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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Eliane Conterato Lélis Espartel Vinicius Simionato Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 C761i Conterato, Eliane. Instalações hidráulicas / Eliane Conterato, Lélis Espartel, Vinicius Simionato. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 237 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-096-2 1. Instalação hidráulica – Engenharia hidráulica. I. Espartel, Lélis. II. Simionato, Vinicius. III. Título. CDU 696.1 Revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS) Professora do curso de Engenharia Civil (FSG) Iniciais_Instalações hidráulicas.indd 2 12/07/2017 11:39:45 Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Escrever a função do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Identi� car os principais equipamentos de proteção contra incêndio. Explicar as metodologias de dimensionamento nas normas dos prin- cipais sistemas especí� cos. Introdução Os sistemas de combate a incêndio são elementos cada vez mais pre- sentes nos projetos das novas edificações, e também na readequação das construções existentes. Os incidentes ocorridos nos últimos anos levaram a uma maior preocupação quanto à segurança das edificações em sinistros, como incêndios, o que apontou um grande problema no País: a grande maioria das edificações não seguia as normas, nem as recomendações do Corpo de Bombeiros do local. Por sua vez, as normas e os documentos informativos são confusos e, não raro, apontam para direções e soluções diferentes. Como consequência, tem havido uma grande movimentação nesta área, tanto na parte de atualização das normas e recomendações quanto na capacitação dos profissionais para compreenderem as demandas a fim de tornar as edificações mais seguras. Neste capítulo você vai conhecer algumas definições acerca de um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), vendo detalhes sobre seus componentes, seus principais equipamentos de proteção e o leque de normas e instruções que norteiam a execução destes projetos no Brasil. U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 217 11/07/2017 12:53:25 O que é um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI)? O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é um conjunto de projetos e ações que visam a proteger os ocupantes de espaços físicos contra possíveis sinistros gerados pelo fogo. Os grandes objetivos do PPCI são adequar as instalações para seu correto uso; instalar equipamentos de segurança coletiva para tornar o ambiente o mais seguro possível; e facilitar a evacuação em caso de emergências. O PPCI é regulamentado pelos Resoluções Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar, e são divididos em três tipos: a) Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB) – destinado a edificações com área menor ou igual a 200 m² e até 2 pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio e que não possuam central de GLP ou manuseio ou depósito de líquidos combustíveis e inflamáveis. b) Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio (PSPCI) – desti- nado a edificações com área menor ou igual a 750 m² e até 3 pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio. c) Plano de Plano Prevenção Contra Incêndio (PPCI) – exigido para edificações com área construída superior a 750 m², ou ainda: ■ que possuam mais de 3 pavimentos; ■ que possuam central de GLP; ■ que sejam locais de reunião de público (restaurantes com mais de 200 m², boates, salões de baile, etc.); ■ que armazenem ou comercializem líquidos inf lamáveis e combustíveis; ■ que se enquadrem como risco alto de incêndio. Seu principal objetivo é manter a segurança das pessoas que frequentam esses espaços, garantindo a saída e a desocupação em caso de um possível incêndio. Os proprietários dessas edificações são os responsáveis por en- caminhar e protocolar o pedido de regularização do PPCI junto ao Corpo de Bombeiros. Depois de visitar o local e conferir se todas as exigências estão de acordo, o Corpo de Bombeiros emite o alvará, que tem validade estabelecida conforme a situação. O proprietário do local consegue fazer pela Internet apenas o requerimento do CLCB. Para cada uma das classificações há um tipo Instalações hidráulicas218 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 218 11/07/2017 12:53:26 de exigência diferente em relação aos equipamentos que devem ser instalados na edificação. As medidas de segurança contra incêndio devem ser elaboradas e executadas por profissionais habilitados, como engenheiros e arquitetos, credenciados e registrados em seus respectivos conselhos, como o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e o CAU (Conselho Regional de Arquitetura). A irregularidade e o não cumprimento dessas obrigações podem acarretar em multa e interdição do local. O proprietário do local consegue fazer pela Internet apenas o requerimento do CLCB. O PPCI completo compreende: Proteção por extintores; Hidrantes, se necessário; Instalações de gás combustível; Saídas de emergência; Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA); Iluminação de emergência; Sistema de alarme e detecção; Rota de fuga. Equipamentos de segurança contra incêndio Você vai ver agora os principais elementos que constituem os PPCIs e suas utilizações. Extintor – ABNT NBR 12693:2013 De acordo com a ABNT NBR 12693:2013 – Sistemas de proteção por extintores de incêndio, um extintor é um aparelho manual utilizado com a fi nalidade de combater princípios e focos de fogo que contém um determinado agente extintor para certos tipos de incêndios. Os extintores devem fi car em locais de fácil acesso, onde não sejam bloqueados pelo fogo, e possuir a devida 219Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 219 11/07/2017 12:53:26 sinalização, para facilitar sua identifi cação. Os extintores precisam fi car em locais que não sofram com intempéries, como sol, chuvas e ventos. Figura 1. Extintor de incêndio. Fonte: A_KUDR / Shutterstock.com. Existem diferentes tipos de extintores para cada tipo de material que está queimando. Um incêndio pode ser causado por diversos materiais, e cada agente (tipo de extintor) deverá ser utilizado no combate de cada um. Você deve estar se perguntando: como faço para saber qual tipo de extintor utilizar em caso de incêndio? Para isso, vamos primeiro classificar a natureza do fogo, em função do material combustível: Fogo classe A: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos. Fogo classe B: fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície. Fogo classe C: fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizados. Fogo classe D: fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio. Instalações hidráulicas220 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 220 11/07/2017 12:53:27 Fogo classe K: fogo envolvendo meios de cozinhar: óleos não saturados, gordura animal e vegetal. Assim, os extintores são classificados de acordo com o agente extintor que ele possui. Os principais tipos de extintores, e suas indicações de utilização, são: Extintor com carga de água: indicado para incêndios de classe A. Tem como princípio de extinção o resfriamento, agindo em materiais como madeiras, tecidos, papéis, borrachas e fibras. É proibida sua utilização em incêndios de classe B e C. Extintor com carga de gás carbônico: indicado para incêndios de classe B e C. Seu princípio de extinção é por abafamento e resfriamento, agindo em materiais combustíveis, líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. Extintor com carga de pó químico B/C: age por meio de reações químicas, sendo indicado para incêndios de classe B e C. Extintor com carga de pó químico A/B/C: seu princípio de extinção é por meio de reações químicas e abafamento, podendo ser utilizado para incêndios dos três tipos de materiais. Extintor com espuma mecânica: indicado para incêndios de classe A e B; seu uso é proibido nos incêndios de classe C. É importantíssima a utilização correta dos extintores seguindo sua classe e o tipo de material que causa o princípio de incêndio. A utilização de um extintor que não é recomendado para o material incendiado pode, em vez de diminuir o princípio de incêndio, contribuir para sua propagação! A localização e quantificação das UEs (unidades extintoras) devem atender a norma ABNT NBR 12693:2013. Primeiramente, a norma estabelece a rela- ção entre as unidades extintoras e a carga nominal de cada tipo de extintor, conforme mostrado na Tabela 1. 221Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 221 11/07/2017 12:53:27 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 3). Tabela 1. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, a carga nominal e a capacidade extintora equivalente. Para a quantificação e localização, as Tabelas 2 e 3 estabelecem, para cada classe de fogo, a área máxima a ser protegida por unidade extintora e a distância máxima real percorrida por extintor. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 5-6). Tabela 2. Tabelas para a localização e o dimensionamento dos extintores. Instalações hidráulicas222 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 222 11/07/2017 12:53:28 O extintor tem de ser instalado de maneira que: Haja menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso. Seja visível, para que todos os usuários fiquem familiarizados com sua localização. Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial. Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou qualquer outro material; Esteja junto ao acesso dos riscos. Sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo, etc. Não fique instalado em escadas. Alarme de incêndio – ABNT NBR 17240:2010 O alarme de incêndio tem como proposta identifi car o início de um possível incêndio por meio de detectores de fumaça, chama ou calor. O alarme pode ser acionado de forma manual ou automaticamente. A tecnologia dos alarmes de incêndio vem evoluindo no mercado de preven- ção, pois tem se mostrado um grande aliado na proteção de vidas humanas e na diminuição de perdas materiais de uma maneira muito eficiente. A proteção adequada de determinada área ou equipamento somente será possível após um cuidadoso estudo de todas as particularidades, visando ao emprego dos componentes e sistemas mais eficazes para cada caso. Os alarmes de incêndio possuem uma tabela normativa que classifica a necessidade de instalação de acordo com cada caso específico. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 5-6). Tabela 3. Tabela para a localização e o dimensionamento dos extintores. 223Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 223 11/07/2017 12:53:28 Figura 2. Alarmes de incêndio. Fonte: Hurghea Constantin / Shutterstock.com. A seleção do tipo e do local de instalação dos detectores deve ser efetuada com base nas características mais prováveis de um princípio de incêndio e do julgamento técnico, considerando os seguintes parâmetros: aumento da temperatura; produção de fumaça; produção de chama; materiais existentes nas áreas protegidas; forma e altura do teto; ventilação do ambiente; temperaturas típica e máxima de aplicação; entre outras características de cada instalação, conforme requisitos técnicos dos equipamentos. Os principais tipos de detectores são os de fumaça, os de temperatura e os de chama, podendo ser isolados ou em linha. Sobre os detectores pontuais de fumaça, a norma recomenda que a má- xima área de cobertura para um detector pontual de fumaça, instalado em um ambiente livre e desobstruído, a uma altura de até 8 m, em teto plano ou com vigas de até 0,20 m, e com até oito trocas de ar por hora, é de 81 m2. Essa área pode ser considerada um quadrado de 9 m de lado inscrito em um círculo, cujo raio seja igual a 6,30 m, como mostra a Figura 3. Instalações hidráulicas224 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 224 11/07/2017 12:53:28 Figura 3. Área de cobertura de um alarme de incêndio. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2010). Os detectores pontuais de fumaça devem estar localizados no teto, distantes, no mínimo, 0,15 m da parede lateral ou vigas. Os detectores pontuais de temperatura são utilizados para monitorar ambientes com presença de materiais, cuja característica no início da combustão é gerar muito calor e pouca fumaça. Quanto às orientações a serem seguidas para estes detectores, a máxima área de cobertura para um detector pontual de temperatura, instalado a uma altura de até 5 m e em teto plano ou com vigas de até 0,20 m, é de 36 m2. Essa área pode ser considerada um quadrado de 6 m de lado, inscrito em um círculo cujo raio será igual a 4,20 m. Os detectores pontuais de temperatura devem estar localizados no teto, distantes, no mínimo, 0,15 m da parede lateral ou vigas. Em casos justificados, é possível instalar os detectores na parede lateral, a uma distância entre 0,15 e 0,30 m do teto. Já os detectores de chama são instalados em ambientes onde se deseja detectar o surgimento de uma chama. Sua instalação tem de ser executada de forma que seu campo de visão não seja impedido por obstáculos, para assegurar a detecção do foco de incêndio na área por ele protegida. Os detectores de chama precisam cobrir a área protegida de modo que não haja pontos encobertos onde uma possível chama seja gerada. Estes detectores são recomendados em áreas onde uma chama possa ocorrer rapidamente, como em hangares, 225Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 225 11/07/2017 12:53:29 áreas de produção petroquímica, áreas de armazenagem e transferência de materiais inflamáveis, instalações de gás combustível, cabines de pintura ou áreas com solventes inflamáveis; e em áreas abertas ou semiabertas, onde o vento pode dissipar a fumaça e o calor, impedindo a ação dos detectores de fumaça e de temperatura. Hidrante e Mangotinhos – ABNT NBR 13714:2000 São equipamentos de combate a incêndio exigidos apenas em locais que possuam alto grau de risco e que tenham área igual ou superior a 750 m². É uma espécie de tomada de água, pertencente a um sistema fi xo de comando, que serve como suplemento para alimentar as linhas de mangueiras que serão utilizadas para combater princípios de incêndio ou controlá-lo até a chegada do Corpo de Bombeiros. São geralmente instalados em prédios residenciais, comerciais, industriais, e contam com um sistema completo de tubulação, mangueira semirrígida, reservatório d’água, válvula de abertura rápida, es- guicho e abrigo (caixa). Figura 4. Hidrantes e mangotinhos. Fonte: guillermo celano / Shutterstock.com. A norma sugere dois tipos de sistemas (hidrante e mangotinho), de acordo com o diâmetro da mangueira (veja a Tabela 4). Instalações hidráulicas226 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 226 11/07/2017 12:53:29 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000, p. 6). Tabela 4. Tipos de hidrantes e mangotinhos, segundo o diâmetro da mangueira. Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um (sistema tipo 1) ou dois (sistemas tipos 2 e 3) esguichos, considerando o comprimento da(s) mangueira(s) e seu trajeto real, e desconsiderando o alcance do jato de água. Como o Anexo D da norma ABNT NBR 13714:2000é muito extenso para ser inserido neste capítulo, fique à vontade para consultá-lo. Ele apresenta as divisões dos tipos de edificações e a aplicabilidade de cada sistema. No Anexo D é indicada também a vazão mínima para cada situação. Para o cálculo hidráulico, utilize as seguintes fórmulas para determinar a perda de carga na tubulação: Colebrook J = 605 × Q1,85 × C-1,85 × d-4,87 × 105 Onde: J é a perda de carga por atrito, em quilopascals por metro; Q é a vazão, em litros por minuto; C é o fator de Hazen-Williams; 227Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 227 11/07/2017 12:53:29 d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros. A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve ser superior a 4 m/s. Para calculá-la, você vai utilizar a seguinte equação: V = Q/A Onde: V é a velocidade da água, em metros por segundo; Q é a vazão de água, em metros cúbicos por segundo; A é a área interna (o diâmetro interno) da tubulação, em metros quadrados. É necessário dimensionar também a reserva de incêndio, que é um volume de água a ser utilizado unicamente para os hidrantes e mangotes. A reserva de incêndio tem de ser prevista para permitir o primeiro combate, durante determinado tempo. Após este tempo, considera-se que o Corpo de Bombeiros mais próximo atuará no combate, utilizando a rede pública, caminhões-tanque ou fontes naturais. Para qualquer sistema de hidrante ou de mangotinho, você vai determinar o volume mínimo de água da reserva de incêndio com a seguinte fórmula: V = Q × t Onde: Q é a vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme a Tabela 1, em litros por minuto; t é o tempo de 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para o sistema do tipo 3; V é o volume da reserva, em litros. Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos (Sprinklers) – ABNT NBR 10897:2014 Os sprinklers, também conhecidos como chuveiros automáticos, formam o sistema mais efi ciente no controle de propagação de fogo. Eles são ativados automaticamente após identifi carem princípios de fumaça e fogo, e uma das suas principais vantagens é o combate ao incêndio direto no foco de origem. Seu acionamento automático é simultâneo com o sistema de alarme, aumentando sua efi ciência. Pela complexidade e pelos custos envolvidos na sua instalação, são exigidos apenas em construções acima de 3000 m². Instalações hidráulicas228 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 228 11/07/2017 12:53:30 A norma ABNT NBR 10897:2014 cobre o dimensionamento dos chuveiros automáticos, levando em consideração o tipo de edificação e seu grau de risco para indicar o tempo mínimo de operação do sistema, as pressões e as vazões nos chuveiros. A partir destes dados, é possível obter os diâmetros das demais tubulações nas tabelas subsequentes. Sobre a localização dos chuveiros, a norma traz os seguintes comentários: Para ocupações de riscos leve e ordinário, as distâncias entre ramais e entre chuveiros nos ramais não devem exceder 4,60 m. Para ocupações de riscos extraordinário e pesado, as distâncias entre ramais e entre chuveiros nos ramais não devem exceder 3,70 m. A distância das paredes até os chuveiros não deve exceder a metade da distância entre os chuveiros nos ramais ou entre os ramais. Em ocupações de risco leve com dependências de, no máximo, 75 m2 de área, a distância entre a parede e o chuveiro pode chegar até 2,70 m, desde que seja respeitada a área máxima de cobertura permitida por chuveiro. A distância mínima entre chuveiros deve ser de 1,80 m, para evitar que a atuação de um chuveiro não venha a retardar a atuação do adjacente. Caso seja necessária a redução desta distância mínima, devem ser uti- lizados anteparos de material não combustível entre os chuveiros. Estes anteparos têm de medir, no mínimo, 0,20 m de largura por 0,15 m de altura, com o topo entre 0,05 e 0,08 m acima do defletor do chuveiro. Existem diversas particularidades no dimensionamento do sistema de sprinklers, assim, para mais detalhes, sugerimos a leitura completa da ABNT NBR 10897:2014. 229Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 229 11/07/2017 12:53:30 Figura 5. Exemplo de um chuveiro automático (sprinkler). Fonte: Eduard Darchinyan / Shutterstock.com. Iluminação de emergência – ABNT NBR 10898:2013 A iluminação de emergência garante a viabilidade da evacuação de um local rapidamente pelas rotas de saída, mantendo a segurança da população na edifi cação durante a falta de energia e o sinistro. Também fornece as condições mínimas de iluminação para a atuação das equipes de salvamento e do Corpo de Bombeiros. Seu funcionamento acontece automaticamente quando ocorre falta de energia graças a uma bateria em seu interior que garante a iluminação enquanto houver carga. A iluminação de emergência é exigida em todas as classifi cações de risco. Instalações hidráulicas230 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 230 11/07/2017 12:53:30 Figura 6. Exemplo de iluminação de emergência. Fonte: Quality Stock Arts / Shutterstock.com. Sinalização de emergência – ABNT NBR 13434-2:2004 A sinalização de emergência facilita e orienta os caminhos seguros a percorrer para evacuar uma área de risco por meio de placas que podem ser luminosas ou fotoluminescentes. Seus objetivos são reduzir os riscos de ocorrência de incêndios, alertar sobre seus riscos e facilitar a localização de equipamentos. É exigida em todas as classifi cações de risco e de acordo com os equipamentos instalados. 231Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 231 11/07/2017 12:53:31 Figura 7. Exemplos de sinalização de emergência. Fonte: AiVectors / Shutterstock.com Normas de segurança contra incêndios Devido às constantes atualizações sobre o assunto, o projetista com frequência depara-se com a falta de unifi cação das orientações dos Corpos de Bombeiros de cada Estado, podendo haver divergências nas demandas exigidas pelas instituições. Apesar disso, as diretrizes gerais para a utilização de cada sis- tema de prevenção são normatizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que busca estabelecer um padrão em relação à fabricação e à instalação de produtos e equipamentos de incêndio. São as normas da ABNT que determinam a maneira correta de executar o projeto, bem como os tipos de materiais apropriados a serem usados a fi m de proteger a população. Todo e qualquer projeto de prevenção contra incêndio só é aceito pelo Corpo de Bombeiros se estiver de acordo com todas as normas exigidas. Portanto, para a elaboração de um PPCI, é recomendável que o projetista entre em contato com o Corpo de Bombeiros do local para situar-se de possíveis Instalações hidráulicas232 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 232 11/07/2017 12:53:31 exigências específicas e de novas publicações de orientações. A partir disso, os sistemas de prevenção têm de ser elaborados a partir das normas da ABNT. Lembre-se de que existem ainda outras normas, para assuntos específicos, mas as principais que regem as instalações de combate a incêndio são: ABNT NBR 10897:2014 – Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos – Requisitos ABNT NBR 10898:2013 – Sistemas de iluminação de emergência ABNT NBR 11742:2003 – Porta corta-fogo para saída de emergência ABNT NBR 12615:1992 – Sistema de combate a incêndio por espuma – Procedimentos ABNT NBR 12962:2016 – Extintores de incêndio – Inspeção e ma nutenção ABNT NBR 12693:2013 – Sistemas de proteção por extintores de incêndio ABNT NBR 13434-2:2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores ABNT NBR 13434-1:2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte 1: Princípios de projeto ABNT NBR 13523:2017 – Instalações prediaisde gás liquefeito de petróleo ABNT NBR 13714:2000 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio ABNT NBR 15526:2012 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais– Projeto e execução ABNT NBR 14039:2003 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV ABNT NBR 14276:2006 – Brigada de incêndio – Requisitos ABNT NBR 14349:1999 – União para mangueira de incêndio – Requi- sitos e métodos de ensaio ABNT NBR 5419:2015 – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas ABNT NBR 9077:2001 – Saídas de emergência em edifícios ABNT NBR 17240:2010 9441 – Sistemas de detecção e alarme de incên- dio – Projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos 233Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 233 11/07/2017 12:53:31 1. Quem é o responsável pela fiscalização do PPCI? a) O proprietário da edificação. b) O Ministério do trabalho c) O Corpo de Bombeiros. d) A Polícia Militar. e) O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. 2. Um fogo classe K é um incêndio que: a) envolve materiais combustíveis sólidos, como madeira ou tecidos. b) envolve gases inflamáveis ou plásticos. c) envolve equipamentos elétricos. d) envolve metais combustíveis, como magnésio, titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio. e) envolve meios de cozinhar: óleos não saturados, gordura animal e vegetal. 3. Qual é a finalidade das normas de segurança contra incêndio? a) Avaliar se uma edificação é segura contra incêndios. b) Tornar o bombeiro apto a exercer sua função. c) Reduzir os custos com equipamentos de segurança. d) Estabelecer um padrão de fabricação de produtos e equipamentos. e) Combater princípios de incêndio. 4. Qual é a proposta de um sistema de detecção de fumaça? a) Identificar um possível princípio de incêndio. b) Apagar o fogo. c) Mostrar para o proprietário que o local está seguro contra riscos de incêndios. d) Sinalizar rotas de fuga. e) Acionar o Corpo de Bombeiros mais próximo. 5. Quem está apto a elaborar um PPCI? a) Qualquer pessoa com RG e CPF regularizado. b) Pessoas com Ensino Superior completo. c) O Corpo de Bombeiros. d) O proprietário da edificação. e) Profissionais habilitados e com Ensino Superior em Engenharia Civil ou Arquitetura. Instalações hidráulicas234 U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 234 11/07/2017 12:53:32 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5419:2015. Proteção contra descargas elétricas atmosféricas. Rio de janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9077:2001. Saídas de emergência em edifícios. Rio de janeiro: ABNT, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10897:2014 Versão Cor- rigida:2014. Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos – Re- quisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10898:2013. Sistemas de iluminação de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11742:2003. Porta corta- -fogo para saída de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12615:1992. Sistema de combate a incêndio por espuma – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1992. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12693:2013. Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12962:2016. Extintores de incêndio – Inspeção e manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13434-1:2004. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico Parte 1: princípios de projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13434-2:2004. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13523:2017. Instalações prediais de gás liquefeito de petróleo. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14039:2003 Emenda 1:2015. Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14276:2006. Brigada de incêndio – Requisitos. Rio de janeiro: ABNT, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14349:1999 Versão Corri- gida:1999. União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. 235Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento U4_C16_Instalações hidráulicas.indd 235 11/07/2017 12:53:32 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 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