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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM ETAPA 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Nivelamento de Gestão do Tempo na Autoaprendizagem Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Rodrigo Borsatto Sommer da Silva Autora Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Renan Willian Pacheco Revisão José Roberto Rodrigues 3 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM APRESENTAÇÃO Esta primeira etapa mostrará de forma resumida que a educação a distância não é algo novo ou recente, esta modalidade é bastante antiga. A primeira tecnologia que auxiliou as pessoas a se comunicarem foi a escrita. A sistematização desta educação permitiu a protagonização de muitos estilos de aprendizagem e a possibilidade da democratização de acesso à universidade por muitas pessoas, reduzindo as distâncias. 4 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Desde os primórdios da escrita observa-se um crescente desenvolvimento da comunicação. No transcorrer da história, muitos povos utilizavam uma estrutura de comunicação escrita que buscava informações para o registro de problemas e fatos do cotidiano. No decorrer do tempo, passaram a transmitir informações científicas que se destinaram à instrução e ao conhecimento destes fatos. A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exem- plos de EAD. Seu alcance, entretanto, foi relativamente limitado até que foram transformadas em livros (CHAVES, 1999, p. 24) A descoberta desta primeira tecnologia, chamada escrita, foi essencial para que essa interação entre professor e aluno ocorresse, por meio de materiais de estudo. Ainda segundo Chaves (1999), o ensino a distância é uma modalidade antiga, que ocorre quando professor e aluno se encontram em tempo e espaço separadamente. Desta forma, a educação à distância recebeu uma ênfase maior por parecer algo inovador, mas esta prática já foi adotada desde o início das civilizações. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, especialmente no último século, passando pelo rádio, aparelho de TV, telefone e em seguida pela internet, experimentou um considerável avanço. Para que possamos ter uma noção da dimensão do avanço da educação a distância no mundo contemporâneo, alguns acontecimentos históricos serão ressaltados (PICONEZ, 2003): Começamos na Alemanha, no século XV, com Johannes Guttenberg, que desenvolveu a imprensa, uma máquina de impressão tipográfica. Esta só foi reconhecida quando do surgimento dos primeiros livros impressos, que facilitaram a propagação do conhecimento. 5 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM FONTE: Disponível em: <http://www.graphics-stamps.org/07bGutenberg. html>. Acesso em: 14 abr. 2017. FIGURA 1 – JOHANNES GUTTENBERG E A MÁQUINA DE IMPRESSÃO TIPOGRÁFICA No século 17, com as tendências de um modelo educacional oriundo do racionalismo e do período renascentista, buscava-se um método diferenciado de educação, com o intuito de tornar esta mais agradável e, ao mesmo tempo, mais eficaz. No século 18, a Revolução Francesa, em 1789, defendeu os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade. Este século foi marcado pelo Iluminismo, sendo este um período rico em reflexões pedagógicas. No século seguinte surgia a Revolução Industrial, provocando mudanças na produção, no trabalho e na estrutura. Com estas mudanças, houve uma forte necessidade de pessoal qualificado para mão de obra. Surgem assim tentativas de universalização do ensino a distância, que se utilizou dos meios de comunicação disponíveis na época, como correspondência e depois o rádio. A primeira notícia de um curso a distância foi publicada em 1728 pela Gazeta de Boston. Em 1833, o periódico sueco Lunds Wechblad, ao alterar seu endereço para as remessas postais de quem estuda por correspondência, indica cursos a distância na Suécia. A primeira escola de ensino por correspondência na Europa foi a Sir Isaac Pitman Correspondence Colleges, que surgiu em 1840, com um sistema de taquigrafia de fichas e intercâmbio postal. Alguns anos mais tarde, em 1843, é fundada a Phonografic Correspondence Society, que tem como função corrigir as fichas dos exercícios de taquigrafia. Em 1856, em Berlim, a Sociedade de Línguas Modernas patrocina professores a ensinarem francês por correspondência. Pode-se com isso afirmar que foi a primeira 6 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. instituição de ensino por correspondência. Logo depois, em 1858, a Universidade de Londres começa a conceder certificados para alunos que participam de cursos por correspondência promovidos pela instituição. Em meados de 1892, a Universidade de Chicago desenvolve um curso por correspondência. No início do século XX, em Valência, na Espanha, Júlio Cervera Baviera abre a Escola Livre de Engenheiros. Na Austrália, no ano de 1910, professores rurais do curso primário começam a receber material de educação. Neste período, com a finalidade de auxiliar nos problemas das distâncias, a Universidade de Queenslan, no mesmo país, inicia o ensino por correspondência. Na Europa a educação a distância buscou cumprir os ideais de universalização das oportunidades educacionais, mas também para manter as pessoas nos campos e assim evitar o inchaço do meio urbano. Em 1914 são fundadas as Universidades de Norst Correspondensekole, na Noruega, e a Fernschule Jena, na Alemanha, ambas escolas de ensino por correspondência. Em 1922, a New Zeland Correspondence School inicia suas atividades atendendo crianças isoladas ou com dificuldades de frequentar aulas convencionais. Logo em 1928, atende também alunos do ensino secundário. Em 1930, existem 39 universidades norte-americanas que oferecem cursos a distância. Em 1938 é realizada na cidade de Victoria, no Canadá, a primeira Conferência Internacional para discussões sobre essa temática. Nasce em 1939, na França, o Centro Nacional de Ensino a Distância (CNED), que inicialmente atende correspondências de crianças refugiadas da guerra, ocorrida de 1939 a 1945. De acordo com Keegan (1991, p. 11 apud BARROS, 2001, p. 29), a sistematização da educação a distância deu-se com a necessidade de treinamento dos recrutas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o método foi aplicado tanto para a recuperação social dos vencidos egressos desta guerra, quanto para o desenvolvimento de novas capacidades profissionais para uma população oriunda do êxodo rural. Porém, a educação a distância não ficou restrita ao momento pós-guerra. Foi amplamente utilizada por diversos países, independentemente do seu poder econômico ou detenção de tecnologia, tendo sempre como escopo a minimização de seus problemas sociais. Ou ainda conforme Nunes (2009, p. 3), a necessidade de uma rápida capacitação de recrutas norte-americanos “durante a Segunda Guerra Mundial fez com que surgissem novos métodos – entre eles se destacam as experiências de Fred Keller (1983) para o ensino da recepção do Código Morse[...]”. 7 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Em 1946, na África, a Universidade Sudáfrica (UNISA) é a única universidade a desenvolver cursos a distância no país. Em 1947, com o auxílio da Rádio Sorbonne, são transmitidas aulas de quase todas as matérias literárias da Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Paris. Em 1948 é criada na Noruega a primeira lei sobre as escolas de ensino por correspondência, iniciando o controle do Estado sobre as escolas privadas. Na década de 60 é fundado o Beijing Television College, na China. Neste mesmo período, a Universidade de Wisconsin, criada para estudos a distância, marca ponto importante no desenvolvimento da educação norte-americana. Na Grã-Bretanha, a Open University mostra ao mundo uma proposta de um ensino acadêmico de qualidade através de meios impressos, televisão e cursos intensivos em período de recesso. Estes alunos competiam pelos postos de trabalho com graduados de universidades presenciais, com isso, a Open University transformou-se em um modelo de ensino a distância. Na Espanha, inicia-se uma experiência de bacharelado radiofônico, neste mesmo período surge o Centro Nacional de Ensino Médio por Televisão, que substitui o bacharelado radiofônico, neste mesmo país. Na França é criado um ensino universitário por rádio em cinco faculdades de Letras (Paris, Bordeaux, Lille, Nacy e Strasbourg), e na Faculdade de Direito de Paris, para alunos do ensino básico. Em meados de 1967 cria-se a British Open University, uma instituição pioneira do que hoje se entende como educação superior a distância. “Em 1967, na Inglaterra, o governo britânico apoiou o projeto Open University (Universidade Aberta), que objetivava oferecer educação de qualidade aos adultos, apoiada pelas tecnologias de comunicação [...]” (CORTELAZZO, 2013, p. 41). Em meados da década de 70 o ensino a distância começou a ter lugar na América Latina. Este período traz mudanças substanciais nos programas de ensino a distância, que foram modificados em sua proposta inicial de cursos por correspondência. Assim, é criada a Universidade Autônoma do México, bem como o Sistema de Educação a Distância da Universidade de Brasília, o Sistema de Educação a Distância de Honduras, o Pedagógico Nacional do mesmo país e os Programas de Educação a Distância da Universidade de Buenos Aires. 8 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 1.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL A modalidade de educação a distância teve respaldo legal para sua concretude a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –, que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de educação a distância em todos os níveis e modalidades de ensino. E depois pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005, e pelo Decreto 5.773, de junho de 2006, e ainda pelas Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007). Na verdade, as pesquisas mostram que no Brasil o ensino a distância teve início em cursos profissionalizantes por correspondência, “eram cursos de datilografia ministrados não por estabelecimentos de ensino, mas por professoras particulares” (ALVES, 2009, p. 9). Ainda segundo Alves (2009), o marco de referência oficial foi a implantação das Escolas Internacionais, no ano de 1904. Os cursos oferecidos por estas unidades de ensino eram voltados para pessoas que estavam em busca de empregos nos setores do comércio e de serviços. Em 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, o principal objetivo da emissora era ampliar o acesso à educação. “Os programas educativos, a partir dessa época, se multiplicavam e repercutiam em outras regiões [...] dessa maneira, o segundo meio de transmissão a distância do saber” (ALVES, 2009, p. 9). Reforçando este movimento da Rádio Sociedade, como pontua Mattar (2011, p. 58), a Rádio Escola foi fundada por Henrique Morize e Edgar Roquete Pinto, oferecendo cursos de português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, radiotelegrafia e telefonia. Em 1939 foi fundado o Instituto Monitor, curso a distância para a construção de um rádio caseiro. Por correspondência eram enviadas apostilas de eletrônica e um kit pedagógico. 9 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM FIGURA 2 – CONSTRUÇÃO DE RÁDIOS FONTE: Disponível em: <http://www.a12.com/radio-aparecida/noticias/ detalhes/encontro-dx-as-ondas-curtas-na-segunda-guerra- mundial-e-guerra-fria>. Acesso em: 12 abr. 2017. Outro curso de correspondência foi fundado em 1941 pelo ex-sócio do Instituto Monitor, dedicando-se à formação profissional de nível elementar e médio. “Nas décadas de 1940 e 1950, mais instituições passaram a fazer uso do ensino a distância via correspondência, impulsionadas pelo sucesso do Instituto Universal Brasileiro” (MATTAR, 2011, p. 59). No início da década de 1960, Dias e Leite (2010) destacam que, com a popularização do rádio de pilha, o Movimento de Educação de Base, ligado à Igreja Católica e ao Governo Federal, desenvolveu um programa de alfabetização de adultos. Em 1961 é criado o Programa Nacional de Teleducação, conhecido como Prontel, no Ministério da Educação e Cultura, sendo responsável por coordenar e apoior a educação a distância no país (SARTORI; RODRIGUES; ROESLER, 2002, p. 27). Mattar (2011, p. 61) afirma que na “área da educação pública, o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal – iniciou suas atividades de EAD em 1967, utilizando a metodologia do ensino por correspondência”. E não menos importante, na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho lançou o programa de educação supletiva a distância para primeiro e segundo graus. Hoje conhecido como Telecurso 2000, “utiliza livros, vídeos e transmissão por TV, além de disponibilizar salas pelo país para que os alunos assistam às transmissões” (MATTAR, 2011, p. 62). E em 1995, o programa Jornal da Educação – Edição do Professor, produzido pela Fundação Roquete Pinto, lança o programa “Um Salto para o Futuro”, sendo uma parceria do Governo Federal e das secretarias estaduais de Educação no aperfeiçoamento de professores do Ensino Fundamental e alunos dos cursos de Magistério, utilizando várias mídias (MATTAR, 2011). 10 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Ainda de acordo com Mattar (2011, p. 64-65): Há inúmeras outras iniciativas interessantes na história da nossa EaD, que se desenvolveram basicamente nos ensinos Fundamental e Médio, e na capacitação de professores. Mas com as novas tecnologias da informação e da comunicação, e a abertura da legislação, a partir da década de 1980, o grande avanço da EaD ocorreu no Ensino Superior. Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, liderados pelo conselheiro Newton Sucupira. Cabe lembrar que a Open Univer- sity havia sido recentemente criada. Um relatório final, resultado da viagem, marcou, para alguns autores, uma posição reacionária em relação às mudanças no sistema educacional brasileiro, gerando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil. Desta forma, percebe-se que o Ensino Superior voltado para a educação a distância teve início na década de 70, pela Universidade de Brasília, com cursos voltados para a área da ciência política. Mas o grande avanço da educação a distância foi nos anos 90, especialmente em decorrência dos projetos de informatização e a difusão das línguas estrangeiras. A Universidade deBrasília foi pioneira no uso da EaD no Ensino Superior, com o Programa de Ensino a Distância (PED), que ofertou um curso de ex- tensão universitária em 1979. Outros cursos foram produzidos e ministrados inclusive por jornal, até 1985, além de terem sido traduzidos cursos das Open University. Em 1989 foi criado o Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância (Cead-UnB), que hoje utiliza diversas mídias, como correio, telefone, fax, CD-ROM, e-mail e internet (MATTAR, 2011, p. 65). Várias iniciativas então se sucederam a partir da década de 90, destacando-se cursos a distância baseados nas novas tecnologias, que passam a ser credenciados para oferecer graduação nesta modalidade (RODRIGUES, 1998). • Escola do Futuro – USP, laboratório interdiciplinar de pesquisa da Universidade de São Paulo iniciou seus trabalhos tendo como meta investigar as tecnologias emergentes de comunicação e suas aplicações educacionais. • Universidade Federal de Santa Catarina, laboratório de Ensino a Distância no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. • Universidade Federal do Pará, em 1999. • Universidade Federal do Paraná, em 1999. • Universidade do Estado de Santa Catarina, em 2000. • Universidade Federal do Mato Grosso, em 2001. Assim, ao considerarmos o que já foi visto até o momento, é possível dividir a história da EaD, conforme Mattar (2011, p. 4-5-6), em três grandes gerações. A primeira geração são os cursos por correspondência, materiais primordialmente impressos e encaminhados pelo correio; a segunda geração compreende novas mídias e universidades abertas, caracterizando-se pelo uso de novas mídias, como televisão, 11 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM rádio, fitas de áudio e vídeo e telefone. E pelo momento importante da criação das universidades de educação a distância, influenciadas pelo modelo da Open University. E a terceira geração, conhecida como EaD on-line, esta introduziu a utilização do videotexto, do microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de computadores, caracterizando a EaD on-line. Por volta de 1995, com o crescimento explosivo da internet, pode-se observar um ponto de ruptura na história da EaD. Aspectos 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração Marco Popularização da imprensa Difusão de rádio e TV Difusão dos computadores e telecomunicações Objetivos pedagógicos Atingir alunos desfavorecidos Atingir alunos desfavorecidos Proporcionar uma educação permanente e ocupacional Métodos pedagógicos Guias de estudo, autoavaliação, instrução programada Programas teletransmitidos, pacotes didáticos, mediação passiva Modularização das temáticas, desenhos didáticos a partir das necessidades formativas Meios de comunicação Correio Rádio, TV e materiais audiovisuais Ciberespaço, satélites, videoconferência Tutoria Atendimento periódico, dependendo de deslocamentos Atendimento esporádico, dependendo de contatos telefônicos Atendimento dependendo de contatos eletrônicos Interatividade Aluno/material didático Aluno/material didático Aluno/material didático/alunos/ professores/sistema educativo QUADRO 1 – GERAÇÕES DE EAD FONTE: Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0096.html>. Acesso em: 22 abr. 2017. Portanto, a EaD evoluiu ao longo de gerações. Segundo Moore e Kearsley (2013, p. 33), estas são divididas em cinco gerações, ampliando o que já foi exposto por Mattar (2011), como mostrado na figura. FIGURA 3 – CINCO GERAÇÕES DE EAD FONTE: Moore e Kearsley (apud COMARELLA, 2009, p. 23) 12 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Moore e Kearsley (2013) fazem um breve histórico destas gerações. A primeira geração inicia-se com os cursos de instrução que eram entregues pelo correio. Conhecidos como “estudos de casa” ou usualmente estudos por correspondência. “Tendo início no começo da década de 1880, as pessoas que desejassem estudar em casa ou no trabalho poderiam, pela primeira vez, obter instrução de um professor a distância” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). Os autores destacam que este movimento ocorreu por conta de uma nova tecnologia, chamada de serviços postais. A segunda geração foi a era da transmissão, o rádio e a televisão marcam esta geração. No início do século XX, o rádio foi visto como uma nova tecnologia. No entanto, “o rádio como tecnologia de divulgação da educação não fez jus às expectativas” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). E a televisão educativa, que estava em desenvolvimento já em 1934. Esta teve mais sucesso que a rádio educativa, por conta dos serviços fixos de televisão educativa e pela primeira televisão a cabo, que começou a operar em 1952. “Os programas educativos veiculados por canais de televisão ou por TV a cabo foram designados como “telecursos” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). A terceira geração foi marcada por um período de mudanças importantes na educação a distância. As duas experiências foram o Projeto AIM da University of Wisconsin e a Universidade Aberta da Grã-Bretanha. A finalidade do Projeto Mídia de Instrução Articulada (Articulated Instructional Media Project – AIM) – 1964 a 1968 e dirigido por Charles Wedemeyer, da University of Wisconsin em Madison – era testar a ideia de agrupar (isto é, “articular”) várias tecnologias de comunicação, com o propósito de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido a alunos não universitários. As tecnologias incluíam guias de estudo impressas e orientação por correspondência, transmissão por rádio e televisão, audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para experiência em casa e recursos de uma biblioteca local (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 45). Com relação à experiência das Universidades Abertas (UAs), esta teve influência norte-americana, “a nação que deu origem a quase todos os principais métodos de que depende o sucesso das UAs” (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 49). Ainda segundo os autores, estas universidades integravam áudio/vídeo e correspondência com orientação presencial. A quarta geração foi marcada pela teleconferência por áudio, vídeo e computador, sendo a primeira interação “em tempo real de alunos com alunos e instrutores à distância. O método era apreciado especialmente para treinamento corporativo” (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 62). 13 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM E a quinta e última geração, conhecida como as aulas virtuais baseadas no computador e na internet. De acordo com Moore e Kearsley (apud COMARELLA, 2009, p. 23), esta “geração teve início na década de 1990 com a expansão da internet, [...], integrando diversas mídias, tais como texto, áudio e vídeo em uma única plataforma tecnológica, o ambiente virtual de ensino-aprendizagem”. Então, esses foram alguns dos principais acontecimentos envolvendo o ensino a distância. Vale ressaltar que esses acontecimentos históricos da educação a distância no mundo nos dão um referencial para realizarmos a trajetória do ensino a distância que ocorreu em nosso Brasil, pois a educação a distância ainda está em fase de adaptação ou pelo menos ainda não está totalmente definida em termos de uma proposta unificada. Mas ela tem se estabelecido, enquanto mudança no processo de ensino/aprendizagem, e que possa contribuir com os problemas da educação no Brasil, sem cair no risco da massificação do ensino ou a descrença nele. AUTOATIVIDADE 1 Qual geração tem como resultado a convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação? Assinale a alternativa correta. a) 1ª geraçãob) 4ª geração c) 3ª geração d) 5ª geração Agora assista ao vídeo da Reportagem Especial - Educação a Distância do Jornal Nacional: <https://www.youtube.com/watch?v=M1-_E3PgFRk>. 14 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 2 EAD E SEUS CONCEITOS Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), EaD é uma modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora (ABED, 2017). Holmberg (apud RODRIGUES, 1998, p. 45) afirma que o “termo educação a distância esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com os seus alunos [...]”. Outra definição utilizada apregoa que a EaD “é uma modalidade de educação, planejada por docentes ou instituições, em que professores e alunos estão separados espacialmente e diversas tecnologias de comunicação são utilizadas” (MATTAR, 2011, p. 3). Formiga (2009, p. 39) aponta que trabalhar com EaD requer profissionais e atores possíveis e dispostos à inovação, “porque atuam em um setor de transitoriedade, no qual a única certeza é a permanente mudança [...]”. Assim, de acordo com Barbosa e Gomes (2011, p. 78), a educação a distância, por suas principais características, permite um novo paradigma de um sistema fechado de ensino voltado para a transmissão de saberes para um sistema aberto de transformação, onde a educação tem que ser descoberta o tempo todo. Moore e Kearsley (2007, p. 237 apud CORTELAZZO, 2013, p. 44) definem educação a distância como um aprendizado planejado “[...] que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação de um curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais”. Litwin (2001, p. 14) diz que a educação a distância nos permite mecanismos ágeis de inscrição; “distribuição eficiente dos materiais de estudo; informação precisa, eliminando muitas barreiras burocráticas do ensino convencional; atenção e orientação aos alunos, tanto no período inicial do estudo como no seu transcurso”. Percebam a importância do acompanhamento por parte da instituição dos seus alunos, mas, principalmente, o comprometimento desses alunos para estudar e aproveitar as ferramentas disponibilizadas por essa aprendizagem flexível. Cortelazzo (2013) ressalta que temos o nosso estilo de aprendizagem, nossas competências específicas para nos adaptarmos a essa aprendizagem. E explica também que essa formação para a educação on-line (flexível) passa pela interação, seguida da cooperação e colaboração. 15 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM “A interação é a ação desenvolvida entre duas ou mais pessoas que estudam, trabalham, convivem, relacionando-se no mesmo contexto; enquanto a colaboração se constrói na equipe de trabalho, de estudo, de pesquisa, por vontade e consenso dos seus participantes” (CORTELAZZO, 2013, p. 138). AUTOATIVIDADE 2 Com base na aprendizagem que se dá na interação do indivíduo, podemos afirmar que: a) A interação é uma ação desenvolvida somente por uma pessoa que estuda em uma aprendizagem flexível. b) A interação é uma ação desenvolvida entre duas ou mais pessoas que estudam, trabalham e convivem. c) A interação é uma aprendizagem que se difere, pois não temos como estruturá-la na aprendizagem flexível. d) A interação é uma aprendizagem exclusiva da educação formal, tradicional. Dando continuidade aos nossos estudos, vamos nos aprofundar em mais algumas definições para essa modalidade educacional, agora apresentadas por Guarezi e Matos (2009, p. 18,19 e 20). Vejamos: Autor Definição Dohmem (1967) EaD é uma forma sistematicamente organizada de autoestudo, na qual o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado. Peters (1973) Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, tanto por meio da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade. Estes tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender. Holmberg (1977) A expressão educação a distância esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A EaD se beneficia do planejamento, da direção e da instrução da organização do ensino. QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 16 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Keegan (1991) Separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial; influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, organização dirigida etc.), que a diferencia da educação individual; utilização de meios técnicos de comunicação para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; previsão de uma comunicação de mão dupla, na qual o estudante se beneficia de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. Romiszowski (1993) EaD é qualquer metodologia de ensino que elimina as barreiras da comunicação criadas pela distância ou pelo tempo. Ministério da Educação, Decreto n. 5.622/2005 Em dezembro de 2005, a EaD foi regulamentada pelo Decreto n. 5.622, que caracterizou “a EaD como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. FONTE: Adaptado de Guarezi e Matos (2009) Podemos dizer que a educação a distância deve ser algo que vá além de um instrumento tecnológico, tem como pretensão ser um portal de democratização do ensino e do conhecimento. Litwin (2001) se refere à educação a distância como uma modalidade de ensino e de aprendizagem, uma modalidade de ensino com características específicas. O mesmo afirma que: O traço distintivo da modalidade consiste na mediatização das relações entre os docentes e os alunos. Isso significa, de modo essencial, substituir a propos- ta de assistência regular à aula por uma nova proposta, na qual os docentes ensinam e os alunos aprendem mediante situações não convencionais, ou seja, em espaços e tempos que não compartilham (2001, p. 13). Desta forma, estes docentes precisam focar em uma aprendizagem potencializada, “o aluno/aprendiz passa a dispor de acesso generalizado ao conhecimento, facilitado pelos meios de comunicação e tecnologias inteligentes, que se apresentam sob a forma de uma equalização de oportunidades [...]” (FORMIGA, 2009, p. 44). Oportunidades equalizadas pela avalanche de informações e diversas gerações de suporte tecnológico usado. A EaD passou a ter uma variação de terminologias, diferentes denominações, são elas: “ensino por correspondência, ensino em casa, ensino independente, educação aberta, teleducação, aprendizagem aberta, aprendizagem híbrida, educação/aprendizagem em linha” (CORTELAZZO, 2013, p. 103). Litwin (2001) nos chama a atenção para os avanços tecnológicos que não garantem a qualidade na oferta desta educação a distância,principalmente nas verdadeiras necessidades do entorno: 17 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Contudo, o mais importante é não perder de vista que a tecnologia mais moder- na não garante a qualidade da proposta. [...] O desafio permanente da educação a distância consiste em não perder de vista o sentido político original da ofer- ta, em verificar se os suportes tecnológicos utilizados são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar a proposta de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da “distância” são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos. [...] O verdadeiro desafio continua sendo seu sentido democratizante, a qualidade da proposta pedagógica e de seus materiais (LITWIN, 2001, p. 21). Partindo desta premissa, antes de qualquer coisa precisamos pensar na modalidade a distância como uma prática social que promoverá a democratização da educação. AUTOATIVIDADE 3 A educação a distância apresenta vários conceitos. Com relação a estes, assinale a alternativa correta. a) Modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora. b) Modalidade de educação planejada somente por docentes e alunos que estão conectados presencialmente por diversas tecnologias. c) Modalidade de educação a distância que possui um planejado padrão e ocorre normalmente no mesmo local de ensino. d) Modalidade de educação/ensino a distância que infelizmente não consegue oferecer um método de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes. 18 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. LEITURA COMPLEMENTAR O que é educação a distância José Moran Pesquisador, professor, conferencista e orientador de projetos inovadores na educação. Este texto foi publicado pela primeira vez com o título Novos caminhos do ensino a distância, no Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n. 5, outubro-dezembro de 1994, páginas 1-3. Foram atualizados tanto o texto como a bibliografia em 2002. Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra "educação", que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Hoje temos a educação presencial, semipresencial (parte presencial/parte virtual ou à distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte à distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Outro conceito importante é o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações. A educação a distância pode ser feita nos mesmos níveis que o ensino regular. No Ensino Fundamental, Médio, Superior e na pós-graduação. É mais adequado para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no ensino de pós-graduação 19 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM e também no de graduação. Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o faz no ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil. As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo. Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade), o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor... Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância. O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. As crianças, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento e socialização, não podem prescindir do contato físico, da interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual, provavelmente, superará o presencial. Haverá, então, uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores, menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A casa e o escritório serão, também, lugares importantes de aprendizagem. Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá da área de conhecimento, das necessidades 20 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. concretas do currículo ou para aproveitar melhor especialistas de outras instituições, que seria difícil contratar. Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Apesar disso, já é perceptível que começamos a passardos modelos predominantemente individuais para os grupais na educação a distância. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. Da comunicação off-line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e on-line (em tempo real). Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, ideias. A internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte da internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente as informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na internet ou outros bancos de dados. As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder ver- nos e ouvir-nos à distância. Muitos cursos poderão ser realizados à distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas. 21 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line (ao vivo) e aulas presenciais com interação a distância. Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora de ensino on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal; interação grupal; diferentes formas de avaliação, que poderá também ser mais personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica. O processo de mudança na educação a distância não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora. Referências LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997. LUCENA, Marisa. Um modelo de escola aberta na Internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e estratégias para a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São Paulo: Loyola, 1999. 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Florianópolis, SC: 2009. CORTELAZZO, I. B. de C. Prática pedagógica, aprendizagem e avaliação em educação a distância. Curitiba: InterSaberes, 2013. CHAVES, E. O. Ensino a distância: conceitos básicos. [on-line]. 1999, p. 2-12. Disponível em: <http://www.edutecnet.com.br/edconc.htm#Ensino a Distância>. Acesso em: 20 abr. 2017. 23 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM DIAS, R. A.; LEITE, L. S. Educação a distância: da legislação ao pedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. FORMIGA, M. M. M. A terminologia da EAD. In: LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 39-46. GUAREZI, R. de C. M.; MATOS, M. M. de. Educação a distância sem segredos. Curitiba: Editora Ibpex, 2009. LITWIN, E. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. MATTAR, J. 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Educação a distância: resposta pedagógica aos desafios da educação contemporânea. 2. ed. Florianópolis: UDESC: FAED: CEAD, 2002. (Caderno pedagógico - 1). Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC Home-page: www.uniasselvi.com.br
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