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• A principal manifestação é o edema (geralmente inicia em MMII e vai ascendendo, podendo gerar anasarca; edema matinal palpebral bilateral), hipoalbuminemia, hipercolesterolemia, proteinúria (urina espumosa) • Pode ser recidivante e crônica, pode evoluir para DRC • Investigação laboratorial: dosagem de proteinúria de 24h (proteinúria nefrótica >= 3,5g/24h), albumina (hipoalbuminemia), colesterol total e em frações (hipercolesterolemia), praticamente não tem hematúria • Primária – defeito no próprio órgão (investigação completa: solicitar sorologias, EAS, fazer anamnese detalhada). Secundária – patologia de base (HIV, LES, hepatites, DM, neoplasias) • Diagnóstico: clínica + edema + exames laboratoriais (proteinúria de 24h, albumina, perfil lipídico). Investigar causas secundárias (sorologias para hepatite e HIV, VDRL, rx de tórax, glicemia, hemograma, creatinina sérica, FAN, complemento) • Para diferenciar os tipos de SN tem que fazer biopsia • Glomerulonefrite por lesão mínima: acomete mais crianças, se manifesta como síndrome nefrótica pura (não tem hematúria, proteinúria de 24h >= 3,5g). Pode ter causas secundárias (AINES, lítio, rifampicina, ampicilina, neoplasias, infecções virais, esquistossomose, LES) - Não é indicada biopsia para crianças com SN (começa a tratar). A biopsia no adulto é indicada. Quando a biopsia é realizada, solicita microscopia óptica (sem alterações) e imunofluorescência (negativa), só vê na microscopia eletrônica - Proteinúria e edema, pacientes pediátricos geralmente não alteram a PA, função renal normal, não tem sangramento, edema súbito, hipoalbuminemia e hiperlipidemia, complemento normal - Crianças podem ter recidivas devido IVAS - Tratamento: corticoide (antiparasitários antes do corticoide), suplementar cálcio e vitamina D. Em casos de recidivas troca o imunossupressor. Dieta hipossódica, restringir líquidos, diuréticos (cuidado para não evoluir para IRA). Se não houver resposta ao corticoide oral, fazer pulsoterapia, se não houver resposta, fazer outros imunossupressores. ATB profilático em pacientes PBE. Não tem remissão espontânea • Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF): causa mais comum nos adultos. Pode aparecer na biópsia e não ser SN (pode ser esclerose dos glomérulos). Suspeita de ter um fator circulante. Pode levar à DRC - Clínica: edema (não tão súbito) - Conduta: excluir causas secundárias, fazer biopsia, depois que sair o resultado inicia o tratamento - Tratamento: corticoide, se não puder faz ciclosporina. Não há remissão espontânea. IECA ou BRA após estabilizar o paciente • Nefropatia membranosa: início mais tardio, faixa etária acima dos 45 anos. Muito associado a neoplasias. Alta proteinúria, pode ou não ter alteração da função renal, pode ou não ter HAS - Esperar 2 a 3 meses para iniciar o tto, pois tem remissão espontânea. Nesse período tem que fazer screening para neoplasias (RX de tórax, exame de próstata, colonoscopia, endoscopia, mamografia, USG transvaginal, prevenção), doenças autoimunes e infecções crônicas (hepatites, HIV, sífilis), pedir anti PLAR2R. Se a doença ainda estiver em atividade e não for de causa secundária tem que tratar. Também começa a tratar se perda da função renal e/ou proteinúria muito alta (TFG < 30% não faz imunossupressão) - Tratamento: se secundária, tratar doença de base. Tratar pacientes com proteinúria persistente e síndrome nefrótica refratária – esquema Ponticelli (pulsoterapia com metilprednisolona por 3 dias e depois com prednisona por 1 mês, depois alterna com ciclofosfamida) • Glomerulonefrite membranoproliferativa: pode ter hematúria (componentes nefríticos) e proteinúria (componentes nefróticos). Na maioria das vezes tem causa secundária - Clínica: proteinúria e hematúria, HAS, alteração da função renal, queda do complemento - Tratamento: tratar causa base, antiproteinúricos, imunossupressores em causas escolhidas • Restrição hídrica, pesar o paciente em jejum diariamente, diurético de acordo com a PA e a perda de peso (não perder mais que 1kg por dia) • Não biopsiar diabéticos, exceto pacientes com ótimo controle glicêmica, hematúria, quando não tem retinopatia e quando tem perda da função renal • Hematúria inicial – doenças da uretra; terminal – doenças da próstata ou países bexiga; indiferente – doença renal Nefrologia Síndrome nefrótica Síndrome nefrítica Kamile Ferreira - M42 • Hematúria glomerular – presença de cilindros hemáticos no EAS (patognomônico de hematúria de causa renal). Hemácia dismórfica – causa renal • Inflamação dos glomérulos. Tríade = hematúria + edema + hipertensão (não precisa ter os 3). Pode ter oligúria, proteinúria não nefrótica, redução da TFG. Edema (mais periorbital, matinal) • Causas infecciosas (secundárias): - Pós estreptocócica: criança tem infecção estreptocócica (amigdalite, piodermite, impetigo) e, após 15 dias, surgem os sintomas -> perguntar sobre infecção de garganta, feridas na pele. Sempre tratar a criança que teve amigdalite bacteriana. Pedir ASO. Diminuição de C3 e Ch50, hematúria microscópica (100% do casos) e pode ter macroscópica, edema e hipertensão. Pode haver ICC, azotemia pode levar à injúria renal OBS.: mais comum em crianças, mas pode ter em adultos (pior prognóstico), pode haver surtos epidêmicos - Não pós estreptocócica: outros tipos de infecção que originaram a SN • Causas não infecciosas: doenças sistêmicas (LES, vasculites, púrpura Henoch Schonlein, doença de Goodpasture), doenças glomerulares primárias (nefropatia por IgA primária, GN membranoproliferativa, GN proliferativa mesangial • Avaliação laboratorial: baseada na clínica do paciente (mulher jovem com quadro articular, rash malar e febre – LES; crianças – GNDA; vida sexual ativa e múltiplos parceiros – sorologia para sífilis). Pode pedir FAN para todos, anti DNA, ANCA (vasculites), complemento (GNDA e GN membranoproliferativa só consomem C3, LES e endocardite consomem C3 e C4, vasculites não consomem). Solicitar sorologia para hepatite B e C e HIV, hemocultura para endocardite, biopsia renal se necessário • Tratamento da GNDA: maioria tem resolução espontânea. Sinais de alerta – anúria, vômitos, baixa aceitação de dieta, dispneia, olho não fecha. Tratar infecção se ativa (penicilina G benzatina) – se não tiver placa ou infecção de pele não precisa tratar com ATB. Repouso relativo, restrição de sal e água, diuréticos, controle da hiperpotassemia, pode necessitar de diálise • Glomerulonefrite rapidamente progressiva: rapidamente progride para insuficiência renal (pode cronificar). Creatinina sobe rapidamente, precisa de biopsia e tto agressivo (corticoides em dose alta, imunossupressores). Vasculites são os que mais causam • É reversível, mas o paciente fica com maior risco de evoluir para DRC. Aumento de risco de IRA 3m pacientes hospitalizados (medicações nefrotóxicas, disfunção cardíaca, contraste, desidratação, choque hemorrágico) • Pacientes previamente hígidos que sofrem algum evento agudo 3 tem queda rápida da função renal (TFG) • Fatores de risco não modificáveis (idade avançada, comorbidades, sexo masculino) e modificáveis (desidratação, depleção intravascular, hipotensão, anemia grave, hipóxia, drogas nefrotóxicas, sepse, traumas, contraste) • Biomarcadores: creatinina (até 1,2/1,3) e ureia • KDIGO: precisa de creatinina de base (1 a 2 meses antes) ou de entrada no internamento, se não tiver exames anteriores tem que avaliar a história clínica - KDIGO 1 – aumento na CrS >= 0,3mg/dl ou aumento de 1,5 a 1,9x da basal. Débito urinário < 0,5ml/kg/h por mais de 6 horas - KDIGO 2 – aumento de 2 a 2,9x da basal. Débito < 0,5 ml/kg/h por mais de 12 horas - KDIGO 3 – aumento de 3 ou mais vezes da basal ou paciente que chegam com a CrS >= 4 ou início de hemodiálise. Débito < 03ml/kg/h por mais de 24h ou anúria por 12 horas • IRA pré-renal: suspeitar quandotiver redução na perfusão do rim (desidratação grave, diarreia intensa, vômitos frequentes, restrição a água, sangramentos intensos, uso frequente de diuréticos, perda de líquido para 3º espaço – pancreatite, obstrução intestinal). Redução de excreção urinária de sódio e de água. Se diagnóstico e tratamento precoces – vai ser reversível. Se não for tratada, evolui para IRA renal. Ur/Cr > 40 pode indicar IRA pré renal (nem sempre é) - Tratamento: depende do caso, precisa avaliar o que o paciente precisa. Pode fazer reposição volêmica (não fazer se paciente congesto), hemotransfusão (se hemoglobina muito baixa), reavaliações frequentes (ausculta pulmonar, PA, débito urinário – sonda), se persistir hipotenso faz droga vasoativa. Inotrópico (dobutamina), noradrenalina se PA baixa, furosemida quando a PA aumentar, vasodilatador para reduzir pós carga • IRA renal: lesão no próprio rim. Causa mais comum ela lesão tubular aguda (progressão da IRA pré renal), nefrotoxicidade (antibióticos – aminoglicosídeos, anfotericina B, vancomicina, AINES, contrastes iodados, quimioterápicos, pigmentos e venenos ofídicos) - Necrose tubular aguda (NTA) – A NTA isquêmica é causada pela IRA pré renal não tratada. É necessário Injúria renal aguda hemodiálise por 2 a 4 semanas, depois o paciente começa a recuperar sua função renal - IRA renal por nefrotoxinas (mioglobina – traumas, drogas, choque elétrico, queimaduras, exercícios físicos extenuantes; contrastes – faz hidratação venosa para prevenir; venenos; obs.: na rabdomiolise, a mioglobina vai gerar lesão tubular, vai ter aumento de CPK, TGO/TGP, LDH, aldolase, potássio e fósforo. Tratamento – hidratação vigorosa e avaliar diurese (se anúria, para de hidratar e faz hemodiálise) e sinais de congestão - Sepse – infecção generalizada, paciente evolui com piora clínica, febre, leucocitose, apresenta foco infeccioso. Identificar a sepse (fazer expansão volêmica vigorosa, ATB, cultura). Em 1 hora precisa colher hemocultura, iniciar ATB de amplo espectro, fazer ressuscitação volêmica e observar a medida do lactato. Hemotransfusão se HB < 7 • Fase oligúrica, fase poliúrica e fase de recuperação funcional • Manifestações clínicas da IRA: síndrome urêmica, dispneia, diminuição do débito urinário, HAS, vômitos, náuseas, edema de MMII. Extrarrenais – infecção, HAS, arritmias, ICC, pericardite, tamponamento cardíaco, encefalopatia uremica, convulsão, coma, HDA, anemia • IRA pós renal: tudo que causa obstrução da via urinária (problema na bexiga, uretra, ureteres – precisa ser bilateral). A reversibilidade depende da duração da obstrução - Tratamento: depende da causa. Sonda vesical de demora, observar sinais de desidratação e necessidade de reposição volêmica (correção volêmica e hidratação), reavaliações com novos exames, corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, controle das manifestações urêmicas, uso de vasopressores (se necessário), controlar hipervolemia (diuréticos), ajustar medicamentos - USG de rins e vias urinárias, TC sem contraste, biopsia renal (suspeita de doença sistêmica – LES, AR, vasculites – tto com pulsoterapia) • Hipercalemia: tratar com gluconato de cálcio EV, inalação de B2 agonista, glicose e insulina EV, bicarbonato de sódio, resinas de troca e hemodiálise em casos refratários • Indicação de hemodiálise: hipercalemia refratária (K > 6,5), acidose metabólica refratária, hipervolemia refratária, manifestações graves de uremia (encefalopatia urêmica, hemorragia, tamponamento cardíaco, pericardite) • Podem afetar a contração miocárdica; a hipercalemia é a principal causa de morte nos pacientes com IRA • Valor normal: 3,5 a 5 mEq/L • Fatores que influenciam a secreção de K nos túbulos distal e coletor: ingesta de K, fluxo de líquido tubular distal, aporte de sódio aos segmentos distais, modificações agudas do estado ácido básico (acidose – hipercalemia; alcalose – hipocalemia), fatores hormonais (insulina – hipocalemiante, catecolaminas – pode ter efeito duplo, glucagon – hipercalemiante, aldosterona - hipocalemiante) • Hipocalemia - K < 3,5 mEq/L - Principais causas: diminuição da ingesta de K de forma crônica, alcalose metabólica, medicações (insulina, beta adrenérgico, cafeína, vitamina B12), crise tireotóxica, perda pelo TGI (diarreia, SNG em aspiração com muito resíduo gástrico, vômitos), perdas renais (furosemida, hiperaldosteronismo, HAS com K baixo). Causas raras: síndrome de Bartter (= intoxicação por furosemida), síndrome de Gilteman (= intoxicação por tiazídico), síndrome de Liddle (HAS precoce, hipocalemia, alcalose e redução da retina e da aldosterona) - Clínica: fadiga, fraqueza muscular, cãibras musculares. Muito grave (<2,5): muito sintomática, fraqueza generalizada, íleo paralítico, poliúria, arritmias cardíacas (ESV e taquiarritmias) e rabdomiolise - Exames complementares: ECG (presença de onda U, achatamento da onda T, depressão do segmento ST e arritmias), função renal, eletrólitos (K, Ca, MG, Na), aldosterona sérica, atividade da retina plasmática, doppler de artérias renais, TSH e T4 livre, magnésio - Tratamento: suporte clínico, tratar causa base, reposição de K (VO ou EV). Via oral se hipocalemia leve (K>3), EV se K<3 (risco de flebite e precisa de cuidado com a velocidade da infusão; não diluir com soro glicosado) • Hipercalemia - K > 5mEq/L - Paciente pode evoluir com arritmias e parada cardiorrespiratória; ocorre quando há liberação do K das células (rabdomiólise, excreção prejudicada dos rins) - Pseudohipercalemia – erro laboratorial - Medicamentos relacionados: AINES, IECA, BRA, betabloqueadores, intoxicação digitálica, heparina, succinilcolina, ciclosporina Distúrbios do potássio - Clínica: semelhante à hipocalemia; fraqueza muscular generalizada, cãibras, adinamia. Grave: pode levar à insuficiência respiratória, paralisia ascendente. Arritmias cardíacas (FV e assistolia) - Exames complementares: ECG (onda T apiculada, mas nem sempre vai ter), função renal, gasometria, EAS, glicemia, CPK (rabdomiolise) - Tratamento: depende da severidade e da condição clínica do paciente. Gluconato de cálcio Ev (1ª medida se alterações no ECG ou mesmo se não tiver alterações, mas o K > 6,5). Bicarbonato de sódio (pacientes com acidose metabólica grave; não fazer em edemaciados ou congestos, HAS, pacientes que não urinam). Insulina e glicose (pode fazer em todos; redistribui). Beta 2 agonista inalatório (não usar se DPOC, asmáticos; redistribui). Furosemida (hipervolêmicos, congestos, hipertensos, edemaciados; avaliar diurese; remove). Hemodiálise (casos refratários; remove). Resina de troca/Sorcal (induz quadro diarreico; remove) - Complicações: hipo ou hiperglicemia (solução polarizante), EAP (bicarbonato de sódio), diarreia (sorcal) • Todo paciente > 18 anos com perda de função renal/redução da TFG < 60 por um período maior ou igual a 3 meses ou com TFG > 60, mas que possua alterações persistentes no sedimento urinário (hematúria, proteinúria, albuminúria, alterações nos eletrólitos – acidose, K) por mais de 3 meses ou evidência de alteração estrutural em exames de imagem ou histológica • Principais causas: HAS e DM descompensados ao longo da vida. Obesidade, sedentarismo, síndrome metabólica, genética, doenças autoimunes, síndromes nefrótica e nefrítica, rins policísticos • Clínica: assintomática nas fases iniciais e até moderadas da doença. Em fases tardias, há sintomas leves (edema de MMII, falta de apetite, PA desregulada, oligúria, indisposição, astenia, perda ponderal, desnutrição, sintomas do TGI, anemia, diminuição da imunidade, perda de qualidade das plaquetas) • Screening obrigatório: hipertensos, diabéticos, idosos, histórico familiar de DRC. Investigar também em pacientes com cálculo renal e ITU de repetição, uso constante de AINES • Perda da função renal é lenta, progressiva e irreversível. Se não não tratada, progride• Complicações: anemia (normocrômica e normocítica por deficiência de eritropoetina), osteodistrofia, disfunção tubular, proteinúria não nefrótica, edema de MMII e face, sintomas gastrintestinais • Investigação: exame de sangue (hemograma, função renal) + EAS + exame de imagem (USG de abdômen total ou de rins e vias urinárias – atrofia renal < 8cm, obs: doença renal policística fica com o rim grande e diabetes fica com o rim normal) • Síndrome urêmica: elevados níveis de ureia e creatinina no sangue (se ureia entre 16 e 40 – avaliar diálise). Manifestações neurológicas (sonolência, agitação, convulsão, coma, desorientação), cardíacas (pericardite, miocardiopatia), hematológicas (anemia, sangramentos), endócrinas (alterações hormonais, disfunção ovariana, amenorreia, infertilidade), respiratórias (edema pulmonar, pneumonia) e do TGI (náuseas, vômitos), prurido urêmico, pele seca – não necessariamente tem tudo isso • Avaliar função renal: em assintomáticos, calcular TFG, relação albumina/creatinina em amostra isolada de urina para avaliar albuminúria • KDIGO 2012 Calcular TFG e estratificar o paciente 1º - grau de DRC de acordo com TFG: G1 = TFG >= 90 – normal G2 = TFG de 60 a 89 – diminuição leve (até aqui ainda não tem a doença) G3 = DRC (se persistir por 3 meses ou mais) G3A = diminuição leve a moderada – 45 a 59 G3B = diminuição moderada a grave – 30 a 44; tem mais complicações (aparecem sintomas) G4 = diminuição grave – 15-29 G5 = insuficiência renal – menor que 15 – avaliar se precisa de hemodiálise (sintomatologia) 2º - estratificar albuminúria (albumina/creatinina em amostra isolada de urina) A1 é normal, < 30mg/g A2 é perda moderada, entre 30 a 300mg/g (reflete várias complicações, inclusive cardiovasculares) A3 é perda grave, > 300mg Laranja/Vermelho – Já encaminha para nefrologista Doença renal crônica • Prevenção secundária - Tratamento conservador: controlar PA (<130/80 – IECA ou BRA), ISGLT2 (se for diabético é obrigatório ter ISGLT2 e IECA/BRA), controlar a glicemia (glicada<7%), corrigir acidose metabólica (bicarbonato VO), evitar medicamentos nefrotóxicos, cessar tabagismo, realizar exercícios físicos, encaminhar ao nutricionista (menos proteína), dosar CT e frações, triglicerídeos, tratar anemia, repor vitamina D - Tratamento de substituição renal: hemodiálise (FAV), se urgência -> cateter em veia profunda, se impossibilidade de fístula -> permcath, transplante renal, diálise peritoneal • Complicações: anemia, distúrbios ósseos, tumor marrom (PTH extremamente elevado) • Coleta da gasometria arterial é feita geralmente na artéria radial • Valores normais pH = 7,35 – 7,45 pCO2 = 35 - 45mmHg pO2 = 80 – 100mmHg SO2 = 96 – 98% BE = -2/+2 HCO3 = 22 - 26mEq/l • Avaliar pH sanguíneo (alcalose ou acidose), avaliar bicarbonato, avaliar resposta compensatória, calcular ânion GAP (AG = Na – (HCO3 + Cl) -> norma, de 10 a 12) • Acidose metabólica – pH baixo e HCO3 baixo • Alcalose metabólica – pH alto e HCO3 alto Obs.: se cloro < 25 – está baixo • Contas para avaliar a resposta compensatória respiratória dos distúrbios metabólicos - Acidose metabólica: pCO2 esperada = (HCO3 X 1,5) + 8 (+/-2) - Alcalose metabólica: pCO2 esperada = HCO3 + 15 (+/-2) - O distúrbio é considerado misto se, após o cálculo, o valor estiver alterado • Acidose respiratória: PCO2 alta e pH baixo • Alcalose respiratória: PCO2 reduzida e pH elevado • Saber se o distúrbio respiratório é agudo ou crônico: se BE alterado é crônico, se BE normal é agudo • Valor normal do sódio sérico: 135 a 145mEq/l. Osmolaridade sérica: 285 a 295 (normal – isotônica; baixa – hipotônica; alta – hipertônica) • Hiponatremia: Na < 135 - Isotônica – sódio baixo e osmolaridade normal; quando há muita proteína ou lipídios no sangue (pseudohiponatremia); solicitar dosagem de proteínas ou de lipídios - Hipertônica/hiperosmolar – sódio baixo e osmolaridade alta; quando há outro soluto no sangue (ex.: glicose), manitol, contraste, suspeita de intoxicação - Hipotônica – sódio baixo e osmolaridade baixa; necessário avaliar estado volêmico 1. normovolêmico/euvolêmico – potomania (compulsão por água), hipotireoidismo, insuficiência adrenal (tendência a urinar muito), polidipsia, pós- operatório, SIADH 2. hipervolêmico – Sinais de hipervolemia (ascite, hepatomegalia, derrame pleural, edema, turgência de jugular, hipertensão, ausculta com crepitantes bolhosos), ICC, doenças hepáticas, síndrome nefrótica, IRC, gestação 3. hipovolêmico – hipotensão postural, taquicardia de repouso, hipotensão, desidratação, tempo de enchimento capilar reduzido, mucosas ressecadas, alteração do sensório. Causas Na urinário < 10mEq/l: perda extrarrenal. Causas Na urinário > 20 mEq/l: perda de sódio renal - A clínica é relacionada a esfera neurológica – convulsão, coma, rebaixamento do sensório, sonolência, parada cardiorrespiratória - Tratamento: saber qual a causa (se diarreia – soro) - Tratamento sintomático: reposição de sódio (se sintomas neurológicos – bolus de solução salina a 3% 100mL/1 ou 2 vezes, se for cardiopata – bolus de 50mL + diurético; nunca aumentar o sódio em mais de 8mEq/l em 24h – risco de mielinolise; se ICC – furosemida; se potomania – tratar compulsão; se hipovolemia – soro; SIADH – restrição hídrica; em euvolêmicos – restrição hídrica) - Tratamento assintomático: hipovolêmicos – solução salina, normovolêmicos – restrição hídrica, hipervolêmicos – diurético de alça Distúrbios ácidos básicos Distúrbios do sódio • Hipernatremia: Na > 145 - Hipervolêmica – sobrecarga de soro fisiológico, excesso de mineralocorticoides - Hipovolêmica – diarreia, febre, comum na UTI, taquipneia, transpiração, poliuria, queimados, cirurgia - Euvolêmica – diabetes insípidus - Manifestações clínicas – sede intensa, hipertermia, pele e mucosas secas, diminuição do volume urinário, espasmo muscular, hiperreflexia e espasticidade - Tratamento – ofertar água (se consciente – VO; TGI funcionante – SNG; instabilidade, risco de broncoaspiração, vômitos – EV), soro glicosado ou solução salina, dosar sódio • Invasão microbiana de qualquer tecido do trato urinário, desde a uretra até o rim. Inclui próstata e epididimo e exclui IST’s e vulvovaginites • Infecção alta (pielonefrite) X baixa (cistites, uretrites, prostatites, epididimites). Não complicada (cistite simples em mulheres jovens) X complicada (anormalidades anatômicas, funcionais ou condições do hospedeiro) • Escherichia coli, staphylococcus saprofiticos, klebsiella, enterobacter, proteus, staf. epidermitis (pensar em contaminação) • Cultura de urina não é exame de rotina (só em grávidas). Se paciente com sonda -> retira, coloca outra e colher nova cultura • Infecção recorrente/repetição – 2 ou mais em 6 meses ou 3x em 1 ano. Recidiva/recaída – infecção pelo mesmo patógeno. Reinfecção – infecção por novo patógeno (pedir USG, TC). Persistência – falha terapêutica • Cistite - dor, ardência ao urinar, polaciúria, desconforto suprapúbico, urgência urinária. Pode ter gotejamento, tenesmo - Diagnóstico clínico, não pede exame complementar • Bacteriuria assintomática - Cultura positiva, mas paciente sem sintomas - Jato médio + -> acima de 100 mil - Mulheres precisam de 2 amostras positivas e sem sintomas. Homens precisam de 1 amostra positiva e sem sintomas - Coleta de sonda vesical -> positiva > 100 • Síndrome uretral - Sintomas uretrais com cultura negativa - Germes não habituais, tuberculose do TU • Prostatite aguda - Febre alta, dor perineal, mal estar, prostração, artralgia, mialgia, calafrios, ardência, polaciúria - Próstata aumentada, dolorosa, quente e endurecida • Epididimite aguda - Dor e edema em epidídimo e testículo. Elevação testicular alivia a dor - Secreção uretral mucopurulenta • Bacteriuria assintomáticaem grávidas - Pedir urocultura na 1ª cultura. Se negativa – repetir no 3º trimestre. Se positiva – tratar e solicitar outra urocultura (se negativa – segue normal). 7 dias de atb - 2 culturas positivas – fazer cultura mensalmente até fim da gravidez e usar nitrofurantoína até a 35ª semana • Pielonefrite aguda - Febre, calafrios, dor lombar, abdominal ou em flanco, mal estar, anorexia, mialgia e cefaleia - Diagnóstico clínico – prescreve logo atb • Diagnóstico - EAS (pode ter piocitos, nitrito, esterase leucocitaria, piúria) e cultura, USG (para complicadas e recidivas), TC, RNM, cistoscopia • Tratamento - Cistite Fosfomicina, nitrofurantoína, cefalosporina de 1ª geração (cefalexina, cefadroxila), sulfametoxazol (pode ser feito em pacientes virgens de tratamento) Não fazer ciprofloxacino - Bacteriuria assintomática em grávidas Nitrofurantoína, cefalosporinas e amoxicilina + clavulanato Profilaxia – nitrofurantoína ou cefalexina - Pielonefrite aguda Ciprofloxacino (se tto em casa), ceftriaxona (1ª escolha) ou gentamicina (opção) se internamento (sempre internar grávidas e idosos). O tratamento dura 7 a 14 dias Infecção do trato urinário • Cólica renal – dor intensa, excruciante, EVN 10/10, pode irradiar, não há posição que melhore. Pode ter sintomas vagais (vômitos), palidez • Tipos de cálculos - Cálcio (oxalato, fosfato) – mais comum. Avaliar Ca no sangue e na urina - Estruvita/fosfato amoniomagnesiano – infecção urinária. Cresce muito rápido (tem que remover) - Cistina – raro. A pessoa tende a ter cálculos de repetição - Ácido úrico – hiperuricemia (gota, síndrome da lise tumoral...) - Medicamentoso – aciclovir, topiramato, sulfas em altas doses • Fatores de risco: dieta rica em sal e proteínas e pobre em cálcio (não fazer restrição de cálcio), desidratação, baixa ingesta hídrica, infecção urinária, atividade física extenuante, sedentarismo, elevadas temperaturas, anormalidades anatômicas, alterações metabólicas, história prévia, medicamentos, diabetes, obesidade, consumo excessivo de refrigerantes • Exames: EAS, pH urinário (ácido úrico – ambiente ácido, estruvita – ambiente alcalino), cultura de urina, análise sanguínea (eletrólitos, ácido úrico, PTH, cálcio, creatinina, fósforo, vitamina D), urina de 24h. TC sem contraste (exame de escolha), USG (não é bom para cálculos ureterais), radiografia (cálculos radiotransparentes – ácido urico – não aparecem) • Clínica: achados acidental (assintomático), cólica renal, investigação de hematúria, hidronefrose. Sintomas atípicos – dor abdominal, náuseas, alteração de jato urinário, dor no pênis ou testículos • Tratamento - Analgésico + AINE (dipirona pura + AINE -> tramadol + AINE -> morfina + AINE) - Cálculos menores que 1cm/10mm conseguem descer (paciente estável, sem infecção ou insuficiência renal – tto domiciliar) – terapia médica expulsiva (analgesia + remédio pra expulsar cálculo – tansulosina), pode esperar até 1 mês se paciente sem dor ou infecção - Cálculos maiores que 1cm – cirurgia. Se pielonefrite, insuficiência renal (evitar AINES), sem controle adequado da dor, suspeita de obstrução em rim único e/ou anúria – tto hospitalar de urgência • Cálculo sintomático – realizar TC sem contraste e controle da dor. Se sinais de sepse ou infecção – internar, passar cateter duplo J (tira depois de 14 dias) e iniciar atb (ceftriaxona). Sem sinais de infecção e cálculo menor que 10mm – observação, sintomáticos, tansulosina, orientar o paciente a filtrar a urina, se o cálculo não sair tem que encaminhar ao urologista. Sem sinais de infecção e maior que 10mm – avaliação com urologista • Prevenção – ingesta de água, ingesta normal de Ca, reduzir ingesta de Na e proteínas animais, dieta rica em fibras, legumes e frutas cítricas, aumento da ingesta de K, controlar o peso - Hipocalciúria idiopática – dieta hipossódica, normal em cálcio, restrição de proteínas, diureticos tiazídicos - Hiperuricosúria – se AU normal no sangue, não precisa de alopurinol, evitar dieta ácida, acompanhamento nutricional e usar citrato de potássio. Alopurinol se AU elevado no sangue - Hipocitraturia – citrato de potássio - Hiperoxaluria – correção da diarreia, citrato de K, suplementar cálcio - Cistinuria – citrato de K OBS.: citrato de K só não trata os de estruvita • Cirurgias - Litotripsia extracorpórea – cálculos menos densos - Litotripsia endoscópica – cálculos distais - Nefrolitotripsia percutânea – cálculos de estruvita Litíase renal
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