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A condição da ciência psicológica como

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Prévia do material em texto

A condição da ciência psicológica como 
fundamento da Educação
Apresentação
Você diariamente pode observar que, em diferentes meios, a presença da Psicologia é comum, seja 
por meio de amigos, familiares ou colegas de trabalho que tenham algum acompanhamento 
psicológico, ou em alguma reportagem na TV em que encontramos especialistas da área tecendo 
alguma análise ou comentário de alguma notícia, por exemplo. A Psicologia já está presente na vida 
de muitas pessoas, seja em consultórios, em empresas ou mesmo nas escolas, mas isso não 
aconteceu de uma hora para outra, é fruto de um longo processo histórico no qual a Psicologia foi 
se constituindo como um campo científico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar o conceito de Psicologia e as diferentes áreas 
de atuação dessa ciência, conhecer as discussões quanto à cientificidade da Psicologia e reconhecer 
quais áreas da ciência psicológica fundamentam estudos e práticas da Educação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar a Psicologia e as suas diferentes áreas.•
Discutir sobre o Estatuto Científico da Psicologia.•
Identificar as relações entre as áreas da ciência psicológica e sua fundamentação com os 
estudos e a prática da Educação.
•
Desafio
O cotidiano das escolas se apresenta povoado de fatos e contradições que permeiam o ensinar e o 
aprender, interferindo na forma como os profissionais executam seu trabalho. Quase sempre 
escutamos que os psicólogos vêm se deparando com muitos impedimentos para desenvolver ações 
nas escolas, principalmente quando se trata da rede pública de ensino, em razão de sua amplitude e 
complexidade.
Diante da demanda de resolução imediata de questões, qualquer proposição de pensar o que se 
passa nas salas de aula, nos conselhos de classe, nas reuniões com professores e familiares e nas 
atividades rotineiras implicadas com a formação pode gerar um olhar de descrédito, o que vem 
fomentando nos psicólogos a percepção da escola como uma instituição fechada a mudanças.
Como acessar a dimensão de complexidade da escola, a qual não se constitui somente em um 
edifício, mas, sim, em um território existencial em que a diversidade de vínculos e de ações faz 
diferença, facultando múltiplas possibilidades? Como analisar as contradições presentes em uma 
escola que se propõe a ensinar ao mesmo tempo em que, objetivamente, nem sempre tem 
condições para cumprir tal tarefa?
Tendo em vista as reflexões e questionamentos do fragmento acima:
1. Aponte a seguir três contribuições que as ciências psicológicas podem ofertar aos espaços 
escolares.
2. Em seguida, aponte uma crítica a respeito de como esse aporte teórico está sendo utilizado na 
Educação.
Infográfico
A origem da palavra psicologia deriva da palavra grega psique, que significa “mente/alma”. Do modo 
mais simples, compreende a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Dentre 
as diversas subáreas de atuação da Psicologia, destacamos, nesta Unidade de Aprendizagem, 
aquelas que se relacionam com a Educação. Conheça essas áreas no Infográfico a seguir.
Conteúdo do livro
Nomes de destaque como Vygotsky, Wallon e Piaget desenvolveram estudos sobre conceitos que 
envolvem a aprendizagem, o desenvolvimento infantil, a memória, a percepção e a motivação. 
Dentre as diversas áreas que as ciências psicológicas atuam, a Psicologia da Educação é a que busca 
viabilizar aportes teóricos para a aprendizagem a fim de torná-la mais eficaz.
No capítulo A Condição da Ciência Psicológica como Fundamento da Educação, da obra Psicologia 
da educação, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as relações entre 
as ciências psicológicas e a Educação, além de refletir como essa disciplina tem sido considerada no 
cenário escolar contemporâneo.
Boa leitura.
PSICOLOGIA 
DA EDUCAÇÃO 
Caroline Costa Nunes Lima
A condição da ciência 
psicológica como 
fundamento da educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conceituar a psicologia e as suas diferentes áreas.
 � Discutir sobre o estatuto científico da psicologia.
 � Identificar as relações entre as áreas da ciência psicológica e sua fun-
damentação com os estudos e a pratica da educação.
Introdução
Você diariamente observa que em diferentes meios de comunicação a 
presença da psicologia é comum, seja por um amigo, familiar ou colega 
de trabalho que tenham algum acompanhamento psicológico, ou em 
alguma reportagem na TV, em que encontramos especialistas da área 
realizando alguma análise ou embasando alguma notícia com aspectos 
científicos da área, por exemplo.
Neste capítulo, você identificará o conceito de psicologia e as dife-
rentes áreas de atuação da ciência psicológica, conhecerá as discussões 
quanto à cientificidade da psicologia e reconhecerá quais áreas da ciência 
psicológica que fundamentam seus estudos e práticas da educação.
A Psicologia e suas áreas de atuação
A palavra psicologia deriva da palavra grega psique, que significa “mente/alma” 
e, de modo mais simples, compreende a ciência que estuda o comportamento 
e os processos mentais. Antes de prosseguir, reflita por um momento: quantos 
aspectos envolvem questões comportamentais e processos e funcionamentos de 
nossa mente? Se você pensou que dentro desses estudos existem observações 
quanto à consciência, inconsciência, pensamento, aprendizagem, personali-
dade, emoções, já teve noção da complexidade que envolvem as investigações 
relacionadas à psicologia. E imagine que dentro dessas questões também há 
bases fisiológicas e biológicas responsáveis pela integração de todos esses 
elementos. Segundo Feldman (2015, p. 52), 
Os psicólogos tentam descrever, prever e explicar o comportamento e os 
processos mentais humanos, além de ajudar a mudar e melhorar a vida das 
pessoas e do mundo em que elas vivem. Eles empregam métodos científicos 
para encontrar respostas que são mais válidas e legítimas do que as que re-
sultam da intuição e especulação, que muitas vezes são imprecisas.
Agora que demos início universo que envolve a ciência da psicologia, vamos 
apresentar as diferentes áreas de atuação que essa ciência engloba. Certamente 
existem algumas você já deve ter bastante familiaridade, mas outras são de maior 
conhecimento de quem tem uma formação específica acadêmica relacionada à essa 
ciência. Vejamos o Quadro 1 a seguir com as subáreas de atuação da psicologia.
Subáreas Descrição
Genética 
comportamental
A genética comportamental estuda a herança 
de traços relacionados ao comportamento.
Neurociência 
comportamental
A neurociência comportamental examina as 
bases biológicas do comportamento.
Psicologia clínica A psicologia clínica trata do estudo, do diagnóstico 
e do tratamento de transtornos psicológicos.
Neuropsicologia 
clínica
A neuropsicologia clínica une as áreas da biopsicologia 
e da psicologia clínica, focando a relação entre 
fatores biológicos e transtornos psicológicos.
Psicologia cognitiva A psicologia cognitiva centra-se no estudo dos 
processos mentais superiores. O aconselhamento 
psicológico aborda principalmente problemas 
educacionais, sociais e de adaptação profissional.
Psicólogo do 
aconselhamento
O aconselhamento psicológico aborda 
principalmente problemas educacionais, 
sociais e de adaptação profissional.
Quadro 1. Subáreas da Psicologia.
(Continua)
A condição da ciência psicológica como fundamento da educação2
Subáreas Descrição
Psicologia 
transcultural
A psicologia transcultural investiga as semelhanças 
e diferenças no funcionamento psicológico 
nas várias culturas e nos grupos étnicos
Psicologia do 
desenvolvimento
A psicologia do desenvolvimento examina 
como as pessoas crescem e mudam a partir 
do momento da concepção até a morte.
Psicologia 
educacional
A psicologia educacional ocupa-se do ensino e 
dos processos aprendizagem, tais como a relação 
entre motivação e desempenhona escola. 
Psicologia ambiental A psicologia ambiental considera a relação 
entre as pessoas e o ambiente físico.
Psicologia 
evolucionista
A psicologia evolucionista considera como o 
comportamento é influenciado pela herança 
genética de nossos antepassados.
Psicologia 
experimental
A psicologia experimental estuda os processos de 
sentir, perceber, aprender e pensar sobre o mundo.
Psicologia forense A psicologia forense aborda questões legais, tais como 
determinar a precisão das memórias de testemunhas.
Psicologia da saúde A psicologia da saúde explora a relação entre fatores 
psicológicos e enfermidades físicas, ou doenças. 
Psicologia industrial/
organizacional
A psicologia industrial/organizacional preocupa-se 
com a psicologia do local de trabalho.
Psicologia da 
personalidade
A psicologia da personalidade analisa a consistência no 
comportamento das pessoas ao longo do tempo e as 
características que diferenciam uma pessoa da outra.
Avaliação de 
programas
A avaliação de programas centra-se na avaliação de 
programas de grande escala para determinar se eles 
são eficazes na concretização de seus objetivos.
Psicologia das 
mulheres
A psicologia das mulheres aborda questões 
como a discriminação contra mulheres e as 
causas da violência contra mulheres.
Quadro 1. Subáreas da Psicologia.
(Continuação)
(Continua)
3A condição da ciência psicológica como fundamento da educação
Como é possível visualizar no Quadro 1 anterior, existe um vasto campo 
de atuação dos profissionais da área da psicologia, assim como é possí-
vel identificar que essa ciência apoia, contribui e dialoga com diferentes 
profissões.
Discussões sobre a cientificidade da psicologia
Os primeiros indícios do nascimento da psicologia surgiram na antiga Grécia 
e já demonstravam interesse quanto ao funcionamento da mente. No entanto, 
a consideração de status como área científica teve início somente depois que 
Wilhelm Wundt desenvolveu em XIX na Alemanha um laboratório de expe-
rimentos voltados para os fenômenos de natureza psíquica. Esse pesquisador 
concebia que a psicologia era o estudo da experiência do consciente, teoria 
que se denominou Estruturalismo. 
Para se familiarizar com o pensamento psicológico de Wilhelm Wundt, acesse o link 
ou o código a seguir (ARAUJO, 2009).
https://goo.gl/LwuHbF 
(Continuação)
Feldman (2015).
Subáreas Descrição
Psicologia escolar A psicologia escolar é dedicada ao aconselhamento 
de crianças que têm problemas acadêmicos ou 
emocionais nas escolas primárias e secundárias.
Psicologia social A psicologia social é o estudo de como os 
pensamentos, os sentimentos e as ações 
das pessoas são afetadas pelos outros.
Psicologia do 
esporte
A psicologia do esporte aplica a psicologia 
à atividade e ao exercício esportivo.
Quadro 1. Subáreas da Psicologia.
A condição da ciência psicológica como fundamento da educação4
Com o passar do tempo a teoria de Wundt foi sendo questionada por 
outros psicólogos. Assim foi concebida uma nova teoria chamada Funcio-
nalismo proposta pelo psicólogo americano William James. Os adeptos 
dessa tendência focaram seus estudos nas funções da atividade mental e 
na função do comportamento relacionado à adaptação ao ambiente. Outro 
movimento denominado Behaviorismo tinha como objeto de estudo os 
estímulos, suas respostas e relações com a aprendizagem. Além das já 
citadas, outra abordagem da psicologia denominada Gestalt tinha como 
ênfase a organização da percepção, pensamento e resolução de problemas, 
em uma experiência humana global. E, por hora, apresentamos a teoria 
psicanalítica que tinha como objeto de estudo a personalidade normal e 
anormal com foco de observação na primeira infância e aspectos relativos 
ao inconsciente.
Figura 1. A complexidade do funcionamento da mente.
Fonte: Doggygraph / Shutterstock.com
Ao longo dos anos, a questão envolvendo a cientificidade da psicologia foi 
tema de discussões, pois diversos estudiosos se dividiam na defesa de teorias e, 
até o momento, nenhuma delas se sobrepôs à outra, mantendo-se paralelamente 
no decorrer do tempo. Segundo Damásio (2009, p. 199),
desde que se constituiu como projeto científico, a psicologia procurou trilhar 
o caminho da ciência. As psicologias científicas do século XX afastaram-se 
definitivamente de psicologias racionalistas e de psicologias empíricas de 
cunho filosófico. Mas o desenvolvimento de psicologias científicas no século 
5A condição da ciência psicológica como fundamento da educação
passado não foi capaz de conferir unidade à psicologia. Ao contrário, o que 
se viu no século XX foi uma notável proliferação de psicologias científicas.
Com isto posto, podemos afirmar que existe uma diversidade de teorias 
conflitantes e coexistentes dentro da Psicologia, em que até mesmo as no-
menclaturas sofrem alterações de acordo com as concepções existentes. É 
a ciência que fornece as diretrizes capazes de avaliar evidências por meio 
da razão na busca da investigação de seus princípios. Psicólogos se funda-
mentam em métodos e procedimentos científicos por meio de observações e 
experimentações. Como outras ciências, a psicologia também não é concebida 
como completa, pois a inúmeros fenômenos ainda não foram explicados e 
compreendidos. Outros elementos que devem ser abordados em se tratando 
da cientificidade é esclarecer o significado de alguns termos bem recorrentes 
nas correntes filosóficas, como realidade, verdade, conhecimento e hipótese. 
Segundo Castañon (2007, p. 10):
realidade é o que existe independentemente de nossas mentes. Verdade, num 
sentido ideal, é o conjunto das declarações acerca do real que correspondem 
linguisticamente a este. Conhecimento é o conjunto das crenças acerca do 
real que acreditamos serem verdadeiras por serem justificadas por um método 
demonstrativo ou de teste. Finalmente, hipótese é uma crença acerca do real 
que não foi submetida a um processo de justificação.
Outro fato importante a ser refletido diz respeito ao senso comum que 
as pessoas costumam chamar de conceitos psicológicos na busca de explicar 
questões comportamentais de si próprias e de outras pessoas. Por essas opiniões 
há uma sustentação do controle sobre a vida, sobre como é o melhor modo de 
cuidar dos filhos, como construir amizades e controlar momentos de raiva. 
Esse tipo de psicologia originada de observações casuais tem bases frágeis, 
pois o senso comum não tem fundamentação científica necessária para lidar 
com questões tão complexas quanto a mente humana.
As relações entre a psicologia e a educação
Você já se perguntou quais relações existem entre a psicologia e a educação? 
Para compreendermos de que modo uma área dialoga com a outra, é impor-
tante identificarmos as trajetórias percorridas, algumas teorias construídas, as 
principais tendências e, com isto, apresentar como a psicologia pode contribuir 
para o campo educacional.
A condição da ciência psicológica como fundamento da educação6
Podemos iniciar esse percurso pelo final do século XIX, quando a psico-
logia e a educação sofreram grandes influências filosóficas. Nas primeiras 
décadas do século XX, as teorias psicológicas eram comumente aplicadas nos 
espaços escolares. Os contextos existentes nos espaços educativos envolvem 
as relações interpessoais entre professores, alunos, gestores e responsáveis, e 
contam também com organizações de currículo, etapas e estratégias de ensino, 
com o apoio das ciências psicológicas. 
Alguns destaques como Vygotsky, Wallon e Piaget desenvolveram estudos 
sobre conceitos relacionados diretamente a aprendizagem, desenvolvimento 
infantil, memória, percepção, motivação, entre outros. E dentre as diversas 
áreas que as ciências psicológicas atuam, a psicologia da educação se constrói 
com objetivo de viabilizar aportes teóricos voltados para aprendizagem a fim 
de que a torne mais eficaz. Ao refletirmos que dentro do ato de aprender estão 
contidos, por exemplo, processos que envolvem conhecimentos, habilidades, 
aptidões, atitudes,motivações, podemos compreender o quanto são necessários 
referenciais que apoiem educadores e educandos. Ainda sobre as relações entre 
essas áreas, Freitas (1994, p. 37) destaca:
[...] a relação entre a psicologia e a educação só pode ser aprendida dialeti-
camente e não de forma unilateral. As determinações de uma sobre a outra 
significa que os condicionantes de cada área entram em relação entre si e 
iniciam um processo de influência uns sobre os outros, contribuindo cada qual 
com sua especificidade e modificando-se como consequência dessa relação. 
Agora que já abordamos as relações entre psicologia e educação, passaremos 
à questão de como essas áreas se relacionam nos dias de hoje e quais questões 
merecem ser analisadas. A formação acadêmica do psicólogo faz com que esse 
profissional firme um compromisso global com a vida humana envolvendo 
saúde e educação. Já o professor irá se ocupar com duas vertentes em seu fazer 
pedagógico: uma, com paradigmas que envolvem racionalidade e técnica, e 
outra, com paradigmas que apontam para um fazer crítico e reflexivo. Se 
atua de acordo com a primeira perspectiva, desenvolverá competências por 
meio dos conhecimentos partilhados por cientistas como um suporte em sua 
prática, reproduzindo esses métodos de modo técnico. 
Embora saibamos que ainda existem educadores que se apoiam somente 
nessas técnicas, não devemos mais conceber que a formação do educador se 
limite a técnicas que, sozinhas, não são capazes de lidar com a complexidade 
que envolve questões educativas. Trata-se de uma rede de relações que va-
riam de acordo com variadas circunstâncias, além das constantes situações 
7A condição da ciência psicológica como fundamento da educação
particulares problemáticas que exigem muito mais que a técnica referida. A 
psicologia, com sua pluralidade, deve estar acessível ao professor, oferecendo 
subsídios por meio de um conjunto de saberes que os apoiem nas situações 
frequentemente enfrentadas. Como afirma Larocca (2000),
Na verdade, a atuação do professor, na sala de aula e na escola, é ecologica-
mente complexa (Gómez, 1995), coisa que quer dizer vivacidade e mudança, 
isto é, interação simultânea de múltiplos fatores e condições. Em Educação, a 
imbricação das variáveis intervenientes é de tal modo intensa que não existem 
“problemas a serem resolvidos”, mas “situações problemáticas” que, via de 
regra, apresentam-se como casos únicos, singulares e raramente enquadráveis. 
Há que se ter em vista que a cada projeto educacional instrumentos e 
métodos são definidos considerando concepções éticas e filosóficas. A cada 
fato ocorrido em sala, novas decisões são tomadas e recebidas de acordo com 
a subjetividade dos atores envolvidos no processo num constante desafio 
fruto dessas interações dentro desses contextos sociais. Para enfrentar essas 
dinâmicas diárias os educadores não devem tentar simplificar essas relações 
e sim desenvolver habilidades por meio de processos formativos críticos e 
reflexivos. 
Além das tentativas de simplificar concepções na aplicação de métodos 
que não dão conta de solucionar problemas complexos, há também uma crítica 
quanto ao uso de certas teorias de psicologia para apoiar algumas políticas 
educacionais escolhidas por equipes de Secretarias Municipais e Estaduais 
de Educação. Comumente professores e equipes gestoras são capacitados de 
modo exaustivo sendo direcionados para o uso das teorias escolhidas não 
havendo diálogo entre as partes. Como resultado esses modismos teóricos vão 
sofrendo alterações nas mudanças periódicas dos governos, não se sustentam 
porque na prática não são capazes de lidar com a dinâmica enfrentada nas 
esferas educacionais gerando desgaste e resistência por parte dos educadores 
que a todo momento veem novas imposições como essas. 
Uma proposta bem fundamentada deve ser capaz de superar essas práticas 
e planejar uma formação de professores que construam um pensamento crítico, 
reflexivo e consciente de que educar é criar condições par ao exercício da 
A condição da ciência psicológica como fundamento da educação8
cidadania de modo autônomo e democrático. Segundo Freire (1980, p. 26) e 
Larocca, (2000), 
[...] mais que possibilitar acesso às várias correntes teóricas, o projeto de 
pluralidade na Psicologia Educacional precisa amparar-se em três aspectos 
essenciais: a compreensão epistemológica, a práxis e a consciência históri-
ca (Freire, 1980, p.26). Ou seja, a pluralidade, por si só, não remete à formação 
crítico-reflexiva. Para que possa servi-la será preciso propiciar clareza acerca 
dos objetos de estudo dos diferentes teóricos, dos princípios epistemológicos 
que os regem, dos pressupostos filosóficos que os sustentam e da história de 
cada elaboração (Larocca, 1999). Sem isso, o pluralismo vira ecletismo e 
favorecerá a manutenção de consciências ingênuas.
As relações entre a psicologia e educação devem ser construídas por meio 
de temáticas problematizadoras voltadas para uma prática que se apoie em 
aportes teóricos metodológicos da psicologia. Esses aportes devem ter como 
foco a inserção em espaços escolares dentro de seus contextos sociais para 
que, a partir dessas interações, surjam novas propostas para intervir nesses 
cenários. A escola deve compreender que o homem é pluridimensional e que, 
acima de ofertar conteúdos para serem assimilados, é necessário enxergar que 
esses sujeitos são compostos por relações afetivas, culturais, sexuais, bioló-
gicas e sociais e esses elementos devem ser trabalhados de modo integrado 
com propostas curriculares e pedagógicas das instituições. Freire (1980, p.82) 
dentro desse contexto, afirma:
Na defesa de uma educação crítica e problematizadora ressalta as possibili-
dades de limitação e desafio representados pelo “aqui e agora” dos homens 
no mundo. É, por isso, que o real não pode ser perdido de vista pelo formador 
em Psicologia. É este real que permitirá que sejam feitas (re) leituras das 
teorias psicológicas e, como consequência, reestruturação e superação do 
conhecimento atual.
Concluindo essas questões tratadas, é possível afirmar que, apesar de toda 
relevância da psicologia na esfera educacional, o que vemos é uma frequente 
diminuição dessa disciplina nas licenciaturas e cursos de formações de edu-
9A condição da ciência psicológica como fundamento da educação
cadores. Além disso, esse espaço mínimo acaba por ser preenchido por uma 
organização curricular que privilegia a teoria em detrimento de sua articulação 
com a prática, se afastando de um fazer pedagógico que deve ser criticamente 
analisado e debatido nos espaços desses cursos. 
Dessa forma, espera-se que o futuro profissional tome essa proposição 
como algo que desperte a motivação necessária para se aprofundar nas ciên-
cias psicológicas tão intrinsecamente ligadas à educação e envolver-se nessa 
aprendizagem, que enriquecerá sua prática profissional.
ARAUJO, S. F. Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. 
Scientiae Studia, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 209-220, jun. 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662009000200003&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 01 nov. 2017.
CASTAÑON, G. Introdução a epistemologia. Joinville: IFSC, 2007. Disponí-
vel em: <http://joinville.ifsc.edu.br/~joyce.shimura/M%C3%93DULO%20VIII/
Introdu%C3%A7%C3%A3o_a_Epistemologia-Gustavo-Casta%C3%B1on_2007_SP_
EPU.pdf> Acesso em: 26 out. 2017.
DAMÁSIO, J. A. Epistemologia pluralizada e história da psicologia. Scientiae Studia, São 
Paulo, v. 7, n. 2, p. 195-208, jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662009000200002> Acesso em: 26 out. 2017.
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao 
pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 1980.
FREITAS, M.T.A. Vigotsky e Bakhtin: psicologia e educação, um intertexto. São Paulo: 
Ática,1994.
GÓMEZ, A. P. O pensamento prático do professor: a formação do professor como 
profissional reflexivo. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e a sua formação. 2. ed. 
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995. p. 93-114. 
LAROCCA, P. O saber psicológico e a docência: reflexões sobre o ensino de psico-
logia na educação. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, DF, v. 20, n. 2, p. 60-65, 
jun. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S1414-98932000000200009>. Acesso em: 27 out 2017.
A condição da ciência psicológica como fundamento da educação10
 
Dica do professor
A Dica do Professor apresenta alguns conceitos formulados com base no Estruturalismo, 
explicando o funcionamento da mente e suas relações com as ideias, consciente e inconsciente. As 
teorias e objetos de estudo do filósofo Johann Friedrich tiveram relação direta com a Psicologia da 
Educação, sendo um referencial importante como elemento introdutório nesta Unidade de 
Aprendizagem.
Assista.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/dafedff5217f333aad90a2340cd6a754
Exercícios
1) A Psicologia, ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, teve seus 
primeiros registros na Grécia Antiga, mas passou a ser considerada como ciência quando um 
laboratório de experimentos voltados para fenômenos psíquicos foi criado por: 
A) Gustav Fechner.
B) Wilhelm Wundt.
C) Eduard Titchener.
D) William James.
E) Sigmund Freud.
2) Além do estudo de comportamento e estados da mente, a Psicologia tem fundamentos com 
bases na Fisiologia e na Biologia. Tendo em vista essas considerações, de que modo os 
psicólogos buscam analisar, descrever e prever comportamentos mentais dos seres 
humanos? 
A) Analisam o comportamento de seus pacientes por meio de especulações de ações previsíveis 
e técnica.
B) Empregam pesquisas e testes psicológicos que resultam em respostas para diagnósticos de 
possíveis anormalidades.
C) Realizam questionários e interpretam os resultados por meio de estatísticas e contextos 
situacionais.
D) Constroem um trabalho em conjunto, no qual, por meio de conversas, chegam, junto com os 
pacientes, em algumas conclusões sobre os problemas apresentados.
E) Valem-se de métodos científicos com o objetivo de encontrar respostas válidas e coerentes, 
independentemente da abordagem adotada.
3) Dentro das ciências psicológicas, existem diversas subáreas em que os profissionais 
formados podem se especializar e atuar. Uma delas, por exemplo, é a Psicologia Educacional, 
que: 
A) atua em questões relacionadas ao processo de aprendizagem, além de acompanhar as 
relações entre a motivação e o desempenho escolar.
B) investiga e analisa o crescimento, o desenvolvimento e a transformação dos indivíduos desde 
a sua concepção.
C) atua no aconselhamento psicológico que envolve problemas educacionais, sociais e de 
adaptações aos ambientes.
D) dedica-se ao aconselhamento de crianças que têm problemas acadêmicos ou emocionais na 
escola.
E) atua no estudo de como os sentimentos e as atitudes das pessoas são afetadas pelos outros.
4) Desde o século XIX, após Wundt elaborar uma teoria construída por meio de investigações 
científicas em seu laboratório criado na Alemanha, novas concepções surgiram, passando a 
coexistirem com outras já formuladas. Qual dessas teorias enfatizava os modos de 
organização do pensamento e percepções, com foco na resolução de problemas? 
A) Estruturalismo.
B) Behaviorismo.
C) Fundamentalismo.
D) Psicanálise.
E) Gestalt.
5) As relações entre a Psicologia e a Educação ocorrem desde o século XIX e, dependendo do 
modo como se articulam, podem trazer inúmeros benefícios para esses campos de atuação. 
O que os educadores devem fazer para aproveitar eficazmente o que as ciências psicológicas 
podem oferecer? 
A) Optar por uma teoria que mais se adéque ao seu ponto de vista, aplicando seus conceitos em 
sua prática pedagógica.
B) Apoiar-se em correntes teóricas considerando os princípios epistemológicos, filosóficos e de 
consciência histórica.
C) Estar em constante formação, seguindo as orientações das Secretarias de Educação ao qual 
estão vinculados.
D) Utilizar os referencias teóricos advindos das ciências psicológicas para aplicar a racionalidade 
e a técnica em seu fazer pedagógico.
E) Acompanhar as tendências para utilizar a teoria que tenha se sobreposto às outras por se 
relacionar com as especificidades contextuais do momento.
Na prática
A psicologia é uma área de conhecimento bastante ampla, pois tem diferentes áreas de atuação. 
Uma das áreas na qual ela atua é a educação. Ao longo da história da psicologia da educação, 
diferentes estudiosos se dedicaram à compreensão dos processos de aprendizagem humana, 
trazendo contribuições importantes para que os aspectos necessários para a construção de novos 
saberes fossem incorporados às práticas educativas. 
Neste vídeo, você vai compreender melhor a relação entre a psicologia e a educação.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Desafios da Psicologia enquanto ciência: O livre-arbítrio e a 
ciência
Veja na entrevista com o psicólogo Gustavo Castañon: O que é filosofia da ciência? Quais os 
desafios da Psicologia como ciência? O ser humano é dotado de livre-arbítrio? Como entender 
esses conceito diante da ciência atual?
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Psicologia é ciência? Por quê?
Assista neste breve vídeo os motivos pelos quais a Psicologia é considerada uma área científica.
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Psicologia da Educação
As tentativas de fundamentar cientificamente a educação e o ensino sempre tiveram como ponto 
de apoio a psicologia. A finalidade principal do livro é oferecer uma visão de conjunto dessa 
Psicologia e das suas contribuições ao estudo dos fenômenos educativos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL EM TEMPOS 
DE PANDEMIA.
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Este artigo traz as discussões sobre a Psicologia Escolar e Educacional em plena Pandemia vivida no 
Brasil e no mundo. Uma reflexão importante sobre o papel desse campo do conhecimento.
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ORIGEM DA PSICOLOGIA - GRANDES TEMAS DA 
PSICOLOGIA 03
Atualmente, a psicologia é definida como a ciência do comportamento e dos processos mentais, 
uma definição que reflete as origens e a história dessa ciência. Mas, como a psicologia surgiu? 
Quando ela surgiu? Quem fundou a psicologia como ciência? Vale a pena considerarmos essas 
questões históricas por várias razões. Nesse vídeo, que traz a história dessa ciência, é possível 
compreender como tornou-se um campo científico.
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https://www.scielo.br/j/pee/a/hx3xFK7HJVTwhBRss4pMs6m/?lang=pt 
https://www.youtube.com/watch?v=FQXbnn7gLGQ

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