos
Capacitação de jovens na Colômbia
Mostra não tratada 
(potenciais controles)
Tratamento Controle
Taxa de 
emprego
65% 63,2%
Diferença + 2,7p.p.
48
Pareamento
• Descrição: para cada unidade de tratamento, busca-se o melhor “par” 
de outra população sem tratamento
• Grupo de controle: para cada participante, busca-se ao menos um não 
participante que é idêntico nas características selecionadas
• Premissa: as características não selecionadas para o pareamento não 
influenciam nos resultados
49
Regressão descontínua
46
Regressão descontínua
• Descrição: Os indivíduos são classificados com base em critérios mensuráveis. 
Uma linha de corte determina se uma pessoa é elegível ou não. Comparam-
se as pessoas que estão logo acima e abaixo da linha de corte
• Grupo de controle: as pessoas logo acima ou abaixo do ponto de corte e 
que não são elegíveis
51
Capacitação de jovens na Colômbia
Índice de vulnerabilidade
Taxa de 
emprego
Linha
de corte
Não elegível 
para 
capacitação
Elegível para 
capacitação
52
Capacitação de jovens na Colômbia
Vulnerabilidade
Linha
de corte
Sem 
capacitação
Com capacitação
Impacto
Taxa de 
emprego
53
Regressão descontínua
• Descrição: Os indivíduos são classificados com base em critérios 
mensuráveis. Uma linha de corte determina se uma pessoa é elegível ou 
não. Comparam-se as pessoas que estão logo acima e abaixo do limite
• Grupo de controle: as pessoas logo abaixo do limite (e que por isso não 
recebem o programa)
• Premissas:
− A linha de corte é um limite estrito de entrada ou não no programa
− Efetivamente não existem diferenças significativas entre as pessoas
acima e abaixo do corte
54
Avaliações aleatorizadas
O que é uma avaliação aleatorizada
• A definição do grupo que receberá o tratamento é feita por meio de um
sorteio. Com isso, encontra-se um grupo de controle válido
• Objetivo:
Selecionar um grupo que tenha características iguais ao grupo de
participantes em todas as dimensões, exceto em receber ou não o
programa
52
Por que aleatorizar?
• Uma escolha aleatória bem feita elimina o viés de seleção antes que o 
programa se inicie
• Qualquer diferença observável nos indicadores de resultados pode ser 
atribuída ao programa
53
54
Na ausência do programa, grupos de tratamento e controle 
são comparáveis
em variáveis observáveis e não observáveis
População elegível
Grupo de
tratamento
Grupo de 
controle
Avaliação aleatorizada
55
Fora da 
avaliação
Amostra 
da 
avaliação
Tratamento
Controle
População 
total
População 
alvo
Alocação 
aleatória
Premissas
• Aleatorização bem feita gera grupos estatisticamente idênticos
• Isso pode ser comprovado com teste de equilíbrio
– Compara as características dos dois grupos na linha de base
56
Avaliação aleatorizada
• Descrição: utiliza-se um sorteio para designar unidades ao grupo de 
tratamento e ao grupo de controle
• Grupo de controle: a parte da população elegível que, de maneira 
aleatória, é designada ao grupo de controle
• Premissas: respeita-se o protocolo de designação aleatória, e os dois 
grupos são estatisticamente idênticos
62
Críticas e limitações à avaliação 
aleatorizada
Críticas frequentes
• As avaliações aleatorizadas são tecnicamente superiores aos outros 
métodos apresentados (não e quasi-experimentais), e são mais fáceis de 
entender
• Mas...
são éticas?
são viáveis por seus custos e sua duração?
são generalizáveis?
64
São éticas?
• Há poucas políticas que podem atender a todos de uma vez
• A designação aleatória pode ser o modo mais justo de alocar um recurso escasso
• Pode-se fazer uma intervenção em fases, em que todos eventualmente 
recebem o programa
• Não é necessário que o grupo de controle não obtenha nada
65
São éticas?
• Pode ser que o impacto do programa seja negativo
• Não é ético desperdiçar o dinheiro em programas que não funcionam
• Não é ético não aprender
66
Quando aleatorizar?
1. Quando há excesso ou déficit de demanda
2. Quando um programa está sendo testado com um piloto
3. Quando um programa incorpora novos serviços, novos 
destinatários ou novos lugares
4. Quando um programa deve ser implementado em etapas
5. Quando um programa tem um critério de admissão numérico
Conclusão: existem numerosas oportunidades!
67
63
Quando não aleatorizar?
• Muitas perguntas relevantes não exigem uma avaliação de impacto
• Por exemplo: temos um programa de entrega de alimentos a pessoas da 
terceira idade, mas elas não estão recebendo ou utilizando o benefício
• Na próxima aula, veremos que perguntas requerem uma avaliação de 
impacto para serem respondidas
São viáveis por seus custos?
• O que encarece um bom levantamento de dados é seu rigor (tamanho 
da amostra)
• É possível fazer avaliações aleatorizadas baratas
• Vantagem de dispor de bons dados administrativos
• Em uma avaliação experimental, não é estritamente necessário levantar 
uma linha de base
69
São viáveis por seus custos?
• São caras comparadas a quê?
• As políticas não baseadas em evidência podem acabar sendo muito mais caras
• É melhor ter poucos estudos de boa qualidade do que muitos estudos de 
baixa qualidade
• As lições extraídas são um bem público
• Grande parte do trabalho que o J-PAL faz consiste em encontrar soluções 
custo-efetivas para problemas de políticas públicas
70
São viáveis por sua duração?
• Depende do que queremos medir, e não do tempo de avaliação
• Ocorre o mesmo com outros
métodos de avaliação de impacto: é 
necessário esperar que a intervenção produza seus resultados
• Em muitas avaliações, os resultados são calculados cedo demais (antes que 
o impacto seja produzido), resultando na atribuição de um impacto diferente 
do real
71
São generalizáveis?
“Avaliações aleatorizadas não têm validade externa”
• São tão válidos externamente quanto outros modos de avaliação de impacto
• É possível (e se deve) fazer replicações de políticas efetivas
• Não é possível ter validade externa sem validade interna
72
As vantagens de uma avaliação
aleatorizada
Vantagens
Se são corretamente desenhadas e implementadas, as avaliações 
experimentais: 
• Eliminam qualquer viés que poderia vir a ocorrer em uma avaliação não 
experimental
• A aleatorização faz com que os grupos sejam comparáveis em variáveis 
observáveis e não observáveis
• Não é necessário fazer muitas premissas, como nas avaliações não 
experimentais
• Os resultados são fáceis de interpretar
Importante para avaliação de políticas públicas!
75
 
Case 2: Remedial Education in India
Evaluating the Balsakhi Program
Incorporating random assignment into the program 
Case 2: Remedial Education in India
Evaluating the Balsakhi Program
Incorporating random assignment into the program 
Exemplo: Programa Balsakhi
Fonte: J-PAL
Comparação de métodos de avaliação para o 
Programa Balsakhi
Método Impacto
(1) Antes e depois 26.42*
(2) Diferença simples -5.05*
(3) Diferenças em diferenças 6.82*
(4) Regressão multivariada 1.92 
(5) Avaliação aleatorizada 5.87*
* Estatisticamente significativo a 5%
77
Exemplo: Programa Read Índia
Fonte: J-PAL
Comparação de métodos de avaliação
para Read India
Método Impacto
(1) Antes e depois 0.60*
(2) Diferença simples -0.90*
(3) Diferenças em diferenças 0.31*
(4) Regresssão multivariada 0.06 
(5) Avaliação aleatorizada 0.88*
* Estatisticamente significativo a 5%
79
Conclusão
Em resumo
O método importa!
81
Métodos de avaliação de impacto
76
Método Suposições
Antes e depois
Não há fatores relevantes no tempo que afetam o resultado além 
do próprio programa
Diferença simples
A única diferença entre os participantes e não participantes é o 
programa. Ambos os grupos têm a mesma probabilidade de 
participar antes do início do programa
Diferenças em 
diferenças
Na ausência do programa, tendências entre participantes e não 
participantes se manteriam paralelas
Regressão multivariada Não existe viés em variáveis omitidas na avaliação
Pareamento
As características não selecionadas para o pareamento não 
tornam os resultados enviesados
Regressão descontínua
A linha de corte é um limite estrito de designação para o 
programa. Efetivamente não existem diferenças significativas 
entre as pessoas acima e abaixo do corte
Aleatorização Os grupos de tratamento e controle estão balanceados
Em resumo
• Neste curso, queremos transmitir que um método de avaliação de
impacto é superior aos demais: as avaliações aleatorizadas
• Argumento conceitual: se são corretamente desenhadas e
implementadas, as avaliações aleatorizadas constituem o método mais
confiável para estimar o impacto de um programa
• Argumento empírico: diferentes métodos podem gerar diferentes
estimativas do impacto
83
Módulo 03 - Teoria da Mudança 20171003.pdf
Teoria da Mudança
Carolina Morais Araújo
Gerente do J-PAL no Brasil
Revisão: Tipos de avaliação
Impact Evaluation
Cost-Effectiveness Analysis
Avaliação de Necessidades
Avaliação Teórica
Avaliação de Processos 
Avaliação de Impacto
Avaliação de Eficiência
2
Estrutura
• O que é a Teoria da Mudança?
• Como fazer uma Teoria da Mudança?
• Por que a Teoria da Mudança é importante?
3
O que é a Teoria da Mudança?
O que é a Teoria da Mudança?
• A Teoria da Mudança é uma descrição ampla e ilustrada de como se 
espera que aconteça uma mudança num contexto particular
• A Teoria da Mudança é um meio de sabermos até onde vamos (resultados)
e como chegamos (processos)
• Detalha todas as mudanças implícitas que têm que ocorrer entre as 
atividades de um programa e seus objetivos de longo prazo
5
Objetivos da Teoria da Mudança
• Comunicação e descrição da intervenção
• Desenho de Intervenção e Planejamento Estratégico
• Monitoramento e Avaliação
6
7
Fonte: Oxfam America, 
Freedom From Hunger
A Teoria da 
Mudança 
pode ter 
diferentes 
formas…
8
A Teoria da Mudança pode ter diferentes formas…
Fonte: AmplifyChange 
9
A Teoria da Mudança pode ter diferentes formas…
Fonte: Infographic (artofagency.com)
Outra abordagem: o marco lógico
10
Objetivos Indicadores
Fonte de 
verificação
Premissas
Impacto
Propósito
Componentes
Atividades
Nosso exemplo de Teoria da Mudança
11
Resultado final
Problema/ 
Necessidade
Insumo/ 
Atividade
Produto
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado final
Como construir uma Teoria da Mudança?
Exemplo: Programa Um Laptop por Aluno
Fonte: 
http://one.
laptop.org 13
Cinco passos
1. Definir o propósito
2. Completar a cadeia causal
3. Identificar premissas e riscos
4. Resumir a hipótese causal
5. Definir indicadores
14
1. Definir o propósito
O que é o propósito?
• É a mudança macro que queremos realizar com nosso programa
• Também pode ser pensado como a “razão pela qual existe nosso 
programa”
• Muitas vezes, assemelha-se à missão da organização que implementa o 
programa
15
1. Definir o propósito
Um laptop por aluno:
• Melhorar a educação básica de regiões vulneráveis
16
2. Completar a cadeia causal
17
Resultado final
Problema/ 
Necessidade
Insumo/ 
Atividade
Produto
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado final
Problemas/ Necessidades
• Explicitam as carências que 
queremos enfrentar, não o 
objetivo que queremos alcançar
• Especificam a população-alvo
• Relacionam-se diretamente aos 
resultados finais do programa
Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividade
Produto
Resultado 
final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
final
18
Exemplo: Um Laptop por Aluno
19
Problema/ 
necessidade
Baixo desempenho escolar
Resultados finais
• São as mudanças de longo 
prazo que queremos conseguir 
provocar com nosso programa
• São o avanço no estado de 
desenvolvimento de nossa 
população-alvo
• Estão diretamente relacionados 
às necessidades
Problema / 
Necessidade
Insumos / 
Atividade
Produto
Resultado 
final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
final
20
Exemplo: Um Laptop por Aluno
21
Problema/ 
necessidade
Resultado final
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho escolar
2. Completar a cadeia causal
Do final 
ao início
Problema / 
Necessidade
Insumos / 
Atividades
Produto
Resultado final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado final
22
Útil na etapa de desenho do programa
Pensar na Teoria da 
Mudança nos obriga a 
focar nos resultados que 
queremos provocar e 
comprovar a credibilidade 
das nossas premissas
Identificar a melhor 
estratégia para 
conseguir o 
resultado desejado
23
2. Completar a cadeia causal
Do início 
ao fim
24
Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividades
Produto
Resultado final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado final
Resultados
intermediários
• Mudanças que se realizam devido à 
intervenção e que são necessárias 
para se chegar ao resultado final
• Mudanças em
– Atitudes
– Conhecimentos
– Capacidades
– Comportamentos
• Essas mudanças são um dos 
principais focos das 
avaliações de impacto
Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividade
Produto
Resultado 
final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
final
25
Exemplo
26
Problema/ 
necessidade
Resultados 
finais
Resultados 
intermediários
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar
Mais presença e
matrícula
Mais tempo 
dedicado a lições 
e leituras
Aulas mais 
interessantes e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em casa Uso de laptops em aula
• Resultados diretos 
das atividades 
programadas
• Muitas vezes, são 
uma reformulação 
das atividades do 
ponto de vista dos 
beneficiários
Produtos
Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividade
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
final
Resultado 
final
Produto 2Produto 1
28
Problemas/ 
necessidade
Resultados
finais
Resultados 
intermediários
Produtos
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores 
com laptops
Professores capacitados
Uso de laptops em aula
Mais frequência 
e matrículas
Mais tempo 
dedicado a lições 
e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
• Os recursos e as 
ações importantes 
para se chegar aos 
produtos do programa, do 
ponto de vista de quem o 
implementa
Insumos/atividades Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividades
Produto
Resultado 
final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado 
final
30
Problemas/
necessidades
Resultados finais
Resultados 
intermediários
Produtos
Insumos/
atividades
Baixo desempenho 
escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Professores capacitados
Uso de laptops em aula
Mais 
presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Entrega de laptops com 
material pedagógico
2. Completar a cadeia causal
31
Desenho e 
implementação 
do programa
Impactos do 
programa
Problema/ 
Necessidade
Insumos/ 
Atividades
Produto
Resultado final
Resultado 
Intermediário
Produto
Resultado 
Intermediário
Resultado 
Intermediário
Resultado final
Como construir uma Teoria da Mudança?
3. Identificar premissas e riscos
Premissas
Condições externas necessárias que devem ser cumpridas para que a 
cadeia causal estabelecida na Teoria da Mudança seja válida
Riscos
Efeitos negativos não esperados gerados pelo programa
No contexto de uma avaliação de impacto
Premissas e riscos podem ser perguntas de pesquisa que uma avaliação 
de impacto pode responder
33
34
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
Professores capacitados
Uso de laptops em aula
Premissa: as escolas contam com acesso à rede elétrica
Risco: os alunos usam mais os laptops para escutar música e jogar, 
reduzindo o tempo dedicado a lições e leitura
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
4. Resumir a hipótese causal
Formulação:
“Se [atividades] geram [produtos], isto deveria levar a 
[resultados intermediários] que ao final melhorarão 
[resultados finais], contribuindo para [propósito]”
“Se a entrega de laptops nas escolas permite que mais alunos e 
professores possuam um computador, isto deveria levar a um 
aumento da motivação dos alunos, que, ao usar mais os 
laptops, estudarão mais e melhor, o que ao final melhorará seu 
rendimento escolar, contribuindo para a melhora da educação 
básica em regiões vulneráveis”
35
5. Definir indicadores
Para avaliar se um programa é bem-sucedido ou não, é 
necessário medir resultados tangíveis
Devemos desenvolver indicadores que nos permitam
• Quantificar os insumos/atividades
• Avaliar a implementação do programa
• Quantificar os resultados e impactos
• Registrar as percepções de quem está no programa
36
N° de laptops enviados para escolas
37
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
Número de horas de uso 
dos laptops na escola
Pontuação em provas de matemática e português
Curso para professores sobre uso 
de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
didático a alunos e professores
Número de horas de uso dos 
laptops em casa
N° de professores capacitados
N° de cursos organizados
N° de alunos e professores que 
possuem um laptop
Taxa de presença 
em sala de aula
Frequência de uso dos laptops 
em casa
Taxa de satisfação de alunos
Pontuação em provas de matemática e português
Por que a Teoria da Mudança é 
importante?
• Permite identificar perguntas de avaliação, geralmente 
relacionadas às premissas identificadas pela teoria da mudança
• Ajuda a definir que dados coletar e que variáveis medir
• Ajuda a entender o “porquê” de um programa gerar determinados 
resultados
• Importante para definir conhecimento mais generalizável e 
mecanismos para replicar programas em diferentes contextos
39
Ajuda a desenhar a avaliação de impacto
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
?
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
40
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
Não há 
impacto
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
41
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em aula
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais tempo 
dedicado a lições 
e leituras
Mais presença 
e matrícula
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em casa
Entrega de laptops a 
alunos e professores
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
42
Baixo desempenho escolar
Não há 
impacto
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
 
Não há 
impacto 43
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho 
escolar


Curso para professores sobre 
uso de laptops em
aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
Alunos e professores com laptops Professores capacitados


Uso de laptops em casa
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula



44
Baixo desempenho escolar

Não há 
impacto
Melhor desempenho 
escolar
Impacto 
positivo
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
Uso de laptops em casa
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
45
Baixo desempenho escolar
Uso de laptops em casa
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
Melhor desempenho 
escolar






Impacto 
positivo
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
46
Baixo desempenho escolar
 
Uso de laptops em casa
Mais presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em aula
Melhor desempenho 
escolar







Impacto 
positivo
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Entrega de laptops com material 
pedagógico a alunos e professores
47
Baixo desempenho escolar

Conclusões
Em resumo
• A Teoria da Mudança torna explícito o caminho que se espera para um 
programa gerar impacto
• Os cinco passos para construir uma Teoria da Mudança são: definir o 
propósito, construir a cadeia causal, identificar as premissas e os riscos, 
descrever a hipótese causal e definir indicadores
• A Teoria da Mudança pode ajudar a desenhar uma avaliação de impacto 
que não apenas meça se um programa é efetivo ou não, mas também 
quais são os mecanismos necessários para que o impacto aconteça
49
Pontos em comum da Teoria da Mudança
• Consiste em um mapa dinâmico sobre o programa
• Mostra relação de causa e efeito entre os diferentes 
elementos e resultados de uma intervenção
• É um instrumento não apenas descritivo, mas explicativo
50
Módulo 04 - Como aleatorizar 20171003.pdf
Como aleatorizar?
Bruno Ferman
Professor da FGV-SP
Pesquisador afiliado do J-PAL
Importância
Os experimentos aleatorizados constituem o método mais confiável para 
estimar o impacto de um programa, sempre e quando forem corretamente 
desenhados e realizados
2
Objetivos
• Entender que é possível aleatorizar de maneiras diferentes
• Compreender que a melhor maneira não existe: depende do contexto
• Ser capaz de identificar a maneira mais adequada para um programa 
determinado
3
Estrutura da aula
• O que é uma avaliação aleatorizada?
• Tipos de aleatorização
• Desenhos de aleatorização
4
O que é uma avaliação aleatorizada?
O que significa “aleatório”?
Dicionário Michaelis
“aleatório
a· le· a· tó· ri· o
adjetivo
Que depende do acaso ou de acontecimentos incertos, favoráveis ou não 
a um determinado evento; casual; contingente, fortuito.”
• Em estatística
– Não contém padrões reconhecíveis ou regularidades
– Cada possível resultado tem a mesma probabilidade de acontecer
6
Amostragem aleatória vs. 
Designação aleatória
7
Amostragem 
aleatória
Designação 
aleatória
8
Amostragem aleatória vs.
Designação aleatória
População de 
interesse
Amostra
Tratamento
Controle
DesignaçãoAmostragem
(opcional)
Nesta aula veremos 
diferentes maneiras para 
aleatorizar a designação
Tipos de aleatorização
Tipos de aleatorização
• Aleatorização completa
• Aleatorização restritiva
• Aleatorização estratificada
• Aleatorização por cluster
10
Aleatorização completa: 
probabilidade fixa 
• Aleatorização sem nenhuma restrição
• Probabilidade fixa de ser designado 
ao grupo de tratamento (ex.: 50%)
• Pode resultar em um grupo de 
tratamento um pouco maior/menor 
do que o esperado
11
ID Moeda Grupo
1 Cara Tratamento
2 Cara Tratamento
3 Coroa Controle
4 Cara Tratamento
5 Coroa Controle
6 Cara Tratamento
7 Coroa Controle
8 Coroa Controle
9 Cara Tratamento
10 Cara Tratamento
Total
T: 6
C: 4
Aleatorização restritiva: 
proporção fixa
• Pré-determina-se o número de 
pessoas em T e C
• Determina-se de maneira aleatória 
quem conforma ambos os grupos
• Ordenar as pessoas de maneira 
aleatória
• Tirar números de uma urna
• Usar gerador de números aleatórios
• Requer espaço amostral
Fonte: Chris Blattman 12
13
Aleatorização estratificada
Nordeste Sudeste
Amostra de avaliação
Grupo ControleGrupo Tratamento
Dividir a amostra por região
Aleatorizar dentro de cada região
Centro-Oeste
Criar grupos de tratamento e controle
15
Aleatorização estratificada
• Por que estratificar?
– Para assegurar equilíbrio nas variáveis de interesse
– Para aumentar o poder estatístico
– Para estudar subgrupos
– Por razões políticas ou logísticas
• Quais variáveis utilizar?
– Variáveis correlacionadas com o resultado de interesse
– Variáveis das quais se deseja fazer uma análise de subgrupo
Aleatorização por cluster (agrupamento)
• A unidade de aleatorização não é o indivíduo, mas um grupo de 
indivíduos (escolas, municípios, cidades, etc.)
• Todos os indivíduos de um mesmo agrupamento recebem a mesma 
designação
16
Unidade de aleatorização: individual
17
Unidade de aleatorização: individual
18
Tratamento
Controle
Unidade de aleatorização: por cluster
19
Unidade de aleatorização: escola
20
Unidade de aleatorização: escola
21
Tratamento
Controle
22
Vantagens e desvantagens
• Vantagens
Por vezes, tratar a amostra em clusters permite viabilizar uma pesquisa
por motivos
– Logísticos
– De contaminação
– De interesse para gestores públicos
• Desvantagens
Agrupamento em clusters incorre na redução da amostra, gerando
– Perda de poder
– Redução da precisão
Desenhos de aleatorização
Desenhos de aleatorização
Diferentes opções de desenho incluem:
– Loteria básica
– Por etapas
– Múltiplos tratamentos
– De estímulos
Essas alternativas não são excludentes
24
Loteria básica
Loteria básica
• As unidades (indivíduos, casas, escolas, etc.) são designadas 
aleatoriamente ao grupo de tratamento e ao grupo de controle
– O grupo de tratamento obtém acesso ao programa
– O grupo de controle NÃO obtém acesso ao programa
26
Loteria básica
27
Tratamento
Controle
Loteria básica
• Quando é útil?
– Quando não há recurso suficiente para cobrir todas as pessoas elegíveis 
ao programa
• Que possível restrição poderia ter?
– O grupo que não recebe o programa (o grupo de controle) pode não 
cooperar com a avaliação
28
Exemplo:
Programa de Ampliação de Cobertura da Educação Secundária 
(Colômbia)
• 1.600 candidatos a bolsas de estudo para estudantes de bairros 
desfavorecidos: cobrem mais da metade do custo de frequentar uma 
escola privada na Colômbia
• Demanda excede o número de bolsas de estudo disponíveis
...aleatoriza-se a entrega das bolsas
29
30
Loteria básica: exemplo
Amostra
1.600 candidatos à 
bolsa de estudo
Tratamento
800 estudantes 
recebem bolsa
Controle
800 estudantes não 
recebem bolsa
Desenho por etapas
Desenho por etapas
• Quando todos os candidatos devem receber o programa,
mas 
o programa é implementado em etapas
– Pode-se escolher aleatoriamente quem participa na primeira etapa 
e quem participa nas etapas seguintes
• No início, os grupos que ainda não receberam o programa 
fazem parte do grupo de controle
32
Desenho por etapas
Etapa 1
Tratamento: 1/3
Controle: 2/3
Etapa 2
Tratamento: 2/3
Controle: 1/3
Finaliza avaliação aleatória
Etapa 3
Tratamento: 3/3
Controle: 0
33
2
2
2 2
2
2
2
2
2
2
2
2
2 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
3
33
3
3
3
3
33
3
33
3 3
3
Desenho por etapas
• Quando é útil?
– Quando implementar o programa de uma só vez não é factível
– Quando não se pode excluir ninguém completamente
– Em última análise, todos recebem o programa
• Que possível restrição poderia ter?
– Difícil de medir efeitos a longo prazo
– Possibilidade do grupo de controle alterar seu comportamento 
antecipando o tratamento no período seguinte
34
Exemplo:
Programa Bolsa Verde, de Pagamento por Serviços Ambientais (Brasil)
• Há famílias que preenchem os requisitos necessários para serem beneficiárias, 
mas que ainda não integram o programa: há um excesso de demanda
• Se o programa tivesse um aumento no número de vagas, o critério de 
definição de quais famílias da fila de espera seriam beneficiadas poderia ser 
sorteio de um primeiro grupo
• Depois de alguns anos de tratamento, tentar-se-á verificar se houve um 
aumento, nas regiões e famílias inicialmente contempladas, em:
– Cobertura vegetal
– Consumo de bens duráveis
– Valor das propriedades
35
36
Desenho por etapas: Exemplo
Amostra
2.000 potenciais 
beneficiários ainda 
não haviam sido 
selecionados
Tratamento
1.000 candidatos 
são beneficiados
Controle
1.000 famílias 
aguardam mais pelo 
benefício
Tratamento
1.000 famílias são 
beneficiadas
Tratamento
1.000 famílias são 
beneficiadas
Etapa 1 Etapa 2
Desenho de múltiplos tratamentos
Desenho de múltiplos tratamentos
Às vezes queremos testar
• Qual de várias intervenções tem maior impacto?
• Qual é o componente mais efetivo do programa?
• Qual é a intensidade ideal do tratamento?
• Qual é a interação entre diferentes componentes de um programa?
É possível aleatorizar múltiplos tratamentos e analisar como se 
comparam uns com os outros e como se complementam
38
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Múltiplos tratamentos
Múltiplos tratamentos
40
Que possível restrição poderia haver?
• Quando não há um grupo de controle puro, o impacto estimado mede 
apenas o impacto relativo de uma intervenção versus outra
...além disso, são necessárias amostras muito grandes nos casos em que há 
vários tratamentos e se deseja fazer uma comparação entre eles
Exemplo: Efeito do envio de SMS aos pais na frequência de alunos (Brasil)
43
• Há evidência crescente na literatura de que melhorar a comunicação 
entre pais e escolas melhora a performance dos estudantes
• O funcionamento dos mecanismos é menos claro e se desejava conhecê-
lo mais detalhadamente
• Há uma avaliação experimental em curso em São Paulo utilizando 
diferentes tratamentos de SMSs enviadas aos pais:
– Conscientização (“Ir à escola todos os dias é importante para as notas de 
Maria”)
– Conscientização + informação (“Maria faltou à escola menos de três vezes nas 
últimas 3 semanas”)
– Conscientização + informação relativa (“Maria faltou à escola menos de três 
vezes nas últimas 3 semanas. A média da sala dela no mesmo período foi de 
quatro faltas.”)
44
Amostra
Pais de 
estudantes de 
escolas públicas 
de São Paulo
Tratamento 1
Recebem mensagem tipo 1 
(Conscientização)
Controle
Não recebe mensagens
Tratamento 2
Recebem mensagem tipo 2
(Conscientização + Informação)
Tratamento 3
Recebem mensagem tipo 3
(Conscientização + Informação 
relativa)
Exemplo: Efeito do envio de SMS aos pais na frequência de alunos (Brasil)
Esquema de incentivos
à participação
Esquema de incentivos à participação
• Às vezes é prático ou eticamente impossível designar o acesso a um 
programa de forma aleatória
– Mas a maioria dos programas tem uma participação inferior a 100% da 
população alvo
• Nesses casos é possível oferecer aleatoriamente um estímulo para 
participar da intervenção
46
Esquema de incentivos à participação
47
Estímulo
Sem estímulo
Participam
Não 
participaram
Cumprem
Não 
cumprem
Esquema de incentivos à participação
48
Comparar incentivados com não incentivados
Não comparar participantes com não 
participantes
Ajustar por não cumprimento na fase de análise
Estes devem estar correlacionados
Estímulo
Sem estímulo
Participam
Não 
participaram
Cumprem
Não 
cumprem
Esquema de incentivos à participação
49
Que possível restrição poderia ter?
• Mede o impacto daqueles que respondem ao incentivo
• Necessita de um incentivo suficientemente potente para elevar a 
quantidade de participantes
• O próprio incentivo pode ter um efeito direto sobre a variável de interesse
Exemplo: Programa de capacitação a microempreendedores (Chile)
50
• São oferecidas 20h de oficinas de capacitação a microempresas
• Quatro módulos: orçamento, poupança, empréstimo responsável e 
investimento
• Cobertura
– Beneficiários de alguns programas de empreendimento do Fundo Chileno 
de Solidariedade e Investimento Social
– Três regiões do Chile (V, VII, Região Metropolitana)
51
Exemplo: Programa de capacitação a microempreendedores (Chile)
Amostra
4.570 beneficiários 
de programas de 
empreendimento do 
FOSIS
Com 
incentivo
1.959 pessoas 
receberam 
convite
Sem 
incentivo
2.611 pessoas 
não receberam 
convite
Capacitados
Não capacitados
Não capacitados
Capacitados
Conclusões
Em resumo
• É possível aleatorizar de muitas maneiras diferentes
– diferentes opções de acordo com o tipo e o desenho de aleatorização
• A melhor maneira não existe: depende do contexto
• Pensar bem como aleatorizar…
– assegura validade interna
– permite responder a perguntas mais interessantes
53
Módulo 05 - Poder estatístico 20171003.pdf
Poder estatístico
Bruno Ferman
Professor da FGV-SP
Pesquisador afiliado do J-PAL
Objetivos
• Entender o que é poder estatístico
• Compreender a importância do poder estatístico no desenho de uma 
avaliação de impacto
• Entender como se determina o poder estatístico e como ele se relaciona 
com o tamanho da amostra e outros elementos de desenho de uma 
avaliação
2
Estrutura
1. O que é poder estatístico?
2. A importância do poder estatístico
3. Fatores que afetam o poder estatístico
3
O que é poder estatístico?
Incerteza e poder estatístico
• O poder estatístico é a probabilidade de se detectar o impacto de 
um programa quando referido impacto existe na população
• Por que falamos da probabilidade de se detectar um impacto 
existente?
Porque, ao trabalhar com dados de uma amostra, 
sempre existe um certo grau de incerteza
5
Variabilidade amostral
• A amostra é um subgrupo de uma população
• Distintas amostras extraídas de uma mesma população 
produzem diferentes resultados
• Isso se chama variabilidade amostral: os valores calculados a 
partir de amostras variam de uma amostra a outra
6
Exemplo de variabilidade amostral
P
o
p
u
la
ç
ã
o
-a
lv
o
Tratamento
Controle
8
9
8
6
99
129
8
8
9
8
9
10
5
10
6
12
9
129
10
6
9
8
109
2
9
12
9
8
6
6
8 10
12
9
Indicador: dias de desemprego
Suponha que queremos estudar o impacto de um programa 
de formação profissional
Para baratear custos, 
tomamos duas amostras 
representativas: uma do 
grupo de tratamento e 
outra do grupo de 
controle
7
P
o
p
u
la
ç
ã
o
a
lv
o
Tratamento
Controle
8
9
8
6
99
129
8
8
9
8
9
10
5
10
6
12
9
129
10
6
6
9
8
109
2
9
12
9
8
6
6
2
Tratamento: 
9 + 8 + 6 + 6 + 2
5
= 6,2
8 10
12
9 Controle: 
9 + 12 + 10 + 8 + 9
5
= 9,6
Concluímos que o programa teve um efeito positivo 
de -3,4 dias de desemprego
Exemplo de variabilidade amostral
Indicador: dias de desemprego
Extraímos uma amostra entre o grupo de tratamento e uma do 
grupo de controle, e assim verificamos: 
8
P
o
p
u
la
ç
ã
o
 a
lv
o
Tratamento
Controle
8
9
8
6
99
9
8
8
9
8
9
10
5
10
6
12
9
129
6
6
9
8
109
2
9
9
8
6
6
2
Tratamento: 
9 + 10 + 6 + 8 + 12
5
=
8 10
12
9 Controle: 
9 + 6 + 10 + 8 + 5
5
=
Agora concluímos que o programa teve um efeito 
negativo de +1,4 dia de desemprego
Exemplo de variabilidade amostral
Indicador: dias de desemprego
Mas se as amostras forem escolhidas de outra maneira...
9 10
8
12
6 9
5
9 8
10
6
7.6
9
Um cenário típico em que há um efeito positivo 
percebido
Duas causas podem explicar diferença de resultados a partir de uma só 
amostra:
a. Na população realmente existe uma diferença entre o grupo de 
tratamento e controle: o programa teve impacto
b. A diferença estimada é fruto de erro amostral. Na realidade, não houve 
impacto (a diferença real entre os dois grupos é zero)  ERRO TIPO 1
10
Um cenário típico em que não há efeito percebido
Duas causas podem explicar diferença de resultados a partir de uma só 
amostra:
a. Na população realmente não existe uma diferença entre o grupo de 
tratamento e controle: o programa não teve impacto
b. A ausência de diferença na estimação é fruto de erro amostral. Na 
realidade, houve impacto (a diferença real entre os dois grupos é 
diferente de zero)  ERRO TIPO 2
Mas como sabemos se o que observamos 
se encaixa em A ou B?
11
A importância do poder estatístico
Dois tipos de erros estatísticos
Dois tipos de erros estatísticos
Erro tipo I
(falso positivo)
Erro tipo II
(falso negativo)
Você está 
grávido!
Você não 
está 
grávida!
15
Dois tipos de erros estatísticos
CONCLUSÃO
Programa teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve impacto 
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 
16
Dois tipos de erros estatísticos
O que falta 
nesta tabela?
CONCLUSÃO
Programa teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve impacto 
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 
17
Dois tipos de erros estatísticos
CONCLUSÃO
Programa teve impacto Programa não teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve impacto 

Concluímos que o programa não teve 
impacto, quando na realidade teve
(mas a amostra é muito pequena 
para detectar o impacto)
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 

18
Erro tipo I
CONCLUSÃO
Programa teve impacto Programa não teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve impacto 

Concluímos que o programa não teve 
impacto, quando na realidade teve
(mas a amostra é muito pequena 
para detectar o impacto)
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 

Erro tipo I 19
Poder estatístico
Poder estatístico
Poder Estatístico: probabilidade de detectar 
um impacto quando ele existe
CONCLUSÃO
Programa teve 
impacto
Programa não teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve 
impacto


Concluímos que o programa não 
teve impacto, quando na realidade 
teve
(mas a amostra é muito pequena 
para detectar o impacto)
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 

20
Erro tipo II
CONCLUSÃO
Programa teve 
impacto
Programa não teve impacto
A 
VERDADE
SIM
Programa 
teve 
impacto


Concluímos que o programa não 
teve impacto, quando na realidade 
teve
(mas a amostra é muito pequena 
para detectar o impacto)
NÃO
Programa 
não teve 
impacto

Concluímos que o 
programa teve impacto, 
quando na realidade não 
teve 

Erro tipo II
21
CONCLUSÃO
SIM
Programa teve impacto
NÃO
Programa não teve 
impacto
A VERDADE
Efeito
Sem efeito
Poder 
estatístico
Você não 
está grávido!
Você está 
grávida!
Você não está 
grávida!
22
22
Por que o poder estatístico é importante?
Avaliação com 
baixo poder 
estatístico
Alta 
probabilidade 
de erro tipo II 
(falso negativo)
Risco de se
encerrar ou 
mudar um 
programa que 
é efetivo
Exemplo: Programa de microcrédito em Gana
Como diferentes taxas de juros afetam a 
demanda por microcrédito?
23
24
A cada 100 donos de negócios…
… 15 participaram de oficina sobre 
microcrédito
Exemplo: Sensibilidade a taxa de juros (Gana)
25
Exemplo: Sensibilidade a taxa de juros (Gana)
Dos 15 participantes…
5 começaram a preencher formulário
2 completaram o formulário
1 pediu o microcrédito
26
Baixa taxa de 
participação nas 
oficinas
Amostra 
pequena
Baixo poder 
estatístico
Avaliação foi 
cancelada
Exemplo: Sensibilidade a taxa de juros (Gana)
Fatores que afetam o poder 
estatístico
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up) 
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters
30
Tamanho da amostra
• Fazemos um experimento com uma amostra, que é um 
subgrupo escolhido aleatoriamente da população
População
Amostra
Amostragem aleatória
29
Tamanho da amostra
• Quanto maior a amostra, mais representativa ela 
será da população 
População Amostra
Amostragem aleatória
30
Tamanho da amostra
Quanto maior a amostra
• Mais representativa ela será da população
• Mais provável que o experimento capture qualquer impacto que 
ocorre na população
• Menor chance de erros tipo II (não detectar impacto)
• Maior poder e precisão
31
Uma amostra maior dá maior poder à avaliação experimental
32
Poder
Tamanho da amostra
1
0.75
0.5
0.3
Regra de ouro número 1
Regra de ouro número 1
Uma amostra maior dá maior poder à avaliação experimental
Menos poder
Mais poder


33
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up) 
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters
37
Exemplo: Prova Brasil (Brasil)
• A avaliação, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais (Inep), é aplicada em todo o país, e é composta por uma 
prova, realizada pelos alunos do quinto e do nono ano de escolas rurais 
e urbanas
• Um programa tem como meta melhorar os resultados das escolas 
tratadas em 20 pontos
• Outro programa visa melhorar os resultados em 1 ponto
É mais fácil de perceber as mudanças 
de 20 pontos do que de 1 ponto
É muito mais provável que meu grupo de tratamento seja, por um acaso, 
aleatorizado com uma nota em média um ponto acima da média da 
população do que com 20 pontos acima da população como um todo
35
Efeito grande Efeito pequeno
Se o efeito é pequeno, precisamos de uma 
“lupa” com maior aumento para vê-lo
2.5x
10x
36
Regra de ouro número 2
O tamanho do efeito e o tamanho da amostra são inversamente 
proporcionais a um nível de poder estatístico
Exige amostra menor
Exige amostra maior
Efeito grande
Efeito pequeno
37
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up) 
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters
43
Participação e tamanho do efeito
• Suponha um programa que dá fertilizantes a cada família rural beneficiada
• Suponha que entregamos o benefício do programa a quatro pessoas 
(grupo de tratamento) e temos outras quatro pessoas do grupo de controle 
que não o recebem
39
Tamanho do efeito com 100% de participação
Tratamento Controle
40
*
*
f f
f f
*
*
f = receberam fertilizantes
* = utilizaram os fertilizantes recebidos
Tamanho do efeito com 50% de participação
Tratamento Controle
41
f = receberam fertilizantes
* = utilizaram os fertilizantes recebidos
*
*
f f
f f
Regra de ouro número 3
• Participação imperfeita implica um menor efeito e vai exigir uma amostra 
maior para um nível de poder dado (regra de ouro número 2)
• Se já se antecipa que o programa terá uma participação imperfeita, é 
necessário planejar uma amostra maior
Exige uma amostra menor
Exige uma amostra maior
Participação 
perfeita
Participação 
imperfeita
42
f f
ff
*
f f
*
ff
* *
**
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up)
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters
49
Variância
• Suponha que temos um programa de saúde para aumentar a altura de 
crianças que vivem em extrema pobreza no Norte do Brasil
• Mas existe grande variância na altura da população
• Risco: podemos acabar com uma amostra que tem a maioria dos altos… 
ou uma com a maioria de baixos
AmostraPopulação
Amostragem aleatória
44
Variância
• Em uma população com muita variância, há uma probabilidade maior 
de que nossa amostra não seja representativa 
• Por outro lado, em uma população com pouca variação na altura, é 
mais provável que a amostra seja representativa
AmostraPopulação
Amostragem aleatória
45
Implicações de maior variância
• Se no final do programa as crianças tratadas são mais altas que as crianças 
do grupo de controle...
• É porque o grupo de tratamento tinha crianças mais altas ou é porque o 
programa funciona?
Controle
Tratamento
População Amostra
Amostragem aleatória
Programa implementado
46
Implicações de maior variância
Se a população tem uma altura similar no início, seria fácil saber:
• É mais provável que tenhamos uma amostra representativa
• E a diferença que vemos no final deve ser explicada pelo programa
47
Controle
Tratamento
População Amostra
Amostragem aleatória
Programa implementado
Regra de ouro número 4
• Para um nível de poder estatístico, quanto maior a variância, maior 
a amostra de que necessitamos
Precisamos de uma amostra
menor
Precisamos de uma amostra 
maior
Maior 
variância
Menor
variância
48
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up)
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters
56
50
Aumentar o tamanho da amostra aumenta o poder 
estatístico, mas cada vez menos
Poder
Tamanho da amostra
1
0.75
0.5
0.3
Maximizando o poder em uma amostra
• P é a proporção do tratamento na amostra
…P sempre será um número entre 0 a 1
• Para ter o máximo de poder estatístico para o tamanho de uma dada 
amostra, devemos minimizar
• Este termo é minimizado quando 𝑃 = 0,5: a metade da amostra está no 
grupo de tratamento
51
Regra de ouro número 5
• Para um nível de amostra, o poder estatístico é maximizado quando a 
amostra é dividida igualmente entre os grupos de tratamento e controle
Controle (n=4)
Tratamento (n=4)Amostra (n=8)
52
Fatores que afetam o poder estatístico
• Tamanho da amostra
• Tamanho do efeito
• Participação (take-up) 
• Variância
• Proporções de alocação experimental
• Clusters (Agrupamentos)
61
Os indivíduos dentro de um cluster podem se 
comportar da mesma maneira
Controle
Tratamento
População
54
Regra de ouro número 6
• Para uma dada amostra, aleatorizar por clusters reduz o poder estatístico
Precisamos de amostra 
menor
Precisamos de amostra
maior
55
• Para uma dada amostra, há menos poder estatístico quando se 
aleatoriza por clusters
• Apesar disso, pode ser que aleatorizar por clusters seja a melhor opção por 
outras razões: externalidades, razões logísticas etc. 
Em geral, o número de clusters é determinante para o poder estatístico, 
não o número de pessoas em cada cluster
56
Regra de ouro número 6
Controle
Tratamento
População
57
Ou os indivíduos dentro de um cluster podem 
se comportar de maneira diferente
A correlação intra-clusters (CIC) mede o quanto os indivíduos dentro de 
um cluster são similares no que se refere à variável de interesse
• CIC pode ser alto
• CIC pode ser baixo
Correlação Intra-Clusters (CIC)
58
Regra de ouro número 7
• Para um dado nível de poder estatístico, uma maior Correlação Intra- Clusters 
(CIC)  é necessária uma amostra maior
– Quanto maior o CIC, a melhor solução é aumentar a amostra incluindo mais 
clusters, em vez de mais indivíduos aos clusters
Precisamos de amostra 
menor
Precisamos de amostra 
maior
59
• Distintas amostras extraídas de uma mesma população produzem 
resultados distintos
• É necessário ter poder estatístico para detectar o impacto de um programa
• O tamanho da amostra é o principal determinante do poder estatístico
Conclusões
69
Regras de ouro
1. Amostra maior  Mais poder estatístico
2. Para detectar efeito menor  Necessidade de amostra maior
3. Participação (take-up) baixa  Necessidade de amostra maior
4. Alta variância na população  Necessidade de amostra maior
5. Para uma dada amostra, um número igual de unidades no grupo de 
tratamento e no grupo de controle maximiza o poder
6. Para uma dada amostra, agrupar clusters significa  menor poder
7. Maior correlação entre clusters  é necessário maior tamanho de amostra
61
Módulo 06 - Medição 20171026.pdf
Medição
Cristine Pinto
Professora da FGV-SP
Um laptop por aluno
Fonte: http://one.laptop.org/
2
3
Problemas/
necessidades
Resultados finais
Resultados 
intermediários
Produtos
Insumos/
atividades
Baixo desempenho 
escolar
Melhor desempenho 
escolar
Uso de laptops em casa
Alunos e professores com laptops
Curso para professores sobre 
uso de laptops em aula
Professores capacitados
Uso de laptops em aula
Mais 
presença e 
matrícula
Mais tempo 
dedicado a 
lições e leituras
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Entrega de laptops com 
material pedagógico
4
Baixo desempenho escolar
Melhor desempenho escolar
Uso de laptops em aula
Alunos e professores com laptops Professores capacitados
Mais tempo 
dedicado a lições 
e leituras
Mais presença 
e matrícula
Aulas mais 
divertidas e de 
melhor qualidade
Uso de laptops em casa
% de estudantes que disseram ter usado o 
laptop em sua casa na semana anterior
Pontuação em provas de matemática e português
Curso a professores sobre uso de laptops em aulaLaptops com material didático entregues a alunos e professores
N° de laptops entregues
Taxa de uso em visitas surpresa
N° de professores que fizeram 
o curso
N° de cursos organizados
N° de alunos e professores com 
acesso a um laptop
Taxa de absenteísmo 
e matrícula % que estudou em casa e % que 
leu um livro na semana anterior
Índice de motivação dos alunos
Pontuação em provas de matemática e português
Esquema da apresentação
1. Objetivos da medição
2. O processo de responder a uma pergunta
3. Erros de medição
4. Fontes de dados
5. Melhores práticas
5
Objetivos da medição
O objetivo da medição
7
Exato e preciso
Inexato e preciso
Exato e impreciso
Inexato e

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