Compliance Fiscal e Relações Tributárias

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“O planejamento tributário assume interesse justamente por não se encontrar em qualquer das hipóteses anteriores: cogita-se do particular que se vale de lacunas, de textos mal redigidos, do formalismo oriundo do histórico positivista do ordenamento tributário ou de prática inusitadas, como forma de reduzir sua tributação. Em comum, todos os comportamentos considerados como planejamento tributário têm em comum a recusa do contribuinte, de um lado, de descumprir a legislação (daí não se confundir com a evasão), mas de outro, de dobrar-se à tributação que, doutro modo, seria exigível”.
      
Referência: SCHOUERI, Luís Eduardo. Planejamento tributário e garantias dos contribuintes: entre a norma geral antielisão portuguesa e seus paralelos brasileiros. In. ALMEIDA, Daniel Freire e; GOMES. Fabio Luiz; CATARINO, João Ricardo. (Org.). Garantias dos contribuintes no sistema tributário: Homenagem a Diogo Leite de Campos. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 373.
     
Com base no fragmento de texto apresentado, avalie as afirmações a seguir.
      
I. O texto tem como objeto as práticas de planejamentos tributários abusivos, sem previsão na legislação e que ofende o ordenamento jurídico, conhecidas como evasão fiscal.
II. O planejamento tributário trata de uma prática elisão tributária constitui na prática de atos lícitos – ainda que não sejam expressamente previstos, mas nunca proibidos – para se obter um efeito tributário desejado, como a redução da carga tributária.
III. No planejamento tributário o contribuinte se recusa ao cumprimento da legislação tributária para evitar a tributação incidente sobre a sua atividade.
IV. Tanto a elisão quanto a evasão fiscal têm como propósito a redução da tributação incidente na atividade empresarial do contribuinte. No entanto, apenas a redução obtida na elisão fiscal é lícita, enquanto que na evasão fiscal é ilícita.
      
É correto o que se afirma em:
· 
I, II, III e IV.
· 
I e III, apenas.
· 
III e IV, apenas.
· Resposta correta
II e IV, apenas.
· 
I e II, apenas.
Analise abaixo o seguinte trecho de notícia extraída no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil:
      
“A Receita Federal, em conjunto com as Secretarias de Fazenda dos Estados do Tocantins, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Para, está iniciando nesta semana os procedimentos de fiscalização junto a contribuintes optantes do Simples Nacional, que não efetuaram a autorregularização das divergências identificadas no Alerta do Simples Nacional 3.
Foram foco desta edição do Alerta SN as divergências entre o total anual de receita bruta informada no Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D) e os valores das notas fiscais eletrônicas (NFe) de vendas emitidas, expurgadas das NFe de entrada de devoluções.
Os comunicados foram disponibilizados aos contribuintes no Portal do Simples Nacional de fevereiro a abril de 2016, momento em que tiveram a oportunidade de conhecer as divergências detectadas e promover a retificação de suas declarações, sem a aplicação de multa de ofício”.
     
Referência: Sítio eletrônico RFB – “Receita Federal e Fiscos Estaduais iniciam fiscalização conjunta”. Disponível em: < http://receita.economia.gov.br/noticias/ascom/2017/marco/receita-federal-e-fiscos-estaduais-iniciam-fiscalizacao-conjunta > Acesso em: 03 ago. 2020.
         
Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
       
I. O trecho revela um esforço das diversas unidades da federação, em conjunto com a Receita Federal do Brasil, na assistência mútua para uma fiscalização mais efetiva de seus contribuintes, nos termos do art. 199 do CTN.
II. A principal foco de fiscalização das Administrações Tributárias são empresas optantes do Simples Nacional, que apresentam índices mais elevados de sonegação.
III. A adoção de procedimentos adequados de compliance fiscal pelos contribuintes poderia ter contribuído para essas empresas fiscalizadas, não apenas de forma preventiva, buscando evitar ou minimizar irregularidades fiscais, como igualmente, após a intimação dos órgãos públicos para a autorregularização, criando procedimentos adequados para revisar suas apurações fiscais e corrigir as divergências detectadas, e, ainda, medidas para prevenir a ocorrência dos mesmos erros no futuro.    
     
É correto o que se afirma em
· 
I, II e III.
· 
III, apenas.
· Resposta correta
I e III, apenas.
· 
I e II, apenas.
· 
II, apenas.
Sobre o programa de estímulo à conformidade da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo (“Nos Conformes”), podemos destacar como sanção premial (incentivo à conformidade):
· 
Os contribuintes de categorias mais baixas estão impedidos de renovar sua inscrição estadual.
· Resposta correta
Os contribuintes de categorias mais elevadas se sujeitam ao procedimento de Análise Fiscal Prévia.
· 
Os contribuintes de categorias mais baixas terão aplicação de multa agravada em autos de infração lavrados em face deles.
· 
Os contribuintes de categorias mais elevadas terão acesso a isenções exclusivas.
· 
Os contribuintes de categorias mais elevadas recebem anistia em relação a multas de períodos anteriores, atendidos os requisitos de lei.
Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta:
I – As obrigações tributárias principais têm como fundamento o art. 113, §1º do CTN, e têm como objeto o pagamento do tributo.
II – As obrigações tributárias principais têm como fundamento o art. 113, §2º do CTN, e têm como objeto apenas o preenchimento e a entrega de declarações para fins fiscalizatórios.
III – Cada Administração Tributária poderá disciplinar em sua lei ordinária os limites para a fiscalização tributária, diante da ausência de um tratamento do tema em legislação nacional.
· 
Apenas os itens II e III estão corretos.
· 
Apenas o item II está correto.
· 
Apenas os itens I e II estão corretos.
· 
Apenas o item III está correto.
· Resposta correta
Apenas o item I está correto.
Dentre as hipóteses de responsabilidade tributária por transferência, a responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional exige, para sua configuração:
· 
Basta a aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional para que o Fisco possa transferir à adquirente a responsabilidade tributária.
· 
Que a adquirente e a alienante tenham sócios em comum.
· Resposta correta
Não basta a aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional; é necessário que o adquirente continue a respectiva exploração.
· 
A aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional deve se dar por instrumento público.
· 
Que tanto a adquirente quanto a alienante pertençam ao mesmo grupo econômico.
TEXTO I
“Remarque-se que o tributo nasce, (i) no mundo real, no momento que ocorre o fato descrito na hipótese de incidência (tipo legal tributário), à qual a lei conecta o dever de efetuar a prestação e (ii) no mundo jurídico, quando a autoridade competente promove a subsunção. Sempre a propósito, já se disse que a hipótese de incidência traça uma moldura e que o fato imponível, para assim ser considerado, deve preenchê-la por inteiro. Se falta um aspecto, prazo ou pormenor, por mais singelo, ainda não ocorreu o fato imponível e, portanto, ainda não nasceu a obrigação tributária”.
      
Referência: Disponível em: CARRAZZA, Roque Antonio. Reflexões sobre a obrigação tributária. São Paulo: Noeses, 2010, p. 53.
     
TEXTO II
“O Direito é, por excelência, acima de tudo, instrumento de segurança. Ele é que assegura a governantes e governados os recíprocos direitos e deveres, tornando viável a vida social”.
      
Referência: Disponível em: ATALIBA, Geraldo. República e Constituição. 3ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2011, p.180.
    
Considerando os textos apresentados, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.I. Nos termos do art. 113, §1º do CTN, a obrigação principal “surge com a ocorrência do fato gerador”, ou seja, apenas quando se constatar a perfeita subsunção dos fatos à norma de incidência tributária positivada, em sua exata dimensão (tempo, lugar, pessoas envolvidas etc.), é que nascerá a obrigação de o contribuinte recolher aos cofres públicos valos pecuniário à título de tributo, em conformidade com a lei.
     
PORQUE
    
II. O Direito, como instrumento de segurança jurídica, deve prever com exatidão, em seus antecedentes normativos, os aspectos fáticos necessários e suficientes para se caracterizar uma determinada situação, a qual se atribui relevância jurídica e que, uma vez ocorrida, fará nascer a obrigação tributária.
       
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
· 
As asserções I e II são proposições falsas.
· 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
· 
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
· 
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
· Resposta correta
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
No que se refere à relação fisco-contribuinte, muitos estudos sugerem que um objetivo a ser perseguido pelas Administrações Tributárias é a promoção de condições para incentivar o cumprimento voluntário das obrigações tributárias. Sobre ele, podemos afirmar:
· 
O cumprimento voluntário é indiferente para a Administração Tributária.
· 
O cumprimento voluntário aumenta o volume de tributos arrecadados, porém há uma diminuição da quantidade de contribuintes que passam a cumprir suas obrigações tributárias.
· 
O cumprimento voluntário diminui o volume de tributos arrecadados e a quantidade de contribuintes que passam a cumprir suas obrigações tributárias.
· Resposta correta
O cumprimento voluntário aumenta o volume de tributos arrecadados e a quantidade de contribuintes que passam a cumprir suas obrigações tributárias.
· 
O cumprimento voluntário diminui o volume de tributos arrecadados, porém há um aumento da quantidade de contribuintes que passam a cumprir suas obrigações tributárias.
Nos crimes materiais contra a Ordem Tributária, previstos no art. 1º da Lei nº 8.137/1990, é correto afirmar que:
· A pena pelo crime tributário é de reclusão, de 4 a 10 anos.
· 
Basta a realização de alguma das condutas previstas nos incisos do art. 1º da Lei nº 8.137/1990, com o dolo específico de sonegação, para configurar o crime material contra a Ordem Tributária, ao menos em sua modalidade culposa.
· 
A responsabilidade criminal, por ser mais gravosa, exclui a responsabilidade administrativa.
· 
Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o crime tributário se consuma com a entrega da declaração, independentemente do processo administrativo.
· Resposta correta
Não basta que haja supressão ou redução de tributos, mas igualmente haja a prática, por parte do infrator, de alguma das condutas previstas nos incisos do art. 1º da Lei nº 8.137/1990, com o dolo específico de sonegação.
Analise o excerto da notícia abaixo, extraída do sítio eletrônico do Senado:
    
“O Poder Legislativo analisa mais de 100 propostas de emenda à Constituição (PECs) para reformar o Sistema Tributário Nacional, mas o esforço recente gira em torno de duas matérias. A PEC 45/2019, apresentada em abril pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), aguarda parecer na comissão especial da Câmara. A PEC 110/2019, sugerida em julho pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está pronta para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
A principal convergência entre as duas propostas é a extinção de diversos tributos que incidem sobre bens e serviços. Eles seriam substituídos por um só imposto sobre valor agregado (veja abaixo um quadro comparativo das propostas). A PEC 45/2019 extingue cinco tributos: três de competência da União (IPI, PIS e Cofins) e dois de estados e municípios (ICMS e ISS). Além desses, a PEC 110/2019 acaba com outros quatro impostos federais (IOF, salário-educação, Cide-combustíveis e Pasep).
A mudança traz algumas vantagens: simplicidade na cobrança (com o menor número possível de alíquotas e regimes especiais); incidência apenas sobre o consumo; e uniformidade em todo o país. Mas as semelhanças entre as duas propostas param por aí, e o desafio da comissão mista será harmonizar as divergências, que não são poucas”.
        
Referência: Agência Senado – “Reforma tributária é prioridade deste ano no Congresso”. Disponível em: <  https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/01/27/reforma-tributaria-e-prioridade-deste-ano-no-congresso > Acesso em: 03 ago. 2020.
        
Considerado as informações apresentadas, é correto afirmar que
SUA RESPOSTA ESTÁ INCORRETA
A alternativa está incorreta, pois, como o próprio texto aponta ao final, ainda que em sua concepção de criação de um único imposto sobre o consumo as duas propostas sejam semelhantes, há uma séria de divergências nas propostas apresentadas.
· 
o texto indica que as propostas de reforma tributária apresentam vantagens em relação ao sistema atual, porém, de difícil concretização, na medida em que poderiam implicar violação ao pacto federativo.
· 
a principal crítica que se faz aos projetos de reforma tributária referem-se a questões federativas, na medida em que não há um equilíbrio no número de tributos que serão substituídos e/ou extintos, prejudicando a arrecadação da União Federal.
· 
· Resposta correta
o texto evidencia que o sistema tributário brasileiro é complexo, não apenas em decorrência do elevado número de tributos existentes, como igualmente pelo número de regimes de apuração e alíquotas desses tributos, por vezes diferentes em cada unidade da federação.
· 
a redução do número de tributos é positivo em termos de simplificação, mas prejudicial em termos arrecadatórios para os entes tributantes.
o texto aponta para a existência de diversas propostas de reforma tributária em andamento no Poder Legislativo, que apresentam soluções praticamente idênticas, exceto em relação ao número de tributos que serão substituídos por um único imposto sobre valor agregado.
“Em 2019, o segmento das denominadas “malhas finas” para pessoas físicas e jurídicas permaneceu em destaque dentre as ações executadas pela fiscalização com o objetivo de incentivar a autorregularização e o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias. Para as pessoas físicas, avançou-se, em 2019, com o Projeto de Reestruturação da Malha PF, com a evolução da gestão de riscos na seleção de declarações e a alteração nos sistemas para permitir que, em 2020, o contribuinte retido em malha tenha que apresentar apenas os documentos relativos ao parâmetro que motivou sua retenção. Essa alteração simplificará a comprovação das informações pelo contribuinte e também agilizará a análise desses documentos pelo Auditor-Fiscal.
Para as pessoas jurídicas, como resultado concreto do Projeto Fiscalizações de Alta Performance – FAPE/Malha PJ, o ano de 2019 foi marcado pela execução de ações céleres de âmbito nacional, destinadas à promoção da autorregularização e posterior constituição do crédito tributário dos contribuintes que não se autorregularizaram. Foram realizadas ações com foco em contribuições previdenciárias, com a continuidade das operações GILRAT (Contribuição do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho), e Falso Simples (contribuintes que alegavam ser optantes do Simples Nacional, cuja condição de optante regular não foi confirmada nos sistemas da RFB)”.
           
Referência: Sítio eletrônico da RFB – “Plano Anual de Fiscalização 2020”. Disponível em: < https://receita.economia.gov.br/dados/resultados/fiscalizacao/arquivos-e-imagens/plano-anual-de-fiscalizacao-resultados-de-2019-e-plano-para-2020.pdf/view > Acesso em: 03 ago. 2020.
          
Considerado as informações apresentadas, é correto afirmar que
procedimentos para os contribuintes.· 
o texto evidencia a necessidade de implementação de políticas de compliance impecáveis para evitar autuações decorrentes do cruzamento de informações fiscais, que necessariamente acarretarão a constituição do crédito tributário.
· 
há uma nítida disparidade nos resultados apresentados nas “malhas finas” da pessoa física e jurídica, explicada, dentre outros fatores, pelo fato de o projeto “malha fina” para pessoas físicas é mais antigo que aquele destinado a pessoas jurídicas.
· 
o projeto “Malha Fina” apresenta diferentes enfoques, conforme destinado a pessoa física ou à jurídica. Em relação a primeira, o foco está na “autorregularização” do contribuinte e adoção de procedimentos menos austeros; já em relação à última, o foco reside em identificar e autuar contribuintes inadimplentes com maior austeridade.
· Resposta correta
a Receita Federal do Brasil tem trabalhado na implementação de medidas para constante evolução no sistema de fiscalização denominado “malha fina”, como constante simplificação e racionalização de seus procedimentos.
· 
a racionalização do “Projeto de Reestruturação da Malha PF” gerou importante aumento de arrecadação, na medida em que dificultou práticas evasivas do contribuinte.