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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA - LEI N° 9.605/98 - DISPÕE SOBRE AS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS DERIVADAS DE CONDUTAS E ATIVIDADES LESIVAS AO MEIO AMBIENTE

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIDEOAULA
PROF. RODRIGO BOZZETTO
LEI N° 9.605/98 - DISPÕE SOBRE AS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS DERIVADAS 
DE CONDUTAS E ATIVIDADES LESIVAS AO MEIO AMBIENTE 
www.acasadoconcurseiro.com.br
http://www.acasadoconcurseiro.com.br
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
3
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
 
CCrriimmeess AAmmbbiieennttaaiiss 
LLeeii 99..660055//9988 
 
Dispõe sobre as sanções ppeennaaiiss e aaddmmiinniissttrraattiivvaass derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 
 
 
CCoonnssttiittuuiiççããoo FFeeddeerraall ddee 11998888.. 
CCaappííttuulloo VVII 
DDoo mmeeiioo aammbbiieennttee 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para 
as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento) 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regul
amento) 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção; (Regulamento) 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (PRINCÍPIO 
DA PRECAUÇÃO) (Regulamento) 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; (Regulamento) 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
4
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies 
ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento) 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão 
público competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o 
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua 
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos 
naturais. (Regulamento) (Regulamento) 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização 
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não 
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que 
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição 
Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio 
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure 
o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 96, de 2017) 
 
 
 
 
 
CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS IINNIICCIIAAIISS 
• A Lei n° 9.605/98 é aplicável juntamente com outras leis que tratem do 
mesmo tema. Ou seja, outras leis podem tipificar crimes ambientais ou 
impor sanções administrativas. Além disso, aplica-se subsidiariamente 
o próprio Código Penal. 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
5
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
• Veja que segundo a Legislação brasileira, crime ambiental é qualquer 
ação prejudicial ou danosa, cometida contra os elementos que formam 
o ambiente, incluindo nestes a fauna e a flora, os recursos naturais da 
nação e seu patrimônio cultural. Entende-se que a saúde do meio 
ambiente é uma extensão do direito à vida propriamente dita, sendo 
que, atentar contra ela, fere as garantias mais fundamentais que o direito 
brasileiro defende. 
 
SSUUJJEEIITTOOSS 
AArrtt.. 22ºº QQuueemm, de qualquer forma, ccoonnccoorrrree para a prática dos crimes 
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua 
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho 
e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa 
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a 
sua prática, quando podia agir para evitá-la. 
• Este art. 2º responde a seguinte pergunta: Quem poderá responder as 
penas cominadas na referida Lei? A responsabilidade penal da pessoa 
física vem delineada nesse artigo, com o leque de aplicação das penas 
bastante amplo, inclusive indicando nominalmente alguns personagens 
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão 
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa 
jurídica, os quais respondem caso se omitam diante da prática 
criminosa. 
 
AArrtt.. 33ºº As ppeessssooaass jjuurrííddiiccaass sseerrããoo rreessppoonnssaabbiilliizzaaddaass aaddmmiinniissttrraattiivvaa,, cciivviill ee 
ppeennaallmmeennttee conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. 
6
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
• Responsabilidade penal da pessoa jurídica (societas deliquere non 
potest). 
• Teorias da ficção e da Realidade. 
• AA rreessppoonnssaabbiilliiddaaddee ppeennaall das pessoas jurídicas é um dos temas mais 
debatidos no meio acadêmico. A Lei n° 9.605/98 realmente inovou ao 
responsabilizá-las penalmente, sem prejuízo da responsabilidade das 
pessoas naturais que tomaram as decisões que resultaram na lesão ao 
meio ambiente. Os Tribunais Superiores já decidiram de forma 
reiterada que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica 
por delitos ambientais iinnddeeppeennddeenntteemmeennttee da responsabilização da 
pessoa física que agia em seu nome. 
• NNÃÃOO SSEE EESSQQUUEEÇÇAA:: PPrriinnccííppiioo ddaa dduuppllaa iimmppuuttaaççããoo.. É possível a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais, 
independentemente da responsabilização da pessoa física que agia em 
seu nome. STF já decidiu que não é necessária a dupla imputação. Ou 
seja, não é necessária a responsabilização da pessoa física, para que a 
jurídica seja responsabilizada. 
• RE 548.181/PR: Conforme orientação da Primeira Turma do STF, “O 
art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da 
pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa 
física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não 
impõe a necessária dupla imputação”. Diante dessa interpretação, o STJ modificou 
sua anterior orientação, demodo a entender que é possível a responsabilização 
penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da 
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. 
• RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee cciivviill por danos ambientais: ocorre de forma objetiva, 
e é decorrente da assunção do risco da atividade, que, em gerando 
dano, aplica-se a responsabilidade mesmo que sem culpa, impondo-se 
o dever de recuperar e indenizar (abrandamento da carga probatória 
do nexo de causalidade). 
 
Portanto, quais são os requisitos para o reconhecimento da responsabilidade 
penal da pessoa jurídica? 
 a) tteennhhaa ssiiddoo ppoorr ddeecciissããoo ddee sseeuu rreepprreesseennttaannttee lleeggaall oouu ccoonnttrraattuuaall; 
b) ee nnoo iinntteerreessssee oouu eemm bbeenneeffíícciioo ddaa ppeessssooaa jjuurrííddiiccaa. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
QQUUEESSTTÃÃOO: (CESPE/ Juiz Federal da 2a Região/2017) Conforme 
entendimento do STF, a responsabilidade penal da pessoa jurídica por crimes 
ambientais subordina-se à simultânea persecução da pessoa física responsável 
pela conduta (princípio da dupla imputação) 
RReessppoossttaa:: eerrrraaddoo.. Segundo entendimento firmado pelo STF no RE 
548181/PR, é admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de 
crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo 
de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática criminosa. 
 
 
DDaa ddeessccoonnssiiddeerraaççããoo ddaa ppeerrssoonnaalliiddaaddee jjuurrííddiiccaa 
• A desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento 
disponível ao magistrado. É possível, de forma pontual, afastar a 
personalidade de uma sociedade para atingir o patrimônio dos sócios. 
Isso ocorre nos casos de abuso da personalidade jurídica, e é muito 
comum, por exemplo, nos processos trabalhistas e na falência, quando 
se comprova que a pessoa jurídica foi criada apenas para “blindar” o 
patrimônio dos sócios. 
• Também é possível aplicar o instituto da desconsideração da 
personalidade jurídica, quando for utilizada para dificultar o 
ressarcimento dos prejuízos causados. 
• Esse instituto também é chamado de “ddiissrreeggaarrdd ooff lleeggaall eennttiittyy”, e tem 
previsão legal um pouco mais detalhada no aarrtt.. 5500 ddoo CCóóddiiggoo CCiivviill.. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte , ou do Ministério Público quando lhe couber intervir 
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da 
pessoa jurídica. 
 
CCOOMMPPEETTÊÊNNCCIIAA.. 
8
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Em regra, a competência para processar e julgar os delitos ambientais é da 
Justiça Estadual em razão de sua competência residual. Vale dizer, a 
competência apenas será da Justiça Federal quando presente uma das 
hipóteses taxativas delineadas no art. 109 da Constituição Federal. 
Houve cancelamento da Súmula 91 do STJ (“Compete à Justiça Federal 
processar e julgar os crimes praticados contra a fauna”). E sedimentou-se o 
entendimento de que somente haverá a competência da Justiça Federal se 
forem atingidos bens, interesses específicos ou serviços da União, incluindo 
suas autarquias e empresas públicas, conforme o art. 109 da CF. 
 
 
DDAA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDAA PPEENNAA 
→ Princípio da individualização da pena – art. 5º, XLVI da CF. 
Note que ao lado das circunstâncias judiciais genéricas descritas no art. 59 do 
Código Penal, há ainda as do art. 6º da Lei para serem analisadas no momento 
da 1ª fase do cálculo trifásico da pena. 
 
AArrtt.. 66ºº Para iimmppoossiiççããoo e ggrraaddaaççããoo ddaa ppeennaalliiddaaddee, a autoridade competente 
observará: 
I - a ggrraavviiddaaddee ddoo ffaattoo, tendo em vista os motivos da infração e suas 
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; 
II - os aanntteecceeddeenntteess do infrator quanto ao cumprimento da legislação de 
interesse ambiental; 
III- a ssiittuuaaççããoo eeccoonnôômmiiccaa do infrator, no caso de multa. 
• Veja que tal dispositivo estabelece que, na individualização da pena, 
devem ser observados certos critérios, utilizados como parâmetro para 
a gradação da penalidade a ser aplicada. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
• Lembrar que o reincidente específico nesse tipo de crime (ambiental), 
tem sua pena aumentada. 
 
 
Para PESSOA FÍSICA. 
Art. 7º As ppeennaass rreessttrriittiivvaass ddee ddiirreeiittooss são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade quando: 
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade 
inferior a quatro anos; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que 
a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. 
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo 
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída. 
• Este dispositivo é bastante importante para fins de prova. Para 
responder às questões, é necessário que você saiba quais circunstâncias 
podem motivar a aplicação de penas restritivas de direitos. 
• A interpretação do dispositivo deve ser no sentido de que a substituição 
deve ocorrer quando estiverem presentes as circunstâncias previstas nos 
incisos I e II simultaneamente. 
• O inciso I (requisito objetivo), entretanto, confere duas alternativas: 
crime culposo ou pena privativa de liberdade inferior a quatro anos. 
Além de uma dessas duas hipóteses, é necessário que a culpabilidade, 
os antecedentes, a conduta social, a personalidade do condenado e os 
motivos e circunstâncias do crime evidenciem a suficiência da 
substituição como medida repressiva. 
• GRAVE ISSO: nos crimes ambientais, as penas restritivas de direitos 
substituem as privativas de liberdade quando: 
- Tratar-se de crime culposo; OU 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
- For aplicada pena privativa de liberdade inferior a quatro 
anos. 
- A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja 
suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime 
Art. 8º. As ppeennaass rreessttrriittiivvaass ddee ddiirreeiittooss (ddaass ppeessssooaass ffííssiiccaass) ssããoo: 
I - prestação de serviços à comunidade; (art. 9º) 
II - interdição temporária de direitos; (art. 10) 
III - suspensão total ou parcial de atividades; (art. 11) 
IV - prestação pecuniária; (art. 12) 
V - recolhimento domiciliar. (art. 13) 
 
AArrtt.. 99ºº AA pprreessttaaççããoo ddee sseerrvviiççooss à comunidade consiste na atribuição 
ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e 
unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, 
pública ou tombada, na restauração desta, se possível. 
 
AArrtt.. 1100.. AAss ppeennaass ddee iinntteerrddiiççããoo tteemmppoorráárriiaa ddee ddiirreeiittoo são a proibição 
de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos 
fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de 
licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de 
três anos, no de crimes culposos. 
 
AArrtt.. 1111.. AA ssuussppeennssããoo de atividades será aplicada quando estas não 
estiverem obedecendo às prescrições legais. 
 
AArrtt.. 1122.. AA pprreessttaaççããoo ppeeccuunniiáárriiaa consiste no pagamento em dinheiroà 
vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de 
importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem 
superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será 
deduzido do montante de eventual reparação civil a que for 
condenado o infrator. 
 
AArrtt.. 1133.. OO rreeccoollhhiimmeennttoo ddoommiicciilliiaarr baseia-se na autodisciplina e senso 
de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
11
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, 
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência 
ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme 
estabelecido na sentença condenatória. 
 
• PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE: Consiste na 
execução de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e 
unidades de conservação. Caso haja dano a propriedade particular, 
pública ou tombada, pode haver também a sua restauração, se possível. 
As unidades de conservação são áreas especiais, criadas com o fim de 
conservar a preservar a flora e a fauna locais. 
• INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS: Estas penas, 
previstas especificamente na Lei n° 9.605/ 1998, são a proibição de 
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou 
quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo 
prazo de cinco anos (crimes dolosos) ou de três anos (crimes culposos). 
Tome cuidado para não confundir esse rol com o do Código Penal, 
que é mais extenso e variado. 
• SUSPENSÃO TOTAL OU PARCIAL DE ATIVIDADES: Será 
aplicada quando as atividades não obedecerem às prescrições legais. 
• PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: Pagamento à vítima ou à entidade 
pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não 
inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta 
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
reparação civil a que for condenado o infrator. 
• RECOLHIMENTO DOMICILIAR: O condenado deve, sem 
vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada, 
permanecendo recolhido em sua residência nos dias e horários de 
folga, conforme estabelecido na sentença condenatória. Essa pena é de 
pouquíssima aplicabilidade prática, e as razões disso podem ser 
facilmente compreendidas quando percebemos que a própria lei utiliza 
a expressão “sem vigilância”. 
 
→ FFiiqquuee aatteennttoo qquuee eessssee ccoonntteeúúddoo ddaass ppeennaass rreessttrriittiivvaass ccaaii mmuuiittoo eemm pprroovvaa!! 
 
→→ JJáá aass ppeennaass aapplliiccáávveeiiss ààss ppeessssooaass jjuurrííddiiccaass ssããoo: 
 
12
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente 
às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: 
I - multa; 
II - restritivas de direitos; 
III - prestação de serviços à comunidade. 
 
OOuu sseejjaa:: 
• MMUULLTTAA 
• PPEENNAASS RREESSTTRRIITTIIVVAASS DDEE DDIIRREEIITTOOSS 
• PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS ÀÀ CCOOMMUUNNIIDDAADDEE 
 
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: 
I - suspensão parcial ou total de atividades; 
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações. 
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem 
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do 
meio ambiente. 
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade 
estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a 
concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar. 
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, 
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos. 
 
Veja que as penas restritivas de direitos aplicáveis às pessoas jurídicas nnããoo 
ssããoo ssuubbssttiittuuttiivvaass, como as previstas no Código Penal (art. 44, do CP) e as 
previstas no art. 7º da LCA (aqui estamos falando de pena para a pessoa 
física), mas autônomas. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
13
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
OOUU SSEEJJAA,, tteemmooss:: 
- Suspensão parcial ou total de atividades; 
- Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
- Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, 
subvenções ou doações por até 10 anos. (§ 3º) 
As ppeennaass ddee iinntteerrddiiççããoo tteemmppoorráárriiaa ddee ddiirreeiittoo são de 3 tipos (art. 10 da Lei no 
9605/98): 
a) a proibição de o condenado contratar com o Poder Público; 
b) de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios; 
c) participar de licitações, pelo pprraazzoo de 55 aannooss, no caso de crimes 
dolosos, e de ttrrêêss aannooss, no de crimes culposos. 
 
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica 
consistirá em: 
I - custeio de programas e de projetos ambientais; 
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
III - manutenção de espaços públicos; 
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
 
• PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS ÀÀ CCOOMMUUNNIIDDAADDEE (art. 23): → aqui 
também se trata de pena autônoma para a pessoa jurídica. 
• - Custeio de programas e de projetos ambientais; 
• - Execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
• - Manutenção de espaços públicos; 
• - Contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Dando sequência, a Lei n° 9.605/1998 traz também circunstâncias agravantes 
e atenuantes, que devem ser consideradas no cálculo da pena do condenado. 
• CCIIRRCCUUNNSSTTÂÂNNCCIIAASS AATTEENNUUAANNTTEESS NNOOSS CCRRIIMMEESS 
AAMMBBIIEENNTTAAIISS –– AArrtt.. 1144.. 
• Baixo grau de instrução/escolaridade do agente; 
• Comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação 
ambiental; 
• AArrrreeppeennddiimmeennttoo do infrator manifestado pela espontânea reparação do 
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; 
• Colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle 
ambiental. 
 
• CCIIRRCCUUNNSSTTÂÂNNCCIIAASS AAGGRRAAVVAANNTTEESS NNOOSS CCRRIIMMEESS 
AAMMBBIIEENNTTAAIISS ((AArrtt.. 1155)) 
• Reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
• Ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da infração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública 
ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por 
ato do Poder Público, a regime especial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; 
h) em domingos ou feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de 
animais; 
n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, perm1ssao ou autorização 
ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por 
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
15
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das 
autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
 
Oriento você a ler algumas vezes essa lista para fins de memorização. 
PPeennaa ddee MMuullttaa.. 
• AArrtt.. 1188 A multaserá calculada segundo os critérios do Código Penal; 
se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser 
aauummeennttaaddaa aattéé ttrrêêss vveezzeess, tendo em vista o valor da vantagem 
econômica auferida. 
• Os critérios do Código Penal para a aplicação da pena de multa estão 
previstos nos arts. 49 a 52. A regra geral é de que o cálculo da multa 
deve ser feito com base na unidade chamada de dia-multa. O juiz deve 
fixar o valor do dia-multa entre um trigésimo e cinco vezes o valor do 
salário mínimo. A quantia então deve ser fixada entre 10 e 360 ddiiaass--
mmuullttaa.. 
• A regra mais importante a ser lembrada por você certamente é a que 
diz respeito à possibilidade de majoração da multa. Muitas vezes os 
crimes ambientais são cometidos por grandes corporações, com grande 
poder econômico. Para essas grandes empresas, esse valor é muito 
pouco significativo. Por essa razão, a lei em estudo permite 
expressamente que, se a multa calculada for considerada ineficaz, 
ppooddeerráá sseerr aauummeennttaaddaa eemm aattéé ttrrêêss vveezzeess.. 
 
LLiiqquuiiddaaççããoo FFoorrççaaddaa.. 
O art. 24 da Lei n° 9.605/ 1998 prevê também a possibilidade de liquidação 
forçada de pessoa jurídica, nos casos em que ela tenha sido constituída ou 
utilizada preponderantemente para facilitar, ocultar ou permitir a prática de 
crime ambiental. 
Nos casos em que houver a liquidação forçada, o patrimônio da liquidanda 
será considerado instrumento do crime e perdido em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional. 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
PPrriinnccííppiioo ddaa IInnssiiggnniiffiiccâânncciiaa.. 
É admissível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais, 
a depender do caso concreto, segundo a jurisprudência do STJ e do STF. 
Contudo, aos delitos praticados contra a Administração Ambiental (arts. 
66/69-A da Lei 9605/98) não há que se falar na adoção do princípio da 
insignificância, pois o bem jurídico protegido é a moralidade administrativa, 
mesmo raciocínio existente aos crimes contra a Administração Pública no 
Código Penal. Bom mencionar que parte significativa da doutrina é contrária 
ao seu cabimento, com base, principalmente, em três motivos: a) titularidade 
difusa do bem jurídico; b) importância fundamental do meio ambiente; e c) 
impossibilidade de aferir, consideradas as relações de dependência recíproca 
existentes no interior de um ecossistema, se o dano ambiental é, realmente, 
insignificante para o meio ambiente. 
• Requisitos para aplicação da insignificância: 
• Mínima ofensividade da conduta do agente 
• Ausência de periculosidade social da ação 
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
• Inexpressividade da lesão jurídica causada 
 
• VVeejjaa eennttããoo qquuee:: é possível utilizar esse princípio no âmbito ambiental. 
• SSTTJJ:: REsp 1685927/RJ – julg. 12/09/2019 “Processo penal e penal. 
Recurso especial. Pesca em época proibida. Apreensão de 250g de 
robalo e de petrechos proibidos na atividade de pesca. Aplicação do 
princípio da insignificância. Impossibilidade. Recurso provido.” 
DDAA AAÇÇÃÃOO EE DDOO PPRROOCCEESSSSOO PPEENNAALL 
• Nos crimes ambientais, a aaççããoo ppeennaall éé ppúúbblliiccaa iinnccoonnddiicciioonnaaddaa, ou seja, 
a persecução penal deve ser promovida pelo Poder Público, sem 
necessidade da intervenção ou requisição de qualquer outra pessoa (art. 
26). 
 
TTRRAANNSSAAÇÇÃÃOO PPEENNAALL 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 
da Lei n° 9.099, de 26 de setembro de 1995, ssoommeennttee ppooddeerráá sseerr ffoorrmmuullaaddaa 
ddeessddee qquuee tteennhhaa hhaavviiddoo aa pprréévviiaa ccoommppoossiiççããoo ddoo ddaannoo aammbbiieennttaall,, ddee qquuee ttrraattaa 
oo aarrtt.. 7744 ddaa mmeessmmaa lleeii,, ssaallvvoo eemm ccaassoo ddee ccoommpprroovvaaddaa iimmppoossssiibbiilliiddaaddee. 
• Possibilidade da aplicação de institutos da Lei 9.099/95 aos crimes 
ambientais: art. 76 e art. 89 (transação e suspensão condicional do 
processo) 
• LEMBRE QUE: infrações penais de menor potencial ofensivo são 
aquelas cuja pena máxima prevista é de até 2 anos, cumulada ou não 
com multa. 
• Esses crimes em regra são processados perante os Juizados Especiais 
Criminais por meio de um procedimento simplificado, em que é 
permitido ao Ministério Público propor em audiência preliminar a 
aplicação de pena restritiva de direitos ou de multa. Trata-se da 
ttrraannssaaççããoo ppeennaall. 
• No caso dos crimes ambientais, somente pode ser proposta a transação 
penal quando tiver havido a composição (ressarcimento) do dano 
ambiental causado. Obviamente a composição só será exigida quando 
puder ser realizada. 
Perceba que quando falamos em composição: 
- Recuperar: voltar ao estado anterior 
- Reparar: indenização → sursis processual 
- Compor: acordo de como será recuperado ou reparado → transação penal 
 
SSUUSSPPEENNSSÃÃOO CCOONNDDIICCIIOONNAALL DDAA PPEENNAA.. 
• A suspensão condicional da pena, ou sursis, pode ser aplicado, como 
regra geral, quando a pena privativa de liberdade à qual o agente foi 
condenado não for superior a 2 anos → Art. 77 do Código Penal. 
• Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da 
pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de 
liberdade não superior a ttrrêêss aannooss. 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
• Nos crimes ambientais, o sursis pode ser aplicado a penas privativas de 
liberdade de até 3 anos, enquanto a regra geral, do Código Penal é a 
aplicação do instituto a penas de até 2 anos. A ssuussppeennssããoo ccoonnddiicciioonnaall 
ddoo pprroocceessssoo apenas acarretará a extinção da punibilidade, constatada 
através de laudo próprio, salvo impossibilidade de reparação do dano 
devidamente comprovada nos autos (art. 28, I, da Lei no 9605/98). 
OObbsseerrvveemm qquuee aa rreeppaarraaççããoo ddoo ddaannoo éé uummaa ddaass ccoonnddiiççõõeess aa sseerreemm 
ccuummpprriiddaass dduurraannttee oo ppeerrííooddoo ddee pprroovvaa ddoo ssuurrssiiss pprroocceessssuuaall.. 
 
 
DDOOSS CCRRIIMMEESS CCOONNTTRRAA OO MMEEIIOO AAMMBBIIEENNTTEE 
• DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa aa ffaauunnaa:: aarrttss.. 2299 aa 3377 
• DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa aa fflloorraa:: aarrttss.. 3388 aa 5533 
• DDaa ppoolluuiiççããoo ee oouuttrrooss CCrriimmeess aammbbiieennttaaiiss:: aarrttss.. 5544 aa 6611 
• DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa oo oorrddeennaammeennttoo uurrbbaannoo ee oo ppaattrriimmôônniioo ccuullttuurraall ((aarrttss.. 
6622 aa 6655)) 
• DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa aa AAddmmiinniissttrraaççããoo AAmmbbiieennttaall ((aarrttss.. 6666 aa 6699)) 
CCaarroo aalluunnoo: são praticamente 40 artigos para estudo (29 ao 69)! Quando da 
leitura e estudo deles, foque nos detalhes, na pena de cada um deles, fazendo 
sempre o link com a parte geral do Código Penal. 
 
Então, ESPECIAL ATENÇÃO PARA: 
 
• PENA: reclusão/detenção/e/ou/multa 
• Possibilidade de transação penal, regime da pena, etc. 
• Figuras equiparadas 
• Se o delito é punido na modalidade culposa 
• Causas de aumento e diminuição de pena 
• Excludentes: vide art. 37 
• Art. 79: aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do 
Código Penal e do Código de Processo Penal 
• Competência para julgamento: regra é a Justiça Estadual. Será da Justiça 
Federal nos casos e situações do art. 109 da CF. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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FFaauunnaa. A fauna consiste no conjunto de animais, terrestres ouaquáticos, 
próprios de determinada região, que se dividem em: invertebrados, 
mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Os peixes estão incluídos na fauna 
aquática. 
FFlloorraa. A flora é o conjunto de plantas de uma determinada região ou período 
listadas por espécies e consideradas como um todo, incluídos os fungos, as 
bactérias do solo, os musgos, bromeliáceas, podendo ser encontrada nas 
matas, nos pântanos, no ambiente marinho, (flutuante ou fixa no fundo das 
águas). 
PPoolluuiiççããoo. Poluição é toda alteração das propriedades naturais do meio 
ambiente, provocada por agentes de qualquer espécie, prejudicial à saúde, à 
segurança ou ao bem-estar da população que é atingida pelos efeitos da 
poluição. 
OOrrddeennaammeennttoo UUrrbbaannoo ee oo PPaattrriimmôônniioo CCuullttuurraall. Consiste no patrimônio 
histórico, cultural, artístico, arqueológico e paisagístico. 
AAddmmiinniissttrraaççããoo AAmmbbiieennttaall.. A Administração Ambiental é a Administração 
Pública com destinação específica de proteger o meio ambiente. 
 
CCRRIIMMEESS CCOONNTTRRAA AA FFAAUUNNAA 
CCoonnssiiddeerraaççõõeess iinniicciiaaiiss.. 
Caso o crime contra a fauna seja praticado em período de caça proibida, a 
pena será aumentada de metade. Entretanto, independentemente do período, 
se o caçador desenvolver a atividade profissionalmente, ou seja, com o intento 
de lucro, deve ser aplicada a segunda hipótese de aumento de pena (até o 
triplo). 
Os demais crimes contra a fauna são menos importantes para a sua prova. 
Basta uma boa lida nos tipos penais para que você acerte as questões. 
 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
AArrtt.. 2299.. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, 
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização 
da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
 
§ 1º IInnccoorrrree nnaass mmeessmmaass ppeennaass:: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em 
desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro 
ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, 
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, 
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, 
licença ou autorização da autoridade competente. 
 
§§ 22ºº No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada 
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de 
aplicar a pena. → ppeerrddããoo jjuuddiicciiaall 
 
§ 3° SSããoo eessppéécciimmeess ddaa ffaauunnaa ssiillvveessttrree todos aqueles pertencentes às espécies 
nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham 
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território 
brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. 
 
§ 4º AA ppeennaa éé aauummeennttaaddaa ddee mmeettaaddee, se o crime é praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que 
somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar 
destruição em massa. 
 
§ 5º A ppeennaa éé aauummeennttaaddaa aattéé oo ttrriipplloo, se o crime decorre do exercício de caça 
profissional. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. 
 
Objetividade Jurídica: A preservação da fauna e o equilíbrio 
ecológico. 
Sujeito ativo: É um crime comum, ou seja, pode ser cometido por 
qualquer pessoa. 
 
 
QQuueessttããoo: (CESPE/ Procurador do Estado do Amazonas/2016) Cláudio, 
maior e capaz, caçou e matou espécie de fauna silvestre, sem a devida 
autorização da autoridade competente. 
Segundo o atual entendimento do STJ, a competência para julgar o referido 
crime será da justiça federal, independentemente de a ofensa ter atingido 
interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas ou de 
empresas públicas federais, pois basta que os crimes sejam contra a fauna para 
atrair a competência do Poder Judiciário federal. 
 
RReessppoossttaa:: O item está errado. Como vimos, a competência para processar e 
julgar os crimes ambientais será da Justiça Estadual (competência residual). 
Somente será da competência da Justiça Federal se presente alguma situação 
delineada no art. 109 da Constituição Federal. 
 
QQuueessttããoo:: rreellaattiivvaa aaoo aarrtt.. 2255 ee ppaarráággrraaffoo ddaa LLeeii.. 
 
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01 
João praticou crime ambiental de maus-tratos contra animais silvestres, consistentes 
em cinco micos-leões-dourados encontrados machucados e desnutridos. Os animais 
foram devidamente apreendidos pela Autoridade Policial responsável pela operação, 
que lavrou o respectivo auto. 
 
Conforme dispõe a legislação de regência e a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal, os animais serão 
Alternativas 
A 
libertados em seu habitat, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades 
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados 
ou abatidos imediatamente, mediante decisão discricionária da autoridade policial. 
B 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
libertados em seu habitat, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades 
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados 
ou abatidos imediatamente, mediante decisão judicial, ouvidos previamente todos os 
policiais que participaram da operação. 
C 
entregues a fiel depositário que demonstre aptidão técnica para recebê-los, até que 
sejam libertados em seu habitat ou colocados em jardins zoológicos, fundações ou 
entidades assemelhadas, sendo constitucional a interpretação da legislação federal 
que possibilita o abate imediato de animais apreendidos em situação de maus-tratos. 
D 
prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não 
recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou 
entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos 
habilitados, de maneira que é constitucional a interpretação da legislação federal que 
possibilita o abate imediato de animais apreendidos em situação de maus-tratos. 
E 
prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não 
recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações 
ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de 
técnicos habilitados, de maneira que é inconstitucional a interpretação da 
legislação federal que possibilita o abate imediato de animais apreendidos em 
situação de maus-tratos. 
 
→ Vide essa decisão: É inconstitucional a interpretação da legislação federal que 
possibilita o abate imediato de animais apreendidos em situação de maus-tratos. 
STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 
1030). 
 
 
 
AArrtt.. 3300. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, 
sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
• Empresa de venda de couro! 
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
MMaauuss--ttrraattooss.. 
AArrtt.. 3322.. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, 
domésticos ou domesticados, nativos ouexóticos:
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel 
em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem 
recursos alternativos. 
 
FFoorrmmaa qquuaalliiffiiccaaddaa 
§§ 11ºº--AA Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas 
no ccaappuutt deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e 
proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020) 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
AArrtt.. 3333.. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o 
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, 
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de 
domínio público;
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem 
licença, permissão ou autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre 
bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
 
• Empresa de lavagem industrial. 
AArrtt.. 3344.. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares 
interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos 
inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de 
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes 
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
AArrtt.. 3355.. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito 
semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. 
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a 
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos 
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de 
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, 
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. 
EEXXCCLLUUSSÃÃOO DDEE CCRRIIMMEE 
AArrtt.. 3377.. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou 
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela 
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão 
competente. 
DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa aa fflloorraa 
Nessa seção de crimes, oriento você a memorizar ao máximo os delitos, pois 
geralmente as questões envolvendo essa matéria são simples e diretas, 
cobrando as condutas típicas, bem como as penas cominadas. 
Os crimes contra a flora descritos na Lei 9605/98 rreevvooggaarraamm aass iinnffrraaççõõeess 
ppeennaaiiss ddeessccrriittaass nnaa LLeeii 44777711//6655 (Código Florestal, também conhecido como 
Lei de Proteção à Flora). 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
DDEESSTTRRUUIIÇÇÃÃOO,, DDAANNOO OOUU UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE FFLLOORREESSTTAA DDEE 
PPRREESSEERRVVAAÇÇÃÃOO PPEERRMMAANNEENNTTEE ((aarrtt.. 3388 ddaa LLeeii nnoo 99660055//9988)) 
AArrtt.. 3388. DDeessttrruuiirr ou ddaanniiffiiccaarr floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das 
normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
DDEESSTTRRUUIIÇÇÃÃOO,, DDAANNOO OOUU UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE VVEEGGEETTAAÇÇÃÃOO DDAA 
MMAATTAA AATTLLÂÂNNTTIICCAA ((AARRTT.. 3388--AA ddaa LLeeii nnoo 99660055//9988)) 
AArrtt.. 3388--AA.. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em 
estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou 
utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 
11.428, de 2006).
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à 
metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
AArrtt.. 3399. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, 
sem permissão da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
AArrtt.. 4400.. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às 
áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, 
independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as 
Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os 
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela 
Lei nº 9.985, de 2000)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no 
interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada 
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 
9.985, de 2000)
§ 3º Se o crime for ccuullppoossoo, a pena será reduzida à metade. 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000) 
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas 
de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as 
Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as 
Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do 
Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no 
interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada 
circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 
2000)
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela 
Lei nº 9.985, de 2000) 
AArrtt.. 4411.. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é ccuullppoossoo, a pena é de detenção de seis meses a 
um ano, e multa. 
AArrtt.. 4422.. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar 
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou 
qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
AArrtt.. 4444.. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de 
preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou 
qualquer espécie de minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 
E agente que extrair areia de floresta de domínio público responderá pelo 
delito de furto (art. 155 do CP)? 
Esse aparente conflito de normas é solucionado pelo pprriinnccííppiioo ddaa 
eessppeecciiaalliiddaaddee. Vale dizer, o tipo penal em estudo é especial em relação ao 
delito de furto (art. 155 do CP). Assim, o agente responderá apenas pelo art. 
44 da Lei no 9605/98. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
 
 
AArrtt.. 4455.. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificadapor ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer 
outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações 
legais:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. 
AArrtt.. 4466.. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, 
lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de 
licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se 
da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, 
tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros 
produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem 
ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. 
SSuujjeeiittoo aattiivvoo: Trata-se de ccrriimmee pprróópprriioo, ou seja, somente pode ser praticado 
por comerciante ou industrial. 
AArrtt.. 4488. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais 
formas de vegetação:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 
E pode ser questionada a seguinte pergunta sobre: para a configuração desse 
delito, a área em que a regeneração natural é impedida ou dificultada, precisa 
ser considerada como área de preservação permanente? 
Não, segundo posição firmada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL EE AAMMBBIIEENNTTAALL.. CCOONNFFIIGGUURRAAÇÇÃÃOO DDOO CCRRIIMMEE 
DDOO AARRTT.. 4488 DDAA LLEEII 99660055//11999988.. 
Isso porque o referido tipo penal descreve como conduta criminosa o simples 
fato de “impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais 
formas de vegetação.” Precedente citado: REsp 849.423- SP, Quinta Turma, 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
DJ 16/10/2006 (AgRg no REsp 1.498.059-RS, Rel. Min. Leopoldo de Arruda 
Raposo (Desembargador Convocado do TJ/PE, julgado em 17/09/2015). 
AArrtt.. 4499. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, 
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade 
privada alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. 
AArrtt.. 5500.. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação 
fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
AArrtt.. 5500--AA. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, 
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem 
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
§ 1o NNããoo éé ccrriimmee a conduta praticada quando necessária à subsistência 
imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será 
aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, 
de 2006) 
 
OBS: veja que enquanto no art. 50 da Lei no 9.605/98 o agente visou proteger 
as florestas nativas ou plantadas que são objeto de especial preservação, no 
art. 50-A foram resguardadas as florestas nativas ou plantadas situadas em 
terras de domínio público ou devolutas. 
 
 
AArrtt.. 5511.. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais 
formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
AArrtt.. 5522.. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou 
instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou 
subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
AArrtt.. 5533. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a 
um terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a 
modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações; 
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça 
ocorra somente no local da infração;
d) em época de seca ou inundação; 
e) durante a noite, em domingo ou feriado. (nessa situação não há aplicação 
da agravante descrita no art. 15, “h” e “i”, da Lei no 9605/98 para evitar o 
indevido bis in idem). 
DDaa ppoolluuiiççããoo ee oouuttrrooss ccrriimmeess aammbbiieennttaaiiss 
AArrtt.. 5544. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou 
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade 
de animais ou a destruição significativa da flora : 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
• A Doutrina entende que a poluição sonora também está abrangida pela 
Lei dos Crimes Ambientais. Para comprovar a prática desse crime, o 
STJ entende que é imprescindível a realização de perícia. 
§ lº Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
§ 2º Se o crime: 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que 
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à 
saúde da população; 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público de água de uma comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou 
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências 
estabelecidas em leis ou regulamentos: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
• O crime de poluição conta com uma modalidade culposa, para a qual 
é cominada pena diferente. Esta culpa pode ocorrer em qualquer das 
três modalidades (negligência, imprudência, imperícia). 
• A pena será mais severa quando houver as consequências elencadas no 
§2o. Essas hipóteses estão relacionadas às situações em que a poluição 
cause danos mais severos ou permanentes. 
• Aquele que se omite quanto à adoção de medidas de precaução quando 
houver exigência da autoridade competente também incorre nas penas 
mais severas. 
AArrtt.. 5555.. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a 
competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo 
com a obtida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área 
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, 
concessão ou determinação do órgão competente. 
AArrtt.. 5566. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, 
fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto 
ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio 
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus 
regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de 
2010) 
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no ccaappuutt ou os utiliza em 
desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 
12.305, de 2010) 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou 
dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em 
lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) 
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a penaé 
aumentada de um sexto a um terço. 
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 
Por ser um delito de perigo abstrato, o STJ firmou entendimento da 
desnecessidade de perícia para demonstrar a nocividade do produto ou da 
substância tóxica. 
AArrtt.. 5588.. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:
I - de uumm sseexxttoo aa uumm tteerrççoo, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio 
ambiente em geral;
II - de uumm tteerrççoo aattéé aa mmeettaaddee, se resulta lesão corporal de natureza grave em 
outrem;
III - até o ddoobbrroo, se resultar a morte de outrem.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas 
se do fato não resultar crime mais grave. 
AArrtt.. 6600.. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer 
parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços 
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais 
competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
AArrtt.. 6611. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à 
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• A Doutrina se manifesta no sentido de que este dispositivo revogou o 
art. 259 do Código Penal, que tipificou a conduta de quem difunde 
“doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou 
animais de utilidade econômica”. 
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
• A diferença aqui é que o art. 259 do CP prevê em seu parágrafo único 
uma modalidade culposa, diferentemente da Lei dos Crimes 
Ambientais. Por isso devemos entender que o parágrafo único do art. 
259 do CP não foi revogado pela Lei dos Crimes Ambientais. 
 
DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa oo oorrddeennaammeennttoo uurrbbaannoo ee oo ppaattrriimmôônniioo ccuullttuurraall 
Os bens jurídicos protegidos nestes crimes são o ordenamento urbano e o 
patrimônio cultural brasileiro. Este último é definido pela Constituição 
Federal nos seguintes termos: 
CF, art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individua/mente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científica s , artísticas e tecnológicas ; 
IV - as obras , objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico , artístico , 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
 
AArrtt.. 6622.. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou 
similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de 
detenção, sem prejuízo da multa. 
AArrtt.. 6633.. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente 
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor 
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, 
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade 
competente ou em desacordo com a concedida:
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
AArrtt.. 6644.. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, 
assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, 
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou 
monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo 
com a concedida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
AArrtt.. 6655.. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento 
urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada 
pela Lei nº 12.408, de 2011) 
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do 
seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 
(um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.408, 
de 2011) 
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de 
valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, 
desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou 
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização 
do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas 
editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e 
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº 
12.408, de 2011) 
• O tipo penal que diz respeito à pichação foi recentemente modificado, 
de forma que a manifestação artística por meio de grafite não é mais 
considerada crime, desde que haja consentimento do proprietário ou 
autorização do órgão competente, no caso de bens públicos. 
 
 
DDooss ccrriimmeess ccoonnttrraa aa AAddmmiinniissttrraaççããoo AAmmbbiieennttaall 
AArrtt.. 6666. Fazer o ffuunncciioonnáárriioo ppúúbblliiccoo afirmação falsa ou enganosa, omitir a 
verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos 
de autorização ou de licenciamento ambiental:
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
AArrtt.. 6677. Conceder o ffuunncciioonnáárriioo ppúúbblliiccoo licença, autorização ou permissão 
em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços 
cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de 
detenção, sem prejuízo da multa. 
 
• AArrttss.. 6666 ee 6677 ssããoo ccrriimmeess pprróópprriiooss. Só podem ser praticados por quem 
tem conhecimento e que atua na área ambiental. 
AArrtt.. 6688. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de 
cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem 
prejuízo da multa. 
AArrtt.. 6699. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de 
questões ambientais:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
AArrtt.. 6699--AA.. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou 
qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório 
ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por 
omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, 
de 2006) 
§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano 
significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, 
incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
DDaa iinnffrraaççããoo aaddmmiinniissttrraattiivvaa 
• Até agora vimos diversos tipos penais, com variadas descrições. Porém, 
a Lei n° 9.605/1998 trata também de infrações administrativas. Esses 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
35
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
ilícitos são definidospela própria lei como sendo “toda ação ou 
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção 
e recuperação do meio ambiente”. 
• Os autos de infração ambiental podem ser lavrados pelos funcionários 
de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente (SISNAMA), designados para as atividades de fiscalização, 
bem como os agentes das Capitanias dos Portos. 
• As Capitanias dos Portos são órgãos integrantes da Marinha do Brasil. 
O SISNAMA foi instituído pela Lei n° 6.938/1981, e é constituído 
pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental. O órgão central do sistema é o Ministério do Meio 
Ambiente, e o órgão executor é o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 
• Essas pessoas têm a responsabilidade de apurar infrações, e se tiverem 
conhecimento do ocorrido e se omitirem nesse dever, serão 
consideradas corresponsáveis. 
 
AArrtt.. 7700.. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão 
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação 
do meio ambiente.
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e 
instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais 
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados 
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos 
Portos, do Ministério da Marinha.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir 
representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito 
do exercício do seu poder de polícia.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é 
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo 
administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo 
próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas 
as disposições desta Lei. 
36
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve 
observar os seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de 
infração, contados da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, 
contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou 
impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância 
superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria 
de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de 
autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento 
da notificação. 
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, 
observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, 
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza 
utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-
ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei 
e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das 
demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou 
dolo:
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
37
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-
las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela 
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania 
dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se 
prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V 
do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando 
o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem 
obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização; 
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; 
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em 
estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até 
três anos. 
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração 
ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado 
pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, 
de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou 
correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. 
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma 
ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. 
DDAA CCOOOOPPEERRAAÇÇÃÃOO IINNTTEERRNNAACCIIOONNAALL PPAARRAA AA PPRREESSEERRVVAAÇÇÃÃOO DDOO 
MMEEIIOO AAMMBBIIEENNTTEE 
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, 
38
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado 
para:
I - produção de prova;
II - exame de objetos e lugares;
III - informações sobre pessoas e coisas;
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância 
para a decisão de uma causa;
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos 
tratados de que o Brasil seja parte.
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da Justiça, 
que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para 
decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.
§ 2º A solicitação deverá conter:
I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
II - o objeto e o motivo de sua formulação;
III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;
IV - a especificação da assistência solicitada;
V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso. 
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a 
reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de 
comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações 
com órgãos de outros países.
 
 
QUESTÕES. 
 
Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado 
de Polícia Civil 
De acordo com a Lei nº 9.605/1998 (crimes contra o meio ambiente), a pena 
mínima de reclusão prevista àquele que, dolosamente, provoca incêndio em 
mata ou floresta é de: 
Alternativas 
A 
um ano. 
B 
dois anos. (art. 41) 
C 
três anos. 
D 
quatro anos. 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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E 
cinco anos. 
 
 
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: PC-RN Prova: FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto 
João, conhecido latifundiário do interior do Estado Alfa,com vontade livre e consciente, 
transformou em carvão madeira de lei,assim classificada por atodo poder público, 
para fins industriais, em desacordo com as determinações legais. Assim agindo, de 
acordo com a Lei nº 9.605/1998, João: 
Alternativas 
A 
praticou crime, cuja pena é de reclusão, de um a dois anos, e multa; (art. 45) 
B 
praticou crime, cuja pena é de detenção, de um a três anos, e multa; 
C 
não praticou crime, porque incide excludente de ilicitude, mas responde civil e 
administrativamente; 
D 
não praticou crime, por falta de tipicidade de sua conduta, mas responde por infração 
administrativa com sanção pecuniária de multa; 
E 
não praticou crime, porque a finalidade do ato foi 
para produção industrial, mas responde por infração administrativa com sanção 
pecuniária de multa. 
 
Ano: 2021 Banca: NC-UFPR Órgão: PC-PR Prova: NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Delegado de Polícia 
I.R. foi acusado pela prática do crime descrito no art. 54 da Lei 9.605/98 (Causar 
poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em 
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição 
significativa da flora. Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa). Narra a 
denúncia que I.R. teria, de forma dolosa, adredemente combinado com D.L., 
causado poluição na área da Reserva Indígena Tekohá Añetete, localizada em 
Diamante D’Oeste – PR. Considerando as informações apresentadas, assinale a 
alternativa correta. 
Alternativas 
A 
Ainda que I.R. tenha praticado crime de menor potencial ofensivo, é incabível a 
transação penal, visto que o crime foi praticado dentro de reserva indígena. 
B 
Por determinação expressa da lei, I.R. não poderá ser beneficiado pela suspensão 
condicional da pena. 
C 
Por se tratar de crime ocorrido dentro de reserva indígena, a ação penal resta 
condicionada à representação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). 
D 
Eventual sentença condenatória em desfavor de I.R. poderá fixar valor mínimo 
para reparação dos danos causados pela infração. (art. 20) 
E 
40
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
I.R. poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, caso efetue a 
prévia composição do dano ambiental. 
 
Lembre: 
• TRANSAÇÃO PENAL - Está condicionada à PRÉVIA Composição do dano 
ambiental (art. 27) 
• SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO - Extinguirá a punibilidade 
apenas DEPOIS da integral rEparação do dano ambiental (art. 28) 
• SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA: pode ser aplicada nos casos de 
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos. (art. 16) 
• VALOR MÍNIMO PARA REPARAÇÃO: Sentença penal condenatória, sempre 
que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração (art. 20) 
 
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-PB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - 
Delegado de Polícia Civil 
Assinale a opção correta a respeito da disciplina legal dos crimes contra o meio 
ambiente. 
Alternativas 
A 
O recolhimento domiciliar é espécie de pena restritiva de direitos prevista na Lei 
de Crimes Ambientais. 
B 
O desmatamento é considerado crime se praticado em terras de domínio público ou 
devolutas e desde que a floresta seja nativa, salvo se o delito for praticado por 
necessidade de subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. (art. 50-A) 
C 
Verificada a ocorrência de infração penal ambiental que envolva animais, estes 
deverão ser obrigatoriamente libertados em seu habitat. (Art. 25, § 1º) 
D 
Não é cabível a suspensão condicional do processo ou o acordo de não persecução 
aos crimes ambientais, por expressa vedação legal. 
E 
Se o abate de animal for praticado para proteger lavouras de ação predatória, será 
cabível a redução da pena de um a dois terços, desde que a circunstância seja 
atestada pela autoridade competente. (art. 37 → é causa de exclusão da atipicidade.) 
 
 
 
 
\Ano: 2021 Banca: NC-UFPR Órgão: PC-PR Prova: NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Delegado de Polícia 
Sobre os crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/1998), considere as seguintes 
afirmativas: 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA | RODRIGO BOZZETTO
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Professor Rodrigo Bozzetto 
 
1. Com relação aos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, não é possível 
ao infrator a realização de suspensão condicional do processo. 
2. De acordo com o entendimento atual do STF, a responsabilização penal da 
pessoa jurídica por crimes ambientais, prevista no art. 3º da Lei nº 9.605/1998, fica 
condicionada à simultânea persecução penal de pessoa física (teoria da dupla 
imputação). 
3. A prática de crime ambiental em domingos ou feriados constitui circunstância 
que agrava a pena, quando não constitui ou qualifica o crime. 
4. De acordo com o STF, compete à Justiça Federal processar e julgar o crime 
ambiental de caráter transnacional que envolva animais silvestres ameaçados de 
extinção e espécimes exóticas ou protegidas por compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil. 
Assinale a alternativa correta. 
Alternativas 
A 
Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
B 
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras 
C 
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. 
D 
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 
E 
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
 
 
 
 
Gabarito: A 
 
42
Professor Rodrigo Bozzetto 
 
 
 
Gabarito: E 
 
 
 
 
Gabarito: D

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