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2002-01-493-Introdução-à-Fisiologia

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Prévia do material em texto

FISIOLOGIA 
AULA 1
ABERTURA 
Olá!
A fisiologia humana se ocupa em estudar o funcionamento do corpo dos seres humanos. Outra 
área que tem relação com esta ciência é a Anatomia, pois é um campo também muito importante 
para as análises do corpo humano, como é estruturado e organizado.
Nesta aula, abordaremos os aspectos históricos e a conceitualização da fisiologia humana e 
suas relações. 
Bons estudos.
Introdução à 
Fisiologia
REFERENCIAL TEÓRICO
A fisiologia procura explicar o funcionamento dos seres vivos em vários aspectos, ou seja, suas 
funções mecânicas, físicas e bioquímicas. Portanto, a conceitualização da fisiologia é a base 
para o entendimento dos processos normais de funcionamento dos sistemas do corpo humano. 
Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo "Introdução à Fisiologia", da obra 
Biofísica e fisiologia.
Ao final de seu estudo, você saberá:
• Reconhecer aspectos históricos da evolução da fisiologia humana.
• Descrever os conceitos básicos dessa ciência.
• Identificar como a fisiologia se relaciona com outras ciências.
Boa leitura.
Introdução à fisiologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os aspectos históricos da evolução da fisiologia humana.
 � Descrever os conceitos básicos da fisiologia.
 � Identificar como a fisiologia se relaciona com outras ciências.
Introdução
A fisiologia é uma das ciências da saúde que busca explicar como ocorrem 
as ações do corpo humano. A curiosidade por saber como a “máquina 
humana” funciona sempre despertou interesse do homem, e há registros 
de estudos sobre o corpo humano desde as mais remotas civilizações.
Neste capítulo, você vai estudar os aspetos históricos da evolução da 
fisiologia humana. Também vai ver os conceitos básicos dessa ciência e 
identificar como a fisiologia se relaciona com outras ciências.
História da fisiologia 
Embora seja uma ciência do mundo moderno, a história da fisiologia vem de 
longos tempos. Registros apontam que, na Grécia Antiga, o filósofo grego 
Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) já fazia especulações sobre como funcio-
nava o corpo dos seres vivos. No entanto, coube a outro grego, Erasístrato 
(310 a.C.–250 a.C.), o título de pai da fisiologia humana, pois foi ele quem 
aplicou as leis da física aos estudos das funções corporais (FOX, 2007).
Erasístrato, junto com Herófilo (335 a.C.–280 a.C.), foi o responsável por 
fundar a escola de anatomia de Alexandria. Nessa escola, ambos dissecavam 
corpos em busca dos mistérios do funcionamento do corpo. Cabe ressaltar 
que, antes da escola de Alexandria, todo o conhecimento sobre corpos vinha 
das experiências com animais.
Entre os principais estudos propostos por Erasístrato estava a importância dos átomos 
para o corpo, a descrição do funcionamento do cérebro, do cerebelo e dos ventrículos 
cerebrais, além das válvulas cardíacas e, por fim, a distinção de funcionamento entre 
veias e artérias (FOX, 2007). 
Além da civilização grega, escritos antigos de outras civilizações, como 
a chinesa, a indiana e a egípcia, já apontam tentativas médicas para tentar 
entender o corpo humano, principalmente o que ocorria com o corpo durante 
as doenças e as tentativas para reestabelecer a saúde, como a busca de remédios 
para combatê-las (SILVERTHORN, 2017).
Até o período Renascentista, os grandes estudos sobre a fisiologia hu-
mana foram realizados pelo médico e filósofo italiano Cláudio Galeno (ca 
de 129–200). Coube ao italiano dar o início aos estudos sobre a contração 
muscular e ainda realizar o detalhamento anatômico do corpo (esqueleto e 
músculos) e de suas funções (FOX, 2007).
Fox (2007) aponta que a fisiologia só passa a ser considerada uma ciência re-
volucionária a partir do trabalho do médico inglês William Harvey (1578–1657), 
que demonstrou que o coração bombeia o sangue por meio de um sistema 
fechado de vasos. Junto com Harvey, outros dois nomes foram importantes 
para a evolução histórica dessa ciência: Claude Bernard (1813–1878) e Walter 
Cannon (1871–1945).
No século XIX, Bernard publicou estudos a partir da observação do cha-
mado milieu intérieur (ambiente interno). Segundo Bernard, esse ambiente 
permanece notavelmente constante, apesar das alterações das condições do 
ambiente externo. Por este estudo o francês é considerado o pai da fisiologia 
humana moderna (FOX, 2007).
O americano Walter Cannon começou seus estudos fisiológicos no começo 
do século XX, buscando um maior entendimento sobre o processo da digestão. 
Também voltou sua atenção para o estudo do sistema nervoso autônomo (SNA) 
e da fisiologia das emoções:
Introdução à fisiologia2
Era nítida para ele a semelhança entre a ação das secreções da divisão auto-
nômica simpática e os efeitos de extratos das glândulas suprarrenais. Passou 
então a investigar a influência de perturbações emocionais sobre a liberação 
dessas substâncias (mais tarde identificadas como noradrenalina e adrenalina), 
e a explorar seus efeitos na fisiologia corporal. Sua conclusão – hoje conhe-
cida como “reação de luta-ou-fuga” – foi que intensos estados emocionais 
estimulam a secreção de adrenalina pela glândula adrenal, que, agindo nos 
tecidos periféricos, prepara o organismo para uma ação vigorosa em estados 
de emergência (BRITO; HADDAD, 2017, p. 100−101).
Na década de 1920, Cannon começou a abordar, em seus estudos, a manu-
tenção da constância fisiológica, desenvolvendo o conceito de homeostase. 
Além disso, sugeriu que muitos mecanismos de regulação fisiológica tinham 
um único objetivo: a manutenção da constância interna (FOX, 2007). A maioria 
dos conhecimentos sobre essa ciência foram obtidas no século XX, segundo 
Fox (2007); o autor faz um breve relato histórico das descobertas da fisiologia 
do século XX. Veja a seguir.
 � 1900: Karl Landsteiner descobre os grupos sanguíneos A, B e O.
 � 1910: Sir Henry Dale descobre as propriedades da histamina.
 � 1918: Ernest Starling descobre como a força da contração cardíaca está 
relacionada com a quantidade de sangue contida no interior do coração.
 � 1921: John Langley descreve as funções do sistema nervoso autônomo. 
Ainda nesta década e no começo da seguinte, ocorre a descoberta da 
insulina, das funções relacionadas ao neurônio e do papel da acetilcolina 
na transmissão sináptica.
 � 1939–1947: Albert von Szent-Georgi explica o papel da ATP e contri-
bui para a compreensão do papel da actina e da miosina na contração 
muscular.
 � 1949: Hans Selye descobre as respostas fisiológicas comuns ao estresse.
 � 1954: surge a teoria do filamento deslizante na contração muscular a 
partir do estudo de quatro fisiologistas.
 � 1962: Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins recebem o Prêmio 
Nobel por determinar a estrutura do DNA.
 � 1971: Earl Sutherland recebe o Prêmio Nobel pela descoberta do me-
canismo da ação hormonal.
 � 1981: Roger Sperry recebe o Prêmio Nobel por descobertas relacionadas 
aos hemisférios cerebrais direito e esquerdo.
3Introdução à fisiologia
 � 1986: Stanley Cohen e Rita Levi-Montalcini recebem o Prêmio Nobel
por suas descobertas sobre os fatores de crescimento que regulam o
sistema nervoso.
 � 1994: Alfred Gilman e Martin Rodbell recebem o Prêmio Nobel pela
descoberta das funções das proteínas G na transdução de sinais nas
células.
 � 1998: Robert Furchgott, Louis Ignarro e Ferid Murad recebem o Prêmio 
Nobel pela descoberta do papel do óxido nítrico como uma molécula
de sinalização do sistema cardiovascular.
Fica claro que o estudo da fisiologia humana vem passando por constantes 
descobertas ao longo dos tempos, e cada vez mais rápidas. Com o avanço da 
tecnologia, a tendência é que novos estudos cheguem ao conhecimento do 
público.
Conceitos básicos da fisiologia
Antes de estudarmos os conceitos básicos da fisiologia, vamos conceituar a 
própria fisiologia. Segundo Silverthorn (2017, p. 2), a fisiologia é “[...] o estudo 
do funcionamento normal de um organismo e de suas partes, incluindo todosos processos físicos e químicos.”
Em consonância com essa ideia, Fox (2007, p. 4) afirma que a fisiologia “[...] 
é o estudo da função biológica: como o corpo funciona, da célula ao tecido, 
do tecido ao órgão, do órgão ao sistema e de que maneira o organismo como 
um todo realiza tarefas particulares essências à vida.” Assim, a fisiologia 
humana estuda as relações de todo o organismo, desde os sistemas até suas 
menores partes.
Segundo o mesmo autor, no estudo da fisiologia são enfatizados os meca-
nismos, ou seja, como ocorre o funcionamento do organismo, e as respostas 
para essa questão envolvem sequências de causa e efeito. 
Lima (2015) sublinha que o funcionamento do corpo pode ser explicado 
a partir de um conjunto relativamente pequeno de princípios básicos. Um 
desses princípios é a atuação das células que formam o nosso corpo e realizam 
processos básicos do funcionamento. Estima-se que, em nosso corpo, há mais 
de 200 tipos de células. 
Introdução à fisiologia4
Temos quatro classes principais de células, de acordo com suas funções e o tipo 
de tecido que as compõem. Elas são os neurônios, as células musculares, as células 
epiteliais e as células conjuntivas. 
Os neurônios compõem o tecido nervoso e sua especialidade é transmitir e 
receber informações em forma de sinais elétricos. As células musculares, como 
sugere o nome, compõem o tecido muscular e são próprias para contraírem, 
gerando, assim, força e movimento; além dos membros também estão presentes 
no coração. As células epiteliais compõem o epitélio e realizam o transporte 
de substâncias e foram glândulas, que produzem e secretam produtos. Por 
fim, as células conjuntivas são o tipo mais variado, pois incluem as células 
de sangue, ossos, gorduras, pele etc. (LIMA, 2015).
Além das células, os órgãos também são importantes no processo fisio-
lógico. Por órgão se entende o conjunto de dois ou mais tecidos formando 
estruturas que cumprem um ou várias funções. Os órgãos são ordenados em 
sistemas, como circulatório, digestório, respiratório, entre outros (LIMA, 2015).
Tanto as células quanto os órgãos vão ser vitais no conceito-base da fi-
siologia humana: a homeostase corporal. Como vimos, esse conceito foi 
desenvolvido por Walter Cannon e tem como objetivo explicar como ocorre 
a regulação do meio interno do corpo, mesmo que ocorram mudanças de 
condições como temperatura, quantidade de oxigênio disponível etc.
O corpo tem todos os tipos de mecanismos reguladores que operam para 
manter constantes as condições em seu meio interno, a despeito de alterações 
no meio externo. Essa manutenção de condições relativamente constantes no 
meio interno é conhecida como homeostase (STANFIELD, 2013). 
Esse é um conceito-chave e atua como organizador central da fisiologia. 
Nove dos dez sistemas orgânicos do nosso corpo funcionam para manter a 
homeostase, sendo que a única exceção é o aparelho reprodutor, que tem como 
principal função a manutenção da espécie e não do indivíduo.
5Introdução à fisiologia
Para que ocorra a manutenção da regulação interna, a composição, a tempe-
ratura e o volume do líquido extracelular (plasma sanguíneo e líquido intersti-
cial) não devem ter grandes alterações (pequenas alterações são consideradas 
normais) (LIMA, 2015; STANFIELD, 2013). Conforme Stanfield (2013, p. 10):
O líquido extracelular é, normalmente, mantido a uma temperatura próxima 
de 37°C (temperatura normal do corpo), e as concentrações de muitos solutos 
(oxigênio, dióxido de carbono, sódio, potássio, cálcio e glicose, por exemplo) 
são mantidas relativamente estáveis. A capacidade de manter tal constância 
é importante, porque o corpo é continuamente submetido a alterações poten-
cialmente disruptivas que podem se originar no meio externo ou no interior 
do próprio corpo.
Quando, por exemplo, é um dia de bastante calor, ou quando você começa a 
realizar algum exercício, a temperatura corporal, naturalmente, sobe. Quando 
isso ocorre há a ativação dos mecanismos reguladores, que buscarão a redução 
dessa temperatura até que chegue ao normal. 
No entanto, em alguns momentos, pode ocorrer falha na homeostase. 
Atividades de alta intensidade, por exemplo, podem causar um aumento des-
controlado da temperatura, trazendo consequências que podem ser fatais. 
Além disso, quando a função normal é interrompida, um estado de doença 
pode se desenvolver (SILVERTHORN, 2017, p. 10):
As doenças são caracterizadas em dois grupos gerais de acordo com sua ori-
gem: aquelas em que o problema surge a partir de uma insuficiência interna 
ou falha de algum processo fisiológico normal, e aquelas que se originam de 
alguma fonte externa. As causas internas de doenças incluem o crescimen-
to anormal de células, que pode originar cânceres ou tumores benignos, a 
produção pelo próprio corpo de anticorpos contra os seus próprios tecidos 
(doenças autoimunes) e a morte prematura de células ou a falha de processos 
celulares. As doenças hereditárias também são consideradas como tendo causas 
internas. As causas externas de doenças incluem substâncias químicas tóxicas, 
traumas físicos e microrganismos externos invasores, como vírus e bactérias. 
Quando a homeostasia é perturbada, o corpo tenta ativar um mecanismo 
compensatório. Como você pode ver na Figura 1, se a compensação é bem-
-sucedida, o corpo volta a ficar em homeostase; caso contrário, pode ocorrer 
alguma doença ou enfermidade. 
Introdução à fisiologia6
Figura 1. Homeostasia. 
Fonte: Silverthorn (2013, p. 10).
Os mecanismos reguladores homeostáticos vão seguir o mesmo padrão: 
quando a variável aumenta, o sistema responde, fazendo-a diminuir; quando 
a variável diminui, ele busca aumentá-la. Esse processo recebe o nome de 
retroalimentação negativa. Caso a variável esteja na média adequada, ela é 
chamada de ponto de ajuste, e o sistema não precisa agir.
7Introdução à fisiologia
Um exemplo de retroalimentação negativa bastante corriqueiro: a concen-
tração normal de glicose no sangue é de 100 mg/dL. Depois de uma refeição, o 
teor da glicose aumenta. Logo que as células detectam o aumento da glicose, 
o pâncreas libera insulina no sangue para diminuir a glicose. Quando o or-
ganismo retorna ao ponto de ajuste, essa liberação cessa, como podemos ver
na Figura 2 (LIMA, 2015; STANFIELD, 2013).
Figura 2. Retroalimentação negativa.
Fonte: Adaptada de Stanfield (2013).
Mudança na
variável regulada
(↑ glicemia)
Ponto de ajuste
(glicemia normal)
��������������������
�������
�����
����
�����
	
�������
�������
���
������������	
↑�����
�������������
��
��
���
�↑���������	
Retroalimentação
negativa
Estímulo inicial
Resposta �siológica
Resultado
Também pode ocorrer a retroalimentação positiva, ou seja, quando há um 
reforço do estímulo que o desencadeou. Por exemplo, a secreção do hormônio 
LH pelas mulheres, que estimula a produção dos hormônios estrógenos, res-
ponsáveis pela reprodução; este estímulo faz com que haja o pico do LH, que 
desencadeia a ovulação. Acompanhe esse processo na Figura 3.
Introdução à fisiologia8
Figura 3. Retroalimentação positiva. 
Fonte: Adaptada de Stanfield (2013).
Hipó�se
Ovários
Secreção de LH
Estímulo inicial
Resultado
Retroalimentação
positiva
↑Secreção de estrógeno
Fisiologia e demais ciências
Entre as tantas ciências que poderíamos fazer uma ligação com a fisiologia, 
vamos abordar as principais, como a anatomia, a cinesiologia, a biomecânica, 
a fisiopatologia e a fisiologia do exercício.
Como vimos até aqui, a fisiologia estuda a função biológica, ou seja, como 
ocorre o funcionamento do organismo a partir das células, dos órgãos e como 
o meio interno é controlado a partir dos mecanismos reguladores que buscam
o equilíbrio desse meio, a chamada homeostase.
Enquanto a fisiologia estuda a função, podemos dizer que a anatomia estuda 
a forma, pois trata das estruturas internas e externas do corpo, bem como das 
relações físicas entre as partes do corpo. A anatomia pode ser macroscópica 
(analisa grandes estruturas) ou microscópica(analisa pequenas estruturas 
(MARTINI et al., 2014).
Já a fisiologia vai ter funções mais complexas e, por consequência, mais 
difíceis de serem examinadas do que as estruturas anatômicas. Enquanto 
o anatomista irá analisar os músculos envolvidos no coração, o fisiologista
buscará entender todas as suas ações e respostas aos mais variados estímulos
do corpo, como a frequência cardíaca (MARTINI et al., 2014).
9Introdução à fisiologia
Apesar dessa diferença, forma e função estão interrelacionadas, tanto na 
teoria quanto na prática. Martini et al. (2014) apontam que os detalhes anatô-
micos são bastante significativos para o estudo da fisiologia, porque cada um 
exerce um efeito sobre a função. Sendo assim, os mecanismos fisiológicos só 
podem ser completamente entendidos com a compreensão das suas relações 
estruturais subjacentes.
Da união entre essas duas ciências surge a cinesiologia. Segundo Dobler 
(2003), essa ciência tem como enfoque a análise dos movimentos do corpo 
humano. Da anatomia, ela leva em conta a análise da estrutura do aparelho 
locomotor para entender como o movimento se estrutura. Já da fisiologia, a 
cinesiologia utiliza a forma como a fisiologia engloba a combinação entre os 
sistema nervoso e o muscular (sistema neuromuscular) e como ambos vão 
trabalhar em conjunto para permitir a realização do movimento. 
Uma das ciências próximas à cinesiologia, a biomecânica, também se vale 
de conhecimentos fisiológicos para embasar seus estudos. A biomecânica tem 
objetivos próximos aos da cinesiologia, porém, nessa perspectiva, a análise 
dos movimentos realizados acontece a partir dos princípios físicos, como as 
leis de Newton, aplicados aos princípios biológicos. 
Isaac Newton foi um cientista que se dedicou a várias áreas da ciência, como física, mate-
mática, química e mecânica. Suas leis explicaram as forças envolvidas na física e como elas 
se comportam no movimento humano. Ao todo, Newton propôs três leis: a primeira lei 
trata da inércia; a segunda trata da massa e aceleração; e a terceira trata da ação e reação. 
A ciência que explica o movimento humano por essas leis chama-se biomecânica.
A fisiopatologia estuda a forma como os processos fisiológicos são alte-
rados em razão de doenças ou lesões:
Por exemplo, uma técnica padrão de investigação do funcionamento de um 
órgão é observar o que ocorre quando a sua função é alterada de forma espe-
cífica. Esse estudo é frequentemente auxiliado por ‘experimentos da natu-
reza’ – doenças – que envolvem lesões funcionais especificas de um órgão. 
Por essa razão, o estudo de processos patológicos ajudou na compreensão do 
funcionamento normal, e o estudo da fisiologia em condições de normalidade 
muito proporcionou à base cientifica da medicina moderna (FOX, 2007, p. 4).
Introdução à fisiologia10
Ficou interessado em saber mais sobre fisiopatologia? No link a seguir você encontra 
um vídeo muito interessante sobre o assunto. 
https://qrgo.page.link/HTERS
Há ainda uma área da fisiologia que estuda, especificamente, a relação 
do exercício com a homeostase, chamada de fisiologia do exercício. Como 
vimos no tópico anterior, o exercício é um dos fatores que leva o corpo a 
sair do equilíbrio, elevando variáveis como temperatura, pressão arterial e 
frequência cardíaca.
Powers e Howley (2014) apontam que, um segundo após o começo da 
contração muscular, o coração já começa a ser estimulado a dar respostas com 
o aumento da frequência cardíaca e do volume sistólico. Com isso, ocorre um
aumento da respiração por meio do estímulo enviado pelo cérebro, que manda
mensagens ao centro de controle respiratório para que mantenha a respiração
conforme a necessidade do organismo. Então, os quimiorreceptores mandam
uma mensagem ao centro, que irá aumentar o comando sobre os músculos
da respiração, aumentando suas contrações e, por consequência, o fluxo de
entrada e saída de ar dos pulmões.
Junto a isso ocorre também a vasodilatação dos vasos sanguíneos nos mús-
culos esqueléticos ativos, ou seja, um aumento desses vasos a partir da prática 
do exercício e um aumento reflexo na resistência dos vasos em áreas menos 
ativas. Com isso, ocorre um aumento no débito cardíaco, para garantir que o 
fluxo sanguíneo para os músculos correspondam às necessidades metabólicas 
dos músculos esqueléticos. Acompanhe na Figura 4 um resumo desse processo. 
Sendo assim, a partir das alterações ocorridas nessas variáveis, a fisio-
logia do exercício busca responder como ocorrem essas respostas durante 
determinada atividade.
11Introdução à fisiologia
Figura 4. Resumo das respostas do sistema cardiovascular ao exercício. 
Fonte: Powers e Howley (2014, p. 215).
Neste capítulo você viu que a história da fisiologia vem de longos tempos. 
Registros apontam que, na Grécia Antiga, o filósofo grego Aristóteles já fazia 
especulações sobre como funcionava o corpo dos seres vivos. No entanto, 
coube a outro grego, Erasístrato, o título de “pai da fisiologia humana”, pois 
foi ele quem aplicou as leis da física aos estudos das funções corporais.
Até o período Renascentista, os grandes estudos sobre a fisiologia humana 
foram realizados pelo médico e filósofo italiano Cláudio Galeno. Ele deu 
início a estudos sobre a contração muscular e ainda realizou o detalhamento 
anatômico do corpo (esqueleto e músculos) e de suas funções.
No século XX, Walter Cannon começou a abordar, em seus estudos, a 
manutenção da constância fisiológica, desenvolvendo o conceito de homeos-
tase. Além disso, ele sugeriu que muitos mecanismos de regulação fisiológica 
tinham um único objetivo: a manutenção da constância interna.
Você também viu que a fisiologia é o estudo do funcionamento normal de 
um organismo e de suas partes, incluindo todos os processos físicos e químicos. 
O organismo é formado por células, divididas em quatro classes principais 
de acordo com suas funções e o tipo de tecido que as compõem. As classes 
são: neurônios, células musculares, células epiteliais e células conjuntivas.
Introdução à fisiologia12
Além das células, os órgãos também são importantes no processo fisio-
lógico. Por órgão entende-se o conjunto de dois ou mais tecidos formando 
estruturas que cumprem um ou várias funções, sendo ordenados em sistemas, 
como o circulatório, o digestório, o respiratório, entre outros 
O conceito base da fisiologia é a homeostase. Ela busca explicar como 
ocorre a regulação do meio interno do corpo mesmo que ocorram mudanças 
de condições como temperatura, quantidade de oxigênio disponível etc.
Os mecanismos reguladores homeostáticos seguem o mesmo padrão: 
quando a variável aumenta, o sistema responde, fazendo-a diminuir; quando 
a variável diminui, ele busca aumentá-la. Esse processo recebe o nome de 
retroalimentação negativa. Caso a variável esteja na média adequada, ela 
é chamada de ponto de ajuste, e o sistema não precisa agir. Também pode 
ocorrer a retroalimentação positiva, ou seja, há um reforço do estímulo que 
o desencadeou.
Por fim, você viu que a fisiologia tem relações com várias ciências, como
a anatomia, a cinesiologia e a fisiopatologia. Acompanhou que os detalhes 
anatômicos são bastante significativos para o estudo da fisiologia, porque 
cada detalhe exerce um efeito sobre a função. Sendo assim, os mecanismos 
fisiológicos só podem ser completamente entendidos com a compreensão das 
suas relações estruturais subjacentes. 
Já a cinesiologia utiliza a forma como a fisiologia engloba a combinação 
entre os sistema nervoso e muscular (sistema neuromuscular) e como ambos 
trabalham em conjunto para permitir a realização do movimento. A fisiopa-
tologia estuda a forma como os processos fisiológicos são alterados em razão 
de doenças ou lesões. 
BRITO, I.; HADDAH, H. A formulação do conceito de homeostase por Walter Cannon. 
Filosofia e História da Biologia, v. 12, n. 1, p. 99−113, 2017. Disponível em: http://www.
abfhib.org/FHB/FHB-12-1/FHB-12-01-06-Ivana-Brito_Hamilton-Haddad.pdf. Acesso 
em: 27 set. 2019.
DOBLER, G. Cinesiologia:fundamentos, prática, esquemas de terapia. Barueri, SP: Ma-
nole, 2003.
FOX, S. I. Fisiologia humana. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2007.
LIMA, A. Fisiologia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
13Introdução à fisiologia
MARTINI, F. et al. Anatomia e fisiologia humana: uma abordagem visual. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2014.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condiciona-
mento e ao desempenho. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
STANFIELD, C. L. Fisiologia humana. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
Leituras recomendadas
SILBERNAGL, S.; DESPOPOULOS, A. Fisiologia: texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2009.
WARD, J.; LINDEN, A. Fisiologia básica: guia ilustrado de conceitos fundamentais. 2. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2014.
Introdução à fisiologia14
PORTFÓLIO
Para esta atividade, você deverá construir um fluxo de trabalho baseado nos conceitos 
da fisiologia humana.
Um professor disse em sala de aula que "um profissional da saúde deve estar sempre 
estudando a fisiologia humana, afinal, as descobertas nessa área são inesgotáveis".
1. Será que isso é verdadeiro?!
(Antes de responder a pergunta 1, responda às perguntas 2 e 3. Elas ajudarão a chegar a 
uma conclusão.)
2. Você acha que há uma relação entre fisiologia e condição patológica? Descreva 
indícios que subsidiem sua resposta.
3. Se não compreendemos as bases fisiológicas de uma determinada função orgânica, 
poderemos não compreender os processos patológicos que venham a ocorrer nessa função?
Dê exemplos de situações como essa.
PESQUISA
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=zrf6_UJlK-0&t=4s
Assista ao vídeo a aprenda mais sobre a fisiologia e seus campos de atuação.
N

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