Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PPA, LDO E LOA Professor: José Wesley 1 Plano Plurianual (PPA) O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as Diretrizes, os Objetivos e as Metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Ou seja, o PPA retrata em visão macro as intenções do gestor público para um período de quatro anos, podendo ser revisado a cada ano. Questão (CESPE - 2018 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área Administrativa) Julgue o item seguinte, relativo ao orçamento público. O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal confere ao plano plurianual (PPA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e à lei de orçamento anual (LOA) atuações integradas: o PPA estabelece o planejamento de longo prazo; a LOA fixa o planejamento de curto prazo; a LDO estabelece a ligação entre o PPA e a LOA. (CESPE – TRT 10ª – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em virtude das fortes diferenças regionais existentes no país, a CF impôs a regionalização do PPA com base na divisão tradicional das cinco regiões brasileiras. Observação!!! • Despesa de Capital: Encargo que resulta em acréscimo do patrimônio do órgão/ entidade que a realiza, aumenta sua riqueza patrimonial. Ex. Investimentos, Inversões Financeiras, Transferências de Capital; Aquisição de material de natureza permanente. • Despesas Correntes: Encargos que não produz acréscimo patrimonial, respondendo pela manutenção das atividades de cada órgão ou entidade. Ex. Despesas com pessoal e encargos sociais; Aquisição de materiais de consumo. Atenção: Os QUATRO ANOS DO PPA não se confundem com o mandato do chefe do Executivo. O PPA é elaborado no primeiro ano de governo e entrará em vigor no segundo ano. A partir daí, terá sua vigência até o final do primeiro ano do mandato seguinte. Isso ocorre a fim de manter a continuidade dos Programas. Um chefe do executivo (presidente, por exemplo) até pode governar durante todo o seu PPA, desde que seja reeleito. Porém, como vimos, será o mesmo governante em mandatos diferentes. Observação A LDO surgiu almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (PPA) e o planejamento operacional (LOA). A LOA é um instrumento que expressa a alocação de recursos públicos, sendo operacionalizada por meio de diversos programas. A Constituição Federal de 1988 recuperou a figura do planejamento na administração pública brasileira. O papel do Plano Plurianual nesse contexto é o de implementar o necessário elo entre o planejamento de longo prazo e os orçamentos anuais. O planejamento de longo prazo encontra, assim, nos sucessivos planos plurianuais, as condições para sua materialização. O PPA representa a mais abrangente peça de planejamento governamental, com o estabelecimento de prioridades e no direcionamento das ações do governo. No entanto, entre os instrumentos de planejamento previsto na CF/88, o PPA é o que possui critérios de ação e decisão mais abstratos para a formulação geral dos objetivos e dos planos de trabalho. DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS (DOM) Diretrizes: As diretrizes são normas gerais, amplas, que mostram o caminho a ser seguido na gestão dos recursos pelos próximos quatros anos. Ex. a redução das desigualdades econômicas, sociais e regionais com sustentabilidade (que deve condicionar todas as demais); a integração nacional e sul-americana; o fortalecimento das capacidades regionais de produção e inovação e a inserção competitiva externa; a conservação/preservação do meio ambiente; o fortalecimento da inter-relação dos meios urbano e o rural; e a construção de uma rede equilibrada de cidades. Objetivos: Os objetivos correspondem ao que será perseguido com maior ênfase pelo Governo Federal no período do Plano para que, a longo prazo, a visão estabelecida se concretize. Devem ser passíveis de mensuração, sendo assim acompanhados de indicadores e metas que permitam o monitoramento e a avaliação dos resultados alcançados por meio das políticas e programas a eles associados. Metas: As metas correspondem à quantificação física dos objetivos. IMPORTANTE!!! Quanto aos investimentos, determina o art. 167 da CF/1988: § 1.º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Na linguagem orçamentária, portanto em todo o nosso conteúdo, é diferente! Observação Investimentos são: • Softwares; • Com o planejamento e a execução de obras; • Com aquisição de imóveis considerados necessários à realização das obras e • Com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. Prazos para o PPPA O prazo para encaminhamento do PPPA pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional é de até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro do primeiro ano de mandato, isto é, até 31de agosto, conforme destaca o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 14 15 16 Diretrizes Orçamentárias LDO - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei Orientadora) A LDO também surgiu por meio da Constituição Federal de 1988, almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (Plano Plurianual) e o planejamento operacional (Lei Orçamentária Anual). A LDO foi instituída pela Constituição Federal de 1988, com faculdades que vão além da orientação para elaboração da lei orçamentária anual, quais sejam: ✓Expressar metas e prioridades da administração pública federal ✓Dispor sobre as alterações na legislação tributária e ✓Estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A relevância da LDO reside também no fato dela ter conseguido diminuir a distância entre o plano estratégico e os orçamentos (LOAs), os quais dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos estratégicos existentes antes da CF/1988. Letra da CF/88 Segundo o § 2.o do art. 165 da CF/1988: § 2.º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá apolítica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum(...) Questão (CESPE - 2018 - CGM de João Pessoa - PB - Técnico Municipal de Controle Interno – Geral) Com relação ao processo orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente. A lei de diretrizes orçamentárias é o instrumento que regula a elaboração da lei orçamentária anual e dispõe sobre as prioridades da administração pública. Vale destacar que a LDO, tal como o PPA e a LOA, são classificados como Lei Ordinária, ou seja, exigem a aprovação da maioria simples de cada casa do Congresso Nacional. A LDO e a Contratação de Pessoal... No prazo final para votação do projeto de LDO no Congresso Nacional é comum encontrar GRANDE quantidade de representantes das mais diversas categorias presentes durante a votação para tentar “pressionar” os legisladores durante a votação. Sabe o porquê disso? É porque qualquer aumento de remuneração, criação de cargos, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, tanto da Administração Direta, como da Indireta, somente poderão ser feitas caso haja autorização ESPECÍFICA na LDO. Isso só não é exigido para Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Veja como isso está disposto na nossa nobre CF/88: Segundo o § 1º, I e II, do art. 169 da CF/88 § 1.º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquertítulo, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista Prazos para o PLDO O prazo para encaminhamento do PLDO pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional é de até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro, isto é, até 15 de abril, conforme destaca o art. 35, §2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) Art. 35. (…) 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: (…) II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; (…). Aprovação do PLDO O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) deve ser aprovado até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa do Congresso Nacional, isto é, até 17 de julho. E se não for aprovado dentro desse prazo, o que ocorre? A sessão legislativa não poderá ser interrompida. Conforme determina a nossa Constituição Federal, veja: Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (…) § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Quando nasceu em 1988, a LDO recebeu diversas atribuições, graças à nossa CF, no art.165 da CF/1988: § 2.º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá apolítica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Mas no ano 2000, por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, a LDO recebeu novas e importantes atribuições, como, por exemplo... Dispor sobre: ✓Equilíbrio entre receitas e despesas ✓Formas de limitação de empenho ✓Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos do orçamento ✓Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas Conforme destaca o artigo 4º da LRF: Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no §2º do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; (…) e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; (…). Além disso, a LRF, em seu art. 4º, §§ 1º a 4º, também estabeleceu que a LDO deve conter anexos específicos, que disponham sobre metas, riscos e indicadores fiscais, assim como diretrizes para a política monetária, creditícia e cambial 27 Anexos da LDO A LRF, em seu art. 4º, §§ 1º a 4º, também estabeleceu que a LDO deve conter anexos específicos, que disponham sobre metas, riscos e indicadores fiscais, assim como diretrizes para a política monetária, creditícia e cambial Anexo de Metas Fiscais Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas: Metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, OU SEJA, para um total de TRÊS exercícios financeiros. Observação! O que é resultado nominal e resultado primário? Resultado Nominal O resultado nominal é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença entre o fluxo agregado de receitas totais (inclusive de aplicações financeiras) e de despesas totais (inclusive despesas com juros), em determinado período. Essa diferença corresponde à Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). Resultado Primário O resultado primário corresponde ao resultado nominal excluída a parcela referente aos juros nominais (juros reais mais atualização monetária) incidentes sobre a dívida líquida. O resultado primário, uma vez que não considera a apropriação de juros sobre a dívida existente, evidencia o esforço fiscal do setor público livre da “carga” dos déficits incorridos no passado, já que as despesas líquidas com juros (também chamada carga de juros) dependem do estoque total da dívida pública e das taxas de juros que incidem sobre esse estoque. Vale destacar que se o setor público gasta menos do que arrecada, desconsiderando a apropriação de juros sobre a dívida existente, há superávit primário. Prosseguindo, temos que o Anexo de Metas Fiscais conterá ainda: I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia decálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com asfixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas comas premissas e os objetivos da política econômica nacional; III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienaçãode ativos; IV – avaliação da situação financeira e atuarial: a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e damargem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. O que é despesa obrigatória de caráter continuado? Segundo o art. 17 da LRF, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. Anexo de Riscos Fiscais A LDO é visualizada como uma das principais leis do processo orçamentário. Isso também se deve ao caráter orientado para a austeridade (controle de gastos) e preocupação com o equilíbrio das contas públicas. A fim de preparar o orçamento para eventuais contingencias, a LDO contém ainda o anexo de riscos fiscais, que buscará avaliar os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. Além disso, o referido anexo informará as providências a serem tomadas caso se concretiza algum desses riscos. Veja o dispositivo acima na LRF: Art. 4º (...) § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. Anexo Específico Em respeito ao disposto no artigo 4º da LRF, a LDO deverá conter anexos específicos, que disponham sobre metas, riscos e indicadores fiscais, assim como diretrizes para a política monetária, creditícia e cambial. Falamos acima do anexo específico de metas fiscais e do anexo de riscos fiscais. Além desses temos outro anexo específico, no qual temos os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. Veja como está o dispositivo na literalidade da nossa LRF: § 4º A mensagem que encaminhar o projeto da Uniãoapresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. Os anexos da LDO são elaborados com base em informações fornecidas por diversos órgãos, tais como o Ministério do Desenvolvimento Social, o Ministério da Defesa e o Banco Central do Brasil, sendo, posteriormente, consolidados pelo Ministério da Economia. As metas fiscais são definidas pelo Presidente da República, com o apoio da Junta de Execução Orçamentária (JEO), instituída pelo Decreto 9.169/17 e composta pelos antigos Ministros do Planejamento, da Fazenda e da Casa Civil. Questões (CESPE -Economista– DPU) A respeito do orçamento público e das receitas e despesas públicas, julgue o item que se segue. Os limites de gastos com pessoal para a DPU são definidos na lei de diretrizes orçamentárias (LDO). GAB Item certo. (CESPE – Técnico Administrativo – STJ) Acerca de técnicas e princípios relacionados com o orçamento público, julgue o item a seguir. Ao produzir efeitos jurídicos e orçamentários em mais de um exercício financeiro, a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) não desrespeita o princípio orçamentário da anualidade. GAB. Item certo. 38 39 40 Lei Orçamentária Anual – LOA A Lei Orçamentária Anual é o instrumento pelo qual o poder público prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano. A LOA é o orçamento por excelência ou o orçamento propriamente dito. A finalidade da LOA é a concretização dos objetivos e metas estabelecidas no PPA. Expressa as políticas desenvolvidas pela entidade pública por meio do cumprimento ano a ano das etapas do PPA, em consonância com o que foi estabelecido na LDO. Portanto, orientada pelas diretrizes, objetivos e metas do PPA, compreende as ações a serem executadas, seguindo as metas e prioridades estabelecidas na LDO. Como os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas, são necessárias escolhas onde naturalmente alguns setores serão mais beneficiados. Segundo o § 5.o, I, II e III, do art. 165 da CF/1988: § 5.º A lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Fixa isso!!! Embora o orçamento seja uma peça só, o texto constitucional consagrou o princípio da unidade (totalidade) ao estabelecer que a LOA é composta pelos orçamentos: ✓Orçamento fiscal ✓Orçamento de investimentos (ou de investimentos das estatais) e ✓Orçamento da seguridade social. Segundo o § 7.º do art. 165 da CF/1988, os orçamentos fiscais e de investimentos das estatais, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Atenção Note que o Orçamento da Seguridade Social não tem a função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. A CF/88 trouxe expressamente os orçamentos fiscais e de investimento. Interpreta-se que, de modo geral, o orçamento como um todo busca reduzir desigualdades sociais e inter-regionais, mas por meio do critério populacional, somente os orçamentos fiscais e o de investimento. Sobre o Orçamento Fiscal É a parte do orçamento referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Sobre o Orçamento da Seguridade Social A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Quanto à previdência social, fundada na idéia de solidariedade social, deve ser organizada sob a forma de um regime geral, sendo este de caráter contributivo e filiação obrigatória. Já a assistência social apresenta característica de universalidade, visto que será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Logo, o orçamento da seguridade social abrange a chamada área social e, destacadamente: ✓Previdência ✓Saúde e ✓Assistência social. Fique atento! Cuidado para não confundir seguridade social com os Direitos Sociais. Por exemplo, a Educação integra o Orçamento Fiscal e não da Seguridade Social. Segundo o art. 195 da CF/1988, a proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Como cada ente da Federação dispõe de orçamento próprio, então vale destacar que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Vale destacar!!! O orçamento da seguridade social é aplicado a todos os órgãos que possuem receitas e despesas públicas relacionadas à seguridade social (previdência, assistência e saúde) e não apenas àqueles diretamente relacionados à seguridade social, como os hospitais que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por exemplo, o Ministério da Economia possui despesas de assistência médica relativa aos seus servidores e essa despesa faz parte do orçamento da seguridade social (Saúde), embora a maior parte das demais despesas desse órgão sejam oriundas do orçamento fiscal. Sobre o Orçamento de Investimento É o orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Essa parte do orçamento se destina precipuamente às empresas controladas não dependentes. Entenda... Segundo a LRF, uma empresa controlada é uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação: União, cada Estado, Distrito Federal ou cada Município. Ainda de acordo com a LRF, empresa estatal dependente é uma empresa controlada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. Este conceito é importantíssimo, porque, sendo uma empresa estatal considerada dependente, ela participará do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Integram o Orçamento de Investimentos apenas as chamadas empresas estatais não dependentes. A empresa estatal não dependente é autossustentável e não faz parte do campo de aplicação da LRF, porém seus investimentos integram a LOA por lidar com o dinheiro público. Isso ocorre para que a empresa tenha liberdade de atuação e ao mesmo tempo o Poder Público tenha controle sobre os investimentos dela. Exemplo A Petrobrás é uma Sociedade de Economia Mista e estatal não dependente. Não sofre as restrições da LRF porque tem que ser dinâmica para concorrer com a iniciativa privada. Por outro lado, o Estado deve deter o poder para influenciar onde ela aplicará seus investimentos e a população deve ter conhecimento, por isso ela compõe o Orçamento de Investimentos. Já as empresas dependentes recebem recursos do Estado para se manter, portantonão se sustentam sozinhas. Existem para suprir alguma falha de mercado em que a iniciativa privada não quis ou não conseguiu êxito e é relevante para a sociedade. Exemplo: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba). Assim, possuem controle total do Estado, seguem a LRF e fazem parte do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Questão (CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 1) A respeito do ciclo orçamentário e das normas legais de orçamento, julgue o item seguinte. Para efeito das normas de responsabilidade fiscal, uma empresa estatal pode ser caracterizada como dependente sem constituir uma empresa controlada. GAB. Item errado. Responsabilidade pela elaboração do Orçamento... ✓A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) é responsável pelo Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. ✓Já o Orçamento de Investimentos fica a cargo da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais. 55 56 VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS A CF/1988 estabelece diversas vedações em matéria orçamentária. Algumas dessas vedações nós já vimos nas primeiras aulas. Outras estudaremos nas próximas. No entanto, vamos consolidá-las. Vejamos as seis primeiras vedações. São vedados: • O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual. • A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. • A realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. É a regra de ouro. • A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvados os casos especificados na CF/88 como : ✓A destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde ✓Para manutenção e desenvolvimento do ensino e ✓Para realização de atividades da administração tributária ✓Para prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita ✓Fundo de Participação dos Estados (FPE) ✓Fundo de Participação dos Municípios (FPM) Ou seja, é o princípio da não vinculação de receitas. • A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. • A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. É o princípio da proibição do estorno. Porém, atenção com o dispositivo da EC 86/2015: § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) • A concessão ou utilização de créditos ilimitados. É o princípio da quantificação dos créditos orçamentários. • A utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive daqueles que compõem os próprios orçamentos fiscal, de investimentos das estatais e da seguridade social. • A instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. • A transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. • A realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social com recursos provenientes das contribuições sociais a seguir: do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; e do trabalhador e dos demais segurados da previdência social. 61 62 Estrutura Programática A Lei do Plano Plurianual é elaborada como um instrumento mais estratégico, no qual seja possível ver com clareza as principais diretrizes de governo e a relação destas com os Objetivos a serem alcançados nos Programas Temáticos. O PPA contempla os Programas Temáticos e os de Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: ✓Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade; ✓Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. Veja na figura a seguir como se dará a integração das ações orçamentárias com o PPA: Fonte: MTO Observem que as ações orçamentárias integram exclusivamente a LOA. Existem programas que integram o PPA e a LOA, esses programas serão divididos em: ✓ Programas Temáticos e ✓ Programas de Gestão É importante destacar que a LOA conterá programas que não constam do PPA, que são aqueles programas compostos exclusivamente pelas chamadas OPERAÇÕES ESPECIAIS. OPERAÇÕES ESPECIAIS Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS As ações orçamentárias são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Observação: Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos. As ações orçamentárias se dividem em atividade, em projeto e em operação especial. A grande e fundamental diferença entre atividade e projeto está no fato de que a primeira envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, já o segundo (projeto) envolve um conjunto de operações, limitadas no tempo. Vejamos os conceitos: Atividade: Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: ação 4339 - Qualificação da Regulação e Fiscalização da Saúde Suplementar. (Fonte: MTO) Projeto: Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Exemplo: ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468. (Fonte: MTO) Operação especial: Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Questão (CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário – Administrativa) Acerca do plano plurianual, das classificações orçamentárias e da estrutura programática, julgue o item a seguir. Ações orçamentárias definidas como operações especiais são aquelas despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo. GAB. Item certo IMPORTANTE Segundo o MTO: As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes. SUBTÍTULO As atividades,os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos. Os subtítulos são utilizados especialmente para identificar a localização física da ação orçamentária, não podendo haver, por conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas. Questão (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário – Administrativa) A respeito dos principais mecanismos no planejamento e execução do orçamento público, julgue o item que se segue. A identificação da localização do gasto público na estrutura programática é feita por meio do subtítulo. GAB Item certo. A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental. Atenção!!! A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se determinados. Vale a pena saber também.... Plano Orçamentário – PO é uma identificação orçamentária, de caráter gerencial (não constante da LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por finalidade permitir que, tanto a elaboração do orçamento quanto o acompanhamento físico e financeiro da execução, ocorram num nível mais detalhado do que o do subtítulo/localizador de gasto. Questão (CESPE - 2018 - FUB – Administrador) Acerca dos mecanismos técnicos utilizados na administração do orçamento público, julgue o item a seguir. Havendo necessidade de detalhar o localizador de determinado gasto para efeito de acompanhamento físico financeiro, a administração deve usar a identificação por meio do plano orçamentário. GAB.. Item certo. 78 79
Compartilhar