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Doenca Renal Diabetica

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Clínica Médica I 
Doença Renal Diabética 
❖ É definida como a complicação crônica da DM caracterizada pelo aumento da 
excreção urinária de albumina associada a redução da taxa de filtração glomerular 
(TFG). 
❖ O prognóstico de um paciente é definido pela associação entre o estágio do TFG do 
paciente e com o nível de albuminúria (A1 < 30, A2 30 ~ 300, A3 > 300). 
❖ Inicialmente, a doença renal diabética é caracterizada pela normalidade do TFG e 
da albuminúria, podendo haver picos recorrentes de excreção urinária de albumina 
(estágio I). Em seguida, tem-se o surgimento da episódios contínuos de 
microalbuminúria (estágio II) e, após, da proteinúria (estágio III). Por fim, tem-se a 
queda abrupta da TFG devido lesão grave e irreversível dos néfrons (estágio IV) e 
perca total da função renal (estágio V). 
❖ O rastreio da DRD nos pacientes com DM1 é feito 5 anos após o diagnóstico (ou mais 
cedo se houver descompensação glicêmica), enquanto na DM2 ele é feito logo após 
o diagnóstico. Ele é feito pela medida do índice albumina-creatinina em amostra 
isolada de urina ou a medida de proteinúria de 24h. 
FISIOPATOLOGIA 
❖ A função renal é afetada devido a hiperglicemia sustentada (gera hiperfiltração 
glomerular), liberação de mediadores vaso-ativos (geram uma proliferação 
endovascular – dano permanente ao endotélio), liberação de mediadores 
inflamatórios (geram expansão mesangial após a formação dos nódulos) e formação 
dos AGE’s (se depositam nos capilares e membranas basais do glomérulo – geram 
lesão irreversível). 
ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS 
✓ Estágio I: alterações leves ou não específicas e espessamento da membrana basal 
glomerular. 
✓ Estágio II: leve expansão mesangial. 
✓ Estágio III: grave expansão mesangial. 
✓ Estágio IV: esclerose nodular (observa-se as lesões de Kimmestiel-Wilson). 
✓ Estágio V: observa-se glomerulonefrite diabética avançada. 
DIAGNÓSTICO 
❖ Deve ser feito pela associação de uma história prévia de controle glicêmico 
insatisfatório, presença de sinais de lesão diabética em outros órgãos (retinopatia 
diabética e polineuropatia diabética) e ausência de sinais ou sintomas que sugiram 
outra etiologia para a doença renal (evolução de albuminúria ou queda rápida de 
TFG, doenças sistêmicas associadas, uso de fármacos nefrotóxicos, HAS, presença de 
outras lesões microvasculares – vasculites). 
A ocorrência de hematúria funciona como sinal de alerta para a presença de doença renal não diabética em 
pacientes com DM. 
INDICAÇÕES PARA BIÓPSIA RENAL 
✓ Ausência de retinopatia diabética em pacientes DM1 com proteinúria; 
✓ Pacientes com DM de duração menor que 10 anos; 
✓ Pacientes DM1 com rápida evolução da proetinúria; 
✓ Pacientes diabéticos com sedimento urinário ativo (acantócitos, cilindros hemáticos 
e leucocitários). 
TRATAMENTO 
❖ A DRD é uma condição muito associada a hipoglicemia (pois não excreta a insulina 
produzida ou administrada previamente), logo seu tratamento difere da DM normal. 
A insulina está indicada a partir de um TFG < 45, no qual deve-se retirar 
hipoglicemiantes orais em uso (permanecem mais tempo na circulação do paciente 
– pode gerar hipoglicemia de repetição). 
❖ O monitoramento deve ser feito com hemoglobina glicada a cada 3 meses, glicemia 
de jejum e glicemia aleatória. O tratamento é individualizado para cada paciente, 
com meta de HbAc1 = 7% em pacientes pré-dialíticos e HbA1c = 7 ~ 8% em pacientes 
dialíticos. 
❖ O controle intensivo diminui o risco de microalbuminúria e macroalbuminúria, além e 
reduzir a prevalência de complicações vasculares. No entanto, o controle 
excessivamente intensivo (reduzindo para abaixo de 6%) aumenta a mortalidade do 
paciente. 
❖ Usa-se medidas gerais, como controle glicêmico e pressórico adequados, tratamento 
da dislipidemia e modificações do estilo de vida. 
Meta para hipertensos com DM e proteinúria: PA ≤ 130 x 80 mmHg. 
Meta para hipertensos com DM e sem proteinúria: PA ≤ 140 x 90 mmHg. 
Pode-se instituir os inibidores do SGLT-2 (glifozinas), que atuam inibindo a reabsorção de glicose e tendo um 
efeito perfeito na redução da DRC e na redução do risco cardiovascular. 
❖ O uso de IECA ou BRA está indicado mesmo em pacientes diabéticos sem HAS, devido 
sua ação na proteção renal a longo prazo (reduz a proteinúria e a progressão da 
DRC).

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