Buscar

RESUMO SOBRE A HISTÓRIA DA ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL DE DERMEVAL SAVIANI

Prévia do material em texto

RESUMO SOBRE A HISTÓRIA DA ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL DE DERMEVAL SAVIANI
Karina Teixeira de Souza
O autor diz que há pelo menos três significados que podem retratar a palavra “escola pública”. Como primeiro, a escola é um lugar de transmissão de conhecimento em grupo, em que está vai contra ao que se tinha de professores privados. A segunda compreende a escola, como a que a atende à toda a população. E por fim, a escola como estatal, ou seja, que é organizada e mantida pelo Estado.
No século XVI e XVII, havia uma educação de cunho religioso. E a partir do século XVIII, que as instituições de ensino passaram a ser vista como estatais, sendo estimulada pelos Iluministas, estes que não estavam em concordância com os ideais religiosos, fazendo com que surgisse assim, uma visão laica sobre o cenário. No século XVIII, enquanto acontecia a Revolução Francesa, era erguido também uma bandeira em que instituía a escola pública, gratuita, obrigatória e laica para toda população. O século XIV foi o da “educação pública nacional” e o século XX “educação pública democrática”.
O Estado e a Educação no Brasil fazem alusão ao período de colonização, em que os jesuítas dominaram a educação, e só foram expulsos em 1759 quando o Marquês de Pombal o fez. Surgiu-se, então, as aulas régias que eram mantidas pela Coroa.
As reformas pombalinas não estão em conformidade com os ideais religiosos, e com inspiração no Iluminismo surge então a “educação pública estatal”. Tal ideia não foi muito longe, a mesma nem chegou a ser efetivada, dentre os fatores de falta de professores, insuficiência de recursos, houve também um retrocesso e por fim o isolamento da Colônia. 
Com a difusão dos ideais Iluministas, estas influenciaram liberais que tinham desejo de autonomia política.
Em 1822, o Brasil se torna um país independente, se constituindo como Estado Nacional, tendo uma monarquia denominada “Império do Brasil”. A oportunidade que se tinha de institucionalizar o país foi abortada quando teve o Golpe de Estado em 1823, onde D.Pedro I fechou a constituinte conferindo em 1824 a Constituição Império. 
Em 1826, é reaberto o parlamento, voltando a tona a discussão acerca da instrução pública nacional, em que esta recebeu diversas proposta, uma delas sendo a de Januário da Cunha Barbosa, que tinha como ideal distribuir o ensino em quatro períodos: o primeiro era conhecido como “Pedagogias”, que consistia em um conhecimento elementar necessário a toda população indiferente de sua classe social; o segundo era os “Liceus”, que era uma formação profissional; o terceiro foi conhecido como “Ginásio” que se tratava de conhecimentos científicos gerais; e por último as “Academias” que eram o estudo das ciências abstratas e de observação. Tais proposta nem entraram em discussão, no lugar de ideias mais ambiciosas, a câmara de deputados resolveu implementar um estudo elementar bem limitado, a qual ficou conhecida como “escola de primeiras letras”, em que ensinava a ler, escrever, realizar as quatro operações matemáticas, uma noção superficial sobre geometria e também estudos religiosos proporcionados a meninos.
As escolas elementares não foram instaladas em todos os lugares. Por força maior, em 1834, um ato adicional do Império fez com que os governos das provinciais.
Nas últimas décadas de Império, houveram grandes debates sobre a importância da educação e sua organização em âmbito nacional. 
A Proclamação da República significou uma vitória para os ideais laicos, separando Igreja e Estado. A organização nacional de instrução mais uma vez estava sobre responsabilidade dos governos das provinciais, que passaram a ser chamados de Estados Federados.
De 1892 à 1896 acontecia a reforma de instrução pública paulista, esta que foi a pioneira em organização do ensino primário. Mas a mesma também não chegou a se consolidar. Esse retrocesso na reforma do ensino paulista, aconteceu juntamente com o domínio da oligarquia cafeeira, que geria o regime republicano através da política de governadores. Foi necessário esperar o final da República velha, com a crise de 20 anos para poder se pensar novamente nas reformas estaduais de instrução pública. O problema do sistema de ensino só passou a ter atenção após a Revolução de 1930.
Com a evolução, urbanização e pressão da sociedade sobre as instruções de ensino aumentaram gradativamente, vendo o analfabetismo como uma vergonha nacional.
Logo após a Revolução de 1930, é criado o Ministério da Educação e Saúde, a partir de então, a educação começava a ser reconhecida como plano institucional. Em 1932, tem-se a construção do Sistema Nacional de Educação. Em 1934, era criada a Constituição Federal em que estava elabora um Plano Nacional de Educação. De 1942 à 1946, foram promulgadas as leis orgânicas de ensino. E finalmente, e somente em 1946 que foi-se ter uma Lei nacional que se referia ao ensino primário. A Lei das Diretrizes e Bases que ocorreu em 1947 era o caminho para realizar o que estava instituído na Constituição Federal de 1946. Porém, em 1961 houve uma lei aprovada que não correspondiam as expectativas, fazendo com que fosse reconhecido uma limitação na democratização do acesso ao ensino fundamental. Essa limitação não conseguiu ser revertida com a Lei instituída em 1971.
A política nacional que vem sendo implantada no Brasil, sob a direção do Ministério da Educação, é caracterizada pela flexibilidade, terceirização das responsabilidades, repassando essas aos municípios, à apelo a sociedade, empresas ou até mesmo organizações não governamentais, fazendo com que esses exercem papeis de filantropos para manter a escola.
O estado brasileiro ainda não é capaz de democratizar o ensino, mesmo que se esteja diante de uma educação pública democrática de âmbito nacional.

Continue navegando