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DIREITO PROCESSUAL CIVIL VIDEOAULA PROF. FIDEL RIBEIRO Da Jurisdição e da Ação www.acasadoconcurseiro.com.br DIREITO PROCESSUAL CIVIL 3 DA FUNÇÃO JURISDICIONAL DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO JURISDIÇÃO: Do latim: IURIS → Direito DICTIO → Dizer < – Dizer o Direito Conceito: Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos. (Marcus Vinícius Rios Gonçalves – Direito Processual Civil Esquematizado) Para Cândido Dinamarco, a jurisdição pode ser compreendida em três aspectos: trata-se de um PODER, uma FUNÇÃO e uma ATIVIDADE. Características da jurisdição: Substitutividade → substitui a vontade das partes Definitividade → somente quem “tem jurisdição” pode decidir definitivamente. Imperatividade → suas decisões impõem comandos aos seus destinatários. Inafastabilidade → possui dois lados: de um lado, a lei não pode excluir determinada causa da possibilidade de apreciação pelo Estado; de outro lado, o Estado, através dos seus órgãos com função jurisdicional não podem negar-se a decidir com base em “lacunas” da lei. Indelegabilidade → a função jurisdicional é indelegável, sob pena de ofensa ao princípio do “Juiz Natural”. Investidura de quem a exerce → para exercer jurisdição é necessário ter sido investido legalmente em tal função. 4 ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: Voluntária X Contenciosa Contenciosa → caracterizada pelo conflito, que deverá ser solucionado pelo Estado/Juiz. Voluntária → caracterizada pela necessidade de um pronunciamento do Estado/Juiz para exercício de algum direito pelos interessados, ou para proteção de um ou ambos sujeitos da relação processual. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS Expressão utilizada pela doutrina e eventualmente cobrada em provas que refere-se às formas de resolução de conflitos não jurisdicionais: • autotutela (apenas lícita quando legalmente autorizada. Ex: defesa imediata da posse) • autocomposição • tribunais administrativos • arbitragem (regulamentada pela Lei nº 9.307/1996, a doutrina majoritária a considera equivalente jurisdicional, e outros a têm como jurisdição propriamente dita exercida por particulares, doutrina minoritária) QUEM EXERCE JURISDIÇÃO? Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. CONDIÇÕES DA AÇÃO / PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Interesse jurídico → utilidade: necessidade + adequação Questão cobrada na prova do MP-PR-2017: 1. Pelo NCPC, a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser uma condição da ação expressa. ( )Certo ( )Errado Gabarito: Certo O CPC 2015 não manteve a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação conforme assim previa o CPC de 1973, revogado. Logo, eventual impossibilidade jurídica do pedido é motivo para improcedência da ação e não para extinção sem resolução de mérito. Alguns autores defendem que não seria motivo para improcedência e sim para indeferimento sem resolução de mérito, mas não mais por ausência de possibilidade jurídica do pedido, mas sim por falta de interesse de agir(teria este, abrangido a condição da possibilidade jurídica do pedido, para parte da doutrina). DIREITO PROCESSUAL CIVIL | PROF. FIDEL RIBEIRO 5 LEGITIMIDADE ORDINÁRIA X EXTRAORDINÁRIA (SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL) Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II – da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS VIDEOAULA PROF. FIDEL RIBEIRO www.acasadoconcurseiro.com.br DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS 3 TEORIAS DA AÇÃO Teoria Civilista ou Imanentista Para os defensores desta teoria, a ação seria “o próprio direito material violado em estado de reação”, conforme ensina Elpídio Donizetti. A doutrina por vezes usa a expressão de que a ação para a teoria civilista seria o “direito material em movimento”. De acordo com Daniel Assumpção Amorim: Teoria Concretista De acordo com Marcus Vinícius Rios Gonçalves (Direito Processual Civil Esquematizado): Teorias Abstratistas 4 Para seus defensores, o direito de ação pode existir mesmo que não exista o direito material buscado, isto é, a existência do direito material não é condição para existir ação. A improcedência da ação, para seus defensores, não elimina o direito de ação apenas resolve o mérito de forma contrária aos interesses de quem se utilizou do direito de ação. Por Daniel Assumpção Amorim: Teorias Ecléticas Importante: para a doutrina amplamente majoritária, é a teoria adotada pelo NCPC. Trata-se de uma teoria que aproxima-se da abstratista por não condicionar o direito de ação ao direito material, não é necessário “ter razão” para que se tenha exercido o direito de ação. Para a teoria eclética, o direito de ação é o direito a uma resposta de mérito. Novamente, cito Daniel Assumpção Amorim: DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS | FIDEL RIBEIRO 5 Teoria da Asserção De acordo com Marcus Vinicius Rios Gonçalves: No mesmo sentido, Daniel Assumpção Amorim: 6