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Introdução à Hermenêutica Aula 01 Dr. Leandro Lima O que é Hermenêutica e por que ela é importante? Disciplina: Introdução à Hermenêutica Prof. Leandro Lima Instituto Reformado de São Paulo - IRSP Slides baseados parcialmente no livro de E. Lund - REGRAS DE INTERPRETACÃO DAS SAGRADAS ESCRITURAS I. IMPORTÂNCIA DE SEU ESTUDO • Hermenêutica (do grego hermenevein, interpretar). • 2Pedro 3.15-18: "e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles. 17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; 18 antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. I. IMPORTÂNCIA DE SEU ESTUDO • A arma principal do soldado de Cristo é a Escritura, e se desconhece seu valor e ignora seu uso legítimo, que soldado será? • Não há livro mais perseguido pelos inimigos, nem livro mais torturado pelos amigos, que a Bíblia, devido à ignorância da sadia regra de interpretação. II. DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS • Assim como para apreciar devidamente a poesia se necessita possuir um sentido especial para o belo e poético, e para o estudo da filosofia é necessário um espírito filosófico, assim é da maior importância uma disposição especial para o estudo proveitoso da Sagrada Escritura. Como poderá uma pessoa irreverente, inconstante, impaciente e imprudente, estudar e interpretar devidamente um livro tão profundo e altamente espiritual como a Bíblia? Necessariamente, tal pessoa julgará o seu conteúdo como o cego as cores. Para o estudo e boa compreensão da Bíblia necessita-se, pois, pelo menos, de um espírito respeitoso e dócil, amante da verdade, paciente no estudo e dotado de prudência. II. DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS • 1) Espírito regenerado (1Co 2.13–16). • 13 Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo • 2) Espírito iluminado (2Co 4.3-4) • 3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, 4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. II. DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS • 3) Espírito respeitoso (1Ts 2.13): • Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes. • 4) Espírito amante da verdade (1Pe 2.1-2) • Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, 2 desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação II. DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS • 5) Espírito investigativo (João 5.39) • 39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. • Examinar: investigar, perscrutar para extrair. • 6) Espírito persistente (At 17.11) • Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. II. DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS • 7) Espírito suplicante: • A fonte de toda luz e sabedoria é Deus, e diz a promessa: "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus... e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5). • Assim fazia Davi: "Desvenda as meus olhos, ensina-me as teus decretos, dá-me entendimento, porque medito nas teus testemunhos" (Sal. 119:18, 26, 34, 37, 99). • E pôde cantar a resultado de seu proceder, dizendo: "Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar!" "Compreendo mais que todos os meus mestres." (v. 103 e 99). As duas grandes regras de Ouro da Hermenêutica Reformada Disciplina: Introdução à Hermenêutica Prof. Leandro Lima Instituto Reformado de São Paulo - IRSP Slides baseados parcialmente no livro de E. Lund - REGRAS DE INTERPRETACÃO DAS SAGRADAS ESCRITURAS I. A Escritura Interpreta a si mesma I. A Escritura Interpreta a si mesma • Em qualquer documento de importância em que se encontrem pontos obscuros é saudável que se procure que ele seja seu próprio intérprete. Quanto à Bíblia, o procedimento sugerido não só é conveniente e muito factível, mas absolutamente necessário e indispensável. • Os primeiros intérpretes da Palavra de Deus (Gn 3.1) • É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente à mulher: É certo que não morrereis. • Não permitiram que a Palavra se interpretasse, mas impuseram sobre ela suas próprias conclusões. I. A Escritura Interpreta a si mesma • Ignorando ou violando este princípio simples e racional, temos encontrado aparente apoio nas Escrituras a muitos e funestos erros. Fixando-se em palavras e versículos arrancados de seu conjunto e não permitindo à Escritura explicar-se a si mesma, encontraram: • 1) os judeus aparente apoio nela para rejeitar a Cristo. • 2) os papistas aparente apoio na Bíblia para o erro do papado e das matanças com ele relacionadas, para não falar da Santa Inquisição e outros erros do mesmo estilo. • 3) acham aparente apoio os espíritas para sua errônea encarnação; • 4) os comunistas, para sua repartição dos bens; • 5) os incrédulos zombadores, para as contradições; • 6) os russelitas para seus erros blasfemos I. A Escritura Interpreta a si mesma • O método satânico: Mt 4.5–6 • 5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo 6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem. Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. • Salmo 91.11-12: • Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra I. A Escritura Interpreta a si mesma • O método de Cristo: Mt 4.7 • Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. • Dt 6.16 Não tentarás o SENHOR, teu Deus, como o tentaste em Massá. • Êx 17.7 E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós ou não? I. A EscrituraInterpreta a si mesma • Conferindo coisas espirituais com coisas espirituais: 1Co 2.12-13: • Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. I. A Escritura Interpreta a si mesma • Se por uma parte, arrancando versículos de seu conjunto e citando frases soltas em apoio de ideias preconcebidas, é possível construir doutrinas chamadas bíblicas, que não são ensinos das Escrituras, mas antes "doutrinas de demônios"; por outra parte, explicando a Escritura pela Escritura, usando a Bíblia como intérprete de si mesma, não só se adquire o verdadeiro sentido das palavras e textos determinados, mas também a certeza de todas as doutrinas cristãs, quanto à fé e à moral. • Tenha-se sempre presente que não se pode considerar de todo bíblica uma doutrina antes de resumir e encerrar tudo quanto a Escritura diz da mesma. • Cometem o delito de falhar antes de haver examinado as partes todos aqueles que estabelecem doutrinas sobre palavras ou versículos extraídos do conjunto, sem permitir à Escritura explicar-se a si mesma. I. A Escritura Interpreta a si mesma • Exemplo: O arrependimento de Deus • Gn 6.5-6 - Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. • Nm 23:19 - Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? I. A Escritura Interpreta a si mesma • Exemplo: a responsabilidade humana • Fp 2:12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; • Fp 2.13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. II. A Escritura revela a Cristo II. A Escritura revela a Cristo • 24 De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram. 25 Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! 26 Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? 27 E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras. • 28 Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. 29 Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles. 30 E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; 31 então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. 32 E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras? Lc 24.24–32. II. A Escritura revela a Cristo • 39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Jo 5.39. • Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. (Ap 1.1-12) • Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia (Ap 19.10).
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