Aula 11 - Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação

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Fundamentos Filosóficos e 
Sociológicos da Educação 
Virgínia Marcondes 
Marcos R. C. Ketelhut 
AULA 11 
A FILOSOFIA E A RAZÃO
A busca da verdade através da razão e da observação;
O desenvolvimento do comércio, a ascensão da burguesia e
a luta de classes despertaram no homem a consciência do
seu próprio valor;
O homem deixa de ser passivo diante das imposições da
igreja e dos governos, desenvolvendo um espírito cada vez
mais crítico, colocando em dúvida antigos valores.
Descartes concluiu que só a razão leva ao conhecimento;
Francis Bacon mostrou a importância da observação e da
experimentação para o descobrimento da verdade;
Os estudos destes filósofos contribuíram enormemente para
o desenvolvimento das ciências exatas;
O Renascimento foi a época da busca pela observação para
descobrir a organização do universo e as leis que o regem.
Retomando o conceito já trabalhado tem-se que:
Filosofia: amizade pela sabedoria, ou seja, amor e respeito
pelo saber.
Filósofo: o que ama a sabedoria, quem tem amizade pelo
saber, anseia saber.
Filosofia, portanto, indica um estado de espírito da pessoa
que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o
estima, o procura e o respeita.
O que marca o surgimento da Filosofia é seu caráter 
racional.
A humanidade passa de uma explicação mitológica do
mundo para uma explicação racional. Ao perceber as
contradições e limitações dos mitos, reformulam-se e
racionalizam-se as narrativas míticas, transformando-as em
uma explicação inteiramente nova.
PENSAR FILOSOFICAMENTE:
Abandonar crenças e preconceitos; fazer uso da razão 
na busca pela verdade; utilizar-se da reflexão e do 
pensamento crítico.
A filosofia, portanto, afirma que a verdade é racional;
Uma vez que identifica razão e motivo, julga que a
realidade opera de acordo com as relações causais.
Para convencer o outro que se conhece a resposta de
alguma pergunta ou questionamento, a pessoa deve expor
as razões que a levaram à conclusão, ou seja, é necessário
justificar as conclusões tiradas.
PONTOS DE PARTIDA
CAMINHOS SEGUIDOS
RACIOCÍNIO OU
PROCESSO DE INFERÊNCIA
CONCLUSÃO
“Coração e razão, paixão e moral são diferentes. Se
alguém “perde a razão” é porque está sendo arrastado
pelas “razões do coração”. Se alguém “recupera a razão
” é porque o conhecimento intelectual e a consciência
moral se tornaram mais fortes do que as paixões. A
razão, enquanto consciência moral, é a vontade racional
livre que não se deixa dominar pelos impulsos
passionais, mas realiza as ações morais como atos de
virtude e de dever, ditados pela inteligência ou pelo
intelecto.”
(Marilena Chauí)
Para muitos filósofos, a
filosofia é o momento
do encontro entre o som
e a harmonia, entre a
razão e a racionalidade.
Razão
ratio (contar, reunir, juntar, medir, separar, calcular) +
logos (falar, pensar, dizer, palavra)
= pensamento ordenado
A razão é uma maneira de organizar a realidade de
maneira a torna-la compreensível.
A Filosofia identifica duas grandes modalidades da
atividade racional: a intuição (ou razão intuitiva) e o
raciocínio (ou razão discursiva).
Atividade
racional
raciocínio
intuição
INTUIÇÃO
Compreensão global e
instantânea de um fato, de um
objeto.
A partir de um único ato do
espírito, de uma única vez,
capta-se o objeto ou o fato,
completamente.
Do latim: intuitos = ver
Visão direta, imediata e
completa, sem necessidade de
provas ou demonstração para
saber o que se conhece.
RAZÃO DISCURSIVA - RACIOCÍNIO
A intuição pode ser o ponto de chegada,
mas pode ser também o ponto de partida de
um processo cognitivo.
O processo de conhecimento constitui a
razão discursiva ou o raciocínio, e exige
provas e demonstrações. Partindo de
indícios, a pessoa raciocina para chegar a
uma conclusão e tomar uma decisão. São
vários atos intelectuais ligados e
conectados, formando um processo de
conhecimento.
Quando um raciocínio se realiza conforme critérios de
generalidade, tem-se:
DEDUÇÃO – parte de uma verdade conhecida para
demonstrar que se aplica a todos os casos particulares e
iguais;
INDUÇÃO – parte de casos particulares iguais e procura a
definição geral que explica todos os casos particulares;
ABDUÇÃO – espécie de intuição, mas que não ocorre de
uma só vez. Considera a interpretação racional de sinais,
indícios e signos.
A lógica formal clássica só estuda 
argumentos dedutivos, verificando se 
são ou não válidos.
VERDADE E FALSIDADE:
• São propriedades das proposições, nunca dos 
argumentos.
VALIDADE OU INVALIDADE:
• São propriedades dos argumentos dedutivos 
que dizem respeito à inferência ser ou não 
válida.
As mudanças sociais, políticas e culturais determinam
novas formas de pensamento sem que haja ruptura histórica
entre elas;
A razão não determina e nem condiciona a sociedade, mas
antes é mudada e condicionada pela sociedade;
A razão é histórica, ou seja, muda temporalmente, mas essa
história é descontínua, se estrutura a cada novo sentido que
a razão atribui a si mesma;
A cada época a razão cria modelos, paradigmas, para os
fenômenos ou objetos sem continuidade nem pontos em
comum que possibilitem a comparação entre eles.
A razão é uma possibilidade de se opor ao dogmatismo:
DOGMATISMO = do grego dogma = uma opinião
estabelecida por decreto, sem contestação
DOGMATISMO
NÃO ADMITE DÚVIDA, 
CONTESTAÇÃO OU CRÍTICA
ESTRUTURA MENTAL 
FECHADA
DESRESPEITA O 
INDIVIDUALISMO
TOMADA COMO VERDADE 
ABSOLUTA
ATITUDE AUTORITÁRIA 
COMBATE O NOVO E O 
PROGRESSISTA
As dificuldades e crises da razão denotam o oposto do
dogmatismo.
OPOSIÇÃO AO DOGMATISMO:
Atitude reflexiva;
Crítica da cultura;
Crítica da história;
Importância da liberdade de pensamento;
Pluralismo de ideias.
Liberdade de pensamento para a razão e para a filosofia
Sócrates afirma que todo homem deve
estar ciente de sua ignorância, para
manter a mente aberta a novos
conhecimentos.
Se acreditarmos que sabemos tudo, não
aceitaremos opiniões e ideias novas e,
portanto, ficaremos estagnados em nosso
pseudoconhecimento.
Os discursos da filosofia da Grécia antiga
ecoam pelos tempos e propagam o valor da
filosofia, da amizade, do caráter e da
verdade, como necessários à valorização da
essência das coisas, deixando de lado as
trivialidades como o poder, a glória e a
riqueza, o que promove uma postura de
reflexão e de liberdade de pensamentos, que
buscam o bem e possibilitam o acesso à
sabedoria e à felicidade.
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	A FILOSOFIA E A RAZÃO
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